DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM NAS SERIES INICIAIS
Priscila Cristina Machado
Artigo Científico Apresentado ao Instituto Superior de Educação Ibituruna - ISEIB, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia e Educação infantil.
Resumo
O presente artigo tem como objetivo mostrar e identificar as possíveis causas da Dificuldade de Aprendizagem dos alunos. Essas dificuldades vão além da sala de aula, e por mais que uma equipe de profissionais da escola trabalhe com extrema dedicação, muitos alunos tem algum tipo de problemas relacionado a aprender, pois essas dificuldades estão diretamente ligadas e associadas ao convívio familiar, visto que a família tem um papel fundamental na vida e na educação de suas crianças, um lar pautado no diálogo na informação facilita para o desenvolvimento de tal. Serão abordadas neste artigo, questões sobre as dificuldades de aprendizagem e suas possíveis causas, e o papel da família e da escola.
Palavras-chave: Dificuldade. Família. Aprendizagem. Aluno. Escola.
Introdução
Neste estudo serão vistos alguns aspectos relacionados à dificuldade de aprendizagem, que é um fator muito comum em sala de aula principalmente nas series iniciais, pois é aonde o aluno esta em fase de adaptação e descobertas, por esta razão o presente trabalho vem apresentar que por parte do aluno a dificuldade de aprendizagem em algumas situações está relacionada com a ausência de autoestima, e ao despreparo do professor em lidar com uma situação tão perplexa em sala de aula, pois este fenômeno da dificuldade de aprendizagem refere se não a um único problema, mas a um amplo conjunto de problemas que podem afetar a área do conhecimento do aluno.
Um dos indicadores da dificuldade de aprendizagem em sala de aula é o baixo rendimento escolar e até mesmo o abandono escolar, a falta de capacidade ou habilidade mental e o baixo desempenho refletem resultados escolares insatisfatórios tanto para o aluno como para a escola, identificando o mesmo como portador de alguma dificuldade de aprendizagem.
Desenvolvimento
Ao falarmos de aprendizagem não podemos deixar de citar Piaget, Vygotsky e Wallon. Primeiro temos que observar que Piaget e Vygotsky, apesar de terem algumas diferenças em seus pensamentos, tiveram muitas coisas em comum, um exemplo, é que acreditavam que a criança é um ser ativo, pensante e atento. Algumas diferenças podem-se citar com relação aos fatores externos e internos, onde Piaget acreditava nos fatores biológicos e Vygotsky no ambiente social em que a criança nasceu.
As causas podem ser variadas é arriscado falar somente em uma causa biológica, pois podem ser hereditárias e até pelo meio em que a criança nasce e cresce. Frequentemente, alunos que apresentam sintomas relativos a problemas de atenção, ansiedade ou agitação desenvolvem esses problemas por causa de algum conflito pessoal ou familiar e não por razões de ordem fisiológica. Pois toda a atividade, independente da disciplina, que necessite da escrita da criança, faz com que se torne penoso o desempenho de qualquer atividade em sala de aula, pois o problema é gerado em torno da escrita, mediante a falta de coordenação motora. Entre os fatores que interferem no processo de aprendizagem encontram-se as causas físicas; sensoriais; neurológicas; emocionais e as intelectuais ou cognitivas.
No contexto das dificuldades de aprendizagem, encontra-se também em destaque a dislexia - o termo é utilizado para identificar um distúrbio de aprendizagem da escrita, leitura, ortografia e redação - e ainda incluem como resultados, as dificuldades na escrita de números, não causada por deficiência mental ou sensorial, mas por um atraso na maturação de determinadas áreas do cérebro. Como essas áreas são responsáveis pelo desenvolvimento da leitura e da escrita. Sendo assim, considera-se a dislexia como progressiva, caso não seja tratada adequadamente por especialistas como fonoaudiólogos, psicólogos e médicos diretivos desta.
Cada vez mais os problemas de leitura e escrita vêm chamando a atenção dos departamentos de necessidades especiais das escolas regulares, que tentam assim evitar o avanço do problema e no futuro tornarem a ser um impedimento sério ao desempenho educacional (SNOWLING E STACKHOUSE, 2004). A descoberta da dislexia na fase adolescente é um processo mais complicado e mexe com a autoestima que ao longo dos anos está rebaixada quando a criança luta para ler e não obtém êxito.
O conhecimento acerca dos problemas envolvendo as dificuldades de aprendizagem é fundamental para o professor observar e conseguir identificar o problema peculiar de cada criança, o qual é manifestado de formas diferentes, sendo este também um condutor para a evasão escolar.
São diversos os fatores que ocasionam a dificuldade de aprendizagem e cada criança apresenta maior ou menor dificuldade para aprender alguma coisa em sua vida escolar, pois a aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano desde muito cedo. Entretanto, algumas dificuldades são temporais e superadas com o auxílio do professor e dos pais e consideradas apenas como adaptação da criança aos padrões de avaliação da escola.
De acordo com Martin e Marchesi (1996) a dificuldade de aprendizagem é a resultante dos múltiplos fatores que atingem a população humana e se apresenta de forma heterogênea, assim sendo, dentro da categoria de dificuldade de aprendizagem podem ser encontrados mais detalhadamente, alunos com: problemas situacionais de aprendizagem (apresentando comprometimento em algumas circunstâncias e não em outras), problemas de comportamento, problemas emocionais, problemas de comunicação (distúrbio da fala e da linguagem), problemas físicos, de visão, audição, e por fim, problemas múltiplos (presença simultânea de mais de um dos problemas anteriormente mencionados).
Como dizem Martin e Marchesi (1996, p. 41):
A atenção destinada às crianças na fase de formação é essencial para o professor perceber e notar algo de errado com o domínio de habilidades da criança em fase escolar, e um dos pontos principais é a observar o desenvolvimento da leitura, escrita e raciocínio lógico. Uma criança com dificuldades geralmente precisa enfrentar suas limitações por vários anos talvez, por isso é importantes que o professor observe converse com pais e encaminhe esta criança ao tratamento adequado, sabendo que quanto mais cedo terem um diagnóstico, melhor será para o desempenho do aluno.
Neste processo de descoberta e acompanhamento pais professores tem o papel fundamental, que diariamente podem observar mudanças constantes no comportamento do aluno.
Comportamento ou problemas emocionais persistentes atrapalham confiança e a autoestima, estes sinais de alerta são responsáveis pela detecção cedo do problema da dificuldade de aprendizagem evitando assim, que a criança no futuro desenvolva um sentimento de inferioridade diante do mundo.
Na maioria dos casos, os professores são os primeiros a identificar que o aluno possui algum tipo de dificuldade escolar. Apesar disso, não possuem formação específica para fazer um diagnóstico mais preciso. A família também deve ficar atenta ao desenvolvimento e comportamento da criança e, quando necessário, buscar apoio de médicos, psicólogos e psicopedagogos. Os professores devem observar se a criança consegue manter o foco, se finaliza as atividades, ou se demora muito, se realiza a atividade sozinha, e se mostra interesse pela escola.
Já os pais devem ficar atentos se a criança fala sobre a aula se aprendeu algo novo, na hora da lição mostra interesse, e se chora ou faz manha quando chega o horário de ir para a aula.
Coll, Marchesi e Palacios (2004) coloca a importância da intervenção específica e individual por parte dos professores com crianças com dificuldades de aprendizagem para superação no contexto escolar, tais intervenções devem ser coordenadas o mais estreitamente possível nos ambientes familiar e escolar, já que é nestes ambientes que as crianças passam maior parte do seu tempo. Não se trata de converter pais e professores em terapeutas, mais de aproveitar os ambientes mais naturais e espontâneos que favoreçam e estimule a aprendizagem.
Para os autores uma boa alternativa para trabalhar os problemas de aprendizagem é comunicar-se mais e melhor; há vários fatores que podem influenciar na aprendizagem da criança, como foi citada anteriormente, a maior parte, esta fora do controle dos educadores, mas os educadores devem procurar incidir sobre as variáveis que estão efetivamente sob o seu controle.
Coll, Marchesi e Palacios (2004, p.88) trazem algumas orientações básicas para o trabalho dos educadores, como ao planejar e aplicar a aula o professor devera partir dos interesses, das experiências e das competências da criança, adaptando o conhecimento a sua experiência e habilidades comunicativas e linguísticas ajustando os diferentes elementos da linguagem aos conhecimentos prévios e as suas possibilidades compreensivas. Esta pratica não se trata de empobrecer ou limitar o estudo linguístico que a criança recebe, mas torna-lo mais acessível e procurar favorecer sua aprendizagem.
Conclusão
Percebe-se que as dificuldades da aprendizagem estão cada vez mais presentes no dia a dia escolar, cabe ao profissional encontrar uma maneira de sanar cada caso até mesmo buscar ajuda com outros especialistas que irá auxiliar nessas dificuldades, visto que na maioria das vezes a principal ajuda é com a própria família que tem um papel muito importante na vida da criança. Quando uma criança não é tratada adequadamente pode comprometer a vida escolar dela. A família é essencial no sentido de identificar o que está ocasionando a dificuldade, principalmente os pais, pois os mesmos podem e devem ajudar o professor a auxiliar o aluno, juntamente com um profissional, o psicopedagogo, que irão procurar estratégias que possam direcionar o aluno para uma aprendizagem eficaz e de qualidade.
O psicopedagogo, profissional preparado, tem o papel de direcionar o professor e a família para uma postura de ajuda. Procurando identificar a melhor forma de solucionar o problema e procurando criar estratégias que irão ajudar o aluno a se posicionar de uma forma positiva perante a aprendizagem.
Saber as causas e real problema de aprendizagem dentro da escola e da sala de aula juntamente com a equipe pedagógica e a família, conhecer e estabelecer uma parceria para assim solucionar e caminhar juntos a educação para todos.
REFERÊNCIAS
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos
psicológicos superiores. COLE, Michael et al(org.). 7ª Ed. São Paulo: M. Fontes,
2007..
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
SNOWLING, M.; STACKHOUSE, J. Dislexia, fala e linguagem: um manual do
profissional. Porto Alegre: Artmed, 2004.
COLL, C. S. Entrevista a Faoze Chibli. Revista Educação, São Paulo, ano 7, n. 78,
out. 2003.
COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesús. Desenvolvimento
psicológico e educação. Transtornos de desenvolvimento e necessidades
educativas especiais. 2ª. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 3v.