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A HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL


Tatiana Aparecida Hunhas


RESUMO: Este artigo se propõe a relatar acontecimentos sobre a história da psicopedagogia no Brasil, com o objetivo de adquirir conhecimentos, reconstruindo o passado proporcionando um aprendizado de qualidade e também democrático, diferenciando as dificuldades dos pontos positivos conquistados, concretizando o saber. Podendo ser observada as dificuldades na aprendizagem em qualquer sociedade ou grupo, sendo para a adequação do indivíduo ou dos grupos sociais, à sociedade que se inserem, tornando-os seguros ao responderem pelos conceitos de socialização e do processo permanente de aprendizagem da cultura, os quais se iniciam através da assimilação de valores e experiências. E como a psicopedagogia atua nas mais diversas dificuldades, sobre a aprendizagem.


PALAVRAS-CHAVE: Pós-graduação. Artigo. Universidade Cidade de São Paulo.


1 INTRODUÇÃO

A partir de várias referências teóricas, será possível observar uma série de mudanças e conceitos, voltados para o desenvolvimento do conhecimento, proporcionando assim a transmissão de cultura dos acontecimentos voltados à educação no Brasil. Esses fatos determinam uma relevante importância para o entendimento do presente, possibilitando assim que conseguíssemos observar a realidade da Psicopedagogia e também torná-la mais democrática. Neste trabalho serão observadas as mudanças que ocorreram até os dias atuais. Precisamente, iniciaremos com o intuito de formar uma opinião através da aquisição de conhecimentos, para isso há a necessidade de reconstruirmos o passado, proporcionando um objeto de estudo que nos proporciona um caminho a ser seguida na atuação docente, viabilizando entender a complexidade do tema. Os textos nos apresentam uma possibilidade de mudança na educação, mostrando a importância de conhecer o início para entender o presente, e compreender suas diversidades.

Abordando os principais acontecimentos na Educação, percebemos gradação dos temas que exigiu a aquisição de estratégias, materiais e discursivas como componentes favoráveis, à difusão das formas estabelecidas em sociedade. Um dos principais pontos foi o processo formal e informal, na aprendizagem, voltando para a assimilação que torna o indivíduo capaz para as mais diversas situações, conduzindo-o às práticas sociais determinadas, mostrando uma linha de
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análise de pensamento gradativo. E de como a psicopedagogia contribui e auxilia no processo de aprendizagem.

Tendo como principal objetivo apontar de uma forma clara e objetiva o papel da psicopedagogia na Educação de maneira que transpareça as diferenças entre os acontecimentos, de modo a contribuir na aquisição de novos conhecimentos no presente.

Observamos que com alguns métodos podemos ver que a psicopedagogia não perdeu sua linha principal, mas adaptou-se e reorganizou-se conforme as necessidades para melhorar a qualidade de ensino. E que sua principal função está nos problemas da aprendizagem.

Na educação atual recusamos a espontaneidade na ação, e exigimos a construção de novos caminhos construindo a importância nos aspectos de sociabilidade e subjetividade, buscando desta forma compreenderem as informações transmitidas. Buscando uma continuidade nos estudos na adaptação ao meio social ao qual vivemos a transmissão de valores culturais, a formação de um indivíduo autônomo. A luta pela educação de qualidade sempre vai existir, pois o Brasil comparando aos países subdesenvolvidos investe pouco em entender a educação.

 


2 A HISTÓRIA DA PSICOPEDAGOGIA NO BRASIL

 


Após estudos analisados sobre a Psicopedagogia no Brasil, podemos relatar que teve muitas dificuldades para sua concretização permanente, permanecendo num processo com muitas fases, superando aos poucos as dificuldades e os pontos negativos.

Ao investigar esta área, percebemos que essas dificuldades não podem limitar ou barrar nossas ideias, porque dependemos do passado para que compreendamos o presente. Esse conhecimento prévio traz influências na concretização do saber e cria alternativas para atender as necessidades que surgem quando uma criança não se adapta à escola.

A Psicopedagogia foi criada na Europa, e por meados do século XIX, e foi trazida para o Brasil na década de 70, com o objetivo de atender as pessoas que apresentavam dificuldades na aprendizagem. Em 1979 foi criado o primeiro curso
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regular de Psicopedagogia, no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, com a iniciativa da pedagoga Maria Alice Vassimon e da Psicodramatista e Madre Cristina Sodré Dório Diretora do Instituto. Neste, os profissionais se organizavam em grupos de estudos para analisar, discutir, estudar e buscar soluções para os problemas que surgiam na aprendizagem, e com esses debates definiam meios de prevenção e elaboravam planos de intervenção após os diagnósticos feitos.

O saber articulado é a integração de vários campos de estudo a partir de um vasto campo de interesses. O saber situado é aquele que pressupõe uma dimensão de historicidade, porque, para transformar é preciso seguir uma linha de transformações. Por fim, esse novo paradigma de conhecimento pressupõe uma participação ativa na criação de nosso próprio futuro, a partir da compreensão de nós mesmos, dos outros e das relações recíprocas, ou seja, de um saber consciente. (SCOZ, 1996, p. 36)

 

Na década de 80 surge a Associação Brasileira de Psicopedagogia – ( ABPp) que atualmente conta com treze sessões e nove núcleos, que tem como meio representar no campo do conhecimento, atuação e legalidade do Psicopedagogo.

O primeiro curso de pós Graduação “lato Sensu’’ com Especialização em psicopedagogia foi realizado pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICANP, esse curso exigiu uma Carga Horária e uma Grade Curricular, seguindo os moldes estabelecidos pela Associação Brasileira de Psicopedagogia, tendo como Coordenadoras Beatriz Scoz e Maria Célia Malta.

Como podemos perceber a psicopedagogia teve suas dificuldades no Brasil, um trabalho árduo para o profissional pós-graduado que precisa ser um multi-especialista agregado de vários conhecimentos em diversas áreas científica e humanas com um único objetivo, de potencializá-la, quando as dificuldades que surgem. Hoje sabemos que o espaço escolar continua repleto de desafios, por isso os educadores devem estar em constante construção de conhecimento, para compreender as diversas maneiras de ensinar e de aprender.

As modernas teorias que surgem no campo pedagógico nos apontam para a pluridimensionalidade de nossa inteligência, para que nossa forma de elaborarmos os planos de interação nos direcione a caminhar para que ampliarmos as perspectivas enquanto humanos e aprendizes. Cada um de nós possui um modo único, um jeito próprio de interagir com o mundo e toda a sua complexidade. Evidentemente, a cada dia, somos todos novos e eternos aprendizes.
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De acordo com SCOZ (1996), nos cabe a tarefa de facilitarmos a aquisição de conhecimentos aos nossos aprendizes mediando nos processos de ensino, e levando “à aquisição de ideologias e conteúdos libertadores”. Neste sentido, a formação de professores deve privilegiar práticas e saberes pedagógicos onde o educador se perceba como importante mediador nos processos de aquisição de conhecimento. A ação pedagógica, neste sentido, deve ampliar suas perspectivas e modelos fazendo uso das diferentes contribuições que a Psicopedagogia nos traz. Sabemos que ela tem como propósito abrir espaços objetivos e subjetivos sobre o pensamento, pensar sobre situações, e que esses conteúdos sejam questionados de modo a construir e transformar as mais diversas maneiras de aprendizagem.

Segundo Bossa, “é uma ilusão pensar que tal processo nos conduza, a todos, a um único caminho. O tema da aprendizagem apresenta tamanha complexidade que tem a dimensão da própria natureza humana”. (1994, p.9).


Segundo GONZÁLEZ REY (2007,P.161) a psicoterapia não é um processo de descobrimento nem de soluções centradas na figura do terapeuta; é um processo de produção de novos sistemas de subjetivação. O terapeuta facilita a emergência de novos sentidos subjetivos, contudo, não tem controle sobre a forma que eles tornarão, tampouco dos desdobramentos que aparecerão no processo terapêutico, cujo curso é uma fonte permanente de novos processos de subjetivação que podem favorecer ou não a mudança.

Morin (2002), fala-nos que é necessário haver uma mudança de pensamentos e valores para que sejam elaborados novos paradigmas. Este novo homem, este novo sujeito terá de deixar seus valores de autoafirmação que são valores como: expansão, competição, quantidade, dominação - para estruturar valores interativos tais como: conservação, cooperação, qualidade e parceria. Essas novas mudanças são extremamente necessárias e aspectos essenciais de todos os sistemas vivos. Como podemos observar nos relatos que o Psicopedagogo procura em sua ação, mobilizar a atenção do indivíduo, nas determinadas condições de afeto e emoção que são determinantes na aprendizagem, bem como o convívio familiar, social e cultural. Assim o Psicopedagogo norteia as atividades no processo de aprendizagem acreditando no material pedagógico.

Assim sendo, pensar a escola á luz da Psicopedagogia implica nos debruçarmos especialmente sobre a formação do professor. Pode-se dizer, por conseguinte, que uma das tarefas mais importantes na ação
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psicopedagógica preventiva é encontrar novas modalidades para tornar essa formação mais eficiente. Sabe-se que as profissões são escolhidas atendendo a profundos desejos inconscientes, e que não se questiona e nem se leva em conta as motivações dessa escolha ao longo da formação do professor. Assim, pois, as propostas de formação docente devem oferecer ao professor condições para estabelecer uma relação madura e saudável com seus alunos, pais e autoridades escolares. Investigar, analisar e realizar novas propostas para uma formação docente que considere esses aspectos constitui uma tarefa extremamente importante, da qual se ocupa a Psicopedagogia. (BOSSA, 1994, p.71)


Essa busca pela democratização da psicopedagogia na educação só será alcançada com uma organização social ampla e eficiente, e com base na reconstrução dos fatos para nortear os significados, não apenas escrevendo, mas interpretando os acontecimentos na aprendizagem.

Bossa (2000) aponta que na contemporaneidade temos a Psicopedagogia que empenha-se na concepção de aprendizagem segundo a qual atua um sujeito biológico com sua afetividade e seu aparato intelectual interferindo no modo como este sujeito faz suas relações com o meio, uma vez que, suas interações sofrem influências e também são influenciadas pelas condições deste sujeito situado no meio sociocultural. O professor, portanto, estará influenciando a relação do seu aluno com o meio. Seus valores e autoria de pensamento estarão presentes e refletidos na relação professor/aluno.

Quando nos referimos ao fracasso escolar, quando as crianças não aprendem, observamos que o motivo é repetência e a evasão dos alunos, ou o ritmo diferente de aprendizagem, os quais ocasionam a dificuldade na fixação do conhecimento. Isso nos leva a refletir sobre as causas do fracasso, qual seria a solução, qual método de intervenção pedagógica deveríamos utilizar para sanar as dificuldades na aprendizagem, seria determinado método diferenciado em algumas situações dando a criança a autonomia ao fixar o conteúdo. Sabemos que a psicopedagogia procura intervir nessas situações intervindo com métodos que apontam um proveito melhor sobre diversas situações, tendo em vista o psicopedagogo faz uma análise do problema, apontando desta forma recursos que vão propiciar e sanar algumas dificuldades na aprendizagem, também dessa forma o psicopedagogo vai atuar nas instituições escolares de ensino com métodos preventivos desta maneira orientando quanto aos espaços físicos ou no processo didático-metodológicos.
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As ações dos psicopedagogos são norteadas pelos processos cognitivos de percepção, atenção e memória que são determinados pela emoção e o afeto que levam a situações que são determinantes para a aprendizagem. Assim, norteadas as atividades do psicopedagogo levam o desenvolvimento único de cada indivíduo estruturando o crescimento e a integridade do aluno.

Por isso, a finalidade de estudar os acontecimentos proporciona a compreensão do fenômeno social, exemplificando o processo de aquisição de conhecimento, também nesse sentido observamos a importância de entender os principais acontecimentos, para que possamos ter um posicionamento crítico, salientando assim o interesse sobre o saber.

Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica, com diversos autores, com a necessidade de buscar informações, sobre a história psicopedagogia. Sito alguns, Alicia Fernández, Lino de Macedo, Beatriz Scoz, Nádia Bossa. Os relatos apontam estudos a respeito das relações entre as dificuldades de aprendizagem e o inconsciente do sujeito, e estabelecem uma relação entre inteligência e afetividade e as suas consequências para o processo da aprendizagem humana.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS


A psicopedagogia é uma área de conhecimento que estuda as dificuldades na aprendizagem, e que sua ação profissional engloba vários campos do conhecimento, juntando a um modelo teórico que resulta da visão dos modelos europeus e argentinos. Desta forma, a psicopedagogia tem a função de atender as dificuldades na aprendizagem, socializando e as considerando um trabalho com características terapêuticas e preventivas, que tem como meta construir e reorganizar a utilização e a elaboração cognitiva do indivíduo, assim superando as barreiras que impedem a construção de conhecimento. Tendo uma visão ampla percebemos que a psicopedagogia vem atuando com muito sucesso, favorecendo assim a boa aprendizagem, essas intervenções devemos deixar claras, que não são aleatórias e sim partem de um processo que inclui questões metodológicas, relacionais e socioculturais dessa forma englobando o educador e o educando a família e a sociedade escolar. Assim o profissional psicopedagogo norteia as atividades, para que aconteça a aprendizagem, dando devido valor às atividades
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pedagógicas que simbolicamente participa da estruturação e do crescimento da personalidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


REFERÊNCIAS


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nº 1. São Paulo: Memnon, 2001.

BOSSA, N. A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 2 ed.
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

BOSSA, Nádia Aparecida - A Psicopedagogia no Brasil: Contribuições a partir da Prática. Editora Artes Médicas Sul, Porto Alegre, 1994

BOSSA, N. A. e MONTTI, C. A. Pontos de Encontro e Desencontro na Prática Psicopedagógica: Argentina e Brasil. In: Revista Psicopedagogia, n. 22, São Paulo: 1991.

FERNANDEZ, A. A inteligência Aprisionada: abordagem psicopedagógica clinica
da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.

GONZÁLEZ REY, F. L. Sujeito e Subjetividade: uma aproximação

histórico-cultural. 1. reim. da 1.ed. 2003. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

http://pilardaeducacao.blogspot.com.br/2010/01/psicopedagogia-agora-e-profissao.html acesso dia 10/04/2012 ás 19:00 horas.

http://www.partes.com.br/educacao/trajetoria_da_psicopedagogia.asp acesso dia 15/04/2012 ás 08:00 horas.

http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=32 Site> Psicopedagogia on-line, acesso dia 01/04/2012 ás 14:00 horas


MORIN, E. Os Sete Saberes Necessários para a Educação do Futuro. São Paulo: Cortez , 1996.

_____. Método 5. A Humanidade da Humanidade: A identidade e humanas.
Porto Alegre: Sulina 2002.
SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade Escolar. Campinas: Vozes, 1996.