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AUTISMO E ESCOLA: OS DESAFIOS E A NECESSIDADE DA INCLUSÃO

 

ELAINE MULLER CRUZ
ERICA SIVIA PAULINO
WAGNER JUNIOR CRUZ

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alta Floresta MT
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

 


ELAINE MULLER CRUZ

 

 

 

 

 


AUTISMO E ESCOLA: OS DESAFIOS E A NECESSIDADE DA INCLUSÃO

 

 

Artigo final elaborado na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso – TCC II, do curso de Pedagogia do Centro Universitário da Grande Dourados - para fins de obtenção do Grau de Licenciada em Pedagogia, sob orientação da Prof.ª Me. Natacya Munarini O. Caetano

 

 

 


Alta Floresta MT
2016
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

 

 


ELAINE MULLER CRUZ

 

 


AUTISMO E ESCOLA: OS DESAFIOS E A NECESSIDADE DA INCLUSÃO

 

 

 

 

Aprovado em: ____ / ____ /16
Orientadora: Profa. Me. Natacya Munarini O. Caetano


________________________________
Profa. Me. Natacya Munarini O. Caetano
Coordenadora do Curso

 



Alta Floresta – MT
2016

AUTISMO E ESCOLA: OS DESAFIOS E A NESCESSIDADE DA INCLUSÃO

ELAINE MULLER CRUZ, 
CAETANO, N.M.O.

RESUMO:

Quando se fala de autismo, a primeira imagem que temos é de uma pessoa agressiva que não tem condições de se comunicar e se socializar, isso ocorre devido à falta de informação que a sociedade tem sobre o autismo, especialistas da área afirmam que a pessoa autista tem sim uma grande possibilidade de levar uma vida normal de acordo com suas limitações. O objetivo geral da pesquisa está em compreender o universo autista, bem como os desafios da inclusão desse público na escola. A metodologia utilizada na pesquisa foi realizada pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo na Escola Municipal Professor Benjamin Padoa, técnica utilizada para a coleta de dados, através de uma entrevista feita com duas professoras da Escola Municipal Professor Benjamin Padoa que tem em suas salas de aula regular crianças autistas. Os teóricos estudados e pesquisados foram Sanches & Teodoro (2006,) Gilberg (1990), Orrú (2011) Mello (2005), Marques (2000). Os resultados da pesquisa mostraram que para haver inclusão é necessário que haja adaptações curriculares, metodológicas e principalmente em relação à formação dos professores para atuar com alunos autistas, através de um treinamento prévio sobre as especificidades da síndrome e programas educacionais existentes para essas crianças.

PALAVRAS CHAVES: Autismo. Desafios. Inclusão.

AUTISM AND SCHOOL: THE CHALLENGES AND THE NECESSIDADE INCLUDED.
ABSTRACT
When it comes to autism, the first image we have is of an aggressive person who is unable to communicate and socialize, this is due to lack of information that society has about autism, experts in the field say that a man autistic but has a great chance to lead a normal life according to their limitations. The overall objective of the research is to understand the autistic universe the challenges of inclusion. The methodology used in the research was carried out bibliographic research and field research at the Municipal School Professor Benjamin the technique used to collect data through an interview with two teachers of the Municipal School Professor Benjamin Padoa who has in their classrooms regular children autistic. Studied theoretical surveyed were Sanches & Teodoro (2006) Gilberg (1990), Orrú (2011) Mello (2005), and Marques (2000). The survey results showed that to be included is required there curricular, methodological and especially regarding the training of teachers to work with autistic students adaptations through prior training on the specifics of the syndrome and existing educational programs for these children
KEYWORDS: Autism. Challenges. Inclusion.
INTRODUÇÃO

A inclusão da criança portadora de necessidades especiais nas salas de aula regular é um tema que leva a escola e a sociedade a rever a velha prática cometida contra a criança “especial”, antes essas crianças ficavam em casa e eram poucas as vezes que saiam de casa e tentavam se comunicar com outras crianças, muitas vezes as crianças eram isoladas e com isso a própria família também se isolava, essa pratica mudou e a criança especial atual tem seus direitos é assegurados por lei, um deles é o de freqüentar a sala de aula regular e se desenvolver por meio da comunicação freqüente com crianças da mesma faixa etária.

As escolas recebem as crianças autistas na maioria das vezes com outro profissional que é remunerado pelo estado ou município, isso auxilia o professor, mas, o que não pode acontecer é deixar que a criança convivesse mais com seu cuidador do que com as outras crianças, é preciso que os professores consigam abranger dentro de um só tema todos os alunos de modo que o autista fique de fato incluído na sala de aula.

A escola passou a ser uma aliada dos pais e de toda família para ajudar na socialização da criança autista, o tema visa averiguar se as crianças estão sendo bem recebidas na escola e como a inclusão acontece. O principal questionamento realizado ao iniciar essa pesquisa foi os professores estão preparados para a inclusão da criança autista? Com isso, o objetivo desta pesquisa está em compreender o universo autista os desafios da inclusão, bem como, contribuir teoricamente com a inclusão da criança autista na sala de aula regular, colaborar com o trabalho dos educadores; conscientizar a importância da educação inclusiva; e compreender o autista e a necessidade da inclusão.

Desde 1988, a Constituição da Republica já prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garantindo o direito à escola para todos. Em 1989
Lei Nº 7.853/89 definia como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência. Em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) , veio garantir o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito preferencialmente na rede regular.  Em 1994 a Declaração de Salamanca , diz que devem receber atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos como trabalho infantil e abuso sexual. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD), no parágrafo 2o do artigo 59 diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum. Em 2000 a Lei Nº10. 048 garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos locais públicos. A Lei Nº 10.098 estabelece normas sobre acessibilidade física. Em 2001 o decreto Nº3. 956 (Convenção de Guatemala) Põem fim às interpretações confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência.

Em relação à inclusão da criança com Autismo, a Lei nº 12.764, sancionada pela Presidenta Dilma publicada no dia 28/12/2012, denominada Lei Berenice Piana, representa um avanço na trajetória de direitos. A sanção de uma Lei que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo significa o compromisso do país na execução de um conjunto de ações, nos três níveis de governo, necessário à integralidade das atenções a estas pessoas. A Lei sancionada, protege, elimina toda e qualquer forma de discriminação, reafirmando todos os direitos de cidadania deste público alvo.

O autismo compromete a interação social e a comunicação da criança, tem comportamento repetitivo, restrito e pouco interesse por atividades, essas crianças que antes se socializavam só com membros da família agora tem a oportunidade de fazer amigos e conviver em sociedade, pesquisas feitas observou que as crianças autistas que frequentam a escola se desenvolve socialmente.

O autismo tem três características que marca muito a criança, a dificuldade de interação social, dificuldade no uso da linguagem e comportamento repetitivo e restrito, contudo a criança pode se desenvolver por meio de convivência com outras crianças da mesma faixa etária, e a escola é o melhor lugar para que isso aconteça, os professores tem que estar dispostos a mudar sua pratica pedagógica para que a inclusão realmente aconteça, o projeto vai observar se a inclusão acontece, e como ela é feita para com isso contribuir teoricamente com a educação especial de modo geral e principalmente a inclusão da criança autista.

.Quando se fala de autismo a uma pessoa, a primeira imagem que ela tem em sua cabeça é de uma pessoa agressiva que não tem condições de se comunicar e de se socializar, isso ocorre devido à falta de informação que a sociedade tem sobre o autismo, especialistas da área afirmam que a pessoa autista tem sim uma grande possibilidade de levar uma vida normal de acordo com suas limitações, isso acontece quando o autista é inserido na sociedade desde criança em idade escolar da mesma forma com que as outras crianças são.


Com isso a escola se depara com outro problema, como inserir um aluno com diferentes limitações em uma sala de aula regular? No processo de inclusão a formação e a informação que o professor tem sobre a doença do aluno e sua limitação é muito importante, o professor deve receber informações e capacitação adequada para entender melhor como a inclusão acontece, principalmente para que compreenda as diferentes formas do aluno aprender e se socializar.

Uma das principais dificuldades da inclusão é o preconceito que foi acumulado ao longo dos anos, a escola vai se capacitar e de adaptar mudar porque cada vez mais as escolas se capacitam e se adaptam as formas físicas e psicológicas das crianças especiais.


Este trabalho visa discutir à importância da educação inclusiva, tendo em vistas as pessoas portadoras de necessidades especiais como os autistas, uma vez que para socializar e educar o professor precisa de melhor informação para que se adaptem de forma que a educação aconteça dentro dos limites que cada criança tem, não importa a dificuldade de aprendizagem toda criança tem direito de aprender e se socializar.


II. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Avanços Legais sobre a Inclusão Escolar

Ao descrevermos os aspectos históricos da inclusão devemos destacar o período que foi instalado no Brasil o movimento de integração dos alunos na escola comum, baseado no princípio da normalização como meio de preparação aos alunos com deficiência em termos de integração na sociedade.

De acordo com Anache, (1991) O princípio da integração pressupõe um preparo do chamado “excepcional” para atuar na sociedade “tão normal quanto possível”: “Normalizar não significa tornar o excepcional normal, mas sim criar condições de vida tanto quanto possível similares às condições normais da sociedade em que vive”

Nesta situação a inclusão, aparece como propulsora de uma nova visão da escola. Defendendo o respeito às diferenças, oportunizando uma educação diferente para "compensar" as diferenças sociais. No âmbito legal, verifica-se na LDB 4.024/61 a recomendação para a integração no ensino comum, que reserva dois artigos, 88 e 89, para tratar da educação especial:

Art. 88 – A educação de excepcionais deve no que for possível, enquadra se no sistema geral de ensino, a fim de integrá-lo na comunidade;
Art. 89 – Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais, receberá dos poderes políticos tratamento especial mediante bolsas de estudos, empréstimos e subvenções. (BRASIL, Lei 4.024/61, de 21/04/61).


A reforma educacional, que se inicia no Brasil nos anos de 1990, tem como um de seu marcos a elaboração do Plano Decenal de Educação (previsto para vigorar de 1993 a 2003). Este plano derivou da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien, Tailândia, em 1990. Outros eventos e seus respectivos documentos passam a indicar a necessária reforma educacional brasileira. Percebe-se, nesse movimento, a influência de organismos internacionais na proposição política para a educação nacional.

Com as reformas educacionais movimentos em defesa dos alunos com necessidades educacionais especiais surge a expressão inclusão, educação inclusiva, escola inclusiva, inclusão escolar em prol de alunos que, tradicionalmente, têm sido excluídos da escola.
O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, no artigo 55, reforça os dispositivos legais supracitados ao determinar que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. Também nessa década, documentos como a Declaração Mundial de Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) passam a influenciar a formulação das políticas públicas da educação inclusiva.

Sanches & Teodoro (2006) descrevem que “na Declaração de Salamanca a expressão necessidades educativas especiais refere se a: todas as crianças e jovens cujas carências se relacionam com a deficiência ou dificuldades escolares”.

No Brasil, a lei que assegura a inclusão de crianças como necessidades especiais no espaço escolar na rede regular de ensino, é a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996. O capítulo V, a LDBEN diz que se entende por educação especial, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. (BRASIL, 1996)

Mesmo diante das leis que asseguram essa inclusão, ainda falta muito para que ela aconteça. Muitas vezes, o que está escrito no capítulo V da LDBEN, não se adequa à realidade das escolas em relação ao atendimento educacional. Ou seja, a Lei nos diz que a escola deve adequar o currículo, seu espaço físico, para que possa receber crianças com deficiências, mas isso geralmente não acontece, ou acontece de forma falha.

Para que essa mudança aconteça e as escolas consigam incluir esses alunos ao ensino regular, necessitam, previamente, de uma equipe de profissionais como médicos, pedagogos, psiquiatras, psicólogos, neuropediatras, para se chegar a um diagnóstico. Depois de estabelecido o diagnóstico, é possível trabalhar com estas crianças aspectos sociais, psicomotores e escolares de maneira adequada.

Silva (2009) descreve que a integração das crianças com deficiência ou dificuldades escolares nas escolas regulares implica em um atendimento educativo diferenciado e individualizado, adaptando através de métodos de ensino, materiais e espaços educativos que possa ajudar as crianças atingirem suas metas.

Atualmente a visão médica mostra que as pessoas especialmente crianças portadoras do autismo têm uma vida normal ainda que sofram alterações como na comunicação e na sociabilidade, isso acontece porque os autistas gostam de viverem sozinhos, e não tem interesse pelas outras pessoas, seus interesses são próprios e específicos e varia muito de um autista para o outro, com isso os tornam isolados da sociedade e a sociedade não tem informação suficiente para compreendê-los e estabelecer um contato que passe segurança ao autista. (CAMARGO, 2009, p.57)

Diante das leituras e pesquisas realizadas, percebeu-se que a criança autista não pode ser visto como alguém que não aprende possuidor de algo interno que lhe dificulta a aprendizagem, mas sim, como uma pessoa que têm formas diferentes para alcançar este aprendizado. Especificamente sobre a questão do autismo, em seu estudo, Jordan (2005 pg. 23) também aponta a necessidade de orientação aos professores, pois é a falta de conhecimento a respeito dos transtornos autísticos que os impede de identificar corretamente as necessidades de seus alunos com autismo. Segundo esse autor, Na medida em que o sujeito é visto somente sob o ângulo de suas limitações, a crença na sua educabilidade e possibilidades de desenvolvimento estará associada à impossibilidade de permanência deste sujeito em espaços como o ensino comum (JIRDAN, 2005, P. 47).

Nesse contexto, a criança autista deve ser vista como alguém que tem sim possibilidade de aprender, uma das recomendações são que, os métodos pedagógicos sejam eficientes, adequados ao seu jeito diferente de aprender, e que a escola como um todo esteja preparada para receber essa criança e integrá-la no processo de ensino aprendizagem.

Proporcionar as crianças autistas ou não, conviver com outras da mesma faixa etária, possibilita estímulos as suas capacidades interativas impedindo seu isolamento, como também o da própria família. Camargo, (2009, p.57) Matricular uma criança com autismo na escola regular á incluindo nesse ensino da oportunidade não só para o seu desenvolvimento, mas também das outras crianças, na medida em que estas passam a conviver aprendendo com as diferenças de seus. Jitdan, (2005, P. 47).


2.2 O professor e a inclusão
No processo de inclusão, instituição e professores devem adaptar-se para receber a criança. Existe também a necessidade de orientar, capacitar professores para que possam identificar corretamente as necessidades de seus alunos com autismo.

Muitos profissionais demonstram certo receio em relação à agressividade das crianças autistas, deixando clara a falta de conhecimento sobre o tema, uma vez que a agressividade em alguns casos é um comportamento característico da criança Autista.

Apesar de ainda não existir metodologia formal exclusiva para a alfabetização de crianças com transtornos do desenvolvimento, muitas delas podem aprender a ler e a escrever.
Ideias e conceitos não condizentes com a realidade sobre o autismo, principalmente a partir da mídia, influenciam as expectativas do professor sobre o desempenho de seus alunos, afetando seu modo de agir de forma eficaz (CAMARGO; BOSA 2009 p.48).

A falta de ambiente apropriado e condições adequadas à inclusão podem prejudicar as crianças. Uma inclusão inadequada, com crianças que apresentam deficiências cognitivas e dificuldades em relação aos conteúdos da educação comum pode prejudicar as experiências sociais. O papel do professor é fundamental. É preciso planejar uma estratégia educacional que minimize as dificuldades da criança de forma que ela possa se integrar e desenvolver de acordo com as possibilidades

Segundo Camargo e Bosa (2009, p.98), “uma criança isolada e incapaz de mostrar afeto não corresponde às observações atualmente realizadas. As habilidades sociais são passíveis de serem adquiridas pelas trocas que acontecem no processo de aprendizagem social”.
Geralmente as dificuldades encontradas ao trabalhar com crianças autistas serão dificuldades de comunicação; agressividade do aluno, medo, insegurança, dúvidas quanto à prática pedagógica relacionamento com familiares e falta de equipe de apoio e recursos técnicos ( BOSA, 2001,p.68)

Os professores de alunos autistas devem focalizar no desempenho de seus alunos, o que por sua vez, afeta a eficácia de suas ações quanto à promoção de habilidades. É fundamental que o professor entenda o perfil individual do comportamento de cada criança em relação as suas expectativas realistas sobre seu desenvolvimento e as expectativas no processo de aprendizagem. Camargo, (2009, p.69)

As escolas ainda não estão totalmente preparadas para receber esses alunos nos níveis de suas necessidades especiais, porque lhes faltam adaptação curricular, critérios de avaliação e outras estratégias para desempenhar de forma favorável destes indivíduos. A má estrutura destes serviços impede a frequência escolar dessas pessoas.

Outro problema enfrentado pelo Autista está em relação ao preconceito vindo da sociedade, atribuindo a esses com incapazes de se integrar. Esse fato acaba criando barreiras de atitudes que impossibilitam essa integração. Jitdan, (2005, P. 47).

O profissional que se propor a fazer diferença na educação tem seus direitos garantidos em lei. A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 em seu Art.67 (Incisos II - V – VI ), possibilita condições para o profissional da área de educação buscar sua capacitação.

Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais
da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos
planos de carreira do magistério público:
[...]
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
[...]
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.

A importância do pedagogo nas organizações educacionais com crianças com autismo em escolas de ensino regular deve garantir qualidade eficácia na aprendizagem do aluno o desenvolvimento da aprendizagem do autista que, geralmente, é lenta.

A preparação das pessoas envolvidas no processo de ensino aprendizagem é fundamental, porque o recurso pedagógico irá auxiliar o educador para que se alcancem bons resultados.

A prática docente nas escolas deve oferecer um ambiente agradável e receptivo. A intervenção pedagógica na escola deve abranger a análise do diagnóstico e dos relatórios psiquiátricos e criar possibilidades para desenvolver o potencial cognitivo do aluno.
O professor da rede regular de ensino na à educação especial, deve estar tão preparado quando assume uma sala de inclusão, especificamente quando há aluno autista na turma, o professor precisa utilizar-se de instrumentos e signos para realizar a mediação, de modo que o desenvolvimento do aluno seja eficaz.
É importante que o professor saiba que o aluno autista consegue seguir rotinas e por isso, deve criá-las como estratégias de ensino e de aprendizagem. O professor deve intervir como mediador, fazendo com que o aluno autista consiga aceitar a mudança. Sobre isto Rodrigues e Spencer (2010, p. 101) afirmam que:
Não há como falar em inclusão sem mencionar o papel do professor. É necessário que ele tenha condições de trabalhar com a inclusão e na inclusão. Será infrutífero para o educador aprender sobre dificuldades de aprendizagem e modos de intervenção psicopedagógico se não conseguir incluir o aluno.
O professor no ensino-aprendizagem deve atuar como observador analítico, fazendo reflexões sobre as atitudes do aluno no ambiente escolar, à sua aprendizagem, seu desenvolvimento, suas expressões verbais e gestuais diárias, a fim de intervir de maneira eficaz nas dimensões educacionais que necessitem ser mais trabalhadas e mediadas.
2.2 . Aspectos introdutórios sobre o Autismo
Desde o início do século XIX foram descritos casos de crianças com perturbações mentais e de desenvolvimento. Essas perturbações eram classificadas como “psicoses”, descritas como alterações funcionais num organismo saudável.


Marques (2000) descreve que um desse caso de Victor, o rapaz selvagem, de Aveyron, como foi denominado no estudo por Itard em 1801. Victor provavelmente seria uma criança autista, pois não demonstrava afeto, e era agressivo, apresentava comportamentos de balanceamento e períodos de muita euforia, esse comportamento era estudado na época.

Marques (2000) identificou cientificamente pela primeira vez uma síndrome a que denominou autismo em 1943. Um ano mais tarde o pediatra austríaco, Hans Asperger, publicava um artigo, em que descreve um grupo de crianças com características semelhantes ao psiquiatra Leo Kanner, chamando-a de Autismo.
Observa-se que os dois investigadores sugeriram que o autismo consistia em uma perturbação que apresentava dificuldades na adaptação social.
Mello (2005) descreve que nos anos 70 se revela uma tríade de incapacidades nos indivíduos autistas: uma incapacidade no nível da interação social, nível da comunicação verbal e não verbal e uma incapacidade das atividades lúdicas e imaginativas.
Marques (2000, p.12) destaca que:
A tríade define que é comum, consistiram na dificuldades em três áreas do desenvolvimento, mas nenhuma dessas áreas, isoladamente e por si só, se pode assumir como reveladora de “autismo”. É a tríade, no seu conjunto, que indica se a criança estará, ou não, a seguir um padrão de desenvolvimento anômalo. E, no caso de se registrar uma deficiência numa das áreas apenas, ela poderá radicar numa causa completamente diferente.

Ainda, segundo Marques (2000), apesar das concordâncias entre Kanner e Asperger, em relação às três áreas de divergência, Kanner no seu estudo em relação às capacidades linguísticas descrevia que a maioria dos casos não falava ou não usavam a linguagem para comunicar. Mas no estudo de Asperger em todos os casos que ele estudou o portador de Autismo falavam fluentemente.

Mello (2005) descreve que outro ponto de discordância está em relação a capacidades motoras e de coordenação. Kanner descreve o portador de Autismo com comportamentos desajeitados sem coordenação dos músculos finos. Asperger por sua vez, descreve como pessoas pouco aptas para tarefas motoras e de motricidade fina como o desenho e a escrita.

A ultima área em desacordo entre os pesquisadores refere-se à capacidade de aprendizagem. Kanner defende que estas crianças têm capacidades de aprendizagem através de rotinas e mecanizações. Asperger descreve que essas crianças aprendem mais facilmente se produzissem prontamente.

Na atualidade houve um crescimento considerável de crianças diagnosticadas com a síndrome do autismo. Porém muitas vezes por falta de informação há demora na procura de profissionais para realizar o diagnóstico. Afetando, negativamente a vida escolar dessas crianças. Após detectar a síndrome, os pais se deparam com outro desafio, o da inclusão escolar. Apesar de vários estudos em relação à inclusão das crianças portadoras de necessidades educacionais e as leis que garantem o acesso destas crianças na rede regular de ensino, nota-se que nem sempre, as escolas possuem estrutura física e, social, para atenderem as necessidades destas crianças. Marques (MAEQUEES, 2000, p.65),


Encontramos em Gilberg (1990, p.112), a definição mais conhecida em relação ao autismo, ou que ocasiona essa síndrome: “uma síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de distúrbio de desenvolvimento”. Mas o que podemos saber é, segundo esse autor, que o autismo não é definido como uma doença, mas sim, uma síndrome, e pode ser caracterizada, por comportamentos por parte das crianças que a apresenta a síndrome.

Para Orrú (2011, p. 30) “O autismo é uma síndrome comportamental que compromete as áreas relacionadas à comunicação, quer seja verbal ou não verbal, no comportamento geral e no distúrbio do desenvolvimento neuropsicológico”.
Uma característica do autismo é a dificuldade de interação social. E se não for trabalhado corretamente, pode acarretar em percas para os alunos, se a família não se envolver a criança autista acontecerá percas sociais e interacionais da criança. Como explica Orrú (2011, p. 34)

Muitas das alterações exibidas por crianças autistas ocorrem em razão da falta de compreensão na comunicação, esse fato afeta a parte verbal, condutas simbólicas que dão significado às interpretações e circunstâncias socialmente vividas, e das emoções nas relações interpessoais

Gilberg (1990, p.113), Esse Transtorno compromete o desenvolvimento normal da criança e manifesta-se antes dos três anos de idade. Estas crianças revelam sensações diversas como ouvir, ver, tocar, sentir, equilibrar e degustar. Outra dificuldade está em se relacionar com pessoas, objetos e eventos.

O autismo na maioria dos casos ocorre, em crianças do sexo masculino. São raras em crianças do sexo feminino. Esse fato ocorre devido à síndrome do autismo ser muito mais complexa em meninas dificultando, assim seu diagnóstico.

Para pessoas que não são sabedoras do caso o autismo às vezes, pode passar despercebido, pois a aparência das crianças que apresentam autismo geralmente é normal. “A síndrome do autismo não se manifesta na aparência da pessoa e não é identificada pela maioria dos exames laboratoriais. O seu diagnóstico se torna complexo mais difícil.” (ORRÚ, 2011, 2011, p. 28).

Orrú (2011, p. 38) descreve que as manifestações comportamentais que definem o autismo incluem déficits na interação social e na comunicação, e comportamento repetitivo e interesse restrito a atividades.

Um dos do autismo está em relação à socialização e as relações pessoais, pois a mesma passa pela linguagem e comunicação, até o aprendizado e as capacidades adaptativas, este é um dos maiores desafios da criança autista o desenvolvimento da comunicação social.

Gilberg (1990, p.117), Em relação à falta de afetividade da criança com autismo está na limitação da expressão dos afetos mais complexos. Essa dificuldade de interação social ocorre pela falta de entendimento das regras sociais, normas sociais.

Mello (2005) afirma que as dificuldades na comunicação ocorrem tanto na habilidade verbal e não verbal. Algumas crianças não desenvolvem habilidades de comunicação. Na maioria das vezes há dificuldade em compreender linguagem, piadas, bem como problemas para interpretar linguagem corporal e expressões faciais.

As características comuns do portador do autismo incluem resistência a mudanças, insistência a determinadas rotinas, apego a objeto e fascínio com o movimento de peças. Estereotipias motoras e verbais, tais como se balançar, bater palmas repetitivamente, andar em círculos ou repetir determinadas palavras, frases ou canções são também manifestações frequentes em sujeitos portadores de autismo. Ocorre a dificuldade em tolerar alterações e variações na rotina. (KLIN, 2006, p.85)

Os déficits em relação no brincar incluem a falha no desempenho de papéis, ou brincadeiras, simbólicas ou imaginativas. O trabalho com essas crianças portadora desta síndrome pode explorar os aspectos não laborais dos brinquedos. Indivíduo com autismo tem dificuldade em entender o próprio estado mental, assim como o dos outros.


Ao se incluir crianças com Autismo no ensino regular a escola estará proporcionando oportunidades de conviver com outras da mesma faixa etária estimulando suas capacidades interativas e isolamento dessas crianças.

As habilidades sociais são passíveis de serem adquiridas pelas trocas que acontecem no processo de aprendizagem social. Entretanto, esse processo requer respeito às singularidades de cada criança. As crianças com desenvolvimento típico fornecem, entre outros aspectos, modelos de interação para as crianças com autismo, ainda que a compreensão social destas últimas seja difícil (CAMARGO, 2009,p.54).

A convivência da criança com autismo na escola, no ensino comum, torna possível os contatos sociais favorecendo o seu desenvolvimento.  conforme Silva (2009,p, 45) a possibilidade de inclusão de crianças deficientes lamentavelmente ainda está associada àquelas que não implicam uma forte reestruturação e adaptação da escola. Nesse sentido, crianças com prejuízos e déficits cognitivos acentuados, como psicóticos e autistas, não são consideradas em suas habilidades educativas.

Mas para que haja essa inclusão se faz necessário que haja orientação aos professores, pois é a falta de conhecimento a respeito dos autismo impede de identificar corretamente as necessidades de seus alunos. Silva (2009) aponta que na medida em que o sujeito é visto somente sob o ângulo de suas limitações, a crença na sua educabilidade e possibilidades de desenvolvimento estará associada à impossibilidade de permanência deste sujeito em espaços como o ensino comum.

À dúvida em como lidar com a agressividade dos alunos é hoje considerada um dos temores muitos educadores que trabalham com crianças autistas, por não saber lidar com a agressividade delas, aliás, um aspecto que não é necessariamente característico desta condição. Goldberg (2005) em seus estudos sobre autismo descreveu que os professores apresentam ideias distorcidas a respeito do mesmo, principalmente quanto à incapacidade de comunicação. As dificuldades dos professores, de um modo geral, se apresentaram na forma de ansiedade e conflito ao lidar com o “diferente”. 

Souza (2004) em seu trabalho sobre autismo, aborda a questão da criança autista e o período em que a mesma se encontra em idade escolar. Destaca que é improvável que haja um atendimento especializado disponível em cada jurisdição escolar para atender as necessidades das crianças autistas e que nem sempre o atendimento especializado é a opção preferida; crianças que são levemente autistas ou que são intelectualmente capazes podem ter mais a ganhar em um estabelecimento integrado, desde que suas necessidades especiais sejam reconhecidas e acomodadas. Mesmo as crianças menos capazes podem beneficiar-se, ficando junto de crianças sociáveis, com outras dificuldades de aprendizado, desde que, uma vez mais, métodos bem elaborados e explícitos de ensino as habilitem a obter benefícios.

Geralmente a falta de um ambiente apropriado e condições adequadas à inclusão, a possibilidade de ganhos no desenvolvimento cede lugar ao prejuízo para todas as crianças. A necessidade de reestruturação geral do sistema social e escolar para que a inclusão se efetive.

Segundo Souza (2004) Diante de uma inclusão adequada, mesmo que uma criança apresente deficiências cognitivas importantes e apresente dificuldades em relação aos conteúdos do currículo da educação comum, como pode ser o caso do autismo, ela pode beneficiar-se das experiências sociais. O aprendizado de coisas simples do dia-a-dia, como, conhecer-se e estabelecer relações podem torná-las mais autônomas e independentes, podendo conquistar seu lugar na família, na escola e na sociedade.


III. METODOLOGIA

A metodologia utilizada na realização da pesquisa em primeiro momento através da revisão de Literaturas, leitura de textos e matérias já estudadas e aprofundamento dos conhecimentos teóricos. Utilizou-se também a pesquisa bibliográfica e a revisão de literatura: através de pesquisas realizadas via internet, revistas e livros.

Solicitou-se a permissão para a realização da pesquisa na escola. Houve também a distribuição do questionário para pesquisa, esclarecendo os objetivos da presente pesquisa, para as pessoas que se dispuseram a participar espontaneamente do estudo, garantindo a ética no sigilo das informações coletadas.

A técnica utilizada para a coleta de dados, através de uma entrevista feita com duas professoras da Escola Municipal Professor Benjamin Padoa que tem em suas salas de aula regular crianças autistas.

IV. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para a obtenção dos dados realizou-se uma pesquisa com duas professoras que tem em suas salas de aula regular crianças autistas na Escola Municipal Professor Benjamin Padoa. As professoras serão identificadas como P1 e P2.

 

Professoras
Formação
Experiência
Tipo de deficiências já trabalhou
P 1
Pedagogia
15 anos
Deficiência mental, visual e auditiva.
P 2
Pedagogia
3 anos
Deficiência mental e física

É importante destacar que à formação dos professores para a inclusão preparada para essa prática, de modo que possam atender às necessidades do ensino inclusivo. Acredita-se que o saber vai se construindo à medida que as experiências vão se acumulando e as práticas anteriores vão sendo transformadas. Por isso, a formação tem um papel fundamental na prática profissional.

Em relação aos tipos de deficiências já trabalhou em sua carreira profissional, e por quanto tempo. P1 descreve que já trabalhou com alunos com deficiência mental por 6 anos, deficiência visual, e auditiva por 1 ano. Já P2 trabalhou com alunos com deficiência mental e física por 3 anos.

Professoras
Apoio recebido para crianças com necessidades educacionais
P 1
Secretaria Municipal de Educação e Escola em que atua
P 2
Fonoaudióloga, grupos de estudos, formação em autismo e libras

Na questão 5, se descreve o tipo de apoio recebido para atuar com as crianças com necessidades educacionais especiais as entrevistadas responderam ser a Secretaria Municipal de Educação e na Escola em que atua, outro apoio recebido pelas mesmas são da Fonoaudióloga da cidade, grupos de estudos, formação em autismo e libras.
Em relação ao apoio de profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fonoaudiólogos poderão esclarecer as necessidades de crianças e sugerir ao professor, alternativas para o atendimento dessas necessidades.

Em relação ao apoio do sistema público em relação às salas multifuncionais ou salas de apoio, na própria escola, deve ter por objetivo oferecer recursos e estratégias para eliminar barreiras, favorecendo a participação social e o desenvolvimento da aprendizagem.

Na questão voltada aos grupos de estudos, formação em autismo e libras, acredita-se que o oferecimento de formação fornecida para os professores que atuam na Educação inclusiva deve ter como foco as diferentes situações que constituem o ato educativo bem como a análise das práticas docentes criando espaços para a reflexão coletiva, esforçando-se, sempre para pensar em soluções para as questões enfrentadas nas escolas em relação a inclusão.
Nóvoa (1995, p. 25):
A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência [...]. Práticas de formação que tomem como referência as dimensões coletivas contribuem para a emancipação profissional e para a consolidação de uma profissão que é autônoma na produção dos seus saberes e dos seus valores.

Acredita-se que pensar na formação docente, no espaço escolar possibilitará mudanças nas práticas pedagógicas em relação ao currículo, no ensino e aprendizagem dos alunos,
inclusive daqueles com deficiência, abrindo caminhos para que o educador
adicione a investigação aos seus fazeres. A formação deve representar um espaço de reflexão da ação educativa e das práticas pedagógicas para validar os conhecimentos e pressupostos que fundamentam o aprender na escola.


A questão 6, refere-se sobre o que as entrevistadas pensam sobre os diferentes tipos de ajuda as mesmas acham muito importante e indispensável. Quando questionadas porque P1 descreve que a Educação inclusiva deve partir de todos, por isso se faz necessário o apoio de todos os órgãos envolvidos. Já P2 descreve que a demanda de crianças para a inclusão é muito grande, por isso exige muita formação para se atingir os resultados esperados.

Professoras
Opinião sobre os diferentes tipos de ajuda recebida.
P 1
Se faz necessário o apoio de todos os órgãos envolvidos.
P 2
Exige muita formação para se atingir os resultados esperados.

Muitas vezes a inclusão nas instituições de ensino ocorre por falta de apoio, pois as mesmas não contam com recursos físicos e didáticos que visam atender às necessidades desses alunos. Por exemplo, alunos cegos necessitam de todos os livros didáticos em Braile, cadeirantes precisam que a estrutura física da escola esteja preparada para recebê-los, tendo, por exemplo, rampas, corrimãos, banheiros adaptados, entre outros aspectos, esse fato ocorre principalmente nas escolas da rede pública.

A implantação do processo inclusivo contribuiu para o desenvolvimento de uma nova visão sobre o aluno com deficiências e/ou com necessidades educacionais especiais. Assim, hoje, se incentiva a sua inserção, preferencialmente em classes regulares, onde possa conviver com educandos “normais” em situação de igualdade de oportunidades e ser considerado: “[...] a partir do que ele é capaz de ser, de fazer, de enfrentar, de assumir como pessoa [...] e onde possam ser reveladas [...] as possibilidades que se escondiam que não lhes eram creditadas por falta de oportunidade de emergirem espontaneamente” (MANTOAN, 1989, p. 21).

Acredita-se que a inclusão é muito ampla e o contexto escolar representa apenas uma de suas faces. Até porque, partindo da ideia de que a inclusão é um processo, não existe uma escola inclusiva, mas, escolas que lutam pela inclusão.


Na questão 7, de como as entrevistadas veem o apoio que recebem. P1 afirma ter sido bom, e que tem auxiliado muito em relação necessários em relação às dificuldades enfrentadas em sala de aula aos conhecimentos. P2 descreve que é bom, mas precisa melhorar.

Professoras
Como os entrevistados veem o apoio que recebem
P 1
.Bom, e que tem auxiliado muito em relação necessários em relação às dificuldades enfrentadas em sala de aula aos conhecimentos.
P 2
Bom, mas precisa melhorar.

O planejamento da ação educativa inclusiva deve ser participativo, envolvendo os educadores tanto da educação inclusiva como da regular. O professor especializado deve participar de todas as ações, discutindo com o professor do ensino regular, participando do planejamento em suas fases de elaboração, execução e avaliação. Portanto, o professor deve ser parte integrante e ativa da equipe escolar, sempre tendo a oportunidade de socializar o seu saber junto aos outros profissionais, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino oferecido na escola na busca de alternativas que minimizem as diferenças entre os alunos com deficiências e os demais.

Perrenoud (2000) assinala que todo ato educativo é feito de desafios e que é a partir das exigências e deles é que os educadores vão se tornando melhores. No dia-a-dia da sala de aula, o(a) professor(a) é levado(a) a indagar-se: o que fazer para que todas as crianças progridam, o que fazer para que cada criança se desenvolva e avance? São questões que, no dizer do autor, verificam o ato educativo e mantêm vivo o sentido primeiro do ser educador.

Acredita-se que dar apoio a todos os alunos, de forma que uma variedade de necessidades possa ser contemplada. O enfoque educacional deverá concentrar-se nos fatores de ensino e aprendizagem, associada ao desenvolvimento de boas estratégias de ensino que beneficiem a todos.

Em relação à questão 8, e reflete às necessidades em sala de aula, P1 está em relação ao nível de dificuldade das crianças. P2 descreve que sua maior necessidade é de conversar com os especialistas que atendem as crianças das salas de recursos multifuncionais.

Professoras
Às necessidades em sala de aula,
P 1
Nível de dificuldade das crianças
P 2
Necessidade é de conversar com os especialistas que atendem as crianças das salas de recursos multifuncionais.

O entendimento do processo de conhecimento é importante para o produto final. Ao se respeitar o ritmo da aprendizagem de cada aprendiz, seu estágio de desenvolvimento, seus sistemas de significação e de seus conhecimentos. O conhecimento do estagio de desenvolvimento do aluno servirá com base para que o educador consiga trabalhar com os alunos, independentemente das suas diferenças terem sucesso na sua aprendizagem.

A construção de modelos educativos eficazes para todas as crianças. Os sistemas educacionais deverão estar em sintonia com os problemas de renovação da escola pública, pois uma escola que se desenvolve fugindo dos conflitos é uma escola débil. A mesma pertence e é inserida dentro de um todo social, o qual influencia e é influenciada por ela(AINSCOW, 1997, p. 9).

As ações da escola em relação à inclusão é nada menos que à participação, entrosamento, reflexão do processo como um todo. Um conjunto de recursos educacionais, organizados para apoiar o aluno no contexto da escola comum ou regular aos alunos com deficiências deve ter por objetivos construir, de forma coletiva, condições para atender bem à diversidade de seus alunos.

Na questão 9, em que se reflete o fato de ter um aluno com necessidades educacional especial incluído em sua sala. As professoras responderam ser certo o fato da inclusão com as demais crianças, mas refletem em relação ao investimento em mais formação para os professores.

Professoras
Tipos de investimentos necessários para a inclusão
P 1
Mais formação para os professores.
P 2
Mais formação para os professores

Acredita-se que a inclusão de alunos com necessidades em sua sala, ocorre para que haja uma melhoria no processo de ensino e aprendizagem de forma a prevenir problemas de aprendizagem. O maior desafio da atualidade está em desenvolver uma pedagogia voltada no aluno, capaz de educar e incluir, alunos que apresentem deficiência e aqueles que apresentam dificuldades temporárias ou altas habilidades na escola.

A ultima questão 10, busca refletir em relação às principais dificuldades em atuar com alunos com necessidades especiais. P1 descreve que tem muita dificuldade em trabalhar com uma aluna com paralisia cerebral e um aluno autista. Já P2 diz não ter conhecimento pra trabalhar com a síndrome de Dow.

Professoras
Dificuldades em atuar com alunos com necessidades especiais
P 1
Trabalhar com uma aluna com paralisia cerebral e um aluno autista
P 2
Não ter conhecimento pra trabalhar com a síndrome de Dow

Na atualidade se faz necessário que todos os educadores estejam qualificados para o atendimento das necessidades educativas de todos os alunos, com ou sem deficiências, o despreparo dos professores é um entre os obstáculos mais citados para a educação inclusiva. É preciso garantir o avanço na aprendizagem, bem como o desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades educacionais especiais.

Mantoan (2006) afirma que é necessário recuperar, urgentemente, a confiança dos professores em saberem lidar e desenvolver o processo de ensino aprendizagem com todos os alunos, sem exceções. Para isso, é oportuno possibilitar aos docentes a participação em cursos que discutam estratégias educacionais visando à participação ativa e consciente de todos os alunos no processo de ensino-aprendizagem.

A inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na escola regular pressupõe uma grande reforma no sistema educacional. A adequação do currículo, em relação às formas de ensino, metodologias deve implicar no desenvolvimento de trabalhos na sala de aula que busque o desenvolvimento da aprendizagem, bem como, o desenvolvimento integral do indivíduo com necessidades educacionais especiais.


V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão de crianças autistas é necessária para o preparo para a vida em comunidade, dando oportunidade de conviver com crianças que não possuem a síndrome. Mas é preciso que os professores sejam capacitados para atender as crianças com autismo. A inclusão dessas crianças em escolas regulares promoverá experiências de socialização, tornando-as o mais independente possível.

Os objetivos da pesquisa foram alcançados, pois se pode compreender o universo autista os desafios da inclusão. Pode-se observar durante a pesquisa que a inclusão é uma tarefa desafiadora, pois ao se receber alunos com deficiência as escolas enfrentam desafios em relação a adequações ambientais, curriculares e metodológicas. Outro desafio está em relação ao despreparo dos educadores na questão de que a educação especial atue de forma articulada com o ensino comum, procurando atender as necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência.

Em relação ao problema da pesquisa de que a escola e os professores estão preparados para a inclusão da criança autista? Observou-se que os professores recebem apoio de profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como fonoaudiólogos poderão esclarecer as necessidades de crianças e sugerir, alternativas para o atendimento dessas necessidades, apoio do sistema público em relação as salas multifuncionais ou salas de apoio, são realizados constantemente grupos de estudos e formação em autismo e libras.

Acredita-se que o desafio da inclusão escolar, que consiste em que as escolas reconheçam as diversas necessidades dos alunos, assegurando-lhes uma educação de qualidade, proporcionando aprendizagem promovendo estratégias de ensino e oferecendo condições de se tornarem produtores de conhecimento.

Conclui-se que o professor deve estar sempre em busca de aperfeiçoamento para ter habilidade de repassar seu conhecimento de forma didática fazendo com que o autista sinta-se confiante no ambiente escolar. O professor deve criar possibilidades significativas e estimular novas habilidades que a criança autista ainda não possui.

O trabalho de inclusão de crianças autistas é um desafio. Nesse sentido o apoio de órgãos governamentais deve proporcionar uma educação de qualidade e efetiva, que não seja apenas na escola, mais, em todo meio social.

Conclui-se que para que realmente haja a inclusão do aluno autista na escola essa deve ser um ambiente inclusivo, propício para o acesso, também é necessário que os profissionais responsáveis pela educação, saibam lidar com as diferenças das crianças autistas.

 

 

 

 


REFERÊNCIAS

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_______ BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Lei Nº 9394/96 – Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em 05/03/2016.

BRASIL, MEC. Lei de Diretrizes e Bases no 9394/96. Brasília: MEC..1996

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MANTOAN, Maria Teresa Eglér. A Integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.


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