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A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Kerolaynne Alves dos Reis

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar como os professores lidam com avaliação na Educação Infantil e conhecer mais sobre o tema. Para isso foi desenvolvido pesquisa bibliográfica e de campo que foi realizado com duas professoras do pré I da escola de Educação Infantil Gustavo Guaragni Vieira da Silva na cidade de Colíder Mato Grosso foi utilizado um questionário com questões abertas com o objetivo de analisar teóricas e práticas dos professores em seu cotidiano. A partir das análises dos questionários respondidos pelas professoras foi possível ver que a forma avaliativa usada por elas aproxima-se da avaliação formativa que, para os teóricos estudados, deve servir para aprimorar a prática de aprendizagem dos alunos. Para a avaliação ser realizada de forma completa é preciso que o educador observe e registre todos os momentos, pois através das observações que ele pode desenvolver métodos onde os alunos desenvolvam suas capacidades cada vez mais.

Palavras-Palavras-chave: Avaliação. Educação Infantil. Professor


1 INTRODUÇÃO


O presente trabalho de conclusão do curso de Licenciatura em Pedagogia tem como tema “A Avaliação na Educação Infantil”. O interesse por esse tema nasceu ao decorrer do curso durante algumas disciplinas o que provocou o interesse em compreender melhor o método de avaliar o crescimento de cada criança na construção do conhecimento. Procurar também entender a visão do professor da Educação Infantil a respeito da importância e métodos usados para avaliar o processo de aprendizagem. A avaliação é peça essencial na técnica de ensino/aprendizagem permitindo que o professor analise sua metodologia e se preciso for modificar para melhorar cada vez mais a qualidade da educação. Luckesi (2005) destaca que o papel da avaliação é diagnosticar a situação da aprendizagem, tendo em vista subsidiar a tomada de decisão para a melhoria da qualidade do desempenho do educando.
Trazendo em vista a necessidade de um estudo sobre avaliação na educação infantil, o presente trabalho foi preparado com o objetivo conhecer um pouco mais sobre a história da educação infantil, os meios de avaliação com isso ver qual é a verdadeira função da educação infantil e como avaliar, para isso foi realizado uma pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo usando como ferramenta questionário. Na pesquisa bibliográfica iniciaremos sobre a história da educação infantil no Brasil que teve varias mudanças ate no dia de hoje, sobre avaliação na educação infantil suas funções como a avaliação por diagnostico, informativa e somativa e também sobre alguns dos instrumentos na avaliação da educação infantil como a observação, registro e o portfólio.
Já a pesquisa de campo foi feita através de um questionário para analisar o ponto de vista das professoras da educação infantil sobre avaliação, sua importância, e os métodos que elas utilizam.
A pesquisa de campo foi feita na Escola de Educação Infantil Gustavo Guaragni Vieira da Silva na cidade de Colíder Mato Grosso, no período matutino. O citado questionário foi realizado com duas professoras da escola mencionada, na qual iremos identificá-las como sujeitos A e B. As duas professoras atuam no Pré I.
Espera-se que o trabalho ofereça um apoio para quem esta atuando na educação infantil e quem se interesse sobre o assunto. Pois este trabalho foi de grande importância não só para concluir o curso mais também aumentar o conhecimento que é de tão importante para a uma futura educadora.

2 EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Até o século XVII, a criança não era conhecida por suas características elas eram entendidas como adultos em miniaturas. A partir do século XVIII que os adultos começaram mudar seu ponto de vista a respeito da criança. Mesmo assim seu espaço ainda não era tão importante na família. Rousseau ajudou muito nessa época, pois ele acreditava que a criança não e um homem em miniatura mais que cabia ao adulto compreendê-lo em suas características.
Conforme Coura (2005) a criança precisa de liberdade para viver e aproveitar cada fase da sua vida em seu devido tempo e não ser considerada um adulto em miniatura. Rousseau afasta a possibilidade de a criança ser confundida com o adulto, e enfatiza a necessidade dela ser tratada de fato como criança.
Com a Proclamação da República, o Brasil começou se modificar tanto na indústria como na modernização com isso as mulheres começaram a ser membro também do mercado de trabalho e seus filhos não tinham com quem ficar. Então surgiu um lugar onde outras mulheres cuidavam de varias crianças ao mesmo tempo para mães trabalharem nas indústrias porem com isso aumentou a mortalidade infantil devido a ruim higiene nas casas onde as crianças ficavam. Com essa preocupação surgiu às primeiras pré-escolas e creches, no começo era humanitarista ou mantidas pelos próprios pais somente depois, elas se tornaram públicas.
No inicio, as creches e pré-escolas, visava somente o preservar e o cuidar da criança na ausência da família. Tratando a criança como um ser fraco e dependente. As pessoas que ficavam com as crianças não tinham formação e sua função era só se preocupar com os cuidados básicos de higiene e princípios do bom comportamento.
Para Vieira (1999), a trajetória das creches e escolas maternais foi marcada pela tradição assistencial, destinada às crianças das famílias pobres. De acordo com esta autora, no Brasil, as creches chegaram para atender às necessidades do trabalho feminino industrial, enquanto a mãe dessas crianças estava trabalhando as crianças não sofresse questões como desnutrição, abandono e ate mesmo mortalidade infantil.
Nas décadas de 70 e 80, segundo Vieira (1999) movimentos operários e das mulheres marcaram a luta pela desigualdade social. Esse movimento aumentou o atendimento educacional infantil. Mais, a luta nesse tempo por creches procurava somente atender o direito de a mulher trabalhar e não o atender pelo papel educacional da creche, portanto, a creche era tida somente para cuidar em quanto às mães trabalhava e não como um espaço de educação.
A partir de 1970, a entrada de mulheres no mercado de trabalho cresceu respeitosamente, o que fez aumentar expressivamente as creches e pré-escolas. Uma nova fase começou nestas instituições. Buscou-se não só mais suprir a deficiência orgânica, mais também cultural. Começaram ter a visão que educação na pré-escola poderia diminuir as necessidades das crianças mais pobres.
Depois a proposta era estimular e preparar para a alfabetização para sim superar maneira social em que viviam já que o foco era as crianças de baixa renda. O alvo principal da educação compensatória era o de gerar oportunidades educacionais no caráter social e cultural. Já os jardins originava de famílias de classe média, a educação não tinha a mesma maneira compensatória. A proposta colocava também o desenvolvimento afetivo e cultural.
Segundo Oliveira (2000, p.18)

Apenas quando segmentos da classe média foram procurar atendimento em creche para seus filhos é que esta instituição recebeu força de pressão processo de aquisição de conhecimento das crianças. Suficiente para aprofundar a discussão de uma proposta verdadeiramente pedagógica, compromissada com o desenvolvimento total e com a construção de conhecimentos pela criança pequena.

Com o crescimento da procura por pré-escolas, a educação infantil passou por um processo de municipalização. O alvo da educação agora não era mais assistencialista ou compensatório, mas a pré-escola tinha um papel educativo. Muitos educadores da época debateram a função das creches e pré-escolas então prepararam novas propostas pedagógicas.
Os primeiros jardins-de-infância no Brasil surgiram a partir de exemplos desenvolvidos em outros países e eram propostos a crianças de famílias mais ricas, com o objetivo de socializar e preparar as crianças de quatro a seis anos para o ensino fundamental.
Segundo Vieira (1999, p.104)

Dessa forma, pode-se considerar que, na faixa de 0 a 6 anos de idade, consolidaram-se dois tipos de atendimento paralelos: o que se convencionou chamar de creche, de cunho mais assistencial e de cuidado, e a pré-escola, ligada ao sistema educacional e refletindo suas prioridades de caráter instrucional.

Em 1988, com a publicação da Constituição Federal, a educação foi reconhecida como um dever do estado e direito de todas as crianças. Teve uma ampliação da quantidade de escolas e uma melhora na formação dos profissionais.
E com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a LDB de 1996, a educação infantil é reconhecida como fase inicial da educação básica ao lado do ensino fundamental e o ensino médio. Segundo a LDB em seu artigo 29:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. De acordo com a Lei, a educação infantil deve ser oferecida em creches para as crianças de 0 a 3 anos, e em pré-escolas para as crianças de 4 e 5 anos. Tendo em visto essas faixa etária a escola tem que cumprir dois papéis muito importante que é a de cuidar e educar.
A educação infantil passa a ser olhada com novos olhares, apreciando a criança e a sua cultura, considerando-a ativo para construir o seu próprio conhecimento. O docente passa a adotar um novo papel, o de mediador entre a criança e o mundo. Os familiares é colaboradores do processo de ensino-aprendizagem. Os conteúdos são planejados de maneira lúdica, respeitando-o cada um, de modo levar a todas as escolas novas propostas pedagógicas voltadas para a criança.
As pessoas hoje em dia estão cada dia mais começando ver a importância da educação infantil, algo que há pouco tempo atrás não tinha muito importância. Hoje, percebemos que quanto mais cedo estimularmos as crianças, mas estaremos contribuindo para o seu aprendizado futuro.
Para Almeida (1987, p.195):
A esperança de uma criança, ao caminhar para a escola é encontrar um amigo, uma guia, um animador, um líder, alguém muito consciente e que se preocupe com ela e que a faça pensar, tomar consciência de si e do mundo e que seja capaz de dar-lhe as mãos para construir uma nova história e uma sociedade melhor.

Sabemos que não cabe à educação infantil alfabetizar a criança, exceto os fatos em que a alfabetização surge de forma natural. Segundo o Referencial Curricular Nacional, devem ser trabalhados os seguintes eixos com as crianças: Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
A finalidade é o de desenvolver algumas habilidades, como: aumentar o convívio social com outras crianças e adultos, brincar e se comunicar das mais diferentes formas. O foco da educação infantil é estimular as diversas áreas de desenvolvimento da criança, estimular sua curiosidade, sendo que, para isso, é indispensável que a criança esteja feliz no ambiente escolar.

2.1 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A avaliação é um assunto que esta constante em nosso dia-a-dia, não só na educação, mais também na interação com a sociedade, em casa, em nossa caminha profissional, A avaliação sempre se faz presente, pois sempre analisamos e com isso julgamento nós mesmos, o que estamos fazendo, o resultado do nosso trabalho.

Conforme Wikipédia, a enciclopédia livre diz que:

A avaliação educacional é uma tarefa didática necessária e permanente no trabalho do professor, ela deve acompanhar todos os passos do processo de ensino e aprendizagem. É através dela que vão sendo comparados os resultados obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos, conforme os objetivos propostos, a fim de verificar progressos, dificuldades e orientar o trabalho para as correções necessárias. A avaliação insere-se não só nas funções didáticas, mas também na própria dinâmica e estrutura do Processo de Ensino e Aprendizagem.

A avaliação é um meio muito importante no Método de Ensino e Aprendizagem, por que através dela que é possível fazer uma analise sobre o que esta sendo passado para os alunos. A avaliação ajuda ver em que nível o educando e do educador se encontra, por isso a sua realização não deve apenas para atribuição de notas aos alunos, mas também utilizada como uma ferramenta de coleta de informações sobre o aprendizado do educando e auxiliar o professor a aperfeiçoar a sua metodologia de trabalho. É necessário procurar diferentes maneira para realizar a avaliação na educação infantil tendo em vista as diferenças das crianças e suas dificuldades.
A avaliação não deve ser um meio para jugar o aluno mais sim uma estratégia para analisar e adequar à metodologia que esta sendo usada para ensinar as crianças enfrentar suas dificuldades no ensino.
Percebe - se que a avaliação é indispensável para o professor pensar, examinar e alterar suas ações. Acreditar em um processo avaliativo mais eficaz é aquele que cumpri sua função pedagógica de ajudar a melhorar o ensino e aprendizagem.


2.3 FUNÇÕES BÁSICAS DA AVALIAÇÃO
2.3.1 Avaliação Diagnóstica

Avaliação diagnóstica é apropriada para o começo do o ano letivo, pois permite avaliar o conhecimento que o aluno já traz com ele, habilidades e suas dificuldades com isso produzir um planejamento onde ele ira aprender coisas novas e superar suas dificuldades.
Para Kraemer (2006) a avaliação diagnóstica é baseada em averiguar aprendizagem dos conteúdos propostos e os conteúdos anteriores que servem como base para criar um diagnóstico das dificuldades futuras, permitindo então resolver situações presentes.
Ao pensar sobre o papel da avaliação diagnóstica, o foco não é a nota que o aluno vai ter mais sim o diagnostico para compreender o nível que ele esta e assim adequar seu planejamento com o que o aluno já sabe suas habilidades e dificuldades.
Gil revela que avaliação diagnostica

“constitui-se num levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos conteúdos a serem abordados, com essa avaliação, busca-se identificar as aptidões iniciais, necessidades e interesses dos estudantes com vistas a determinar os conteúdos e as estratégias de ensino mais adequadas”. (GIL, 2006, p. 247).

 

2.3.2 Avaliação Formativa
A avaliação formativa acontece durante o ano, por meio de acompanhamentos ao lado dos alunos no encaminhar de suas produções na escola, nesse ponto de vista de avaliação o educador auxilia o aluno a ampliar suas habilidades no processo de aquisição de conhecimento, observando suas dificuldades e auxiliando provendo conhecimentos que a criança levara no decorrer de sua vida.
Segundo Perrenoud (1999, p.75)

A avaliação é formativa quando o professor contribui para a regulação das aprendizagens no sentido de domínio, numa concepção particular dos objetivos, da aprendizagem ou da intervenção didática, não esquecendo que é preciso de um aprendiz, um professor para organizar e gerir as situações didáticas.

A avaliação formativa não é só avaliar em um determinado momento ou atividade mais sim algo que de ser feito todos os dias e em todas as atividades escolar, onde o professor participa com os alunos das atividades propostas e assim observando suas dificuldades e avanços no processo de aprendizagem.
Avaliação formativa tem como objetivo conhecer melhor seus alunos, ver o grau de conhecimento que cada aluno esta para sim ver qual é a melhor metodologia a ser trabalhada, também ver se os objetivos pensados em seu planejamento foram alcançados pelos alunos por isso que é uma avaliação continua então a avaliação formativa não é para selecionar o melhor aluno mais contribuir para o conhecimento de todos. Tudo isso e para promover uma educação com mais qualidade buscando proporcionar respeito às crianças e superar suas dificuldades para sim ter uma oportunidade melhor no futuro, pois todos são importantes.
Segundo Brasil (1998), a avaliação formativa, não deve avaliar a criança, mas as situações de aprendizagem que foram oferecidas, percebendo se as suas aprendizagens estão vinculadas às oportunidades e experiências que foram oferecidos a ela. O professor deve fortalecer o interesse do aluno na busca de novos conhecimentos, propondo caminhos e incentivando-os para seus novos aprendizados.

2.3.3 Avaliação Somativa

A avaliação somativa tem por papel fundamental a classificação, sendo feita geralmente ao final de um bimestre ou ate mesmo no final do ano, classificando os alunos. Avaliação somativa é utilizada na escola como ferramenta para avaliar a habilidade da criança usando a “nota” para constatar se ela conseguiu o resultado esperado. Essa avaliação verifica o rendimento das crianças individualmente.
Este tipo de avaliação diferente da avaliação formativa não conduz a criança a instruir-se para a vida, mas sim, dar valor a um ensino memorizado, onde o objetivo não é aprender para a vida e sim realizar um trabalho ou prova com isso classificar se a criança foi reprovada ou aprovada.
Para Kraemer (2006) a avaliação somativa detecta o nível de rendimento realizando um balanço geral, no final de um período de aprendizagem, podendo classificar de acordo com o nível de aprendizagem.
Segundo Hoffmann (2000) “a avaliação classificatória se resume à decisão de enunciar dados que comprovem a promoção ou retenção dos alunos”.
Conforme Melchior (1999, p. 20)

No entanto, a escola exige um resultado e ele passa a preocupar-se com a avaliação apenas com a função de controle. Assim, a finalidade da avaliação fica descaracterizada. Avalia-se para atribuir um resultado e o aluno estuda para obter uma nota. A consequência desse ciclo é o temor que os estudantes, em geral, têm de avaliações e especialmente, de testes escolares. Pois, quando a avaliação é feita apenas com função de controle, são considerados somente os momentos avaliativos, representados por um teste, trabalhos em grupo ou individuais. Ou o que é ainda pior: o professor atribui-lhe um valor qualquer, sem uma fundamentação, sem que o aluno tenha mínima ideia de como foi avaliado.


Nesse tipo de avaliação o que é importante para os professores não é avaliar sua metodologia de ensino e verificar os problemas para possíveis alterações, mais sim avaliar para aplicar nota pela atuação no dia da prova ou trabalho.


2.4 ALGUNS DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL:

2.4.1 Observação

Um elemento muito importante na avaliação é a observação, pois através da observação no cotidiano o professor consegue analisar se sua metodologia usada esta sendo adequada, e seus objetivos esta sendo alcançados e com isso modificar se preciso for.
Através da observação das atividades sugeridas às crianças, o educador deve elaborar aulas que os alunos ira aprender coisas novas e assim cada vez mais ampliar seu conhecimento.
Conforme vemos em Melchior (1999, p. 76)

O conhecimento que um professor desenvolve ao trabalhar com um grupo de crianças incorpora, necessariamente, elementos de, outros domínios de sua vida. E a observação, o professor pode constatar dados não apenas aspectos cognitivos – as dificuldades e as possibilidades de cada um – mas também dos aspectos afetivo e psicomotor.

O professor da educação infantil precisa observar a turma diariamente, durante as atividades. A observação não deve ser feita em um momento só mais sim em varias oportunidades e por isso o professor deve ter muita atenção não só para observar o aprendizado mais sim à dificuldade e saber que cada criança tem seu tempo, e cabe o professor criar formas que todos aprendam, pois o professor tem que estar ciente que com isso ele pode ajudar ou atrasar o desenvolvimento da criança. Conforme Melchior (1999) A importância da observação como técnica que permite ao professor acompanhar o desenvolvimento do aluno em todos os momentos, impedindo que se formem ideias erradas sobre a capacidade e o desenvolvimento de cada um.

2.4.2 Registro

O registro é um acompanhamento da observação, por meio da observação o educador precisa anotar o que ocorre em sua sala de aula. E isso pode ser realizado de varias jeitos como: fotografias, escrita, vídeos, e muito outros tipos. Esse registro é importante que seja diário, uma vez que não devemos acreditar em nossa memória sempre, podendo esquecer algo importante.
Essa ferramenta de avaliação serve para confrontar o registro do início do ano com as informações mais atuais para entender o que a criança já alcança sozinho e o que ainda necessita de acompanhamento.
De acordo com Melchior (1999) É necessário que o professor registre as observações realizadas durante todo o processo, para ter condições de ir redirecionado seu trabalho no sentido de ajudar os alunos a construírem novos conhecimentos. Os registros de cada dia servirão de subsídios para o professor planejar o dia seguinte.
Conforme Ostetto (2002, p. 20):

No espaço educacional o registro é, para o educador, uma espécie de diário, que pode bem lembrar os diários de bordo ou diários de adolescentes, nos quais são anotados fatos vividos, sentimentos, impressões, confissões. [...] aqueles diários tem como principal característica a descrição dos acontecimentos, organizados de forma cronológica. Quanto ao diário do professor, no âmbito da prática pedagógica do educador, constitui-se em lugar de reflexões sistemáticas; constantes; um espaço onde o professor conversa consigo mesmo; avalia atividades realizadas; documenta o percurso de sua classe.

Segundo Ostetto (2002), o registro traz aspectos descritivos e analíticos, pois não é só para contar o que aconteceu na sala de aula, mas sim, tentar compreender o acontecido, analisá-lo para poder melhorar, e aprender com o que já foi vivenciado.

2.4.3 Portfólio

O portfólio é um instrumento usado na educação infantil, um anexo de atividades concretizadas pelas crianças durante o ano letivo que auxilia o professor analisar e respeitar cada aluno. O portfólio deve ser preparado com atividades concretizadas em certo tempo, não apenas para guardar para os pais, mas que auxilie na construção da criança.
Conforme Frison (2008, p.214) avalia o portfólio como:

Uma forma de organizar as atividades realizadas pelo estudante, a qual demonstra tanto o processo de aprendizagem como os resultados obtidos, a serem avaliados conjuntamente pelo professor e pelo próprio aluno. O portfólio não é apenas uma forma de organizar os materiais, mas equivale aos processos que são utilizados, às realizações e aos resultados do desenvolvimento das competências que vão evoluindo, à medida que os alunos comprometem se, crescem cognitivamente e auto-regulam as aprendizagens.

O portfólio permite realizar a avaliação do processo de aprendizagem, com papel de facilitadora da reconstrução da metodologia, por parte de cada criança, de seu processo ao longo de um período de ensino.

4 MATERIAL E MÉTODOS

Para elaboração do trabalho depois da escolha do tema foi realizado coletas de dados em duas etapas a primeira pesquisa bibliográfica com objetivo de conhecer as diversas contribuições científicas sobre o tema, para auxiliar a elaboração do trabalho em todas as fases, uma vez que essa pesquisa bibliográfica e de suma importância para conhecer sobre o tema escolhido, justificativa, objetivos e elaboração de questionário.
Conforme Pádua (2014) “A pesquisa bibliográfica é fundamentada nos conhecimentos de biblioteconomia documentação e bibliografia; sua finalidade é colocar o pesquisador em contato com o que já se produziu e registrou a respeito do seu tema de pesquisa”.
E a segunda etapa foi através de questionário que segundo Lakatos e Marconi (2003) “Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.
O questionário utilizado para a coleta de dados foi realizado no mês de março de 2016 com duas professoras (A e B) da Educação Infantil especificamente Pré I da Escola de Educação Infantil Gustavo Guaragni Vieira da Silva na cidade de Colíder Mato Grosso, no período matutino contendo dez questões dissertativas, com o principal tema avaliação na educação infantil com isso analisar o ponto de vista das professoras da educação infantil sobre avaliação, sua importância, e os métodos que elas utilizam para avaliar.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O questionário utilizado para a coleta de dados foi realizado no mês de março de 2016 com duas professoras (A e B) da Educação Infantil especificamente Pré I da Escola de Educação Infantil Gustavo Guaragni Vieira da Silva na cidade de Colíder Mato Grosso, no período matutino contendo dez questões dissertativas as respostas dadas pelas professoras para os questionários aplicados na escola teve como finalidade entender o ponto de vista sobre avaliação e suas estratégias utilizadas por elas com as crianças com isso alcançar os objetivos do trabalho que é intender um pouco mais sobre a Avaliação na Educação Infantil.
Para garantir o anonimato das professoras as mesmas foram identificadas neste trabalho como professora A e B.
Para começar falaremos sobre o perfil das professoras desta pesquisa, apresentando a formação e atuação na Educação Infantil (pergunta 1 e 2 do questionário). As duas possuem graduação em Pedagogia, porem somente a professora A possuem pós-graduação que é em Educação Infantil e Alfabetização. A professora A possui 16 anos de experiência na área, já a professora B é o primeiro ano como professora, pois ela é recém-formada.
O questionário deixou as professoras responderem com liberdade as perguntas, por serem perguntas dissertativas e sem a presença da pesquisadora. As questões foram:

03) O que é avaliação de aprendizagem na Ed. Infantil para você?

Para a professora “A” avaliar vai além de observar a criança é através da avaliação que o professor planeja atividades adequadas dando assim um real ponto de partida para essa observação. Para professora “B” a avaliação na educação infantil além de promover o acompanhamento do desenvolvimento da criança possibilita a flexibilidade do planejamento no sentido de direciona-lo as dificuldades apresentadas.

04) Como você desenvolve o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula?

A professora “A” descreveu que através de uma pratica pedagógica que atende as reais necessidades das crianças cujo objetivo é que elas se tornem aptas para viver numa sociedade democrática. A professora “B” considera a criança o sujeito da própria aprendizagem, acompanhando, mediando o ensino, atuando nas dificuldades e potencialidades.

05) Quais estratégias são utilizadas?
As estratégias da professora “A” é atividades impressa, lúdicas, brincadeiras, momento dos contos, musicas entre outros. A professora “B” tem como estratégias colocar a criança no centro de todo planejamento, buscando praticas que desenvolvem a experiência e as habilidades da criança sem descuidar do educar e cuidar.

06) Como você avalia a aprendizagem dos seus alunos?

A professora “A” avalia a aprendizagem de seus alunos através da mediação entre professor e aluno, sendo estes avaliados a todo o momento e valorizando suas potencialidades. Já a professora “B” avalia através do acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, sem o objetivo de promoção para acesso ao ensino fundamental conforme a lei.

07) Quais os instrumentos/procedimentos que você utiliza para promover a avaliação na Ed. Infantil?

Professora “A” utiliza através dos eixos norteadores da educação infantil, bem como no regimento da escola. Professora “B” utiliza mediante observação, registros feitos no brincar, participação nas atividades, em relatórios, no desenvolvimento da própria identidade e no conhecimento do outro.

08) Quais as dificuldades que você encontra para realizar a avaliação na Educação Infantil?
Para a professora “A” a maior dificuldade é o grande numero de crianças matriculadas na sala de aula onde dificulta a avaliação individual de cada um. Para a professora “B” a maior dificuldade esta identificar e valorizar as diferenças e especificidades individuais de forma democrática de forma que seja para construção do ser humano integral.

09) Qual a concepção de avaliação prevista no PPP da sua escola?

Conforme a resposta da professora “A” avaliar de acordo com as competências e habilidades do aluno por meio de observação e registros diários, com objetivo de avaliar os avanços e retrocessos de cada um. A resposta da professora “B” foi que é por meio das competências e habilidades do aluno, com objetivo de avaliar os avanços e retrocessos de cada um analisando os aspectos biológicos, afetivo, cognitivo e sócio cultural, embasado na LDB 9394/96.

10) Você recebe orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na Educação Infantil? Se sim, indique quem a orienta e quais são as orientações?

A professora “A” respondeu que Sim, através das formações que nos são oferecidas na escola e também nos orientamos através do PPP da escola. A professora “B” também respondeu que sim, que a forma de avaliar é orientada através do projeto politico pedagógico PPP, regimento escolar, bem como as leis federais, municipais e estaduais da educação.


6 CONCLUSÃO

Portanto com a realização deste trabalho é possível ver não só através de teoria (pesquisa bibliográfica), mas também através da pratica (pesquisa de campo) a importância da avaliação na educação infantil, pois através dela que é possível fazer uma analise sobre o que esta sendo passado para os alunos. A avaliação ajuda ver em que nível o educando e do educador se encontra, por isso a sua realização não deve ser apenas para atribuição de notas aos alunos, mas também utilizada como uma ferramenta de coleta de informações sobre o aprendizado do educando e auxiliar o professor a aperfeiçoar a sua metodologia de trabalho. É necessário procurar diferentes maneira para realizar a avaliação na educação infantil tendo em vista as diferenças das crianças e suas dificuldades. Com a analise dos questionários é possível ver que as duas professoras utilizam de forma avaliativa a observação e o registro diário (avaliação formativa), pois assim é uma maneira de lembra de anotar os detalhes que serão importantes para verificar o desenvolvimento da criança. Também é possível analisar que existem inúmeras formas de avaliar a aprendizagem dos alunos cabe o professor procurar e se adequar ao melhor método para cada aluno e não achar que por que se trata da educação infantil não e preciso avaliar e planejar uma boa aula onde o aluno aprenda cada dia mais utilizar suas capacidades, pois a educação infantil e tão importante quanto às outras fases da educação. Este trabalho foi de grande importância não só para concluir o curso mais também aumentar o conhecimento que é de tão importante para a uma futura educadora.


REFERÊNCIAS

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BRASIL. MEC - Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Livro I, MEC/SEESP - Brasília. 1994

COURA, Aline Sarmento. Princípios fundamentais da educação em Rousseau Disponível em: <http://www.unicamp.br/~jmarques/gip/AnaisColoquio2005/cd-pag-texto-03.htm> acesso em: 08 março. 2016.

FRISON, Lourdes M. Portfólio na Educação Infantil. Porto Alegre. 2008

GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2006.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré escola à universidade. 18.ed Porto Alegre: Mediação, 2000.

JUSBRASIL. Lei de Diretrizes e Bases - Lei 9394/96 | Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Disponível em: <http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96#art-29> acesso: 05 março. 2016

KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Avaliação da aprendizagem como construção do saber, 2006.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. - 5. ed. - São Paulo : Atlas 2003.


LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e criando a prática. 2 ed. Salvador: Malabares Comunicações e eventos, 2005.

MELCHIOR, Maria Celina. Avaliação pedagógica: função e necessidade. 2.ed Porto Alegre: Mercado Aberto, 1999.

OLIVEIRA, Zilma de M. Educação Infantil: muitos olhares. 4 ed. São Paulo-Cortez Editora. 2000.

OSTETTO, Luciana E. Educação Infantil em Florianópolis. Florianópolis: Cidade Futura, 2002.

PÁDUA, Elisabete M. M. de. Metodologia da Pesquisa. Abordagem Teórico-prática, Campinas - SP: Papirus, 2004.

Paiva. Celina Elisa de; Silva. Fernanda Duarte Araújo. A avaliação na educação infantil Disponível em: <http://www.partes.com.br/2013/06/03/a-avaliacao-na-educacao-infantil/#.Vtxab-aoN2A> Acesso: 05 de março.2016
PERRENOUD, Philippe . Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
Referencial curricular nacional para a educação infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf> acesso: 05 de março. 2016
VIEIRA, Lívia M. F. A formação profissional da educação infantil no Brasil no contexto da legislação, das políticas e da realidade do atendimento. Pró-Posições - vol 10 n1 [28]- revista da FE - Unicamp, p.28-39. 1999.

WIKIPÉDIA. Avaliação educacional Disponivel em: <https: //pt.wikipedia.org/wiki/Avalia%C3%A7%C3%A3o_educacional> acesso: 05 março. 2016

 

 

 

 

 

 

 

 


Anexos
Questionário


01. Qual o seu grau de formação?
( ) médio ( ) superior-cursando ( ) superior completo-graduado
Curso de Graduação em:___________________________________________
Pós-Graduação:__________________________________________________

02. Tempo de atuação na Educação Infantil:_________________________________


03.O que é avaliação da aprendizagem na Ed. Infantil para você?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

04. Como você desenvolve o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

05. Quais as estratégias que são usadas para a aprendizagem das crianças?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


06. Como você avalia a aprendizagem dos seus alunos?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

07. Quais os instrumentos/procedimentos que você utiliza para promover a avaliação na Ed. Infantil?
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

08. Quais as dificuldades que você encontra para realizar a avaliação na Educação Infantil?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

09. Qual a concepção de avaliação prevista no PPP da sua escola?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________

10. Você recebe orientação pedagógica sobre a forma de avaliar as crianças na Educação Infantil? Se sim, indique quem a orienta e quais são as orientações?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________