A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NO FAZER PEDAGÓGICO DOS PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL II
Cilas Ramos de Oliveira
Francielli Ribeiro de Oliveira
Jucimara de Oliveira Santos
Rosimar Ramos de Souza
Cristiane Bergmann
RESUMO
Muito tem se proposto como reflexivo acerca do lúdico na educação infantil. Desta forma é incontestável o fato de que as brincadeiras e os jogos fazem parte do universo de aprendizagem das crianças. O presente artigo tem por finalidade elucidar a relação que essas brincadeiras propiciam no processo de ensino - aprendizagem, e assim fazer, com enfoque no fazer pedagógico dos professores e no processo de aprendizagem das crianças. Por meio de pesquisas bibliográficas, observou-se quais são as situações em que pode haver uma abordagem lúdica. Abordou-se também a compreensão por parte dos professores do brincar para os alunos do 5º ao 6º ano, das escolas do Ensino Fundamental II. O foco são os alunos do Ensino Fundamental II. E assim é abordado o lúdico no papel do educador, que é o intermediário entre o que deve ser aprendido e quem aprende, no caso as crianças. É dito que o professor auxilia na construção do conhecimento, do desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social. É nesta etapa que o raciocínio lógico e cognitivo está em grande fase de desenvolvimento.
Palavras-chave: Lúdico. Formação. Ensino-aprendizagem.
Introdução
Ao se buscar propostas lúdicas de aprendizagem, brincadeiras e jogos, surge aparentemente a ideia de banalidade ou perca da seriedade de um conhecimento a ser aprendido. Porém é incontestável o fato de que as brincadeiras e jogos fazem parte do universo de aprendizagem das crianças, e que são ferramentas importantes que auxiliam no desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social do ser humano.
Desta forma o professor da educação infantil se encontra no papel de responsável em auxiliar a transposição de algum assunto para o mundo da criança, bem como da utilização do lúdico como um recurso ou um método de ensino. Assim, percebe-se que o profissional da educação em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira tem a necessidade de possuir competências lúdicas para um processo de ensino-aprendizagem eficaz, transpondo assuntos de natureza complexa e bibliográfica para o universo da criança.
Antes de adentrar ao tema, a presente pesquisa de caráter bibliográfico, faz-se uma breve explanação a respeito das ideias conceituais da educação. Por meio de autores com renome na área da educação, e que trazem uma definição bem como aspectos reflexivos que norteiam o assunto.
Como é sabido, uma formação lúdica está definida na criatividade, na sensibilidade e experiências corporais vinculadas aos jogos, ao dinamismo, ao pensamento e a linguagem. Assim, a seguinte pesquisa traz à tona a relação do lúdico com o professor da criança, agente direto responsável pela ação de aprendizagem e da interpretação do conhecimento. Bem em como o professor trabalha as brincadeiras para a transposição de assuntos didáticos, visando o desenvolvimento intelectual das crianças.
Por meio das propostas lúdicas o educador consegue adentrar no universo da criança, introduzir questões éticas e morais e ainda propor reflexões sobre o assunto. Desta forma objetiva-se reconhecer a importância do lúdico como um recurso de aprendizagem no fazer pedagógico dos professores da educação infantil.
Este trabalho teve como objetivo investigar a importância da ludicidade no fazer pedagógico das crianças do Ensino Fundamental II. A pesquisa de caráter estritamente bibliográfico, buscou por meio de um longo referencial bibliográfico destacar a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento das crianças de 10 a 12 anos e correlacionar à necessidade eminente de conhecimento do professor da educação, em vários aspectos do processo de ensino-aprendizagem.
Vygotsky (1988) indica a relevância das brincadeiras como indispensáveis para a criação da imaginação. Observa que o imaginário só se constrói quando se dispõe de experiências que se reorganizam. A riqueza dos contos, lendas e o acervo de brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas situações interativas.
Buscou-se amparados em teóricos que subsidiaram a pesquisa um esclarecimento a respeito da utilização do lúdico como ferramenta de aprendizagem e principalmente sobre sua relevância na proposta de ensino dos docentes. Acredita-se que há a necessidade de ampliação dos estudos sobre formação continuada dos professores dessa faixa etária de alunos. Para que as propostas de ensino, sejam deveras dinâmicas e levem a obtenção do maior potencial possível do educando.
Segundo Santos (2010, p. 3) “o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano [...], além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos institucionais”.
Em decorrência da importância dessa ferramenta para o aprendizado das crianças, se indagou a relação do professor da educação, com o instrumento de ensino em questão.
Santos ainda firma que:
Tendo em vista que é grande a responsabilidade do educador para alcançar a aprendizagem dos educandos fazendo-se a integração dos conteúdos curriculares propostos com o lúdico (jogos, brinquedos e brincadeiras), mas todos têm o direito de aprender e aprender com prazer o resultado será bem melhor (Santos, 2010, p. 3).
Notadamente os jogos fazem parte da criação humana, tanto em relação a linguagem e a escrita. O indivíduo joga para encontrar entendimento, para correlacionar, para dinamizar um enredo, para se divertir e para interagir com seus semelhantes. Desta forma, o educador da educação deve se atentar a como se fazer da sua utilização dessas ferramentas lúdicas educativas, tão importantes no processo do aprendizado e convívio em sociedade.
Desenvolvimento
1 O lúdico
A palavra Lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Lúdico, segundo o dicionário da Língua Portuguesa (2001), é “Relativo a, ou que tem caráter de jogos ou divertimentos”. Para Santos (1997, p.14) quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance de este profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa.
1.1 Brincando e aprendendo
É dito segundo (Santos, 2012, p.4), que o educador deve oferecer formas didáticas diferenciadas, como atividades lúdicas, para que a criança sinta o desejo de pensar. Pois é evidente que nem todos os assuntos possam ser interessantes aos olhos das crianças, e ao educador como interventor, convém despertar a vontade de aprender.
Segundo Rau (2011), a prática pedagógica por meio da ludicidade não pode ser considerada uma ação pronta e acabada que ocorre a partir da escolha de um desenvolvimento de jogo retirado de um livro. Cabe ao educador reconhecer a possibilidade da utilização de diferentes recursos pedagógicos em consonância com a orientação metodológica do seu trabalho.
Vygotsky (1998):
Um dos representantes mais importantes da psicologia histórico-cultural, partiu do princípio que o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Nesta perspectiva, a brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis. Ainda, o autor refere-se à brincadeira como uma maneira de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos adultos. A capacidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surge, nas crianças, através do brincar.
Desta forma, percebe-se que as brincadeiras e jogos são de grande importância na vida das crianças na faixa etária em estudo, tendo em vista que através desses meios o aprendizado é potencializado bem como o desenvolvimento da criança. Surge no professor a função de mediador deste processo de desenvolvimento.
Com a compreensão de que as brincadeiras utilizadas servem de base para toda vida, e não apenas para vida escolar das crianças. É necessário que as crianças sintam prazer ao aprender, sendo que, segundo (Kishimoto, 2002, pg. 144), o prazer a motivação inicia o processo de construção do conhecimento.
O aprendizado surge na medida em que a criança sente prazer e motivação, para repetir, recriar, aprender e refazer as brincadeiras quantas vezes quiser, obtendo novos conhecimentos e aprimorando os que já se possui. Outro fator importante é que com as brincadeiras as crianças aprendem a se relacionar em sociedade, e conviver com o outro.
É sabido também, que cada profissional encontra sua melhor forma para trabalhar, entretanto é necessário se atentar sobre qual é a melhor forma de inserção dessas brincadeiras na educação, visando o melhor aprendizado, bem como o desenvolvimento físico e intelectual das crianças.
Segundo (Kishimoto, 1996, pg. 61), como a criança pequena não tem capacidade de esperar, cria um mundo ilusório, onde os desejos irrealizáveis podem ser realizados. Este mundo é que Vygotsky chama de brincadeira. Desta forma pode-se entender a brincadeira como um refúgio da criança, para se alcançar aquilo que deseja, neste momento a criança sente que pode conseguir tudo que quiser apenas com o artifício da imaginação.
Apesar de que no decorrer das atividades a repetição esteja presente, as crianças não se enjoam pois há um aprendizado novo e contínuo sobre cada repetição. Repetir o mesmo seria o elemento verdadeiramente comum. A essência do brincar não é um fazer como se, mas um fazer sempre de novo, transformação da experiência mais comovente em hábito. (BENJAMIN, p.102, 2002).
No processo de brincadeiras e jogos, há o aparecimento e por vezes até a transformação de regras. Essas regras ficam diretamente relacionadas com o processo de viver em sociedade, que as próprias crianças usam entre si. Elas ampliam seu modo de ver as coisas a sua percepção, a imaginação e a vida como cidadão.
Straub, diz:
Os corpos das crianças, ininterruptamente, são moldados para agir segundo condutas consideradas adequadas socialmente, e as brincadeiras, por sua vez, são significativas nesse processo de regulação de seus corpos no tempo, no espaço e nos gestos. (STRAUB, 2010, pag. 48).
Notavelmente algumas crianças podem se desenvolver mais durante algumas brincadeiras, chegando até a querer ditar algumas regras, outrora aparecem outras mais submissas, que cedem a essas regras.
Para Chateau (1987, p. 14):
Não se pode imaginar infância sem seus risos e brincadeiras, pois é pelo jogo e pela brincadeira que cresce a alma e a inteligência. Suponhamos que, de repente, nossas crianças parem de brincar, que o pátio de nossas escolas fiquem silenciosos, que não sejamos mais distraídos pelos gritos ou choros que vem dos jardins ou do pátio, que não tivéssemos mais perto de nós este mundo infantil. Uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar.
Uma escola infantil, deve transmitir aquilo que é característica das crianças que nela estudam. Os risos, as brincadeiras, a felicidade, o contentamento de um novo aprendizado, a dinâmica o desenvolvimento. A escola é considerada um organismo vivo, em que cada um deve fazer o seu papel para que as folhas, “as crianças”, germinem, se desenvolvam e amadureçam.
Desta forma tanto a escola como estrutura, como os profissionais envolvidos no sistema devem estar aptos a oferecer a possibilidade para se desenvolver e atingir potencial de criança.
2.2 A brincadeira e o professor
Segundo Almeida:
O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante (ALMEIDA, 2000, p. 63).
Brincar não é algo que a criança nasce sabendo, mas algo que é natural e que é aprendido ao longo do seu desenvolvimento infantil. O professor do Ensino Fundamental deve estar sempre predisposto para interceder em brincadeiras dinâmicas que propiciem o transmissão de um assunto, uma problemática, a mediar as relações de funcionamento dos jogos, mas sempre deixando as crianças se sentirem livres para usar a imaginação e usar seu potencial de criatividade.
Segundo (Oliveira, 2000, pag. 19), o brincar por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui a não formação e até quebra de estruturas defensivas. É notável que ao brincar e imitar certas atividades repetidas por adultos, as crianças imaginam e recriam com suas emoções aquele papel, como no caso das meninas ao brincarem de bonecas.
E os meninos experimentam emoções ao reproduzirem o som dos carros ao dirigir, desta forma, se torna evidente que brincar torna as crianças mais sociáveis, e as prepara para um futuro, cada vez mais próximo.
Ao analisarmos a questão das brincadeiras, o professor, no papel de mediador, deve propor atitudes reflexivas para as crianças e o seu papel se torna totalmente evidente, ao questionarmos os exemplos acima citados. Afinal, apenas as meninas possuem o direito de brincar com bonecas e os meninos com carrinhos? Na formação de personalidades e preparação para o futuro, deve-se sempre estar cientes, que as mulheres também possuirão um automóvel, e que os meninos também chegarão a ser pais.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, v I, p. 28):
Para brincar é necessário que as crianças tenham certa independência para escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior de um determinado tema e enredo, cujos desenvolvimentos dependem unicamente da vontade de quem brinca.
Desta forma, se em brincadeiras muitas vezes há a reprodução de situações cotidianas, deveria ser natural que os meninos se colocassem no lugar de um pai, como as meninas são induzidas a se colocarem no papel de mães durante as brincadeiras. Ora pais se sentem ofendidos ao verem um filho assumindo tal brincadeira, sendo essa uma atitude de caráter estritamente preconceituosa e reguladora. Da mesma forma que automóveis não são de uso exclusivo para homens, faz parte do papel do educador lidar com essas situações conflitos do universo do dia a dia da criança.
A criança entra no mundo adulto e “experimenta” as atividades de forma simbólica, ao seu próprio modo de entender as coisas. Segundo (Niles e Socha, 2014, pag. 84), o professor tem um papel fundamental para conduzir trabalhos lúdicos, levando os alunos a atingir os objetivos específicos da aprendizagem dos conteúdos. O autor ressalta a necessidade da condução do profissional, na realização de brincadeiras e atividades para realização de trabalhos lúdicos, que propiciam a internalização e a fixação de um conhecimento, bem como a devida compreenssão.
Outra questão importante, no fazer pedagógico do professor é em relação a diferenciação de brincadeiras livres para brincadeiras de caráter lúdico e de aprendizagem.
Sobre esse assunto Dantas diz:
Quando é mantida a especificidade da brincadeira livre, têm-se elementos fundamentais que devem ser considerados: a incerteza, a ausência de conseqüência necessária e a tomada de decisão pela criança; ela emerge como possibilidade de experimentação, na qual o adulto propõe, mas não impõe, convida, mas não obriga, e mantém a liberdade dando alternativas (DANTAS, 2002, p.46).
O lúdico é visto como uma maneira totalmente interativa entre o professor e o aluno, entre quem aprende e o que deve ser aprendido. Desta forma, é possível analisar que o professor deve ser dotado de competências lúdicas que o auxiliem nessa interação com o aluno.
Niles e Socha (2014, p. 88) diz que o professor poderá, igualmente, organizar atividades que ajudem a criança a descobrir as possibilidades que certos materiais possuem [...], desenvolvendo outros níveis de competência, além de permitir verificar o interesse da criança.
Desta forma, pode-se dizer que o papel do professor vai desde a disposição dos materiais e temas educativos dentro da sala de aula, bem como fora dela. Está totalmente relacionado com a seleção de materiais totalmente desprovidos de aleatoriedade, mas sim em virtude de uma proposta pedagógica do profissional e da escola, bem como com o meio social em que a criança está inserida.
Pode-se ver que Vygotsky enfatiza ao dizer que as brincadeiras tem que ser valorizadas pelo professor, assim, o professor tem o papel de escolher, e também de verificar e reconhecer o que de acordo com a idade da criança. Respeitando sempre seu modo de agir e brincar. Deve-se proporcionar ao aluno a possibilidade de autocontrole, autoconfiança, criatividade e cooperação. Sendo desta forma feita o aluno terá mais afinidade de estar em seu ambiente escolar e seu aprendizado será mais prazeroso.
Niles e Socha dizem a respeito que:
O lúdico tem uma tarefa difícil, pois o educador tem que ter uma fundamentação teórica bem estruturada e ter a consciência de que está trabalhando com uma criança modernizada, e que o repertorio de atividades precisa ser adaptado a estas situações. Cada criança possui sua individualidade, seu ritmo, enfim, sua singularidade, o espaço que ela frequenta deverá ser composto de elementos que façam da escola um local que ofereça a oportunidade, personalizando seu ambiente, fazendo dele um local recheado de experiências significativas para seu desenvolvimento. (Niles e Socha, 2014, pag. 87).
Desta forma podemos notar que o professor da educação também deve estar atento as mudanças tecnológicas as quais as crianças do século XXI estão submetidas. É notável que hoje em dia as crianças passam cada vez mais cedo a ter contato com aparelhos celulares, tablets, aparelhos televisores dentre uma infinidade.
Assim, o professor deve também em seu trabalho e metodologia de ensino, fazer uso dos artifícios audiovisuais oferecidos pela escola, de forma que leve a absorção de algum conhecimento ou que propicie o surgimento de alguma competência criativa no aluno.
Para Rau (2011), educar, nessa perspectiva, é ir além da transmissão de informações ou de colocar à disposição do educando apenas um caminho, limitando a escolha ao seu próprio conhecimento.
A autora afirma ainda que, pensar na ludicidade como um recurso pedagógico envolve questões sobre as quais os temas trabalhados nas disciplinas acadêmicas e pedagógicas possibilitam a articulação entre a teoria e a prática. Dessa forma, se vê a necessidade de articulação entre a teoria e a prática de ensino-aprendizagem vinculada a uma conduta metodológica de ensino por parte do professor, pautada em aspectos lúdicos e sistemáticos que propiciem o desenvolvimento das crianças.
Uma maneira de se pensar sobre aplicação do lúdico na educação crianças é em relação ao ambiente que o aluno vivencia e as propostas lúdicas que são apresentadas a ele, fora do ambiente escolar. Rau (2011) diz sobre isso que, em relação ao conhecimento sobre a ludicidade, o educador que optar por utilizar os jogos e as brincadeiras como recurso pedagógico pode partir da reflexão sobre como o lúdico está presente no cotidiano infantil.
Além desses aspectos da aplicação do lúdico como um recurso de ensino aprendizado e sobre o fazer pedagógico dos professores da educação, está a relação da dificuldade em se aprender por parte da maioria as crianças da educação básica.
A questão que mais envolve a problemática do processo de ensino-aprendizagem hoje na visão dos professores passa por como ensinar essa geração que se encontra tão envolta em necessidades afetivas, sociais, motoras e linguísticas e ao mesmo tempo tão vazia em habilidades que promovam a reflexão e a construção do conhecimento (Rau, 2011, p 41).
Para Pessoa (2012, p. 27), é possível constatar que o lúdico é um facilitador da aprendizagem, o grande problema na sua utilização é a falta de capacitação dos profissionais em adequar nas aulas algo que as deixem mais dinâmicas. Pode-se observar com o texto acima, a importância da formação continuada por parte dos profissionais da educação.
Muitas vezes é encontrado dentro do quadro de professores, aqueles que já estão a muito tempo trabalhando e não se atentaram as mudanças tecnológicas que aconteceram nos últimos anos, continuam assim, a reproduzir uma maneira de ensino mecânica, pautada apenas no desenvolvimento de exercícios memorizadores, e repetitivos. Sendo que a defasagem se encontra na falta de habilidade em lidar com as mídias digitais oferecidas, ou mesmo pela crença de que aquela seja a melhor maneira de aprender, ou apenas pelo comodismo.
Pessoa ainda diz a respeito:
A falta de políticas públicas e financiamentos educacionais que incentivem a utilização do lúdico como suporte na aprendizagem é um fator responsável pela falta de preparo dos professores, os quais, baseados nos dados obtidos através de questionários, percebem a importância em integrar a teoria a músicas, jogos e até mesmo a programas de computador já preparados para isso, mas que, no entanto, não recebendo o devido treinamento não conseguem utilizá-los corretamente (Pessoa, 2012, p.29).
Niles e Socha (2014, p. 88) diz que o professor poderá, igualmente, organizar atividades que ajudem a criança a descobrir as possibilidades que certos materiais possuem [...], desenvolvendo outros níveis de competência, além de permitir verificar o interesse da criança.
Conclusão
O professor, nesta etapa da educação, tem grande relevância ao conduzir propostas lúdicas, com o objetivo de que as crianças atinjam objetivos determinados e específicos e relação a aprendizagem de assuntos. Assim fazendo, por intermédio do convívio entre os educandos, e desenvolvendo neles a capacidade de absorção e interpretação de alguma temática trabalhada da melhor forma possível.
Nesse contexto Rau (2011), ainda afirma que, é fundamental que o professor estabeleça uma ponte entre a sua própria concepção de ludicidade, com base em suas vivências, e o conhecimento construído a partir de um sólido referencial teórico.
Segundo ela, o professor que inventa jogos estaria para educação como o benzedor está para a medicina. Nesta frase, se torna evidente a necessidade de estudo dos materiais e métodos educativos, para que a educação não seja algo embasada apenas pelo empirismo e práticas aprendidas pelo dia-a-dia, ou seja pela experimentação cotidiana.
Para o uso de brincadeiras, jogos e divertimentos, se requer do profissional o estudo prévio acerca dos benefícios daquele instrumento, em como se convém trabalhar com a ferramenta, em relação ao contexto a ser aplicado, dentre inúmeros outros fatores advindos de pesquisa e estudos sistematizados, para uma boa elaboração de propostas de ensino-aprendizagem.
Desta forma, faz-se necessário que haja integração ao quadro de professores propostas de formação continuada, as quais os professores entrem em contato com medidas educativas novas, ou diferenciadas. Para que sua proposta de ensino esteja aliada as mudanças tecnológicas da criança do século XXI, e tenha conhecimento das influências que cada equipamento pode trazer, os malefícios, os benefícios e a proposta de utilização do meio eletrônico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERREIRA, A. B. H. Aurélio século XXI: o dicionário da Língua Portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
KISHIMOTO, T.M. (org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1996.
NILES, R. B. J.; SOCHA, K. A importância das atividades lúdicas na educação infantil. Ágora, R. Divulg. Cient., v. 19, n. 1, p. 80-94, jan./jun. 2011.
PESSOA, M. de A. O lúdico enquanto ferramenta no processo ensino – aprendizagem. Monografia. UFC: Universidade Federal do Ceará. 2012.
RAU, M. C. T. D. A ludicidade na educação: uma atitude pedagógica. 2. ed. São Paulo: IBPX, 2011. 243 p.
SANTOS, É. A do C. O LÚDICO NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM. Dissertação (Mestrado em Pedagogia) - Universidad Tecnológica Intercontinental (UTIC) Assunción – PY. 2010.
VYGOTSKY, L. 1988. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. Trad. José Cipolla Neto. São Paulo: Livraria Martins Fontes, 1984.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. Trad. M. Resende. Lisboa: Antídoto, 1979.