A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO
Valdineia Teixeira Dias Rubens1
RESUMO
Buscando compreender as estratégias usadas pelos professores no processo de alfabetização, realizei uma observação com o objetivo de conhecer as metodologias usadas pelos docentes no processo de aquisição da leitura, bem como os alunos desenvolvem o gosto pela leitura, tornando produtores de suas próprias ações. Para tanto foi realizado um estudo bibliográfico abordando a importância da leitura, o papel do professor como incentivador neste processo e o uso da biblioteca escolar. Posteriormente foi realizada uma observação em uma unidade escolar, que me permitiu entender como ocorre o processo de aquisição de leitura dos alunos. A importância deste trabalho se deu por me consentir conhecer a realidade e os desafios enfrentados pelos professores durante o processo de aquisição da aprendizagem da leitura, processo este necessário para uma aprendizagem que seja, realmente, significativa.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Aprendizagem. Metodologia. Professores.
ABSTRACT- Seeking to understand the strategies used by teachers in the literacy process, I made an observation in order to know the methodologies used by teachers in the process of acquisition of reading, as well as students develop a taste for reading, becoming producers of their own actions. To this end, a bibliographic study was carried out addressing the importance of reading, the role of the teacher as an incentive in this process and the use of the school library. Subsequently, an observation was made in a school unit, which allowed me to understand how the reading acquisition process of students occurs. The importance of this work was given by allowing me to know the reality and the challenges faced by teachers during the process of acquiring reading learning, a process that is necessary for learning that is really meaningful.
KEYWORDS: Reading. Learning. Methodology. Teachers.
-
INTRODUÇÃO
Dentro do contexto escolar algumas inquietações surgiram durante minha práxis na escola, tenho presenciado alguns professores reclamando da falta de interesse pelos estudos de alguns alunos. Relata-se também a dificuldade de certos estudantes em leitura e escrita. Sabe-se que a leitura é algo imprescindível e fundamental para a melhor aquisição na escrita.
É importante ressaltar a importância da escola em seu papel representativo e formativo, ao incorporar no ambiente escolar o contato com obras literárias e a convivência com livros de diferentes gêneros textuais, interligando com a bagagem cultural que traz do seio familiar, considerando que nem todos os alunos tiveram a oportunidade de conhecer a leitura antes de frequentar a escola.
Evidenciando tais realidades, considero de suma importância verificar o que a escola e principalmente os professores que estão formando a base de ensino destes alunos, fazem para despertar neles o prazer pela leitura, proporcionando o acesso a uma gama de conhecimentos concretizada nos livros e revistas, disponíveis na biblioteca da escola. Assim tenho como principal objetivo nesta pesquisa, conhecer as estratégias usadas pelos professores da educação infantil e séries iniciais para que os alunos tomem gosto pela leitura, tornando - os produtores de suas próprias ideias.
Consequentemente a questão da tecnologia e leitura na escola é uma problemática a ser desvendada pelos educadores. O uso dos celulares e os recursos que a tecnologia oferece estão muito além da leitura em livros e outros meios didáticos que a escola dispõe. Diante disso se expande o meio digital. Portanto muitas vezes não é utilizada corretamente.
Diante de tais desafios, apresento atitudes que vêm sendo implantada, para incentivar os discentes desde pequenos praticarem o hábito da leitura, mostrando a importância desta para melhor interpretação, aquisição de vocabulário rico e dinâmico, produção oral e escrita e aquisição do conhecimento através da leitura.
A leitura é indispensável na vida do ser humano, através desta descobrimos e aprendemos culturas, histórias e hábitos diferentes, compreendemos o sentido real das ideias, vivências e sonhos. E é a partir da aquisição desta que pode-se ter melhor compreensão do mundo, tornar-se uma pessoa critica, expressando suas ideias, seu ponto de vista sobre determinado assunto. Bamberger (2002) apud Coelho (2016, p.04) explica que “A leitura impulsiona o uso e o treino de aptidões intelectuais e espirituais, como fantasia, o pensamento, a vontade, a simpatia, a capacidade de identificar etc.”.
Esta está inserida em nossas vidas desde o momento em que começamos a envolver no mundo ao nosso redor, ela está relacionada em grande parte das atividades realizadas no dia a dia, desde uma simples receita ao qual queremos fazer, nas brincadeiras, nos caminhos percorridos em um passeio até ao fazer as compras.
Leitura é, basicamente, o ato de perceber e atribuir significados através de uma conjunção de fatores pessoais com o momento e o lugar, com as circunstâncias. Ler é interpretar uma percepção sob as influências de um determinado contexto. Esse processo leva o indivíduo a uma compreensão particular da realidade (SOUZA (1997) apud GONÇALVES (2013, p.10)).
Percebe-se que ainda há educandos que não desenvolvem uma leitura fluente e não compreendem aquilo que estão lendo com segurança e autonomia. Alguns usam as tecnologias, apenas para trocas de mensagens, todas escritas abreviadas, deixando os livros de lado, e assim tornando pessoas que leem pouco ou quase nada, e que não conseguem se quer produzir um texto com coerência e coesão.
Ler não deve resumir a decifrar caracteres, distinguir símbolos e sinais, unir letras e emitir sons correspondentes: isso é muito mais um trabalho de discriminação visual e auditiva que antecede a leitura propriamente dita. Ler, além de decifrar, é interpretar a mensagem, atribuir a ela uma vivencia pessoal e interiorizá-la, realizando um efetivo papel de leitor. (RUSSO, 2012, p.235).
Através da leitura o indivíduo tem criatividades de abrir janelas imaginárias, para um contato amplo com o mundo, tendo como função principal levar e ou receber informações. A leitura realizada diariamente ajuda criar laços importantes com o mundo da escrita, auxiliando na fixação da grafia correta das palavras, além de facilitar a alfabetização e auxílio em todas as disciplinas, já que o principal apoio para o aprendizado na escola publica é o livro didático.
Segundo Foucambert (1994), apud Coelho (2016, p.04),
Ser leitor é querer saber o que se passa na cabeça de outro, para compreender melhor o que se passa na nossa. Essa atitude, no entanto, implica a possibilidade de distanciar-se do fato, para ter dele uma visão de cima, evidenciando um aumento do poder sobre o mundo e sobre si por meio desse esforço teórico. Ao mesmo tempo, implica o sentimento de pertencer a uma comunidade de preocupações que, mais que um destinatário, nos faz textos, seja um manual de instruções, seja um romance, um texto teórico ou um poema (COELHO 2016, p.04).
A leitura deve ser realizada em diferentes momentos e com propostas variadas de acordo com o nível dos alunos, pode ser impressa ou digital, cabe a escola e ao professor buscar melhor forma de incentiva-los a mergulhar no mundo da leitura. Deste modo para que se possa ter uma melhor compreensão do mundo, as crianças que estão sendo letradas e alfabetizadas e na educação infantil, é importante que os professores, apresentem a elas diferentes gêneros textuais, pois
Mesmo antes de aprender a ler e escrever, o indivíduo entra em contato com os mais diversos tipos e gêneros de textos diariamente, dentro e fora da escola. Contemporaneamente, nas ruas da cidade, no trabalho, na escola, enfim, em diferentes lugares de circulação social, os indivíduos têm se deparado com a exigência efetiva de leitura de algum gênero textual. (SOUZA e FEBA, 2011, p.154).
Em se tratando dos gêneros textuais pode ser trabalhado em sala de aula, apresentando suas características, o contexto social vivenciado pelos educandos e educadores por meio de atividade que estão relacionadas com o seu cotidiano e que vai lhes informar sobre um determinado assunto.
Leituras de letras de musica, receitas culinária, contos de fada, regras de jogos, historias vivenciadas pela classe, manchetes de jornal, embalagens e avisos, por exemplo, têm elementos que oferecem uma base interessante para desenvolver, além da interpretação, atividades de gramática ou mesmo outros trabalhos ligados as diferentes áreas de estudo, de modo interdisciplinar. (RUSSO, 2012, p.237).
Atribui-se ainda que os gêneros sejam as fontes de comunicações disponíveis ao ser humano e principal fonte de comunicação verbal, conhecimentos e informações de assuntos do dia a dia, podendo ser também usado nas aulas como componentes de ensino o bilhete, a carta o manuseio do correio eletrônico, as salas de bate papos entre outras, todos os conteúdos que podem ser trabalhados em sala de aula.
Do mesmo modo para melhor auxilio de seus alunos, os professores devem estimular a oralidade do aluno, deixando-os contar historias que seus familiares antigos contam, narrar historias e fatos reais vivenciados por eles. Lembrando que
A escola deve funcionar como um espaço onde a leitura seja possível sem sofrer a descaracterização que vemos hoje, que afasta das práticas desenvolvidas no mundo social. O conto de fadas nesse contexto pode trazer significativas contribuições, pois pode funcionar como um elo entre as práticas orais vividas pelas crianças em seus contextos sociais e a vida escolar. Pode ainda ser excelente alimento para a fantasia. (LENER APUD SOUZA E FEBA, 2002, p.119).
Carleti (2007) apud Gonçalves (2013), reconhecem a leitura como o meio mais importante para a obtenção de conhecimentos na formação de um cidadão crítico que necessita atuar em sociedade. Esta é uma fonte indispensável na vida de todo o ser humano e que os ensina a conviver em sociedade expressando opiniões perante qualquer assunto e conseguindo distinguir o certo do errado.
A leitura sem dúvida é uma das expressões mais importante e permanente sobre o domínio da vida, de tal maneira que faz sentido pensar no ato de ler como uma fonte, na qual pode se beber para ampliar o conhecimento. Fonte esta que traz consigo diversos suportes como dicionários, revistas, folhetos explicativos, jornal, internet, livros, coleções, são ótimos aliados para a aquisição de habilidades na leitura.
Podemos mencionar ainda, que quando se relaciona leituras deve usar todos os recursos que o aluno tenha acesso, pois muitos preferem a internet para seu uso diariamente, apesar de nem sempre estar acessível, é o local onde a maioria procura amenizar suas dúvidas e se informar dos acontecimentos mundiais em tempo real. Ramal contribui com o uso da tecnologia na escola, ações que podem melhorar a interatividade da comunidade escolar.
A informática transforma o conhecimento em algo não-material, variável, fluido e indefinido, por meio dos suportes digitalizados, trazendo consigo processos provocadores de rupturas: a interatividade, a manipulação de dados, a correlação dos conhecimentos entre si por meio de links e nós de rede hipertextuais, a plurivocidade, o apagamento das fronteiras rígidas entre texto margens e autores-leitores, a relativização da objetividade do conhecimento e da busca de verdades definitivas (RAMAL, 2002, p.14).
O autor vai além apresentando a gama de autores e textos que inserimos na leitura com esta ferramenta, podendo acessar jornais, realizar pesquisas sobre o que vem sendo estudado, dos acontecimentos reais que esta acontecendo no mundo e até mesmo realizar leituras de livros digitais como uso dos computadores.
[...] da subjetividade restrita de um único narrador e, das bibliotecas de livros e documentos, passamos à rede de computadores, na qual a história vai sendo escrita dia a dia, bite a bite, não por um autor, mais por uma infinidade de vozes e olhares, sem a rigidez e o caráter definitivo e estático da imprensa, mas com dinamicidade da própria cultura humana, continuamente modificada e atualizada por milhares de pessoas (RAMAL, 2002, p. 14).
Assim, que cabe a escola e aos educadores usar das diversidades existentes em relação ao estímulo a leitura, para o bom desempenho de seus estudantes perante a aquisição da leitura como hábito diário e prazeroso.
Na atualidade todas as vias de acesso a leitura se inter-relacionam e contribuem para a construção das várias competências que as crianças já possuem, quando começam a ler livros por si mesmas.
E o uso da biblioteca está inserido nessa via, desde que o acesso seja promovido para o uso, e que o professor seja o facilitador e inclua em seus conteúdos leituras em bibliotecas. Também busquem informações em outros recursos disponíveis para que o aluno interesse em alguns desses meios, e seja estimulada a leitura tanto no ambiente escolar quanto no seu cotidiano.
Em se tratando de leituras na escola, os livros são os melhores utensílios que os professores podem usar com seus alunos, mas devem ir muito além de uma simples leitura. Na educação da leitura é necessário que o aluno, leia interprete, escreva, sistematize os conceitos sobre a leitura realizada, além de estar se informando e organizando suas ideias.
Deste modo o uso e manuseio de livros em bibliotecas escolares requer primeiramente uma leitura prévia realizada pelo professor, que os mesmos possam escolher livros adequados e condizentes a idade do aluno.
Ao surgir um novo contexto de ensino, a escola começou a mudar seus objetivos e o uso didático dos livros. Deu-se por determinada a hegemonia literária no ensino da linguística; diversificaram-se os materiais escolares – divididos até então em livros de texto e livros de leitura-, incorporando a leitura de diversos textos sociais ( jornais e revistas, publicidade, livros informativos, etc.); introduziram-se praticas de leitura que, como no caso da biblioteca escolar, procuraram tornar-se tão parecidas quanto possível ao uso social da leitura realizada fora da escola; ampliou-se a concepção do corpus literário com a entrada de obras nacionais ou não canônicas, tais como os livros infantis e juvenis, e se substitui a leitura das antologias e manuais literários pela reivindicação do acesso direto ás obras (COLOMER.2007.p 24).
Desta maneira percebe-se que os alunos não aprendem somente com os conteúdos e suas características, mas sim com quem utiliza a leitura, com os comportamentos e as praticas sociais de leitura, assim sendo o docente deve sempre ter em mente que as crianças não só ganham hábitos de leituras com as atividades que realizam, mas com a prática diária da leitura e da escrita.
Para formar um leitor crítico, é importante que, desde o processo de aquisição da linguagem escrita e no ato de ler, haja a compreensão por parte daqueles que ensinam, que o processo de alfabetização se dará na medida em que a leitura da palavra esteja inserida na leitura do mundo e estimule a continuidade da leitura dele (FREIRE apud PADILHA e SOUZA, p.07).
Cabe ainda ao educador o dever de se empenhar, com dedicação na formação de leitores críticos que sejam capazes de responder as necessidades pessoais de maneira direta e indireta, perante o contexto social que está inserido.
Atualmente com o uso das tecnologias os alunos preferem mais acessarem a internet, trocar mensagens instantâneas, do que ficarem assistindo televisão ou lendo um livro impresso. Diante de tal realidade, a escola juntamente com o corpo docente deve fornecer subsidio para que possa trabalhar os diferentes gêneros textuais e sociais como o jornal tanto online quanto impresso a revista, publicidades, anúncios, tornando assim a escola um ambiente mais caracterizado com a realidade do aluno, além de livros de acordo com sua faixa etária.
E um dos meios pedagógicos que pode ser utilizado é a Internet que permite a ampliação da comunicação humana a partir da integração da oralidade, da escrita e do visual. A rede interliga palavras, sons e imagens, oportunizando ao educando aprender a resolver situações conflitantes que vivencia em seu dia-a-dia, adquirir capacidades de observação, imaginação e gosto pelo saber (AZEVEDO e STEYER, 2014, p.5)
É papel da escola se preocupar com o ensino da leitura de seus alunos e que sejam trabalhados com todos os professores de distintas disciplinas, pois é comum cobranças apenas em professores de linguagens. O ensino da leitura deve estar envolvendo todos os alunos, desde as séries iniciais, para que no futuro não haja a preocupação com o grande número dos chamados “analfabetos funcionais” expressão usada por Solé e que atribui tal expressão as “pessoas que, apesar de terem frequentado a escola e tendo “aprendido” a ler e escrever, não podem utilizar de forma autônoma a leitura e a escrita nas relações sociais diárias” (SOLÉ, 1998. P.33).
Vale ressaltar sobre o planejamento no uso de bibliotecas tanto do professor regente da turma quanto dos responsáveis da biblioteca, que muitas vezes copiam projetos de leituras e querem atribuir aos alunos, conteúdos contraditórios a sua vivencia, quando não são trabalhados sem nenhuma metodologia, apenas uma leitura silenciosa, onde o aluno continuara persistindo no erro, que não haverá nenhuma compreensão e sem motivação alguma para que tal aluno prossiga em busca de aperfeiçoamento na leitura e torne um leitor crítico.
Embora todos os debates e discussões sejam validos, pois promovem o contraste de opiniões e a revisão de práticas de ensino e de pesquisa, devo confessar meu ceticismo sobre sua utilidade quando são gerados em um contexto desprovido de justificativa teórica ou quando pressupostos teóricos em que baseia a defesa de diversos métodos são claramente opostos e contraditórios ente si. A meu ver, quando isso ocorre, cria-se um conflito geralmente sem solução e se desperdiça uma excelente oportunidade de transformar tal conflito em controvérsia construtiva (SOLÉ. 1998. p33).
Desta maneira o educador deve apreciar e levar o aluno a biblioteca para que o mesmo tenha acesso a livros, possam manuseá-lo, comece a decodificar as palavras, e com o passar dos tempos progressivamente aprender a usar a leitura como fonte de informação e aprendizado, conhecendo um mundo mágico por meio da fala, realizando perguntas e se interagindo e melhorando sua pronuncia, elaborando hipóteses, pensando na leitura e atribuindo aos fatos reais além de conhecer novas palavras e obter informações.
Assim também como planejar aulas no laboratório de informática voltadas a pesquisa e a leitura de livros digitais, atendendo desta forma alunos que não gostam de livros, mas que às vezes com uma simples troca de ferramenta já o inclui nesta importante tarefa.
Contudo, podemos sintetizar a importância tanto da biblioteca escolar aberta para a comunidade escolar, com atividades que envolvem a todos, como o uso do computador e da internet para a melhora na qualificação e aquisição da leitura dos educandos dentro do processo de alfabetização.
4-RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante os dias de observação foi constatado que a maioria dos professores praticam o hábito de leitura diariamente com seus alunos, dado este muito importante, pois, para conscientizar e inserir uma pessoa é necessário, estarmos vivenciando constantemente tal exercício. Com o processo de leitura ocorrendo no cotidiano escolar, demonstra não apenas a preocupação do educador em estar transmitindo saberes aos educandos, como também, instigando-os a fazerem semelhantes.
Diante das ressalvas foi apurado sobre os gêneros textuais que são trabalhados em sala de aula, sendo: conto, fábula, poema, parlenda, textos de alta ajuda, crônicas, poemas, poesias, textos narrativos, dissertativo, discursivo e injuntivo. A partir destes pode-se perceber que os docentes procuram diferençar-se sobre os gêneros textuais lidos em recinto escolar, sendo está uma boa maneira de incentivar os alunos a conhecerem a heterogeneidade de leitura a dispor deles e estarem procurando lerem o que mais se adequem a sua realidade e anseio, tornando assim uma leitura mais prazerosa. Para Bronckart,
os gêneros textuais constituem ações de linguagem que exigem do interlocutor, competência para escolher dentre os diversos gêneros o mais adequado ao contexto e sua intenção comunicativa, além da aplicação e decisão que acrescentará algo a forma destacada recriando-a (BRONCKART(1994),APUD SANTOS, 2011 p.4).
Também foi analisado o ambiente da biblioteca escolar. É sabido que em uma escola é primordial uma biblioteca para atender a comunidade escolar. Diante da folhagem ou manuseio de livros diariamente a criança ou adolescente começa a se influenciar pela leitura, porém, pode-se solidificar que a escola dispõe de uma variedade de livros que atendem a demanda escolar, entretanto, é notório perante das réplicas, a necessidade de um local maior com disponibilidade para os alunos lerem uma obra, formarem grupos de estudo em um ambiente tranquilo e diferente de uma sala de aula. Lourenço Filho (1946, p. 3-4) destaca o valor pedagógico da biblioteca, afirmando que a mesma “sem ensino, ou seja, sem a alternativa de estimular, coordenar e organizar a leitura, será por seu lado, instrumento vago e incerto”.
Desta maneira, percebe-se a necessidade da escola, amplificar o espaço e se dispor de profissionais para atendimento na biblioteca, sendo esta uma forma de estar instigando todos os alunos a frequentarem a biblioteca e escolher livros com auxilio de um adulto. Lembrando que “a colaboração entre professor e bibliotecário em atividades, como a elaboração do plano de aula, é responsável pelo êxito da biblioteca como recurso de aprendizagem” (CAMPELLO, 2009).
Ainda foi averiguado que os professores utilizam outros meios para desenvolver o hábito de leitura em seus alunos, sendo eles: jogos educativos que envolvam a leitura e até mesmo jogos no computador, jogos de formação de palavras, leitura deleite, contação de histórias, conto e reconto e leitura compartilhada .
Perante as observações pode-se avaliar que os professores diversificam e trabalha a leitura usando metodologias que estão voltadas a realidade de seus alunos e buscam aprimorar, inserindo em suas aulas as tecnologias, fato este de fundamental importância, pois estamos vivendo em tempos onde a tecnologia esta avançando e “as tecnologias serviram como uma renovação no campo da leitura e da escrita e no dia a dia das pessoas, e a escola precisa fazer uso dessa ferramenta a favor da aprendizagem, já que os gêneros textuais se (re) criam a cada instante” (SANTOS E OLIVEIRA p.5).
Cada vez mais, e grande parte dos alunos desde a Educação Infantil estão acompanhando esta evolução, cabe ao professor e a escola inseri-as também na realidade educativa, sendo também uma opção aos educandos que preferem ler os livros digitais.
Para diminuir a evasão dos alunos perante a leitura, os professores planejam diversos momentos de leitura, tendo um comportamento de leitor e incentivando-os por meio de projetos que englobam teatro de fantoches e produções de textos ou poesias, estimulando os educandos a levarem livros para a casa, onde a família possa ajudá-los na leitura, além do mais a escola presenteia os estudantes que mais se destacam na leitura .
Assim, os alunos além de serem estimulados a realizar a pratica de leitura ao efetivar as atividades, eles também podem apresentar suas próprias produções, aos colegas e a comunidade, seja lendo ou por meio de encenações, valorizando assim o aluno como autor e coprodutor de seus conhecimentos. Ressaltamos também, o papel que a família tem ao dedicar um tempo para ouvir e ler com seus filhos, contribuindo e incentivando-os a progredirem em suas leituras diárias, pois ler “é poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar [...] É se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de ideia. É ter vontade de reler ou deixar de lado de uma vez” ( ABRAMOVICH, 1997, p. 17).
Percebe-se assim, que os professores em suas metodologias, buscam aprimorar o ensino perante o processo de leitura, fazem o uso constante da biblioteca, seja eles próprios escolhendo os livros de acordo com o trabalho que quer realizar e levando para as salas de aulas, colocando-os no cantinho de leitura, fazendo leituras no ambiente escolar ou levando para realizar tal pratica em conjunto com a família. Como também levam os próprios alunos para a biblioteca, onde escolhem os livros e levam para casa e em momentos oportunos partilham suas experiências adquiridas com a leitura, pois
no mundo maravilhoso da ficção, a criança encontra além de diversão, alguns problemas psicológicos que a afligem resolvidos satisfatoriamente, percebe em cada narrativa formas de comportamento social que ela pode aprender e usar no processo de crescimento em que se encontram, que exigem outros modos de vida diferentes do eu (SANDRONI E MACHADO,1986. p.11).
Está é uma boa maneira de até aqueles que têm dificuldades na leitura de expressar, pois com a leitura, releitura e auxilio da família antecipada, ele irá memorizar o que foi lido e consequentemente conseguir expressar com segurança, melhorando assim o desempenho na leitura e oralização.
No entanto pode-se concretizar que as estratégias usadas pelos professores e o auxilio da família, tem obtido retorno positivo perante a aprendizagem destes alunos, quanto à leitura e consequentemente, tem tido regresso nas pronunciações e exposição de pensamentos, conseguindo se proclamar e descrever suas ideias, por meio da produção de textos, sendo assim, um elo importante no processo de aquisição e gosto pela leitura.
4- CONCLUSÃO
Diante da observação realizada na escola, pode se verificar o quanto é importante para os alunos os incentivos e oportunidades que os educadores dão a estes educandos em sala de aula, bem como sua pratica de leitura para com eles.
Deste modo ao ponderar sobre os resultados obtidos na pesquisa pude vivenciar a realidade escolar, que mesmo não se dispondo de um ambiente apropriado e com espaço suficiente para atender as demandas que requerem uma biblioteca, utilizam de mecanismos ate mesmo na própria sala de aula para atender a necessidades de seus alunos e incentiva-los a desenvolverem a leitura fluentemente.
Também pude verificar que a escola se empenha em auxiliar os professores e alunos na construção desse conhecimento, criando projetos onde os alunos expõem suas poesias ou textos, encenam teatros e ate praticam o hábito da oralidade ao relatarem sobre suas leituras realizadas. Vale ressaltar também sobre o uso de outros recursos como os jogos que a escola tem a disposição da comunidade escolar e que auxilia o aluno tanto na leitura como na escrita, de maneira lúdica e prazerosa.
Convém dizer, assim que ao analisar os métodos que os educadores observados utilizam com suas respectivas turmas, vem trazendo grande beneficio e incentivo tanto nas praticas de leitura quanto ao gosto pela leitura. Maneiras estas que tem contribuído com o processo de aquisição e aperfeiçoamento da leitura como também de compreensão do mundo nos seus educandos.
Contudo pode-se concluir que tanto a escola, quanto professores reconhecem a importância da leitura e estão trabalhando de maneiras variadas, para o incremento e desafio de alfabetizar, sendo estes mecanismos que abre novas portas ao conhecimento de seus alunos, como também demonstram interesse em torna-los leitores críticos, ao praticarem o hábito de leitura diariamente com seus alunos.
5- REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Por uma arte de contar histórias. In: Literatura infantil: gostosuras e bobices. SP: Scipione, 1997.
AZEVEDO, Elizabete Nobre de. STEYER, Fábio Augusto. O uso da tecnologia no ensino e aprendizagem da leitura. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Artigos, Cadernos PDE. Volume I. 2014. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uepg_port_artigo_elizabete_nobre_de_azevedo.pdf>. Acesso em 15 de Novembro de 2017.
CAMPELLO, Bernadete Santos (Org.). Elementos que favorecem a colaboração entre bibliotecários e professores. In: ______. Biblioteca escolar: conhecimentos que sustentam a prática. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. p. 73-89.
COELHO, Kesia. A importância da leitura na educação infantil: um estudo teórico. Disponível em: <http://fapb.edu.br/media/files/35/35_1941.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2016.
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: A leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo. 23ª edição. Cortez, 1989.
GONÇALVES, Debora Souza Neves. A importância da leitura nos anos iniciais escolares. Disponível em: <http://www.ffp.uerj.br/arquivos/dedu/monografias/dsng.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2017.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LOURENÇO FILHO, M. O ensino e a biblioteca. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
PADILHA, Gabriela Fagundes. SOUZA, Fernanda. Leitura como prática para a formação da cidadania. Disponível em: < http://www.uniedu.sed.sc.gov.br/wp-content/uploads/2016/02/Gabriela-Fagundes-Padilha.pdf>. Acesso em: 04 nov. 2017.
PLATAFORMA ARKOS. Arkos. Disponível em: <https://www.arkos.com.br.>. Acesso em 12 de dezembro de 2017.
RAMAL, Andrea Cecilia. Educação na Cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
RUSSO, Maria de Fatima. Alfabetização: um processo em construção. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
SANDRONI, Laura C. LUIZ, Raul Machado (org). A criança e o livro: guia prático de estímulos à leitura. São Paulo: Ática, 1986.
Santos, Andrezza Santos Dos. Os gêneros textuais na sala de aula: a reportagem. In: Revela. Periódico de Divulgação Científica da FALS Ano V - Nº XI- JUL / 2011. Disponível em: <http://fals.com.br/revela/REVELA%20XVII/artigo4_revelaXI.pdf>. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.
SANTOS. Luciana Pereira dos. Oliveira, Marcos Nonato de. Leitura e novas tecnologias: questões para a prática de ensino do professor de língua portuguesa. Universidade do Estado de Rio Grande do Norte. Programa de Mestrado Profissional em Letras. Disponível em.: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/setepe/trabalhos/Modalidade_1datahora_30_09_2014_15_13_40_idinscrito_1196_ed35a10d52ebb59d48b4bf69bf97d012.pdf>. Acesso em 10 de fevereiro de 2018.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6.ed.Porto Alegre: Artmed,1998.
SOUZA, Renata Junqueira de. FEBA, Berta Lucia Tagliari. Leitura literária na escola: reflexões e propostas na perspectiva do letramento. 1. ed. Campinas: Mercado de letras, 2011.
YUNES, Eliana; PONDÉ, Glória. Leitura e leituras da literatura infantil. São Paulo: FTD, 1988.