Determinação dos Níveis de Colinesterase Plasmática e Problemas Causados Pelos Agrotóxicos
Valdecir Calgaro[1]
Resumo
A colinesterase pode sofrer alterações como de sua diminuição de concentração basal em pessoas que são expostas constantemente a inseticidas organofosforados. Os valores da colinesterase também podem estar diminuídos em pacientes portadores e doenças hepáticas como hepatites virais, doença amebiana, cirrose, carcinoma, congestão hepática por insuficiência cardíaca, além de desnutrição, infecções agudas, infarto do miocárdio, dermatomiosite e alcoolismo. A colinesterase sérica encontra-se diminuída na intoxicação por organofosforado sendo este o principal indicador clinico para sua dosagem, sendo associados juntos as seus sintomas que pode variar de acordo com aquele relatado pelo paciente.
Palavras-chave: Colinesterase. Agrotóxicos. Organofosforados. Intoxicação.
Abstract
Cholinesterase may change as a decrease in basal concentration in people who are constantly exposed organophosphate insecticides. Cholinesterase values may also be decreased in patients with liver diseases and viral hepatitis as, amoebic disease, cirrhosis, carcinoma, hepatic congestion due to heart failure, and malnutrition, acute infections, myocardial infarction, dermatomyositis and alcoholism. The serum cholinesterase is reduced, the organophosphate poisoning which is the major clinical indicator for dosing, together with the its associated symptoms may vary in accordance with those reported by the patient.
Keywords: Cholinesterase. Pesticides. Organophosphates. Intoxication.
1. Introdução
A exposição por agrotóxicos pode levar a problemas respiratórios, como bronquite asmática, distúrbios, gastrointestinais, musculares, debilidade motora, fraqueza (SOARES, 2003). O uso prolongado destes produtos pode ocasionar má formação congênita, abortos, câncer, problema ocular, cardiovascular, neurológicos e cutâneos (ROJAS 2000).
Os inseticidas organofosforados são inibidores da colinesterase e responsáveis pela maioria das mortes por intoxicação no Brasil. Estes são absorvidos pela pele por ingestão ou por inalação. A inibição da enzima colinesterase, principalmente acetilcolinesterase, provoca aumento da concentração da acetilcolina nas sinapses nervosas e desencadeia efeitos parassimpáticos de acordo com a OPAS/OAMS, 1996.
Segundo Faria et. Al. (1996), pessoas que tiveram intoxicação aguda por organofosforado, moderada, raras e leves apresentam sequelas neuropsicológicas. Efeitos psicológicos em longo prazo, causadas por exposição crônica aos pesticidas ainda não foram comprovados. Entretanto as sequelas neurocomportamentais podem evoluir para um quadro depressivo, que aliado a outros fatores de ordem socioeconômica, podendo levarão suicídio. As lesões causadas ao cérebro podem causar apatia, irritabilidade, perda de concentração e memória.
Giraldi (2002) afirma que pessoas desiquilibradas emocionalmente tem risco de se intoxicar, pois se protegem menos, expõem-se mais e tem uma atitude auto agressiva.
De acordo com Rojas (2000), os efeitos teratogênicos podem ser decorrentes da exposição intrauterina do indivíduo em formação e ação mutagênica nos gametas dos progenitores nas primeiras etapas da gestação. Entre a má-formação congênita destaca-se a síndrome de DOWN e hidrocefálica.
1.2 Desenvolvimento
O uso de agrotóxicos indiscriminado com inseticidas organofosforados e carbamatos são poderosos inibidores da colinesterase. A colinesterase pode sofre alterações como a diminuição de sua concentração basal em pessoas que são expostas constantemente a esses inseticidas. Os valores da colinesterase também podem diminuir em pacientes portadores de doenças hepáticas como hepatite viral, doença amebiana, cirrose, carcinomas, congestão hepática por insuficiência cardíaca, além de desnutrição, infecções agudas, anemias, infarto do miocárdio, dermatomiosite e alcoolismo. (OPAS/OMS, 1996).
A determinação da colinesterase sérica é útil na avaliação e no acompanhamento de pacientes com intoxicação por organofosforado.
Segundo Moreira et. al.(2002) a dosagem periódica da colinesterase sanguínea em manipuladores desses inseticidas e obrigatórias, devendo ser realizado no mínimo a cada seis meses, podendo reduzir este período a critério medico ou mediante negociação coletiva dos trabalhadores.
A FUNASA (fundação nacional de saúde) (2001) define que a periocidade dos exames deverá ser quinzenal, e para cada resultado encontrado, haverá um procedimento que vai desde o afastamento temporário até o definitivo afastamento das atividades com inseticidas. A avaliação pode ser feita através de testes de campo, um que determina a atividade da enzima e o outro a sua inibição.
1.3. Definição de Termos
1.3.1 Colinesterase
Segundo Siqueira et. al. (1978), colinesterase são enzimas do grupo das hidrolases que catalisam a hidrólises dos ésteres da colina. Duas enzimas têm sido designadas como colinesterases: a acetilcolinesterase que predomina nos eritrócitos, neurônios, gânglios do sistema nervoso autônomo e placas motoras terminais e a acetilcolina hidrolase que predomina no plasma, fígado, neuroglias, pâncreas e paredes do tubo digestivo.
1.3.2 Organofosforados
Segundo Santos et. al.(2007), o s organofosforados, o átomo de fósforo e polarizável, de baixa a médio eletro negatividade, usualmente tem o número de coordenação igual a três, enquanto o penta valente possui três oxigênios ou com outros átomos bivalentes. Existem algumas exceções que incluem os sais fosfóricos quaternários e as fosforadas. Os compostos de fósforo trivalente são bons agentes redutores por causa da forte reatividade dos pares de elétrons não ligantes e da facilidade de formação da ligação P=O e, por isso, os compostos fosforados são rapidamente oxigenados por oxigênio, ozônio, peroxido e outros agentes oxidantes. A força da ligação carbamato fósforo e similar à da ligação carbono-carbono e muito resistente para oxidação e hidrólise. Estão relacionadas, evidentemente, com características estruturais, tais como o tipo de heteroátomo ou grupo funcional ligado ao átomo de fósforo e seu estado de oxidação.
2. Revisão da Literatura
2.1 Acetilcolina
De acordo com Cingolani, (2004pg. 752) a síntese da acetilcolina (ACH) e acetiltransferase.
A acetilcolina e encontrada nos moto neurônios do corno anterior da medula espinhal, em neurônios pré-ganglionares do sistema simpático e parassimpático, em neurônios pós-ganglionares do sistema parassimpático e em muitas sinapses do encéfalo, cujos corpos estão localizados no núcleo basilar e em suas projeções no córtex.(idem).
Acetil-Coa e sintetizada dentro das mitocôndrias, a partir da glicose e do piruvato, por ação do complexo enzimático da piruvato-desidrogenase ou da tiocetato-cinase. Por outro lado, a colina provém do plasma e a concentração plasmática e da ordem de 10 a 30u mols/L, valor que supera com folga o potássio, do mecanismo de captação da colina de alta afinidade das terminações nervosas colinérgicas. (Idem).
A colina extracelular e captada pela membrana plasmática neuronal, nesse sentido, e conhecido dois sistemas de transportes cineticamente bem diferentes. Captação da colina de alta afinidade e um processo saturável depende da presença de Na+ e de Cl-, esse mecanismo de captação se localiza preferencialmente usuais nas terminações colinérgicas, mas não na membrana celular do pericárdio neuronal normalmente, e de acordo com as concentrações de colina usuais no plasma, esse mecanismo atua em concentração de saturação. A captação da colina de baixa afinidade, esse mecanismo de transporte de alta capacidade e pouca afinidade pela colina, não depende de concentração de Na+ extracelular e menos sensível. O equilíbrio da se adapta para explicar a modulação da síntese de acetilcolina.
Acetilcolina e armazenada nas vesículas, que produz automaticamente um aumento da velocidade de síntese, até alcançar um novo equilíbrio da reação mediada pela captação pré-sináptica de colina e dos passos limitantes desse mecanismo de regulação. A inativação da acetilcolina acontece na placa mioneuronal esquelética, e a acetilcolina libera pelas fibras parassimpáticas na união neuriefetora autônoma e inativada pela acetilcolinesterase, essa enzima e uma glicoproteína de alto peso molecular que hidrolisa o neurotransmissor colinérgico em colina a ácido acético. A colina e 1000 a 100.000 vezes menos potente que a acetilcolina das diferentes formas moleculares da acetilcolinesterase, a forma globular tetramérica e que predomina no sistema nervoso autônomo. Os inibidores da acetilcolinesterase ou anticolinesterásicos potencializam e prolongam as respostas provocadas pela estimulação nervosa parassimpática. Os ésteres da colina circundante são degradados pela butirilcolinesterase ou pseudocolinesterase, que se localiza fundamentalmente no fígado e no plasma.
2.1.1 Significado Clínico
Segundo Solange (2007) a colinesterase sérica ou pseudocolinesterase e sintetizada no fígado. Tem apreciável valor quando dosada no sangue de indivíduos suspeitos de hepatopatia, pelo fato de encontra-se diminuída em todas as afecções hepáticas parenquimatosas difusas como: hepatite virótica, cirrose, neoplasma maligna metastática, fígado cardíaco e necrose amebiana no fígado. Não é, porém, método especifico, pois pode estar diminuída na desnutrição, anemias, no infarto agudo do miocárdio, nas
Infecções ou na gravidez (10-15% abaixo da faixa normal). Na intoxicação por inseticidas organofosforados, a colinesterase sérica encontra-se diminuída, sendo esta a sua principal indicação para sua dosagem.
Um valioso indicador da relação entre exposição a agrotóxico e problemas de saúde e o nível da enzima colinesterase no sangue. A inibição da colinesterase por meio dos compostos fosforados e carbamatos provocam o acumulo da acetilcolina, e o organismo passa a desencadear uma série de manifestações, (efeitos muscarínicos, nicotínicos e centrais) e uma enzima cujo papel fundamental e a regulação dos impulsos nervosos através da degradação da acetilcolina na junção neuromuscular e na sinapse nervosa.
Existem duas categorias de colinesterases: a acetilcolinesterase (colinesterase verdadeira), que e encontrada nos eritrócitos, no pulmão e no tecido nervoso. E a colinesterase sérica e encontrada no fígado, também chamada de pseudocolinesterase.
Segundo Silva et. al. (2005), os agrotóxicos são absorvidos pelo corpo humano pelas vias respiratória e dérmica e, em menor quantidade por via oral. Uma no organismo humano poderão causar quadros de intoxicação aguda ou crônica. Sabe-se que a exposição a um determinado produto químico em grandes doses por curto período causa os chamados efeitos agudos, eventos amplamente descritos na literatura médica. A associação causa/efeito e, geralmente, fácil de ser estabelecida. Em linhas gerais, o quadro agudo varia de intensidade, desde leve até grave, podendo ser caracterizada por náusea, vomito, cefaleia, tontura desorientação muscular, dificuldade respiratória, hemorragia, convulsões, coma e morte. Ao contrário, os chamados efeitos crônicos, que estão relacionados com exposição por longos períodos e em baixa concentração, são de reconhecimento clinico bem mais difícil, principalmente quando há exposição a múltiplos contaminantes, situação bastante comum no trabalho agrícola. Há, neste caso, maior dificuldade para o reconhecimento de uma associação causa/efeito. Entre os inúmeros efeitos crônicos sobre a saúde humana são descritas alterações imunológicas, genéticas, malformação congênitas, câncer, efeitos deletérios sobre o sistema nervoso, hematopoiético, respiratório, cardiovascular. Geniturinário, trato gastrointestinal, hepático, reprodutivo, endócrino, pele e olhos, além de reações alérgicas a estas drogas, alterações comportamentais entre outras. No caso das intoxicações por agrotóxicos o sinitox e uma referência importante. Sua base de dados e alimentados por formulários preenchidos pela rede de 32 Centros de Controle de Intoxicação existente em 18 Estados Brasileiros. O sistema não e universal, não e compulsório, registra prioritariamente casos agudos e casos atendidos não notificados aos sistemas de informação do SUS. Ressalta-se ainda a ausência de discriminação quanto à categoria ocupacional do trabalho assistido. Todos estes aspectos dificultam tanto uma melhor caracterização epidemiológica do fenômeno observado, como também a estrutura de ações da vigilância e de intervenção na situação de trabalho causadora do adoecimento.
2.1.2 Fatores Socioeconômicos e Intoxicação por Agrotóxico.
De acordo com Silva et. al.,(2001) a utilização dos agrotóxicos no meio rural brasileiro tem trazido uma serie de consequência tanto para o ambiente como para a saúde do trabalhador rural. Em geral, essas consequências são condicionadas por fatores intrinsicamente relacionados, tais como o uso inadequado dessas substancia, de alta toxicidade de certos produtos, a falta de utilização de equipamento de proteção e a precariedade dos mecanismos de vigilância. Esse quadro e agravado pelo baixo nível socioeconômico e cultura da grande maioria desses trabalhadores.
2.1.3. A Confirmação Laboratorial: Dificuldades em Relação à Acetilcolinesterase e outros Exames.
Segundo Faria. X.M.N; et. Al.,(2007), em estudos epidemiológicos, a utilização de avalições laboratoriais para identificações por agrotóxicos deve ser considerada levando em conta as vantagens e desvantagens desta opção. Entre as vantagens, destaca-se a objetividade das avaliações. Por outro lado, para vários pesticidas não existem exames laboratoriais viáveis para uso estudos populacionais realizados em área rural. No Brasil, a legislação (NR7 NR 31) estabelece que todos os trabalhadores rurais devem realizar exames médicos ocupacionais, incluindo avaliação dos riscos químicos, como os agrotóxicos. Para os inseticidas organofosforados e carbamatos, são exigidas dosagens de colinesterase plasmática e/ou eritrocitária, sendo considerado como valor de referência a atividade pré-ocupacional. Porém, em boa parte dos casos, principalmente na agricultura familiar, os trabalhadores crescem e vivem no local do trabalho, sendo impossível definir os limites geográficos ou temporais da exposição ocupacional. A alternativa seria considerar a medida na fase de baixa exposição, mas para algumas culturas. Uso de agrotóxicos e quase continuo. A variabilidade do valor da referência e os outros problemas da saúde que também alteram a colinesterase (como, exemplo, hepatopatias) levantam questionamentos sobre este exame como indicador de intoxicação. Além destas limitações, o uso deste exame só estaria indicado em exposição. Recentes (no máximo duas semanas no caso de organofosforado). Apesar disso, a determinação da acetilcolinesterase eritrocitária (ACHE) e/ou da butirilcolinesterase plasmática (BCHE) continua sendo o indicador biológico de escolha para indivíduos expostos aos inseticidas organofosforados e/ou carbamatos. E tem a vantagem de viabilizar comparações por ser o indicador de efeito mais usado em avaliações laboratoriais de exposição aos agrotóxicos.
2.2 Organofosforados
Segundo Ribeiro. (2007), a pele e o órgão mais exposto durante a pulverização. O contato pode ocorrer também durante o transporte, armazenamento, preparo das caldas, manuseio e limpeza do equipamento de pulverização e durante o descarte das embalagens vazias. Os trabalhadores envolvidos com aplicação de agrotóxico ficam expostos, de alguma forma, a esses produtos, os principais ingredientes ativos pertencentes ao grupo químico dos inseticidas organofosforados são: Metilparatio, Metamidofos, Acefato, Fentoato, Vamidotion, Naled, Fenitrotion, Famaron, Folidol, Lorsban, Folisuper, Phosdrim, Azodrin, Stron, Granutox, Hosthion, Nuvacron, Carbax, rodhiatox, Aldrim, Ethion, Hamidop e Elsan são exemplos de nomes de inseticidas organofosforados altamente tóxicos. Malatol, Dipterex, Diazinon, Ekatin, Polytrin, Kilval, Ortho Naled e Sumithion são exemplos de Organofosforados medianamente tóxicos. Ortene e um exemplo de Organofosforados pouco tóxico.
De acordo com a Organização Internacional das Uniões de Consumidores, a cada 4 horas morre um trabalhador agrícola nos países em desenvolvimento, por intoxicação por agrotóxico. O grupo de produtos envolvidos na maior parte das intoxicações é organofosforados, de maneira geral, os agrotóxicos podem causar três tipos de intoxicação ao homem:
Aguda e a intoxicação em que os sinais surgem rapidamente, ou seja, algumas horas após a exposição excessiva a produtos altamente tóxicos, entretanto, a intoxicação pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da quantidade de substancia toxica absorvida. Os sinais e sintomas são nítidos e objetivos, o que facilita o diagnostico desta forma patológica.
A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos altamente tóxicos, e tem evolução sintomática mais lente. Os sintomas costumam ser subjetivos e vagos, como: cefaleia, fraqueza, mal-estar, dor de estomago e sonolência, e outros, achados inespecíficos como esses, geralmente não motivam o paciente a procura de serviço de pronto atendimento e muitas vezes são contornados sem a apreciação medica. Essa e a condição encontrada no meio rural e representa, basicamente, o principal objetivo de prevenção de exposição ocupacional para evitar o surgimento tardio de várias doenças, entre elas o câncer.
Na pratica, os sintomas e sinais da intoxicação aguda por agentes inibidores de colinesterase podem ser divididos em iniciais e tardios. Os sintomas iniciais são: sudorese abundante, salivação intensiva, lacrimejamento, fraqueza, tontura, dores e cólica abdominal, e visão turva e embaçada. Os sintomas tardios são: pupilas contraídas (miose) vomito, dificuldade respiratória, tremores musculares, convulsão e coma. Os efeitos tardios são: neuropatia periférica tardia, e paralisias motoras em membros inferiores, por ação neurotóxica tardia.
A melhor forma de prevenção é o diagnóstico das intoxicações por inseticidas fosforados, é por meio do monitoramento com determinação da atividade colinesterásica, verificando o nível da enzima aceticolinesterase no sangue. A pseudocolinesterase encontrada no soro diminui antes daquela encontrado nas hemácias, portanto, indicador biológico da exposição aguda a inseticidas organofosforados. O diagnóstico de intoxicação aguda e grave por anti-CHE é facilmente estabelecido com base na história de exposição e sinais e sintomas característicos. Em casos suspeitos de intoxicação aguda mais leve ou crônica, a determinação das atividades da CHE nos eritrócitos e no plasma geralmente estabelece o diagnóstico. Apesar da considerável variação desses valores na população normal, geralmente eles estão reduzidos naquela abaixo da faixa normal antes do aparecimento dos sintomas.
2.3 Tratamento
O Tratamento é especifico e eficaz. Atropina, em doses suficientes, antagoniza efetivamente as ações nos locais, receptores muscarínicos, incluído as secreções traqueobrônquicas e salivares aumentadas, a bronca contrição, a bradicardia é, em grau moderado, as ações centrais e ganglionares periféricas.
São necessárias doses maiores para obter concentração apreciáveis de atropina no SNC. A atropina praticamente não exerce nenhum efeito ou comprometimento neuromuscular periférico. Esta última ação dos agentes anti-CHE, bem como todos os outros efeitos periféricos, pode ser revertida pela Pralidoxima, um reativador da colinesterase. Muitos dos organofosforados são extremamente lipossolúveis e, caso já tenha ocorrido distribuição extensa na gordura, a toxicidade ira persistir e os sintomas poderão sofre recidiva após tratamento inicial. Em alguns casos são necessários continuar o tratamento com atropina e pralidoxima durante várias semanas.
No tratamento das intoxicações por estes inseticidas, e indicados o uso de Contrathion (pralidoxima) como antidoto químico. A descontaminação da pele deve ser realizada concomitantemente com as medidas necessárias para assegurar a vida do acidentado, como ressuscitação e administração de antídotos. O paciente deve ser lavado com agua sabão e xampu para remover o produto químico da pele e cabelos. No caso de sintomas como fraqueza ataxia e problemas neurológicos, toda roupa contaminada deve ser removida sempre e o mais rapidamente possível, para retirar a fonte da exposição dérmica, e o paciente, em posição deitada, deve ser lavado completamente, os produtos químicos dos olhos devem ser lavados com agua em abundância por cerca de 10 a 15 minutos. Em caso de irritação dos olhos, posteriormente o paciente deve ser atendido por um oftalmologista. Os indivíduos que estiverem prestando socorro devem evitar o contato com as roupas contaminadas e com vomito do paciente. As roupas devem ser adequadamente lavadas, enquanto produtos de couro como calçados, devem ser descartados. Para a lavagem da pele e cabelos do paciente, e necessária a utilização de luvas de borracha.
2.4 Exames Laboratoriais
O monitoramento biológico deve ser realizado por meio de exames laboratoriais como hemograma e perfil bioquímico, analisando-se indicadores hepáticos e renais. O perfil protético e de células sanguíneas, para compor um quadro clinico laboratoriais que auxilia na análise de contaminação dos trabalhadores por agrotóxicos e possa também indicador possível outros fatores de confusão na característica da doença ocupacional, tais como desnutrição e doença hepática.
Atualmente existem dois testes de campo: Um que determina a atividade colinesterásica e o outro e o outro a sua inibição, e Kits espectrofotométrico. Tais resultados devem ser correlacionados com os antecedentes patológicos do paciente. Quanto menor o nível da atividade enzimática, maior o grau de intoxicação. A atividade da ACHE (em hemácias), em intoxicações graves, pode estar em níveis muito baixo e poderão permanecer diminuída por ate noventa dias após o último contato. Entretanto, para a detecção recente, testes para detectar inibição da atividade da butirilcolinesterase plasmática são mais adequados. Infelizmente, a detecção da inibição das esterases ACHE e BUCHE em hemácias e plasma sanguíneos, respectivamente, não procedimento de rotina na maioria dos laboratórios de análises clinicas.
Segundo Soares. et.al. o diagnóstico por meio dos níveis de colinesterase não considerando os níveis de pré-exposição, pode apresentar valores enzimáticos que não representam a realidade. Doenças como a diabetes e a hipertensão arterial aumentam a colinesterase, ao passo que a insuficiência renal hepática e verminose diminuem o nível enzimático. Recentemente a FUNDACENTRO passou a monitorar a evolução dos níveis de colinesterase em trabalhadores cadastrados por meio de um acompanhamento sistemático das suas fichas de vigilância epidemiológica. Isso permitirá, futuramente, a realização de análises mais detalhadas, nas quais o comportamento enzimático de um mesmo indivíduo ao longo do tempo pudesse ser estudado.
3. Conclusão
Concluímos que os exames da atividade colinesterase plasmática e um importante identificador na intoxicação por organofosforado e carbamato, de pessoas intoxicadas por agrotóxicos, juntamente com uma boa anamnese do paciente quanto ao uso de agrotóxico junto do seu médico. A dificuldade de se ter um diagnóstico preciso, e pelo fato de este exame estar relacionado a outros tipos de patologias.
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[1]Farmacêutico/Bioquímico pelo Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná. Pós-graduado em Gestão de saúde Pública e Meio Ambiente pela Universidade Cândido Mendes.