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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Andréa Cristina Ferreira

 

RESUMO

A Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental propõe discutir e aprofundar os conhecimentos teóricos sobre a alfabetização e o letramento do Ensino Fundamental, visando à formação de profissionais capacitados para lidar com questões relacionadas ao ensino da leitura e escrita na sala de aula. Uma educação de qualidade, voltada à inclusão de todos, considerando a importância do domínio das habilidades de leitura e escrita. Ler e escrever de forma competente são necessidades na vida cotidiana no âmbito das sociedades letradas, sendo indispensável tanto para a aquisição de novas informações e conhecimentos quanto para a inserção social dos indivíduos aborda discussões sobre os fundamentos da organização do cotidiano escolar, bem como aspectos constituintes do trabalho docente (didática, currículo, planejamento, avaliação, entre outros), centrando-se nas abordagens teórico-metodológicos para o ensino da leitura e da escrita na atualidade, e nos desafios postos ao professor alfabetizador. Procuramos verificar como acontece o processo de alfabetização na criança segundo a autora Emília Ferreiro, que como pesquisadora realizou diversos estudos sobre a concepção da criança a respeito da aprendizagem da leitura escrita. A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. No entanto, o que se entende hoje como letramento é dominar a leitura e a escrita, neste sentido uma pessoa letrada é aquela que as domina e utiliza com competência, em seu meio social, pois só assim o indivíduo se tornará alfabetizado e letrado.

 

Palavras-chave: Aprendizagem. Letramento. Alfabetização nas séries iniciais.

 

Introdução

 

Neste trabalho de pesquisa buscou-se aperfeiçoar cada vez mais, pois o curso que escolhido de Pós Graduação requer isso. Portanto, é um tema que fala de dois assuntos que parecem ser iguais mais existem muitas diferenças entre eles “A importância da Alfabetização do processo do Letramento”. Os dois têm significados importantes na sociedade que temos hoje em dia. E através disso que esse trabalho levará a entender os verdadeiros significados da Alfabetização e o Letramento.

O referido trabalho propôs fazer fundamentos teórico-metodológicos para discutir as concepções e aplicações que condicionam possibilidades efetivas de usos da leitura e escrita e situações vividas pelos/as educando/as em suas futuras práticas educacionais. O objeto de estudo da pesquisa consiste no ensino de letramento no contexto de formação de educadores/as do campo, cujo objetivo geral

consistiu em analisar se os conteúdos da Disciplina contribuem para o desenvolvimento de práticas pedagógicas voltadas para o letramento e a alfabetização sintonizada com o contexto social vivido nos assentamentos.

Os processos de alfabetização e letramento são complexos, mas fundamentais para a inclusão social. O ensino de Letramento rompe barreiras tradicionais que considera a alfabetização como pré-requisito para o domínio da leitura e escrita.

Esse estudo sobre Letramento e Alfabetização foi desenvolvido por meio de atividades utilizando leitura bibliográfica, cartazes, textos dissertativos, centradas nas discussões e diferenciações entre letramento e alfabetização, noções conceituais sobre o tema, o ensino/aprendizagem no letramento, contexto e práticas de alfabetização; proporcionando mais interesses para me aperfeiçoar nesse tema. Além das perspectivas e dificuldades em alfabetizar letrado. Trata-se de um processo de formação, que vai muito além de ações pontuais e que contempla a intervenção em salas de aula, com acompanhamento de gestores, que também participam das ações de formação. O município em questão investe no professor, objetivando o seu desenvolvimento profissional, visando ensino de qualidade, equalização de oportunidades educacionais e vivência de uma transformação social. E ainda, considera importante a gestão escolar e possui um projeto estratégico, orientado por metas de desenvolvimento.

 

Desenvolvimento

 

A alfabetização é um processo que começa muito antes da entrada da criança na escola, onde é submetida a mecanismos formais de aprendizagem da leitura e da escrita. Entende-se por alfabetização o processo pelo qual se adquire o domínio de um sistema linguístico e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, o domínio das ferramentas e o conjunto de técnicas necessárias para exercer a arte e a ciência da escrita e da leitura.

Hoje, tão importante quanto conhecer o funcionamento do sistema de escrita é poder se engajar em práticas sociais letradas. Assim, enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, o letramento se preocupa com a função social do ler e do escrever.

A expressão letramento apareceu ao lado da alfabetização por se considerar o domínio mecânico da leitura e da escrita insuficiente na sociedade atual. Tornou-se objetivo da escola introduzir os alunos nas práticas sociais de leitura e escrita, pois deixou de ser satisfatório em sua formação o desenvolvimento específico da habilidade de codificar e decodificar a escrita.

Neste sentido, é necessário mais do que apresentar para os alunos as letras e sua relação com os sons, às palavras e as frases. É preciso trabalhar com textos reais estimulando a leitura e a escrita dos diversos gêneros textuais para que aprendam a diferenciá-los e a perceber a funcionalidade de cada um dos textos (para que eles sirvam) e as diversas finalidades da leitura e da escrita (para que lemos e escrevemos).

Dessa forma, percebemos que alfabetizar e letra são duas tarefas a serem desenvolvidas concomitantemente nas classes de alfabetização. A proposta de alfabetização e letramento deve naturalmente adequar-se às exigências da realidade atual. Nessa realidade, a letra de imprensa está presente em todos os momentos da vida de crianças e adultos: nos livros, na televisão, nas revistas, nos jornais, nas embalagens, nos rótulos, no teclado do computador. Sendo assim, fica claro o papel social fundamental da letra de imprensa na alfabetização.

Começar a alfabetização com letra de imprensa maiúscula é uma tentativa de respeitar a sequência do desenvolvimento visual e motor da criança. Esse tipo de letra, por ter um traçado mais simples, possibilita uma ampliação de tempo para pensar sobre a escrita dos diversos tipos de texto, das palavras e das letras que devem ser usadas para representar os sons. E a letra cursiva não precisa mais ser ensinada?

Na verdade, não existe apenas um alfabeto, e sim vários tipos de alfabetos, e todos são socialmente importantes. Dessa maneira, a alfabetização precisará trabalhar com todos os tipos de letras, iniciando o trabalho com letra de imprensa maiúscula para a leitura e para a escrita. Em paralelo, deve estabelecer a relação desses tipos de letras com as cursivas, trabalhando a movimentação delas na pauta dupla. A letra de imprensa minúscula deve ser usada apenas para a leitura, embora possa ser utilizada para a escrita com o auxílio do alfabeto móvel. Algumas observações importantes em relação às letras:

A letra cursiva tem este nome por seu traçado obedecer a um curso, uma continuidade. É uma letra basicamente escolar, ou seja, usada predominantemente na escola. É importante que os alunos a conheçam para ler e, se possível, escrever. Mas algumas crianças não o conseguem, principalmente aquelas com Necessidades Educativas Especiais (Nees). Por ela não ser encontrada nos escritos diários (jornais, revistas, livros, outdoor, computador etc.), seu uso exclusivo em sala de aula dificulta a leitura geral dos alunos. Que relação a linguagem oral tem com o desenvolvimento da leitura e da escrita?

A fala é o principal instrumento de comunicação das crianças com os professores e os colegas. Entretanto, é recente a tendência de torná-la um conteúdo na escola. Hoje, compreende-se que todos precisam saber se expressar e usar a linguagem em variadas situações comunicativa: conversas, entrevistas, seminários, ao telefone, entre tantas outras. Para desenvolver a comunicação oral desde cedo, é importante diversificar os assuntos tratados em sala de aula. O grupo pode discutir uma reportagem, um fato recente ou até um texto científico. Trazer outras pessoas para bater papo também ajuda. A importância do desenvolvimento da linguagem oral não se limita a questões ligadas aos relacionamentos sociais, como aprender a se comunicar, a expressar suas ideias, pensamentos e dúvidas. É fundamental também para o desenvolvimento cognitivo, principalmente ligado ao aprendizado da escrita e da leitura.

Por meio de um trabalho de desenvolvimento da oralidade, as crianças aprendem a distinção entre linguagem oral e escrita (quando percebem que o que está sendo lido não é exatamente igual ao que está sendo contado), organizam o pensamento e a linguagem, ampliam o vocabulário, aprendem a explicar, justificar, opinar e argumentar para defender seus pontos de vista.

O trabalho com a linguagem oral é fundamental também como preparação para a produção de textos, pois, mesmo no momento em que as crianças não escrevem convencionalmente, elas podem produzir textos oralmente trabalhando a organização de ideias, a topicalização dos fatos, a coerência, a organização discursiva dos textos. Dessa forma, percebe-se que o trabalho com a linguagem oral é pré-requisito fundamental, devendo estar presente em todas as aulas.

Quando alfabetizar passa a designar o aprendizado inicial de leitura e escrita enquanto letra expressa o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever, bem como o uso de habilidades em práticas sociais, é um estado ou condição que adquire um grupo social. Partindo desse pressuposto, temos a afirmação de Paulo freire (2001), “aprender a ler e escrever, é aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto numa relação dinâmica vinculando linguagem”. Os estudos do letramento partem de uma concepção de leitura e de escrita como práticas discursivas, com múltiplas funções e inseparáveis dos contextos em que se desenvolvem. Na perspectiva social da escrita que vimos discutindo, uma situação comunicativa que envolve atividades que usam ou pressupõem o uso da língua escrita letramento não se diferencia de outras situações da vida social: envolve uma atividade coletiva, com vários participantes.

Vamos buscar a compreensão de “alfabetização e letramento” e descrever os aspectos que constituem a leitura, elaborou-se este artigo. Sabe-se que a inserção da criança, no mundo da escrita, ocorre antes de sua entrada na escola. Pois seu desenvolvimento se faz numa sociedade grafo Centrica. Assim sendo, a capacidade de produção da escrita inicia-se na infância e amplia-se a medida que sua inserção cultural se desenvolve, distinguindo-se de dois conceitos: Alfabetização: aprendizado do alfabeto, domínio e apreensão da forma escrita, utilizada em duas funções que se inter-relacionam: ler e escrever; Letramento: relaciona-se diretamente ao ato de ler e de escrever, ampliando-se, a medida que se faz uso dessas funções na vida social, utilizando-os num processo mais amplo do que a decodificação de palavras, ou o registro delas.

 

Os métodos de alfabetização amplamente divulgados no Brasil são os tipos analíticos (que iniciam o processo de alfabetização do todo para as partes) e sintéticos (das Partes para o todo), sendo exemplos dos primeiros os métodos fônicos e silábicos. Com relação ao método sintético, Ferreiro e Teberosky (1989), afirma que inicialmente se pensou que os elementos mínimos da escrita fossem as letras e, por isso, durante muito tempo, as crianças aprenderam a ler e escrever pronunciando as letras e estabelecendo as regras de sonorização ao da escrita. (GONTIJO, 2002, p. 05)

 

A especialização na Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental propõe discutir e aprofundar os conhecimentos teóricos sobre a alfabetização e o letramento do Ensino Fundamental, visando à formação de profissionais capacitados para lidar com questões relacionadas ao ensino da leitura e escrita na sala de aula. Trata-se de um profissional comprometido com uma educação de qualidade, voltada à inclusão de todos, considerando a importância do domínio das habilidades de leitura e escrita. Ler e escrever de forma competente são necessidades na vida cotidiana no âmbito das sociedades letradas, sendo indispensável tanto para a aquisição de novas informações e conhecimentos quanto para a inserção social dos indivíduos. Como no processo de construção de conhecimentos, as crianças utilizam-se das mais variadas linguagens, a partir de interações que estabelecem com outras pessoas e com o seu meio. Cada faixa etária permite construções diferentes de aprendizagens significativas com conexões relevantes em relação aos conteúdos do cotidiano.

A atividade de construção do conhecimento é mediada pela cultura, tendo por base os conhecimentos adquiridos pelos alunos anteriormente e os conteúdos escolares organizados e planejados pelo professor, que deve ser estimulador da participação e expressão de todos e motivador de novas aprendizagens.

A pesquisa desenvolvida com o grupo de professoras ofereceu dados importantes, que contribuíram para o entendimento de certa complexidade da leitura e escrita. Apesar dessa característica, o registro por escrito, realizado pela própria pesquisadora, durante a entrevista, pode apresentar algumas fragilidades de exatidão das falas, porque os depoimentos não foram registrados por um gravador, o que poderia ter garantido, dependendo da resposta, uma certeza maior sobre um determinado posicionamento.

 

(...) tenha sempre presente o fato de ele ser capaz de escrever qualquer coisa, mas também o de que há somente uma forma ortográfica: se ele não a souber, deverá procurar saber para não errar (...) aprender a escrever ortograficamente, porque a escrita da fala serve para a fala e não para o sistema de escrita convencional usado pela sociedade. Dessa maneira se aprende o essencial como sendo essencial e o acidental como sendo acidental. (p.32).

 

Para estudar e aprender a ler e a escrever demanda conhecer, não só vários assuntos, mas também saber registrá-los de forma socialmente legitimada e valorizada. Verifica-se, assim, que o processo ensino-aprendizagem não se dá de forma totalmente aproveitável por todos os alunos das escolas pesquisadas, o que se conclui que existe algum empecilho ou por parte dos professores ou pelos próprios professores, ou ainda, pelo método de ensino adotado na escola.

Em algumas escolas de séries iniciais do Ensino Fundamental preocupam-se intensamente com a mecânica da escrita, com o desenho e soletração das palavras. Em contrapartida encontramos escolas que consideram imprescindível para alfabetizar o auxílio de músicas, histórias, teatro, poesias, parlendas, trava-línguas enfatizando assim o desenvolvimento da leitura e da escrita e usando atividades que facilitam a integração dos indivíduos nas práticas sociais.

Alfabetização e Letramento nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental propõe discutir e aprofundar os conhecimentos teóricos sobre a alfabetização e o letramento do Ensino Fundamental, visando à formação de profissionais capacitados para lidar com questões relacionadas ao ensino da leitura e escrita na sala de aula. Trata-se de um profissional comprometido com uma educação de qualidade, voltada à inclusão de todos, considerando a importância do domínio das habilidades de leitura e escrita. Ler e escrever de forma competente são necessidades na vida cotidiana no âmbito das sociedades letradas, sendo indispensável tanto para a aquisição de novas informações e conhecimentos quanto para a inserção social dos indivíduos aborda discussões sobre os fundamentos da organização do cotidiano escolar, bem como aspectos constituintes do trabalho docente (didática, currículo, planejamento, avaliação, entre outros), centrando-se nas abordagens teórico-metodológicos para o ensino da leitura e da escrita na atualidade, e nos desafios postos ao professor alfabetizador.

Busca-se, ao longo do percurso projetado para este curso, contemplar diferentes questões pertinentes ao processo de ações que possam contribuir para a organização do trabalho pedagógico voltado à alfabetização e letramento. Assim, são abordados os principais desafios que se apresentam aos profissionais ligados ao ambiente educacional, enfatizando conhecimentos teóricos e metodológicos que subsidiam o desenvolvimento de ações e práticas eficazes no ensino da leitura e escrita. De acordo com Ribeiro: “Letramento - procura compreender a leitura e a escrita como práticas sociais complexas, desvendando sua diversidade, suas dimensões políticas e implicações ideológicas”. (2003, p.12).

A alfabetização consiste no aprendizado do alfabeto e de sua utilização como código de comunicação. De um modo mais abrangente, a alfabetização é definida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e em suas variações. Esse processo não se resume apenas na aquisição dessas habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do pacto de ler, mas na capacidade de interpretar, compreender, criticar, resinificar e produzir conhecimento. Todas essas capacidades citadas anteriormente serão concretizadas se os alunos tiverem acesso a todos os tipos de portadores de textos. O aluno precisa encontrar os usos sociais da leitura e da escrita. A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão e uso da linguagem de uma maneira geral.

Segundo Soares (2003), o termo letramento surgiu em 1980, como verdadeira condição para sobrevivência e a conquista da cidadania, no contexto das transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas. Ampliando, assim o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização. Letramento não é necessariamente o resultado de ensinar a ler e a escrever. É o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita (SOARES, 2003).

Surge, então, um novo sentido para o adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura; literato” (MICHAELIS), e que agora passa a caracterizar o indivíduo que, sabendo ler ou não, convive com as práticas de leitura e escrita. Por exemplo, quando um pai lê uma história para seu filho dormir, a criança está em um processo de letramento, está convivendo com as práticas de leitura e escrita. Não se deve, portanto, restringir a caracterização de um indivíduo letrado ao que domina apenas a técnica de escrever (ser alfabetizado), mas sim aquele que utiliza a escrita e sabe "responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz continuamente " O que entende-se hoje como letramento é dominar a leitura e a escrita, neste sentido uma pessoa letrada é aquela que as domina e utiliza com competência, em seu meio social, pois só assim o indivíduo se tornará alfabetizado e letrado.

De acordo com a autora Soares há a necessidade de diferenciá-los, pois se podem confundir os dois processos, gerando assim um conflito na compreensão dos mesmos; e ao aproximá-los percebemos que a alfabetização pode modificar o entendimento de letramento, como ao mesmo tempo depende dele. Levando em consideração as análises de Magda Becker Soares sobre letramento e alfabetização, essa diz que: “Se alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, letra significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita. Uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever; uma criança letrada (tomando este adjetivo no campo semântico de letramento e de letra, e não com o sentido que tem tradicionalmente na língua, este dicionarizado) é uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo o prazer de leitura e de escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes ou portadores, em diferentes contextos e circunstâncias” (Soares 2004).

 

Conclusão

 

Diante disso, discute qual é a melhor maneira de ensinar, a ler e escreve busca um método mais prático para que venha suprir tal necessidade de alfabetizar. Existem vários métodos para ensinar escrever. O que acontece é que quando o professor lança mão de um método para alfabetizar não leva em conta se esse método realmente vai atender a necessidade do aluno a ser alfabetizado, foca-se apenas no ato de codificar e decodificar os sinais e os sons.

Atualmente a educação esta caminhando para alfabetizar letrado. No processo de alfabetizar e letra é imprescindível que os educadores tenham claros tais conceitos, pois alfabetização é um processo especifico e indispensável de apropriação do sistema da escrita, a conquista dos princípios alfabético e ortográfico que possibilita ao educando ler e escrever com autonomia e letramento são o processo de inserção e participação na cultura escrita, processo este que tem inicia quando a criança começa a conviver com as diferentes manifestações da escrita na sociedade e se prolonga por toda a vida, com a crescente possibilidade de participação nas práticas sociais que envolvem a língua escrita.

No entanto, a alfabetização é um processo de ensino aprendizagem, que tem como objetivo levar à pessoa a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Sendo assim, a pessoa alfabetizada é aquela que aprendeu habilidades básicas para fazer uso da leitura e da escrita. Com base na reflexão mencionada neste trabalho, é necessário compreender a prática pedagógica como elemento de produção do conhecimento, dessa forma, ocorre a necessidade e precisão do alfabetizar letrado. Assim constitui-se em um trabalho feito pelo educador e também pelas pessoas que participam do aprendizado da criança, requerendo mudanças significativas acerca de práticas pedagógicas através do ensino da leitura e da escrita para o seu aprimoramento nas séries iniciais.

Através do estudo foi possível compreender que para Emília Ferreiro as dificuldades e fracassos nas séries iniciais na aprendizagem da leitura e escrita constituem um problema que nenhum método conseguiu solucionar. Em suas obras, porem, ela não apresenta nenhum método pedagógico que deveria ser seguido pelos professores para alfabetizarem seus alunos, mas revela os processos de aprendizagem das crianças.

Enfatizou-se, que todo o processo de aprendizagem está articulado com a história de cada indivíduo, e o ser humano aprende mais facilmente quando o novo pode ser relacionado com algum aspecto de sua experiência prévia, com o conhecimento anterior, com imagens, palavras e fatos que estão em sua memória, com vivências culturais. A aprendizagem não se dá no vazio. É uma realização individual, por meio de uma construção que é histórica e social e que supõe, portanto, essa interação com o outro e com a produção simbólica da humanidade.

Constatou-se, que este trabalho abordou de forma extrínseca as bibliografias de autores que estudaram e nos privilegiaram com assuntos riquíssimos que nos remete a este processo complexo, que necessita do aprimoramento também dos professores, da escola e de seus familiares.

 

REFERÊNCIAS

 

Disponível em:< A arte de ensinar aprender > acesso em 13/03/19.

 

Disponível em:< Portal de Educação Infantil. Editora do Brasil > acesso em 13/03/19.

 

Disponível em: < Soares, Magda. In: São Paulo: Contexto. Alfabetização e letramento. [Sul: s.n.], 2003 > acesso em 16/03/19.

 

Disponível em: < Gomes, Antônio Augusto Batista et al. Pró-letramento Alfabetização e Linguagem. Rev. amplia. Incluindo SAEB/Prova Brasil. Brasília: Secretária da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.p.11 > acesso em 05/04/19.

 

SOARES, M Alfabetização e Letramento, Caminhos e Descaminhos. Revista Pátio, ano VIII, n. 29, p. 20, fev./abr. 2004.a. Acesso em 21/05/19.

 

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.b. acesso em 21/05/19.

 

FERREIRO Emília. Alfabetização em Processo. São Paulo: Cortez, 1996. 144p. Acesso em 01/06/19.

 

CARDOSO, B: A. T. – Reflexões sobre o ensino da Leitura e Escrita, 2ª Ed. Petrópolis, Vozes, 1994. Acesso em > 01/06/19.



A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO

Gleiciane Vieira Silva
Solange de Oliveira Moura
Maristela Oliveira Cavalheiro
Cleonice Marques de Lima
Vilmara Duarte Godoi


RESUMO

O presente artigo tem como objetivo mostrar a importância do letramento junto da alfabetização, que mesmo sendo algo novo no Brasil, os professores precisam estar ciente de que o letramento faz parte desse processo de ensino, às vezes muito antes da criança estar inserida no âmbito escolar. Diante disso o professor precisa ter um olhar amplo, alfabetizar letrando, sem esquecer que a criança traz conhecimentos, não é um ser vazio e a partir disso iniciar um novo processo de ensino, para que o aluno consiga exercer seus direitos de cidadania, que compreenda o mundo que o cerca.


INTRODUÇÃO

A alfabetização e letramento, apesar de serem coisas diferentes são dois processos indissociáveis, ou seja, precisa estar caminhando lado a lado no processo de ensino aprendizagem do aluno.

A alfabetização implica em ensinar aos alunos o sistema dos códigos linguísticos, ou seja, ler e escrever. Enquanto o letramento implica a interpretação de tudo que se lê, usar a leitura como prática social, ou seja, usá-la em prol de si mesmo, facilitando seu dia a dia.

O presente artigo tem como objetivo mostrar a importância do letramento junto da alfabetização, que mesmo sendo algo novo no Brasil, os professores precisam estar ciente de que o letramento faz parte desse processo de ensino, às vezes muito antes da criança estar inserida no âmbito escolar.

Diante disso o professor precisa ter um olhar amplo, alfabetizar letrando, sem esquecer que a criança traz conhecimentos, não é um ser vazio e a partir disso iniciar um novo processo de ensino, para que o aluno consiga exercer seus direitos de cidadania, que compreenda o mundo que o cerca.


A IMPORTÂNCIA DO LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO

Existem muitos métodos de alfabetização que através dos quais é possível ensinar uma criança a ler e a escrever. Os dois métodos existentes na alfabetização são os analíticos ou sintéticos. (Melhore essa redação. No início desse parágrafo vc diz que existem muitos métodos e depois vc diz que há apenas dois....) Os métodos sintéticos são aqueles que se parte de uma unidade menor, podendo ser letras, sílabas ou mesmo uma palavra. Ficando assim restrito ao reconhecimento das letras e de seu valor fonético.

O método analítico inicia por uma palavra, frase ou uma história onde pode apresentar uma palavra chave, onde seriam estudadas as letras, sons, estando completa quando a criança conhecer todas as famílias silábicas. Sendo um método especialmente utilizado com as cartilhas do século XX.

Houve muitas críticas a esse método, pois muitas vezes a criança não aprendia de fato, apenas decorava as palavras e lia sem compreender as informações apresentadas em um texto. Dalla Valle (2011, p.65) cita que “Numa visão geral, os alunos que eram educados por esses métodos sabiam ler e escrever, mas não conseguiam compreender tudo o que liam e não escreviam muito mais do que frases soltas”. Com isso em 1978 a Unesco criou um conceito de analfabeto funcional, onde se referia as pessoas eu sabiam ler e escrever mas não conseguiam utilizar a linguagem escrita em sua vida cotidiana.

A criança primeiro entrava em contato com esses métodos, decodificando-os, ou seja, a criança aprendia primeiro as técnicas para depois compreender a função social da escrita. Soares (2009, p.2) afirma que:

 

Ninguém aprende a ler e escrever se não aprender relações entre fonemas e grafemas – para codificar e para decodificar. Isso é uma parte específica do processo de apreender a ler e escrever. Linguisticamente, ler e escrever é aprender a codificar e decodificar.

 

É importante que seja mostrada à criança em processo de alfabetização regras ortográficas, relação entre som e escrita. Mas é preciso que o professor alfabetizador também apresente a criança textos reais, como carta, contos, poesias, poemas entre outros tipos de textos. Ferreiro (1993, p. 22) faz uma crítica aos métodos de alfabetização, “O ensino neste domínio continua apegado às práticas mais envelhecidas na escola tradicional, aquelas que supõem que só se aprende algo através da repetição, da memorização, da cópia reiterada de modelos, da mecanização”. É possível confirmar isso quando vemos grandes índices de analfabetos funcionais no Brasil.

Infelizmente esses índices ainda existem no país em grande número fruto de trabalhos educativos mais voltados a decodificação, a memorização de métodos mecânicos de reproduzir letras e palavras, que muitas vezes não respeita o desenvolvimento individual de cada criança.

Freire (1967, p. 111), ainda que o autor tenha voltado sua alfabetização a EJA (Educação de Jovens e Adultos), trouxe diversas contribuições que podem ser usadas na alfabetização de crianças, citando que “a alfabetização é mais do que o simples domínio mecânico de técnica de escrever e ler. É o domínio dessas técnicas, em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende. É comunicar-se graficamente”.

Há algumas décadas tem surgido um termo que possivelmente muitos ouviram falar, mas ainda existe certa resistência em incorporá-lo, o letramento. Desde que foi empregado em 1986 no Brasil.

Desde a década de 70 quando surgiu a terminologia de analfabeto funcional, onde um cidadão era capaz de ler e escrever, mas sem conseguir fazer uso da mesma em seu contexto social. Em um mundo cada vez mais globalizado onde as informações são passadas em questão de segundos para o mundo foi surgindo uma necessidade cada vez maior de uma pessoa além de ser alfabetizada também ser letrada.

Mas para se entender melhor o termo letramento Soares em uma entrevista para (jornal do Brasil, 2000) cita que:


Letramento é, de certa forma, o contrário de analfabetismo. Aliás, houve um momento em que as palavras letramento e alfabetismo se alternavam, para nomear o mesmo conceito. Ainda hoje há quem prefira a palavra alfabetismo à palavra letramento - eu mesma acho alfabetismo uma palavra vernácula que letramento é uma tentativa de tradução da palavra inglesa literacy, mas curvo-me ao poder das tendências linguísticas, que estão dando preferência a letramento. Analfabetismo é dado como estado de quem não sabe ler e escrever. Ou seja: letramento é o estado em que vive o indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas que exerce as práticas sociais de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vive: saber ler jornais, revistas, livros; sabe ler e interpretar tabelas, quadros, formulários, sua carteira de trabalho, suas contas de água, luz, telefone; sabe escrever e escreve cartas, bilhetes, telegramas, sem dificuldade, sabe preencher um formulário, sabe redigir um ofício, um requerimento. São exemplos de práticas mais comuns e cotidianas de leitura e escrita.


O professor não pode se contentar com o simples fato de uma criança saber ler e escrever, mas não compreender muitas vezes uma simples mensagem ou informação que sobre o que leu. É preciso que as crianças saibam ler, interpretar e ainda capaz de produzir textos de acordo com sua idade.

Ainda é possível ver professores que alfabetizam de forma ainda tradicional, alunos contemporâneos precisam de uma alfabetização de acordo com suas necessidades e época em que estão vivendo. O professor não pode pensar no aluno como uma távola rasa, alguém que vai a escola sem conhecimento algum, mas precisa pensar no aluno como sujeito ativo e pensante, dando-lhe autonomia.

Muitos ainda acreditam que se deve alfabetizar primeiro o aluno, para depois então lhe apresentar diferentes gêneros textuais ou até mesmo questionamentos sobre o texto que acabou de ler. Diante disso a criança pode até aprender ler e escrever, mas terá dificuldade em outras séries em acompanhar o que é ensinado.

Quando é apresentado a uma criança não alfabetizada desde muito cedo livros, onde os pais leem para os filhos, fazem perguntas sobre o que leu, dão livros para que a criança possa ler as imagens e entender o seu significado, a criança já entra em contato com a leitura desde muito cedo e quando vai para escola, consegue compreender diversas coisas mesmo sem estar alfabetizada, a criança já entra em contato com o mundo letrado, porém informalmente, cabendo à escola, possibilitar que isso ocorra de forma plena.

Por mais que a criança já tenha esse contato através de seus pais, é o professor que tem as condições pedagógicas necessárias para ensinar o aluno nesse sentido.

A criança muitas vezes não entende que a língua portuguesa é a mesma que existe fora da escola. Infelizmente muitas vezes a escola trabalha com textos diferentes dos que o aluno tem acesso, tendo sentido apenas no âmbito escolar e não fora dele.

A escola precisa entender que o aluno precisa ser preparado para viver fora dela, isso implica apresentar-lhe diferentes gêneros textuais, mesmo os informais, para que o aluno não sinta a escola tão distante de sua realidade. Segundo Dalla Valle (2011, p.81) “É preciso urgentemente que a escola tome consciência de que nada adianta as crianças saberem ler textos escolares, é preciso que saibam usar a linguagem como instrumento pra viver melhor e para terem acesso a cultura de seu povo”.

Se o professor apresentar a criança apenas textos tradicionais como se alfabetizava antigamente, diferentes do que acontece no contexto fora da escola, à criança terá dificuldade em compreender o mundo a sua volta. Sendo assim a escola será apenas uma instituição formal, porém que não prepara o aluno para participar de situações cotidianas fora do contexto escolar.

A alfabetização e o letramento não podem ser processos separados, mas precisam ocorrer juntos, ao alfabetizar a criança, é preciso, ao mesmo tempo, letrar, sendo dois processos indissociáveis, que precisam caminhar lado a lado. Caso contrário só estará fortalecendo ainda mais o termo analfabetismo funcional. Segundo Brasil (1998, p. 151-152):


A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é fundamental para a constituição do ambiente de letramento, a seleção do material escrito, portanto, deve estar guiada pela necessidade de iniciar as crianças no contato com diversos textos e de facilitar a observação de práticas sociais de leitura e escrita nas quais suas diferentes funções e características sejam consideradas. Nesse sentido, os textos de literatura geral e infantil, jornais, revistas, textos publicitários, entre outros, são os modelos que se podem oferecer as crianças para que aprendam sobre a linguagem que se usa para escrever.


A família também tem grande importância nesse processo, quando a criança é incentivada em casa a ler, os pais leem para os filhos, isso exercita o raciocínio do aluno, facilitando a aprendizagem do aluno, contribuindo para que o aluno tome gosto pela leitura, para que quando lhe for apresentado na sala de aula, não sinta receio ou medo, mas que lhe seja algo familiar e não distante de sua realidade. Soares (199, p. 69) cita que:


[...] essa introdução ao mundo da escrita, na escola, não se caracteriza como um momento inaugural de entrada em um mundo desconhecido: embora ainda “analfabeta”, a criança já tem representações sobre o que é ler e escrever, já interage com textos escritos de diferentes gêneros e em diferentes portadores, convive com pessoas que leem e escrevem, participa de situações sociais de leitura e de escrita […]


Há ainda professores que alfabetizam sem se preocupar com o contexto social em que o aluno está inserido. Infelizmente também existem crianças que não tem condições de terem livros para lerem em casa e complementar sua aprendizagem, diante disso a escola precisa alfabetizar e dar subsídios para o letramento.

A alfabetização e o letramento são duas coisas diferentes, mas precisam estar juntos, pois não faz sentido a criança saber os códigos linguísticos e não ter a habilidade de usá-lo. É preciso partir de situações reais do dia a dia da criança, com textos reais articulados com o que a criança precisa aprender.

Mas isso não significa que o livro didático ou material didático devem ser dispensados, pois a criança precisa aprender os códigos linguísticos da língua materna, sem eles a criança não se alfabetiza. O que precisa é dar sentido nessa alfabetização, partindo de situações reais.

Antigamente, no ensino tradicional, a escola se preocupava em alfabetizar de forma mecânica, pois existia uma demanda muito grande para trabalhadores em indústrias, mas que era necessário saber ler e escrever. Uma pessoa que sabia ler e escrever era o suficiente para conseguir um emprego.

Na escola se aprendia frases soltas, depois as copiava, e por final passava para os textos até chegarem a produzirem seus próprios textos.

Hoje a demanda é outra, a escola tem o dever e a criança o direito de ser alfabetizada de forma a vir compreender o mundo em que está inserida, para que desde cedo aprenda não somente seus deveres, mas também seus direitos para que futuramente atue como cidadão ativo.

Sabemos que a sociedade em que vivemos ainda é muito injusta, mas um cidadão crítico é possível pode fazer grandes mudanças. Ainda que pequenos, é preciso ser apresentados textos críticos aos alunos, de acordo com sua idade, mas que tenha uma intenção crítica e que possibilite que esses alunos compreendam a mensagem apresentada.

Muitos professores encontram dificuldades em alfabetizar e letrar ao mesmo tempo, principalmente os professores que se formaram há muito tempo e que infelizmente tem a mente fechada para essa nova prática pedagógica que precisa estar aliada a alfabetização.

Mas é possível que o professor letra ao mesmo tempo em que alfabetiza, mas para isso exige muita reflexão, estudos contínuos e interesse. Infelizmente acontece muito nas escolas dos professores usarem um tempo para leitura apenas como passatempo, depois que os alunos terminam suas atividades que muitas vezes são sem sentido para eles.

A leitura antes de se iniciar a aula é imprescindível, pois o aluno começa a visualizá-la e a valorizá-la como algo tão importante quanto fazer suas tarefas diárias em sala de aula e ir se habituando a leitura, aguçando sua curiosidade para ler vários gêneros textuais dentro e fora da escola. Soares (2003, p. 89), traz uma fala sobre a importância.


Alfabetizar letrando é um desafio que o professor precisa saber lidar, pois o processo de letramento se inicia antes mesmo do aluno estar inserido na escola. Dessa forma é necessário que o professor, faça uma sondagem, observando sempre o aluno, para que possa compreender as dificuldades do aluno e trabalhá-las.


O trabalho pedagógico deve visar à alfabetização e letramento como uma práticas que precisam ser ensinadas juntas, que uma precisa da outra para tornar ampla, possibilitando que a criança entre em contato desde cedo com o mundo letrado, ainda que não saiba ler precisa ser apresentada a esse mundo do letramento. Assim quando a criança passar para as próximas séries, não sentirá tanta dificuldade.

Pois uma vez que a criança conhece ou tem participação em práticas sociais ainda que essa criança seja muito pequena mas tem contato, isso facilitará sua aprendizagem.


METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do presente artigo fora utilizado pesquisa qualitativa, baseada em leitura de artigos, revistas e livro de autores que convergiam sobre o assunto e uma reflexão profunda sobre o tema.

Onde dão a devida importância ao letramento assim como a alfabetização, que um completa o outro e entendem que sozinhos o trabalho fica inacabado.

Segundo Fonseca (2002, p.3) “A pesquisa qualitativa se preocupa com aspectos da realidade que não pode ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais”.

A pesquisa tem como objetivo nos trazer respostas aos mais diversos pesquisador encontrar respostas, porém nem sempre prontas e acabadas, nos levando a fazer investigações, críticas e conseguir provar um determinado assunto. Pádua (2004, p. 12) diz que:

Os procedimentos, as técnicas, que dão suporte ao desenvolvimento do processo de pesquisar, constituem-se como meios, através dos quais poderemos implementar nosso projeto de desenvolvimento de uma formação intelectual rigorosa, crítica e sintonizada com nosso tempo, em especial nos recursos de graduação.

Nesse sentido a pesquisa qualitativa possibilitou olhares mais amplos sobre o assunto, onde possivelmente mostra caminhos para uma alfabetização e letramento como prática social.

Toda essa parte que deixei em vermelho você poderá recortar daqui e colar inteirinha lá na introdução, sem a palavra METODOLOGIA.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Podemos entender que o letramento ainda que seja muitas vezes visto por muitos educadores como algo que pode ser feito depois da alfabetização, sabemos que é imprescindível que o educador trabalhe com isso desde cedo com seu aluno, pois o mesmo muitas vezes conhece as mais variadas coisas antes mesmo de ingressar no ambiente escolar. Cabe ao professor entender esse processo e inserir o letramento juntamente com alfabetização.

Assim como o letramento sozinho não irá facilitar tanto a vida de uma pessoa, o mesmo se diz da alfabetização que sem o letramento perde o seu sentido, o significado.

O aluno tem o direito de conhecer os diferentes gêneros textuais, de acordo com sua idade e fase de aprendizagem, pois muitas vezes conhece, mas não entende. Assim o professor precisa articular os conhecimentos que os alunos já trazem consigo com o que realmente precisam aprender, sendo assuntos que fazem parte do seu dia a dia, para que não sintam que a escola é algo tão diferente de sua realidade.


REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Departamento da Educação Fundamental. Coordenação Geral de Educação Infantil. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Conhecimento de Mundo. Brasília, 1998.

DALLA VALLE, Luciana de Luca. METODOLOGIA DE ALFABETIZAÇÃO. 2. ed. Curitiba: Ibepex, 2011.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

FERRERO, Emília. Com todas as letras. 4 ed. São Paulo: Cortez, 1993.

SOAREs, Magda . Aprender a escrever, ensinar a escrever. In: ZACCUR, E. A magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros. 3. Ed. Belo Horizonte: Autentica, 2009.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO CUIDAR, BRINCAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Sandra Aparecida Perseguini Martins Leite
Elivania da Silva Francisco
Selma Araújo de Souza
Camila Bublitz Cordeiro Moraes

 

RESUMO

 

O presente artigo contribuirá para o debate da dicotomia existente entre o cuidar, brincar e o educar que ainda vigora nas concepções de profissionais que atuam na creche e pré-escola. Enfatiza o cuidar, o brincar e o educar como dimensões essenciais ao desenvolvimento de crianças de zero a cinco anos de idade, exigindo um trabalho de forma planejada, com organização de espaços adequados, no sentido de estimular os processos de desenvolvimento infantil (motor, cognitivo, emocional, social). Salienta que a escola de educação infantil deve- se configurar como lugar de interação e socialização de crianças, complementar à ação familiar, bem como ressalta a importância da formação do profissional que nela atua.

Palavras-chave: Educação infantil. Desenvolvimento infantil. Cuidar. Brincar. Educar. Formação de profissionais.

 

INTRODUÇÃO

As concepções sobre infância e o olhar sobre como a criança se desenvolvem e aprendem mudaram bastante nos últimos anos. Devido a preocupação de pesquisadores, teóricos e estudiosos da educação para a primeira infância, quando direcionam o seu olhar e seu foco de pesquisa para o desenvolvimento infantil, e consequentemente para o bem estar das crianças desde a mais tenra idade.

Estas mudanças ocorreram em grande parte por exigências sociais que transformaram os papéis sociais dos homens e mulheres e, consequentemente, fizeram emergir instituições que compartilham com as famílias a educação das crianças pequenas em ambientes coletivos.

Nesse modelo contemporâneo da educação infantil, as creches e pré-escolas então concebida e valorizada por sua função formadora das crianças como sujeitos históricos e culturais. Esse modelo ganha força quando os professores passam a ser considerados como importante apoio relacional e afetivo e como mediadores de relações significativas para as crianças.

Pode-se dizer que, em termos históricos, é recente a incorporação da Educação Infantil no âmbito educacional. Essa novidade gera uma série de debates sobre qual é a identidade e qual é a função deste segmento educacional. Estas discussões também envolvem uma reflexão sobre qual o perfil e quais as competências que os professores precisam desenvolver para melhor atender às necessidades e aos desafios colocados pelo atendimento de crianças tão pequenas em espaços coletivos.

Deste modo, não se admite mais que a criança do berçário e da pré-escola receba apenas cuidados do seu educador, mas é direito da criança e responsabilidade do educador infantil, organizar o seu trabalho pedagógico contemplando objetivos que envolvam o cuidar, o brincar e o educar.

A criança na perspectiva do hoje, traz a expectativa da criança que deve viver o tempo presente como criança e não como um adulto, deve ser autônoma nas suas aprendizagens, estar sempre pronta a aprender a aprender, a crescer, a construir novos conhecimentos, tendo assim, na figura do adulto apenas seu mediador, e não seu instrutor.

Portanto este artigo pretende refletir a importância da prática pedagógica mediadora, que auxilia a aprendizagem das capacidades das crianças de zero a cinco anos. Quais os instrumentos que são utilizados na aprendizagem das crianças, como relaciona o cuidar, o brincar e o educar, e como as atividades orientadas fazem parte dos momentos de rotina, e contribuem para que as crianças aprendam a se auto organizarem, à medida que associam o tempo as atividades, a rotina precisa ser flexível e planejada a partir de um objetivo.

Estas novas práticas também foram acompanhadas de novas maneiras de se estudar a criança por parte de estudiosos de diferentes áreas como:

Maria Clotilde Rossete Ferreira, Tizuko Kishimoto Morchida, Fernando Barroso Zanluchi, Zilma de Moraes Ramos Oliveira, Jean Piaget, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Sabe-se que a criança está sempre descobrindo e aprendendo coisas novas, por causa do contato com o meio em que vive, o trabalho pedagógico organizado em creche ou pré-escola, em que cuidar, educar e brincar são aspectos importantes ao desenvolvimento de crianças pequenas, com dimensões essenciais e voltadas ao desenvolvimento humano, sobretudo o infantil.

A criança necessita desenvolver-se integralmente, no que se refere aos cuidados relacionais, como nos aspectos biológicos do corpo, isso envolve alimentação, saúde e conhecimentos variados.

 

Do ponto de vista legal, a educação infantil é a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade (Lei nº9,394/96, art.29).

 

Creches e pré-escolas são modalidades de educação infantil, o trabalho realizado no seu interior tem caráter educativo e visa garantir assistência, alimentação, saúde, lazer e segurança com condições materiais e humanas que tragam benefícios sociais e culturais.

De acordo com Piaget, o desenvolvimento infantil é dividido por etapas que podem ser estimuladas com diferentes atividades e brinquedos, respeitar

as etapas do desenvolvimento é propiciar cuidados próprios permeados de estímulos com brincadeiras e jogos, a fim de promover a interação para um completo desenvolvimento cognitivo, respeitando os direitos da criança. Cuidar e educar apesar de desafiador poderá ser estimulador na medida em que os educadores e os pais se envolvam no processo, não só através de teorias, mas percebendo o prazer mútuo da prática.

A educação da criança de zero a cinco anos tem o papel de valorizar os conhecimentos que as crianças possuem, e garantir a aquisição de novos conhecimentos, mas, para tanto, requer um profissional que reconheça as características da infância. Hoje, a educação infantil no Brasil já faz parte do cotidiano e não deve ser vista como uma opção de cuidados, mas sim como um direito de toda a criança; o direito de conviver e ampliar seus espaços de socialização. A infância é entendida como um mundo de possibilidades que, se devidamente amparado, é capaz de proporcionar vivencias e a formação integral e harmônica da criança nesta sociedade em constante e rápida transformação.

Nessa etapa também é necessário ter um amplo espaço, que seja limpo, organizado, de fácil acesso e seguro. Ter salas adequadas às idades dos alunos, terem recursos pedagógicos variados, funcionários, como professores qualificados que apresentem planos pedagógicos coerentes.

O educador deve estar em permanente estado de observação e vigilância para que não transforme as ações em rotinas mecanizadas, guiadas por regras. Consciência é a ferramenta de sua prática, que embasa teoricamente, inova tanto a ação quanto à própria teoria.

Cuidar e educar implica reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos compartimentados, a criança é um ser completo, tendo sua interação social e construção como ser humano permanentemente estabelecido em tempo integral. Significa compreender que o espaço e tempo em que à criança vive exigem seu esforço particular, e a mediação dos adultos como forma de proporcionar ambientes, materiais, que estimulem a curiosidade com consciência e responsabilidade. Cuidar e educar caminha simultaneamente e de maneira indissociável, possibilitando que ambas as ações construam na totalidade, a identidade e a autonomia da criança.

 

Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. (RCNEI, vol. I, 1998, p.25)

 

O processo pedagógico nas instituições coletivas de cuidado e educação deve considerar, dentre outros aspectos, a brincadeira como forma privilegiada da criança conhecer o mundo (BRASIL, 2003). Neste enfoque, o prazer, a alegria, o bem estar devem ser elementos garantidos no espaço das creches e pré-escola uma vez que o que está em jogo é a construção da pessoa e não a preparação para as etapas posteriores.

De acordo com o RCNEI(BRASIL,1998), educar significa:

 

Propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. Neste processo a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas na perspectiva de contribuir para a formação de crianças felizes e saudáveis (BRASIL,1998, p.23).

 

A educação infantil exige de seus professores total comprometimento e competência para trabalhar com as crianças de zero a cinco anos, pois este será norteado por um caráter educacional promovendo o desenvolvimento integral da mesma em suas diferentes especificidades.

O documento Política Nacional de Educação Infantil descreve a formação prévia como um evento chave para melhor atender a criança pequena. A formação docente deve ser vista com uma contínua construção de identidade pessoal e profissional do professor, de modo que esse processo se ligue aos contextos sociais, sendo assim, interligados ao conjunto de valores, saberes e atitudes nas próprias vivências e experiências do professor enquanto ao seu fazer educativo.

Cabe ao profissional de educação infantil de forma lúdica, envolvente e criativa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizados de forma integrada, ao cuidar se educa, ao educar se cuida, portanto são indispensáveis e indissociáveis.

Na hora do banho: dos pequenos por exemplo, tem que ter uma intenção, a intenção do ensinar, as partes do corpo, cantar a música da mãozinha, do narizinho, poderá pedir para a criança tocar a bochecha, o pezinho, e dizer o que é, planejar uma situação de um banho que seja acolhedor e que essa criança possa participar do cuidado e higiene com o próprio corpo, que possa entender o banho e o momento do cuidado com algo gostoso e prazeroso.

A hora da refeição: é também outro momento de cuidar e ensinar, os pequenos adoram mexer com uma colher, garfo, prato. Planejar a refeição como momentos de aprendizagens e respeito, como é que a criança come segurando o talher, os diferentes talheres, está quente, ou frio, experimentar novos alimentos que as vezes não querem comer, saladas, verduras por exemplo, mas com as crianças manipulando, se servindo terão vontade de comer. Os bebês não conseguem comer sozinhos precisa da ajuda de um adulto, mas poderá deixar a vontade, pegar no prato, levar a comida na boca, passar a comida no rosto, deixar sentir o que é, tudo isso são momentos de interações e aprendizagens.

Crianças maiores, poderá deixar eles mesmos se servirem, isso é dar autonomia, a criança vai aprender a comer sozinho, a medir, a dosar o que ela come, as vezes colocam muito, outras vezes pouca comida no prato e ficam repetindo várias vezes até encontrarem a medida que comem.

 

O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos. O desenvolvimento integral depende tanto de cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação e dos cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados (BRASIL,1998, p.24).

 

A higiene pessoal: escovando os dentes, lavando as mãos e o rosto, é uma habilidade pessoal que a criança tem muito prazer em participar, assim ao ir para as refeições o educador pode solicitar a participação da criança na higiene de suas mãos, pois considera-se uma atividade autônoma, aos cinco anos a criança é capaz de abrir uma torneira sozinha, pegar o sabonete, esfregar as mãos, enxaguar, fechar a torneira. Lavar o rosto de forma independente, pressupõe abrir a torneira, lavar o rosto usando um pouco de sabonete nas mãos, enxaguar o rosto, fechar a torneira e enxugar o rosto.

A escovação já é uma habilidade mais complexa, uma vez que envolve várias habilidades, como abrir o creme dental e passar na escova, momento em que o educador poderá ensinar a importância da escovação, escovar os dentes fazendo os movimentos corretos, fazer bochecho para não engolir o creme dental, cuspir, fechar a torneira, lavar a boca, enxugar a escova e a boca, além de guardar a escova de dente.

Importante lembrar que a autonomia nos autocuidados infantis como foi destacado anteriormente, é um processo gradativo, os desafios a serem vencidos vão se graduando, assim para as crianças de três a cinco anos é o momento de aprimorar essas habilidades.

A hora do soninho: deverá ser agradável, a organização do ambiente favorece o sono da criança, por isso a sala deverá ser aconchegante, envolvida por uma música suave de ninar, com carinho dos educadores fazendo com que tanto os bebês como as crianças maiores tenham um sono agradável.

 

Todo processo que envolve o dormir e o acordar da criança, é caracterizado por uma série de rituais importantes. E para que ele seja bom, precisa ser pensado e planejado desde o momento em que a criança se prepara para ir a sala de sono até o momento de acordar (ROSSETE, FERREIRA, Maria Clotilde, 2006, p.143).

 

Unir cuidados e conteúdo é uma preocupação que hoje está mais presente no dia a dia das escolas, o planejamento na Educação Infantil pede intencionalidade e que se parta do que as crianças já sabem, ampliando seus conhecimentos. As crianças pequenas solicitam aos educadores uma pedagogia sustentada nas relações, nas interações e em práticas educativas intencionalmente voltadas para suas experiências lúdicas e seus processos de aprendizagem no espaço coletivo, diferente de uma intencionalidade pedagógica voltada para resultados escolares individualizados. A função docente é coprodutora de currículo e se efetiva na construção de um espaço educacional que favoreça, através da interlocução com as crianças e as famílias, experiências provocativas nas diferentes linguagens enraizadas nas práticas sociais e culturais de cada comunidade.

A forma como a unidade de Educação Infantil organiza seus espaços, tempos, materiais, constrói sua proposta pedagógica, seu currículo, revela quais as concepções de infância e de criança estão presentes no seu trabalho pedagógico. Por exemplo uma escola de educação infantil tem que ter dentro da sala de aula além das carteiras, cantos como cozinha, quarto, área da fantasia, da história, da leitura, canto da música, do médico para as brincadeiras do faz de conta.

A organização do ambiente da sala de aula em pequenos cantos contribui com as brincadeiras infantis e as interações entre as crianças. Aprendem a coordenar suas ações e criar um enredo comum nas brincadeiras, possibilitando a troca de saberes, favorecendo a linguagem, assim pela observação o professor poderá ir reestruturando esses cantos, modificando-os em função dos interesses das crianças.

 

O espaço na Instituição de Educação Infantil deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto é preciso que o espaço seja versátil e permeável à sua ação, sujeito a modificações propostas pelas crianças e pelos professores em função das ações desenvolvidas (BRASIL, 1998, p.69).

 

Os professores de educação infantil necessitam articular condições de organização dos espaços, tempos, materiais e das interações nas atividades para que as crianças possam expressar sua imaginação nos gestos, no corpo, na oralidade, no faz de conta, no desenho e em suas primeiras tentativas de escrita.

Além dos cuidados educativos, as brincadeiras são atividades importantes na educação infantil, utilizar diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas as diferentes intenções e situações, dará a criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz.

As crianças precisam brincar em pátios, quintais, praças, bosques, jardins, ter acesso a espaços culturais diversificados, inserção de práticas culturais na escola e da comunidade. Em todas as culturas as formas de brincar são diferentes, é a partir das interações, das crianças, da forma como o professor interage, apresenta o mundo em pequenas doses, mais estimulada esta criança vai estar, mais aberta, maiores experiências vai viver, mais preparada e enriquecida estará.

 

O brincar favorece o relacionamento social e é favorecido por ele, isto é, ao contrário do que se pode supor, o brincar da criança não é determinado por uma criação sua isolada. A criança brinca com o que dispõe na sua cultura, no meio social em que vive, tanto no que diz respeito aos materiais disponíveis como aos temas das brincadeiras, que são extraídos de sua imaginação lúdica do seu dia a dia (ZANLUCHI, 2005, p.91).

 

As atividades lúdicas promovem a interação das crianças com objetos e pessoas, socializando-as, promovendo o desenvolvimento cognitivo e social. As crianças experimentam o mundo e suas possibilidades, aprendem a conviver com seus pares e se conhecerem mais. Toda atividade lúdica tem um objetivo e ocupa um lugar de destaque no processo de ensino aprendizagem, cabe ao professor criar oportunidades ricas, proveitosas e com metodologias ativas. As atividades lúdicas estabelecem um ambiente agradável.

 

Trata-se, sim, de uma atividade espontânea, livre, um desejo do sujeito. Todavia, esse desejo tem um caráter social muito forte, o de integrar-se, tornar-se um igual, pois disso depende a sobrevivência dos homens e de cada um deles. A atividade lúdica prepara a criança para o que é sério na vida, prepara, inclusive, para compreender e suportar fatalidades, como as guerras e criminalidades (ZANLUCHI, 2005, p. 86).

 

Para Oliveira (2011, p.183), a construção de uma proposta pedagógica para a Educação Infantil deve estar vinculada à realidade cotidiana da criança, bem como à realidade social mais ampla. Isso implica, segundo a autora, conhecer as concepções, os valores e os desejos, assim como suas necessidades e os conflitos vividos em seu meio próximo. faz‐se necessário ouvir dos profissionais suas concepções educacionais para a construção dessa proposta, além de reconhecer e inserir as famílias como interlocutoras e parceiras desse processo de construção. Dessa forma, é preciso compreender, também, que o currículo não pode ser entendido:

 

[...] como um plano individual predeterminado. É um projeto coletivo, uma obra aberta, criativa e apropriada para “aqui e agora” de cada situação educativa. Ocorre com base na análise dessa situação, no estabelecimento de metas e de prioridades, no levantamento de recursos, na definição de etapas e atividades básicas, na reconstrução do projetado na interação (interação) com as crianças, na verificação de aspectos do seu comportamento que se vão modificando no decorrer do processo. Envolve sensibilidade e uma visão de criança como alguém Competente e com direitos próprios. (OLIVEIRA, 2011, p. 183).

 

 

CONCLUSÃO

A partir das análises bibliográficas realizadas referentes ao tema deste artigo, hoje, a criança é reconhecida como um sujeito que é alguém agora, e não um vir a ser. Aprende, brinca pensa, analisa sobre sua realidade cultural e o meio em que está inserida, criando formas, conceitos, ideias, percepções e cada vez mais se socializando através de interações. Dessa forma, os professores devem estar abertos aos seus anseios, às suas emoções, ao seu jeito de ser e de estar no mundo. No entanto, os professores precisam sair da condição de elementos centrais do fazer pedagógico e passarem a considerar as crianças como atores principais desse processo educativo.

A escolha do tema, tem em melhor compreender o conceito da educação infantil como espaço privilegiado da aprendizagem infantil onde é possível assimilar o cuidar, o educar e o brincar com o aprender. Para que ocorra tudo isso ao mesmo tempo, é necessária a presença de um profissional, capacitado, pois favorece e promove a interação, planeja e organiza ambientes para que o cuidar o brincar e o educar possa acontecer.

A Educação Infantil desempenha um papel importante junto à criança, principalmente em seus primeiros anos de vida, a qual lhe permite uma maior participação e desenvolvimento na sociedade, interagindo e conhecendo sua identidade, autonomia, aprendizagem e especificidade.

O cuidar, o brincar e o educar vão além de dar carinho e desenvolver as habilidades emocionais, motoras e cognitivas. Portanto, entendemos o professor como determinante na formação da criança, pois é por meio da mediação, sistematização, orientação, que a criança adquirirá os conhecimentos construídos socialmente durante a história da humanidade.

Vários teóricos comprovaram através de pesquisas e estudo que estes são fatores fundamentais ao processo cognitivo das crianças pequenas e que ajudam a potencializar saberes e a desenvolver habilidades.

A pesquisa realizada possibilitou-se maior aprofundamento sobre a Educação Infantil, seu processo histórico, a integração das práticas de cuidar e educar e a sobre a formação do profissional que atua nesta área da educação básica. A partir de sua elaboração, reitera-se a Educação Infantil como etapa de fundamental importância no processo educativo da criança e em sua formação integral visto que a aprendizagem se iniciará com o início da vida.

Os campos de aprendizagens que as crianças poderão realizar na Educação Infantil vão além. As situações cotidianas criadas nas creches e pré-escolas poderão ampliar as possibilidades das crianças viverem a infância e aprenderem a conviver, brincar e desenvolver projetos em grupo expressar-se, comunicar-se, criar e reconhecer novas linguagens, ouvir e recontar histórias lidas, ter iniciativa para escolher uma atividade. Buscar soluções para problemas e conflitos, ouvir poemas, conversar sobre o crescimento de algumas plantas que são por elas cuidadas, colecionar objetos, participar de brincadeiras de roda, brincar de faz-de-conta de casinha ou de ir à venda, calcular quantas balas há em uma vasilha para distribuí-las pelas crianças presentes, aprender a arremessar uma bola em um cesto, cuidar de sua higiene e de sua organização pessoal, cuidar dos colegas que necessitam ajuda e do ambiente, compreender suas emoções e sua forma de reagir às situações, construir as primeiras hipóteses, por exemplo, sobre o uso da linguagem escrita, e formular um sentido de si mesmo.

 

REFERÊNCIAs

 

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (Org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a

Educação. São Paulo. Cortez, 1999.

 

BRASIL, Lei nº. 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional. Brasília. Ministério da Educação e do

Desporto, 1996

 

Política Nacional de educação Infantil: pelos direitos das crianças de 0 a anos à educação. Brasília: MEC/SEIF/COEDI, 2005.

 

ZANLUCHI, Fernando Barroso. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e educação. Londrina: O autor, 2005.

 

ROSSETE, FERREIRA, Maria Clotilde.Org. Os fazeres na educação infantil. São Paulo: (Cortez, 2006, p.143).

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil: formação pessoal e social. Brasília: MEC/SEF, v.01 e 02.1998. 85p.

OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos. O Currículo na educação infantil: o que propõem as novas diretrizes nacionais? In: SEMINÁRIO NACIONAL: Currículo em movimentos: perspectivas atuais, 1. Anais... Belo Horizonte, nov. 2010.

PIAGET, Jean. A construção do real na criança. Trad. Álvaro Cabral. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, INL, 1975.

 

 

O DESENHO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL*

 

Gisele da Costa Silva

Universidade do Estado de Mato Grosso, Sinop/ MT - Brasil

 

RESUMO

O artigo tem como objetivo compreender a importância do desenho no desenvolvimento da criança de 05 anos de idade na Educação Infantil. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, com entrevistas com os professores, alunos e direção. Ao desenhar a criança expressa revelando suas emoções, vontades, imaginação, criatividade, medos e angustias, revelando no desenho emocional, intelectual, perceptual, social, físico, estético e criativo. Como referencial utilizaram-se Sandra Richter e Vander Jarabiza. Conclui-se que os profissionais têm desenvolvido suas práticas pedagógicas ao trabalhar o desenho livre com as crianças, enfatizando no processo de aprendizagem, tendo um olhar sensível ao desenho da criança.

 

Palavras-chave: Educação Infantil. Desenho da Criança. Expressar.

 

ABSTRACT

The article aims to understand the importance of desing in the development of children 05 years of age in early childhood education. It is qualitative research with approach and interviews with teachers, students and direction. To draw the child expresses revealing their imagination desires emotions creativity, fears and anxieties, revealing the intellectual, emotional design, aesthetic and creative physical social, perceptual. As a reference the used Sandra Richter and Vander Jarabiza. Concluded that the professionals have developed their pedagogical practices when working the free drawing, with children, emphasizing in the learning process having a sensitive look at the child’s drawing.

 

Word- Key: Children, Draw, To express.

 

1 INTRODUÇÃO

 

O presente artigo é resultado da pesquisa - A criança e o desenho na Educação Infantil, ao qual, relata o olhar sensível do professor referente ao desenho e qual a importância que o professor dá a esses desenhos. A Educação Infantil no Brasil até pouco tempo não priorizava a formação da criança, não se tinha a visão de que a construção do saber inicia-se desde o nascimento.

De acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998):

 

A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca. A criança tem na família, biológica o não, um ponto de referência fundamental, apesar da multiplicidade de interações sociais que estabelece com outras instituições sociais.

 

O professor, enquanto em sala de aula tem que saber compreender, observar e ter um olhar sobre as expressões dos desenhos realizados de seus alunos em sala. Pois não é apenas um passa tempo à criança enquanto fazer artístico é algo mais do que simples, é uma forma dela se comunicar com o mesmo, o desenho é uma linguagem, onde através dessa linguagem o professor possa perceber o que a criança transmite pelo que expressa.

Trago como abordagem reflexiva de que o professor deve deixar as crianças explorar o meio em que está inserido dentro e fora da sala de aula, criando rodas de conversas, produções de desenhos, usando canetinha, giz de cera, tintas e colagem, o professor estará contribuindo para uma prática diferenciada, reconhecendo a “criança” como ela é, ou seja, como um ser completo, se desprendendo de vestígios do passado e oportunizando essa criança.

O lócus da pesquisa foi o C.M.E.I Pequeno Príncipe localizado na Avenida dos Ingás Jardim Imperial n° 4411, localizado no Município de Sinop/MT. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas com professores, alunos e direção. A elaboração das perguntas teve como objetivo cumprir as indagações da pesquisa, onde as buscas para as respostas da ida a campo e com bases teóricas puderam chegar com a conclusão desse trabalho.

 

2 O DESENHO COMO LINGUAGEM

 

Antes da invenção do alfabeto os povos antigos transmitiam suas mensagens, ideias e objetos por meio do sistema pictográfico. Segundo Aurélio (2004, p.570) O pictograma ou pictografia se compõem de “picto” que é imagem pintada, e “grama” por transmissão de mensagem. Sendo o desenho, uma linguagem e comunicação é um meio no qual a criança acaba descobrindo e desenvolvendo suas habilidades.

O professor como mediador ao trabalhar as práticas de aula com as crianças pequenas reconhece os limites, as possibilidades, as expressões e o que envolve no domínio do conhecimento de cada um.

 

3 REFLEXÃO VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

 

Segundo o Referencial Curricular Nacional (BRASIL, 2001, p.13), para a Educação Infantil, sua função é contribuir com as políticas públicas e programas de Educação Infantil, assim considerando as especificidades afetivas, emocional, sociais e cognitivas das crianças de 0 a 6 anos. Baseando nos princípios do “acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas á expressão, á comunicação, á interação social, ao pensamento, á ética e a estética”.

No Artigo 58, ECA lei (n° 8.069) capítulo IV, do direito a educação, á cultura, ao esporte e o lazer ressalta que, no processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. (2010, p 24).

 

4 A ORGANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS E O FAZER ARTÍSTICO

 

Sabemos que todas as crianças precisam de um local amplo onde possa se sentir a vontade seja tanto para brincar, correr, desenhar, pular entre demais outros fatores. Falamos aqui também em um espaço escolar qualificado, no qual, a criança se sinta confortável para expressar o seu desenho, o mesmo enquanto em ato de criação imaginadora precisa de um espaço amplo, no qual possa se sentir a vontade dentro da sala de aula.

Além desse espaço a criança pode estar interagindo com outras crianças, como troca de lápis, dialogando, descobrindo as cores e também aprendendo a dividir e compartilhar os materiais, a explorar a imaginação criadora. De acordo com Ferraz (1993, p.56):

 

Durante a construção ela se coloca uma sucessão de imagem, signos, fantasias, que as vezes são mais considerados por elas no momento em que o resultado do trabalho. A criança em atividade fabuladora ou expressiva participa ativamente para o conhecimento da produção da criança e evidenciam o desenvolvimento da expressão de seu e do seu mundo.

 

A citação de Ferraz diz claramente que a criança no ato de construção atua naturalmente, sendo motivada pelo desejo da descoberta do seu imagético. Ela enquanto expressividade sente sensações, sentimentos, e percepções instantâneas na atividade proposta. Richter vem de encontro com essa citação (2004, p. 40):

 

Que envolvem a criação de objetos e símbolos através de diferentes expressivas. Isto porque este momento de vida, da criança de 2 á 7 anos, é caracterizado fundamentalmente pelo pensamento simbólico. É neste momento de vida, e não em outro que ocorrem todas as gêneses simbólicas que nos permitirão dialogar com o mundo, com os outros e conosco mesmo.

 

É importante lembrar que não é somente ter um espaço amplo mais é necessário o professor trabalhar também com o imagético das crianças, nesta faixa etária, fazer com que a criança tenha invenções, criações, do seu mundo e do seu eu que esta ao seu redor.

A partir do momento que a criança descobre que giz de cera, pincel ou caneta forma desenhos ou marcas, esse momento já é denominado como um processo evolutivo. O professor ao conhecer a fase de cada uma percebe as habilidades, os graus de dificuldade e o grau de desenvolvimento no ato enquanto desenho, de cada criança. Outro fato a destacar é sobre a importância do professor em sala revigorar o olhar sobre as diferentes atuações que emergem a relação entre imagem/gestos/forma, algo que é aperfeiçoado historicamente pelo fazer artístico.

Além dos espaços é necessário que o professor tenha como objetivo proposto ao trabalhar o desenho livre com a criança, os recursos dos materiais que utilizam em sala, pois conforme Referencial Curricular Nacional Educação Infantil (RCNEI) (1998, p. 100), para que a criança possa desenhar, é importante que ela possa fazê-lo livremente sem intervenção direta, explorando os diversos materiais, como lápis preto, lápis de cor, lápis de cera, canetas, carvão, giz, penas, gravetos etc., e utilizando suportes de diferentes tamanhos e texturas, como papéis, cartolinas, lixas, chão, areia, terra etc.

Percebe-se também em algumas práticas a desvalorização da linguagem artística, valorizando a linguagem verbal “escrita e fala” deixando de lado o mundo criança, o seu brincar, o lúdico e o seu imaginário.

Como ser professor e adulto devemos respeitar a etapa do estágio de cada criança para que ela possa vivenciar cada momento adequado de sua vida. Conforme Beatriz (2012, p. 07) coloca em um prefácio, (2010, p. 07):

 

Diz à lenda que um homem, certo dia perguntou a Deus; Senhor tudo que criastes foi para poder ser em nosso usado em nosso proveito, mas a uma das vossas criações que não entendo. O horizonte, Senhor. Por que criaste o horizonte algo tão inútil que quanto mais procuramos alcança-lo mais de nos se afasta? E o Senhor respondeu: Foi exatamente para isso que o criei, para fazer vos caminhar.

 

Partindo desse contexto é que devemos valorizar o estágio de vida de cada criança, e o professor em conjunto com a família deve orienta-los para o desenvolvimento do processo evolutivo, fazendo-a caminhar rumo ao horizonte, respeitando cada uma em seu ritmo de desenvolvimento.

 

5 FASES DO DESENHO INFANTIL

 

O processo evolutivo das fases do desenho infantil é caraterizado por Lowenfeld e Brittan (1970).

 

a) Fase da garatuja 2 a 4 anos aproximadamente, É na interação da criança com o meio que tem início a aprendizagem. O desenvolvimento começa cedo mesmo não tendo uma adequada instrumentalização, mas o registro permanente de suas ações começa a partir das garatujas.

 

Pereira (1995) ressalta que o desenho é precedido pela garatuja, fase inicial do grafismo. Semelhantemente ao brincar, se caracteriza inicialmente pelo exercício da ação. O desenho passa a ser conceituado como tal a partir do reconhecimento pela criança de um objeto no traçado que realizou. Nessa fase inicial, predomina no desenho a assimilação, isto é o objeto é modificado em função da significação que lhe é atribuída, de forma semelhante ao que ocorre com o brinquedo simbólico. Na continuidade do processo de desenvolvimento, o movimento de acomodação vai prevalecendo, ou seja, vai havendo cada vez mais aproximação ao real e preocupação com a semelhança ao objeto representado, direção que pode ser vista também no jogo de regras (PIAGET, 1971; 1973).

 

b) Fase pré-esquemática aproximadamente de 3 a 6 anos, os seus desenhos começam surgir formas fechadas que aprecem bolinhas que podem ser organizada de acordo com determinados preceitos topográficos, como: embaixo/em cima, fora/dentro.

c) Fase esquemática aproximadamente de 7 a 9 anos. Nessa fase a maior descoberta é a ordem definida das relações espaciais, o desenho é considerado como esquema ou símbolo de um objeto real, encontrasse figuras organizadas de acordo com o tema ou ordem clara, a intenção do que é o desenho é manifestada.

 

A criança ao desenhar, expressa a que estar ao seu redor, ao seu meio, na sua convivência, ao seu entorno e no que está inserida como: família, internet, meios de comunicação e demais outros fatores, fazendo com que ela se manifeste por meio de representações que evidenciam o desenho, pintar, jogar e brincar.

 

6 METODOLOGIA

 

A pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Educação Infantil Pequeno Príncipe, com crianças de 05 cinco á 6 seis anos de idade, a partir de pesquisas bibliográficas e pesquisa de campo, numa abordagem de cunho qualitativo, através da investigação in loco, utilizando de um roteiro de questões aplicados a professora, direção e crianças desta instituição. Na sequência, realizei junto à professora e alunos participantes da pesquisa, a observação em sala e fora dela, referente às práticas realizadas no contexto escolar.

Um dos eixos foi investigar o Projeto Político Pedagógico (PPP) da instituição pesquisada, e ver se as atividades com relação a artes envolvem o giz de cera, lápis de cor, massinha, tintas, canetinha e outros meios de didático-pedagógicas. Após essas etapas que compõem esta pesquisa, parti para um processo de análise e interpretação das informações obtidas. Pois isto TRIVIÑOS (1987, p. 170). “[...] permite a passagem constante entre informações que são reunidas que, em seguida, são interpretadas” [...]

Os sujeitos da pesquisa foram professores, crianças e direção da escola. Os dados foram coletados através da entrevista semiestruturadas elaborada para cada entrevistador. A realização desta pesquisa durou quatro semanas com uma turma de pré-escola, onde a observação foi em sala e fora, esse momento aconteceu para promover uma interação com a turma.

Para registrar as observações e dados coletados utilizei o diário de campo e os desenhos das crianças. Na segunda feira eu e a professora da sala realizamos uma roda de conversa com as crianças, perguntamos como foi o final de semana, após a roda de conversa, pedimos para que cada um desenhasse conforme nós havíamos conversado. O questionário elaborado para as crianças foram realizados de forma com que eles fossem me entregando o desenho. Passada a coleta de dados pôde-se dar continuidade a pesquisa observando os desenhos das crianças e a sua realidade no cotidiano.

 

7 COMPREENSÃO DOS DESENHOS DAS CRIANÇAS NA PESQUISA CAMPO

 

É uma instituição pública em que atende turmas de Pré II. Nos dias de observação na escola campo, fui direcionada a desenvolver a pesquisa na sala da professora ao qual será mencionada por (01) professora A, com uma turma de Pré II matutino, com crianças de 5 cinco á 6 seis anos de idade.

Segundo a professora (A) relata que: os alunos no início do ano desenhavam pouco, por eles terem pouco domínio no desenho. No qual fui trabalhando durante o ano letivo o desenho livre.

A ida a campo durou aproximadamente quatro semanas. Inicialmente com o objetivo dos alunos se acostumarem com a minha presença, comecei com uma roda de conversa, onde todos os alunos falaram o que fizeram no final de semana. Depois que todos falaram abordei sobre o desenho livre, queria saber se eles tinham conhecimento sobre o que era desenho livre, e expliquei para eles como é desenhar livre. Logo após perguntei. O que vocês mais gostam de desenhar?. Fui dialogando com as crianças, motivando para algo que gostasse de desenhar.

Em sala entreguei folhas de papel sulfite onde cada criança desenhou e pintou o seu desenho. No decorrer da aplicação da atividade a professora (A) compartilhou algo que havia ocorrido algum tempo atrás em sua sala de aula; comentou que, faltando alguns dias para a comemoração do dia dos pais, ela tinha pedido para que seus alunos fizessem um desenho para entregar aos pais, e o (2) aluno (B) tinha feito seu desenho e entregou a professora (A) pedindo-a para que embrulhasse o desenho, pois o pai não morava com ele, naquele momento o pai do aluno estava preso. A mesma recolheu o desenho, quando a mãe chegou para pegar o menino na escola a professora explicou a situação, então, no final de semana, a mãe levou o filho para entregar o desenho que havia feito ao pai.

Embora em algumas instituições seja muito difícil conciliar um vínculo entre, escola, professores e pais, é muito importante ter essa relação que o professor tem que realizar onde ambos possam ver a realidade de cada um seja cultural, social, e familiar.

Veremos na figura 1, o desenho feito pelo aluno (B), onde desenhou seu final de semana brincando com o seu amigo, na hora que me direcionei até a sua carteira perguntei. O que você desenhou?

 

(01) Aluno (B): Eu desenhei, eu brincando com o meu amigo no quintal de casa.

 

Indaguei novamente: vocês estavam brincando do que?. Ele me respondeu:

 

(02) Aluno (B): Estávamos brincando de casinha e fizemos também um vulcão.

 

Algo que me chamou a atenção foi quando perguntei qual seria ele entre os dois meninos no desenho e ele me mostrou o menino do tamanho grande, perguntei se o amigo dele era menor que ele.

 

(03) Aluno (B): balançou a cabeça e depois diz. Não profe não é, meu amigo é maior que eu.

 

Não sei o motivo do porque querer ser maior do que seu amigo, sendo que o amigo é maior do que o aluno (b), além disso, o mesmo falou que na casa dele tinha plantado muitos pés de melão.

 

F igura 1 – Desenho do aluno (B), brincando com o amigo em casa.

Fonte: Aluno (B), 2015.

 

Foi possível perceber que o aluno (B) dentro da sala de aula em alguns momentos agia de forma natural, em outros momentos tinha um comportamento diferenciado com os demais alunos da sala, gritava com os coleguinhas precisando que a professora intervisse.

Neste aspecto, Porcher (1982, p108 apud Jarabiza, 2011) com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação que:

 

Ao desenhar, a criança expressa coisa bem diferente do que sua inteligência ou seu nível de desenvolvimento mental: uma espécie de projeção de sua própria existência e da dos outros. Eis porque a psicologia projetiva, por exemplo, utiliza muito o desenho das crianças como objetos nos quais é possível ler uma personalidade.

 

Ensina-nos que o desenho apresenta também elementos capazes de induzir a uma imagem do estado emocional da criança, o desenho é a personalidade conforme Jarabiza comenta.

Durante a roda de conversa a aluna (C) comenta:

 

(04) Aluno (C): passei o feriado com a família, noís fomos pra um lugar bem longe. veremos a figura 2.

 

 Figura 2 – Aluno (C) com a família em um lugar bem distante.

Fonte: Aluno (C), 2015.

 

Na construção do seu desenho a aluna (C) escreveu aleatoriamente algumas letras do alfabeto, ou seja, construção de letras invertidas (espelhadas).a mesma desenhou ao seu lado o pai, seu irmão ao lado dela e do outro lado à madrasta, perguntei para a aluna (c) porque ela tinha desenhado o pai forte.

 

(05) Aluna (C): porque meu pai é barrigudo.

 

Com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação que Aroeira (1996, p.55) afirma:

 

O primeiro símbolo produzido pela criança em geral é a figura de uma pessoa - o boneco - uma representação constante nos desenhos da primeira infância. A figura típica desse estágio é um círculo indicado a cabeça e duas linhas verticais indicando as pernas.

 

Conforme relata o autor, a aluna utilizou o círculo para desenhar as cabeças no desenho e um traço representar o corpo, percebe-se que ela colocou o traço apenas nela em sua madrasta e irmão, sabendo que o pai não é magro ela retornou a fazer o círculo para desenhar o corpo do pai.

Ainda em conversa com a aluna (C), perguntei o que mais ela tinha desenhado.

 

(06) Aluna (C): O sol tinha umas placas de pare e de estacionar onde a gente deixou estacionado o carro.

 

A aluna (C) comentou que nesse lugar em que ela tinha ido, bem distante, tinha um rio onde eles viram peixes. Chamou-me a atenção o fato dela pintar a agua do rio em um tom marrom, perguntei para ela o motivo que tinha levado a pintar de marrom.

 

(07) Aluno (C): A água do rio lá era suja.

 

8 DIALOGANDO COM A PROFESSORA DA SALA E COM A DIREÇÃO ESCOLAR

 

A entrevista foi concluída com roteiro tanto para a professora da sala como para a direção escolar. Relação ao conceito sobre: O que é desenho?

 

(08) Professora (A): Desenho é uma manifestação criativa do ser humano ao interagir com o mundo em que vive, é uma forma da criança se expressar no que sente vontade de falar.

 

Ainda sobre o desenho, perguntei para a professora (A): quando você trabalha desenho livre com as crianças percebe alguma dificuldade delas de se expressarem através do desenho? Por quê? Obtive a seguinte resposta:

 

(09) Professora (A): Em alguns sim, por medo de errar.

 

Dando ênfase perguntei se a criança demostra interesse em querer desenhar? E de que maneira?

 

(10) Professora (A) sim, sempre que peço para que o façam livremente, alguns demonstram interesse.

 

Perguntei sobre o que as crianças mais gostam de expressar em desenho livre.

 

(11) professora (A): O desenho da criança enquanto construção envolve cultura, casa, sol, família, brinquedos, animais de estimação, gestos de representação de algo.

 

Vemos que o desenho livre faz com que a criança tenha autonomia sobre seus pensamentos como diz Richter (2004, p. 22):

 

Trata-se de ajudar intencionalmente as crianças a tornarem-se mais flexíveis em suas relações imagéticas, o que equivale dizer, alargar possibilidade sensíveis de interpretar, ou ainda, tornar o seu mundo maior.

 

Com relação ao desenho, perguntei a professora (A) se já ocorreu à criança ter expressado no desenho algum tipo de abuso, seja familiar ou o que está em seu meio.

 

(12) professora (A): Em sala de turma que eu trabalhei nunca aconteceu, mas caso haja, eu acho que o correto é investigar se realmente está ocorrendo aquilo e a partir dai tomar providencias cabíveis, chamando a família para conversar, caso não tenha êxito, é encaminhado ao conselho.

 

Em relação sobre alguma atitude da direção escolar sobre os desenhos, perguntei se a direção encontra-se algum tipo de abuso nos desenhos qual seria o primeiro passo e a quem eles deveriam recorrer?

 

(13) Direção (D): chamar para uma conversa, onde se pede explicação do desenho, em se constatando alguma forma de abuso, chamar os pais ou responsáveis para uma conversa e por ultimo o conselho tutelar será acionado.

 

Pensando sobre a formação do professor perguntei se a equipe pedagógica da escola trabalhava com os profissionais a formação continuada onde eles possam desenvolver artes com as crianças?

 

(14) Direção (D): sim, no tema brincar espontâneo, a arte está inclusa, onde os professores são incentivados para deixar a criança se expressar no faz de conta e relatar essa expressão, seja de qual forma for, inclusive no desenho livre, após a contação de história.

 

Na Educação Infantil, não devemos perder de vista as necessidades e os interesses das crianças, sempre ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar e aprender.

 

9 CONCLUSÃO

 

Como resultado deste estudo foi possível compreender como os profissionais da Educação Infantil têm desenvolvido suas práticas pedagógicas ao trabalhar o desenho livre com as crianças, enfatizando o professor nesse processo de aprendizagem, tendo um olhar sensível ao desenho da criança e sua representatividade com um lápis, giz e papel.

Foi possível observar a maneira de como o professor trabalha com o imaginário das crianças através do desenho, trazendo o cotidiano para a representação em sala de aula através dos desenhos. O professor tem um olhar sensível a esses desenhos? Qual a importância desses desenhos? São preguntas que muitas vezes não paramos para questionar, e saber a rica criatividade da criança, não apenas um simples desenho, mas sim riquezas que são trazidas para dentro da sala.

Ao desenvolver a pesquisa na instituição C.M.E.I Pequeno Príncipe, tive a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a importância dos desenhos da criança nesta faixa etária e compreender que a linguagem escrita, oral e motora está relacionada a expressividade da criança através do desenho.

Mesmo que a sala de aula não tenha muitos recursos materiais onde a professora poderia explorar mais com os alunos sobre o desenho no fazer pedagógico, as atividades ocorrem diariamente, porém, se o espaço da sala fosse mais amplo, as crianças poderiam se sentir mais acomodadas para desenvolver suas atividades.

 

REFERÊNCIAS

 

AURÉLIO, Mini, Dicionário de língua portuguesa século XXI. 5°ed.- nova fronteira: Rio de Janeiro, 2001.

 

AROEIRA, Maris. L.C,; SOARES, Maria I. B,; Rosa E.A. Didática de pré-escola: brincar e aprender. São Paulo 1996.

 

_______. Casa Civil da República Federativa do Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente, acesso em 12/10/2015. 2010.

 

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.

 

FERRAZ, Maria Heloisa Costa. De Toledo. Metodologia do Ensino de Artes. São Paulo: Cortez, 1993.

 

FÉTIZON, Beatriz. Vitor Henrique Paro. Educação Como Exercício do Poder: Crítica ao Senso Comum em Educação. Cortez Ed. 2° edição, Volume 4, São Paulo, 2007.

 

JARABIZA, Vander. As Lembranças do uso do Desenho Infantil. Das Vivências as Valorizações. 3º Congresso Internacional de Educação. UEPG: 2011.

 

LOWENFELD, Viktor; BRITAN, W. Lambert. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

 

PEREIRA, L. K. Distúrbios do desenvolvimento da linguagem e dinâmica familiar. 1995. Doutorado (Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, USP, Brasil, 1995.

 

________, L. K. O desenho infantil e a construção da significação: um estudo de caso. Disponível em: <http://portal.unesco.org/culture/en/files/29712/11376608891lais-krucken-pereira.pdf/lais-krucken-pereira.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2015.

 

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

 

______; INHELDER, B. A psicologia da çriança. São Paulo, Difusão Européia do Livro, 1973.

 

RICHTER, Sandra. Criança e Pintura, ação e compaixão do conhecer. Porto Alegre: Medição 2004.

 

TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva, Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

 

 

Correspondência:

Gisele da Costa Silva. Graduanda em Pedagogia pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Sinop, Mato Grosso, Brasil. E-Mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

*Este artigo é um recorte do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado: O desenho da criança na Educação Infantil, sob orientação Ma. Edneuza Alves Trugillo, Graduada em pedagogia, Faculdade de Educação e Linguagem (FAEL) da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) Campus Universitário de Sinop, 2016/2 Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

 

 

 

O USO DAS TECNOLOGIAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS

 

 

Beatriz Mayara Jose

 

RESUMO

 

Este trabalho busca identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores na utilização dos recursos tecnológicos em suas práticas, trazendo uma reflexão sobre a falta de aceitabilidade por parte de alguns dos profissionais da educação quanto ao uso das tecnologias educacionais. Aborda questões relacionadas à formação inicial do professor e destaca que as transformações da sociedade estão aliadas ao desenvolvimento tecnológico e ao aumento da competitividade daí a necessidade desenvolver uma cultura de valorização dos recursos tecnológicos onde o uso de tecnologia passe a fazer parte do cotidiano da formação docente. O problema evidenciado apontou questões relacionadas à gestão da escola; à inadequada formação dos professores em relação à utilização das ferramentas tecnológicas no processo de ensino aprendizagem. Os professores aprovam o uso dos recursos, porem como já citado a ausência de capacitação adequada torna a usabilidade da mesma pouco frequente.

 

Palavras-chave: Tecnologia. Educação. Desafios.

 

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

O presente Projeto de Ensino tem como tema: O Uso Das Tecnologias No Processo De Ensino Aprendizagem. A área de concentração escolhida foi Metodologias De Ensino.

A escolha do tema deu-se devido às observações realizadas no decorrer do estágio curricular obrigatório II, o processo de Alfabetização e Letramento deve ser trabalhado com muito carinho e dedicação, nesse paradigma a tecnologia torna-se um meio facilitador que tem como objetivo auxiliar no processo de ensino-aprendizagem, resultando em uma melhoria do aprendizado do educando.

De acordo com os paradigmas referentes ao papel do educador no século XXI (Schwartz, 2014, P. 12) relata que: “O papel dos educadores, das escolas e das práticas sociais é redefinido por sistemas de informação e comunicação cuja arquitetura responde cada vez mais aos imperativos de uma nova economia política do conhecimento adequada às moralidades pós-modernas”.

Os objetivos para desenvolver esse trabalho foram: analisar as metodologias diferenciadas no contexto educacional; analisar o uso das tecnologias no contexto escolar e verificar se os educadores estão preparados para fazerem uso das tecnologias em suas práticas pedagógicas.

 

2 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

2.1 TECNOLOGIA E SOCIEDADE

 

Ao longo dos anos, tudo vem se transformando, passando por inúmeras mudanças diversas foram às invenções criadas principalmente após o século XX, invenções as quais requereram inovação, essa que para Drucker (2008), é simplesmente reinventar algo já criado, mas de uma maneira diferente. Para que tudo isso ocorra são necessárias pessoas capacitadas.

Pode-se dizer que a sociedade está em plena revolução tecnológica e que essas mudanças ocorrem em todos os ambientes que nos cercam, (Kohn, 2007) enfatiza que:

 

Novas concepções surgiram, novas práticas, ocupações, tudo mudou em tão pouco tempo. Fala-se em Sociedade Midiática, em Era Digital, Era do Computador; a sociedade passou a ser denominada não por aquilo que é ou pelos seus feitos, mas a partir dos instrumentos que passou a utilizar para evoluir.

 

A educação é a base da formação humana e ao longo de todo nosso tempo são utilizadas inúmeras ferramentas para a busca do conhecimento e aprendizado visando a formação de cidadãos críticos, transmissores de informações, valores, éticos e moral.

O uso das tecnologias estão cada vez mais presentes em nosso meio social, essas grandes mudanças vieram para contribuir com a sociedade de maneira positiva e as transformações tecnológicas estão de certa forma interligada a educação. Contudo sabemos que os avanços na educação são gradativamente analisados pelas instituições mantenedoras e isso ocasiona em certos processos burocráticos que por sua vez tornam-se mais demorados para que essa tecnologia seja implementada na educação, mas percebe-se resultados evidentes em relação aos seus avanços. Hoje podemos notar que nas maiorias das salas tem pelo menos um notebook, um laboratório de informática na escola, data shows, e outras ferramentas que tendem a contribuir para o processo de ensino/aprendizagem.

 

2.1 A IMPORTÂNCIA DAS TECNOLOGIAS NO AMBIENTE ESCOLAR

A importância das tecnologias no ambiente escolar é indispensável diante das demandas exigidas do nosso mundo atual as nossas atividades cotidianas cada vez mais atarefadas, os trabalhos a maior parte informatizados, e hoje podemos ter acesso a informações a qualquer momento e a qualquer lugar.

Pode-se dizer que as crianças nascidas nessa era tem maior facilidade no uso das tecnologias digitais, partindo dessa premissa as mesmas tendem a ter certos interesses em recursos midiático, ou seja, com a utilização dos mesmos os educandos aprendem com uma facilidade, por outro lado é necessário saber que essas tecnologias, por si só, tendem a ser trabalhadas com as metodologias corretas afim de desenvolver a capacidade o aprendizado, segundo (Dioginis, Cunha, Cristovam, 2015, p. 4):

 

É fundamental que os educadores busquem outras práticas metodológicas, não somente o livro didático, o quadro negro, o giz e as aulas expositivas. Diante desta conjuntura, entende-se que uma melhor qualidade do ensino deverá contar com educadores preparados para a construção de redes interativas.

 

Quando essa prática funciona na realidade, os resultados obtidos são notáveis o aprendizado coletivo sobressai e os métodos tradicionais que por sua vez devem ser alinhados com as novas práticas tendem a apresentar crescimento no processo de ensino, assim como, o profissionais tornam toda essa tecnologia em uma ferramenta que pode acrescentar no processo de construção do conhecimento ainda sobre o assunto Valente diz que:

 

[...] a implantação da informática como auxiliar do processo de construção do conhecimento implica mudanças na escola que vão além da formação do professor. É necessário que todos os segmentos da escola – alunos, professores, administradores e comunidades de pais – estejam preparados e suportem as mudanças educacionais necessárias para a formação de um novo profissional. Nesse sentido, a informática é um dos elementos que deverão fazer parte da mudança, porém essa mudança é mais profunda do que simplesmente montar laboratórios de computadores na escola e formar professores para utilização dos mesmos (1999, p.04).

 

Desta forma pode-se observar que a tecnologia é indispensável para a sociedade, assim como também deve estar presente na escola e ser utilizada para a construção do conhecimento enriquecendo o processo de ensino aprendizagem, mas para isso é necessário que os profissionais da educação estejam de fato preparados para utilização das mesmas, de acordo com Almeida:

Nós, educadores, temos de nos preparar e preparar nossos alunos para enfrentar exigências desta nova tecnologia, e de todas que estão a sua volta – A TV, o vídeo, a telefonia celular. A informática aplicada à educação tem dimensões mais profundas que não aparecem a primeira vista (ALMEIDA, 2000, p.78).

 

2.2 FORMAÇÃO DOS EDUCADORES PARA TRABALHAREM COM AS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

 

Uma das maiores dificuldades encontradas em sala de aula com o uso da tecnologia é a sua utilização de maneira adequada, sua utilização deve ser objetiva, facilitadora e estar focada no aprendizado. Ferreira (2008, p. 72) afirma que:

 

A maioria dos professores pertence a uma geração que não nasceu com a informática, se surpreendeu com o seu surgimento e ainda se assusta (ou pelo menos se incomoda) com a presença da tecnologia, a cada dia mais forte, nas escolas. Acostumados a viver em uma cultura escrita, se torna difícil pensar de uma forma desvinculada dela. Pensam nos efeitos da inserção do computador na educação, que ainda está sendo desvendado e temem por aquilo que já é de nosso domínio. A internet, a abundância de informações disponíveis e a possibilidade de acesso a elas, a velocidade de uma comunicação em tempo real, a aproximação de pessoas e de culturas distantes, são coisas que, muitas vezes, por não saber como lidar com elas, causam estranheza.

 

Como a humanidade caminha em busca do conhecimento e a tecnologia esta cada vez mais avançada, ela está presente no dia-a-dia dos alunos e de praticamente todas as pessoas, ponderando-se de inúmeros recursos cada vez mais modernos.

Com esse avanço tecnológico pode-se observar diversas ferramentas para os professores utilizarem em sala com os alunos, possibilitando uma fonte de informação imensa para os mesmos, dessa forma o processo educativo torna-se mais dinâmico inovador e eficiente pois, pois diante de tal avanço a educação deve acompanhar esse processo utilizando em forma de material didático para as atividades na escola, deve ser instigada a curiosidade em busca de conhecimento desde a educação infantil aproveitando os recursos oferecido através da tecnologia.

A sala de aula é um espaço de absorção de conhecimento, onde os professores visam tornar as aulas atrativas e eficientes para passar conhecimentos a seus alunos, com o auxilio das tecnologias podemos expandir este paradigma, buscando novos conceitos, linguagens, demonstrações, inovadas metodologias, sabendo que as tecnologias disponibilizam ferramentas que possibilitam inovar nas formas de ensinar.

Seu uso assume uma importante missão na educação, sendo imprescindível também um estudo dessa ferramenta de ensino elaborada com preparação e controle. Visando a melhor maneira de aprender, a internet possibilita inúmeras formas de ensinar, sendo assim é essencial que os professores busquem conhecer as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), assim como buscar novos métodos de trabalhar com tais para que possam trabalhar com seus alunos de maneira mais produtiva.

Não basta à escola adquirir recursos tecnológicos e materiais pedagógicos sofisticados e modernos, mas os professores limitarem-se apenas ao treinamento para o uso destes. Faz-se necessário na educação, construir novas concepções pedagógicas elaboradas sob a influência do uso dos novos recursos tecnológicos que resultem em práticas que promovam o currículo nos seus diversos campos dentro do sistema educacional. Desta forma, os recursos tecnológicos podem contribuir no processo de ensino e aprendizagem, promovendo uma educação mais estimuladora, ganhando destaque enquanto recurso pedagógico (CARVALHO, 2009, p.03).

Para que os professores possam trabalhar com tais recursos faz-se necessário uma gestão progressistas que avalie a tecnologia como ferramenta passível de contribuir com o processo de ensino/aprendizagem, com isso tende a responsabilidade dessa gestão, a disponibilização de capacitação para os profissionais da educação com ênfase ao uso dessas novas ferramentas de ensino, de acordo com Carvalho (2009, p.03-04):

Para os educadores se inserirem neste contexto é fundamental que apóiem em dois eixos orientadores, a saber:

- a formação continuada em serviço, na qual se destaca a importância da pesquisa e da reflexão sobre a prática docente, será viabilizada pela ação efetiva da equipe pedagógica e através dos recursos disponíveis no portal dia a dia educação (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br), inclusive a formação continuada que poderá ocorrer através do Grupo de Trabalho em Rede (GTR);

- a perspectiva de uma aprendizagem significativa que com ênfase na prática pedagógica, articulada aos recursos tecnológicos disponíveis, possibilite aos alunos superar suas dificuldades e construir seus próprios conceitos. Cabendo ao professor, buscar meios que levem os educandos a refletir e construir conceitos na medida em que as informações são repassadas, conjugando o novo com o já conhecido incorporando-o, dando-lhe um sentido próprio.

A escola com que sonhamos é aquela:

que assegura a todos a formação cultural e científica para a vida pessoal, profissional e cidadã. O mundo está permeado pela televisão, pela Internet, pelos jornais, pelas revistas, pelas músicas de sucesso. A escola e a sala de aula precisam dialogar com esse mundo. Perceber o potencial da comunicação contemporânea não significa repeti-lo, mas estabelecer um elo com a percepção do aluno (CARVALHO, (2009, p.08).

A escola com o papel de formar cidadãos para a sociedade moderna tende condizer com questões referente ao aprendizado, Hernández e Sancho (2011) relata que:

Uma pessoa aprende melhor se o aprender não é considerado apenas como um ato cognitivo, e sim como uma experiência vinculada à construção de sentido, relacionada à própria pessoa, aos outros e ao mundo. Isso significa reconhecer-se e ser reconhecido como sujeito de experiência que, a partir da sua aspiração a ser, relaciona-se a outras experiências – de saber, de vida, de "alteridade". Sem esquecer que aprender não é uma experiência que só olha para o ser, porque também se projeta em uma posição política que supõe reconhecer-se com capacidade de autoria.

 

2.3 DIFICULDADES ENCONTRADAS DIANTE DO USO DAS TECNOLOGIAS COMO FERRAMENTA DE TRABALHO DENTRO DA SALA DE AULA

As dificuldades que são encontradas é o falta de capacitação de alguns profissionais diante das demandas do uso das tecnologias, falta de cursos de capacitação por parte dos órgãos competentes para que possa adequar esses profissionais diante das demandas referente a tecnologia, falta de materiais de apoio pedagógico, e na maioria das vezes poucos computadores para atender a demanda da escola. Fagundes (1999) explica que:

 

Conseguir alguns computadores é só o começo. Depois é preciso conectá-los à internet e desencadear um movimento interno de buscas e outro, de trocas. Cabe ao professor, no entanto, acreditar que se aprende fazendo e saindo da passividade da espera por cursos e por iniciativas da hierarquia administrativa (FAGUNDES, 1999, p. 25).

 

É necessário elencar que alguns profissionais apresentam certa resistência quanto ao uso dos recursos tecnológicos, ou seja, tendem a utilizar somente os métodos tradicionais, que na maioria das vezes encaram como uma desafio o uso das mesmas em suas práticas, assim como relatam o autor como Kenski (1997, p.61):

 

Favoráveis ou não, é chegado o momento em que nós, profissionais da educação, que temos o conhecimento e a informação como nossas matérias-primas, enfrentamos os desafios oriundos das novas tecnologias. Esses enfrentamentos não significam a adesão incondicional ou a oposição radical ao ambiente eletrônico, mas, ao contrário, significam criticamente conhecê-los para saber de suas vantagens e desvantagens, de seus riscos e possibilidades, para transformá-los em ferramentas e parceiros em alguns momentos e dispensá-los em outros instantes.

 

Em relação ao uso dessas tecnologias deve haver um alinhamento entre tecnologia e educação na própria escola, esta deve estar precedida de todo apoio por parte das gestões e/ou leis que amparem a educação, é aqui que se inicia o preparo do profissional para o uso adequado das mesmas De acordo com Neira (2016):

 

Educação e Tecnologia caminham juntas, mas unir as duas é uma tarefa que exige preparo do professor dentro e fora da sala de aula. Ao mesmo tempo em que oferece desafios e oportunidades, o ambiente digital pode tornar-se um empecilho para o aprendizado quando mal usado (NEIRA, 2016 p. 04).

 

Conforme o trecho acima nos traz realmente essa união é mais difícil do que parece pois ainda existem muito despreparo por parte dos profissionais em relação ao uso das Tics como ferramenta educacional.

 

É preciso competência para educar-se continuamente em acompanhar a dinâmica da atualidade; domínio da informática para evitar subutilização e/ou supervalorização, aversão e/ou endeusamento dos recursos disponibilizados por ela; disposição para estudar tendo em vista a necessidade de educação continuada e “conquista” das ferramentas computacionais; capacidade de ousar para quebrar as amarras das especificidades das formações educacionais tradicionais; cumplicidade com o educando para estabelecer parcerias na busca por soluções e construções; criatividade para fazer jus ao adjetivo humano e avançar além de cópias de reproduções para criações e aperfeiçoamentos contínuos; e habilidade para socializar “saberes” e fazeres com o intuito de garantir o desenvolvimento da coletividade (COX, 2003, p.117).

 

Diante das questões que se refere ao uso das tecnologias, nota-se um grande desafio aos professores, que ainda não estão habituados com tal prática, de acordo com Pena:

Para que o professor passe de um ensino convencional a um ensino apoiado nas novas tecnologias, bem como desenvolvido em ambientes virtuais, exige que a instituição estabeleça o desenvolvimento de um projeto de formação de professores que priorize a inserção das TICs numa perspectiva construtiva e reflexiva da ação docente (PEÑA, s/d,p. 9).

 

Kenski (2001, p.74) acredita que:

O professor precisa ter condições para poder utilizar o ambiente digital no sentido de transformar o isolamento, a indiferença e a alienação com que costumeiramente os alunos frequentam as salas de aula, em interesse e colaboração, por meio dos quais eles aprendam a aprender, a respeitar, a aceitar, a serem melhores pessoas e cidadãos participativos.

 

É sabido que os educandos de hoje em pleno século XXI já obtém certa facilidade no uso de algumas ferramentas tecnologias como, smartfones, computadores, tablets entre outros, Kenski (2009, p.103) afirma que:

 

um dos grandes desafios que os professores brasileiros enfrentam está na necessidade de saber lidar pedagogicamente com alunos e situações extremas: dos alunos que já possuem conhecimentos avançados e acesso pleno às últimas inovações tecnológicas aos que se encontram em plena exclusão tecnológica; das instituições de ensino equipadas com mais modernas tecnologias digitais aos espaços educacionais precários e com recursos mínimos para o exercício da função docente. O desafio maior, no entanto, ainda se encontra na própria formação profissional para enfrentar esses e tantos outros problemas.

 

Diante de toda evolução da sociedade e considerando o rápido desenvolvimento tecnológico em todos os meios que nos cercam faz-se necessário a inserção da mesma, mas que essa aconteça de forma a respeitar todas as vertentes já implementadas e também que os órgãos competentes disponibilizem ferramentas de capacitação aos profissionais que as utilizarão, assim como relata Lévy (1999, p.08):

 

Não se trata aqui de utilizar qualquer custo as tecnologias, mas sim de acompanhar consciente e deliberadamente uma mudança de civilização que está questionando profundamente as formas institucionais, as mentalidades e a cultura dos sistemas educativos tradicionais e, notadamente, os papeis de professor e aluno.

 

2.4 CONTRIBUIÇÃO DAS TECNOLOGIAS PERANTE O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Sabemos que após a introdução da tecnologia como ferramenta de trabalho pelos educadores muitas mudanças aconteceram, de certa forma, facilitou e muito a vida tanto dos educandos quanto a dos professores, pois, na era em que estamos já não se consegue fazer absolutamente nada sem o uso das tecnologias ela esta presente em nosso cotidiano nas mais variadas formas, em casa, no trabalho, nos jogos, indústrias, entre outros,

 

A educação em suas relações com a Tecnologia pressupõe uma rediscussão de seus fundamentos em termos de desenvolvimento curricular e formação de professores, assim como a exploração de novas formas de incrementar o processo ensino-aprendizagem (CARVALHO, KRUGER, BASTOS, 2000, p. 15).

 

Sua utilização deve ser um método facilitador no processo ensino/aprendizagem favorecendo um leque de informações atualizadas, enaltecendo o trabalho em equipe.

Também devemos considerar que toda evolução que é notável também é tecnologia e que o educador se apropria daquela que melhor se adapta para utilização em suas práticas, segundo Moran,

A forma como organizamos em grupo, em salas, em outros espaços: isso também é tecnologia. O giz que escreve na lousa é tecnologia de comunicação, e uma boa organização de escrita facilita – muito – a aprendizagem. A forma de falar, gesticular, de falar com os outros: isso também é tecnologia. O livro, a revista, o jornal, o gravador, o retroprojetor, a televisão, o vídeo são tecnologias importantes e muito mal utilizadas em geral (MORAN, 2003, p.153).

 

Em relação ao papel da mesma com o auxílio no processo de ensino/aprendizagem, essa também desempenha função crucial em todo ambiente educacional, De acordo com Ramos (s/d):

 

A incorporação das TICs deve ajudar gestores, professores, alunos, pais e funcionários a transformar a escola em um lugar democrático e promotor de ações educativas que ultrapassem os limites da sala de aula, instigando o educando a enxergar o mundo muito além dos muros da escola, respeitando sempre os pensamentos e ideais do outro. O professor deve ser capaz de reconhecer os diferentes modos de pensar e as curiosidades do aluno sem que aja a imposição do seu ponto de vista.

 

Vieira Pinto (2005, p. 792) apud Stinghen (2016, p.18) afirma que “A função da tecnologia coincide com a promoção da liberdade pelas perspectivas que abre ao homem para refletir sobre si, seus problemas e exigências”.

Contribui para o desenvolvimento do cidadão crítico, reflexivo, sensível acerca de das questões que se encontram cotidianamente, e que fazem parte de suas vidas.

 

Levando em conta esta perspectiva, acredita-se que os recursos tecnológicos podem contribuir no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando, ao educando, usufruir de uma maior gama de informações que auxiliem no conhecimento dos recursos disponíveisna escola. Assim, para concretizar o uso das TIC, como ferramenta pedagógica, é necessário investimento na formação continuada STINGHEN (2016, p.18).

 

 

Diante dessa premissa da tecnologia como ferramenta que tem como objetivo contribuir para o processo de ensino/aprendizagem, Prado (2003, p.10) considera que:

 

A interação compartilhada, de troca de experiências, sentimentos e reflexões ganha uma nova dimensão. Isto é, a interação passa a agregar uma atitude de comprometimento com o aprendizado do outro (...). O trabalho colaborativo, por sua vez, evidencia a necessidade de repensar valores bem como colocar em prática atitudes de abertura, humildade, compartilhamento, respeito, aceitação, acolhimento, cumplicidade e compromisso.

Podemos entender que quando se trabalha com a tecnologia na educação pode-se elencar o seu valor contribuinte no coletivo os educandos, de acordo com Araújo (2005, p.23-24):

 

O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação. Saber direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser uma atividade de responsabilidade, pois exige que o professor preze, dentro da perspectiva progressista, a construção do conhecimento, de modo a contemplar o desenvolvimento de habilidade cognitivas que instigam o aluno a refletir e compreender, conforme acessam, armazenam, manipulam e analisam as informações que sondam na Internet.

 

 

Conforme Dantas (2005, p. 17) apud Mercado (1999, p. 27):

 

As novas tecnologias criam novas chances de reformular as relações entre alunos e professores e de rever a relação da escola com o meio social, ao diversificar os espaços de construção do conhecimento, ao revolucionar os processos e metodologias de aprendizagem, permitindo à escola um novo diálogo com os indivíduos e com o mundo.

 

Com o objetivo da tecnologia na educação de ser considerada com uma ferramenta como o papel de auxiliar o professor tanto nos seu planejamento como no processo em si, Dantas (2005, p. 18) apud Mercado (1999, p. 61) afirma que:

 

A tecnologia é capaz de ajudar o professor, mas não o substitui. Pode ajudá-lo professor a ensinar melhor e com melhor qualidade. Mas não reduzirá o esforço necessário na sala de aula. Pelo contrário, creio que devemos aumentar o número de professores. (HAWKINS, 1995, p. 61).

 

 

4 MATERIAL E MÉTODOS

 

Este trabalho fundamentou-se diante de pesquisas bibliográficas em que elencava assuntos relacionados ao uso das tecnologias no processo de ensino aprendizagem, partindo da premissa que alguns profissionais não apresentam habilidade na utilização dos recursos tecnológicos oferecidos pelos respectivos mantedores dessas instituições.

Também foi realizado através de pesquisas em diversos materiais impressos, livros, artigos online, trabalhos de conclusão de curso, vídeos na internet que falam sobre a problemática.

Sobre a metodologia utilizada pode-se citar as pesquisas bibliográficas e as observações sobre assunto, assim como os materiais midiáticos disponíveis na rede mundial de computadores (internet)

 

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A presente pesquisa sobre o tema O Uso Das Tecnologias No Processo Ensino/Aprendizagem, traz reflexões sobre os benefícios obtidos através de seu uso como ferramenta. Também, as dificuldades encontradas no decorrer dessa evolução tecnológica nas escolas por parte de alguns profissionais da educação, pois, acredita-se que a maior dificuldade é por parte dos profissionais formados antes dessa inserção tecnológica no ambiente educacional.

Deve ser realizado cursos de capacitação, formação continuada incluídas na carga horaria ou procurar meios para que possam ampara-los.

Sabemos que os alunos que nasceram nas gerações das tecnologias tem maior facilidade tanto no acesso de equipamentos sofisticados, quanto na sua utilização, é como se fizesse parte de suas vidas quando se pergunta como imaginariam suas vidas sem acesso as tecnologias a maioria responderam que não imaginariam, que faz parte de sua vida alguns são consciente sobre os risco que podem causar se utilizadas da maneira errada, professoras dos anos iniciais relatam que pode ser trabalhadas inúmeras atividades em sala com os educandos, através de vídeos materiais impressos teatro cantigas, e no laboratório de informática as atividades práticas diretamente nos computadores, as atividades propostas são chamativas e educativas sem perder o foco do que esta sendo trabalhado em sala, pois nesta idades as crianças são instigadas pela curiosidade então quanto maior atraente for as aulas mais chance de obter sucesso.

Observou-se que aparatos tecnológicos, como: computadores, tablets, celulares e acesso à internet fazem parte do cotidiano da maioria dos alunos. Porém, conforme foi abordado esta familiaridade dos jovens com aparelhos tecnológicos não garante o uso crítico e criativo destes recursos. Então, na era da informação requer inúmeras mudanças no âmbito escolar, dentre elas, a capacitação dos professores. Este ao repensar suas práticas pedagógicas como a utilização de tecnologias de forma produtiva à aprendizagem dos alunos precisa atualizar-se.

 

6 CONCLUSÃO

 

Conclui-se que realmente nossas vidas sem as tecnologias, seriam diferentes da que observamos no mundo contemporâneo, e pode-se dizer que a tecnologia em suma contribui no desenvolvimento da sociedade, sendo a escola uma instituição que tem como papel principal a formação do cidadão para essa sociedade nota-se que a tecnologia está presente no ambiente educativo e tem como parâmetro a acrescentar de forma positiva no processo de ensino/aprendizagem com o uso das tecnologias.

Diante das questões que se refere, à falta de capacitação de alguns profissionais para o uso adequado da mesma, nota-se um grande sucesso em relação a esse paradigma e é importante identificar a melhor maneira de empregar o uso das tecnologias como ferramenta no processo ensino /aprendizagem garantindo satisfação tanto para os alunos quanto para os professores.

Os professores devem adotar uma postura em relação às tecnologias frente aos alunos, deve ser respeitada e organizada para que os alunos possam compreender com clareza o que se pretende ser trabalhado sabemos que o acesso a esses recursos traz vantagem tanto para os alunos quanto aos professores.

 

 

REFERÊNCIAS

 

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