Buscar artigo ou registro:

INCLUSÃO ESCOLAR NO ENSINO REGULAR

Ana Lúcia de Oliveira Kopsel

Prof.ª Esp. Rosangela Spontam Marques
Instituto Caivsivlivs – UNICIC Pós-Graduação Lato Sensu-Especialização em Psicopedagogia (Institucional e Clinica) em educação especial com ênfase em atendimento educacional especializado- AEE.


RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo relatar o processo de inclusão no contexto escolar de crianças portadoras de necessidades educativas especiais, mostrando e proporcionando o incentivo aos profissionais da educação e a comunidade escolar, gerando assim um aprendizado qualificado no ensino regular, no entanto é necessário fortalecer a formação dos profissionais da educação para que seu trabalho seja aplicado de maneira gratificante. Pois, a educação especial não é mais entendida como uma modalidade educativa, mais sim como um conjunto de recursos e medidas que o sistema coloca a disposição às necessidades de todos os alunos com adequação progressiva do currículo regular destinado a conseguir um equilíbrio entre o maior grau possível na normalidade, na resposta educativa e- a maior eficácia na produção do desenvolvimento integral da criança tal como adaptação progressista do currículo escolar em geral. Assim, a Educação inclusiva significa educar as crianças em um mesmo espaço escolar, trabalhar juntos, essa base não significa educar todas as crianças em um mesmo objetivo escolar, uma vez que no trabalho com a inclusão, as diferenças não são retratadas como problemas, mas sim como um desafio para o profissional, favorecendo os recursos adequados ofertando um apoio aos que encontram barreiras na aprendizagem.


Palavras-chave: Família, Escola, Educação.

1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é relatar como ocorre o processo da inclusão no contexto escolar onde as crianças portadoras de necessidades especiais possam usufruir de seus direitos enquanto cidadão, uma vez que a inclusão é um desafio que, ao ser devidamente enfrentado no ensino regular, muitos profissionais encontram uma barreira ao trabalhar com essas crianças. A inclusão escolar deve favorecer os alunos ditos especiais dando a possibilidade do desenvolvimento que cada um possui, sendo assim a responsabilidade não compete apenas ao que está ao lado da criança. No entanto, a comunidade escolar juntamente com os familiares, deve ofertar um conhecimento de acordo com cada necessidade que a criança possui, buscando alternativas de incentivo e despertando o interesse na equipe de trabalho, avaliando métodos de aprendizado para o aluno, acatando soluções em cada dificuldade encontrada ao meio do caminho, e para atingir os objetivos almejados é necessário que a escola aprimore suas práticas, a fim de atender às diferenças. Pois a grandiosidade da educação inclusiva é medida pela consciência e o preparo do professor juntamente com a equipe de trabalho, ou seja, o profissional que atua na sala de recursos. Desse modo aluno recebe um aprendizado na qual contribui para a sua realização pessoal e concretização dos seus projetos ao longo da vida, neste aspecto família é considerada a base de tudo. As crianças e os adolescentes portadores de necessidades especiais possuem o direito à educação inclusiva, onde seja respeitado a sua dignidade e, a família deve participar dessa formação intelectual e lutar pela inclusão das crianças portadora da deficiência na sociedade. Sendo assim a família e a escola são dois elementos muito importantes na socialização do indivíduo na medida em que os dois influenciam diretamente na educação dos mesmos.
A partir da década de 90, na Conferência em Jontiem, e na conferência mundial de Educação Especial, onde ocorreu nos anos de 1994, na cidade de Salamanca, Espanha, surgiu então o processo da inclusão escolar, aonde veio com o objetivo de romper o paradigma educacional e com a estrutura curricular fechada da escola, após tantos anos de isolamento, as pessoas com necessidades especiais estão sendo reconhecidas como cidadãos e aceitas em escolas de ensino regular. Ensinar é comprometer-se com o outro e a inclusão escolar desafia uma mudança de atitude diante desse outro, onde não é mais uma pessoa qualquer, mas sim um cidadão importante e essencial para a construção da sociedade que queremos formar.
A educação inclusiva é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos estabelecimentos de ensino regular, trata-se de uma reestruturação da cultura, das práticas e das políticas vivenciadas nas escolas de modo que estas respondam a diversidade de alunos, é uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivo o crescimento, a satisfação e a inserção social de todos. A educação inclusiva é uma educação voltada de todos para todos onde os ditos normais e os portadores de deficiência poderão aprender uns com os outros, um depende do outro para que realmente exista uma educação de qualidade, a educação inclusiva no Brasil é um desafio a todos os profissionais da educação inclusiva. (Nascimento; Silveira, 2011.p 13).
No entanto não podemos deixar de ressaltar que a inclusão escolar só deixará de ser um sonho, quando as pessoas ditas especiais tiverem as mesmas oportunidades, entre a sociedade e na educação. Essa ideia é antiga, mas ainda é necessário amadurecer, pois muitos ainda possuem a mente fechada para novos caminhos.
As mudanças de comportamento e pensamentos são necessárias para que a inclusão seja eficaz, e isso só irá ocorrer quando as pessoas descobrirem o quanto as nossas diferenças podem ser compartilhadas e úteis entre elas.
Para melhor compreensão o trabalho traz um breve relato sobre a legalização da educação inclusiva, aborda as características de uma escola inclusiva, suas adaptações e as barreiras enfrentadas.

2 DESENVOLVIMENTO

A partir da década de 90, por meio da conferência em Jontiem, e 1994 na conferência Mundial de Educação Especial ocorrido na cidade de Salamanca, na Espanha, que a educação inclusiva teve o seu primeiro passo. Os fatores que contribuíram para que essas ideias ganhassem força no Brasil foram: a Declaração de Salamanca (1994) e a promulgação da LDB (Leis de Diretrizes e Bases), em 1996. Uma escola inclusiva parte de uma intenção, onde todas as crianças possam aprender fazendo parte da vida escolar e social, com direitos iguais, uma escola baseada em princípios aonde envolva aceitação das diferenças individuais, um convívio social de maneira onde todos possam crescer nessa relação enquanto cidadãos.
Dessa forma a inclusão escolar veio para romper um paradigma educacional existente, abrindo-se portas para uma estrutura curricular na qual se encontrava fechada aos ditos “anormais”. O termo inclusão tem sido em muitos casos compreendido de forma errada, tem sido visto do ponto de vista social em apenas incluir, colocar com outros e ponto final, a inclusão é antes de tudo um processo de se auto-analisar, de procurar no outro o que ele tem a nos oferecer, a forma como vê a vida, as coisas e as pessoas (Nascimento; Silveira, 2011, p.12.).
No mesmo contexto, Mittler (2003, p. 25), afirma que a inclusão educacional, envolve um processo de reformas e de reestruturação das escolas como um todo, com objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todas as gamas de oportunidades e sociais oferecidas pela escola. Pois ensinar é comprometer-se com o próximo e a inclusão escolar desafia uma inúmera mudança de atitude diante desse próximo, onde não é visto como uma pessoa qualquer, mas como um alguém que é essencial para a construção da sociedade na qual queremos construir.
A inclusão escolar também abrange o apoio e a aceitação da família, assim desenvolvimento desta pessoa passa a ser gratificante para ambas as partes, diante deste argumento a Declaração de Salamanca, documento, inspirador de muitas políticas educacionais na maioria dos países, é bem clara no que se refere à família e o movimento pela inclusão. Ela possui quatro artigos (59 a 62) específicos em relação à "interação com os pais", ressalta:

[...] implicam uma parceria com a instituição familiar no processo de integração/inclusão dos portadores de deficiência. [...] Art. 60 - Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles deveria competir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que desejam seja dada a seus filhos. Art. 61 - Deverão ser estreitadas as relações de cooperação e apoio entre administradores das escolas, professores e pais, fazendo que estes últimos e na supervisão e no apoio da aprendizagem de seus filhos (DECLARAÇÃODE SALAMANCA, 1994, p. 43).

Neste aspecto a família busca unir-se- a escola em favor da educação ofertada à criança, a escola promove momentos em grupos que geram uma troca de experiências entre famílias, pois a falta de informação sobre as necessidades especiais da criança sobre os recursos existentes e os procedimentos ao acesso a esses materiais, acaba dificultando o seu desenvolvimento. Pois é necessário um acompanhamento educacional entre ambos os membros, a família é o espaço de referência para essa criança contribuindo com funções essenciais para com o desenvolvimento, crescimento e autonomia da criança.
Nos dias atuais conceituar as necessidades educacionais especiais é uma tarefa difícil devido aos avanços nos estudos e legislações que abrange a inclusão escolar. Diante da legislação no ano de 2011, apontam-se neste grupo as pessoas com deficiência (física, intelectual, visual, auditiva e múltipla), desenvolvimento com altas habilidades/superdotação e com síndromes.
Segundo a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação inclusiva, (2007, p. 9), ressalta que:

[...] considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertorio de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram um potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotrocidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.

Nesse sentido, com as novas concepções educacionais as pessoas com necessidades especiais passam a ser visto como um cidadão que desenvolve e cresce em meio à sociedade, por meio desse desenvolvimento ela torna-se uma pessoa que tem uma maneira especial de desenvolver, uma maneira diferente, pois ao relatarmos o termo Educação Inclusiva ou uma escola inclusiva, estamos falando de um novo modelo de escola, na qual aceita e convive com a diversidade de alunos.
Sendo assim uma inclusão bem-sucedida não acontece automaticamente, pois a atitude da escola é como um todo, um fator de grande significância para o processo educativo, coordenadores da educação especial, o professor que atua com esse aluno, cada um desenvolve uma função, e a responsabilidade de acordo com o aluno assegurando-lhe o direito e as possibilidades de experiências que a escola tem a oferecer.
Dentro dessa visão Piaget, descreve:

A preparação dos professores constitui questão primordial de todas as reformas satisfatória, será totalmente inútil organizar belos programas ou construir belas teorias a respeito do que deveria ser realizado. Ora esse assunto apresenta dois aspectos. Em primeiro lugar, existe o problema social da valorização ou da revalorização do corpo docente primário e secundário, a cujos serviços não são atribuídos o devido valor pela opinião pública, donde o desinteressante e a penúria que se apoderaram dessas profissões e que constituem um dos maiores perigos para o progresso, e mesmo para a sobrevivência de nossas civilizações doentes (PIAGET, 1984,p. 62,apud,MEC).

Atualmente, o desafio em relação à educação especial refere-se a uma busca de inserir a criança portadora de necessidade especial em escolas de ensino regular, onde é incluir o aluno especial em uma escola com crianças ditas “normais”. (Salvador, 2006, p.74).
Para Salvi’’ & Weiss (2002, p.13, apud, Magister, p74.) a educação inclusiva envolve um processo de reestruturação social, no qual não deverá somente a escola estar preparada para essa clientela. A sociedade em geral deverá acreditar em novas perspectivas em relação às PNNE, deixando de olhar pelo ângulo da incapacidade ou limitação, passando a olhar sobre o aspecto das possibilidades e competências e proporcionando alternativas para o desempenho de diferentes habilidades sociais.
Assim, a família também é fundamental neste processo de socialização, segundo Lane (1985, p. 13) a socialização acontece desde o primeiro momento da vida, “[...] porque o individuo está inserido num contexto histórico, pois as relações entre o adulto e criança recém-nascida seguem um modelo padrão que cada sociedade veio desenvolvendo e que considera correta.”
Há alguns anos atrás as pessoas portadoras de necessidade especiais não podiam ser educadas, pois eram consideradas como aberrações da natureza, sendo assim consideradas incapazes, não podendo participar de qualquer tipo de vida regularmente como as outras pessoas da comunidade.
De acordo com (SCHWARTZMAN, 1999, p. 3-4).

Na cultura grega, especialmente na espartana, os indivíduos com deficiências não eram tolerados. A filosofia grega justificava tais atos cometidos contra os deficientes postulando que estas criaturas não eram humanas, mas um tipo de monstro pertencente a outras espécies. […] Na Idade Média, os portadores de deficiências foram considerados como produto da união entre uma mulher e o Demônio.

Ao pensarmos numa Educação Inclusiva ou em uma escola inclusiva, estamos relatando um novo modelo de escola, onde aceita e convive com a cultura diferenciada dos alunos, apoiando-os em seu aprendizado de maneira onde o trabalho possa obter resultados positivos.
Para que este trabalho proporciona qualidade é necessária a equipe de a escola estar preparada para atender as novas demandas, ofertando-lhes, desenvolvimento, solidariedade, atitude, materiais adequados a cada necessidade, preparando-os para que se sintam bem com novo ambiente, proporcionando aos alunos o acesso aos conhecimentos de forma plena, fazendo uma ponte entre o estudante e o conhecimento, preocupando-se antes de tudo em oferta-lhe um ensino de qualidade. Diante disso os autores complementam.
“As mudanças deverão necessariamente começar nas concepções pedagógicas dos professores e em suas atitudes para com os alunos em dificuldade. A perspectiva pessoal do professor informará toda a sua construção e implementação de esquemas e rotinas”. (Rodrigues, Armindo de J. apud Ribeiro e Bamuel, 2003, p. 24).
No entanto dentro de uma escola inclusiva, não podemos deixar de fora nenhum indivíduo que faça parte da diversidade de pessoas que compõem hoje a humanidade, pois todos podem e devem fazer parte dela sem contradições ou obstáculos.
A federação nacional das APAE’s relata em um artigo (91, out-dez/2000, p.09) na qual se refere aos obstáculos enfrentados na educação inclusiva para todos.

O principal obstáculo à educação para todas as pessoas com necessidades especiais deve-se a ausência de informação sobre a demanda em idade escolar, às limitações do senso demográfico para identificar as pessoas com necessidades educativas especiais e a pouca informação das famílias sobre as possibilidades de atendimento educacional a esse aluno.

Sendo assim, aprender a viver juntos, a conviver com a variedade de pessoas e culturas que há na sociedade é sem dúvida, aprender a conviver com a diversidade nas escolas que é um desafio enorme. Pois na era em que nos encontramos onde se fala tanto em educação inclusiva, educações para todos a compreensão dos conceitos da Educação Inclusiva tornam-se de suma importância para o entendimento dos dilemas existentes e da situação geral do ensino em nosso país.
Mantoan (2002) descreve:
O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão.


E para que aconteça uma educação inclusiva de qualidade, é necessário que ocorra mudanças e a principal delas está relacionada a uma preparação para os professores, família entre outros, não apenas com os professores, como afirma Martins et al (2006, p. 102),reafirma “o processo de inclusão em si deve envolver toda a comunidade:pais, professores, funcionários e alunos”, ou seja, a educação inclusiva não ocorre apenas no contexto escolar, mas sim em todos os aspectos.
Segundo Silveira, Nascimento (2011, p.29.) dentro do processo da inclusão faz se necessárias algumas características na qual deve ser conhecidas, respeitadas e exercitadas pelo educador garantindo assim a inclusão nos ambientes escolares.
• Senso de pertencer;
• Liderança;
• Padrão de excelência;
• Parceria com os pais;
• Acessibilidade, colaboração e cooperação;
• Ambientes flexíveis de aprendizagem;
• Novas formas de avaliação escolar, desenvolvimento profissional continuado;
São algumas características que uma escola inclusiva necessita para ampliar a qualidade de ensino ofertada por ela.
Dentro de uma escola inclusiva, são necessárias algumas adaptações de materiais, estratégias que possam garantir a participação dos alunos no campo de ensino aprendizagem. São estratégias que facilitam o manuseio de materiais e a acessibilidade do aluno incluso.
Dentre elas estão, recursos e materiais específicos, adaptação de métodos de ensino e organização didática, adaptações de materiais, adaptação no processo de avaliação, adaptação de temporalidade, aquisição do imobiliário especifico, adaptação do ambiente físico escolar, aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos, efetivação de ações dos profissionais da área especial com o professor regular (Nascimento; Silveira, 2011, 32, 33,34).
Uma escola inclusiva é aquela que corresponde à qualidade de ensino educacional para cada um de seus alunos, distinguindo as diferenças e acatando as diversidades, sendo assim respondendo a cada um de acordo com as suas potencialidades. No entanto a escola só poderá ser considerada inclusiva quando houver organização onde favoreça para cada aluno, independente de cultura, condição social, deficiência ou qualquer outra situação, um conhecimento significativo para ambos o desenvolvimento (Nascimento: Silveira, 2011,35).
Numa escola inclusiva o aluno é o sujeito de direito e foco, onde está centrada toda a ação educacional. A edificação de uma escola inclusiva provoca mudanças dentro do contexto educacional, gerando transformações de idéias, atitudes e práticas das relações sociais tanto no campo político, administrativo, como no didático pedagógico, são idéias novas que complementam o desenvolvimento das crianças. (Nascimento: Silveira, 2011,35).
Nesse sentido, a educação inclusiva é uma educação que tem o seu principal objetivo de trazer as pessoas com qualquer tipo de necessidades especiais para ocupar o seu espaço na sociedade, que também é de direito deles de prestar serviços na sociedade e mostrar que ele tem competência como qualquer outro cidadão.
De acordo com a Declaração de Salamanca (1994, p.5):

Escolas inclusivas devem conhecer e responder as necessidades diversas de seus alunos, acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, estratégias de ensino, uso de recurso e parcerias com as comunidades. [...] O desafio que confronta a escola inclusiva e no que diz respeito ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem-sucedidamente educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuem desvantagens severas.

Por meio da educação inclusiva os portadores de necessidades especiais não serão mais ignorados, evitados, ou até mesmo retirados do convívio com as outras pessoas. Por mais contrário que possa parecer, esses aspectos vêm se refletindo nos sistemas educacionais, muito embora esses reflexos geram conseqüências inevitáveis para a educação, a humanidade preserva pela igualdade de valores dos seres humanos e pela garantia dos direitos para todos.
Hoje em dia é um desafio incluir uma pessoa portadora de necessidades especiais, muito são as dificuldades ou problemas que se adentram no processo da inclusão, dentre eles se encontra o receio e o cuidado da família para com esse individua. Um dos pontos que se destacam é a falta de comunicação e conhecimento, também a aplicação dos métodos que muitas vezes não são compatíveis com a realidade do aluno. No entanto educação especial é um conjunto de recursos específicos que respondam as necessidades educativas especiais de todos os alunos seja ele especial ou não. Dentro da educação, a inclusão envolve um processo de reestruturação do espaço físico das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola. (MAZZOTA, 2005).
Diante disso a escola comum precisa propor ações que façam sentido para as crianças em geral e que possam ser compartilhadas com os alunos ditos com necessidade especial.
O espaço educacional deve ser estimulador promovendo uma liberdade de escolha pelos alunos gerando um estimulo por uma nova busca de caminhos diferentes e formas de convivência para uma vida coletiva, dentro e fora do contexto escolar.
Nesse mesmo contexto Mittler (2003) relata, a inclusão é baseada em um sistema de valores que faz com que todos se sintam bem vindos e celebra a diversidades que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça a linguagem de origem social, o nível de aquisição educacional ou a deficiência.
Ainda nesse mesmo sentido Mittler afirma;

“A inclusão diz respeito a cada pessoa ser capaz de ter oportunidade de escolha e de autodeterminação. Em educação, isso significa ouvir e valorizar o que a criança tem a dizer, independente de sua idade ou de rótulos”. (MITTLER; 2003, p 17)
.
Visualizando por esse ângulo como seria atuar com alunos especiais, em uma escola onde são valorizadas as diferenças? Seria esse o caminho para trocarmos a escola excludente especial por uma escola de fato comum e incluente? (Nascimento; Silveira, 2011.)
Uma importante reflexão se faz necessária neste aspecto. Quais são as adaptações ou processos curriculares necessários para promover a inclusão da pessoa dita especial, em ambientes educacionais comuns, aberta a todos e por isso verdadeiramente inclusiva? (Nascimento; Silveira 2011.)
Muitos questionamentos acerca o termo da inclusão, nos remetem a idade em que a inclusão educacional deve ocorrer. A inclusão deve acontecer desde o ensino infantil até os anos finais.
Com relação às diferenças a criança tranquilamente terá como resultado final, um adulto tolerante e abertos à aceitação do outro. Diante disso, a inclusão instiga o uso de recursos que os alunos especiais, necessitam para ultrapassar as barreiras impostas pelo processo educacional e a sociedade, com isso poderá fazer uso consciente de seus direitos escolares e desempenharão a sua cidadania. A presença da criança na sala de ensino regular não representa dificuldades, pelo contrário enriquece o ato pedagógico, cada criança representa características próprias valores e informações que os tornam únicos e especiais.
Pois a aprendizagem em grupo é a melhor forma de beneficiar a todos, o desafio da escola, hoje é trabalhar com essas diversidades, na esperança de construir um novo conceito de processo de ensino aprendizagem.
Portanto “A inclusão não é apenas uma meta que pode ser alcançada, mas uma
Jornada com propósito.” (MITTLER, 2003, p. 31).
Outro fator que merece atenção são as salas de Atendimento Educacional Especializado, ou seja, salas de Recurso. Neste espaço as crianças serão assessoradas individualmente ou em grupo em período contrário ao da escola, e serão estimuladas com materiais pedagógicos diferenciados visando à superação das dificuldades de aprendizagem. Tais salas são de fundamental importância e aprovação na aprendizagem dos alunos.
Para que a inclusão saia do papel e torna-se realidade é necessário mudanças tanto no contexto escolar como na sociedade. Pois os bloqueios que podem ser enfrentados no caminho, muitas vezes partem até mesmo dos familiares por medo ou restrições, mais são bloqueios que podem ser superados ao passar dos meses conhecendo o trabalho dos profissionais que vão atuar com esse aluno, graças à criatividade e força de vontade do professor, que assume uma postura de profissional da aprendizagem, em vez do profissional tradicional de ensino.
Os professores que adquirem essa postura transformam suas salas de aulas em espaços prazerosos aonde, tanto eles como seus alunos, vão transforma o aprender, em uma aventura, tornando assim o aprendizado atraente e saudável.
Ainda há uma forte resistência por parte de alguns profissionais da educação em ceder por essa mudança, é argumentos freqüentes entre eles sobre a inclusão, por não estarem ou não terem sido preparados para esse trabalho. (Heinzen, 2009, p.15).
Pois trabalhar com a inclusão é um desafio, é maior ainda quando a pessoa não está preparada para receber o aluno com necessidades especiais, nesse momento o educador percebe que necessita de apoio, procurando ter uma qualificação dentro do devido aspecto, evitando transtornos para ambas as partes.
Na maioria dos casos, muitos professores não possuem uma especialização para trabalhar com essas crianças, aonde gera problemas ou angústias ao receber esses alunos, para tanto o professor deve estar preparado para atuar com diversas situações que possa surgir no percurso de sua profissão, buscando conhecimentos e o apoio quando necessário, para desempenhar o seu trabalho com qualidade, muitos esperam uma formação onde permita aplicar esquemas de trabalho pedagógico predefinidos, garantindo assim soluções aos problemas que possam encontrar na escola.
Um educador nunca pode estar acomodado com a situação, e sim estar sempre pesquisando e atualizando-se, principalmente o professor que pretende trabalhar com inclusão, buscando dessa forma melhorar sua prática a cada dia. NÓVOA (2002, p.23) diz que: “O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: a própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional permanente.”
Ferreira (apud inclusão, 2005, p.46) reafirma ao descrever: “A reflexão individual sobre a prática em sala de aula deve se somar ao conhecimento científico já existente sobre estratégias de ensino mais dinâmicas e inovadoras”. Para que a inclusão aconteça é relevante querer, tendo a consciência da sua importância e da diversidade, aceitando os desafios encontrados.

3 CONCLUSÃO

Por meio desta pesquisa bibliográfica foi possível compreender que a inclusão escolar proporciona benefícios tanto a pessoa que precisa quanto para a família, trazendo a eles o prazer a criatividade, o desenvolvimento da linguagem e da coordenação motora, além de ser algo indispensável para a vida da criança.
Incluir é não fazer distinção entre seres humanos, julgando como perfeito ou não, a escola inclusiva deve ser um ambiente sociável e democrática, sem limitações, onde as crianças portadoras de necessidades especiais possa se sentir bem e acolhidas sabendo-se que podem ter oportunidades de trabalhar e serem pessoas que possam estar no meio social que está em desenvolvimento a cada dia.
Assim, para se ter uma escola inclusiva digna para esses alunos faz-se necessária que o professores realizem cursos especializados para trabalhar com esses alunos e indique um ambiente adequado para se trabalhar com os mesmos, pois as crianças com deficiência têm direito à educação, para que assim possam ter uma boa formação e viver melhor.
Espera-se que o valor dessas pessoas seja realmente reconhecido e aquilo que esta sendo ofertado, a ele no presente seja efetivada de forma global e incondicional, ou seja, que não seja só da “boca para fora” posto que essas pessoas já perdessem muito do seu tempo sendo segregados durante anos em escolas especializadas aonde só convieram de pano de fundo para uma grande discriminação que aflige o país, além de não adicionarem em nada no seu procedimento de desenvolvimento enquanto cidadãos. Em fim, pode se afirmar que não são números positivos que vão mudar a realidade da educação no Brasil, mas um conjunto de fatores que ultrapassam o papel do educador abrangendo de forma geral a escola, principalmente economicamente. Visa-se um melhor investimento financeiro em todos os aspectos desde a formação do sujeito, contexto escolar até a construção do professor que está ali como mediado

REFERÊNCIAS

Declaração de Salamanca, Disponível em http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
Inclusão- Revista da Educação Especial, out. 2005.

HEINZEN, Maria Helena Michels Dacoregio. A inclusão de portadores de deficiência no ensino regular. 2009 PAPER-TG. Indaial: Grupo Uniasselvi, 2010 V 01 nº02 jan/jun de 2010. ISSN 2176-8218
.
INCLUSÃO, Revista de Educação Especial. Revista virtual, Brasília: secretaria de Educação Especial, 2005

MEC. Ministério da Educação: portal. Mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/inclusao.pdf>. em 20/out/2014.

MEC. Ministério da Educação Inclusão Revista da educação especial, V.06. Jan/jun,
2011. Disponível em<Portal. Mec.gov.br> acesso em 26/12/2014.
LANE, S.T.M. O que é psicologia social. São Paulo: Nova Cultura, 1985.

MANTOAN, M. T. E. Caminhos pedagógicos da inclusão. 2002. Disponível em <http://www.educacaoonline.pro.br.>Acesso em: 23/out/2014.

MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna 2006.

MARTINS, L. A. R.et al. (orgs). Inclusão: compartilhando saberes. Petrópolis: Vozes, 2006.

MAZZOTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil: História e políticas. 2005

MITTLER, Peter. Educação inclusiva: Contextos sociais. Porto Alegre: ed.Artmed. p.17 a 38, 2003.

NASCIMENTO, Luciana Monteiro do, SILVEIRA Tatiana Santos dos. Educação Inclusiva, Centro Universitário Leonardo Da Vinci. - Indaial: UNIASSELVI, 2011.

NÓVOA, Antônio. Escola nova. A revista do Professor. Ed. Abril. Ano. 2002, p, 23.
públicas. 4 ed. São Paulo: Cortez. 2005.

REVISTA, Inclusão Ministério da Educação: Disponível em<Portal. Mec. gov. br/ seesp/ arquivos/pdf/revista inclusão em: >Acesso: 12/dez/2014.

RODRIGUES, Armindo de J. Apud Ribeiro e Bamuel, 2003, p. 24.

SALVI I; WEISS S.L.I. A inclusão da pessoa com necessidade educativas especiais no contexto educacional. LEONARDO PÓS- Revista de divulgação Técnica- científico do instituto Catarinense de pós Graduação. Blumenau, jan/jun/2002.

SANCHES, P.A.A educação inclusiva: um meio de construir escolas para todos no século XXI. Inclusão- Revista da Educação Especial, out. 2005. Disponível em: <http: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/inclusao.pdf>.acesso em 20/out/2014

SALVADOR, Terezinha, O Autista na escola. 2006. Revista Magister. Indaial: grupo uniasselvi,2010. Ed. ASSELVI VOL 01 02.

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 3. Ed. Rio de Janeiro: WVA, 1999, p.76.

SCHWARTZMAW, J.S. Autismo infantile. Brasilia: CORDE, 1999.

TAFNER, Elisabeth Penzlien: Everaldo. Metodologia do trabalho acadêmico. Indaial: UNIASSELVI, 2008.