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DEFICIENTE AUDITIVO E SUA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Luciana Cristina Barbosa Camanho
Franciely de Souza Pedroso

RESUMO

Este artigo tem como objetivo analisar o processo de inclusão de crianças portadoras de deficiência auditiva na educação infantil. Para tanto, com eixo metodológico mais consistente e acessível de verificação, definiu-se pela pesquisa bibliográfica que o desafio que confronta a escola inclusiva é o de desenvolver uma pedagogia centrada na criança com necessidades especiais, capaz de educar a todas com sucesso. É necessário que cada profissional tenha consciência do seu papel como elo transformador das desigualdades estabelecidas pelas diferenças, para que essas não sejam vistas como obstáculos e possam ser tomadas para uma transformação social que permita um lugar digno a todos. Incluir é não fazer distinção entre seres humanos, julgando como perfeito ou não. A escola inclusiva deve ser democrática, sem limites, onde as crianças portadoras de deficiência auditiva possa se sentir bem, onde o professor deve buscar vários métodos e equipamentos especiais para seu desenvolvimento. No ambiente escolar cabe aos professores fazer com que os futuros cidadãos brasileiros aceitem as diferenças e convivam com elas com extrema naturalidade.


Palavras - chave: Inclusão. Deficiência Auditiva. Educação.


1 INTRODUÇÃO

O motivo que nos leva a analisar o processo de inclusão da criança portadora de deficiência auditiva nasce das constantes observações na trajetória profissional vivenciada. Assim como de experiências no seio familiar. Portanto, este trabalho tem como objetivo mostrar que a educação inclusiva tem como principal desafio o sucesso de todos as crianças, sem exceção e para que isso ocorra, é necessário que os educadores transformem a sala de aula em espaços prazerosos, onde tanto eles como os alunos sejam cúmplices na aprendizagem. A criatividade do professor, juntamente com a convicção de que a aprendizagem é possível para todos e não existem limites quando se quer aprender, certamente enfrentarão juntos os obstáculos que tantos alunos têm enfrentado no processo de aprendizagem.


A educação de crianças com necessidades especiais auditivas é de suma importância para todos que trabalham na educação, e principalmente de seus familiares, e nos dias atuais com o processo de inclusão na escola comum conseguimos perceber um crescente número de crianças com as mais diferentes deficiências neste meio.

Ao se tratar do deficiente auditivo, esbarramos em diversos problemas como: a falta de comunicação oral, que prejudica o aprendizado, a aplicação de metodologias não contextualizadas com a realidade do aluno, a falta de preparo dos profissionais que atuam nessa área.

Nesse sentido queremos apresentar um retrospecto da trajetória da educação infantil, a definição de deficiência auditiva,


TRAJETÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Ao longo de sua história, a Educação Infantil tem sido marcada por uma etapa significativa no cenário da educação no Brasil, encontrando unanimidade no debate ao considerar os aspectos indissociáveis do cuidar e do educar. A Educação Infantil em toda a sua trajetória, foi alvo de muitas visões entre elas o assistencialismo, que esteve por muito tempo presente nas creches- escolas infantis e tinha como objetivo principal prestar assistência necessária às crianças menos favorecidas, oferecendo cuidados para que elas pudessem viver, enquanto seus pais trabalhavam.
Portanto, a creche era o local próprio para as crianças, uma vez que estavam seguras no decorrer do período em que os pais permaneciam no trabalho. Recebiam alimentação, podiam dormir, eram cuidadas em sua integridade física e higiênica.

A Educação Infantil tinha uma conotação assistencial em que as monitoras passavam o tempo olhando as crianças brincarem, enquanto o desenvolvimento intelectual ficava a cargo da professora. As funções eram bem evidentes: uma cuidava e a outra educava.

Assim, a educação assistencialista preparava as crianças somente para que continuassem no meio social onde viviam. A melhoria da expectativa de vida e de crescimento sociocultural não se levava em conta. Pelo âmbito da esfera da saúde, havia um olhar diferenciado do adulto para as crianças que necessitavam de cuidados para compensar a ausência da família. A educação não era prioritária.

A Educação Infantil teve início quando a mulher necessitou buscar seu lugar no mercado de trabalho. Por essa razão é que a educação da criança de 0 a 6 anos desempenha um importante papel social.

A história da criança denota como a presença infantil, como fato que merece especial atenção, cuidados, respeito no contexto social, só começa a ser considerada a partir da Constituição Federal (CF) de 1988, quando a Educação Infantil assume um espaço mais significativo no contexto do panorama educacional brasileiro.

Em 1988 a Constituição Federal estabelece a igualdade no acesso a escola. Sendo que ao Estado cabe oferecer o atendimento educacional especializado, de preferência na rede regular, sendo assim a Constituição vem reforçar o direito subjetivo das pessoas com necessidades educativas especiais estarem freqüentando a escola regular. Toda escola assim reconhecida pelos órgãos oficiais, devem atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoas em razão de sua origem, raça, cor, idade, deficiência ou ausência dela. Em 1989 foi aprovada a Lei nº 7.853, que estabelece o preconceito como crime, porém esta veio a ser regulamentada após dez anos depois, em 1999. Em 1990 o Estatuto da Criança e do Adolescente responsabiliza os pais/responsáveis a obrigação de matricular os filhos na rede regular de ensino.


2 DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Deficiência auditiva é considerada como a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora de acordo com padrões estabelecidos pela American National Standards Institute (ANSI - 1989).
Assim, deficiência auditiva é o nome usado para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição.

Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 DB N.A (decibéis, nível de audição). São inúmeras as formas de identificação de uma criança com deficiência auditiva, cada uma delas de acordo com a idade de cada indivíduo.

Para que aconteça uma boa inclusão escolar do educando portador de deficiência auditiva é necessário que haja uma cumplicidade entre professor e aluno. É também preciso que o professor esteja em constante atualização, reconhecendo as necessidades de desenvolver métodos de conversação com o aluno, de acordo com seu grau de entendimento, seja ele visual ou auditivo.

Porém, apesar das muitas tentativas do professor, na maioria das vezes o aluno com deficiência auditiva necessita de atendimento em salas de recursos no contra turno. Nessas salas o educando irá desenvolver suas habilidades com auxílio de profissionais da saúde e professores especializados, pois em alguns casos um só o professor na sala regular pode "não dar conta" das necessidades do seu aluno.

Ao receber um aluno com necessidades especiais, o professor provavelmente se sentirá inseguro e com muitas dúvidas. O recomendável para que essas interrogações desapareçam que se procurem informações sobre a criança em seu ambiente familiar, com outros setores da escola e até mesmo com a simples observação de comportamentos do aluno.

Os colegas de turma também sentirão diferença ao conviver com essa criança, por isso é muito importante que haja uma prévia preparação desses alunos. Fazer brincadeiras em que toda a turma fique sem ouvir é interessante, pois assim perceberá quão delicada é a situação do novo colega.

A criança com surdez que for inserida em uma classe comum do ensino regular, provavelmente irá necessitar de atendimento em outro turno, em salas de recursos para o desenvolvimento de LIBRAS, da língua portuguesa e para complementar as informações obtidas na classe comum.
A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço. 
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
O Decreto 5.626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamentou a Lei 10.436/02, definiu formas institucionais para o uso e a difusão da Língua Brasileira de Sinais e da Língua Portuguesa, visando o acesso das pessoas surdas à educação. O decreto trata ainda da inclusão da Libras como disciplina curricular nos cursos de formação de professores e nos cursos de Fonoaudiologia, da formação do professor de Libras e do instrutor de Libras, da formação do tradutor e intérprete de Libras / Língua Portuguesa, da garantia do direito à educação e saúde das pessoas surdas ou com deficiência auditiva e do papel do poder público e das empresas no apoio ao uso e difusão da Libras.

A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos.

É definida como perda total ou parcial de resíduos auditivos, isto ocorre por diversas causas entre elas a virose materna adquirida durante a gravidez, ingestão de remédios tóxicos, exposição a sons muitos fortes, acidentes.


2.1 TIPOS DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Segundo a Organização Mundial de Saúde, deficiência é o substantivo atribuído a toda a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Refere-se, portanto, à biologia do ser humano.

A surdez, sendo de origem congénita, é quando se nasce surdo, isto é, não se tem a capacidade de ouvir nenhum som. Por consequência, surge uma série de dificuldades na aquisição da linguagem, bem como no desenvolvimento da comunicação. Por sua vez, a deficiência auditiva é um défice adquirido, ou seja, é quando se nasce com uma audição perfeita e que, devido a lesões ou doenças a perde. Nestas situações, na maior parte dos casos, a pessoa já aprendeu a se comunicar oralmente. Porém, ao adquirir esta deficiência, vai ter de aprender a comunicar de outra forma.

Em certos casos, pode-se recorrer ao uso de aparelhos auditivos ou a intervenções cirúrgicas (dependendo do grau da deficiência auditiva) a fim de minimizar ou corrigir o problema. Como por exemplo: são quatro os tipos de deficiências auditivas: Condutiva, Sensório-Neural, Mista, Central ou Surdez Central.


2.1.1 Condutiva

Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera , otite externa e média, mal formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.


2.1.2 Sensório-Neural

Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser causada por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo etc.

A perda de audição neurossensorial resulta de danos provocados pelas células sensoriais auditivas ou no nervo auditivo. A sujeição a ruídos excessivos e persistentes aumenta a pressão numa parte do ouvido interno – o labirinto – e pode resultar numa perda de audição neurossensorial. Essa perda pode variar entre ligeira e profunda. Nestes casos, o recurso à amplificação do som pode não solucionar o problema, uma vez que é possível que se verifique distorção do som.


2.1.3 Mista

Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.

Na deficiência auditiva mista verifica-se, conjuntamente, uma lesão do aparelho de transmissão e de recepção, ou seja, quer a transmissão mecânica das vibrações sonoras, quer a sua transformação em percepção estão afectadas/perturbadas. Esta deficiência ocorre quando há alteração na condução do som até ao órgão terminal sensorial ou do nervo auditivo. A surdez mista ocorre quando há ambas as perdas auditivas: condutivas e neurossensoriais.


2.1.4 Central ou Surdez Central

Este tipo de deficiência auditiva não é, necessariamente, acompanhado de diminuição da sensitividade auditiva, mas manifesta-se por diferentes graus de dificuldade na compreensão das informações sonoras. Decorre de alterações nos mecanismos de processamento da informação sonora no tronco cerebral (Sistema Nervoso Central).

A deficiência auditiva Central, Disfunção Auditiva Central ou Surdez Central não é, necessariamente, acompanhada de uma diminuição da sensibilidade auditiva. Este tipo de deficiência é determinado por uma alteração nas vias centrais da audição


2.2 GRAU DE PERDAS AUDITIVAS

Surdez não é uma condição de "tudo ou nada". Embora existam pessoas que são completamente surdas, há também pessoas com diversos graus de perda auditiva funcional. Graus de perda auditiva muitas vezes são classificados como leve, moderada, grave, profunda. Habitualmente, aqueles que se dizem surdos têm a perda auditiva severa ou profunda. Aqueles com menor grau de perda auditiva são comumente referidos como audição difícil. (BRASIL MEDIA.com).


2.2.1 Perda Auditiva Leve

Tem a incapacidade de ouvir sons abaixo de 30 decibéis. Discursos podem ser de difícil audição especialmente se estiverem presentes ruídos de fundo. O grau de deficiência leve tem perda entre 20 a 40 db


2.2.2 Perda auditiva moderada

Sons fracos e moderados são difíceis de escutar. Entender a fala é muito difícil na presença de ruído aparelho e prótese auditiva pode ser necessário. moderada entre 40 e 70 db


2.2.3 Perda auditiva severa

Conversas têm que ser conduzidas em voz alta. Conversas em grupo só são possíveis com considerável esforço. Alguns indivíduos com perda auditiva severa se comunicam principalmente através de linguagem gestual, outros contam com uso das técnicas de leitura labial severa entre 70 e 90 db.


2.2.4 Perda auditiva profunda

É possível escutar alguns sons muito fortes. Sem aparelho auditivo, a comunicação não é mais possível, mesmo com muito esforço. e profunda que ã acima de 90 db de perda. O individuo com os níveis de perda auditiva leve, moderada ou severa são mais frequentes são chamados de deficientes auditivos, enquanto o individuo com perda profunda ã chamada de surdo, ou seja, a surdez profunda impede o indivíduo de ouvir a voz de outra pessoa, portanto perda total da audição.

Quando o ser humano Surdo é estimulado desde o nascimento ele poderá com o tempo reunir sons das falas, já o portador de deficiência auditiva se também for estimulado, poderá reunir com mais facilidade os sons da fala.
A deficiência auditiva traz muitas limitações para o desenvolvimento do indivíduo. Considerando que a audição é essencial para a aquisição da linguagem falada, sua deficiência influi no relacionamento da mãe com filho e cria lacunas no processo psicológicas de integração de experiências, afetando o equilíbrio e a capacidade normal de desenvolvimento da pessoa. (REDONDO, 2001, p. 5).

Diante dessas causas é importante que os pais fiquem atentos ao observarem seus filhos para poder detectar sinais diferentes logo nos primeiros meses de vida.


2 A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO

As crianças portadoras de deficiências devem receber atendimentos de acordo com sua realidade, no caso das crianças surdas elas adquirem e desenvolvem a fala entre outras e a mímica para estar se comunicando com as pessoas.

Com isso a educação para as crianças surdas em fase de socialização com outras crianças durante o período escolar deve ser de qualidade, pois é nesse momento de socialização que a criança começa a desenvolver com a fala ou pela forma de sinais, desenvolvendo assim a aprendizagem.

Vygotsky (1997) considera que a criança de um modo especial aprende e se desenvolve de forma idêntica, preocupa-se com o desenvolvimento das funções mentais superiores da linguagem, abordando assim a temática dos jogos, brincadeiras e da imaginação.

A educação é uma questão de direitos humanos e os indivíduos com deficiência devem fazer parte da escola, as quais devem modificar seu funcionamento para incluir todos os alunos. A categoria com a capacidade de comunicar utilizando a linguagem ã um dos aspectos que distingue os seres humanos dos demais. Na tradição cultural das sociedades humanas, a comunicação é basicamente oralista, o que acaba por dificultar a comunicação entre surdos e ouvintes.

O atendimento educacional especializado não supre tudo o que o aluno com deficiência necessita para sua escolarização, que começa na educação infantil. É por isso que ele vem para acrescentar e não para subtrair o direito de acesso ao mesmo ambiente que os demais educandos. (FÁVERO 2007, p. 57)

Diante disso, os portadores de deficiência auditiva começam a aparecer reivindicando seu espaço na sociedade. O processo de inclusão é lento e contínuo, necessita de inúmeros fatores que venham contribuir para o aluno com deficiência na educação infantil. Quando se fala em inclusão, logicamente tem-se ideia da integração do indivíduo a um grupo que historicamente vem desenvolvendo possibilidades de integrar-se ao ensino regular.

Então, a escola inclusiva parte do pressuposto que todas as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar e social. A diversidade é valorizada, acreditando que as diferenças fortalecem a turma e oferecem a todos os envolvidos maiores oportunidades para aprendizagem. A responsabilidade de ter um aluno com necessidade especial em sala de aula ou na escola, não é só do professor e dos funcionários da escola, mas também dos alunos que acabam tendo um cuidado maior com seu colega de sala. As crianças diferentes dos adultos não possuem preconceitos e por isso a aproximação se torna muito mais fácil. Os alunos com necessidades especiais aprendem com o convívio com as crianças a falar, a viver suas frustrações e a conhecer as suas limitações.

O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem sucedidamente educar todas as crianças, incluindo aqueles que possuem desvantagem severa.

A família também é um dos fatores principais na vida da criança, pois com o apoio da família, ela vai se sentir mais segura, e amparada, com mais forças, para enfrentar a vida cotidiana, que o mundo tem de lhe apresentar.

É nas relações familiares que o deficiente a principio adquire valores, como: respeito, ética moral e contato com o próximo, pois “a atitude dos pais em favorecer cada vez mais contatos a seu filho é fundamental para minimizar as dificuldades da segregação e do preconceito, que em muitos casos são alimentados dentro da própria família”. Todo esse processo é desencadeado com o acompanhamento de seus responsáveis no decorrer de sua vida familiar que são a representação viva de como ele pode se portar no meio social.

Assim como todos, os professores que tem alunos com deficiência em sala, na educação infantil, também possui dificuldades enormes, para poder trabalhar com eles, juntamente com os outros alunos considerados “normais”, pois eles precisam de capacitações, que muitas das vezes ele não possuem e nem conseguem com facilidades.
Os alunos com deficiência também encontra dificuldades, pois no começo eles, vão se sentir excluídos, evitando assim sua aprendizagem.

Portanto, eles devem encontrar nessa escola, pessoas que os tratem com da mesma forma, que os outros alunos. E também lugares apropriados para cada tipo de deficiência, se acaso precisar.

Os educadores poderão ajudar, criando condições físicas, ambientais e materiais para a participação do aluno, favorecer a eliminação de sentimentos de inferioridade.

A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a frequentam indiscriminavelmente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. BRASIL (1998, p. 23)

É papel da escola estimular e oferecer oportunidades de aprendizagem; deve ser um ambiente acolhedor, no qual a criança sinta se segura e confiante; devem existir situações favoráveis ao desenvolvimento de habilidades sociais, toda forma de expressão deve ser valorizada, bem como a curiosidade e o desafio que resultarão em oportunidades de investigação e consequente situações de aprendizagem, além da sua função formadora de futuros cidadãos.

Compreende-se então a educação infantil, como importante período no desenvolvimento da criança como um todo, inclusive se esta criança tiver necessidades especiais, pois suas atividades têm a intenção de desenvolver na criança a inteligência, a esperança, a criatividade, a moral e conceitos que após adquiridos as acompanharão por toda a vida.

A garantia do atendimento educacional especializado não pode excluir o direito de ser atendido em escola comum, à matrícula não pode ser recusada a este aluno mesmo que ele já tenha o atendimento especializado, considerando assim, creches ou pré-escolas e atendimento especializado não se excluem e devem ser oferecidos preferencialmente de acordo com a necessidade dos pais, no mesmo espaço da escola regular.

As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Crianças, jovens e adultos, cujas necessidades têm origem na deficiência ou em dificuldades cognitivas, são considerados portadores de necessidades educacionais especiais e devem ser incluídas em programa educacionais previstos para todos os educando, mesmo aqueles que apresentam desvantagem severa. A escola inclusiva deve acomodar todas as crianças independentemente de suas condições intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas e outras [...]. Deve promover uma educação de alta qualidade a todos os educando, modificando atitudes discriminatórias, criando comunidades acolhedoras e desenvolvendo uma sociedade inclusiva. Deve ser adaptada às necessidades dos alunos, respeitando-se o ritmo e os processos de aprendizagem. Deve contrapor-se à sociedade que inabilita e enfatiza os impedimentos, propondo uma pedagogia centrada nas potencialidades humanas. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, p.18).


Nesta perspectiva, As escolas especiais têm-se tornado mecanismo preferencial de uma sociedade seletiva, por constituírem ambientes segregados de aprendizagem para um universo restrito de educandos. Atuando junto a escolas comuns e especiais.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que a inclusão do deficiente auditivo na educação infantil faz com que as pessoas se aproximem mais umas das outras e trazem para perto de si pessoas que antes eram tidas como anormais. Esta aproximação faz muita diferença não somente na vida daquele que foi incluso, mas também na vida de quem aceitou a inclusão do diferente.

O trabalho de inclusão não poderá ser finalizado enquanto existir necessidade de aprimoramento tanto das práticas de ensino como também da internalização dos sistemas educacionais. A inclusão é uma realidade que não pode mais esperar melhores preparos por parte das instituições de ensino, como também dos responsáveis em promover a dignidade humana, buscando com isso os valores éticos para que todos tenham lugar e vez nos demais segmentos da sociedade.

Somos responsáveis pela inclusão, tanto a escola como a sociedade de um modo geral. Os cidadãos que participam da sociedade organizada têm que estar atento para a observância do cumprimento da lei da inclusão. Tem que fazer valer os direitos adquiridos aos portadores de necessidades especiais.

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4 REFERÊNCIAS
BRASIL, MEC. Atendimento educacional especializado: pessoas com surdez. Brasília: MEC/SEESP/SEED, 2007.


NOVA ESCOLA. A Inclusão do Deficiente Auditivo. Revista, 2003.p.46.


TAFNER, Elisabeth Penzlien: Everaldo. Metodologia do trabalho acadêmico. Indaial: ASSELVI.


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VYGOTSKY, Daniels de Araujo .Disponivel em :
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LAÍS FERRAZ TEIXEIRA ÁVILA, MORGANA BICA SZADKOSKI, MARA NIECKEL DA COSTA tipos-de-deficiencia-auditiva disponível em : <https://www.inesul.edu.br/brinquedoteca/documentos/deficiencia_auditiva.> Acesso em 19 de julho de 2016.


UNESCO. Declaração de Salamanca.Disponivel em :
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(FÁVERO.Unisalesiano Disponivel em:
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REDONDO Maria Cristina da Fonseca ,Disponível em;
<www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraDownload.do?select...Deficiência auditiva>Acesso em 22de julho de 2016.


BRASIL MEDIA .COM Disponivel em ;
<www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-auditiva.htm> Acesso em 23 de julho de 2016.