O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Elizandra Muller
Cristiane Aparecida Cioni
Keli Cristina Ferreira da Cunha
Lídia Tinelli de Faria
RESUMO:
O trabalho abordará conhecimentos que envolvem o lúdico na Educação Infantil, onde será refletido sobre a aprendizagem do aluno e de como trabalhar metodologias que ensinem através de brincadeiras, jogos, contação de histórias e faz de conta. Serão estudados também autores que intensificam as práticas pedagógicas do cotidiano do professor podendo assim contribuindo para uma aprendizagem significativa tanto para o professor que estará pesquisando, quanto para o aluno que realizará a atividade de forma divertida. O artigo foi desenvolvido com várias pesquisas bibliográficas fundamentadas nas concepções teóricas e práticas de autores da área educacional enfocando a ludicidade como uma atitude pedagógica essencial na educação infantil. O objetivo é tratar da ludicidade como uma perspectiva do trabalho docente, onde o conhecimento do universo infantil pode ser construído vivenciando o brincar. O professor é o ponto essencial na vida das crianças principalmente quando está iniciando sua vida escolar. O Brincar é um direito que está dentro da criança, por isso é preciso que a ludicidade tenha funções objetivas e educativas, explorando diversos recursos e materiais.
Palavras- chave: Educação. Ludicidade. Brincar. Jogos. Práticas.
INTRODUÇÃO
Esse artigo tem a intenção de contribuir para novas aprendizagens, para que nos preparemos melhor para a atuação em sala de aula, podendo trazer novas discussões sobre a Ludicidade, levando em conta o ensino dos dias de hoje. A compreensão da Ludicidade depende de uma docência que oportunizem uma vivência em atitudes e valores de cooperação e cidadania, se baseando no aluno e nos conhecimentos metodológicos. A ação a qual move as crianças para o caminho da aprendizagem deve conter de tudo um pouco, mas principalmente o lúdico, com um objetivo lógico, pois isso encanta cada vez mais as crianças, além de proporcionar uma aprendizagem significativa. Portanto a atividade com caráter lúdico é importante, pois o brincar faz parte do desenvolvimento e está garantido por lei. Ludicidade é uma base para explorar novos conhecimentos enriquecendo o aluno e contribuindo para uma aprendizagem que seja real e significativa, portanto pode-se dizer que é de suma importância o brincar na educação infantil.
A prática pedagógica nos dias de hoje tem enfrentado muitos problemas dentro da sala de aula, nessa hora entra o professor com perspectiva de desempenhar um papel socioeducativo que preparem o aluno para a cidadania, cuidando de sua formação mental, individual e grupal, psicológica, formando valores, por meio de uma aprendizagem que o leve a ser crítico. O aluno deve aprender desde cedo a importância que a escola tem em sua vida, pois é ela que prepara para as dificuldades do mundo real, podendo assim, aprender a tomar decisões, interpretar e achar soluções de forma questionadora para cada problema.
Deve-se observar cautelosamente os meios lúdicos a serem usados na aprendizagem, propondo organizações para aprimoramento da docência, envolvendo atividades diferentes com o objetivo de favorecer a aprendizagem significativa do aluno. O professor deve sempre ter marcações, registros sobre o que fez; Porque fez; e o que conseguiu avançar e avaliar isso. Somente assim terá noção onde deve ou não melhorar em sua didática.
A intenção do tema; o Lúdico na Educação infantil é resgatar a necessidade de complexidade de refletir o ponto de vista escolar atual, buscando novos conceitos que ajudem os docentes em sala de aula, com clima de liberdade tanto do aluno como do professor, respeitando o “eu” do indivíduo. Esse raciocínio busca a superação diária em sala de aula.
Toda criança por si só já tem um convívio social umas diferente das outras, o que as torna seres únicos no mundo. Portanto toda criança tem que ser envolvida a novas funções sociais para que se adapte a vários meios, aprendendo a respeitar as diferenças humanas tanto na diversidade cultural como linguísticas. De essa forma aprender a falar de diferentes formas, facilitando assim o ler e escrever. A Ludicidade entra com sua didática implicando na interação do ser, com vários caminhos a desvendar de modo que cada um tenha um aprendizado diferente e coerente levando a criança adquirir diversas qualidades principalmente a dividir espaço e respeitar o próximo. Contudo, enquanto a criança brinca de faz de conta, liberta a imaginação e aprende a controlar e superar seus medos, se preparando para o mundo que a espera lá fora.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para falar sobre o lúdico primeiramente devemos saber o seu significado. A palavra tem origem grega “ludus” que quer dizer “jogo”. Portanto o termo lúdico significa jogar, brincar. Há relatos na história que o lúdico era praticado pela família, como um passatempo já que na época não existia TV, computador, celular. Com o avanço da modernidade o lúdico começou a ser esquecido. Depois de algum tempo estudiosos descobriram a importância do lúdico na vida da criança e então a brincadeira virou coisa séria. Assim, tornou-se coadjuvante para ampliar o desenvolvimento da aprendizagem. Portando pode-se dizer que Lúdico é tudo que tem movimento e provoca prazer ou diversão.
A ludicidade nos dias de hoje é muito usada na educação infantil, desde os primeiros anos de integração na escola. Através da prática de atividades estimuladas por meio da exploração do meio ambiente, ou atividades motoras a criança começa a descobrir o mundo que vive e com o tempo aprende a dominá-lo com facilidade.
Toda criança nasce com imaginação e vai aprimorando no decorrer do tempo, conforme vai entrando em contado com as coisas que a cerca. Desta forma a criança passa a fazer imitação do que é costumada a ver, conviver, portanto isso ajuda para que seu desenvolvimento humano seja alcançado de forma natural.
As crianças experimentam desejos impossíveis de serem realizados imediatamente, para resolver essa questão à criança envolve-se num mundo imaginário onde os desejos não-realizáveis podem ser realizados. O brincar da criança é então a imaginação e ação sempre imitando o adulto ou outra criança. Do ponto de vista do desenvolvimento da criança, a ludicidade traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas, ajudando-as no seu desenvolvimento em relação à sociedade (QUEIROZ, 2006, p.34).
A educação infantil começa desde o nascimento e é conhecida como primeira infância, logo quando se dá início a linguagem do pensamento, onde a criança começa a transformar suas ações em casos pensados. As mudanças vão acontecendo de forma gradual, experimentando novas sensações, vivenciando seu desenvolvimento, assim a personalidade começa a se construir.
A Educação infantil corresponde à educação ministrada desde o nascimento até os 6 anos, aproximadamente. Considerada indispensável, ela oferece os fundamentos do desenvolvimento da criança num aspecto físico, psíquico, cognitivo e social (FREIRE, 2006, p.18).
Nesse período, acredita-se que elas se compreendem, e se inicia a aprendizagem através de jogos simbólicos, preparando o pensamento para aprendizagem. Nessa fase, a criança tende a começar a imitação, faz de conta, e é na brincadeira que se espelha no adulto se tornando Médico, dentista, mãe, pai, e outros, sentindo uma satisfação em reproduzir sua vivência ou refazê-la. Essa é a principal fase para o aprimoramento da alfabetização se dando por extensão dos sete aos doze anos, onde a criança começa a produzir sua própria identidade, passando a ter noções e permanência do que aprendeu. A aprendizagem da criança nessas fases é de suma importância, pois agregará na formação do ser humano no futuro.
No mundo atual em que estamos vivendo, nos deparamos com a ruptura de identidade social onde não se leva tanto em conta os conhecimentos trazidos de casa, mas sim, o que se aprende no convívio escolar adiante. Vemos então, a necessidade de aprimorar nossos conhecimentos e achar uma saída, onde a educação seja minunciosamente englobada em conhecimentos prévios, essenciais, culturais, lúdicos, sociais e sentimentais, pois o ser humano é movido pelo sentimento. Fazendo uma releitura sobre isso, podemos dizer então, que o educador deve se basear em um modelo teórico e passa-lo para a prática através de jogos ou brincadeiras que leve a trajetória vivenciada pelos próprios alunos.
Os brinquedos, jogos pedagógicos contação de histórias, o faz de conta são as ferramentas Lúdicas que contribuem para diversas construções. É através disso que as crianças começam a desenvolver sua criatividade, habilidade para lidar com o futuro. As crianças necessitam de oportunidades para brincar, individualmente ou em grupos, para viverem experiências que venham a enriquecer sua sociabilidade tornando os seres humanos capazes de ser mais criativo.
O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. (MALUF, 2003, p. 9).
O lúdico é uma das maneiras mais fáceis para o envolvimento dos alunos nas atividades, pois o brincar está ligado diretamente à criança e seu desenvolvimento. A educação infantil mostra que o conhecimento construído através da ludicidade auxilia o aluno da educação infantil a ter bom desempenho em suas aprendizagens, pois quando se oferece algo lúdico a criança aprende brincando de forma prazerosa. A infância é a idade das brincadeiras portanto as crianças costumam se interessar mais por elas, por isso é importante o lúdico na escola. As brincadeiras podem funcionar de forma integrada com as disciplinas na hora da aprendizagem, ou na hora da recreação para divertir, informar, como podemos ver o lúdico é um grande aliado na hora da aprendizagem da criança.
O Brincar é um estimulo que faz com que a criança aprende de forma natural, isso independente da faixa etária de idade sempre é prazeroso. Essa riqueza que o lúdico oferece deve ser bem aproveitada pelo professor, pois é importantíssimo para a construção do desenvolvimento da criança.
Brincar é coisa séria, também, por que na brincadeira não há trapaça, há sinceridade e engajamento voluntário e doação. Brincando nos reequilibramos, reciclamos nossas emoções e nossa necessidade de conhecer e reinventar. E tudo isso desenvolvendo atenção, concentração e muitas habilidades. É brincando que acriança mergulha na vida, sentindo-a na dimensão de possibilidades. No espaço criado pelo brincar nessa aparente fantasia, acontece à expressão de uma realidade interior que pode estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativas sociais e familiares (VIGOTSKY, 1984, p. 67).
Não existe uma receita certa para o lúdico ser trabalhado, nem método completamente eficaz. Às vezes uma brincadeira ou um jogo dá certo para alguns, porém para outros é um desastre, isso vai depender do meio em que a criança está inserida. Os professores têm que ser consciente trabalhando voltado ao mundo real do aluno, para que ele não fique fora do que se trabalha. Portanto devemos adequar jogos, brincadeiras existente ao que realmente necessitamos.
Hoje se acredita que a busca de uma aula divertida deve partir de um pressuposto que devemos ensinar e interagir com os alunos de forma dinâmica para que eles possam aprender. Isso não implica dizer que seja o melhor meio empregado atualmente, mas mostra que existem várias formas de desenvolve no aluno determinadas capacidades.
A criança é curiosa e imaginativa, está sempre experimentando o mundo e precisa explorar todas as possibilidades. Ela adquire experiência brincando. Participar de brincadeiras é uma excelente oportunidade para que a criança viva experiências queiram ajudá-la a amadurecer emocionalmente e aprender uma forma de convivência mais rica (MALUF, 2003, p. 21).
Muitos autores acreditam na importância de aprender brincando, pois dessa forma o aprendizado acontece de forma prazerosa, onde acaba sendo um desenvolvimento concreto, pois o lúdico desperta curiosidade de conhecer o mundo ao redor, sendo assim de forma simples sem medo de errar.
A contribuição do Lúdico é importantíssima para a interatividade e sociabilidade dos educandos, pois é de fato um subsídio que pode ser usado para o desenvolvimento das aprendizagens psicossociais, psicomotoras. Nesta didática entra a escola com suas metodologias voltadas ao desenvolvimento do aluno para a sociedade.
A escola é um elemento de transformação da sociedade, sua função é contribuir, junto com outras instancias da vida social, para que essas transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua integração seja construtiva. (FRIEDMANN, 1996, p.54.)
Para uma prática pedagógica adequada, não se deixa apenas o “brincar” de forma livre, mas sim ensinar a brincar com objetivos, estimulando de forma prazerosa as atividades, favorecendo as relações humanas entre si e despertando a curiosidade da criança, a partir disso as ligações sociais acontecem, podendo então, construir uma vida social.
O despertar das crianças na hora lúdica é responsabilidade do educador, pois dele depende orientar e dirigir, objetivando o que quer alcançar com aquilo, por isso é necessário que o professor seja organizado e conheça seus alunos para que consiga desenvolve-los de forma criativa. A criatividade despertará a curiosidade do aluno fazendo que ele busque de autonomamente aquilo que deseja aprender.
O lúdico deve ser visto como uma estratégia para desenvolver o ensino aprendizagem proporcionando ao educando a autonomia no aprender. Através da autonomia o aluno é favorecido para uma boa comunicação, adequação de comportamento, hábitos saudáveis, melhoramento da memória, raciocínio lógico, coordenação motora, percepção tátil, visual e auditiva, atenção, concentração, persistência e paciência, além de muitos outros benefícios que podem ser aprendidos de forma prazerosa: Brincando.
A forma lúdica pode sim fazer a diferença dentro de uma sala de aula, mostrando novos conhecimentos e experiências que podem enriquecer as crianças em seu dia a dia, dando motivações individuais, tornando o ambiente agradável e tornando-as sensíveis para seu desenvolvimento. Quando o professor proporciona possibilidades e limitações, visa mostrar o que é certo e errado, podendo questionar e ensinar de modo afetivo.
O lúdico é uma necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente, faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Portanto é importante que o professor descubra e trabalhe a dimensão lúdica que existe em sua essência, no seu trajeto cultural, de forma que venha aperfeiçoar a sua prática pedagógica. (FEIJÓ, 1992, p.108)
Vale ressaltar que o autor supracitado acredita na necessidade do lúdico para o desenvolvimento da criança acreditando agregar valores que despertem a motivação. Através das atividades lúdicas, brincadeiras, oficinas e leituras, aprende-se a respeitar as necessidades, curiosidades e interesses em cada faixa etária levando aos estudos o prazer em aprender.
Diversas abordagens da ludicidade na educação infantil trata o lúdico como uma atitude pedagógica que faz o conhecimento ser construído com base no universo infantil, servindo de inspiração para o trabalho pedagógico. Desta forma a ludicidade não é só um entretenimento, mas também uma combinação de habilidades.
A ludicidade se divide em três eixos: o jogo, o brinquedo e a brincadeira. Tudo faz parte da vida do ser humano, pois todos já fomos criança um dia. Não há um adulto que nunca tenha experimentado o prazer de brincar, fantasiar, de fazer de conta. Quando nascemos o lúdico já vem embutido em nossos sistemas, como uma espécie de mecanismo que desenvolve conosco, juntamente com nossas fases. Mas infelizmente vamos amadurecendo e nossa vontade de brincar vai sumindo. Quando os seres humanos chegam à fase adulta muitas vezes nem lembram como eram prazerosas as brincadeiras.
E possível trabalhas diversos tipos de brincadeiras na escola, tanto dentro de sala quanto fora dela, sendo de forma livre e criativa envolvendo os alunos ao prazer de aprender, que são subsídios eficazes na construção do conhecimento infantil. Portanto quando a criança brinca envolve suas emoções permitindo que vença sua realidade de domar seus instintos, funcionando assim como um integrador de desenvolvimento, contribuindo para uma vida saudável.
O espaço físico para atividades lúdicas é muito importante isso dependendo do objetivo que quer alcançar. Portanto, o espaço para as brincadeiras dever ser um local que não põe em risco a criança e sim que desperte a curiosidade para que mesma possa descobrir meios para seu crescimento de forma espontânea.
A prática pedagógica entra como um intermédio do ontem com o hoje, resgatando a cultura do brincar levado a sério o processo ensino aprendizagem, com conteúdo, regras, interação com a diversidade ajudando assim o professor em sua prática. Essa prática traz novamente as brincadeiras ao nosso dia a dia, relembrando assim de muitas coisas que foram sendo deixadas para traz com o tempo.
As crianças de hoje se preocupam muito com as tecnologias, não se preocupando em aprender jogos ou brincadeiras culturais que quase não se veem mais. O resgatar das brincadeiras antigas pode ser uma prática de novas descobertas, que não só divertem, mas também ensinam.
A ludicidade nos dias de hoje vem com um novo olhar para a formação do educador, utilizando-se como um recurso indispensável na transposição de conteúdos para a evolução humana quando se diz respeita a interações sociais, culturais e motoras. O currículo escolar enfoca o brincar como um elemento que atende as necessidades não apenas dos alunos, mas de todos os envolvidos no ensino-aprendizagem.
Ao refletir identificamos questões que apontam a necessidade de articular a teoria com a prática, pois nos dias de hoje a ludicidade vem sendo deixada de lado. Muitos Professores não se preocupam em buscar novas metodologias que atenda seus alunos. Isso ocorre muitas vezes por falta de formação. Nesse caso, o currículo de um profissional pode ser afetado por falta entendimento.
Brincadeira não é um passa tempo, brincar é coisa séria e deve ser planejado, portanto os educadores devem participar de formações que ensinem metodologias que possam contribuir no ensino-aprendizagem, de forma que façam dos educadores seres críticos para atuarem pedagogicamente. Nesse contexto a aprendizagem significativa depende de um acompanhamento do adulto, que irá direcionar a brincadeira, gerando assim o desenvolvimento.
A ludicidade traz como ponto forte as emoções, por isso que nos dá momentos de alegria, companheirismo e cooperação, mas é necessário muito cuidado no brincar, pois pode se tornar algo desastroso provocando sentimentos que não são viáveis, tais como: medo, ansiedade e frustação. Por tanto a ludicidade tem duas funções, sendo a lúdica com o brincar livre e a educacional com o brincar direcionado.
Na educação infantil a ludicidade pode ser usada de duas formas, o “brincar” livre para a criança aprender de forma independente por si só, e a do brincar direcionado para que aprenda além de informações e assim traçar um caminho para a aprendizagem.
Ensinar por meio da ludicidade pode trazer significado a coisas que antes parecia não ter nenhum, faz com que a criança possa enxergar o conteúdo de outra forma. Ao ensinar brincando tem se a possibilidade de articular a teoria com a prática. Na sala de aula isso é fundamental para sistematizar a aprendizagem do aluno. Para que isso aconteça é necessário que o professor sempre procure novos instrumentos para sua prática que estimule o educando desde cedo, podendo ser do berçário até os anos iniciais. A ludicidade está sempre presente na escola contribuindo para uma boa aprendizagem desta forma as atividades lúdicas são instrumentos de mediação entre o prazer e o desenvolvimento.
Então a ludicidade vem com o objetivo de promover atividades espontâneas com caráter pedagógico aonde à criança venha a desenvolver vários sentidos. Estudos apontam que a ludicidade serve como um estímulo para o desenvolvimento da criança em todas as suas capacidades. Mas para que tudo isso aconteça é necessário o incentivo e bom direcionamento para que a ludicidade torne-se uma ferramenta poderosa para as habilidades.
Na ludicidade é necessário alcançar objetivos de um desenvolvimento com qualidade, mas para isso é necessária uma interdisciplinaridade, pois uma criança é diferente da outra. Um método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo resultado em outra. Por isso, na hora de escolher uma brincadeira ou jogo para utilizar deve-se pensar na realidade dos alunos, e assim, esse será o melhor e trará bons resultados. A melhor opção é por uma linguagem que se identifique com o mundo real dos seus alunos, despertando diferentes olhares que os instigam diariamente, que fazem um contato direto e desenvolvem meios desafiadores de criar, recriar, pensar, preparando-o para a sociedade.
Logicamente que são grandes os desafios que um professor da educação infantil tem que superar, pois na hora que se dispõe a trabalhar ludicamente tem que estar preparado para múltiplas atitudes dos alunos que possam surgir, podendo até descobrir características de personalidade que até então não conheciam, além de perceber nitidamente reações, interações e comportamento que cada aluno tem.
Os profissionais que buscam criatividade em suas organizações pedagógicas encontram sempre recursos pedagógicos diferentes, possibilitando ao espaço da educação infantil ser um lugar não somente para o ensino-aprendizagem, mas, também para diversão. Sabemos que a maior riqueza do ser humano é aquela que ninguém pode tirar jamais, ao contrário, cada ser que passa em nossa vida só aumenta nossa aprendizagem, seja de uma forma positiva ou negativa.
Foi compreendido que a ludicidade pode trazer o equilíbrio entre teoria e práticas. Ambas dependerão de como o docente conduz o aluno para a aprendizagem e desenvolvimento levando sempre em consideração seu meio social, sendo fundamental o educador na vida letiva do aluno, pois é ele que prepara o aluno para a sociedade, que cobra cada vez mais a perfeição. É o educador que deve entender as diversidades culturais existentes em uma sala de aula, além de adequá-las em seu meio através de trabalhos lúdicos que instigue a imaginação e consequentemente desenvolva produções.
Mas a ludicidade não é tão simples como parece, para esse desenvolvimento é necessário uma visão crítica do mundo, onde as ações muitas vezes se tornam desgastantes, tanto de forma física como emocional diante aos fracassos.
Em relação à valorização do fator social mostra que, no jogo de papéis, a criança cria uma situação imaginária, incorporando elementos do contexto cultural adquiridos por meio da interação e da comunicação. A noção central é a de que se constitui uma zona de desenvolvimento proximal, em que se diferencia o nível atual que a criança alcança com a solução dos problemas independentes do nível de desenvolvimento potencial marcado pela mediação do adulto. O jogo é elemento que irá estimular o desenvolvimento dentro da zona de desenvolvimento proximal. (VYGOTSKY, P.16, 1984)
Dar aula não é simplesmente dar conteúdos, mas sim explorar o mundo, levando sempre materiais diversos para aperfeiçoamento das aulas, assim, fica fácil fazer atividades implacáveis. Para explorar esse mundo, necessita muito mais que quatro paredes, um quadro, e carteiras confortáveis, o professor além de amar a profissão deve ter em mãos sempre uma atividade nova, que envolva os olhares dos alunos, uma didática que funcione de modo divertido.
Nesse sentido, a escola é de suma importância para que a prática do lúdico se estenda por diversas situações objetivando ajudar no processo ensino-aprendizagem para a construção do conhecimento. As dificuldades em sala de aula muitas vezes podem ser resolvidas através do lúdico, pois existem estudos que apontam isso.
A escola é muito importante na construção da personalidade do ser humano, pois é ela que socializa para a construção do desenvolvimento, que ensina a lidar e a desenvolver sua individualidade, coletividade, respeitar regras e assumir comportamentos que pode buscar respostas para suas dúvidas além de se reconhecer como um sujeito único.
É na escola que a criança passa a ter contato com várias crianças e aprende a respeitar regras, suscitam práticas ondem envolvem grupos e aprendem a dividir, pois no mundo contemporâneo há necessidade de que as mudanças ensinem.
Podemos considerar que a escola vem sofrendo estruturações cada vez mais tecnológicas e as crianças através dos meios de comunicações aprendem e tem necessidade de obtê-los. Porem toda essa modernidade vem tirando o sono de muita gente, pois o brincar de forma natural vem sendo deixado de lado a cada dia que passa, e as crianças se apossam cada vez mais de as tecnologia deixando de lado o convívio social de uma criança normal, como era dita antigamente.
Nos dias de hoje não é tão simples transmitir uma brincadeira, (o lúdico), pois a modernidade vem deixando isso para traz. Porém é necessário refletir a respeito do lúdico como um fator que desenvolve as capacidades humanas, dessa forma resgatar o brincar fazendo dele algo divertido que além de brincar possa aprender.
O educador precisa reconhecer que a ludicidade pode ser um modo de evitar o fracasso escolar, como uma forma ajudar a criança superar suas dificuldades contribuindo assim, para o crescimento não só cognitivo, mas também da personalidade desse indivíduo marginalizado.
Uma criança deixa de aprender não somente por apresentar dificuldades de aprendizagem, mas por causa das situações adversas às quais está submetida. Uma criança pode apresentar dificuldades afetivas, emocionais, econômicas, familiares, de relacionamento e, mesmo não tendo qualquer problema biológico que a impeça de aprender, não conseguir compreender os conteúdos ou informações que a escola lhe apresenta. (PEREIRA, 2007, p.105).
É necessário saber que as dificuldades de aprendizagem não manifestam de uma única forma e o educador tem que estar preparado para atuar de forma mais significativa na vida de seu aluno, se necessário usando atividades lúdicas que possam mudar essa situação.
Sabe-se que o ser humano é um ser social que se constrói com a interação do meio em que está envolvido. A partir daí entende-se que o meio social nos primeiros anos de vida influenciará na formação do caráter no futuro. Neste contexto as noções de respeito, limites e regras podem ser aprendidas na hora da brincadeira ou jogo, que incentivem o aluno a obedecer, fazer o correto se caso quiser ganhar.
METODOLOGIA
Esse artigo foi realizado através de pesquisas bibliográficas que partiram de leituras e reflexões a vários escritores, tanto de materiais publicados em livros, quanto artigos, dissertações, teses. Essas pesquisas trouxeram conceitos a serem repensados de forma qualitativa que fundamentaram teoricamente o processo da Ludicidade na educação infantil, tendo como objetivo principal analisar o papel da ludicidade na Educação Infantil para o desenvolvimento das nossas crianças.
Pode-se afirmar a importância dessa pesquisa, para o auxílio do sujeito para compreender os processos de formação e a influência do meio em que vive para sua própria construção. A pesquisa ajuda entender os problemas que nos cercam, tornando-as mais fáceis de lidar.
A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos a operacionalização de variáveis. (MINAYO,1995, p. 21-22)
Pesquisas qualitativa demostram a importância da ludicidade nas escolas com uma visão ampla do que vivemos em nosso dia a dia, onde a sociedade está envolvida. Então, a pesquisa é um processo que específica trabalhos, podendo atingir um grande número de culturas, apresentando a possibilidade de contribuir para uma formação de diversos agentes.
Diferente de que muita gente pensa o lúdico não precisa de muito investimento, mas requer motivação, pesquisas sobre e determinação para alcançar os objetivos que deseja obter.
Pode-se definir pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos, a mesma e se desenvolve através de inúmeras fases, que se dá a partir das suposições iniciais, e que se faz necessário levantar conhecimento sobre o assunto. (GIL, 2002, p.17)
A pesquisa bibliográfica busca uma proximidade do cotidiano real e trazem fundamentações teóricas para o que está sendo estudado, no caso deste artigo O lúdico na educação infantil, enfocando as dimensões do aprender para a construção didático-pedagógica, onde dependem da participação da família para a promoção da melhoria da aprendizagem.
Os pais são os primeiros educadores responsáveis pela construção imaginária das crianças, influenciando com o que falam ou fazem no cotidiano familiar. Tudo isso exerce fortemente no desenvolvimento das crianças, e então começam imitar os adultos que mais são próximos.
É de extrema importância que haja uma relação estreita entre escola-família, pois, ao participarem de forma ativa da vida escolar de seus filhos, promove uma maior integração dos alunos e, consequentemente, na melhoria da qualidade do processo de ensino aprendizagem. (AQUINO, 1996, p.47).
A análise de conteúdos consiste visar procedimentos sistemáticos e qualitativos, que coletem e analisem dados que permitam a produção aliada deste artigo. Essas pesquisas trouxeram um impacto positivo nos estudos sobre a ludicidade visando futuras práticas, focalizando os aspectos sentimentais e sociais do educando.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No transcorrer deste trabalho pode-se concluir que a ludicidade é muito importante na educação infantil. As atividades lúdicas podem auxiliar o professor dentro de várias situações que sejam de aprendizagem, evoluindo o processo cognitivo através de brincadeiras.
A criança por si só em seu universo cria fantasias que resolvem qualquer situação, o que ajuda no aprimoramento de diversos âmbitos, desenvolvendo a criatividade e autoconfiança, surgindo assim naturalmente comportamentos que se ajustam a regras sociais.
Os meios simbólicos permite a liberdade emocional necessária para explorar e permitir descobrimentos incentivados pela curiosidade, promovendo um enriquecimento na vida interior da criança. Acredita-se que a construção do lúdico começa pelo processo da imaginação e estende-se na vivência escolar possibilitando que o sujeito se torne participativo relacionando-se melhor consigo mesmo e com o mundo. Assim a ludicidade deve ser vivida na infância, pois é importante para o desenvolvimento de todas as fases do indivíduo formando conceitos que diz respeitam a individualidade de cada um.
A brincadeira pode e deve estar presente na escola acrescentando novas vivências ao ser humano, principalmente na infância e devem ser consideradas como um bem precioso para as aprendizagens.
Na educação infantil, o lúdico dever ser usado amplamente para atuar no desenvolvimento da aprendizagem da criança, podendo evitar o fracasso escolar e os altos índices de reprovação escolar, incrementando o ambiente escolar com autonomia em aprender com prazer e de forma simples, valorizando o aprendizado do aluno neste processo de ensino aprendizagem.
A atividade lúdica oportuniza o crescimento do pensamento e raciocínio, preparando a criança para pensar, compreender meios que lhe darão capacidades para encarar a vida, mostrando que aprender, não é simplesmente decorar matérias e sim aprender relacionar-se com um todo a sua volta.
Acredita-se então que a prática pedagógica adequada deve ter apoios educativos, portanto a ludicidade vem estruturar tais premissas onde o brinquedo e a brincadeira tem a intenção de despertar a consciência lúdica.
Os brinquedos e jogos pedagógicos são as ferramentas que contribuem para diversas construções. É através das brincadeiras que as crianças desenvolvem sua criatividade para lidar com o mundo. Quando a criança têm a oportunidade de brincar e dispõem de brinquedos, pode viver experiências notáveis tanto individualmente quanto em grupo, enriquecendo assim suas capacidades
O lúdico tem por objetivo oportunizar diversas compreensões na educação infantil com significado para a construção cotidiana da criança, ajudando-a se definir no que faz, no que sente, no que quer, e como está.
O lúdico é algo indispensável para o desenvolvimento da criança, pois é uma ferramenta didática que o docente tem nas mãos para ser usado com cautela para que haja a aprendizagem segura de forma prazerosa. A estimulação depende de como o professor irá variar a atividade dando a ela interesse para que as crianças se concentrem e se motivem pela situação.
As teorias do desenvolvimento identificam prováveis transformações diferenciadas em crianças que vivem o lúdico desde cedo, podendo perceber que possuem maior atenção ao seu redor, são mais espontâneas e possuem maior habilidades em atividades especificas.
O desenvolver de forma lúdica ajuda que a criança torne-se um adulto independente, sem medo de enfrentar o mundo, ou os perigos que ele apresentar. A criança aprende através das atividades concretas onde possa envolver seu sentimento de forma consciente e assim aprender a se comunicar claramente.
Procurando definir a ludicidade no que diz respeita a aprendizagem, pode-se dizer de maneira ampla que quanto mais contato com brincadeiras e jogos no cotidiano, mais aumenta a memorização de informações ao longo do tempo, podendo compreender transformações presentes em seu ambiente.
As leituras que foram feitas favoreceram o conhecimento de realidades existentes em instituições escolares, permitindo aprender de forma significativa para o embase profissional na luta por uma educação suprema de diferentes aspectos. Contudo para que haja a aprendizagem é necessário que o docente seja mediador fazendo através da brincadeira a tomada de consciência diante algum problema a ser resolvido, fazendo a criança pensar em possíveis caminhos.
O Lúdico vem como um coadjuvante no que se trata de aprendizagem, pois através dele pode-se formular hipóteses sem ter que dar respostas, onde o aluno usa a auto didática e lógica para agir diante situações de faz de conta. Construindo assim sua capacidade de forma prazerosa.
É importante levar os alunos a se relacionarem com o cotidiano, acerca de sugestões, jogos, brinquedos que podem ser confeccionados por eles mesmos, propondo melhor embasamento para sua autoconstrução, dando oportunidade para troca de conhecimentos adquiridos, tratar regras de forma simples.
O processo lúdico deverá considerar o interesse dos alunos, trabalhado a participação deles e o envolvimento nas diferentes situações propostas; a interação e reflexão em grupo, a compreensão da temática, por meio da expressão de ideias, sentimentos, observações. O professor precisa ficar atento em todos os momentos para saber se os alunos estão entendendo o porquê das atividades, enfim se os objetivos propostos estão sendo alcançados.
Perante toda a pesquisa feita dá para perceber a necessidade em assumir uma postura não só crítica, mas também reflexiva da nossa prática educativa diante da realidade e a partir dela, para que possamos buscar uma educação de qualidade.
As expectativas foram superadas, pois foi possível fazer observações necessárias, refletindo sobre o “fazer Pedagógico”. Foi Aprendido que a vida do aluno deve sempre estar no contexto do plano de aula pois o que ele traz em sua bagagem as vezes pode servir para uma ampla aprendizagem e troca de experiências. Nada deve ter um conceito limitado pois cada sujeito é dono de seu pensamento e tem direito de interpretar conforme sua capacidade.
Assim podemos concluir que o lúdico facilita a aprendizagem de modo integral, pois é uma ferramenta que se bem usada tem muito o que acrescentar na vida de uma criança, podendo salva-la de um futuro abismo.
REFERÊNCIAS
AQUINO, Júlio Gropa. Indisciplina na escola: alternativas teóricas. 9° Ed. São Paulo: Summus, 1996, p.47.
FEIJÓ, O. G. – Corpo e Movimento. Rio de Janeiro: Shape, p.108, 1992.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo. Cortez: 2006, p.18.
FRIEDMANN, A. Brincar: Crescer e aprender. O resgate da cultura infantil. São Paulo: Moderna. 1996, p.54.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. ED. São Paulo (2002, p.17)
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis- RJ: Vozes, 2003, p.9, p.21.
MINAYO, MCS. Conceito de avaliação por triangulação de métodos. Rio de
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