Buscar artigo ou registro:

A IMPORTÂNCIA DAS CANTIGAS DE RODA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ana Paula Sloboda Hauck
Lourdes Bernadete Possatto
Lucimara Ferreira Vergino

RESUMO
Esta pesquisa relatou a Importância das Cantigas de Roda na Educação Infantil. É muito importante que o lúdico seja utilizado no cotidiano dos alunos para que as crianças desenvolvam todas as coordenações motoras no crescimento físico, intelectual, caráter social e cultural. A principal característica desta pesquisa foi de valorizar o lúdico fundamentando-se através de leituras das obras de educadores e estudiosos da educação, para que podemos ensinar e aprender de maneira prazerosa, devido a isso o aprendizado é ensino através do lúdico onde as crianças não ficam ociosas e tendo a  criticidade e a integração dos alunos e professores, mostrando não somente aos educadores mas sim para as pessoas sobre o bom  desenvolvimento da criança. Brincar reequilibra as emoções do ser humano. A metodologia utilizada foi de observações, estudo bibliográfico dos autores. KISHIMOTO, RICHTER, VYGOTSKY, CASCUDO, ALMEIDA. Este trabalho mostrou os resultados de pesquisas bem como da prática, através de observações que é possível trabalharem com a música nas salas da educação infantil e pode-se utilizar a música em qualquer área da educação.

1 INTRODUÇÃO  
Este artigo apresenta os  caminhos  percorridos  e  os  resultados  da pesquisa desenvolvida durante o curso de extensão da Uninter, analisou  o tema a Importância das Cantigas de Roda na Educação Infantil. Sendo que a música na Educação Infantil visa melhor desenvolvimento social, linguístico e afetivo dos alunos, foi elaborado com o objetivo de contribuir para o processo do ensino e da aprendizagem através das Cantigas de Roda, acreditando proporcionar a confiança para que as crianças desenvolvam suas habilidades e auxilia na interação com outros indivíduos. Sabendo-se que a música faz parte da vida do ser humano mesmo antes do seu nascimento, pois as crianças ouvem diversos sons e ruídos que se propagam através do corpo da mãe, esta pesquisa dará ênfase aos benefícios que da cantiga de roda traz ao desenvolvimento integral da criança, (Brito 2003, pág. 35).
Analisando os benefícios que o ensino na educação infantil proporciona às crianças, compreendo que as cantigas de rodas e música como meio de desenvolvimento da inteligência e a integração do ser, no desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo. Com base nessas informações, pode-se verificar que a utilização da música que é importante não somente na educação infantil, mas também nas séries iniciais, bem como pode ser trabalhada juntamente com todas as outras matérias.
  A importância das cantigas de roda na educação infantil é que se trabalha muito com música e deve ser mais utilizada na escola, não somente em apresentações, mas como disciplina para que as crianças conheçam ritmo, melodia, som, harmonia e ate mesmo como forma de arte. A criança necessita ter contato com instrumentos musicais para que possa fazer o reconhecimento de diferentes sons e identificá-los em determinada canção, com isso, é preciso instigar a criança para que ela possa manusear algum instrumento que a escola possua ou que ela tenha em casa.
O brincar constitui-se, dessa forma, em uma atividade interna das crianças, baseada no desenvolvimento da imaginação e na interpretação da realidade, sem ser ilusão ou mentira. Também se tornam autores de seus papéis, escolhendo, elaborando e colocando em prática suas fantasias e conhecimentos, sem intervenção direta dos adultos, podendo pensar e solucionar problemas de forma livre das pressões situacionais da realidade imediata na escola música, porque com contos, música que as crianças aprendem.
A metodologia utilizada para esta pesquisa foi à fundamentação teórica através de pesquisas bibliográficas dos autores tais como: Kishimoto, Richter, Vygotsky, Cascudo, Almeida, a observação veio para somar teoria e prática acadêmica, e mostra que as cantigas de roda na educação infantil se faz necessária em todos os momentos. O conteúdo música faz parte da Proposta Pedagógica, pois para a criança que está desenvolvendo a fala e a coordenação, a música é um ótimo instrumento a ser trabalhado. Segundo Wallon (apud Dantas, 1992, p. 86), “as reações de bem estar ou mal- estar da criança, se manifesta mediante essas descargas motoras indiferenciadas (reflexos) é que suscitam nos adultos que a cercam reações de natureza afetiva e emocional, provocando respostas a suas necessidades”. 
2.  AS CANTIGAS DE RODA
As cantigas de roda teve origem em Portugal e Espanha. Porém esta origem não é notada, pois as mesmas já são utilizadas no folclore brasileiras e se tornando de extrema importância para a cultura local. Através das cantigas de roda podemos conhecer os costumes, o cotidiano das pessoas, as festas típicas do local, as comidas, as brincadeiras, a paisagem, a flora, a fauna, as crenças, dentre outros. O folclore de um determinado local vai sendo construído aos poucos através não só de cantigas de roda, mas também de histórias populares contadas oralmente, de cantigas de ninar e de lendas.
O folclore inclui nos objetos e fórmulas populares uma quarta dimensão sensível ao seu ambiente, porém não há como identificar os compositores das cantigas de roda, já que elas não têm sua autoria identificada e são continuamente modificadas, adaptando-se à realidade do grupo de pessoas que as cantam. Contudo, é preciso notar que em vários pontos do País, as crianças já se apropriaram de toadas locais para as suas rodas, cantando-as, porém, com um caráter próprio (CASCUDO, 2001, p. 240).
 
É muito difícil conversar sobre cantigas de roda de roda nos dias de hoje, visto que tudo é voltado para o mundo virtual em que estas manifestações da cultura popular espontânea estão com o seu espaço tão diminuído. Nas ruas, nas praças e nos quintais está mais raro de se ver ou ouvir das bocas infantis aquelas canções que, na simplicidade das suas melodias ritmos e palavras, guardam anos e mais anos de sabedoria (Cascudo, 2001, pág. 32). Precisam-se reviver as manifestações das cantigas, implica em entrar em contato com forças vitais do nosso passado, presente e também em reviver conteúdos que estão na base da construção da identidade dos povos.
Essas melodias passam de geração em geração, entoadas pelos adultos ajudam a entreter, embalar e fazer adormecer as crianças. Hoje em dia elas não são tão presentes na realidade infantil como antigamente devido às tecnologias existentes como os computadores, celulares, tablets, entre outras tecnologias. As cantigas geralmente eram usadas para o entretenimento e aprendizado das crianças de todas as idades em locais como colégios, Cemeis, parques, ruas, etc. CASCUDO (2001, p.102)
As canções populares são as cantigas de roda que está diretamente relacionada com as brincadeiras de roda. A prática é comum em todo o Brasil e tem caráter folclórico brasileiro. Estas cantigas acolhem as crianças em socializar umas com as outras para cantar, dançar com características próprias. As mesmas possuem melodia e ritmo equivalentes à cultura local, com letras de fácil compreensão, temas referentes à realidade da criança ou ao seu universo imaginário e, geralmente, com coreografias e letras que as crianças memorizam com facilidade.
As cantigas têm letras simples e comum onde as crianças aprendem com facilidades e vem  recheada de rimas, repetições e trocadilhos, o que faz da cantiga um jeito de aprender brincando, frequentemente falando da vida dos animais, das plantas, do alfabeto, dos  adultos, das crianças, e de muitas outras coisas (Cascudo 200, pág. 46).

Nestas brincadeiras são usados episódios fictícios e estes são comparados com a realidade humanas se tornando histórias que fazem prender a atenção das crianças em sala de aula.. O folclore estuda a solução popular na vida em sociedade. Brincando como estas canções, ou, mergulhando no tempo e nos recordando das Cantigas de roda vivenciadas na infância, percebemos que algo precioso se processa. Trata-se de um movimento de entrega, de alegria e de vontade de brincar e cantar cada vez mais (CASCUDO, 2001, p. 240).
Quando o professor começa cantar em voz baixa, de repente em meio a sons, trechos de ritmos e melodias surgem o tema de uma cantiga de roda, trazida por um aluno ou por um professor; outra voz se junta e mais uma e outra. Aos poucos as crianças se juntam, dão-se as mãos e formam uma roda.

2.1.  Importância das cantigas de roda na educação infantil é essencial para o desenvolvimento da criança.
Para os alunos os mesmos aprendem através da brincadeira  considerando que não é uma perda de tempo. A criança antes de brincar explora tudo em seu redor e sempre possível inventar brinquedos através de objetos e até mesmo antes entender que as palavras são usadas para representar objetos e ações. Através do brincar a criança trazem as representar ações. A criança cria em sua imaginação um brinquedo, ela simboliza um cenário até mesmo através de uma caixa de papelão forma um carrinho ou outro objeto.
Esta simboliza imaginação um pré-requisito para a linguagem. a criança aprende a brincar, jogar de diversas maneiras e de forma apropriada, pois constitui algo essencial para o seu desenvolvimento e a sua comunicação efetiva.
A escola precisa criar condições e ter lugar privilegiado de vida e aprendizagem para o aluno realizar atividades lúdicas livremente e, ao mesmo tempo, precisa usar este espaço para o ensino-aprendizagem, que a criança necessita. Muitas vezes as pessoas dizem: Brinca direito menino! Será que há precisão no brincar? Não precisa ter receitas a serem seguidos numa livre brincadeira? Todavia, não é o objeto, mas a atividade da criança com ele (seu movimento e gestos) que lhe atribui sua função de substituto adequado. A criança pode, assim, atingir uma definição funcional dos conceitos ou de objetivos (Vygotsky, 1984, p.113).

 “O brinquedo simbólico das crianças pode ser entendido como um sistema muito complexo de fala através de gestos que comunicam e indicam os significados dos objetos usados para brincar”. (VYGOTSKY, 1984, p. 123). 
A criança precisa de objetos para poder recriar a função simbólica da brincadeira infantil é como brinquedos e a possibilidade de executar com eles um gesto representativo. Desta maneira, os jogos, assim como os desenhos infantis, unem os gestos e a linguagem escrita (Vygotsky, 1984, p. 122). Chegamos num ponto bastante discutido na área educacional escolar ou não: a intencionalidade pedagógica perante a atividade lúdica infantil e a seriedade no tratamento do tema, ou seja.
              Lúdico, que vem do latim ludere (ilusão) é o adjetivo explica e qualifica todas as palavras que condiz sobre as brincadeiras e jogos. O lúdico refere-se sobre o que tem na brincadeira ou no jogo: de prazer e divertimento. Existem muitas regras a ser vencida, uma imitação fazendo de conta que é um objeto, o mesmo se socializa muitas vezes sozinho isso são regras ao ganho que aprova a competição. O jogo e a brincadeira são, com frequência, percebidos pelo adulto sendo que o mesmo vê de forma controversa, pensando que este trabalho lúdico seria inútil.
          Através do brincar, os alunos se sentem mais a vontade, nenhuma dívida é paga, e isso é verdade. Realmente, a criança no brincar já é a paga de uma vida inteira. Brincar é muito importante para a saúde, todos os seres humanos precisam, pois é fundamental praticar para o emocional e intelectual do ser humano. Brincar é coisa séria, porque na brincadeira a criança se reequilibra reinventar a realidade. As cantigas de rodas juntamente com a brincadeira, proporciona a criança o seu mundo, posto que o início da capacidade de significar esteja nas palavras, mas antes nas brincadeiras. Enquanto brincam, a criança, o jovem ou o adulto experimenta uma vida mais leve. É brincando que a criança vai se atualizando com outras pessoas, objetos ao seu redor; na troca com o outro, vai se constituindo sujeito humano, posto que simbolize o resultado do socialmente acumulado, pela capacidade de estar no momento de ócio, livre. Pode não ganhar nada com aquilo, não pagar também, mas recebe muito.
Faz uma ideia que só o homem sabe fazer: simbolizar, significar, e ser significado. Desde os tempos da caverna o homem já manifestava sua humanização através do brincar. Atualmente, há um movimento de educadores brasileiros empenhados na retomada do ensino musical nas escolas públicas, de modo que toda criança passe a cantar nas escolas, pois o canto favorece a auto-estima e tem um forte apelo social, além de contribuir para o desenvolvimento educacional e cultural da pessoa e do país.
O lúdico precisa ser estudado na prática pedagógica para que não se torne um vazio no tempo e que venha contribuir para a aprendizagem da criança e possibilita que o professor  não seja ocioso em suas aulas, fazendo com  que a criança sinta prazer em participar das atividades escolares. 
  Assim, pode-se dizer que o lúdico é um recurso pedagógico e deve ser usado da melhor forma, pois, o verdadeiro sentido da educação lúdica está na preparação do professor ao aplicá-lo corretamente (Almeida, 2004. Pag. 12). A liberdade interna oferecida pelo equilíbrio ótimo entre a fantasia através dos contos e a realidade, suas possibilidades criativas e, portanto reparatória, enriquecem-na (criança) permanentemente, permitindo-lhe aprender da experiência.
A criança pode brincar livre e sempre, o que não significa que isso seja banal. De tão importante, a brincadeira ganhou lugar próprio para sua manutenção: A brinquedoteca, um espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma grande variedade de brinquedos, dentro de um ambiente especialmente lúdico. É um lugar onde tudo convida a explorar, a sentir, a experimentar.
A possibilidade encontrada na brinquedoteca de poder brincar com brinquedos emprestados também é válida, pois existem muitos professores que a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem à regra do jogo. Para Vygostky, existem duas zonas de desenvolvimento: real e proximal. A zona de Desenvolvimento real é o conhecimento já adquirido, ou seja, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de inicio, com o auxilio de outras pessoas, que já tenham adquirido esse conhecimento.
2.2 Aprender através dos Contos  
Os Contos infantis oferecem a oportunidade para a criança aprender através do lúdico e os mesmos vão explorar e aprender a solucionar problemas.
Segundo TIZUKO MORCHIDA (Kishimoto, 1992, p. 26) “Educar e desenvolver a criança significa introduzir brincadeiras mediadas pela ação do adulto, sem omitir a cultura, o repertoria de imagens sociais e culturais que enriquece o imaginário infantil.” Isto significa que o adulto deve e pode ajudar as crianças a ler os contos nos livros e através desta leitura observar as brincadeiras, investigar, mas deixar que as regras sejam criadas pelas crianças ou com participação da mesma, pois desta maneira terá facilidade para obedeces-lhes.
“Se brincar é essencial é porque é brincando que o paciente se mostra criativo”. (Richter, 1998, p. 21).
Os contos de roda são visto como um mecanismo psicológico que garante ao sujeito manter certa distância em relação ao real, brincar é o modelo do principio do prazer oposto ao principio da realidade. Através das brincadeiras a criança desenvolve várias coordenações, habilidades e competências, dependendo dos objetivos bem traçados e do condutor da mesma.
No processo do desenvolvimento a criança começa usando as mesmas formas de comportamento que outras pessoas inicialmente usaram em relação a ela. Isto ocorre porque, desde os primeiros dias de vida, os pais lerem para as crianças contos, e as atividades da criança adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social, refratadas através de seu ambiente humano, que ajuda a entender seus objetivos. Isto vai envolver a fala, a comunicação. (Vygotsky, 1979, pág.35).
A solução dos problemas, diferenciado pelo bebê no que são os momentos desempenhados por ele e pelos cuidadores. Ao contrário, constitui um todo geral e sincrético. Todavia, graças a estas regulamentações do comportamento infantil realizadas pelos professores que se aperfeiçoam neste campo da experiência, estabelecendo relações entre meio e fins a criança consegue brincando uma capacidade para se ajudar.
Os movimentos tentativos do bebê, de estender os dedos para tocar um objeto colocado distante dele, são interpretados pelo adulto como um pedido de ajuda para completar a tarefa. O movimento malsucedido de pegar é interpretado como um gesto de pedir para pegar e, gradativamente, passa a ser compreendido pelo bebê como um gesto de apontar, que envolve a ação com o outro (VYGOTSKY, 1984, p. 63-64).
Sabe-se que “o aprendizado vem com o passar do tempo para uma criança em sua vida social dos que a cercam”. Isto se daria através da demonstração ou de pistas usadas por um parceiro mais experiente (Vygostsky, 1984, p. 99), ou seja, a criança vai se envolver com as coisas em seu redor, assim que ela aprender. Gradativamente, através da interação com indivíduos mais experientes, ela vai desenvolvendo uma capacidade simbólica e reunindo-a a sua atividade prática, tornando-se mais consciente de sua própria experiência. Isto dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata.
A interação da criança com as pessoas de seu ambiente desenvolve lhe, pois, a fala interior, o pensamento reflexivo e o comportamento voluntário (VYGOSTSK, 1984, p. 101).

O voluntário serve como de forma indireta na consciência, até que a criança seja capaz de se aperfeiçoando suas ações através de sua própria consciência e controle. Ocorre, portanto, um descrédito da experiência que permite à criança refletir sobre seu próprio comportamento, saindo da diferenciação inicial.
Cria um conceito para explicitar o valor da experiência social no desenvolvimento cognitivo. Segundo ele, há uma “zona de desenvolvimento proximal”, que se refere à distância entre o nível de desenvolvimento atual – determinado através da solução de problemas pela criança, sem ajuda de alguém mais experiente e o nível potencial de desenvolvimento medido através da solução de problemas sob a orientação de adultos ou em colaboração com crianças mais experientes. Vygotsky (1979, p. 70).
Segundo ao autor a criança precisa ter um espaço somente para ela, para que a mesma resolva seus problemas através do lúdico, isso aumentando o seu potencial no desenvolvimento. Tendo esboçado estes pontos da teoria de VYGOTSKY acerca do desenvolvimento cognitivo da criança, passemos ao exame de suas concepções sobre o jogo infantil, as cantigas de roda.
(VYGOTSKY, 1979, pág. 13) considera que a criança muito pequena está limitada em suas ações pela restrição situacional, desde que a percepção que ela tem de uma situação não está separada da atividade motivacional e motora.
Todavia, na brincadeira, os objetos perdem sua força determinadora sobre o comportamento da criança, que começa a poder agir independentemente daquilo que ela vê, pois a ação, numa situação imaginária, ensina a criança a dirigir seu comportamento não somente pela percepção imediata dos objetos ou pela situação que a afeta de imediato, mas também pelo significado dessa situação (Vygotsky, 1984, p. 110).
Precisar haver possibilidades de encaixar as brincadeiras nas rotinas das crianças, pois a ação da criança é regrada, então, pelas ideias, pela representação, e não pelos objetos. “A brincadeira fornece um estágio de transição em direção à representação, desde que um objeto pode ser um pivô da separação entre um significado e um objeto real”. (VYGOTSKY, 1984, p. 111-124).
A possibilidade de usar objetos para representar (“escrever”) uma história foi investigada por VYGOTSKY. Ele conclui que a similaridade perspectiva dos objetos não tem papel fundamental para a criança compreender a notação simbólica utilizada na brincadeira experimento, mas sim que os objetos admitem o gesto apropriado para reproduzir o elemento original da história. Gradualmente, o objeto utilizado na brincadeira adquire função de signo, tomando-se independente dos gestos das crianças.
Segundo VYGOTSKY considerar a brincadeira do faz-de-conta uma grande contribuição para a aprendizagem da linguagem escrita pela criança. A criança de uma situação imaginária constitui, assim, a primeira manifestação da criança em relação às restrições situacionais.
A criança opere com um significado alienado numa situação real que renuncie aos seus impulsos imediatos, subordinando-se a determinadas regras. O desenvolvimento da imaginação da criança associa-se diretamente á aquisição de fala, que facilita a formação de representações sobre objetos e permite á criança imaginar um objeto que ela nunca viu antes. Por outro lado, há um desenvolvimento de relação significado objeto.
A criança começa uma situação imaginária, que é uma reprodução da situação real, sendo a brincadeira muito mais a lembrança de alguma coisa que realmente aconteceu, do que uma situação imaginária nova. Á medida que a brincadeira se desenvolve, observamos um movimento em direção á realização consciente do seu propósito. Finalmente, surgem as regras, que irão possibilitar a divisão de trabalho e o jogo na idade escolar. Nesta idade, a brincadeira não desaparece, mas permeia a atitude em relação à realidade. (VYGOSTKY, 1984, p. 118).

A brincadeira se relaciona com o desenvolvimento, (VYGOTSKY, 1979, pág. 23) coloca que o comportamento da criança nas situações do dia-a-dia é quanto a seus fundamentos, o oposto daqueles apresentados nas situações de brincadeiras. Esta cria uma zona desenvolvimento proximal da criança, que nela se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. Estes pontos estimulam pesquisas acerca das condições para desenvolvimento de nossas crianças em creches e pré-escolas, em especial sobre a interação adulto/criança e criança/criança, abrindo ainda um campo fértil para discussão de propostas pedagógicas para a faixa de zero a 12 anos.
O brincar é de suma importância para a vida da criança, pois foi comprovado que brincando se aprende. Ao brincar as crianças se habituam a aproximar imagens a símbolos concretos conduzindo posteriormente ao conceito abstrato, atividade importante para o desenvolvimento da linguagem: o símbolo pessoal é uma etapa que permeia entre o objeto e o signo.
Cabe ressaltar que a manifestação lúdica deve estar sempre presente no contexto escolar e o que este sistema pode apresentar são formas de controlá-la. A infância é a fase da vida claramente permeada pelo lúdico da descoberta, curiosidade, imaginação, aprendizagem, criação e produção de cultura e conhecimento, percebem certa tendência dos adultos em “roubar” esses momentos inerentes ao mundo infantis, e fundamentais para o processo de desenvolvimento pessoal e social, de construção de identidade diante do outro e do mundo através da cantiga de rodas.
As cantigas têm algumas características próprias como, por exemplo, a letra. Além de ser uma letra simples de memorizar, é recheada de rimas, repetições e trocadilhos, o que faz da antiga um jeito de aprender brincando, frequentemente falando da vida dos animais, das plantas, do alfabeto, dos adultos, das crianças, e de muitas outras coisas (CASCUDO pag. 34, 2001).

As cantigas de rodas vão além das letras, a criança consegue memorizar através da música, pois a criança aprende no seu dia a dia na escola o aprendizado, a leitura das palavras. Isso não torna a aula ociosa, a criança se interage totalmente, pois a mesma gosta de danças, cantar e brincar desde pequenos. Muitas vezes em sala de aula vemos o professor cantar em voz baixa e quando se percebe os alunos cantam juntos, até mesmo sem perceber que estão cantando junto. A música ajuda muito no aprendizado das crianças em sala de aula, pois quando certa criança vem estudar na escola, ela vem tímida, até se agrupar com outras crianças leva dias, e somente através da música que o professor consegue esta união. Cada um à sua maneira, mas todos é aquele momento, parte igualmente importante do conjunto onde são movidos unicamente pelo prazer e pela alegria de brincar, cantar e se alfabetizar com as letras das cantigas que são cantadas.

3 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para esta pesquisa foi à fundamentação teórica através de pesquisas bibliográficas dos autores tais como: Kishimoto, Richter, Vygotsky, Cascudo, Almeida, a observação veio para somar teoria e prática acadêmica, e mostra que as cantigas de roda na educação infantil se faz necessária em todos os momentos. Utilizou-se de pesquisa qualitativa, com o objetivo de explorar a importância e contribuição da brinquedoteca na educação infantil. Através dessa investigação pretendeu levar a ampliação do conhecimento sobre o tema, promover a familiaridade com os métodos e materiais que foram utilizados na ludicidade.
Fica claro que as cantigas de roda através do lúdico auxilia no gosto pela aprendizagem, aquisição de conhecimentos, contribuindo assim para o bom desenvolvimento da criança. Pois o lúdico resgata o prazer pela aprendizagem, proporcionando um contato prazeroso com a linguagem a escrita e a leitura. No entanto para trabalhar com o lúdico em sala de aula foi preciso ter objetivos claro quanto ao alvo, selecionaram-se brincadeiras que despertaram interesse das crianças e que tiveram acesso fora da escola também.
A documentação foi de forma indireta, usando de pesquisa bibliográfica: livros e artigos, e outros meios de informação como revistas e jornais, visita á brinquedoteca, foi convocado cada aluno a trazer um brinquedo para sala de aula. Sabe-se que é preciso trazer o jogo e a brincadeira para a sala de aula como estratégia, para que a aprendizagem seja significativa, que seja usado para a preparação do pedagógico. O brincar não é somente o jogo que necessita a criança mais sim a sua socialização com outras criança sendo é isso o que importa. As crianças que estão expostas as diferentes linguagens expressivas em um ambiente enriquecido diariamente pela Arte serão melhores produtoras, conhecedoras das manifestações artísticas, além de ampliarem suas formas de expressão e representação do mundo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir de tudo o que foi esclarecido sobre as cantigas de roda na educação infantil onde este despertou os brinquedos e jogos, pode-se perceber que os estão presentes em todas as dimensões da existência do ser humano e, muito especialmente, na vida das crianças. Portanto podemos afirmar que realmente “BRINCAR” é viver, e as crianças brincam porque esta é uma necessidade básica, assim como, a alimentação, a saúde e educação, para que a mesma tenha algo de motivação em sala de aula.
Em vista disso, traçaram-se metas para alcançarmos nossos objetivos, já mencionados no início da pesquisa. Portanto partindo das análises dos dados percebemos, pela prática, a realidade desta contextualização no cotidiano escolar, onde se verificou que já existe uma preocupação tanto dos docentes quanto dos técnicos a respeito do tema estudado. Estas colaboradoras (professoras e supervisora) nos permitiram proporcionar este estudo entre prática e teoria, acreditando na influência significativa das cantigas de roda na aprendizagem do educando. Percebeu-se também que dentro de suas práticas, as cantigas de roda possuem conceitos bem restritos, mas que ambos são bem diferenciados pelas educadoras.
Elas também ressaltaram que as cantigas são muitos importantes para o desenvolvimento das crianças, em especial as da Educação infantil até a 4ª série, pois enfatizam que é através dele que elas constroem seus conhecimentos de forma prazerosa, onde os mesmos também trouxeram os seus costumes da região de onde vieram. A partir desta concepção, é preciso que se diferenciem esses dois aspectos do brincar: o brincar no âmbito da escola e a cantiga de roda em outro lugar, pois estas atividades deverão ser bem planejadas, sendo utilizados critérios para um momento avaliativo adequado, detectando progressos ou falhas no desenvolvimento dessas crianças. Desta forma, pode-se observar que esses profissionais estão cientes do ensino através do lúdico, e das cantigas de roda, mas é preciso que obtenham mais informações e subsídios para poderem melhorar suas práticas. Estas informações e subsídios poderão ser encontrados através de textos sobre o tema: brinquedos e jogos; oficinas oferecidas por instituições adequadas; obras de autores que preocupados com o aprendizado livre, expõem seus pensamentos através de métodos e regras, proporcionando um momento de aprender mais satisfatório para essas crianças.
A motivação feita pelo educador implica para a criança mais que o simples ato de brincar, dançar e cantar é através da brincadeira que ela se expressa e consequentemente se comunica com o mundo; ao jogar, e cantar dançar a criança aprende e investiga o mundo que a cerca, toda e qualquer atividade lúdica deve ser respeitada.


REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Marcus, Vinicius, Machado de Almeida. A Ciranda Brasileira​. 3°. Ed. São Paulo: Editora Montreal, 2004.
ALVES, Rubem. Sobre o poder e o saber​. São Paulo: Estado, 1989.
ANTUNES, Celso. Trabalhando habilidades: construindo idéias.​ São Paulo: Scipione, 2001. CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro ​10°. Ed. São Paulo: Editora Global, 2001.
DANTAS, H. A afetividade e a construção do sujeito na psicogenética de Wallon.​ In: La Taille, Yves de et al. Piaget, Vygotski, Wallon. Teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo, a criança e a educação​. Tese de Livre-docência apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo: 1992.
RICHTER, Sandra. Criança e pintura – ação e paixão do conhecer.​ Porto Alegre: Mediação,1998.
VYGOTSKY,​ L. S. A formação social da mente​. Trad. José Cipolla Neto. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1984. ___________,​ L. S. Pensamento e linguagem​. Trad. M. Resende. Lisboa: Antídoto, 1979.