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As contribuições da filosofia para o desenvolvimento crítico da criança

Emília Stefani Vieira de Castro da Silva

Kimberly Eduarda da Motta

 

DOI: 10.5281/zenodo.14787556

 

 

Palavras-chave: Contribuições. Filosofia. Crianças.

 

 

Introdução

 

Na complexidade da sociedade atual, a escola deveria buscar desenvolver valores e hábitos para melhor convivência possível com outras pessoas. Alguns desses valores nos são ensinados desde a educação infantil, enquanto outros adquirimos ao longo de nossas vidas, muitas vezes influenciados por diferentes meios como a mídia e a tecnologia. Logo, é importante que a escola desenvolva capacidades reflexivas e argumentativas para a formação de um adulto íntegro e crítico, capaz de filtrar informações e absorver o que lhe é válido.

Entretanto, poucas instituições educacionais trabalham de forma a desenvolver essas capacidades, não tendo no currículo uma disciplina específica que trabalhe questões cotidianas que permita diálogos e formação de argumentos, por exemplo.

A filosofia como conteúdo curricular do Ensino Fundamental ou Infantil é um tema pouco discutido, mas relevante. Acreditamos que seja viável, falar sobre isso, pois a filosofia apresenta resultados positivos quando aplicada ao ensino das crianças. Dessa forma, este trabalho de conclusão de curso busca apontar quais as contribuições nessa área de formação das crianças e de que forma ela pode ser aplicada à sala de aula.

Segundo o filósofo Matthew Lipman, a Filosofia auxilia para que os educandos se expressem com maior clareza, tenham um melhor desempenho em matemática, e desenvolvam a reflexão. Com a reflexão, aumenta-se a possibilidade de tomar atitudes corretas e positivas, tanto para si, como para a sociedade. Trabalhar com crianças partindo de princípios filosóficos de reflexão, permite que desde cedo elas já caminhem para se tornarem cidadãos críticos.

 

 

Objetivo

 

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo apresentar como a filosofia contribui para o desenvolvimento crítico da criança, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem, e analisar o desenvolvimento da criança seguindo aplicações de filosofia no seu processo de aprendizagem através de pesquisa bibliográfica.

 

 

Metodologia

 

Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, na qual revisamos alguns periódicos do google acadêmico. Demos ênfase em artigos sobre o programa Filosofia para Crianças, criado pelo filósofo americano Matthew Lipman, como uma das bases de dados para a pesquisa. Além da leitura de demais artigos, fichamentos e análise do livro “Educação para o Pensar”, obtido através da biblioteca virtual (Biblioteca "Duse Rüegger Ometto"). Também utilizamos o documentário “Ce n’est qu’un début” ou em português, “É apenas o começo”, no qual foi possível observar na prática a aplicação do nosso tema no contexto da educação infantil.

 

 

Revisão da Literatura/Discussão

 

Ao longo dos anos, a educação teve como base de ensino a abordagem tradicional, na qual o professor é detentor de conhecimento e o aluno apenas observa, copia, memoriza e não desenvolve outras capacidades. Entretanto, mesmo com as novas abordagens de ensino, muitas escolas não estão comumente trabalhando de forma que leve os alunos a uma aprendizagem significativa, integrada a realidade do aluno, como consequência do longo período de ensino tradicional.

Não raras vezes, pensam em que medida é que o que está a ser dito faz ou não algum sentido para a sua vida e, muito provavelmente, serão pouquíssimos os que compreendem a verdadeira natureza dos assuntos em discussão de um modo integrador. A ser assim, não é de admirar que serão incapazes de aplicar suas anotações tomadas em lugar de sala de aula a um problema particular das suas vidas. (LIBÓRIO, 2012, s/n)

A Filosofia como disciplina só se tornou exigência curricular no Ensino Médio, em 2008. Porém, a grande maioria dos estudantes no ensino médio e superior possuem um bloqueio para aprender Filosofia, pois trazem consigo alguns preconceitos como a crença de que filósofos são loucos ou ateus. E esse ocorrido pode ser um reflexo do processo de aprendizagem quando crianças. Portanto, é necessário e é possível que seja desconstruído esse pré conceito e estimular os estudantes a quererem estudar Filosofia. (MOSER e SOCZEK, 2013, p. 172)

Atualmente, existem estudos e programas que trabalham especificamente com temas voltados para a formação crítica do público jovem, conhecimento de mundo, situações cotidianas, como por exemplo, o programa Filosofia para Crianças, criado pelo filósofo americano Matthew Lipman, na década de 1960, partindo de um experimento com uma história que tratava de temas filosóficos e a leitura permitia os alunos a fazerem perguntas sobre o tema, levando-os a filosofar. Para desenvolver o programa, Lipman criou a Pedagogia da Comunidade de Investigação, na qual as crianças participam ativamente através do diálogo com o professor, sobre problemas para debate, questões centrais sobre a existência humana e problemas cotidianos que podem envolver a comunidade. (SOUZA, 2013, p. 14)

A aplicação da Filosofia para o desenvolvimento da criança na escola é um meio para o desenvolvimento do senso crítico, visto que o mundo vive em conflitos, faz-se necessário que hajam questionamentos sobre os fatos. Além disso, com a vasta acessibilidade às tecnologias, surgiu a concepção de crianças como “nativas digitais”, por ficarem horas em frente à TV, no qual a criança não interage, não discute, apenas ouve, sendo uma influência para o não desenvolvimento crítico, aceitando o que é transmitido pela mídia. Não é atrativo pegar um livro, no silêncio, e refletir sobre o que está lendo, ou então, chegar em casa e revisar o conteúdo estudado na escola, os aparelhos eletrônicos são muito mais atrativos, ocupando o maior tempo na vida dos indivíduos. Portanto, é imprescindível que os professores entendam mais sobre o perfil de seus alunos, e levem em conta as novas dinâmicas sociais, de forma a tornar a aprendizagem construtiva e interessante. (MOSER e SOCZEK, 2013, p. 173)

Considerando a Filosofia como exercício do pensamento, problematizando a nossa existência e nossas crenças, pode ser tomada como uma postura, um trabalho constante e inacabado, com o intuito de exercitar o pensar coletivo, para discutir ideias. Uma forma de abrir caminhos para novos pensamentos e ideias é tornar a leitura e a escrita como ferramentas para a prática filosófica, provocando o pensamento, sendo uma forma de transformar o que se pensa. (LERMER e SCHULER, 2018, p. 294 - 295)

Através da filosofia, pode-se desenvolver a autonomia da criança, assim, tornando-se cidadãos reflexivos capazes de participar positivamente de decisões que implicam o bem-estar da sociedade. A filosofia incumbe reflexões, questionamentos, pensamento crítico, buscando explicações e construção de significados. Os materiais de apoio do Programa de Filosofia para Crianças de Matthew Lipman, propõe diálogos de investigação com temas sobre valores morais, e que trabalhem em grupos, estimulando o respeito e o entendimento de que todos são iguais em direitos e que os pensamentos de cada indivíduo deve ser levado em conta, caminhando, assim, para o exercício de uma cidadania responsável. (Gonçalves 2006, s/n)

É na infância que a mente está aberta a aprendizados importantíssimos para o prosseguimento da vida, e ainda mais para a formação humana. É importante iniciar um debate sobre este assunto em escolas e academias, pois se o contato com a filosofia for proporcionado aos alunos desde a infância certamente teremos chances de encontrar no mundo pessoas com melhor capacidade reflexiva. (SOUZA, 2013, p. 14)

Segundo o filósofo americano Matthew Lipman (1990, p.9):

 

Filosofia para crianças vem se revelando extremamente eficaz em desenvolver o pensamento crítico de crianças, sugerindo que o raciocínio é tão ou mais básico que as disciplinas assim chamadas. Numerosas avaliações em vários países demonstrando que os alunos que estudam filosofia expressam-se com maior clareza, leem melhor, escrevem melhor, desempenham-se em matemática, pensam mais criativamente, interessam-se mais pelos estudos, questiona mais e adoram fazer filosofia.

 

O documentário Ce n'est qu'un début (2010) - Apenas o começo, em português - apresenta um projeto de Filosofia com crianças do maternal em uma escola da França. Através do diálogo com as crianças de 3 e 4 anos, a professora discute inúmeros temas que fazem parte do nosso cotidiano e os leva a pensar e falar sobre o que pensam. As crianças em contato com essa prática se mostram com opinião própria e debatem entre si, com argumentos e critérios consideráveis, sendo notório a contribuição da Filosofia no desenvolvimento delas.

As ideias da Filosofia para Crianças, também se associam às ideias de Paulo Freire, que propõe um saber significativo e o mais próximo possível com a realidade vivida, fazendo com que toda “situação educacional” produza um conhecimento, como julgamentos inteligentes, novos conceitos, novos significados, e, uma forma eficiente de realizá-la é através do diálogo.

 

O diálogo "aprofunda a tomada de consciência", nos diz Freire. Essa tomada de consciência e consequente aprofundamento não se dariam  isoladamente nos seres humanos e sim, nestes inter-relacionados, quer com a realidade, quer com outros homens. Esse esforço seria sempre social, coletivo. (GIACOMASSI, 2009, p. 4495)

 

Por meio do diálogo, podemos não somente, criar situações problematizadoras, como também aprender a perguntar e “sem perguntas assumidas como próprias não ocorre o esforço real e produtivo pela busca de respostas.” (GIACOMASSI, 2009, p. 4495). Questionando de forma coletiva, a aprendizagem seria mediada pelo diálogo e como antes dito por Lipman, os “diálogos de investigação” seriam colocados em prática.

 

Freire e Lipman creem que toda relação ensino-aprendizagem precisa passar pelo diálogo como forma básica de comunicação. O pensamento construtivista é dialógico, pois é centrado no problema, e também é igualitário, autocorretivo e baseado nos interesses, visões e crenças dos envolvidos. (GIACOMASSI, 2009, p. 4497)

 

A autora Giacomassi (2009), em sua monografia de pós-graduação, descreveu a experiência de uma escola em curitiba que possui em sua grade a disciplina “Iniciação à Filosofia”, que se baseia no programa de Matthew Lipman e as ideias de Paulo Freire, a partir de Temas Geradores e Investigação Filosófica. Os alunos pesquisam os problemas e interesses da comunidade e na sala de aula buscam possíveis soluções, através do diálogo coletivo.

 

Buscando tratar o conhecimento de forma emancipatória, provocamos uma série de discussões entre os educadores da escola, objetivando a construção de uma proposta pedagógica que valorizasse a intersubjetividade e formas dialógicas de interpretação da realidade, com o objetivo de colocar em suspenso as maneiras rotineiras e cristalizadas de conhecer. (GIACOMASSI, 2009, p. 4497)

 

Beserra e Zoia (2012, p.134) também relataram a experiência de duas escolas no estado do Mato Grosso. “No entendimento da escola o ensino de filosofia possibilita à criança no desenvolvimento de uma consciência crítica, reflexiva e sensível em relação a si mesma e à realidade do mundo.” Os professores trabalham com auxílio de apostilas sobre amor, solidariedade, comportamento e promovem o diálogo. Em outra escola a disciplina incluída no currículo é Ética e trabalham com valores, respeitos e convivência e utiliza dinâmicas e recursos pedagógicos como apoio para o desenvolvimento da criatividade e participação dos educandos.

 

Pode-se destacar o papel dos professores em estimular as crianças sobre o pensar crítico e criativo, através do diálogo participativo nas aulas, e também na formação das crianças no exercício da cidadania através dos valores éticos, para tornarem um cidadão consciente. (BESERRA e ZOIA, 2012, p. 138)

 

Além disso, não faz-se necessário que haja uma matéria específica para filosofar. Em todas as coisas há uma imensidão de significados, verdades e descobertas, para se questionar e refletir. Uma sugestão é que seja trabalhado de forma interdisciplinar, sem competir nem impor à outra disciplina sua própria perspectiva, o objetivo é discutir as várias perspectivas, e através do diálogo pode-se chegar à novos aprendizados, que em disciplinas separadas, talvez nunca houvessem sido descobertos. (HERMAN, 2015, p. 222-223)

A prática de filosofar enquanto criança influencia na sua conduta quando for adulto, assim, podendo ser um cidadão capaz de participar positivamente da democracia, procurando compreender e defender o que é melhor para a sociedade. E, são nas discussões e debates que se iniciam as investigações filosóficas, buscando a verdade, através de questionamentos e reflexões. Não se pode perder a essência das crianças que questionam todos os acontecimentos, os “porquês” devem  ser  investigados  e  respondidos,  sem  ignorar  ou  desmerecer tais questionamentos, motivando e estimulando essa prática para que não seja perdida ao longo dos anos.

 

Em algum tempo, as crianças que agora estão na escola serão pais. Se pudermos, de algum modo, preservar o seu senso natural de deslumbramento, sua prontidão em buscar o significado e sua vontade de compreender o porquê de as coisas serem como são, haverá uma esperança de que ao menos essa geração não sirva aos seus próprios filhos como modelo de aceitação passiva. (LIPMAN, OSKANIAN e SHARP apud EVANGELISTA e GOMES, 2003, p. 15)

 

 

Considerações finais

 

Conforme vimos até aqui, a prática da Filosofia com crianças contribui para que os alunos desenvolvam o raciocínio crítico, reflexões sobre os valores e situações cotidianas que causam dúvidas e questionamentos, e que a partir do diálogo e da investigação, possam resolver os problemas. Além disso o ensino da Filosofia desde a infância, auxilia também na educação, exercitando o pensar. Assim sendo, ela contribui na formação de um indivíduo crítico, que questiona, busca argumentos e reflete.

Não somente, o ato de filosofar pode ser aplicado em sala de aula como disciplina específica, num momento reservado para dialogar, refletir e pensar, mas também pode ser apresentada de modo interdisciplinar, em meio a outras disciplinas, em momentos de dúvidas e questionamentos.

Sendo assim, neste trabalho de conclusão de curso baseado em pesquisas bibliográficas, foram apontados os resultados de experiências e práticas da Filosofia com crianças e formas de como desenvolver esse exercício em sala de aula, que só contribuem positivamente para o desenvolvimento crítico da criança, sendo uma proposta relevante à ser trabalhada em sala de aula.

 

 

Referências

 

APENAS O COMEÇO. Direção: Jean - Pierre Pozzi e Pierre Barougier. Produção de Cilvy  Aupin  e  Frédérique  Albrecht.  Youtube,  França,  2010.  Disponível  em:<https://youtu.be/IBRyBckaIkU>. Acesso em: 28 ago. 2020

 

BESERRA, Josélia de Oliveira; ZOIA, Alceu. EDUCAÇÃO PARA O PENSAR: filosofia para as crianças. Revista Eventos Pedagógicos, Sinop, v. 3, n. 3, p. 130-139,         dez.     2012.            Disponível     em: <http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/eventos/article/view/949>. Acesso em: 22 abr. 2020.

 

EVANGELISTA, Francisco; GOMES, Paulo de Tarso (org.). Educação para o pensar. Campinas, SP: Alínea, 2003. 211 p., brochura, 21 cm. ISBN 8575160672.

 

GIACOMASSI, Rejane. Diálogo e investigação filosófica com crianças. 2009. 14 f. Monografia (Especialização) - Curso de Psicopedagogia, Pontifícia Universidade Católica   do        Paraná,            Curitiba,         2009.  Disponível     em: <https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2009/3318_1707.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2020.

 

GONÇALVES, Daniela. O valor e a utilidade da filosofia para crianças. 2006. 111 f. Tese (Doutorado) - Curso de Filosofia, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto,            Ribeirão         Preto, 2006.  Disponível            em:<http://repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/890/2/Cad4_FilosofiaDaniela.pdf> Acesso em: 11 mar. 2020.

 

HERMANN, Nadja. PENSAR ARRISCADO: A relação entre filosofia e educação. Educ. Pesqui., São Paulo , v. 41, n. 1, p. 217-228, Mar. 2015 .     Disponível em<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022015000100217 &lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 Mar. 2020.

 

LERMEN, Sabrina; SCHULER, Betina. Filosofia com crianças na escola: práticas de leitura, escrita e exercício do pensamento na problematização do tempo. Holos, [s.l.], v. 2, n. 00, p.289-306, 11 jun. 2018. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/6090>. Acesso em: 11 mar. 2020.

 

LIBÓRIO, Pedro. Filosofia para crianças uma proposta para (re)pensar a educação? 2012. 10 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Estudos da Criança, Universidade de Aveiro, Aveiro, 2012. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/15567754.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2020.

 

LIPMAN, Matthew. A Filosofia vai à escola. 3. ed. São Paulo, SP: Summus, 1988. 256 p., brochura, 21 cm. ISBN 9788532300607.

 

MOSER, Alvino; SOCKZEK, Daniel. Filosofia para crianças: apontamentos reflexivos. Revista da FAEEBA - Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 2, n. 39, p.         171,    jan/jun.           2013.            Disponível     em: <https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/337>. Acesso em: 25 mar. 2020.

 

SOUZA, Tania Silva de. O ensino de filosofia para crianças na perspectiva de matthew lipman. 2013. 26 f. TCC (Graduação) - Curso de Filosofia, Unesp de Marília,         Marília,           2013.            Disponível     em: <https://www.marilia.unesp.br/Home/RevistasEletronicas/FILOGENESE/taniasouza.p df>. Acesso em: 11 mar. 2020.

 

 

 

A matéria História e seus princípios de aprendizagem do ensino e na Gestão Escolar

Luciana Bonato Cardozo

Cintia Rafaela de Souza

Pâmela Fátima Ramos

 

DOI: 10.5281/zenodo.14783159

 

 

RESUMO

Sabemos que pelo medo e insegurança muitos alunos já entram no ambiente escolar com uma certa preocupação com a matéria história, pois muitos tem medo de errar já que a matéria é complexa e exige concentração, por isso aqui a necessidade de um programa que auxilie na resolução de problemas, pois as dificuldades, erros, começam no ensino fundamental II e persistem até o ensino médio. E com isso faz com que o rendimento escolar do aluno sempre diminua, assim o aluno fica prejudicado com relação a matéria, tem dificuldade em entender os objetivos da aula apresentada. A resolução de problemas é nada mais que uma estratégia didática fundamental para o aprendizado e para o desenvolvimento intelectual do aluno no ensino de história. Esse trabalho terá o caminho de uma pesquisa bibliográfica. O tema abordado mostra que em salas de aulas o uso exagerado de regras, o desinteresse dos professores, assim não desenvolvendo criatividade e autonomia com a história e principalmente com a resolução de problemas. Então o método utilizado, a maneira como trabalhar o assunto deve ser mudada, novas estratégias devem ser utilizadas, assim aumentando o interesse dos alunos e dos professores despertando o interesse pelo raciocínio e a criatividade independente.

 

PALAVRAS-CHAVE: História. Dificuldades. Estratégias Didáticas.

 

 

Introdução

 

A matéria denominada história apresenta duas sensações que se contradizem, uma vez pelo aluno, que é aquele que aprende e o outro é o professor aquele que ensina. De um lado temos a insatisfação de sua aprendizagem, com resultados negativos, do outro lado temos a constatação de que seja uma matéria com um conhecimento necessário e extremamente importante.

A matéria denominada dificuldade na matéria de história apresenta duas sensações que se contradizem, uma vez pelo aluno, que é aquele que aprende e o outro é o professor aquele que ensina.

Os alunos já veem para a escola com um grande preconceito em relação à algumas matérias, eles acreditam que é uma matéria difícil, que não vão conseguir entender, que os cálculos são complicados, consequentemente isso acaba se tornando realidade, pois não há motivação de ambas as partes ao ensinar, ao aprender, ao desenvolver novas estratégias para a resolução de qualquer temática abordada. Isso nos chamou atenção, pois sempre concordei com os argumentos citados, até que consegui enxergar diferente, e começar a gostar de matemática.

As práticas pedagógicas tecnicistas são muito criticadas, pelo fato de ter marcado o período militar, onde o professor tem que dominar as técnicas de repetir, copiar e dar ordens e já se sente capacitado para ensinar, mas retirando todas essas técnicas pode não ser a melhor forma para a educação, podendo observar que, não é totalmente as técnicas, e sim a maneira que usamos desse meio para ensinar, o governo vem dando prioridade na educação cada vez mais.

 

 

A Educação

 

Podemos verificar que a ideia que se tem de educação está muitas vezes ligada erroneamente, somente a instituição “escola”, a educação sempre estará comprometida com a economia e a política em que estará inserida. A educação engloba os vários processos de ensinar e aprender. Podemos observar a educação em toda a sociedade e nos grupos constitutivos.

 

 

Conceitos

 

Podemos observar que a educação nos dá ênfase em três princípios distintos e básicos: a natureza, o homem, e as coisas. A figura da educação não pode ser somente ligada a uma atividade, pois a educação compreende a construção de um saber, que geralmente pode ultrapassar o sentido escolar e se torna uma construção permanente na vida do ser humano, também ensinada pelos pais (BARRETO, 2000. p. 28).

Podemos conceituar educação como um processo de atuação de uma comunidade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que ele possa atuar em uma sociedade pronta para a busca da aceitação dos objetivos coletivos (BRITO, 2003. p. 18). Embora o conceito de educação venha sempre sendo discutida ela é considerada como algo mais amplo do que um simples conceito, pois tem influência das diversas culturas da sociedade. 

 

 

Diretrizes

 

Ao nos remetemos à educação escolar, podemos pensar no desenvolvimento de educação através de uma prática pedagógica que o possibilite de ser sujeito de sua própria história, desenvolvendo competências e habilidades frente aos desafios atuais.

 

“Podemos concluir que a educação não tem uma fórmula pronta a seguir, a fórmula é criada, desvendada a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes por sua vez têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração para acrescentar nessa “fórmula” do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas s incluam na educação trazendo assim motivação necessária ao processo de ensino-aprendizagem”. (BRITO, 2003. p. 21)

 

A concepção de educação nos permite ao desenvolvimento da competência do educando para construir conhecimentos sobre si mesmo e sobre o mundo através da interação, possibilita a construção coletiva de parâmetros e diretrizes ao trabalho escolar.

 

 

História da Educação

 

Podemos afirmar que a História da Educação Brasileira não é uma história difícil de ser estudada e compreendida. Ela evolui em rupturas marcantes e fáceis de serem observadas. Uma primeira grande ruptura travou-se com a chegada mesmo dos portugueses ao território do Novo Mundo.

Não podemos deixar de reconhecer que os portugueses trouxeram um padrão de educação próprio da Europa, o que não quer dizer que as populações que por aqui viviam já não possuíam características próprias de se fazer. E convém ressaltar que a educação que se praticava entre as populações indígenas não tinha as marcas repressivas do modelo educacional europeu (BRITO, 2003. p. 13).

Uma nova percepção e organização social fizeram com que os laços entre adultos e alunos, pais e filhos, fossem fortalecidos. A partir deste momento, a aluno começa a ser vista como indivíduo social. Fora somente no século XIX, que as sociedades modernas passaram a ser sinônimo de escola.   

 A partir de então a Educação Infantil em creches e pré-escolas brasileiras foram legalizadas, conforme trabalho 208, inciso IV da Constituição Federal, como: “um dever de o estado efetivar a educação mediante a garantia de atendimento em creches e pré-escolas aos alunos de zero a seis anos de idade e direito do aluno” (FARIA, 1995. p. 26).

Entre os séculos 15 e 16 a educação atingia o homem burguês, o clero e a nobreza. Era uma educação pública e religiosa e ainda tinha o objetivo de formar o cristão, o fiel, porém com caráter mais leigo, laico. Contrário às ideias da Igreja Católica em relação à educação, Martinho Lutero (1483-1546), um jovem religioso, rompeu com o catolicismo e liderou a Reforma Protestante com a fundação da Igreja Protestante. (DERVAL, 1998. p. 21).

Ainda durante esses séculos, surgiram os colégios, comandados pelos jesuítas. Eles tinham o objetivo de propagar a fé católica. Educavam os leigos e os católicos, para que estes continuassem na fé do Catolicismo. Os jesuítas elaboraram um plano de estudo chamado Ratio Studiorum, que organiza e regulamenta todo o sistema escolástico da ordem. (BRITO, 2003. p. 15).

 

 

O Papel da Educação, a aprendizagem e a escola

 

O papel da educação é um tanto singular dentro da formação e desenvolvimento do indivíduo. As funções da escola como instituição formativa encontram-se expressas em diversas instancias legais amparando as alunos e adolescentes em seus direitos sociais para que possam, em um futuro próximo, fazer parte, na vida adulta, da sociedade em que vive.

Aprendizagem é um processo que ocorre durante toda a vida e começa a partir da gestação, no entanto, é papel da escola incluir a família na conscientização de seus propósitos educacionais. Os pais podem ser fortes aliados e colaboradores da escola se lhes forem esclarecidos os objetivos e a importância da educação na vida dos filhos. (BRITO, 2003. p. 25).

O grande objetivo da escola, assim como o da família é o de auxiliar no desenvolvimento e na formação dos alunos. Todos nós sabemos que a escola representa o saber, a cultura e muitas vezes acabam se confundindo com a educação.

A escola é de grande importância, pois é na infância que acontece a formação do caráter e da personalidade do indivíduo, ou seja, a escola é um lugar para formar pessoas inteligentes.

 

“A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da escola com esse aluno”. (BRITO, 2003. p. 31).

 

A escola também é muito importante para o convívio em sociedade, mas é necessário também estar preparado para aceitar a atualidade e os novos paradigmas.

 

 

O ambiente escolar

 

A escola é o lugar que representa a esperança, o desejo humano de aperfeiçoar-se, de mudar, de fazer-se e promover-se o integralmente, o lugar social no qual a expectativa de mudança é o traço mais marcante.

 

 

Considerações iniciais

 

Uma instituição onde o ensino superior é ensinado é comumente chamada de faculdade ou universidade. Além destas, os alunos também podem frequentar outras instituições escolares, antes e depois do ensino fundamental. A pré-escola fornece uma escolaridade básica para os alunos. As profissionalizantes, faculdades ou seminários podem estar disponíveis antes, durante ou depois do ensino médio (CORTELLA, 2008. p. 35).

 

A escola é uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores. A maioria dos países têm sistemas formais de educação, que geralmente são obrigatórios. Nestes sistemas, os estudantes progridem através de uma série de níveis escolares e sucessivos. Os nomes para esses níveis nas escolas variam por país, mas geralmente incluem o ensino fundamental (ensino básico) para alunos e o ensino médio (ensino secundário) para os adolescentes que concluíram o fundamental. (CORTELLA, 2008. p. 35).

 

Com a educação o “homem” irá buscar o caminho do amadurecimento integral, onde esse caminho não é um momento momentâneo ou passageiro, mas sim um aprendizado que necessita sempre estar sendo buscado e vivido durante toda a sua existência.

 

 

Papel da escola

 

O papel de qualquer escola deve sempre estar ligado aos seus ideais, no que deseja aos seus estudantes e à atuação destes dentro do grupo a que pertencem uma apropriação significativa tanto para si como para o outro, tornando-se uma pessoa consciente e responsável pela transformação da realidade em que está inserido. (CORTELLA, 2008. p. 36).

Conforme o dicionário Aurélio:

 

Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do aluno e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social. (HOLANDA, 2009. p. 256).

 

É dentro de família que recebemos as primeiras noções sobre a educação, e através delas elas nos preparam para sermos cidadãos, cada família particular deve ser governada em conformidade com o plano da grande família que compreende todas as demais. Ao nos remetemos à educação escolar, podemos pensar no desenvolvimento de educação através de uma prática pedagógica que o possibilite de ser sujeito de sua própria história, desenvolvendo competências e habilidades frente aos desafios atuais. Conforme Jacques Dolors:

 

Podemos concluir que a educação não tem uma fórmula pronta a seguir, a fórmula é criada, desvendada a cada passo em que estimulamos os nossos educandos, estes por sua vez têm seus conhecimentos prévios que devemos levar em consideração para acrescentar nessa “fórmula” do educar, inserir a história da comunidade no currículo da escola para que estas s incluam na educação trazendo assim motivação necessária ao processo de ensino-aprendizagem. (DELORS, 1998. p. 21).

 

A concepção de educação nos permite ao desenvolvimento da competência do educando para construir conhecimentos sobre si mesmo e sobre o mundo através da interação, possibilita a construção coletiva de parâmetros e diretrizes ao trabalho escolar. (LIMA, 1997. p. 23).

 

 

Papel do educador

 

O compromisso dos educadores vai além da simples necessidade de repassar conteúdos acumulados no decorrer da história e preparar os que estão sob sua responsabilidade somente para o mercado de trabalho, mesmo sabendo que vivemos numa sociedade capitalista onde o individualismo reina absoluto. O professor representa a figura deste mediador que está entre o mediado e a realidade que os cerca. (LIMA, 1997. p. 24).

O modo como se aprende torna-se importante à medida que ajuda a transcender ao aqui e agora, oportunizando a aplicação, em situações diferentes, dos conteúdos apreendidos; estabelecendo relações com assuntos, fatos e momentos passados ou futuros; entendendo causa e consequência; posicionando-nos crítica e ativamente no grupo que se faz parte. É incontestável sua importância como recurso para a participação e formação da cidadania, como necessária para a construção de uma sociedade mais justa, humana e igualitária. (CORTELLA, 2008. p. 41).

 

 

Educação

 

Podemos afirmar que educação é como um conceito genérico, mais amplo, que supõe o processo de desenvolvimento integral do homem, isto é, de sua capacidade física, intelectual e moral, visando não só a formação de habilidades, mas também do caráter e da personalidade social.

Podemos observar que a educação nos dá ênfase em três princípios distintos e básicos: a natureza, o homem, e as coisas. O papel da educação é um tanto singular dentro da formação e desenvolvimento do indivíduo. (CORTELLA, 2008. p. 42).

Assim sendo, a gestão já pressupõe, em si, a ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. A tendência no modelo de gestão escolar democrática vem orientando as políticas educacionais no que se refere à qualidade da educação, pressuposto que exige o envolvimento do grupo no sentido de unir esforços para a efetivação dos objetivos apontados. (CORTELLA, 2008. p. 42).

Participação é a intervenção dos profissionais da educação na gestão da escola, articulando o caráter interno e externo. O caráter interno refere-se a questões pedagógicas, curriculares e organizacional, compreendendo a escola como local de aprendizagem de conhecimentos e desenvolvimento de capacidades intelectuais, sociais, afetivas, éticas e estéticas, favorecendo a participação na vida social, econômica e cultural.

Os pais podem ser fortes aliados e colaboradores da escola se lhes forem esclarecidos os objetivos e a importância da educação na vida dos filhos. A escola que conhecemos nem sempre existiu e nem sempre ela foi do jeito que a conhecemos e a educação dentro da escola atual vem sendo objeto de estudo, críticas e projetos que muitas vezes não levam em consideração os que fazem parte dela. Existem princípios e valores que são universais e devem orientar toda a ação educativa da escola, das organizações sociais, das famílias e de outros segmentos que queiram colaborar com a educação escolar. (CORTELLA, 2008. p. 49).

A escola é de grande importância, pois é na infância que acontece a formação do caráter e da personalidade do indivíduo, ou seja, a escola é um lugar para formar pessoas inteligentes. Conforme os ensinamentos de Mercedes Vélez:

 

A escola é, como qualquer outra instituição social, uma disseminadora de saberes e ideologias e o professor que não é mais visto como um transmissor de conhecimento e sim como um gestor de conhecimento, alguém que dá a direção na aprendizagem e na relação da escola com esse aluno. (VÉLEZ, 2009. p. 15).

 

 

A escola regular

 

A escola tem um papel preponderante na denúncia de toda e qualquer forma de exclusão e, principalmente da exclusão de pessoas que não são mais jovens. (DELORS, 1998. p. 37).

Ela deve promover a formação de pessoas críticas e cidadãos que estejam aptos a apontar mudanças e/ou alternativas para as relações sociais. Estas práticas adaptativas funcionam como um regulador externo da aprendizagem e são coerentes com uma perspectiva em que o grande objetivo é determinar “o que falta” ao aluno para ter sucesso. Não sendo possível dar-lhe “o que lhe falta”, desconta-se no rendimento final. (DELORS, 1998. p. 37).

Os indicadores de qualidade da educação no Brasil, advindos das atuais políticas públicas de avaliação, têm se centrado nos resultados dos exames nacionais.

No que tange à educação básica, o indicador de maior visibilidade é o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O IDEB é constituído pelo resultado da Prova Brasil e pelo índice de aprovação dos alunos. (VÉLEZ, 2009. p. 25).

 

Nessa direção, o papel do gestor escolar é imprescindível para estabelecer um clima participativo que seja convidativo e motivador do diálogo e da realização do trabalho coletivo, em que a cooperação e a colaboração sejam as marcas das ações e processos de tomada de decisão em que os pares conjuguem na primeira pessoa do plural. (DELORS, 1998. p. 41).

 

A legitimidade conferida ao projeto político pedagógico como instrumento que institui a participação da comunidade escolar pressupõe o desenvolvimento de uma cultura de construção coletiva em que todos são partícipes do processo educativo e atuam como protagonistas nos processos de tomada de decisão, em prol da melhoria do ensino e das aprendizagens dos alunos.

 

 

Dificuldade na matéria de História e a intervenção do pedagógico

 

Referente a abordagem construtivista e na subjetividade das pesquisas que implicam na complexidade da compreensão deste título deste capítulo busca-se analisar os conceitos atuais referentes as operações cognitivas, bem como os processos que viabilizam o acesso ao conhecimento e a adaptação ao conteúdo.

Por fim, busca-se empreender uma reflexão sobre as estratégias de ensino e as interferências prático-pedagógicas que auxiliam beneficamente o trabalho do professor em aula.

 

 

Considerações iniciais

 

Para chegarmos ao desenvolvimento precisamos da motivação. Geralmente a dificuldade na matéria de história de aprendizagem é uma dificuldade na matéria de história.

 

Quando se tratamos de um erro no processo de aprendizagem ele não deve ser fonte de castigo, pois é um suporte para a autocompreensão, seja pela busca individual, seja pela busca participativa. Dificuldade na matéria de história na aprendizagem decorre de fatores intrínsecos e ambientais de construção do sujeito, bem como da desestabilização em virtude da adaptação ao que é novo. (GREGOIRE, 2000. p. 34).

 

 Os objetivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades: emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenômeno, uma situação ou um objeto, em função de distintos critérios”, e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”.

É ainda um auxílio para classificar os objetivos significativos e as metas educacionais, um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos modos desejados, um sistema de controle da qualidade, pelo qual pode ser determinada etapa por etapa do processo ensino/aprendizagem, a efetividade ou não do processo e, em caso negativo, que mudança deve ser feitas para garantir sua efetividade.

 

 

Tipos de dificuldades de aprendizagem na matéria de História

 

A avaliação pode ser considerada como um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de ‘papel e lápis’. (DORNELAS, 2003. p. 21).

 

As dificuldades na matéria de história de aprendizagem envolvem muitas áreas de percepção, entre as quais (GREGOIRE, 2000. p. 36):

 

Discriminação visual ou auditiva; percepção das diferenças em ambos as vistas ou ouvidos;- Impedimento visual ou auditivo; preenchimento da falta de peças de imagens ou sons;- Discriminação figura-fundo visual ou auditiva; focalização de um objeto, ignorando os seus antecedentes;- Memória visual ou auditiva, nem a curto nem em longo prazo;- Sequenciamento visual ou auditivo; colocação do que é visto ou ouvido na ordem certa;- Associação e compreensão auditiva; relacionamento do que é ouvido a outras coisas, incluindo definições de palavras e significados de sentenças;- Percepção espacial; lateralidade (acima e abaixo, entre, dentro e fora) e posicionamento no espaço;- Percepção temporal; intervalos de tempo de processamento da ordem de milissegundos, fundamental para o desenvolvimento da fala de transformação;- Incapacidade de Aprendizado Não-Verbal; processamento de sinais não verbais em interações sociais.

 

 

Tendências observáveis e indicadores de dificuldade de aprendizagem na matéria de História

 

A observação constitui um processo de técnicas que dispõe o professor para a avaliação da turma e que permite complementar ou aperfeiçoar a condição da mesma, bem como permite efetuar procedimentos em relação a possíveis problemas de conduta ou de dificuldade na matéria de história de aprendizagem. As observações em relação ao ambiente e a disposição do aluno em aula e nas atividades extraclasse revelam aspectos sutis implícitos a serem considerados de importância. (GREGOIRE, 2000. p. 39).

 

 

O erro e as dificuldades de aprendizagem na matéria de História

 

Pode demorar um pouquinho mais para assimilar um conteúdo, para dar sentido ao que lhe é ensinado, por uma ou outra razão, sem, contudo, configurar um sintoma ou fracasso do professor. (SOUZA, 1997. p. 36).

 

 

Dificuldade na matéria de HISTÓRIA de aprendizagem representa uma desordem pela qual um indivíduo apresenta dificuldade na matéria de história em aprender efetivamente, e essa desordem acaba afetando a capacidade do cérebro em receber e processar informação e pode tornar problemático para um indivíduo o aprendizado tão rápido quanto o de outro, que não é afetado por ela. (SOUZA, 1997. p. 18).

 

É através dos erros, que muitos alunos desenvolvem dificuldade na matéria de história de aprendizagem, o erro não é fonte para desestímulo, mas suporte para o crescimento. (DORNELAS, 2003. p. 30).

 

 

A abordagem construtivista de aprendizagem e as dificuldades na matéria de História

 

As pedagogias diferenciadas lutam contra as desigualdades, amenizando-as ou neutralizando-as, mas para isso é necessária uma análise mais profunda e aguçada de quais são os motivos que as geram, a saber:

1- O patrimônio genético (aptidões geneticamente adquiridas pelo indivíduo);

2- As condições socioeconômicas da família (meio cultural). (SOUZA, 1997. p. 40).

 

E dentro da abordagem construtiva podemos seguir alguns passos, que auxiliam o aluno em dificuldade na matéria de história de aprendizagem, que são: ver se o aluno está conseguindo executar as diversas tarefas; o professor deve trabalhar com fichas referentes a regras, condutas, explicações e condições de realização que auxiliam o percurso cognitivo do aluno; aplicar uma nota ao desempenho do aluno, porém, limita-se a fornecer uma imagem restrita das competências do aluno; etc. (GREGOIRE, 2000. p. 41).

 

 

Estratégias de aprendizagem

 

No interior do sistema de ensino podem focalizar o tratamento dado as diferenças em dois tipos de situação: Um grupo de alunos de mesmo nível de ensino em diferentes escolas e salas de aula. Outra com um grupo de alunos de uma mesma classe.

Na primeira não poderia ter diferenças entre suas práticas, mas é o que não ocorre, seja no envolvimento dos professores, seja na qualidade de ensino, gerando assim as desigualdades na medida em essas variações favoreçam os favorecidos. Pode haver diferenças de tratamento que favoreçam os desfavorecidos como os programas que visam a evasão e a repetência escolar.

 

Existem alguns processos que compõem as estratégias de aprendizagem, assim como os elencados abaixo:

 

Processo de sensibilização que envolve as estratégias motivacionais, referentes aos fracassos; - Processo de atenção que envolve as técnicas de observação, fragmentação; - Processo de aquisição que envolve as estratégias de compreensão e atenção;- Processo de personalização e controle que envolve as estratégias de pensamento produtivo, crítico e de autorregulação;- Processo de recuperação que envolve técnicas de recuperação sequencial; - Processo de transferência que envolve as técnicas de aplicação do que foi aprendido em tarefas; e os, - Processo de avaliação que envolve as estratégias de avaliação de produtos, de processos. (SOUZA, 1997. p. 21).

 

 

A postura do professor durante a dificuldade de aprendizagem na matéria de História

 

Pela urgência em se resolver um problema ou por insegurança ou afirmação pessoal o professor trata diferentemente os alunos, dando mais ou menos atenção, é mais paciente com uns que com outros, demonstra mais interesse e dedicação a alguns do que a outros, reforçando mais ainda as desigualdades. E alguns pelos seus esforços refletem sobre suas ações e práticas cotidianas evitando a diferenciação selvagem, reforçando as positivas. (SOUZA, 1997. p. 42).

 

O trabalho do professor em se tratando de alunos com dificuldade na matéria de história de aprendizagem necessitam de mais comunicação, flexibilidade no trato do conteúdo, impulsividade ou dependência em relação aos alunos e escolhas metodológicas adequadas para o ensino Dessa forma o professor atuará como mediador e como transmissor de conteúdo, a interação com o aluno em uma relação de aprendizado mútuo, respeitando suas qualidades, seus defeitos, bem como conhecendo melhor a si mesmo e aos alunos. (VASCONCELOS, 1994. p. 56).

 

 

Quais as principais manifestações dos problemas de aprendizagem

 

Comprometimento na interpretação de texto, disgrafia (dificuldade na matéria de história na habilidade de escrever, em termos de caligrafia e também de coerência), dislexia, discalculia (dificuldade na matéria de história no aprendizado dos números), dispersão em sala de aula e nos momentos de realizar atividades e avaliações escolares. Modalidades de aprendizagem que não favorecem a assimilação e a acomodação dos conhecimentos de modo satisfatório, entre outros sinais, podem ser manifestações de problemas de aprendizagem. (SOUZA, 1997. p. 36).

 

 

Distúrbios de aprendizagem

 

Das intenções às ações explica o objetivo primordial nas escolas que é a de garantir que todos os alunos tenham acesso a uma cultura de base comum. (SOUZA, 1997. p. 39). Procura-se substituir o ensino individualizado em que cada aluno desenvolve isoladamente suas tarefas por uma diferenciação no interior das situações didáticas abertas e variadas confrontando cada aluno com aquilo que é obstáculo para ele na construção dos saberes.

Ambas partem do pressuposto de que a falta alguma coisa para que o aluno tenha sucesso na escola: QI baixo, meio cultural e linguagem pobre, desenvolvimento lento, falta de ajuda da família e baixa motivação. (SOUZA, 1997. p. 40). Com isso surgiu nos anos 60 e 70 programas de educação compensatória, visando suprir as carências culturais.

 

Segundo estudiosos da sociologia da educação as desigualdades biológicas, psicológicas, socioeconômicos e culturais transformam-se em desigualdades de aprendizagem e de desempenho pelo modo particular de funcionamento da instituição escolar ou pela maneira de lidar com as diferenças. Pierre Bourdieu e outros autores denunciavam a escola como reprodutora das desigualdades sociais onde o fracasso escolar estava sendo gerado dentro da própria instituição escolar a partir de seu modo de organizar o trabalho pedagógico e de estruturar as relações e práticas pedagógicas. (SOUZA, 1997. p. 41).

 

No segundo num grupo de uma sala de aula, há diferenças que favoreçam os favorecidos e desfavoreçam os desfavorecidos. Situações onde o professor se dirige mais frequentemente aos alunos bem-comportados, atentos e interessados, ou aqueles mais educados, limpos e bem vestidos.

Mas também há aqueles que organizam projetos, atividades e tarefas especialmente destinadas a alunos que tem dificuldade na matéria de história de acompanhar o ritmo geral da classe. (SOUZA, 1997. p. 42).

Perrenoud fala ainda em dois tipos de diferenciação:

A intencional, voltada para beneficiar os alunos (positiva);

A involuntária, que reforça as desigualdades e produz o fracasso escolar (negativa). (SOUZA, 1997. p. 42).

 

 

A intervenção do pedagógico nas dificuldades de aprendizagem na matéria de História

 

Problemas na aprendizagem decorre de fatores intrínsecos e ambientais de construção do sujeito, bem como da desestabilização em virtude da adaptação ao que é novo.

O fato de uma instituição escolar ter em seu quadro um pedagogo institucional contratado, não invalida ou, não substitui as tarefas que só podem ser executadas por um assessor, ou seja, alguém que vem de fora, vê de fora, pontua, revela, identifica o latente naquilo que está manifesto.

 

 

Trabalhar com alunos que nos apresentam alguma dificuldade na matéria de história requer muita afetividade, perspicácia, alegria, calma e paciência, tudo isso exige do educador uma postura, uma atitude que vem de dentro da pessoa, no sentido psicanalítico, aceitação, firmeza, tentando ajudar a conduzir a aluno, com participação ativa dos pais a ir vencendo pequenos obstáculos, dentro do processo de desenvolvimento, sempre através de tomadas de consciência de si mesma, do que faz de tudo e todos que estão à sua volta. (VYGOTSKY, 1993. p. 69).

 

Necessário se faz fazer um planejamento, onde o professor que atua com uma postura pedagógica, considera as vivências, os conhecimentos e as informações que o aluno carrega e a sua forma de ver e de viver no mundo moderno.

É de suma importância que o pedagogo assuma uma postura de investigador procurando conhecimentos que embasem sua prática.

A família cobra muito o desempenho do aluno e a cobra de forma exagerada; isso gera no aluno um quadro de estresse elevado e uma baixa autoestima.

 

 

Conclusão

 

Os modelos dos aspectos a observar nos alunos incluem aspectos relacionais e de autocontrole do mesmo, a psicomotricidade, o jogo, o conjunto de situações em que o aluno utiliza a língua, seja para a compreensão ou expressão, os aspectos lógico-matemáticos e as experiências de todos os níveis (artísticas, de linguagem, atitudinais ou procedimentais). Em todas as situações possíveis relacionadas no parágrafo anterior, o professor é responsável por administrar os diferentes aspectos até onde é possível atuar sob mediação ou sugerir a intervenção. Em caso de parâmetros irregulares ou dificuldade na matéria de história, a interferência torna-se inviável.

Os aspectos incluem a evolução biológica, emocional e social do aluno, o que envolve a seleção de conteúdos dinâmicos e adaptáveis a faixa etária a ser trabalhada. Quanto maior o número de experiências do aluno nos diferentes níveis, melhor é a capacidade da mesma para aprender e se adaptar aos programas escolares.

Alguns aspectos podem alertar pais e professores, como o aluno que esquece de fazer um tema de casa, um exercício; o aluno que evita falar, que se mantém isolado da turma; o aluno que tem o sentimento de ser rejeitado pela turma, de não ser ouvido; o aluno que se sente marginalizado pelos colegas na hora do recreio; o aluno que perde o apetite ou se queixa de dor de cabeça, entre outros. A viabilidade de acesso aos procedimentos do professor em relação aos problemas depende da interação que ele mantém com a turma, bem como do nível de observação do perfil da classe.

O estudo de situações, a ajuda e o apoio de outros profissionais – orientadores educacionais, coordenadores pedagógicos, psicólogos, psicopedagogos – são sempre muito positivos. Surgem novos olhares, tanto em relação à leitura dos problemas quanto às possibilidades interventivas.

 

 

Referências

 

ANTUNES, Celso. Educação infantil: prioridade imprescindível. 3ed. Rio de Janeiro: vozes, 2004.

 

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica Com direito à palavra: dicionários em sala de aula. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2012.

 

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

 

CHALITA, Gabriel Benedito Isaac. Educação: A Solução está no Afeto. São Paulo. Editora Gente. 2001.

 

CORTELLA, Mário Sergio. A escola e o conhecimento. São Paulo: Vozes, 2008.

 

DANTE, Luiz Roberto. Formulação e Resolução de Problemas– 1ª edição – Editora Ática – 2010.

 

DAVIS, Claudia; ESPOSITO, Yara Lucia. Papel e função do erro na avaliação escolar. Cadernos de pesquisa. São Paulo: Fcc (74) agosto 1990.

 

DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.

 

GREGOIRE, Jacques. Avaliando as aprendizagens: os aportes da psicologia cognitiva. Porto Alegre: ed. artes médicas sul, 2000.

 

HOLANDA, Aurélio Buarque de. Mini Aurélio: O dicionário da Língua Portuguesa – Reforma Ortográfica. 7. ed. São Paulo: Positivo, 2009. p. 256.

 

KAUFMANN, L. Passaporte para o ano 2000: como desenvolver e explorar a capacidade empreendedora para crescer com sucesso até o ano 2000. São Paulo: McGraw-Hill, 1990. 117p.

 

LIMA, Lauro de Oliveira, Estórias da Educação no Brasil: de Pombal a Passarinho. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasília, 1997. p. 23.

 

 

RABELO, Edmar Henrique. Avaliação: novos tempos, novas práticas. Rio de Janeiro: ed. Vozes, 1998.

 

SOARES, Maria Lucia. Reinventando o ensino. PONTUSCHKA, Nídia; OLIVEIRA, Ariovaldo. Matemática em Perspectiva. São Paulo, Contexto, 2012. 99p.

 

SOUSA, Clarilza Prado de. Avaliação do rendimento escolar. 6 ed. São Paulo: ed. Papirus, 1997.

 

VASCONCELLOS, Celso dos S. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. 4 ed. São Paulo: ed. Libertad, 1994.

 

 

 

 

Os Novos Movimentos Sociais e a Educação em Direitos Humanos nas Ações e Políticas Públicas no Brasil Contemporâneo

Antônia Adriana dos Santos Silva

 

 

Desenvolvimento

 

O presente artigo analisa os princípios gerais reivindicados pelos movimentos sociais ao longo da história, com ênfase no contexto atual, buscando compreender sua contribuição na formulação e implementação de políticas públicas, especialmente no âmbito da Educação Básica. A educação em direitos humanos é um componente fundamental nesse processo, pois envolve a construção de uma cidadania ativa, baseada nos princípios da democracia, da justiça social e da equidade. Dessa forma, sua implementação nas instituições educacionais torna-se essencial para a formação de indivíduos conscientes de seus direitos e deveres, fortalecendo a consolidação do Estado Democrático de Direito no Brasil. Segundo Candau (2008), a educação em direitos humanos deve estar integrada ao currículo escolar, promovendo valores de respeito, dignidade e justiça social.

Os movimentos sociais desempenham um papel crucial na formulação e monitoramento das políticas públicas, pois articulam demandas coletivas e pressionam o Estado para garantir direitos fundamentais. No que diz respeito à política de moradia no Brasil, essas mobilizações têm sido essenciais para assegurar acesso à habitação digna para a população em situação de vulnerabilidade. Um exemplo disso ocorre no estado do Ceará, onde movimentos sociais atuam em parceria com prefeituras e o governo estadual para substituir casas de taipa por moradias de alvenaria, garantindo melhores condições de vida, acesso ao saneamento básico e água potável. Esses movimentos representam formas legítimas de organização popular, permitindo que a sociedade civil expresse suas demandas e reivindique direitos. De acordo com Gohn (2011), os novos movimentos sociais se distinguem dos tradicionais por sua abordagem multifacetada, incorporando pautas relacionadas à cidadania, justiça social e participação política.

Além da habitação, os movimentos sociais também desempenham um papel fundamental na promoção da educação e da igualdade de oportunidades. Ao reivindicarem políticas públicas mais inclusivas, esses grupos contribuem para o fortalecimento da educação em direitos humanos, garantindo que os cidadãos tenham acesso ao conhecimento necessário para exercerem seus direitos. Para Arendt (2001), a educação é um elemento essencial na formação de sujeitos críticos e ativos na sociedade, pois possibilita a compreensão dos mecanismos de poder e das formas de participação democrática. Assim, a atuação dos movimentos sociais não apenas influencia a formulação de políticas públicas, mas também fortalece a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

 

 

Referências

 

Arendt, H. (2001). Entre o passado e o futuro. São Paulo: Perspectiva.

 

Candau, V. M. (2008). Educação em direitos humanos: princípios, políticas e práticas. Petrópolis: Vozes.

 

Gohn, M. da G. (2011). Movimentos sociais e educação. São Paulo: Cortez.

 

 

 

 

A Importância do Planejamento para a Pedagogia de Projetos

Antônia Adriana dos Santos Silva

 

 

Desenvolvimento

 

O planejamento na pedagogia de projetos é um processo essencial que envolve tanto o professor quanto o aluno. O professor é responsável por estabelecer os objetivos e definir estratégias, enquanto o aluno desempenha um papel ativo na execução das ações planejadas. Dessa forma, o planejamento contribui para que as metas propostas sejam alcançadas de maneira estruturada e eficiente. Um planejamento bem elaborado possibilita um processo de ensino-aprendizagem mais organizado e seguro, permitindo que os objetivos educacionais sejam atingidos com maior clareza e efetividade. Segundo Hernández (1998), a pedagogia de projetos estimula a participação ativa dos alunos, promovendo a construção do conhecimento de forma colaborativa e significativa.

Além disso, o planejamento é um elemento fundamental para a avaliação e o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos. Ele funciona como um instrumento que subsidia a prática pedagógica do professor, permitindo a organização dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula e a adoção de estratégias metodológicas adequadas. Dessa forma, a avaliação torna-se parte integrante do processo, possibilitando ajustes necessários para atender às necessidades individuais dos estudantes. Para Zabala (1998), o planejamento baseado em projetos deve considerar a interação entre teoria e prática, promovendo um ensino dinâmico e centrado no estudante.

Ao planejar um projeto, o professor também abre espaço para que o aluno participe ativamente da escolha do tema e da definição dos caminhos que o projeto irá seguir. Isso possibilita o desenvolvimento da autonomia, incentivando a investigação, a busca por informações e a resolução de problemas. Quando o aluno é envolvido nesse processo, sente-se mais motivado e engajado, tornando-se protagonista da própria aprendizagem. Assim, a pedagogia de projetos favorece a construção do conhecimento por meio da experimentação, da pesquisa e da colaboração entre os envolvidos.

Por fim, para que o planejamento seja eficiente, é imprescindível que o professor tenha domínio sobre o conteúdo a ser ensinado, compreenda as melhores estratégias didáticas e conheça o perfil dos seus alunos. Dessa forma, ele poderá elaborar ações pedagógicas que favoreçam a aprendizagem significativa e a formação de cidadãos críticos e reflexivos.

 

 

Referências

 

Hernández, F. (1998). Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho. Porto Alegre: Artmed.

 

Zabala, A. (1998). A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed.

 

 

 

 

 

Violência e Pobreza no Brasil

Antônia Adriana dos Santos Silva

 

 

Desenvolvimento

 

O Brasil enfrenta sérios desafios em relação à violência, sendo um problema complexo e multifatorial. Os principais fatores que contribuem para esse cenário incluem questões socioculturais, institucionais e o tráfico de drogas. No entanto, dois elementos se destacam pela sua relação direta com a criminalidade: a pobreza e a fome.

A desigualdade social no Brasil é uma das maiores do mundo, o que leva a uma exclusão significativa de populações vulneráveis do mercado de trabalho e de oportunidades educacionais. Como resultado, muitos indivíduos enxergam no crime uma alternativa para suprir suas necessidades básicas e alcançar um padrão mínimo de consumo. De acordo com Zaluar (2004), a violência urbana é intensificada pela falta de políticas públicas eficazes que promovam inclusão social, acesso à educação de qualidade e geração de empregos. Dessa forma, a criminalidade não deve ser encarada apenas como uma questão de segurança pública, mas também como um reflexo das desigualdades estruturais do país.

A adoção da pena de morte, por exemplo, não seria uma solução eficaz para reduzir a violência no Brasil. Além do risco de condenações injustas, a medida poderia agravar os conflitos sociais e não resolveria as causas subjacentes da criminalidade, como a exclusão econômica e a marginalização social. Em vez disso, é essencial que o Estado fortaleça o cumprimento das leis já existentes e invista em medidas preventivas, como políticas educacionais e de assistência social. Segundo Wacquant (2001), sociedades com altos índices de desigualdade tendem a adotar estratégias repressivas contra os mais pobres, em vez de buscar soluções que reduzam efetivamente a criminalidade por meio da inclusão social.

A questão da criminalidade juvenil também precisa ser analisada com cautela. Muitas crianças e adolescentes acima de 12 anos acabam se envolvendo com o crime por falta de perspectivas futuras. A solução, no entanto, não está apenas em punições mais rígidas, mas em políticas que incentivem a inclusão produtiva dos jovens, como a ampliação do acesso à educação integral, cursos profissionalizantes e programas de primeiro emprego. Caso essas oportunidades fossem mais acessíveis, o número de menores envolvidos com atividades ilícitas poderia ser reduzido significativamente.

Portanto, a violência e a pobreza no Brasil estão interligadas e exigem abordagens estruturais para serem enfrentadas. O fortalecimento de políticas públicas voltadas à educação, ao emprego e à redução das desigualdades sociais é essencial para garantir um país mais seguro e justo para todos.

 

 

Referências

 

Wacquant, L. (2001). As prisões da miséria. Rio de Janeiro: Zahar.

 

Zaluar, A. (2004). Integração perversa: pobreza e tráfico de drogas. Rio de Janeiro: FGV Editora.