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DISLEXIA: O QUE É, E COMO O PROFESSOR DEVE LIDAR COM ESSE DISTÚRBIO

 

Aline Borrego Soares[1]

Márcio Roberto Hobold[2]

 

 

RESUMO

 

A dislexia é definida como sendo um distúrbio ou transtorno de aprendizagem na área da leitura, escrita e soletração, diagnosticada geralmente no inicio do processo de alfabetização, por volta dos oito anos de idade. A dislexia pode ser causada por alterações que afetam o lado esquerdo do cérebro, onde pode prejudicar varias funções, que é o caso da forma adquirida, na forma congênita, reflete uma disfunção presente desde o nascimento. Quando há suspeita de dislexia a criança deve ser avaliada por uma equipe composta por vários profissionais de diversas áreas. Quando é diagnóstico, é necessário que o professor use de vários meios e variados métodos de ensino para que haja uma melhoria na aprendizagem do aluno com a dislexia. O professor deve juntamente com os pais procurar se adaptar aos melhores métodos disponíveis, para que desta forma a criança com dislexia consiga decodificar o método de aprendizagem da leitura. A compreensão deste problema e a parceria entre pais, professores, e o sistema escolar são essenciais para garantir o futuro destas crianças. É necessário que o professor informe-se sobre esse assunto e busque diferentes estratégias para trabalhar com alunos disléxicos. Não há um método pronto, cada professor deve utilizar várias estratégias para poder trabalhar com este aluno.

 

PALAVRAS-CHAVE: Dislexia; Professor; Alunos; Escolas; Distúrbio de aprendizagem.

 

INTRODUÇÃO

 

Tendo em vista que o aluno disléxico apresenta uma grande dificuldade de aprendizagem no momento da leitura, fica nas mãos do docente a responsabilidade de ensinar este aluno com métodos que sejam adequados para este fim.

É preciso paciência, dedicação, muito trabalho e esforço para obter o sucesso desejado, sendo que isto só ocorrerá se o docente adotar uma forma diferenciada para trabalhar com estes alunos. Não pode se deixar de mencionar a necessidade que o aluno disléxico exige de apoio e carinho.

O docente munido dessas informações alcançará seu objetivo, que é a melhor aprendizagem por parte do aluno disléxico em sala de aula.

Este estudo aborda a dislexia e as diferentes maneiras existentes para que o professor possa trabalhar de forma mais direcionada com o aluno que apresenta este distúrbio.

A dislexia apesar de ser um tema atual ainda é desconhecida pela maioria dos professores e pais, o que contribui para a identificação errônea do distúrbio. Com a má identificação do problema, certamente será trabalhada de maneira errada, o que ira prejudicar o aluno, tirando-lhe a chance de ser um bom leitor.

Considerando as dificuldades apresentadas pelos alunos que tem dislexia, no momento da aprendizagem da leitura, qual seria o melhor método aplicado pelo professor para trabalhar com alunos com esse distúrbio em sala de aula?

Com este estudo espera-se principalmente esclarecer qual deve ser a postura docente diante dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem provenientes da dislexia, e quais as intervenções adequadas a serem adotadas para que os mesmos tenham maior possibilidade de aprendizagem.

Espera-se também ajudar professores que não tenham conhecimento a respeito da dislexia. Preparar docentes com métodos diferenciados de ensino é a chave para a possível melhora desse problema.

O preparo do docente e a informação dos pais são de extrema importância para o sucesso do aluno, e foi baseado nesse princípio que concentrei meus esforços na realização desse projeto.

Assim os alunos disléxicos terão a chance de aprender a ler e conviver normalmente junto com os outros alunos na sala de aula sem que se sinta excluído de alguma maneira por apresentar esse tipo de problema.

Para motivar este aluno é necessário um trabalho que seja realizado de maneira adequada do conteúdo escolar, que envolva os pais, juntamente com os professores.

Desta forma pode-se contribuir para que se entenda de uma maneira mais ampla, as dificuldades apresentadas por alguns alunos no momento da aprendizagem da leitura.

Faz-se necessário dar extrema atenção ao aluno para que o mesmo sinta-se valorizado e estimulado para a aprendizagem.

Trabalhar com alunos bons é uma tarefa relativamente fácil, mas quando os docentes se deparam com alunos que apresentam dislexia, o que ele deve fazer? Como ele deve agir? Qual deve ser a postura e as atitudes diante desta situação? Essas são perguntas extremamente importantes para o trabalho com os alunos disléxicos.

Devido esta dificuldade apresentada também por parte dos docentes, optamos por ampliar os conhecimentos nessa área, com o objetivo de compreender de forma mais vasta quais as maneiras mais adequadas de intervenções por parte dos professores, que propiciaram o melhor desempenho dos alunos no momento da aprendizagem do processo da leitura

Assim através deste estudo o professor terá maior facilidade em realizar seu trabalho em sala de aula, conhecerá o desenvolvimento mental da criança disléxica objetivando a orientação da mesma para uma melhor aprendizagem, tendo em vista que terá conhecimentos sobre as causas e as conseqüências da dislexia, bem como o seu diagnóstico.

A importância do tema abordado dá-se pela necessidade de se reconhecer a dislexia tão cedo quanto possível, mesmo antes que se espere que uma criança comece a ler, desta forma se torna mais fácil o sucesso e é uma das maneiras de se evitar muitas frustrações.

 

DESENVOLVIMENTO

 

2 A IMPORTÂNCIA DE SE DETECTAR A DISLEXIA

 

Identificar o problema de leitura de um aluno o quanto antes, é algo de extrema importância, pois desta forma o mesmo terá a oportunidade de trabalhar adequadamente seu distúrbio junto com seus professores e pais.

 

É uma questão da maior importância identificar tão cedo quanto possível a verdadeira natureza deste problema, quando uma criança tem, pois isso ajudará muito a não perder nosso precioso tempo e a impedir que a criança manifesta grande dificuldade em aprender a ler e não consegue acompanhar seus colegas, a causa é geralmente atribuída a burrice ou preguiça, e nenhum método sistemático é aplicado no treinamento dela. Um pouco de conhecimento e uma análise do caso em pouco tempo deixaria claro que a dificuldade se deve a um defeito na memória visual que se tem das palavras e das letras; a criança seria assim avaliada corretamente como alguém que tem um defeito que, contudo, pode em geral ser tratado com perseverança e persistência. Quanto mais cedo se identifica a natureza do problema, maiores são as chances de a crianças melhorar. ( Hinshelwood, 2006, p.30).

 

Se esse distúrbio for detectado cedo, os alunos terão maiores chances de serem leitores ágeis, porem o que ocorre geralmente não é isso. Essa identificação torna-se importante também, para que o aluno não seja acusado de preguiçoso, pouco inteligente ou mal comportado, o que ocorre na maioria das vezes, quando não há informação necessária sobre o assunto, e sim que seja identificado da forma correta, como sendo um aluno que apresenta um distúrbio chamado de dislexia.

A identificação das crianças com dislexia dá-se normalmente por volta do terceiro ano ou ano superior, o que agrava a situação, pois se esta identificação ocorre anteriormente a esta data quando a criança estará com a idade entre 08 e 09 anos, as chances de se desenvolver a leitura precisa seria bem maior. A prevenção altamente eficaz, onde não há a possibilidade de erro, e os programas de intervenção precoce, que nesse momento tornam-se necessários, são uma realidade hoje, e isso ocorre devido a grande necessidade de uma intervenção ocorrer o quanto antes.

Em vários locais do mundo são utilizados métodos diferenciados para que a intervenção precoce ocorra da maneira correta.

 

Um dos erros mais comuns que cometemos ao ensinar as crianças disléxicas a ler é deixar de usar, prematuramente, o ensino que parece estar funcionando. Uma criança que leia com precisão, mas não fluentemente em seu nível, ainda exige ensino intensivo. Uma criança com problemas de leitura e que não seja identificada cedo pode exigir cerca de 150 a 300 horas de ensino intensivo( pelo menos 90 minutos por dia em quase todos os dias de aula durante um período de um a três anos) para que a lacuna existente entre ela e seus colegas seja preenchida. E, é claro, quanto mais se atrasar identificação do problema e o ensino da leitura, mais necessidade a criança terá para que chegue ao nível de seus colegas. (Sally Shaywitz, 2006, p.194).

 

Quanto mais tempo demorar a identificação da dislexia, mais difícil se tornará o desenvolvimento da aprendizagem da leitura, e mais longe de alcançar a fluência na leitura estará este aluno.

 

Quando deixamos as crianças ficarem muito para trás em qualquer momento do ensino fundamental, passamos a adotar um modelo de intervenção que remedia em vez de prevenir. Quando as crianças ficam para trás no domínio da capacidade de leitura, serão necessárias intervenções intensas para leva-las de volta a níveis adequados de precisão de leitura – e a fluência na leitura pode ser até mais difícil de recuperar por causa da grande quantidade de prática de leitura que se perde a cada mês e a cada ano em que continua a ler com dificuldade. (Torgesen, Joseph, 2006, p.101.)

 

É importante salientar que a criança que apresenta esse distúrbio, normalmente irá ser dotada de grande habilidade em alguma outra área de sua vida, como por exemplo, na matemática ou em artes. O professor que tem posse dessa informação poderá usar a habilidade do aluno para desenvolver sua leitura .

 

A identificação e intervenção precoce são o segredo do sucesso da aprendizagem da leitura. A identificação de um problema é a chave que permite a sua resolução. A identificação, sinalização e avaliação das crianças que evidenciam sinais de futuras dificuldades antes do início da escolaridade permitem a implementação de programas de intervenção precoce que irão prevenir ou minimizar o insucesso. (TELES, Paula, 2009, p. 03)

 

Identificar o problema é a chave para sua resolução, para que com isso possa ser possibilitado ao aluno o sucesso que almeja em relação à aprendizagem, a decodificação do processo de leitura.

 

2.1 AS DIFICULDADES APRESENTADAS POR ALUNOS COM DISLEXIA

 

Os alunos que apresentam dislexia têm uma enorme dificuldade no momento da aprendizagem da leitura. Isso ocorre no momento da decodificação do processo. O aluno olha para a letra e não consegue identifica – lá, desta forma não consegue fazer as junções necessárias e falar o que está escrito.

Alunos disléxicos têm também uma grande dificuldade no momento da soletração. Sendo que isto ocorre porque o aluno para identificar a palavra precisa do contexto, na soletração ele não pode contar com isso e desta forma fica extremamente difícil a separação das silabas.

É importante frisar que os pais precisam ter contato com os professores quando seus filhos apresentam dislexia, isso pode auxiliar a criança, pois desta forma os dois compreenderam que se trata de deslizes fonológicos e que a criança muito provavelmente sabe o significado da palavra, porem não consegue pronuncia - lá.

Também apresentam dificuldades no momento em que se deparam com palavras com os fonemas idênticos, as crianças com este distúrbio são levadas na maioria das vezes pela aparência das palavras e pelo contexto em que a mesma se encontra, desta forma é constante encontrarmos crianças que em vez de lerem o cachorro fugiu, lêem, o cajoro vugiu. Essa troca ocorre por que os sons dos fonemas são idênticos e isso confunde os alunos, que no momento da busca das palavras acabam trocando letras e sons.

É necessário que o professor preste atenção em alguns sintomas que a criança pode apresentar como: falta de atenção; não ser capaz de brincar com outras crianças; apresenta um atraso no desenvolvimento da fala e escrita e no desenvolvimento visual; falta de coordenação motora, dificuldades em assimilar cantigas rimadas; dificuldades especial em decodificar palavras sem sentido ou desconhecidas; falta de interesse em materiais impressos; dificuldades em ler palavras isoladas; compreensão de leitura em geral superior a decodificação das palavras isoladas; leitura oral imprecisa e trabalhosa; problemas ao ler palavras funcionais; leitura lenta e ortografia deficiente, entre alguns outros.

Se um problema na leitura de um disléxico não for identificado com precisão e a tempo de tentar ser remediado e se não houver a identificação e a intervenção devida, as crianças que cedo tem dificuldades de leitura certamente terão de lutar para ler no futuro.

Geralmente quando uma criança demonstra vários talentos em outras áreas e dificuldades somente na leitura, provavelmente essa criança é disléxica. É importante saber que os alunos disléxicos exigem tempo, paciência e formas diferenciadas de ensino. Desta forma esses alunos terão a oportunidade de aprender a ler, escrever e soletrar de maneira lenta e com algumas dificuldades, mas aprenderão a ler.

 

2.2 O DIAGNÓSTICO DO ALUNO COM DISLEXIA

 

A dislexia acontece no momento da geração do feto, ocorre uma má formação do lado esquerdo do cérebro, na parte responsável pela decodificação da leitura que resulta na dislexia.

 

Na condição da dislexia do desenvolvimento em que a leitura não se desenvolve normalmente, algo já estava errado desde o início. Consequentemente, não é de se esperar que se encontre uma lesão específica, um corte no circuito; em vez disso, o que temos é um circuito que não se estabeleceu corretamente já no início tendo ocorrido uma falha durante a vida do feto, quando o cérebro se forma para a linguagem. Como resultado, as dezenas de milhares de neurônios que carregam as mensagens fonológicas necessárias à linguagem não se conectam adequadamente para formar as redes de ressonância que tornam possível a boa capacidade de leitura. (Jhon Hughlings Jackson, 2006, p. 62/63).

 

Os sintomas da dislexia são iguais para as crianças e os adultos. A diferença é que na infância o distúrbio é mais acentuado e pode ser identificado mais facilmente considerando que a criança ira apresentar dificuldades na fase de aprendizagem e alfabetização.

A dislexia é normalmente diagnosticada durante a alfabetização, ela é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar, ainda mais se aliado a este fato estiver a falta de incentivo por parte dos pais e professores. Ao proceder o diagnostico da dislexia é necessário antes de qualquer coisa descartar alguns fatores que frequentemente costumam ser confundidos com a dislexia. Alguns desses fatores são: Dificuldades auditivas e visuais, falta de afetividade, fracasso escolar e a hiperatividade.

 

O diagnostico da dislexia apresenta um conjunto muito particular de circunstancias. Embora tenha uma base biológica, a dislexia se expressa no contexto da sala de aula, o que faz com sua identificação dependa de procedimentos escolares. (Sally Shaywitz, 2006, p.37)

 

Após a tomada do procedimento acima, é necessário que o aluno passe por testes especializados oferecidos pro algumas empresas que trabalham com isso, onde deve ser analisados por neurologistas, oftalmologistas e professores, podendo haver a necessidade de outros profissionais dependendo do caso.

Segundo (Hinsshelwood): “O diagnóstico da dislexia é de caráter clínico, tendo como base a síntese das informações colhidas, principalmente das observações sobre o paciente e de seu histórico”. 2006, p.29.

A presença dos oftalmologistas nos testes torna-se importantes, pois antigamente vários casos de dislexia eram ligados a problemas na visão, o que com o tempo foi desmistificado. Porem, ainda é de extrema importância um profissional dessa área para o diagnostico correto do distúrbio.

 

3 COMO TRABALHAR COM CRIANÇAS DISLÉXICAS

 

Crianças que apresentam dislexia precisam de uma forma diferenciada de ensino, devido a dificuldades encontradas pelas mesmas no momento da decodificação do processo de leitura. Diante das dificuldades apresentadas pelos alunos é necessário que o docente se prepare para trabalhar com ele de forma adequada.

Depois de detectada a dislexia, cabe a escola, juntamente com o professor e pais, incluir esse aluno na sala de aula, trabalhando de maneira distinta para fazer com esse aluno consiga amenizar seu distúrbio de aprendizagem. Mesmo com um trabalho diferenciado, a criança nunca deixará de ser disléxica, mas poderá ter uma vida escolar quase normal, podendo aprender a ler e escrever com os demais, apesar das dificuldades que possui.

Para trabalhar com a criança disléxica o professor necessita estar capacitado e ter conhecimento a cerca da dislexia. Ele precisa ainda, saber o que é dislexia, sua causa, bem como saber diagnosticar a mesma. Com essas informações o professor pode trabalhar com o aluno em sala de aula, não deixando que este se sinta excluído e com a auto-estima baixa.

Sabendo-se de onde é originado esse distúrbio espera-se que os professores desenvolvam seu trabalho de maneira a obter resultados satisfatórios com relação aos alunos que apresentam dislexia. Sabe-se que esse distúrbio exige tempo e paciência, pois fica comprovado que alunos disléxicos têm dificuldades na identificação de letras e palavras, na soletração e também na ortografia.

É como afirma Sally Shaywitz , “os leitores em potencial devem dominar o principio alfabético para que aprendam a ler, mas uma em cada cinco crianças não consegue fazê-lo”. (2006, p.47).

Portanto pais e professores devem saber identificar os sinais que indicam que o aluno é disléxico e não preguiçoso, pouco inteligente ou mal comportado. Alunos que apresentam dislexia processam informações em uma área diferenciada do seu cérebro obstante. Essa dificuldade é algo que necessita de domínio por parte do docente, pois ele é o maior responsável pela aprendizagem do aluno. Se o aluno apresentar dificuldades no processo de aprendizagem da leitura o professor terá que se adaptar e trabalhar com esse aluno de maneira a obter os melhores resultados possíveis.

Alunos disléxicos necessitam de uma forma diferenciada de ensino, pois o método tradicional não os ajuda a aprenderem a ler. É importante esclarecer que as crianças com dislexia na maioria das vezes apresentam dificuldades somente na leitura e na fonética que é conseqüência da mesma.

É necessário trabalhar com crianças disléxicas, respeitando um certo intervalo de tempo, pois um programa utilizado em uma criança com 06 anos, não será útil em um adolescente de 16 anos. Desta forma o programa elaborado para trabalhar com a pessoa com dislexia, tem que respeitar o estágio/nível em que essa pessoa se encontra. Geralmente esses alunos disléxicos são ótimos em matérias que não exigem leitura, como a matemática. Com essa informação fica mais fácil a identificação por parte do professor de crianças com esse distúrbio.

Filmes, vídeos e gravações ajudam a criança disléxica a criar uma estrutura quanto à historia, se essa criança ver o filme do chapeuzinho vermelho e depois ler a historia certamente ela terá uma enorme facilidade em compreender o que leu, logo na primeira leitura, caso ela não tenha esse tipo de auxilio ficará difícil entender precisamente o que esta lendo.

Esses alunos têm uma grande capacidade de aprender novas palavras quando ouvem o professor lendo e fazendo leitura de imagem. É comum entre esses alunos a troca de palavras tentando expressar algo. Por exemplo, uma professora mostra a um aluno com dislexia uma imagem contendo um vulcão e pede para que a mesma diga o que tem ali. A resposta do aluno é um furacão, porém a professora pede para que o aluno descreva o que ele vê e fica constatado que este aluno sabe perfeitamente o que existe nessa imagem, porém no momento de se expressar troca as palavras. Isso ocorre por que os alunos com dislexia dizem na maioria das vezes palavras parecidas com o que realmente querem dizer.

O processo de aquisição desse conhecimento é ordenado e segue uma seqüência lógica. Primeiro, a criança percebe que as mesmas palavras que ouve não são apenas blocos sonoros inteiros. Da mesma forma como um garoto percebeu que a parede era feita de tijolo, o leitor inicialmente começa a notar que as palavras são feitas de segmentos menores, que elas fazem parte. Depois, a criança percebe a natureza de segmentos, que eles representam sons. Dá-se conta, por exemplo, de que a palavra cat há três segmentos sonoros, K, aaaa e t, depois, começa a relacionar as letras que vê ao que ouve nas palavras e que a palavra impressa tem o mesmo numero de e a mesma seqüência de fonemas (sons) que a palavra falada. Finalmente, passa a entender que a palavra impressa tem uma natureza subjacente e que é a mesma estrutura que ouve na palavra falada. Compreende que tanto a palavra escrita como a falada podem ser construídas e reconstruídas com base nos mesmos sons e que a palavra escrita às letras representam tais sons. Uma vez realizada essa conexão, a criança terá dominado o que chamamos de principio alfabético, estando pronta para ler. (Sally Shaywitz, 2006, p.46).

 

O aluno com dislexia tende a ordenar os fonemas incorretamente, e o resultado dessa troca é, por exemplo, a palavra fenômeno que quando dita por um disléxico fica da seguinte maneira: Fenômeno.

Quando os alunos apresentam dislexia exigem dos professores muita paciência, e tempo. Se o professor utilizar a forma oral, terá que ler por diversas vezes o mesmo texto para que o aluno possa identificar todas as palavras, processa-las e arquiva-las. Este método é bastante utilizado por professores com alunos disléxicos em várias partes do mundo.

Se o professor utilizar a leitura de imagem, terá que dispor de imagens variadas para que os alunos possam identifica-las e aprender os significados do que estão vendo e gravar na memória esta nova palavra.

 

Mostrar ao disléxico uma imagem para descrever o sentido de uma palavra poderia parecer um passo na direção certa, mas isso não funciona muito bem. Requer uma quantidade enorme de repetições. Pode acontecer de se ter que mostrar mil vezes uma imagem ao disléxico antes que ele consiga incopora-lá ao processo de seu pensamento. Alem disso, os disléxicos geralmente acham o aprendizado por repetição mecânica de um tédio torturante, o que provavelmente fará com que se desorientem em seus próprios pensamentos e se percam em devaneios em vez de prestar atenção nesse tipo de exercício.(Ronald D. Davis, 2004, pg.94).

 

O docente deve compreender que para ensinar uma criança que apresenta dislexia a ler é extremamente difícil. É um processo super interativo cujo efeito repercute rapidamente ente o docente e o aluno. Aumentar a atenção da criança requer um esforço constante por parte do professor, sendo que o mesmo deve trabalhar de forma bastante ativa para envolver a criança neste processo, ele pode fazer algumas perguntas a ela ou pedir que a mesma justifique uma resposta.

 

Ler é um trabalho extremamente difícil para o aluno disléxico, e o objetivo do professor é evitar que o aluno se distraia. O professor deve estar constantemente ministrando o conhecimento necessário ao mesmo tempo em que se esforça para garantir que tal conhecimento seja acompanhado de um gancho que considere significativo para a criança. O professor está constantemente pensando sobre como levar essa informação à criança. (Sally shaywitz, 2006, p.194)

 

Quando o docente obtém a atenção do aluno o trabalho de ensinar o mesmo a ler, torna-se mais simples, com o interesse do mesmo em aprender o empenho do professor em ensinar provavelmente se obterá um resultado satisfatório no final do processo de aprendizagem da leitura.

É necessário que o docente conheça a fundo o problema da dislexia, pois somente desta maneira poderá auxiliar de forma mais correta a aprendizagem do mesmo em relação à leitura. Se o docente tiver esse conhecimento saberá que ele deve avaliar o trabalho do aluno com dislexia com base na sua criatividade e não se apegar aos problemas ortográficos que com certeza serão apresentados.

O aluno com dislexia necessita de um tempo extra para poder resolver provas e trabalhos na escola e isso tem que ser respeitado, pois se o mesmo tiver a sua disposição este tempo com certeza se sairá bem na resolução destes testes. Porem há necessidade de que esse tempo seja disponibilizado, mais é importante salientar que, cada aluno com dislexia necessita de um tempo, cada um de um tempo determinado e para saber corretamente de quanto tempo a aluno necessita o professor tem que conhecer a fundo a historia de cada um.

 

O único termômetro é a experiência de vida da pessoa. Não há absolutamente nenhum teste que possa dar essa informação. Todo Disléxico experimentado já desenvolveu seu próprio caminho em relação ao seu déficit fonológico; as estratégias específicas ou os caminhos alternativos que ele tenha aperfeiçoado durante os anos ou descoberto que funcionam determinarão quanto tempo extra precisará. (Sally Shaywitz, 2006, p. 249).

 

O tempo extra fornecido aos alunos é uma tentativa de nivelar a situação dento da sala de aula quando o aluno possui esse distúrbio, mesmo com o tempo adicional ele continuará a se sentir pressionado se comparado aos leitores comuns.

Quando o método de ensino utilizado pelo professor não funcionar é necessário que o mesmo desista deste e parta para uma segunda alternativa, pois se não funcionou uma vez não funcionará na segunda. Conforme Sally Shaywitz: “As crianças disléxicas estão em situação de alto risco de perda de suas habilidades de leitura quando não são praticadas continuamente.”2006, pg.212.

Uma duvida bastante freqüente é quando se deve interromper um programa de leitura realizado com alunos portadores de dislexia. A resposta é simples, não deve interromper esse programa. A criança com esse distúrbio necessita de acompanhamento continuo, pois caso contrario não irá praticar a leitura e isso só a deixara mais atrasada quanto ao seu aprendizado. Não basta ensinar a criança a ler as palavras, elas tem que compreender o que lê sem necessitar do contexto para isso, daí vem a extrema importância em oferecer a ela a pratica contínua da leitura.

 

3 A IMPORTANCIA DO DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES NO TRABALHO COM CRIANÇAS DISLÉXICAS.

 

Quando uma criança apresenta dislexia, normalmente é condenada por isso, sendo que as pessoas a sua volta somente irão prestar atenção em seus erros na leitura e na escrita, deixando de prestar atenção em seus pontos fortes que acabam por passar despercebidos diante deste distúrbio. Porém, as habilidades apresentadas por cada aluno tem e deve ser observada, pois isso o ajudara em todos os aspectos de sua vida inclusive na aprendizagem da leitura.

 

Procure melhorar tanto quanto possível as deficiências fonológicas e recorra as habilidades superiores do pensamento (por meio de adaptações). Isso é importante porque enfatiza não apenas as dificuldades de leitura da criança, mas seus pontos fortes.(Sally Shaywitz, 2006,p. 138).

 

Se as habilidades apresentadas por cada aluno forem utilizadas, farão com que todos que estão a sua volta percebam que a deficiência fonológica isolada é apenas uma pequena parte de um quadro mais amplo de competências. Seja qual for a habilidade dessa criança tem que ser notada e incentivada, algumas apresentam uma capacidade incrível de raciocinar, outras de analisar, conceitualizar, ser criativo, visualizar, imaginar ou pensar de maneira inovadora.

Se o aluno perceber que tem habilidades e que com elas poderá melhorar seu aspecto no momento da aprendizagem da leitura ele sentira mais seguro e não desistirá logo da primeira vez que tentar ler e não conseguir identificar a palavra encontrada.

Sabemos que as crianças que apresentam dislexia, também apresentam inúmeras habilidades que se utilizadas da maneira correta poderão ajudá-las na aprendizagem da leitura, e mais, se os adultos que as rodeiam, como pais e professores também utilizarem de suas habilidades o resultado no fim dessa jornada será incrível.

É como afirma Shaywitz (2006), p.139: quando você descobre a dislexia de seu filho, descobre também que uma maneira singular de habilidades e de deficiências reflete o passado dele: os genes que herdou e as experiências que teve enquanto crescia.

Os adultos importantes na vida de uma criança são os pais e professores, pois, eles desempenham papel fundamental na determinação de seu perfil futuro.

Se a criança recebe esse auxilio por parte dos pais, sem duvida ela terá sucesso na aprendizagem da leitura, pois alem de ser uma criança que apresenta um distúrbio ela também é extremamente sensível.

Se os pais e professore compreendessem o papel essencial da fluência para a leitura de qualidade e o quão fácil e eficazmente pode ser ensinada, a fluência não seria a habilidade mais negligenciada.

É especialmente importante que a criança com dislexia receba ensino explicito de vocabulário, onde ela terá a oportunidade de adquirir conhecimentos sobre novas palavras e decodifica-las, chegando assim a fluência e também tenha acesso a uma ampla gama de experiências da vida, tais como: visitas a museus onde ela poderá visualizar imagens e acompanhada de um adulto que explique o significado da mesma para que possa compreender a historia daquele quadro sem necessitar diretamente da leitura, viagens onde conhecerá a historia de cada local facilitando assim quando encontrar a mesma historia em algum livro, auxílios visuais, (mapas e globos) facilitando assim sua localização caso precise, vídeos educativos, livros em formato de áudio que iram reforçar o que leu anteriormente, conversas familiares que são de extrema importância para a formação e compreensão de hobbies e interesses especiais que façam as palavras e o conhecimento de mundo estar vivos ao seu redor.

 

4 . CONCLUSÃO

 

O disléxico pode apresentar uma facilidade na aprendizagem da leitura caso os pais e professores busquem em comum acordo ajuda cedo, ampliem ao máximo o tempo de instrução com sessões freqüentes, pequenos grupos e com duração suficiente para que estes alunos não fiquem para trás em vista de seus colegas de classe que não apresentam dislexia, a ajuda mútua entre professores e pais é de extrema importância.

Os docentes querem que seus alunos aprendam a ler, mas muitos simplesmente não têm acesso a informações confiáveis e boas sobre os programas eficazes e baseados cientificamente. O papel do docente no caso em tela é a sua responsabilidade com essas crianças, ele é o principal defensor dos direitos dos alunos e por tal motivo deve levar sempre novas e importantes informações a escola e aos pais.

Existem inúmeras maneiras e métodos para se trabalhar com as crianças disléxicas, porém para que os resultados sejam alcançados conforme se deseja, é necessário que o docente e os pais tenham conhecimento sobre o problema, somente desta forma será possível chegar a um resultado esperado.

Crianças com dislexia tendem a serem acomodados quando o assunto é a leitura, porém ela necessita de um adulto ao seu lado, que costuma ser um de seus pais com a missão de lhe incentivar a todo momento, que tenha pulso firme e que nunca desista de ajudar seu filho. De nada adianta os pais saberem do problema que seu filho apresenta, saberem que eles precisam de ajuda, mas ficarem com pena e adotarem uma atitude passiva quanto a isso, não é disso que a criança precisa, se for esse tipo de comportamento familiar que ela irá receber, provavelmente jamais irá obter resultados satisfatórios na aprendizagem da leitura, podendo a nunca alcançar a fluência e ser um leitor em potencial.

A criança disléxica necessita de grande apoio, é necessário que ela seja a todo momento encorajada a continuar sua luta com relação ao processo de aprendizagem da leitura. Por se sentir muito insegura é preciso que aja alguém que a defenda inflexivelmente, pois com certeza ocorreram chacotas de seus colegas de classe, quando essa criança for tentar ler e não se sair como a maioria de seus colegas.

Essa criança, acima de tudo precisa de alguém que acredite nela, que acredite que ela tem potencial, que procure entender o problema que ela consiga todo o auxílio e apoio de que necessita. Se isso for garantido a essa criança certamente ela obterá sucesso ao longo de sua jornada com relação à aprendizagem da leitura.

 

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Associação Brasileira de Dislexia. Documentos eletrônicos. Disponível em www.dislexia.org.br. Acesso em: 13 de setembro de 2007.

 

Daves, D. Davis. O dom da Dislexia: Por que algumas das pessoas mais brilhantes não conseguem ler e como podem aprender, Tradução Ana Lima e Gracia Badaró Massad. 1. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.

 

Shaywitz, Sally. Entendendo a Dislexia: um novo e completo programa para todos os níveis de problemas de leitura; Tradução Vinicius Figuerira. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

Teles, Paula. Documentos eletrônicos. Disponível em: www.medicoassistente.com. Acesso em: 13 de setembro de 2007.

 

 

 

 

 

[1] Aline Borrego Soares. Licenciada em Pedagogia. Atua na área da Educação.

[2] Márcio Roberto Hobold. Licenciado em Normal Superior e Química. Atua na área da Educação.

 

AFETIVIDADE ENTRE PROFESSOR E ALUNO

 

Aline Borrego Soares[1]

Angélica Araujo Cerizza[2]

Márcio Roberto Hobold[3]

 

 

RESUMO

 

Como há de se verificar foi observado através de uma visão neuropedagógica a associação da afetividade entre professor e aluno contando ainda com a contribuição dos teóricos, Jean Piaget, Henri Wallon, Vigotsky. Não se pode perder de vista o aspecto afetivo emocional de cada indivíduo que integra as suas experiências de vida, incluindo a alegria, o medo, a vergonha e a sexualidade. Partindo desse pressuposto o professor deve considerar o aluno como um todo tanto na sua forma cognitiva quanto na afetiva. Acima de tudo é fundamentar ressaltar através das emoções o aluno exterioriza seus desejos. Como se observa são manifestações que exprimem um universo importante e perceptível, porém pouco estimulado pelos métodos tradicionais de ensino.

Tendo como objetivo não somente descrever a importância da afetividade, como também relacionar na pratica sua influencia no processo de ensino aprendizagem.

 

Palavras-chave: Afetividade, percepção, aprendizagem.

 

ABSTRACT

 

As will be noted verify through a vision neuropedagógica the association of affection between teacher and student still counting with the contribution of theorists, Jean Piaget, Henri Wallon, Vygotsky and reporting of teachers working in the classroom.One can not lose sight of the emotional affective aspect of every individual who integrates their life experiences, including joy, fear, shame and sexuality. Based on this assumption the teacher should consider the student as a whole both in its cognitive and the affective. Above all is to emphasize support the student through the emotions externalizes his desires. As noted are manifestations that express a universe important and noticeable, but not stimulated by traditional teaching methods.
Aiming not only to describe the importance of affectivity, but also relate in practice its influence on the learning process.

 

Keywords: Affectivity, perception, learning

INTRODUÇÃO

 

Este trabalho tendo como foco a Neurociência através do estudo da Neuropedagogia, visando responder a associação da afetividade entre professor aluno. Nunca é demais lembrar o peso e o significado, uma vez que esta relação possui papel fundamental no desenvolvimento da criança.

O aspecto afetivo emocional de cada indivíduo integra as suas experiências de vida, incluindo a alegria, o medo, a vergonha e a sexualidade. Partindo desse pressuposto o professor deve considerar o aluno como um todo tanto na sua forma cognitiva quanto na afetiva.

Acima de tudo é fundamentar ressaltar através das emoções o aluno exterioriza seus desejos. Como se observa são manifestações que exprimem um universo importante e perceptível, porém pouco estimulado pelos métodos tradicionais de ensino.

O presente estudo tem como objetivo não somente descrever a importância da afetividade, como também relacionar na prática sua influência no processo de ensino-aprendizagem.

O trabalho se divide em: primeiro uma breve introdução, sequentemente a perspectiva de Neuropedagogia, seguido do conceito de afetividade sobre uma perspectiva da abordagem de Henri Wallon, Vigostsky e Jean Piaget, continuando o estudo não tão menos importante quanto os tópicos anteriores da pesquisa a relação professor e aluno, e por fim a conclusão.

 

desenvolvimento

 

 

2. a neuropedagogia

 

A Neurociência é o estudo do desenvolvimento do cérebro, a Neuropedagogia é o aproveitamento do estudo desta ciência em favor da educação, desta forma ajuda a escola a verificar os métodos realmente eficazes para o aprendizado. De acordo com RIESGO (2006) a Neuropedagogia é a interconexão entre saúde e educação, na qual o assunto é o aprendizado normal e seus principais conflitos.

Para Antunes (1999) o cérebro é o órgão por excelência da inteligência, desta forma para compreender como o ocorrem os processos intelectuais é preciso conhecer os mecanismos cerebrais. O cérebro é dividido em três partes fundamentais: o hipotálamo, o córtex e o sistema límbico.

O hipotálamo tem o tamanho de uma ervilha, apesar do seu tamanho, tem grande importância para os comportamentos humanos. Ele controla a temperatura corporal, a fome, sede, e os ciclos circadianos. È responsável pela expressão física das nossas emoções.

O córtex cerebral é a fina camada cinzenta que cobre o cérebro. Ele é dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) e subdividido em lobos (frontal, parietal, temporal e occipital). É responsável pelos movimentos do corpo humano e armazenamento de memória.

O sistema límbico é a região que controla nossas emoções como a afetividade. A inteligência é modificada pelo sistema límbico associando-se a várias outras funções ( a perceptivo motora e a cognitiva) e também  é percebida em diferentes regiões do cérebro. Para que a aprendizagem aconteça é necessário que a memorização aconteça, de acordo com Machado (2006, p.283):

 

[...] depende do sistema límbico, que está envolvido nos processos de retenção e consolidação de informações novas e possivelmente também em seu armazenamento temporário e transferência para áreas neocorticais para armazenamento permanente.

Desta forma é possível verificar a relação entre o sistema límbico e a aprendizagem, onde ambos estão interligados pois esse participa do mecanismo da memória.

Ao nascer o cérebro tem cerca de cem bilhões de neurônios, transmissores de informações, que são capazes de produzir milhares de sinapses.

 

Eles dissolvem conexões pouco utilizadas ou fortalecem as ativas de uso freqüente. [...] Até idade avançada, sinapses serão fortalecidas ou enfraquecidas por novos estímulos, experiências, pensamentos e ações, o que [...] possibilita aprender durante toda a vida (FRIEDRICH e PREISS, 2006, p. 52-53).

 

De acordo com a Neurociência, os processos de aprendizagem modelam o cérebro através das sinapses, desta forma o ensino é estimulo a produção de sinapses, acionando o cérebro para que a aprendizagem aconteça.

 

3. Conceito de afetividade

 

A palavra afetividade é um termo que deriva das palavras afetivo e afeto. A Alencar apud Ranguetti (2002, p.88):

 

É composta de prefixo latino affectivus (que exprime desejo),pela vogal i, e de sufixo latino dade (ação, resultado de ação, qualidade, estado). Por sua vez, a palavra affectivus é formada pela partícula ad + verbo fácere. Por sua vez, a assimilado em af é indicativa de proximidade, intensidade. E o verbo fazer (fácere) tem significado de ação de alguém junto a outre [...].

 

Ela faz parte da vida do ser humano desde quando nasce, é através dela que o homem se desenvolve, esta possui importante papel nas suas relações em sociedade.

Segundo Aragão (2002, p.2):

 

Os afetos podem ser comparados ao tempero dos alimentos, que conferem características sem as quais eles perderiam qualidades individuais, capazes de enriquecer a experiência. O afeto é importante para se fazer um juízo das vivências, no sentido de serem boas ou más agradáveis ou desagradáveis, certas ou erradas, bonitas ou feias. A vida se torna vazia, sem sabor.

 

Dessa forma percebe-se que a afetividade dá “sabor à vida”, ela motiva as pessoas, então o professor deve tomar consciência dessa importância e ter isso como algo que transforme a sala de aula em ambiente, que releve não apenas o aspecto cognitivo, mas também o afetivo, pois este influência no aprendizado da criança.

As primeiras relações afetivas que a criança estabelece são com a família ou pessoas próximas. Ao entrar na escola ela se depara com outras crianças diferentes dela e também o professor, muitas vezes essa mudança deixa a criança insegura, por isso a importância da criança se sentir acolhida e valorizada, para que os aspectos afetivos sejam positivos.

 

3.1 Teoria de Henri Wallon

 

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu no ano de 1879, em Paris na França. Formou-se psicologia, medicina e fez também filosofia. Foi filiado ao partido comunista e sua obra originou-se do estudo com mais de duzentas crianças doentes, portadoras de retardo, epilepsia e outros tipos de patologia. Para este teórico o ser humano é organicamente social, ou seja, "o ser humano é organicamente social e sua estrutura orgânica supõe a intervenção da cultura para se atualizar” (Dantas, 1992). Sobre a importância do meio, Wallon, afirma que:

 

O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e a suas aptidões sensório-motoras e, depois, psicomotoras...

Não é menos verdadeiro que a sociedade coloca o homem em presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução e diferenciação individual. A constituição biológica da criança, ao nascer, não será a única lei de seu destino posterior. Seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias de sua existência, da qual não se exclui uma possibilidade de escolha pessoal... Os meios em que vive a criança e aqueles com que ela sonha constituem a “fôrma” que amolda a sua pessoa. Não se trata de uma marca aceita passivamente. (Wallon, 1975, p. 164,165,167)

 

A teoria Walloniana no aspecto pedagógico afirma que o desenvolvimento intelectual envolve mais do que os aspectos orgânicos, abalando assim as convicções em uma época em que erudição e memória eram o máximo em termos de construção do conhecimento. Wallon foi o pioneiro a levar em consideração não somente o corpo da criança, mas também suas emoções, para a sala de aula.

Como destaca Mahoney e Almeida (2006, p.59):

 

Partindo de uma perspectiva psicogenética, a teoria de desenvolvimento de Wallon assume que o desenvolvimento da pessoa se faz a partir da interação do potencial genético, típico da espécie, e uma grande variedade de fatores ambientais. O foco da teoria é essa interação da criança com o meio, uma relação complementar entre os fatores orgânicos e sócioculturais.

 

 

Sendo assim para este teórico, a consciência tem origem nas emoções e será através destas que o sujeito passará do orgânico para o social e formará o seu psiquismo, tendo a todo o momento impacto das situações externas e internas.

 

3.1.1 As fases das inteligência na Teoria Walloniana

 

Wallon(1995) aponta que o ato mental nasce a partir do ato motor, no primeiro ano de vida a criança está apenas preparando suas condições sensório-motoras, desenvolverá as funções de pegar, andar e olhar, dominando estes aspectos poderá ao longo do segundo ano terá inicio uma exploração mais sistemática do ambiente que a cerca.

Suas ideias estão baseadas em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Para este teórico são cinco os estágios do desenvolvimento infantil, Wallon (1995, apud GALVÃO) descreve os períodos de desenvolvimento da criança:

. Impulsivo-emocional, que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê as pessoas, as quais intermediam sua relação com o mundo físico.

. Sensório-motor e projetivo, que vai até os três anos. A aquisição da marcha e da pressão, dão a criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estagio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores.

. Personalismo, ocorre dos três aos seis anos. Nesse estagio desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas.

. Categorial, os processos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior.

. Predominância funcional, ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido ás modificações corporais resultantes da ação hormonal.

Para Wallon, as fases do desenvolvimento não são superadas, mas a cada passagem de uma para a outra há um processo de incorporação das conquistas anteriores que vão se tornando mais complexas.

 

 

3.1.2 A afetividade e o aprendizado na obra de Wallon

 

Para Wallon a emoção é um aspecto central no desenvolvimento do ser humano e está absolutamente ligada ao conhecimento. Portanto para este autor a escola somente será capaz de ensinar se levar em conta os sentimentos da criança e como estes interferem na aquisição do conhecimento.

A afetividade pode ser um fator aliado ao desenvolvimento. Segundo Wallon (1979 apud GALVÃO, 2003:

 

Paralelamente ao impacto que as conquistas feitas ao plano cognitivo têm sobre a vida afetiva, a dinâmica emocional terá sempre um impacto sobre a vida intelectual. […] É graças à coesão social provocada pela emoção que a criança tem acesso à linguagem, instrumento fundamental da atividade intelectual. (GALVÃO, 2003, p.76)

 

Portanto a escola proposta por Wallon supera a separação afetivo/cognitivo e procura aliar razão e emoção como processos que precisam estar integrados para que o desenvolvimento e o aprendizado ocorram, considerando este caráter unificado das emoções, no âmbito da prática pedagógica, é possível verificar o fortalecimento da afetividade na relação professor/aluno para que a aprendizagem se torne eficaz e prazerosa.

 

3.2 Teoria de Vigostki

 

Tendo como foco o desenvolvimento humano, o aprendizado e as relações entre desenvolvimento e aprendizado, buscando compreender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da historia da espécie humana , como destacou Almeida, (2006).

A principal tese de Vigotsky defendeu a dualidade entre as teorias das emoções existentes, com base no pressuposto da filosofia cartesiana de que as emoções separam o corpo e a mente, essa teoria lhe trouxe estimulo no estudo do comportamento, ciências naturais e mais próximo da filosofia, voltado para a compreensão de significados e motivações humanas.Perdurando em uma grande dose de afeto e a cognição sendo tratados separadamente de forma isolada do funcionamento psicológico humano, Molka, (1995).

O individuo nasce como ser biológico, com uma estrutura filo e autogenética, havendo uma construção social-histórica através da inserção cultural.

Para Vigotsky o nível de desenvolvimento real da criança caracteriza o seu desenvolvimento de forma a referir a etapas já adquiridas pela criança, dessa forma as funções psicológicas que fazem parte do nível de desenvolvimento são aqueles já estabelecidos ou seja processos de desenvolvimento já concluídos. De acordo com Oliveira, 1991:

A concepção de Vigostky sobre as relações entre desenvolvimento e aprendizado, e particularmente sobre a zona de desenvolvimento proximal, estabelece forte ligação entre o processo de desenvolvimento e a relação do individuo com seu ambiente sócio-cultural e com sua situação de organismo que não se desenvolve plenamente sem o suporte de outro individuo de sua espécie. É na zona de desenvolvimento proximal que a interferência de outros é mais transformadora. (Oliveira de K. Marta, 1991, pag.61)

 

Para Chalita, (1990) a inserção dessa concepção de Vigotsky para o ensino é imediata, a noção de desenvolvimento proximal é essencial, pois um individuo só imita as ações do outro, se esse outro está dentro de sua zona de desenvolvimento proximal. Ao Salientar a importância das interações sociais, introduz a interação da internalização como sendo fundamental para a aprendizagem, concluindo-se que se adquire o conhecimento apartir da interação entre as pessoas, se inserindo na cultura , assim moldando seu desenvolvimento.

A partir de Vigostky (2006) destaca-se a afetividade que surge entre professor e aluno como elemento inseparável do processo de construção do conhecimento, contando com a qualidade da interação pedagógica, vai transmitir a afetividade para o objetivo de conhecimento.

 

 

3.3 Teoria de Jean Piaget.

 

Jean Piaget estuda a lógica do pensamento, onde a gênese se encontra na lógica das ações dos primeiros 24 meses de vida. De acordo com Piaget o desenvolvimento psicológico é uno em todas as suas dimensões afetivas e cognitivas, ou seja a correspondência entre as construções cognitivas e afetivas, ou seja a correspondência entre as construções cognitivas e afetivas ao longo da vida do individuo ocorrendo as relações entre a afetividade, como destaca, Carrara (2004).

Afirmando que a afetividade e a inteligência são indissociadas e integradas no desenvolvimento psicológico, não havendo a possibilidade de ter duas psicologias para se explicar o comportamento. Na passagem do período sensório-motor( 0 á 2 anos) para o período pré-operatório( 2 á 6 anos) com o desenvolvimento através de jogos e símbolos e da imitação nota-se o papel dos sentimentos e das relações interindividuais na formação do sistema afetivo do desenvolvimento psicológico.

De acordo com Oliveira (1991) de modo geral a afetividade evolui a partir dos sentimentos instintivos vindos dos reflexos até as simpatias e antipatias e os correspondentes as construções representacionais para chegar aos sentimentos ditos normativos correspondentes ao sistema operatório da inteligência.

 

...a educação forma um todo, e a atividade que a criança executa com relação a cada uma das disciplinas escolares supõe um esforço de caráter e um conjunto de condutas morais, assim como supõem uma tensão da inteligência e mobilizações de interesses.

(Piaget, 1998,p.43)

 

Como observa-se Oliveira (1999), para Piaget a afetividade sozinha não sustenta o objetivo, sendo assim, faz se necessário a junção das funções cognitivas, bem como ditas anteriormente, acreditando na importância da distinção do predomínio dos aspectos cognitivos no meio. Defendendo ainda que toda conduta existe dois tipos de ações, a ação primaria e a ação secundaria que de acordo com sua tese ambas existem aspectos afetivos ligados como um regulador de forças.

Segundo a teoria de Piaget a afetividade é aspecto necessário, complementar e fundamental no desenvolvimento intelectual da criança,não havendo essa complementação não haverá desenvolvimento intelectual e cognitivo desse individuo.

 

4 RELAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNO.

 

O professor se encontra em uma posição de estimável importância, desde a época dos primórdios da cultura grega, sendo vital para o amadurecimento da sociedade e a propagação da cultura.

Partindo desse princípio, Chalita (1990) resalta se que é de fundamental importância uma boa relação entre professor e aluno, pois tendo um bom relacionamento o aluno se sentira mais receptivo ao aprendizado, proporcionando um trabalho construtivo. Faz se necessário um conjunto de ações, como elaborar situações justas nas provas e atividades com dosagens que estimulem o aluno, a aplicação de aulas diferentes com os recursos possíveis. Utilizando dessas estratégias o professor busca um melhor relacionamento, dando assim a oportunidade para o dialogo estando aberto para novas experiências, aos sentimentos e aos problemas de seus alunos.

Sendo referencia de comportamento, valores e atitudes, sendo levado como modelo de conduta, modelo esse que reflete sobre sua vida, resgatando em muitos alunos a crença de que ele pode ser cuidado.

 

...Respeito ao aluno é o elemento fundamental a ser obedecido se se quer formar uma geração com capacidade simultânea de sonhar e de executar, uma geração que imagina utopias e lute para a concretizacão delas que se imponha metas e não tenha medo de tentar atingi-las, em qual quer idade... (CHALITA,GABRIEL. 1990. P.137).

 

Devendo se atentar de que o alunos traz com sigo uma bagagem de experiências de sua família, sejam ansiedade, bloqueios, medos, que propiciam uma possível barreira no processo de aprendizagem, onde se faz necessário o educador se dispor a ir ao auxilio desse aluno, se dispondo a diálogos para se obter um conhecimento prévio da situação que se encontra seu educando, trabalhando a partir desse momento com um método que se enquadre com a sua dificuldade, resgatando a alto confiança desse aluno, o professor amigo pode ser um farol que mostra a luz.Como destaca Freire (2007):

 

 

Não é certo,sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor de for severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponho nas minhas relações com os alunos, no trato dos adjetos cognoscíveis que devo ensinar.A afetividade interfira no comprimento ético de meu dever de professor no exercício de minha autoridade.Não posso condicionar a avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior o menor bem querer que tenha por ele. (FREIRE, PAULO.2007. P.141)

 

 

 

Conhecer o universo do aluno é um elemento muito importante é o caminho para que haja mediação de conhecimentos no qual deve ser realizada pelo professor. Compreende-se ainda que, em sala de aula a afetividade não será eficaz se não houver por parte do educador a competência didática, ficando assim a qualidade do ensino prejudicada.

Freire (2007) lembra que o conhecimento do universo e realidade do aluno deve ser feita de modo a não invadai-lo, deslumbrar-se e aprender coisas novas com o aluno é um facilitador para que o educando aceite a realidade que o professor leva para a sala de aula, dessa forma se sentindo parte integrada do aprendizado. A escola é um espaço onde se constroem relações humanas é a mola propulsora do desenvolvimento intelectual.

Segundo Freire (2007) a interação educador e educando vai além dos limites profissionais, escolares, bimestrais, e do ano letivo, é uma relação que deixa evidencia e deve sempre buscar a afetividade e o dialogo como construção e união do espaço escolar se tornando uma alavanca desencadeadora de mudanças no nível escolar como no sistema social, econômico e político.

O aluno sendo tratado com devido respeito, e sua história de vida sendo valorizada, será um aluno otimista, engajado, sendo a promessa para o país que queremos, pois é das escolas que sairão as pessoas que assumirão os postos de comando da nação, são as referencias para os novos tempos.

O relacionamento entre professor e alunos na sala de aula deve ir além da transmissão de conteúdos, a afetividade deve ser um elemento a mais para que a aprendizagem aconteça.

 

5. CONCLUSÃO

A partir das analise efetuadas com a contribuição dos teóricos Jean Piaget, Henri Wallon, Vigostki e ainda com base na neuropedagogia e relatos de profissionais da educação, neste presente trabalho pode se observar que o conceito de afetividade é uma peça chave para a do conhecimento.

Salienta-se ainda que a mesma está interligada as emoções das quais influenciam no processo de aprendizagem da criança, pois não há afinidade, haverá um comprometimento na aprendizagem não ocorrendo uma recepção adequada do que se está sendo ensinado, comprometendo o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem da criança.

Nunca é demais lembrar o peso e o significado, uma vez que é muito importante o profissional da educação manter um vinculo afetivo sólido com seu aluno, para assim o processo de ensino aprendizado se tornar prazeroso e benéfico para ambos, consolidando o processo de aprendizagem com êxito.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Laurinda; Mahoney, Abgail. A teoria de desenvolvimento de Wallon Dialoga com o Interacionismo de Piaget e Vygostsky e é fundamental para compreender a dimensão afetiva do processo ensino-aprendizagem. Revista Mente e Cérebro, São Paulo, nº 6, abr, 2006.

 

ANTUNES, Celso. Alfabetização emocional: Novas estratégias. Petrópolis: Vozes, 1999.

 

CARRARA, KESTER .Introdução á psicologia da educação:Seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004.

 

CHALITA,GABRIEL. Educação a solução está no afeto. São Paulo:Gente,12° Ed. 1990.

 

CURY, Augusto Jorge. Pais Brilhantes, Professores Fascinantes. Sextante. Rj, 2003.

 

FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia, saberes necessários e praticas educativas.São Paulo: Paz e terra, 2007.

 

FRIEDRICH, G.; PREISS, G. Educar com a cabeça. In: Viver, mente e cérebro. Ano XIV nº 157. Duetto Editorial. São Paulo, Fev/2006.

 

GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento

infantil. Petrópolis/RJ: Vozes, 1995.

 

L.S. VIGOTSKI .A formação social da mente.O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo:Martins Fontes, 7°ed,2007.

 

MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia funcional. 2 ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2006.

 

MOLKA, A. L. B. & GÓES, M. C .A linguagem e o outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. São Paulo: Papirus,1995.

 

OLIVEIRA, DE KOHL,MARTA.Vygotsky, aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-historico.São Paulo: Scipione, 1991.

 

OLIVEIRA,J.H.B DE FREUD E PIAGET .Os procedimentos da educação moral.In:(org.)Jean Piaget -sobre a pedagogia.São Paulo:Casa do psicólogo,1999,p.25-58.

 

OLIVEIRA, J.H.B DE FREUD E PIAGET. Afetividade e inteligência. São Paulo:Porto,1991.

 

ROTTA, Newra Tellechea. OHLWEILER, Lygia. RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.

 

 

 

 

[1] Aline Borrego Soares. Licenciada em Pedagogia. Atua na área da Educação.

[2] Angélica Araujo Cerizza. Licenciada em Pedagogia. Atua na área da Educação.

[3] Márcio Roberto Hobold. Licenciado em Normal Superior e Química. Atua na área da Educação.

 

ANÁLISE DO TEMA PORÍFEROS EM VOLUME DE UMA COLEÇÃO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO

 

Fernando Pedrosa Coelho¹

Amanda do Amaral Luna²

Nilda Luciana do Nascimento Ferreira³

Ivanilde do Carmo

Liane de Fátima Pereira

Luciano José Leandro

Poliana Samira Rosa Jacob

Maria Lúcia Silva

Hellen Fernanda Francisco

 

Artigo Científico Apresentado a disciplina de zoologia dos invertebrados I do Instituto federal do sudeste de minas gerais campus Barbacena, como requisito parcial para aprovação.

 

RESUMO

 

 

O livro didático, constitui ferramenta indispensável ao professor e ao aluno, contudo os livros também são passiveis de erros e muitas vezes não são adequados para o ensino aprendizagem. Este estudo teve como preocupação principal analisar o tema Poríferos do livro BIO do 2º ano do ensino médio de autoria da Sônia Lopes e Sérgio Rosso. Para isso, foi empregado como metodologia proposta por Vasconcelos e Souto (2003) com adaptações. A análise do tema Poríferos revelou tanto pontos positivos e negativos. Dentre os pontos positivos, podemos enumerar a complementação das ideias textuais com as ilustrações, adequação da linguagem ao publico que se destina, utilização de atividades propostas. Nos pontos negativos, a falta de guia de experimentos, e atividade em grupo. De modo geral, o capitulo analisado apresentou mais pontos positivos do que negativo, apresentado como um bom material a ser utilizado em sala de aula. A utilização de outros livros em conjunto com o livro analisado poderia minimizar os pontos negativos analisados.

Palavras-chave: Poríferos. Alunos. Tema.

 

ABSTRACT

The textbook is an indispensable tool for the teacher and the student, however the books are also subject to errors and are often not suitable for teaching learning. This study had as main concern to analyze the Poríferos theme of the book BIO of the 2nd year of high school authored by Sônia Lopes and Sergio Rosso. For this, it was used as methodology proposed by Vaconcelos and Souto (2003) with adaptations. The analysis of the topic Poríferos revealed both positive and negative points. Among the positive points, we can enumerate the complementation of textual ideas with illustrations, adaptation of the language to the target audience, use of proposed activities. On the negative points, the lack of experiment guide, and group activity. In general, the analyzed section had more positives than negative, presented as good material to be used in the classroom. The use of other books in conjunction with the book analyzed could minimize the negative points analyzed.

Key-words: Porifera. Students. Theme.

 

1. Introdução

O livro didático, constitui ferramenta fundamental e indispensável ao professor e ao aluno em sala de aula (BANDEIRA; STANGE; SANTOS, 2012). O Ministério da Educação (MEC) dispõe de uma plataforma onde o aluno e o professor pode acessar mais 123 mil obras, uma biblioteca virtual chamada de domínio público desde 2004 (BRASIL, 2017). Além disso, o MEC disponibiliza gratuitamente livros para a rede pública de ensino (BANDEIRA; STANGE; SANTOS, 2012). Esses livros disponibilizados estão sujeitos a julgamento por outros autores quanto a sua qualidade e métodos avaliativos (BANDEIRA; STANGE; SANTOS, 2012). Se há desentendimento entre os especialistas quanto aos conteúdos dos livros didáticos, para os professores da rede pública de ensino é ainda mais difícil fazer essa análise e seleção do livro didático (BANDEIRA; STANGE; SANTOS, 2012).

A análise crítica de livros didáticos pode auxiliar os professores a escolher o livro didático a ser utilizado por ele e por seus alunos durante o ano letivo.

 

Como foi dito por Alvarez, 1991 citado por Bandeira, Stange e Santos 2012,

 

O professor precisa analisar os textos que encontra a seu dispor, antes de decidir sobre aquele a ser adotado. Não só para detectar erros de conteúdos ou distorções pedagógicas, mas principalmente para verificar se os objetivos e pressupostos do autor são adequados ao curso que planejou.

 

2. Objetivo

Analisar o tema Poríferos do livro BIO do 2º ano do ensino médio de autoria da Sônia Lopes e Sergio Rosso.

 

3. Metodologia

Para alcançar o objetivo proposto, foram usados os critérios propostos por Vasconcelos e Souto (2003) descritos a seguir com algumas adaptações: a). conteúdo teórico. b). recursos visuais, c). atividades propostas e d). recursos adicionais (REIS et. al. 2014).

Foi empregado também como metodologia a pesquisa bibliográfica de artigos, monografias, dissertação, e outros documentos publicados nas bases de dados do Scielo, Lislacs, Google acadêmico, MEC, periódicos, livros e o livro BIO do 2º ano do ensino médio de autoria da Sônia Lopes e Sergio Rosso.

 

 

3. 1. Conteúdo teórico;

Assim como REIS et. al. 2014, o conteúdo teórico foi divido em eixos, são eles: linguagem textual, se linguagem do texto é proporcional ao público a quem se destina; clareza, se os conteúdos são claros ou não; atualização das informações fornecidas, se as informações fornecidas são atuais ou se são de fontes antigas já ultrapassadas.

 

 

 

3.2. Recursos visuais

Nos recursos visuais foram utilizando apenas dois eixos: qualidade das imagens, se a imagem é nítida ou não, e o nível de relação das informações com as imagens.

 

3.3. Atividade propostas

Foram utilizados apenas os seguintes eixos: questionamentos ao final do capítulo, incentivo a resolução de problemas e a relação entre o tema Poríferos e as atividades propostas (REIS et. al., 2014).

 

3.4. Recursos adicionais

Os recursos adicionais são aqueles que ajudam o aluno, complementando o estudo. Foram usados os seguintes eixos: caderno de exercícios, guia de experimentos, glossários, guia do professor e indicação com estimulo a utilização de novas tecnologias, assim como feito por (REIS et. al., 2014).

 

4. Desenvolvimento

Abaixo foram apresentados os resultados das análises de cada critério empregado.

 

4.1.Conteúdo teórico

O texto apresenta linguagem adequada ao público a que se destina, visto que é clara e explicativa, como pode ser observado no trecho abaixo:

 

O corpo das esponjas possui numerosos poros, característica que deu nome ao filo (póros = poro; phorus = portador de). No ápice do corpo desses animais, há uma abertura maior denominada ósculo (LOPES; ROSSO, 2017, p. 175).

[...] por células flageladas chamadas de coanócios (coano = funil)(LOPES; ROSSO, 2017, p. 176).

 

Além da linguagem compreensível, o autor utiliza recursos textuais complementares, o que leva o aluno a relacionar o conteúdo estudado em sala de aula com a mídia e atualidade. Ademais convida o aluno a relembrar os capítulos estudados anteriormente e propõe exercícios a serem realizados, conforme observado abaixo.

 

Antes de continuar o estudo dos animais, convidamos você a fazer um safári na mídia a fim de reconhecer as espécies do reino animal que receberam alguma atenção da mídia nos últimos anos. Isso será base importante para você acompanhar os capítulos de zoologia (LOPES; ROSSO, 2017, p. 174).

 

O autor trabalha as características gerais dos Poríferos, os tipos de esponja (Asconoide, Siconoide e Leuconoide) e a reprodução das esponjas (reprodução assexuada (por brotamento e gemulação) e sexuada). Entretanto, outros assuntos relevantes como sistema excretor e digestório (modos como se alimentam e como eliminam os restos) foram menos abordados no capítulo.

 

4.2.Recursos visuais

Nos recursos visuais tanto a qualidade das imagens quanto o nível de relação das informações com as imagens foram muito boas. As imagens são claras e mostrou que as informações contidas nos textos presentes no livro são condizentes com o que mostra nas imagens, reforçando e tornando mais claro o aprendizado do aluno. As figuras de esquemas apresentavam ainda legendas detalhadas e explicativas, e esquema de setas indicando os nomes das estruturas, já as figuras de imagens apresentavam apenas as legendas. As legendas disponíveis abaixo das imagens contextualizava sempre uma curiosidade, despertando ainda mais o interesse do leitor, veja só esse descrição da figura de uma esponja.

 

Fotografia de esponja carnívora que ocorre em águas marinhas da França. Observe que, nas laterais, estão localizados os tentáculos. No Brasil, uma espécie de esponja carnívora foi encontrada a 4450m de profundidade, a cerca de 500km de distancia da costa. Mede cerca de 2 cm de diâmetro (LOPES; ROSSO, 2017, p. 177).

 

Observe que o autor além de descrever o animal ele ainda descreve o local onde elas são encontradas.

Em um dos sistemas de esquemas o autor esquematiza os tipos de esponja e mostra as características de cada uma delas o que casa muito bem com o texto

que antecede o esquema da figura, veja o que diz o texto;

 

Existem três tipos de esponjas: asconoide, siconoide e leuconoide.

Esponjas asconoide são as mais simples, e sua estrutura limita o tamanho do corpo do animal. Por serem animais filtradores, as esponjas dependem da água que fazem circular em seu corpo para a realização de suas funções. No tipo asconoide esse fluxo é mais lento que nos demais, pois[...]Nos demais tipos morfológicos, o fluxo de água é maior em função do aumento da área ocupada pelos coanócitos e da redução espongiocele, duas condições consequentes de dobramento da parede do corpo(LOPES; ROSSO, 2017, p. 176).

 

 

4.3.Atividade propostas

Os exercícios propostos pelo autor foram divididos em 3 tópicos, são eles: "despertando idéias", "ampliando e integrando conhecimentos" e "testes".

O primeiro tópico de atividade "Despertando idéias" trata-se de uma pesquisa que deve ser feita com os alunos que após o texto introdutor acompanha questões a serem respondidas com base na pesquisa dos alunos. Já o Ampliando e integrando conhecimentos traz um texto sobre poríferos e perguntas para que os alunos respondam com base no que eles estudaram no ultimo capitulo do livro. O "ampliando e interagindo" para o autor é uma forma de estimular mais informações ao estudante, veja o que foi dito pelo autor:

 

...a leitura do texto é uma ponte para estimular os estudantes a compilar outras informações sobre poríferos, tanto no texto do capitulo quanto eventualmente em outras fontes (LOPES; ROSSO, 2017, p. 355).

 

O ultimo tópico o testes acompanha questões de vestibulares para serem respondidas pelos alunos sobre todos os temas estudados até o final do capitulo do livro.

O ampliando e interagindo e o teste,mostraram estar condizentes com o tema Porífera.

 

 

4.4.Recursos adicionais

 

Quanto aos recursos adicionais foi apresentado o caderno de exercícios como mencionado em atividades propostas em "testes". Não foram apresentados nem um guia de experimento e glossário. Foi apresentado um guia do professor no qual o autor do livro explica de forma simples e clara o objetivo de cada capitulo e como o professor deve abordar cada conteúdo dentro deste capitulo. Além disso traz também orientações didáticas para o professor discutindo com o leitor a melhor forma de contextualizar o os assuntos, motivar pesquisas, discussões, trabalho com tecnologias de informação e comunicação além de incentivar visitas técnicas. O manual do professor também traz uma proposta empregada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCN), que são os temas transversais e sugere ao professor o uso dessa ferramenta.

 

5. Conclusão

Podemos notar diversos pontos positivos e negativos no capítulo analisado sobre o tema poríferos. Dentre pontos positivos podemos enumerar a ótima complementação das idéias transmitidas no texto com as ilustrações correspondentes. Isso contribui para construção de conceitos melhorando o aprendizado do aluno.

Podemos enumerar também as atividade que estimulam o aluno a pensar e recordar conceitos já estudados anteriormente.

Outro ponto positivo identificado foi a linguagem textual simples e condizente com a idade dos estudantes.

Nos pontos negativos podemos citar a falta de atividade em grupo e projetos, o que constitui uma perda para o aluno, uma vez que o aluno não participa de atividades em grupo ele deixa de adquirir experiência de trabalho em conjunto com outros alunos. A falta de guia de experimentos é outro ponto negativo, pois o aluno não vivencia o emprego da teoria na prática, ou seja, o aluno deixa de empregar o que foi aprendido em sala de aula no seu dia-a-dia, prejudicando assim sua formação social e científica.

Uma alternativa que poderia ser empregada para minimizar os possíveis efeitos dos pontos negativos encontrados na aprendizagem do aluno poderia ser a complementação com informações sobre Poríferos de outros livros.

 

REFERÊNCIAS

BANDEIRA, Andreia; STANGE, Carlos Eduardo Bittencourt; SANTOS, Julio Murilo Trevas dos. Uma proposta de critérios para análise de livros didáticos de ciências naturais na educação básica. Sinect, III Simpósio Nacional de Ensino de Ciência e Tecnologia., Ponta Grossa, PR, 2012. Disponível em:<http://www.sinect.com.br/anais2012/html/artigos/ensino%20cie/6.pdf> Acesso em: 12 de outubro de 2017.

 

REIS et. al. Análise do conteúdo “répteis” em uma coleção didática do ensino médio. V Enebio e II Erebio Regional 1. Revista da SBEnbio - nº7, oct. 2014. Disponível em:<http://www.sbenbio.org.br/wordpress/wpcontent/uploads/2014/11/R0392-1.pdf> Acesso em: 12 de outubro de 2017.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Domínio Publico. 2017. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/dominio-publico> Acesso em: 12 de outubro de 2017

 

LOPES, Sônia; ROSSO, Sergio. Bio. Vol. 2. 3. ed. São Paulo. Saraiva, 2016.

O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Ana Cláudia Dalmolin1 

 

RESUMO

 

No presente trabalho propõe-se verificar como ocorre o processo de ensino e aprendizagem através do lúdico na Educação Infantil. Para tanto, com eixo metodológico mais consistente e acessível de verificação, definiu-se pela pesquisa bibliográfica que o lúdico é considerado uma forma de proporcionar prazer, utilizando o imaginário e a criatividade nas várias formas de brincadeiras e jogos. Através do brincar a criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a criatividade, autoconfiança, autonomia, expande o desenvolvimento da linguagem, pensamento e atenção. O lúdico na educação infantil tem sido uma das estratégias mais bem sucedidas no que concerne à estimulação do desenvolvimento cognitivo e de aprendizagem de uma criança. Essa atividade é significativa por que desenvolvem as capacidades de atenção, memória, percepção, sensação e todos os aspectos básicos referentes à aprendizagem.

 

Palavras - chave: Lúdico. Processo Ensino Aprendizagem. Educação Infantil.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O objetivo deste trabalho é mostrar como ocorre o processo de ensino aprendizagem através do lúdico na educação infantil.

O lúdico na educação infantil tem sido uma das estratégias mais bem sucedidas no que concerne à estimulação do desenvolvimento cognitivo e de aprendizagem de uma criança. Essa atividade é significativa por que desenvolvem as capacidades de atenção, memória, percepção, sensação e todos os aspectos básicos referentes à aprendizagem. É considerado uma forma de proporcionar prazer, utilizando o imaginário e a criatividade nas várias formas de brincadeiras e jogos.

A Educação Lúdica está longe de ser uma simples brincadeira ou passa tempo. É uma atividade inerente a criança que leva o ser humano ao encontro do conhecimento, da socialização e do desenvolvimento do seu caráter.

O processo de ensino e aprendizagem através do lúdico na educação infantil viabiliza uma série de aprimoramentos em diversos âmbitos dos desenvolvimentos, cognitivo, motor, social e afetivo. Através do brincar a criança inventa, descobre, experimenta, adquire habilidades, desenvolve a criatividade, autoconfiança, autonomia, expande o desenvolvimento da linguagem, pensamento e atenção.

Por meio de sua dinamicidade, o lúdico proporciona além de situações prazerosas, o surgimento de comportamentos e assimilação de regras sociais. Ajuda a desenvolver seu intelecto, tornando claras suas emoções, angústias, ansiedades, reconhecendo suas dificuldades, proporcionando assim soluções e promovendo um enriquecimento na vida interior da criança.

 

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

O processo de ensino e aprendizagem através do lúdico na educação infantil tem sido objeto de discussões, pois inserem as crianças no mundo da fantasia e da brincadeira, onde o Lúdico oferece uma essência de divertimento fundamental para o aprendizado.

Segundo Murcia (2005), as crianças sempre usarão algum jogo para passar o tempo ou para sua diversão, onde o jogo vai expressar algo vital para o ser humano (como meio de eliminar o seu excesso de energia). Murcia (2005, p. 46) apud Orlick (1990), afirma que “jogar é o meio ideal para uma aprendizagem social positiva, pois é natural, ativo e muito motivador para a maior parte das crianças. As brincadeiras envolvem de modo constante as pessoas nos processos de ação, reação, sensação e experimentação”.

Os conteúdos devem contemplar, portanto, atividades que evidenciem essas competências devem promover valores. Os jogos e atividades de ocupação de espaço devem ter lugar de destaque nos conteúdos, pois permitem que se ampliem às possibilidades de se posicionar melhor e de compreender os próprios deslocamentos, construindo representações mentais mais acuradas do espaço. Também nesse aspecto, a referência é o próprio corpo da criança e os desafios devem levar em conta essa característica, apresentando situações que possam ser resolvidas individualmente, mesmo em atividades em grupo.

O Lúdico desempenha um papel fundamental no aprendizado. Mas, não é o único componente do jogo. Existem outras funções para o mesmo, como competição e passatempo, contudo, independentemente de isso ser bom ou ruim, o que deve ser visto no jogo são seus aspectos criadores e não os negativos. Assim, buscar-se eliminar quaisquer vestígios de vulgarização da existência, vendo no jogo a possibilidade do exercício da criatividade humana (HUIZINGA, 1971).

Conforme Giacometti (2005), o brincar e o jogar podem ter o mesmo significado aos alunos, pois para eles, essas duas palavras soam como o mesmo significado, assim algumas crianças dizem brincar e outras dizem jogar. Para essa autora, seja qual for à época, cultura ou classe social, os jogos e as brincadeiras fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos, onde realidade e faz-de-conta se confundem.

O jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo, onde se apresenta justamente o Lúdico. A ideia de jogo é central para a civilização.

Segundo Friedman (1996, p. 12), brincadeira refere-se, basicamente, à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar; atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores.

Já para Murcia (2005, p. 47), o jogar “promove a construção de relações” e a brincadeira “facilitam a adaptação social”.

O Lúdico assume um papel importante no processo de socialização das atividades das crianças, pois acaba sobre tudo desenvolvendo a criatividade e a participação cultural, (MARCELINO, 1997).

Quando se trata em trabalhar com jogos, Macedo (2002, p 24) diz “o trabalho com jogos, no que se refere ao aspecto cognitivo, visa a contribuir para que as crianças possam adquirir conhecimento e desenvolver suas habilidades e competências”.

Assim sendo, o Lúdico nas aulas de Educação Infantil auxiliará como parte do processo de aprendizagem, contribuindo de forma positiva para que alunos e professores possam interagir de forma a gerar satisfação e harmonia no âmbito escolar. Onde a escola poderá incluir em seu planejamento, atividades atrativas que despertem plenamente o interesse e a participação de seus alunos em todos os conteúdos propostos.

A turma da educação infantil é estimulada através de atividades lúdicas jogos, leituras, imagens e sons. Através dos vários processos pedagógicos, a professora busca conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio.

Nas interações que estabelecem desce cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circundam, as crianças revela seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam e per meio das brincadeiras explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos.

No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar.

Nessa perspectiva, as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. “O conhecimento não se constitui em cópia de realidade, mas sim fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação” (Vygostsy1989, p.112). Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da Educação Infantil de seus profissionais.

 

 

2.1 O BRINCAR E A APRENDIZAGEM

 

O principal problema quando tentamos discutir o brincar e a aprendizagem é que a primeira tarefa difícil, conforme sugerido por Wajskop (1995) é a de distinguir entre o brincar e os comportamentos de brincar. O brincar é, portanto, o processo quanto modo: como as crianças e os adultos consideram certos objetos ou eventos indica se eles estão ou não agindo de maneira lúdica.

Qualquer coisa pode ser realizada de maneira lúdica, seja qual for a “categoria” ou o nível de atividade envolvida, e é possível que adultos e crianças mudem dentro de uma mesma situação, de lúdico para sério, e vice versa. O mais importante é que isso pode, ou não, ficar óbvio para um observador.

Especialmente na escola, segundo Oliveira (2000), é improvável que as crianças consigam se expressar, devido a constrangimentos temporais e interpessoais, de forma tão competente, consistente e aberta como fazem em casa. Os professores encontram outros problemas quando tentam avaliar o que a criança realmente esta aprendendo a partir do comportamento de brincar exibido.

Para Oliveira (2000) dizem também que as crianças ocupadas com uma atividade raramente conseguem participar de conversas intelectualmente desafiadoras, porque sua atenção esta dirigida para a tarefa. Os professores precisam inferir, a partir de suas atitudes externas, concentração, expressões faciais, motivação aparente, e assim por diante, qual esta sendo sua provável aprendizagem; de outra maneira, como eles podem saber que ensino e aprendizagem são necessários.

Segundo Kishimoto (1994, p. 29), as escolhas de oportunidade lúdicas que fazemos habitualmente, sem refletir, podem, se refletirmos a respeito, ser psicologicamente informativas sobre nós mesmos e podem sugerir uma série de questões muito interessantes sobre o significado psicológico dessas escolhas.

No contexto do presente modelo, precisamos reservar tempo para explorar as necessidades explicitadas pelo brincar, assim como tempo para conversar sobre ele, ampliando a aprendizagem por meio do brincar dirigido. A oportunidade para avaliar as respostas, compreensões e incompreensões da criança se apresenta nos momentos mais relaxados do brincar livre.

A maior aprendizagem está na oportunidade oferecida à criança de aplicar algo da atividade lúdica dirigida a alguma outra situação. Cunha (1994) explica claramente suas ideias em relação a este aspecto quando diz que “o brincar, como uma atividade, está constantemente gerando novas situações. Não se brinca apenas com e dentro de situações antigas”.

No caso das crianças pequenas, as incidências de aprendizagem podem ser muito pequenas, mas são elas que fazem a criança avançar um estágio ou mais na aprendizagem. E são essas aprendizagens que, livres do constrangimento do ensino ou da aprendizagem explícita, podem ser verdadeiramente consideradas como brincar, pois como dizem Pourtois & Desmet (1999, p. 52), “a exploração tende a preceder o domínio, que tende a preceder o brincar, e nem sempre é fácil distingui-los”. Por meio do brincar livre, exploratório, as crianças aprendem alguma coisa sobre situações, pessoas, atitudes e respostas, materiais, propriedades, texturas, estruturas, atributos visuais, auditivos e sinestésicos. Por meio do brincar dirigido, elas têm outra dimensão e uma nova variedade de possibilidades estendendo-se a um relativo domínio dentro daquela área ou atividade.

Por meio do brincar livre subsequente e ampliado, as crianças provavelmente serão capazes de aumentar, enriquecer e manifestar sua aprendizagem. Quanto mais jovem a criança, mais provável que seja necessário o brincar mais exploratório, mas isso depende do contexto geral e exploratório em suas experiências pré-escolar, em casa ou com companheiros de brincadeiras. Elas então chegam à escola possivelmente com expectativas muito diferentes em relação ao “brincar”.

Qualquer pessoa que já tenha observado ou participado do brincar infantil por certo período de tempo perceberá imediatamente que as crianças nem sempre utilizam uma variedade toa grande de materiais e atividades como frequentemente se sugere. Às vezes elas restringem bastante os recursos, manipulando-os dentro de um estreito intervalo de possibilidades potenciais, e precisam ser estimuladas a usá-los de outras maneiras e para outros propósitos.

Os jogos e brincadeiras no trabalho psicopedagógico muito podem contribuir na prática pedagógica, atingindo diferentes faixas etárias. Variando desde brincadeiras já conhecidas da criança até a criação de novos jogos.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

[...] brincar é uma das atividades mais importantes para o desenvolvimento da identidade e da autonomia das crianças [...], além de [...] “desenvolver habilidades importantes como a atenção, a imitação, a memória e a imaginação, o aluno também amadurece a capacidade de socialização por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais (1998, p. 22)”.

O lúdico permite sentir emoções, aceitar limites, competir, pensar, construir, decidir, experimentar, cooperar e descobrir. Nas brincadeiras as crianças ficam frente a frente com situações já vividas pelos seus pais. Segundo Benjamin, citado por Porto (2003), “o brinquedo, mesmo quando não é apenas miniatura de os objetos que circulam no mundo dos adultos, é confronto, não tanto da criança com os adultos, mas destes com criança”.

Lembrando que quando a criança cria um jogo ou o confecciona, a motivação é sempre maior, fazendo com que ela se sinta valorizada, principalmente as tímidas e com baixa estima.

Estes recursos possibilitam às crianças manifestarem curiosidades sobre os conhecimentos já adquiridos, bem como a exploração de vários materiais que são colocados a sua disposição, pois jogando e brincando, a criança assimila conhecimentos, experiências e valores, contribuindo para o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo.

Segundo Araújo, (1992, p. 14), é de fundamental importância o jogo na vida da criança, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, através de esforços físicos e mentais e sem se sentir coagida pelo adulto, começa a ter sentimentos de liberdade e satisfação pelo que faz, dando, portanto, real valor e atenção às atividades vivenciadas naquele instante.

Conhecendo o valor educativo contido nos jogos e brincadeiras, o educador poderá alcançar um desenvolvimento globalizado, atingindo necessidades de seu aprendiz, de forma que este seja um sujeito ativo na construção de seu conhecimento, pois o encanto natural das crianças de todas as idades e realidades sociais pelo brincar, nos fez pensar na importância dos jogos e brincadeiras como parceiros do processo de ensino-aprendizagem.

O processo de ensino aprendizagem depende em grande parte, da interação professor-aluno, devemos alertar que o professor é um facilitador da aprendizagem e assim deverá criar condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais e interaja com seus companheiros e assim, resolva situações problemas. E que guie seus alunos para ações participativas em tarefas e atividades que o façam se aproximar mais dos conteúdos programados.

As crianças brincam, transformando os brinquedos, reelaborando-os criativamente. Combinando os dados da própria experiência, elas constroem uma nova realidade e quando as crianças brincam entre si, ou sozinhas, não estão “perdendo tempo”, mas sim construindo uma série de conhecimentos e de habilidades importantíssimas, ao mesmo tempo em que podem reviver e resolver uma série de conflitos emocionais, brincando na presença de adultos que se interessam por seus jogos. (Rischbieter, 2000, p.98)

O ato de brincar, jogar, criar e imitar é um meio para que as crianças se apropriem da cultura corporal na qual estão inseridas, contribuindo assim para o desenvolvimento de relações interpessoais na sala de aula e fora dela. Em um ambiente organizado os jogos e brincadeiras auxiliam as interações, o desenvolvimento cognitivo e a autonomia das crianças.

É importante estimular uma mudança na postura pedagógica dos profissionais que atuam nesta modalidade de ensino, bem como alertar as instituições educacionais a investir na formação de seus profissionais para que incorpore o lúdico na proposta pedagógica, dando assim suporte para que estas atividades possam contribuir no desenvolvimento das funções psiconeurológicas e as operações mentais envolvidas em cada uma delas.

Brincar não constitui perda de tempo, nem é simplesmente uma forma de preencher o tempo. A criança que não tem oportunidades de brincar esta como um peixe fora d’água.” (Martins, 2005, p.181).

Estudos de Piaget e Vygotsky trazem o valor do brinquedo e da brincadeira para o conhecimento e desenvolvimento infantil. Através de estudos, basicamente sobre conhecimento, Piaget acreditava que o mesmo se forma aos poucos e que são os próprios indivíduos que os constroem progressivamente no decorrer das atividades do sujeito com o meio, atrelada ao jogo espontâneo como incentivador e motivador no processo de aprendizagem.

Brincar leva naturalmente à criatividade, porque em todos os níveis do brincar as crianças precisam usar habilidades e processos que proporcionam oportunidades de ser criativo. Sabendo da necessidade da motivação para a aprendizagem, o educador deve descobrir a melhor forma de chamar a atenção do aluno, utilizando também outros recursos metodológicos não somente o jogo, como afirma Friedman (1996, p. 59), “a ideia de aproveitar o jogo como metodologia não prioriza sua utilização enquanto mero instrumento didático”.

É preciso que os profissionais de educação infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na área de Educação Infantil em geral, para repensarem sua prática, se reconstituírem enquanto cidadãos e atuarem enquanto sujeitos da produção, para que possam mais do que “implantar” currículos ou “aplicar” propostas à realidade da creche/ pré-escola em que atuam, para participar da sua concepção, construção e consolidação.(Kramer apud MEC/SEF/COEDI, 1996 p. 19)

O Professor deve ser o articulador dos processos de desenvolvimento e aprendizagem, orientando, mediando, propondo desafios, estimulando a curiosidade, a criatividade e o raciocínio da criança. Deve ainda criar atividades que promovam a interação da criança com objetos e com outras crianças para que ocorra o desenvolvimento infantil. Tudo isso deve acontecer de forma lúdica, pois além de divertir, as brincadeiras são excelentes aliadas no processo de aprendizagem.

 

 

2.2 O LÚDICO NA CONVIVÊNCIA ESCOLAR

 

Devido à sociedade capitalista e consumista que se tem, preocupa-se em dar o pronto e acabado que se esquece de construir que é a linha de pensamento do lúdico. Desta forma, Marcelino (1991) destaca que: Neste sentido, destaca-se a necessidade de “valorar” a cultura lúdica da criança, pois brincar é uma necessidade, uma arte, um direito que juntamente com os requerimentos básicos da alimentação, saúde, moradia e educação são vitais para o desenvolvimento potencial de todas as crianças. A ludicidade proporciona condições de humanização e solidariedade à criança e aos adultos contribuindo para sua evolução enquanto pessoa humana.

Assim, ressalta-se a importância dessa valorização no âmbito escolar mediante a construção de jogos, brinquedos com sucatas e o resgate das brincadeiras. Às quais permitam à criança vivenciar e manifestar sua natureza singular. Barros (2002), explanar que: A brincadeira e os jogos por si apresentam uma série de alternativas que auxiliam na construção do conhecimento, cuja criança aproprie-se deste conhecimento de uma forma muito agradável e interessante. No jogo, brincando ela mesma consegue avaliar seu crescimento e sente-se naturalmente desafiada a ir adiante.

Portanto, não há dúvida de que as atividades lúdicas bem apropriadas e desenvolvidas pelas crianças permitem a construção de um sentindo que acompanha uma perspectiva de vida. Assim vamos propor um novo “jogo”, uma nova ideia, um novo olhar a ser implementado na escola como método, técnica e recursos pedagógicos com os objetivos de ensinar e aprender prazerosamente.

Neste sentido, a escola é fundamental neste processo de resgate da ludicidade com sucatas, jogos e brincadeiras, uma vez que algumas instituições têm contribuído. Reconhecendo que a participação em jogos propicia a formação de atitudes, no que refere ao respeito mútuo, cooperação, obediência às regras, senso de responsabilidade, iniciativa pessoal e grupal, bem como favorece o desenvolvimento cognitivo, motor e afetivo.

E, jogando, a criança aprender o valor do grupo como força integradora e o sentido da competição salutar e, da colaboração consciente e espontânea. Portanto, o lúdico, as brincadeiras e os jogos são atividades sérias, de fundamental apoio para a formação de seres integrais, tendo papéis muito importantes para a inclusão social.

 

 

2.3 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA APRENDIZAGEM

 

Através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.

A convivência de forma lúdica e prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos compatíveis a essa prática.

O jogo pedagógico tem a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a construir conexões.

Conforme Kiskimoto (2000, p.32) “Para Piaget ao manifestar a conduta lúdica, a criança demonstra o nível de seus estágios cognitivos e constrói conhecimentos”. Inserir brincadeiras, jogos, atividades interativas nos primeiros anos da educação infantil é algo que tem favorecido o percurso da criança da escola. Através do lúdico a criança começa a desenvolver sua capacidade de imaginação, abstração e aplicar ações relacionadas ao mundo real e ao fantástico.

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Portanto percebe-se que o brincar, na maioria das vezes acontece de forma espontânea, onde a criança cria as regras sem nenhum elo cultural com a parte pedagógica. Há necessidade, porém, dos jogos e das brincadeiras serem ressignificados como recursos importantes para o processo de ensinar e aprender, pois na verdade eles agem nos processos psicológicos das crianças, especificamente na memória e na linguagem abrindo caminhos para autonomia e a exploração de significados. Isso quer dizer que o brincar não está desconectado com a afetividade, a linguagem, a percepção, a memória e a aprendizagem.

Desse modo, os jogos são situações em que a criança revela uma maneira própria de ver e pensar o mundo aprende a se relacionar com os companheiros, a trocar pontos de vista com outras perspectivas possíveis, a raciocinar sobre o dia-a-dia, aprimorar as coordenações de movimentos, enfim, compreendidos a sua importância, eles podem tornar-se uma atividade pedagógica indispensável à formação de conceitos.

Ainda há muito a ser aprendido e questionado, pois, o jogo oferece condições de sociabilidade, levando a criança a se organizar mutuamente nas ações e intensificando a comunicação e a cooperação. Permite ainda, a descoberta do outro e isso repercute sobre a descoberta de si mesmo.

 

 

4 REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Vânia Carvalho de. O jogo no contexto da educação psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992.

DISPONÍVEL:< www.ice.edu.br/TNX/storage/webdisco/2013/12/09/outros/A importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil >. Acesso em06/11/2016.

FRIEDMANN, Adriana. Brincar, crescer e aprender – o resgate do jogo infantil. São Paulo: Editora Moderna, 1998.

KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, brinquedo e educação. Rio de Janeiro: Cortez, 1999.

 

NASCIMENTO, Luciana Monteiro do. Caderno de Estudos: Educação Especial/ Centro Universitário Leonardo Da Vinci. - Indaial: UNIASSELVI, 2010

OLIVEIRA, Mari. Ângela, Calderari. Intervenção psicopedagógico na escola

_____ Desde pequenoaprendendo com brinquedos. Amae Educando, São Paulo, n 264, p. 6-11, nov.1996. 

RISCHBIETER, Luca. Guia Prático de pedagogia elementar. Curitiba Nova Didática, 2000.

TAFNER, Elisabeth Penzlien: Everaldo. Metodologia do trabalho acadêmico. Indaial: ASSELVI

DIAGNÓSTICO DO USO PEDAGÓGICO DO COMPUTADOR NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA IVANIRA MOREIRA JUNGLOS

Cristiane Rodrigues Reis1

Monografia apresentada ao Instituto Superior De Educação Ibituruna - ISEIB, como requisito para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional.

 

 

 

RESUMO

 

O presente artigo versa sobre o uso pedagógico do computador na Escola Municipal Profª Ivanira Moreira Junglos, localizada na cidade de Colider/MT, e tem como objetivo identificar e destacar a metodologia de ensino utilizada pelos professores, bem como, saber com que frequência é desenvolvido as atividades no Laboratório de Informática e possíveis dificuldades deste processo de utilização por parte professor-aluno. Deste modo, para a efetivação deste trabalho, a metodologia de estudo se iniciou pela ‘Pesquisa bibliográfica’ em literaturas diversas para a fundamentação basilar dos temas que envolvem a temática como: a história da inserção do computador na educação; informática educativa e suas modalidades; o uso do computador no processo de ensino-aprendizagem e a formação e prática docente.

Palavras-chave: Formação e Prática docente, Informática Educativa e Escola.

 

INTRODUÇÃO

 

 

O presente artigo objetiva demonstrar teoricamente o uso pedagógico do computador na Escola Municipal Professora Ivanira Moreira Junglos localizada na cidade de Colider/MT pelas professoras do 4º ano do Ensino Fundamental, destacando a metodologia aplicada por elas, bem como, a frequência com que seus alunos são levados ao laboratório de informática e possíveis dificuldades deste processo de utilização.

Sabendo da importância de diagnosticar como está acontecendo a utilização do computador na aula como um instrumento de ensino e aprendizagem, ferramenta pela qual, professores e alunos podem desenvolver seus trabalhos escolares.

Deste modo, na trajetória deste trabalho destacar-se-á sobre a informática educativa, ressaltando seu conceito, bem como, delinear de forma breve, sobre a história da inserção do computador na educação através das ações governamentais, descrevendo as classificações das modalidades e o objetivo da utilização do computador na prática pedagógica.

De forma sucinta, será relatado os avanços tecnológicos, sua influência na sociedade, mudanças ocorridas no comportamento das pessoas, suas vantagens e desvantagens. Abordando sobre as Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC’s) na educação, enfatizando sua usabilidade no processo de ensino-aprendizagem e despertando considerações que instigaram uma prática reflexiva, crítica e criativa por parte dos envolvidos no processo educacional. Torna-se imprescindível versar sobre a formação de professores destacando a suma importância, em decorrência da essencialidade da postura docente em constante aprimoramento intelectual. Para isso, apresentar-se-á brevemente algumas reflexões sobre a formação de professores, o papel significativo do professor no atual contexto social e no processo de aprendizagem.

 

DESENVOLVIMENTO

 

A tecnologia nos atingiu como um furacão e acaba envolvendo a todos da sociedade. Desde o início das novas tecnologias criou se uma expectativa de que elas trariam soluções rápidas, por proporcionar e despertar interesses. Um exemplo claro é o uso das novas tecnologias na educação, que permite aos educadores ampliarem suas aulas e os alunos terem mais interesse no conteúdo e maior compreensão.

A sociedade hoje continua vivendo um período de grande evolução, as tecnologias estão em constantes transformações em todas as áreas do conhecimento. Por entender, que os meios tecnológicos são essenciais na cultura, meio ambiente, economia, política, educação, seu desenvolvimento teve grandes consequências na sociedade, uma delas é a exclusão digital (LIBÂNEO, 2010).

A informática na Educação no Brasil nasceu por volta de 1970 a partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Estabeleceu nos anos 80 em diversas atividades, porém a inserção da informática na educação estava abaixo do que se anunciava e se desejava não penetrando nas ideias dos educadores. Valente & Almeida [1997] indaga em vossa obra “por que essa proliferação não aconteceu?”. Em resposta os autores advogam não ser apenas a falta de investimentos financeiros, apoio governamental, além disso, apontam a preparação inadequada dos professores.

As primeiras ações governamentais implementadas com o intuito de interligar a educação com a informática ocorreram em 1979 quando a SEI (Secretaria Especial de Informática) escolheu o setor educacional, visando à utilização de recursos computacionais em suas atividades (OLIVEIRA, 1997).

Segundo Tajra (2008, p. 29), antes de aparecer os primeiros projetos de inserção do computador na educação, foram realizados dois seminários, o I Seminário Nacional de Informática na Educação, realizado em Brasília promovido pelo MEC, SEI e CNPQ e o II Seminário Nacional de Informática Educativa que teve como sede a capital Salvador, contou com a “participação de pesquisadores da educação, informática, sociologia e psicologia” ambos com a finalidade de discutir sobre a implantação da Informática Educativa.

Entretanto, só em julho de 1983 foi aprovado o Projeto Educom (Educação com Computadores), “seu objetivo principal foi estimular o desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar voltada para aplicação das tecnologias de informática no processo de ensino-aprendizagem” (OLIVEIRA 1997, p. 34).

Segundo o autor (ibidem, p. 34) o critério de escolha para inserção do projeto nos centros pilotos era bastante minucioso, as instituições tinham que apresentar “infraestrutura e recursos adequados para a instalação”. As instituições escolhidas para sediar os centros pilotos foram respectivamente: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Estadual Campinas (Unicamp).

Em Fevereiro de 1986, foi criado o Comitê Assessor de Informática para Educação de 1º e 2º graus (CAIE) com a funcionalidade de assessorar a Secretária de Ensino de 1º e 2º graus (hoje nomeado de Ensino Fundamental e Médio). Esse projeto consistia em que o computador passaria ser utilizado na Educação Básica (OLIVEIRA, 1997). Conforme o autor ainda em 1986 o Projeto Formar, concebido pelo CAIE, propôs á “formação de professores e técnicos das redes municipais e estaduais de ensino de todo o Brasil”, com a intenção de trabalhar com a Informática Educativa. Este visava que os profissionais desenvolvessem atividades designada a implantação da informática educativa nos centros de Educação Básica (ibidem, 1997, p. 45).

O Projeto Cied (Centros de Informática na Educação) representou um grande avanço, a sua proposta de levar os computadores aos centros educacionais públicos, contou com o apoio de Secretarias Municipais e Estaduais de Educação juntamente com o MEC (Ministério da Educação e Cultura). Sua implantação deu-se início no ano de 1988, e com o exercício deste, a Informática Educativa deixa de ser utilizada somente nas universidades e “passa a ocupar as escolas públicas de alguns estados brasileiros”. Este projeto teve o apoio do Projeto Formar que visava à formação de professores especializados em informática educativa (TAJRA, 2008, p. 30).

Em 1995 com a criação do Projeto PROINFO (Programa Nacional de Informática na Educação), o objetivo principal fora instalar laboratórios de informática em escolas públicas e preparação de professores para o uso do computador no processo pedagógico. O referido Projeto ainda está em vigor e continua com a Política de levar computadores para todas as escolas que tem 150 ou mais alunos matriculados. Vale ressaltar que a inserção do computador foi um grande avanço na educação, no que se diz respeito à utilização de computadores no processo de construção e reconstrução de conhecimento. Embora a utilização do computador como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, ainda acontece de forma lenta em alguns ambientes educacionais, no atual contexto social a disseminação e sensibilização para esta prática são constituintes de uma realidade com o propósito de “preencher as lacunas e elevar a melhoria do processo de ensino-aprendizagem” (MILHOMEM & RODRIGUES, 2010, p. 14).

O professor da era contemporânea deve assumir o papel de medidor do processo de aprendizagem, não agir como se fosse uma nova técnica, que, segundo Santo (2002, p. 135) “a idéia de técnica... Técnica, para mim, é coisa para máquinas, não para seres humanos” [grifo do autor]. Pode-se perceber e confirmar nas reflexões de Cunha (2009, p. 111) em sua obra, versando que a construção do conhecimento deve ser compreendida como atividade articuladora do professor que, consequentemente, levará à “ação, reflexão crítica, à curiosidade, ao questionamento exigente, à inquietação e à incerteza. É o oposto da transmissão do conhecimento pronto, acabado”. O autor ainda reforça seu pensamento dizendo que todo este acontecimento é voltado numa perspectiva de que, o conhecimento “possa ser criado e recriado pelos estudantes e pelos professores na sala de aula”.

Portanto, é sabido que o professor comprometido com os resultados positivos de sua prática pedagógica deve adotar o método de análise constante de sua ação em sala de aula, estabelecendo relações entre a ação e a teoria previamente estudada, compreendida que automaticamente será embutida em suas abordagens de ensino. No atual contexto educacional, exige-se do professor, “criar situações, proporcionando condições onde possam se estabelecer reciprocidade intelectual e cooperação ao mesmo tempo moral e racional” (MIZUKAMI, 2009, p. 77). Para a autora, esta nova metodologia de ensino consiste em direcionar o indivíduo a entender sua condição de desenvolvimento a partir de sua ação centralizadora, ligada ao processo e o fator social e educativo como centro de aprendizagem (ibidem, 2009).

Segundo Libâneo (2010, p. 55) “o importante, de início, é reconhecer que as práticas educativas supõem processos comunicativos [...] Por outro lado, toda comunicação é educativa”. A tecnologia de comunicação pode ser observada nas redes de computadores, o que possibilita, por exemplo, uma pessoa que está no Brasil se comunicar com diversas pessoas de outro país através da internet. Além disso, estas tecnologias de comunicação e informação servem também como auxílio para alunos que fazem curso à distância.

Os computadores na escola são uma ferramenta de fundamental importância no processo de ensino-aprendizagem, mas a escola e os professores precisam de uma preparação, tanto na área pedagógica quanto na adaptação do ambiente. A prática pedagógica consiste na descrição do dia-a-dia do professor na sua jornada de ensino, na preparação “planejamento de aula”, construção e na execução de suas aulas. Segundo Tajra (2008, p. 105) “o professor deve estar aberto para as mudanças, principalmente em relação à sua nova postura, o de facilitador e coordenador do processo de ensino-aprendizagem”. O uso do computador no processo de ensino-aprendizagem é uma forma em que o educador possa utilizar o computador com a intenção de que os educandos se interessem em matérias que anteriormente sem o uso deste recurso era de pouco entendimento.

O computador é um grande aliado na prática pedagógica pela sua capacidade de proporcionar à aprendizagem, a interatividade, a integração e a troca de experiências entre professor-aluno e aluno-aluno. A preocupação com a qualidade do ensino faz refletir sobre um dos “elementos mais importantes para que essa qualidade seja realmente efetivada, pois para que haja qualidade é imprescindível investir na formação do professor” (MILHOMEM & RODRIGUES, 2010, p. 09).

A mudança na educação poderá acontecer quando houver modificações culturais, políticas e sociais e por meio de avanços tecnológicos esta possibilidade se torna uma proximidade maior desta realidade. Deste modo, permitir-se trabalhar de forma adequada com a informática educativa na escola é essencial, tanto aos discentes quanto aos docentes e isso significa utilizar o computador como ferramenta para estudo, pesquisa e comunicação.

Segundo Tajra (2008, p. 58), para o desenvolvimento de um plano de aula com o auxílio das tecnologias “requer maior pesquisa, versatilidade, criatividade e tempo do professor”. Com isso surgem as modalidades de ensino que apresenta os métodos que se deve utilizar para o uso dos laboratórios de informática.

O professor da era contemporânea deve assumir o papel de medidor do processo de aprendizagem, não agir como se fosse uma nova técnica, que, segundo Santo (2002, p. 135) “a idéia de técnica... Técnica, para mim, é coisa para máquinas, não para seres humanos” [grifo do autor]. Portanto, é sabido que o professor comprometido com os resultados positivos de sua prática pedagógica deve adotar o método de análise constante de sua ação em sala de aula, estabelecendo relações entre a ação e a teoria previamente estudada, compreendida que automaticamente será embutida em suas abordagens de ensino.

Para esta possível descoberta ao que o tema se propõe, a pesquisa se guiou pelo método de “Observação Não-participativa” no período de 14 de março à 18 de abril de 2017, na sala do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Ivanira Moreira Junglos, para a elaboração do relatório com descrições da prática docente no laboratório de informática e na sala de aula, averiguando como os professores estão desenvolvendo suas atividades pedagógicas.

Tendo em vista a discussão da formação do professor na contemporaneidade, é de suma importância saber como é o uso do computador na referida escola e as possíveis dificuldades dos professores no uso do computador na prática pedagógica.

O objeto da Observação em questão foi com a Turma do 4ª ano do período Vespertino. A turma observada atende no total de 29 crianças na faixa etária de 9 a 11 anos (alguns por questões de repetência de séries anteriores ainda se encontram nessa turma) e são 02 professoras, uma trabalha com a disciplina de Inglês ministrando uma aula por semana e nos demais dias da semana o horário é dividido para as outras disciplinas.

Há um amplo laboratório de Informática, com uma profissional destinada somente à utilização/acompanhamento das atividades que nele é realizado. A professora responsável pela turma, informa que ao agendar aula no laboratório, há necessidade da entrega do planejamento da aula para à profissional do laboratório. Vale ressaltar, que por possuir pouco, conhecimento na área de informática, segundo a professora, justifica-se a baixa utilização do laboratório de informática.

Quando possível leva os alunos no Laboratório de Informática geralmente nas quintas-feiras. Observou-se que a professora, trabalha todos os dias com as disciplinas de Português e Matemática, para fixação e maior aprendizado dos alunos nestas áreas do conhecimento. E quando a aula foi no laboratório de informática a professora usou o computador apenas para leitura de texto, diante de várias possibilidades de uso do computador, ferramentas que poderiam ser exploradas pelos alunos, mas, que nesta oportunidade não foi instigado a criatividade e construção do conhecimento dos alunos sobre o conteúdo e o computador. Atitude, talvez justificada pela ausência de conhecimento do uso adequado do computador na prática pedagógica, assim pode-se também tê-la como uma afirmação da necessidade de capacitação de professores no uso pedagógico do computador. Já a professora de Inglês não costuma levar os alunos ao laboratório de informática, talvez por ter apenas uma aula por semana.

A observação teve uma grande importância em relação conhecimento da profissão docente, possibilitando verificar as dificuldades que os alunos e as professoras encontram ao utilizar os “novos” recursos tecnológicos que a escola oferece. Durante a observação percebeu-se que há pontos positivos e negativos, pois o contato com duas professoras que apoiam em metodologias diferentes de ensinar ficando visível que tudo pode influenciar no processo de ensino-aprendizagem, tal como recursos materiais, os métodos que serão usados nas aulas para o aprendizado e principalmente a postura do professor que é a referência para o aluno.

Deste modo, fica claro que não basta somente a qualificação adequada, mas é necessário que haja objetivos pré-estabelecidos para que o conhecimento efetivamente aconteça levando em conta as mudanças sociais e culturais. Para Morin (2008) ato de “ouvir os alunos, naturalmente sintonizados com o presente, é a melhor maneira de o professor investir na própria formação”. O autor ainda acrescenta e conclui que a grande meta da educação deve partir do “desenvolvimento da compreensão e da condição humana” (ibidem, 2008). Isso se remete a refletir sobre o quanto é importante a existência do diálogo, para conhecer melhor a metodologia de ensino adequada para cada aluno e desenvolver o processo de ensino-aprendizagem com maior eficiência e eficácia (REVISTA NOVA ESCOLA, 2008).

 

CONCLUSÃO

 

Com a pesquisa é possível concluir que A informática educativa pode oferecer grandes subsídios, na construção de conhecimentos para os professores e alunos, pois sua utilização de uma forma planejada e apropriada desenvolve a habilidade de pensar, tomar decisões, comunicar, estimular a criatividade dos alunos. E o professor como mediador do processo de aprendizagem, conseguirá obter maior êxito e efetivação do objetivo de sua prática pedagógica.

A Observação teve uma grande importância na área de conhecimento, através dela foi possível à pesquisadora verificar que os alunos e professores do 4º ano da Escola Municipal Professora Ivanira Moreira Junglos utilizam da informática no processo de ensino-aprendizagem, porém com dificuldades.

Portanto, não basta que as ações governamentais insiram laboratórios de informática nas escolas, mas, deve haver políticas educacionais que instigam e promovam qualificação aos professores para desenvolverem o aprendizado significante com a informática educativa. Destaca-se, também a importância do curso de Licenciatura em Computação neste contexto, pois, o aprofundamento de estudo da melhor didática e metodologia de ensino para a utilização do computador como uma ferramenta de auxilio no processo de ensino-aprendizagem, revela o comprometimento da formação inicial de professores com a educação.

Em suma, ficou notório que na Escola Municipal Ivanira Moreira Junglos, a concepção dos professores pesquisados, há um consenso de que é importante levar os alunos ao laboratório de informática com uma frequência considerável. Por mais que os professores não tenham um grande conhecimento teórico e prático de informática, eles estão dispostos a obterem maior conhecimento nessa área.

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

CUNHA, Maria Izabel da. O bom professor e sua prática. 21 ed. Campinas: Papirus, 2009.

 

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? novas exigências educacionais e profissão docente. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2010.

 

LLANO, José Gregório de; ADRIÁN, Mariella. A informática educativa na escola. 1 ed. São Paulo: Loyola, 2006.

 

 

MILHOMEM, André Luiz Borges; RODRIGUES, Waghma Fabiana Borges. Estágio supervisionado do curso de licenciatura em computação: perspectivas em relação à informática educativa. In: Congresso Internacional de Educação. Tema: Educação, Trabalho e Conhecimento: Desafios dos Novos Tempos. Universidade Estadual de Ponta Grossa-PR, 2010.

 

MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. 17 ed. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária Ltda, 2009.

 

OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer projetos, relatórios, monografias, dissertações e teses. 2 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2003.

 

OLIVEIRA, Ramon de. Dos planos e discursos à sala de aula. 14 ed. São Paulo: Papirus, 1997.

 

REVISTA Nova Escola. Grandes pensadores. Edição Especial n. 19. São Paulo: Abril, 2008.

 

SANTO, Ruy Cezar do Espírito. Desafios na formação do educador: retomando o ato de educar. Campinas: Papirus, 2002.

 

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na educação – novas ferramentas para o professor da atualidade. 8 ed. Ver. e mpl. São Paulo: Érica, 2009.

 

1 Pós-graduando em Psicopedagogia e Supervisão Escolar- Iseib, Especialista em Gestão Educacional e Inspeção Escolar- Iseib. Graduado em Pedagogia- Centro de Ensino Superior de São Gotardo. Aperfeiçoamento em TI na educação. Cursos complementares na área Tecnológico-Educacional. Curriculum lattes: http://lattes.cnpq.br/6446715897673977