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EDUCAÇÃO DO CAMPO NO CAMPO NAS CONCEPÇÕES DE PAULO FREIRE

Solange aparecida Guedes
Professora orientadora: Alexandra Magalhaes Frighetto


RESUMO

A educação que existe no Brasil, questão que não é diferente com a reforma agrária; de um modo geral, às famílias apenas recebem as terras, mas não as condições necessárias de permanecer com elas. Esta realidade atinge diretamente o assentamento. O latifúndio e o agronegócio são como um câncer que vem tomando conta de todo o país; o assentamento e a comunidade vêm sofrendo fortes influências, a um constate fluxo de camponeses que não tem condições de permanecer na terra, vendo-se encurralados, vendem ou arrendam suas propriedades causando assim o êxodo rural dando espaço à monocultura da soja e do arroz.Neste contexto construir a escola camponesa exige um olhar sob os diferentes projetos em jogo, que de forma indireta atingem a comunidade. Entre estes, existe o agronegócio que é fruto de um sistema colonial, que historicamente foi se desenvolvendo sob o interesse político, econômico e cultural da classe dominante no campo, caracterizado pelo plantio de monocultura e produção para exportação. Essa política visa o campo como meio de produção de soja, arroz, eucalipto e gado, implantando projetos para tirar as famílias do campo e as levar para a cidade, fechando as escolas, os postos de saúde, negando assistência técnica entre outros direitos necessários para resistir na terra.:

Área de concentração Escolhi o tema educação do campo para os sujeitos do campo porque trabalhei com esse publico ,para mim foi muito bom ter esta experiência. Essa metodologia resgata a riqueza das experiências do educando, sendo assim educando e educador troca as experiências que tem e um com os outros.

Objetivo:
Garantir o acesso dos povos do campo à uma educação básica de qualidade, através de um programa de formação continuada de gestores e educadores do campo.
Objetivos específicos:
Realizar  formação continuada dos educadores do campo, capacitando-os para o trabalho com crianças e adolescentes que vivem no campo.
Promover  ciclo de debates comunitários sobre Educação do Campo,  através de seminários e conferências nos municípios
Realizar  pesquisa  sobre Educação do Campo: Cultura e Territorialidade, produzindo o perfil sobre as políticas e práticas de educação do campo.
Metodologia:
Experiências vividas por mim, pesquisa na internet e livros expressos


PALAVRAS-CHAVE: EDUCAÇAO DO CAMPO PARA OS SUJEITOS DO CAMPO


1 INTRODUÇÃO

A educação do campo no campo esta voltada aos saberes populares os que unem e identifica os diferentes sujeitos da educação do campo porque somos herdeiros e continuadores da luta histórica pela constituição da educação como direito universal para todos. Não basta apenas ficarmos mais sabidos, mais cultos, conhecedores dos problemas do campo da agricultura, da educação. È preciso se desafiar e transformar o conhecimento em ação. Como colocar em prática, como vive os valores, conteúdos e as reflexões, que estamos desenvolvendo enquanto integrantes desta articulação.
O referido Trabalho de Graduação tem como área de concentração área o tema escolhido foi Educação do Campo no Campo nas Concepções de Paulo Freire, onde A Educação assim como contexto de vida humana perpassa por um modelo de vida em que vivemos. Hoje estamos vivendo uma realidade extremamente capitalista que não permite aos indivíduos observar outros horizontes de uma sociedade diferente ate porque o ser social que é determinante ao não ser que cada grupo social percebe outros horizontes a partir de seus estudos e de sua pratica do dia a dia.      
                               
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Educação rural é a educação do campo no campo ocupam o mesmo, mas não tem as mesmas concepções, porem muitos se falam, mas pouco se fazem, os conteúdos são fragmentados, ou seja, colocado na cabeça de todo educando de que campo não é lugar de viver opinião minha.
A primeira e a educação rural, as formas tradicionais de desenvolverem as políticas publicas de educação rural foram desqualificadas da própria existência do campo e dos seus sujeitos. NA escola da educação rural muitas vezes trabalha conteúdos fragmentados, idéias soltas, sem relação entre si e muito menos com a vida concreta são muitos estudos e atividades sem sentido fora de uma totalidade, totalmente que deveria ser exatamente a de um projeto de formação humana opinião própria.
Historicamente, o conceito rural esteve associado a uma educação precária, atrasada, com pouca qualidade e poucos recursos daquele paradigma do rural tradicionalmente. Tinha como pano de fundo um espaço rural visto como inferior educação rural; em suas correntes mais conservadoras, tem uma visão exterior que ignora a própria realidade que se propõe trabalhar. A educação rural foi alvo de interesse dos governantes. Ficando sempre relegada ao segundo ou terceiro plano de apêndice da educação urbana. Foi e é uma educação que se limita a transmissão dos conhecimentos já elaborados e levados aos alunos da zona rural com a mesma metodologia usada nas escolas da cidade (AZEVEDO; JESUS, 2004, p16).

Ainda com Azevedo e Jesus:

A educação rural projeta um território alienado porque os grupos sociais que vivem do trabalho da terra, um modelo de desenvolvimento que os expropria A origem da educação rural esta na base do pensamento lati fundista empresarial, assistencialismo, do controle político sobre a terra e as pessoas que nela vivem. O debate a respeito da educação datas das primeiras décadas do século xx.  Começou no primeiro congresso de apicultura do Nordeste em, 1923, tratava de pensar a educação do campo no campo para os pobres do campo e da cidade no sentido de prepará-los para trabalharem no desenvolvimento da agricultura.
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A educação do campo é incompatível com o modelo de agricultura capitalista que combina hoje no Brasil latifúndio e agronegócio, exatamente porque eles representam a exclusão da maioria e a morte dos camponeses.
Educação do campo combina com agricultura camponesa, com agro ecologia popular e reforma agrária . Este, pois o debate político que nos interessa fazer como combater o latifundiário e a agricultura centrada no negocio, como fortalecer um modelo popular de agricultura, identificando as característica  da produção camponesa que devem ser preservadas .A educação do campo precisa ser uma educação especifica e diferenciada ,isto é alternativa, mas sobretudo ,deve ser educação ,no sentido amplo de processo de formação humana que constrói referenciais culturais e políticas para intervenção das pessoa e dos sujeitos referenciais culturais e políticas para a intervenção das pessoas e dos sujeitos sociais na realidade ,visando a uma humanidade , mais plena  .
A lei de diretrizes básica do número 4.024 de dezembro de 1961 resultou de um debate que se prolongou durante 13 anos, gerando expectativas diversas a respeito do avanço que o novo texto viria apresentar para a organização da educação nacional
A Educação do Campo, construída num espaço de lutas dos movimentos sociais e sindicais do campo, é traduzida como uma “concepção político pedagógica, voltada para dinamizar a ligação dos seres humanos com a produção das condições de existência social, na relação com a terra e o meio ambiente, incorporando os povos e o espaço da floresta, da pecuária, das minas, da agricultura, os pesqueiros, caiçaras, ribeirinhos, quilombolas, indígenas e extrativistas” (CNE/MEC, 2002).
Ao investir na Educação do Campo, as Secretaria da Educação do Estado  deveria assumir o compromisso com uma política especifica que possibilite a universalização do acesso dos povos que vivem e trabalham no/ do campo a uma educação que conduza a emancipação deste segmento da população, num diálogo permanente com os movimentos sociais. O foco das ações está no enfrentamento de dificuldades educacionais históricas, no processo de reconhecimento da identidade das escolas e na construção de um currículo que atenda as especificidades dos povos do campo compreendendo a historia de vida dos sujeitos respeitando ate mesmo seus saberes de berço porque cada sujeito compõe sua historia.
Educação do campo: questões de luta e pesquisa Para iniciar o debate são importantes perceber o aspecto mobilizador de engajamento que vários sujeitos coletivos do campo e comprometidos com ele desempenharam e desempenham no cenário nacional. São várias ações e mobilizações locais, regionais, estaduais e nacionais, que comprovam os valores e os resultados da ação conjunta pode obter rumo à garantia do direito educacional. Nesse aspecto, dentre todos os movimentos sociais, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se destacou pela afirmação do processo educativo em suas lutas. É por isso que, por exemplo, Caldart (2012) afirma que a percepção de que a educação cumpre um papel de destaque e relevância na transformação social não é uma ideia nova, no entanto, a sua valorização nas lutas populares é algo novo na realidade brasileira. Entre 1979 a 1984 ocorreu o princípio de gestação do MST, já que reuniu as experiências pioneiras na área de ocupação de terras e encontros. Em 1984 ocorreu o Primeiro Encontro Nacional do MST em Cascavel no Paraná. Já em 1985 foi realizado seu primeiro Congresso dando início à expansão desse movimento pelo território nacional (FERNANDES, 1999). O tema da educação começou a despertar a atenção do movimento já que uma pesquisa realizada em 1994 e 1995 nos assentamentos e acampamentos do MST mostrou que 29% da população eram analfabetas; 1,6% das crianças terminavam o ensino fundamental e 70% dos jovens e adultos não tinham condições acessíveis à escola. Em 1987 foi realizado o Primeiro Seminário Nacional de Educação, no Espírito Santo com o tema: “O que queremos com as escolas dos assentamentos”. Caldart (2012) afirma que quando o MST cria em sua organização o Setor Educacional, abandona-se uma visão ingênua de que a luta pela Reforma Agrária se dá somente pela luta por um pedaço de terra. Na realidade o objetivo também é a garantia dos direitos sociais e dentre eles o direito à educação que fora negado historicamente à população do campo. Basta lembrarmo-nos do “ruralismo pedagógico” em decorrência do forte crescimento migratório e de urbanização ocorridos durante as décadas de 1910 e1920, em que a educação rural entendia que deveria abranger técnicas de leitura e de realizações matemáticas, sem reflexão do contexto do campo e de suas lutas. Precisamos entender que a mudança em “rural” para “do campo” implica numa postura qualitativamente diferente, isto é, um posicionamento que se vincula à concepção de educação enquanto formação, práxis e reflexão. Esta compreensão dá-se a partir dos movimentos sociais do campo e não do Estado ou de outros entes. Em meados dos anos noventa, o Setor de Educação conseguiu aumentar o número de cursos de alfabetização de jovens e adultos nos assentamentos e acampamentos.
Com o passar dos anos a educação do campo gerou muitas politicas, pois o estado não queria assumir a educação do campo como libertadoras do povo do campo mais com as lutas dos movimentos sociais conseguiram chegar a um acordo com o governo ai começou a criar programas especificas para a educação do campo essa que era pauta dentro dos movimentos sociais do campo assim surgiu o Pronera, projeto especifico para alunos de assentamentos e acampamentos da reforma agrária. O campo da Educação do campo é analisado a partir do conceito de território. Aqui definido como espaço político por excelência, campo de ação e de poder, onde se realizam determinados relações sociais, o conceito de território é fundamental para compreender os enfrentamentos entre a agricultura camponesa e o agronegócio, já que ambos projetam distintos territórios.
Na longa história das comunidades humanas, sempre esteve bem evidente a ligação entre a terra da qual todos nós diretamente, extraímos nossa subsistência, e as realizações da sociedade humana e uma dessas realizações e a Cidade. Como se vê no âmbito de um federalismo nacional ainda frágil financiamento do atendimento escolar na zona rural esta sob responsabilidade da União e passa a contar, nos termos da legislação vigente ,com recursos  vinculados á sua manutenção e desenvolvimento. Naquele momento, ao contrario do que se observa posteriormente a educação rural servia para que os alunos estudasse conteúdos fragmentados colocando conteúdo quase que na marra na cabeça dos alunos  já a educação do campo estuda o sujeito do campo  suas origens  conteúdo que vem com a realidade de cada um.
A educação do campo pensa o campo e sua gente, seu modo de vida, de organização e do espaço geográfico, de sua organização política e de suas identidades culturais,suas festas e seus conflitos.O tratamento da educação do campo está mudando.Os Movimentos Sociais vem fazendo uma longa e tensa caminhada para colocar o campo na agenda pública.
Os estados e mais particularmente os municípios percebem que a gestão da chamada educação rural está a exigir uma redefinição profunda. O ministério da educação passou a preocupar-se em equacionar uma agenda especifica para a educação do campo. Avança, assim, a consciência da necessidade de uma política Pública.
Da educação do campo
Colocar a educação do campo para o povo brasileiro que trabalha e vive no campo como políticapublica o que pode significar esse reconhecimento? Será necessário trazer demasiados dados para reconhecer que a educação do campo apresenta um quadro extremamente critico. Sua histórica precarização vem ficando mais evidente diante de dados tão proclamados sobre a quase universalização do ensino fundamental nos pais e com os avanços do ensino médio
É ainda frequente interpretar esse atraso como uma herança ou como fardo recebido de um passado ainda não superado. Nesta interpretação, assumir essa realidade como política publica significativo apenas corrigir esse atraso através de políticas compensatório. Uma das funções de uma política publica deveria ser superar essas analise incentivar e criar condições para que ultrapassados olhares e imagina tórios sobre o campo, e especialmente sobre a educação Pensamos nas agencias do fomento á pesquisa, nas universidades etc. Exigira, ainda, criar mecanismo para uma visão nova, mas realista, menos estereotipada do campo oriente os diversos agentes da educação: Ministérios, secretarias estaduais e municipais, conselhos de educação. Que uma nova visão oriente a formulação de políticas e formação de profissionais e reorientação de currículos, produção de material didático, etc.
Uma das causas de precarização a quem vem sendo submetida à educação é a visão do campo a que vem sendo submetida à educação é a visão do campo ainda presente na formulação de políticas. Sem corrigir essa visão a formulação de políticas não mudará. Nem sequer esperar que a “modernização”, o agronegócio inspirem políticas publicas de educação parece ser uma boa estratégica.
A escola do campo precisa estar inserida na realidade do seu meio, nos saberes populares da comunidade e nos movimentos sociais. Precisa ser uma escola que tenha a cara dos povos do campo.
Que a terra seja elemento chave, que a cultura, as lutas, que as culturas a historia do campo, sejam ponto de partida para o trabalho em sala de aula.
Então, não é qualquer escola, que apenas limitada ao mundo das primeiras letras, ou com conteúdos que não contribua para a criança e o jovem do campo resgatar sua autoestima de ser agricultor ou agricultora e que o campo e um lugar bom de viver.
Precisa então estar plantada no solo do campo e produzindo conhecimentos sobre a realidade que ajude as pessoas que nela vivem, a transformá-la.A escola devem ser ligados ao mundo do trabalho ao desenvolvimento do campo.Assim teremos conteúdos gerais matemática,língua portuguesa, história, geografia etc., que todos os estudantes aprendam em qualquer lugar do Brasil, e conteúdos específicos de acordo com as características regionais,locais,econômicas e culturais da comunidade que esta inserida.Esta metodologia resgata a riqueza das experiências que se vem se desenvolvendo    roça ,excursões, entrevistas ,reuniões ,dramatizações, observações etc.) recursos (enciclopédias ,livros ,jornais revistas, vídeos, a própria natureza rios ,campos, serras etc.)e espaços a comunidade,florestas,cerrado,roças casa de farinha, postos de saúde monumentos históricos , praças .órgãos públicos etc. vão construindo uma pratica   pedagógica inovadora e adequada á realidade do campo
A Educação do campo se identifica pelos seus sujeitos é preciso compreender que por trás de uma indicação geográfica e de dados estatísticos isolados, esta uma parte do povo brasileiro que vive neste lugar as relações sociais especificas que compõem a vida no e do campo, em suas diferentes identidades e em sua identidade comum; estão pessoas diferentes identidades e em sua identidade comum; estão pessoas de diferentes idades, estão famílias comunidades, organizações, movimentos sociais. A perspectiva da Educação do Campo é exatamente a de educar as pessoas que trabalham no campo, para se encontrarem, se organizarem e assumam a condição do sujeito da direção de seu destino.
Trata-se de uma educação dos e não para os sujeitos do campo. Feita sim ,por meio de políticas públicas, mas construídas com os próprios sujeitos dos direitos  que as exigem.
A afirmação deste traço que vem desenhando nossa identidade é especialmente importante  se levamos em conta  que ,na historia do Brasil, toda vez que houve alguma sinalização de política educacional ou de projeto pedagógico especifico  isto foi feito para o meio rural e sujeitos do campo.
Além de não reconhecer o povo do campo como sujeito da politica e da pedagogia, sucessivos governos tentaram sujeita-lo a um tipo de educação domesticadora e atreladora a modelos econômicos perversos.
Este é um traço de projeto político e pedagógico da educação do Campo que não podemos perder jamais, porque estamos diante de uma grande novidade histórica a possibilidade efetiva de os camponeses assumirem a condição de próprio projeto educativo, de aprenderem a pensar seu trabalho, seu lugar, seus pais e sua educação. É a concretização da pedagogia do Oprimido, talvez entre sujeito, mas legítimos. Entretanto nosso desafio foi desmistificar a escola apenas como espaço físico; a fim de que pudéssemos conhecer esse além foi preciso questionar, ouvir as angústias, frustrações, medos, e necessidades juntamente com o sonho e o desejo de transformação dos sujeitos, que apesar de uma escolaridade baixa, “lêem o mundo” de forma crítica e reconhecem a importância de sua ação como agentes transformadores do meio em que vivem.
    Nesse sentido o aprendizado foi além das perguntas abordadas, pois ocorreu na cozinha, nos intervalos, na mística, no sorriso, nas críticas de quem não se dispôs a fazer parte do grupo de estudo e pesquisa. Apreendemos com cada sujeito, desde os que têm filhos na escola, como também com os senhores e senhoras já idosos que veem a necessidade de construir a escola na comunidade; aprendemos com os diferentes comportamentos da juventude, com seu senso de critica e com as crianças que desfrutam de um sonho colorido e uma perspectiva capaz de superar a realidade incoerente para pintar um mundo mais colorido.
    Dentro dessa discussão sobre a escola que temos o debate com os pais dos alunos evidenciou que estes defendem uma educação diferente, uma vez que para o campo sempre trouxeram o que sobra na cidade. Assim a comunidade fala de uma educação como um instrumento de ampliação, criação e recriação do conhecimento que sempre foi pensado dentro de gabinetes, ou foram feitas pelo Banco Mundial, testados em outros países e mandados para o Brasil.
E o ensino para o capitalismo, que passa para as nossas crianças; é uma maneira de tirar as pessoas do sítio e levar para a cidade. O ensino na cidade não está adequado; são piores, pois as crianças voltam para casa sem saber nada isso e um pouco das experiências por mim vivida Educação do campo e um direito social subjetivo dos povos do campo, como afirmação no campo dos direitos humanos e sociais e não como questão de mercado.
A situação predominante hoje no meio rural brasileiro não deve ser entendida como uma contingência  ou uma circunstância inevitável do atual momento histórico mundial. Ela é numa opção política de nossos governantes e,como tal, possível de mudanças .O grande desafio é vincular a educação ,desde as nossas tímidas experiência alternativas ,com um grande e massivo projeto de critica as escolhas já feitas e de construção de novas opções para o desenvolvimento(também modernizador )de nosso país .Buscar delinear o que seria a proposta de escola do campo no campo é participar desse processo de transformação A nossa família esta sempre se baseando em valores individuais e consumista base que não permite uma relação duradora da vida útil dos seres vamos construir uma educação infantil considerando novos valores e o desafio formando perante tudo o que vivemos

“ninguém sabe tudo e ninguém sabe nada”

Poema
Esta cova em que estas,
Com palmos medida,
É a conta menor que tiraste em vida,
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo, é a parte que te cabe,
Deste latifúndio.
Não é cova grande,
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida .
É uma cova grande
para teu pouco defunto,
Mas estarás mais ancho
que estavas no mundo
É uma cova  grande
para teu defunto parco,
Porem mais que no mundo
te sentiras largo.
É uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
Não se abre a boca.
(Morte e Vida Severina, João Cabral de Melo Neto).

2.1 O QUE É A EDUCAÇÃO NO CAMPO?
Educação no campo é uma modalidade da educação que ocorre em espaços denominados rurais. Diz respeito a todo espaço educativo que se dá em espaços da floresta, agropecuária, das minas e da agricultura e ultrapassa, chegando também aos espaços pesqueiros, a populações ribeirinhas, caiçaras e extrativistas. E é destinada às populações rurais nas diversas produções de vida já citadas, assim como serve também como denominação a educação para comunidades quilombolas, em assentamento ou indígena. Na educação no campo, é preciso considerar a diversidade contida nos espaços rurais, contemplando no currículo escolar as características de cada local, bem como os saberes ali presentes(FERNANDES, 1999, p. 6) .
Neste evento reflete-se sobre as políticas educacionais em âmbito nacional e sobre o termo “educação do campo”. Há no campo um expressivo movimento pedagógico, com experiências escolares inovadoras coladas às raízes populares, às matrizes culturais do povo do campo. A educação escolar ultrapassa a fase "rural", da educação escolar "no" campo e passa a ser "do" campo. Está vinculada a um projeto democrático popular de Brasil e de campo. Realiza-se uma relação visceral entre as mudanças na educação e os ideais do Movimento Social. Vai-se, portanto, além da "escolinha de letras" (ler, escrever, contar) para se trabalhar participativa e criativamente um projeto de Brasil, um projeto de Campo, resgatando e valorizando os valores culturais típicos do povo do campo. Há uma mobilização local, regional e nacional procurando garantir uma "educação básica do campo", portanto com novos conteúdos, novos processos pedagógicos, novo enfoque na tarefa dos professores, das professoras, das famílias, da comunidade e dos próprios educandos. (ARROYO; FERNANDES, 1999, p. 6) 659 Paulo Freire e educação do campo: da invasão Rafael Rossi à ocupação cultural para a liberdade. É importante afirmar que o MST é um movimento social de fundamental importância no Movimento de Educação do Campo. No entanto, também ocorre a parceria e companheirismo de luta a partir de outros movimentos como: o Movimento dos Atingidos pelas Barragens (MAB), o Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), sindicatos de trabalhadores rurais e federações estaduais desses sindicados vinculados à Confederação dos Trabalhadores da Agricultura (CONTAG), o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais – vinculado à CONTAG, a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), além de uma série de outras organizações. Uma particularidade do MST é que conjuga em sua organização diversa profissional que apoiam a luta pela Reforma Agrária: o geógrafo, o advogado, o educador, o padre etc. Exemplo disso é a obra intitulada: “Dicionário da Educação do Campo” que se trata de um esforço coletivo, cuja elaboração contou com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, a Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Ao todo são 107 pesquisadores ligados à luta pela terra que contribuem em formar os 113 conceitos/verbetes relacionados à Educação do Campo. Os organizadores (Roseli Salete Caldart, Isabel Brasil Pereira, Paulo Alentejano e Gaudêncio Frigotto) afirmam que o objetivo deste livro é esclarecer algumas categorias e conceitos que permitem entender a Educação do Campo como um esforço dos movimentos sociais de luta pela terra como uma educação condizente com o território camponês que habitam e labutam. Esta obra é um referencial teórico importante no que se refere à análise que pretenda entender de maneira mais ampla a luta pela educação, inserida por sua vez, na luta pela terra. Esse processo inevitavelmente envolve a luta de classes que por meio da abordagem crítica do presente livro enriquece a leitura e instiga a reflexão preocupada com os interesses da classe trabalhadora camponesa, em seu cotidiano territorializado (ROSSI, 2012).
No ano de 2004 surge a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) vinculada ao Ministério de Educação e Cultura. Nesta secretaria há a Coordenação Geral da Educação do Campo, responsável pelo reconhecimento das demandas do campo e suas especificidades. No âmbito do governo federal, alguns projetos são exemplos da importância da mobilização desses sujeitos coletivos nas várias conferências e eventos Programa de Apoio à Formação Superior: com a Licenciatura em Educação do Campo (PROCAMPO). Este programa apoia a criação de cursos em instituições públicas do país voltados para a formação de educadores do campo; • Programa Escola Ativa: Tem como objetivo contribuir na melhoria escolar em classes multisseriadas. Pro Jovem Campo – Saberes da Terra: Permite que jovens agricultores familiares tenham qualificação profissional. Participam os que não concluíram o ensino fundamental e possuem de 18 a 29 anos; com o objetivo, dessa maneira, de combater as desigualdades educacionais do campo; Ainda em 2004 ocorreu a II Conferência Por uma Educação Básica do Campo em Luziânia (GO), com a participação das entidades diversas entidades. O tema deste evento foi “Por uma Política Pública de Educação do Campo” em que houve a defesa do caráter de políticas públicas universais que reafirmem a garantia dos direitos, ao invés, da disseminação de políticas compensatórias. Somente com o artigo n. 10 das DOEBEC (Diretrizes Operacionais para Educação Básica nas Escolas do Campo) que aparece o pensamento sobre a necessidade da escola criar mecanismos para que a comunidade local, órgãos de gestão educacionais, movimentos sociais e demais setores da sociedade possam participar na sua gestão escolar. Essa legislação e o decreto n. 7.352 que institui a Política Nacional de Educação do Campo e o Programa Nacional de Educação em áreas desde Reforma Agrária (PRONERA) ajudam a compreender a importância dos eventos, encontros, conferências e seminários, já que surgiram a partir de encaminhamentos e mobilizações dessas atividades coletivas de discussão. Não é surpreendente que Arroyo (2006) venha argumentando que a educação do campo problematiza a educação em sentido amplo, mais que a educação escolar formal. No ano de 2010 surge o Fórum Nacional de Educação do Campo, como importante espaço de socialização de experiências de lutas educacionais e organização política coletiva. Também podemos lembrar a Escola Feminista do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em Luziânia (GO), que com o grito “mulher conscientizada, semente germinada, sociedade transformada” vem mobilizando em torno de 70 militantes de 15 estados brasileiros diferentes. Reafirma-se a luta contra o agronegócio e por uma sociedade com equidade de gênero. Paulo Freire e educação do campo: da invasão Rafael Rossi à ocupação cultural para a liberdade Cristiano Amaral Garbogginidi Giorgi CAMPO-TERRITÓRIO: revista de geografia agrária, v. 9, n. 17, p. 652-671, abr., 2014. A partir da existência de luta, na vida produtiva, os homens e mulheres se educam, no entanto, também precisam se articular a outras esferas, para que sua percepção crítica possa ser enriquecida e a ação transformadora possa congregar outros sujeitos e se territorializar em outros contextos. Daí a importância em percebermos as diferenças entre a educação que parte do campo e uma educação pensada para o campo. A seguir, sistematizamos alguns elementos chave para pensarmos nestas duas distinções. a) Educação do campo Interesses a partir dos: movimentos sociais, populações do campo, movimentos sindicais. Campo enquanto: território, lugar de cultura, saberes, da diversidade e da vida. Perspectiva educacional: Fundamenta-se na preocupação da formação humana, com a emancipação e a consciência crítica, coletiva e atuante, a partir da mobilização da Pedagogia do Oprimido, objetivando a libertação de toda sociedade. Tem por base a teoria da ação dialógica Modelo de desenvolvimento agrário: Agricultura camponesa, produção de vários gêneros alimentícios em pequenas propriedades, preocupa-se com o mercado interno, não utiliza agrotóxico nem sementes modificadas, trabalha com a ideia de “soberania alimentar”. Paradigma da questão agrária2: acredita que o capitalismo em seu desenvolvimento desigual e contraditório cria, diferencia e recria o campesinato. Discute perspectivas de superação da insustentabilidade e das desigualdades geradas pelo agronegócio. Gestão educacional e políticas públicas: tem como objetivo estimular a participação das populações do campo na elaboração de tais iniciativas, trabalha com o sentido grego clássico de política (CORTELLA; RIBEIRO, 2010). (Reconhece e respeita o território b) Educação para o campo Interesses a partir de: grupos privados ligados ao agronegócio, políticos que apóiam esse modelo de desenvolvimento agrário. Campo enquanto: local e matriz para a produção para abastecer o mercado externo; paisagem homogênea; não há vida. Perspectiva educacional: meio para capacitar tecnicamente os trabalhadores camponeses para atender as demandas do capital. Estimula a competição, o empreendedorismo, o individualismo e dissemina suas ações através de “marketing empresarial”. Trabalha na prática enquanto uma “educação bancária” como apontada pela crítica freireana, visando através deste tipo de educação manter a subordinação do campesinato. Baseia-se na teoria da ação antidialógica. Modelo de desenvolvimento agrário: agronegócio, produção de monocultura, dependência ao mercado internacional, alto nível de mecanização da produção, se utiliza de transgênicos e agrotóxicos, visa a maximização do lucro e a exploração da classe trabalhadora, trabalha com a idéia de “segurança alimentar Paradigma do capitalismo agrário: não discute as desigualdades sociais e não apresenta soluções e/ou reflexões para sua superação. Estimula o ensino técnico profissionalizante. Gestão educacional e políticas públicas: exclui a participação das populações do campo, reforçando assim o conceito de idiótes. Estrutura-se na gestão empresarial .
O ponto de partida poderá ser reconhecer que o campo é outro e esta a exigir novas políticas. Há tensões profundas. O agronegócio, as lutas pela terra, os movimentos sociais, o avanço da conseqüência dos direitos etc. deixam mais evidentes a precariedade e a vulneridade da garantia dos direitos mais básicos da condição humana: terra, trabalho. Vida, Saúde, Alimentação, Educação...
Esta consciência não é expressão do tão proclamado atraso dos povos do campo, ao contrario pode ser vista como uma modernização política que exige um equacionamento novo de políticas publica que dêem conta desse avanço da consciência dos direitos dos povos do campo.
A materialidade de origem da Educação do Campo projeta/constrói uma determinada totalidade de relações que lhe são  constitutivas .Antes ou junto de uma concepção de campo porque ,neste caso, como pensamos o campo pensamos a educação; se pensamos o campo como latifúndio não temos como pensar a Educação do Campo; se pensarmos a Reforma  Agrária como uma política social compensatória apenas ,não vamos pensar em um sistema público de educação para os camponeses.
A teoria pedagógica historicamente surgiu para dar conta da intencionalidade da formação do ser humano capaz de ser sujeito construtor de um determinado projeto de sociedade.
A Educação do campo somente se tornara uma realidade efetiva, como ideário,projeto educativo e política publica de educação, se permanecer vinculada aos movimentos sociais porque essa política de educação que se ver por ai é só para enganar o povo porque esse modelo não é um modelo de verdade alunos ainda continua presos com os conteúdos da cidade o modelo dessa educação continua se opondo os sujeitos do campo incomoda ate a maneira dos sujeitos do campo se vestirem infelizmente professores despreparados trabalhando no campo com visão de que o campo não é lugar para se viver enquanto que eu acredito que o melhor lugar de se viver é no campo quem diz que um aluno pode se formar e sair do campo ate um doutor pode se viver no campo toda população formada se quiser pode viver no campo trabalhando com sua gente. Educação, apóia a meritocracia e a privatização do ensino e não reconhece o campo como território. AGRO - NEGÓCIO A síntese anterior demonstra de modo sintético as principais diferenças entre os posicionamentos político-educacionais em disputa no campo. Atentarmos para essas divergências é fundamental para compreender intencionalidades, condicionantes, interesses e discursos de grupos que intentam a subordinação das populações do campo e os movimentos sociais que lutam pela emancipação e libertação rumo a uma sociedade com maior justiça social e que seja mais saudável. Cortella e Ribeiro (2010) nos explicam que no grego clássico o conceito de idiótes (que dá origem à palavra idiota) se refere ao indivíduo que só se preocupa com a vida privada e não participa da vida política na cidade. Político, por sua vez, é justamente o contrário, isto é, aquele que exercita essa vida pública de participação e engajamento. Trazemos essa reflexão neste debate, pois a educação do campo trabalha com preceitos de envolvimento e participação das populações do campo na elaboração e acompanhamento dos projetos políticos pedagógicos e das políticas públicas que envolvam o campo, resgatando o político dessa forma. Já a educação para o campo, não visa essa interação, já que possui de antemão um programa de iniciativas totalmente formatado, não se preocupando com a opinião e interesses dessa população, reforçando o caráter idiota de tais empreitadas. É importante entendermos as visões e proposições paradigmáticas neste debate. Por isso, o Paradigma da Questão Agrária entende dialeticamente que o capital se expande e se desenvolve de maneira plural e heterogênea, neste aspecto, o estudo da territorialização do capitalismo no campo, a partir da ótica das lutas de classes, permite compreender os processos de perseguição e difamação dos movimentos sociais da classe trabalhadora camponesa, já que a concentração de renda se dá através da concentração de terras. Assim esse paradigma compreende perspectivas para a superação dessas desigualdades (FERNANDES, 2008). Compreendendo essas diferenças e a história dos trabalhadores camponeses organizados na luta por uma educação que não massacre sua cultura, é preciso agora explicitar os posicionamentos presentes no pensamento de Paulo Freire que contribuem nessa reflexão emancipatória e culturalmente libertadora. Paulo Freire: cultura enquanto saber, cultura enquanto luta! O pensamento através dos escritos e das práticas desenvolvidas do educador Paulo Freire em muito enriquecem o debate e nos abrem “janelas” a uma análise que verdadeiramente se comprometa com uma mudança social na valorização da educação do campo, em prol de um cenário com maior justiça social no campo. Três elementos primordiais são selecionados neste escrito que permitem o diálogo entre Freire e a educação do campo, a saber: a dimensão política da educabilidade, a cultura popular enquanto aspecto emancipatório e os vínculos afetivos como princípios que unem os trabalhadores camponeses organizados em seus movimentos sociais. O mito da neutralidade da educação, que leva à negação da natureza política do processo educativo e a tomá-lo como um que-fazer puro, em que nos engajamos a serviço da humanidade entendida como uma abstração, é o ponto de partida para compreendermos as diferenças fundamentais entre uma prática ingênua, uma prática "astuta” e outra critica. Do ponto de vista critico, é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Isto não significa, porém, que a natureza política do processo educativo e o caráter educativo do ato político esgotem a compreensão daquele processo e deste ato. Isto significa ser impossível, de um lado, como já salientei uma educação neutra, que se diga a serviço da humanidade, dos seres humanos em geral; de outro, uma prática política esvaziada de significação educativa. (FREIRE, 1989, p. 15) Esse alerta de Freire (1989) permite ser associado à discussão da educação no campo. Tentativas e ações pensados por grupos que não representam e não partem das necessidades das populações camponesas, constituem-se em práticas da educação para o campo, enquanto que aquelas nascidas das lutas em acampamentos, assentamentos e ocupações, forma-se em atitude crítica de “leitura do mundo”. Tarefa essa realizada de modo coletivo e contínuo entre os movimentos sociais, justamente porque compreenderam que: “não ser possível pensar, sequer, a educação, sem que se esteja atento à questão do poder.” (FREIRE, 1989, p. 16).
Pensar a educação, e lutar pela educação camponesa, requer repensar o campo e projetar o futuro de um campo com gente pra gente, com a soberania da terra, do trabalho, da água, e da semente, e seus “frutos”.  Onde o trabalho (não alienado) tem a tarefa de humanizar e moldar a natureza a serviço da humanidade.
Somos convocados a pensar a educação além da escola, da sala de aula, transformando a roça, a reza, as lutas, o trabalho, a moradia, as cantigas em um fazer pedagógico que educa e reeduca permanentemente às pessoas, num processo de partilha de conhecimentos entre gerações, preservando princípios e valores que cultivam a autonomia e o jeito de ser camponês.
Historicamente a escola traduz a vontade e os interesses das classes dominantes em verdades que não podem ser recusadas, como por exemplo, a obediência às autoridades, aos senhores de escravos, as ditas autoridades, que a professora sabe tudo e  as crianças devem  seguir tudo o que ela ensina. A criança passa  a pensar do mesmo jeitinho que o rico pensa e passam a gostar de saborear  o almoço e o jantar dos ricos , mesmo não tendo  quase nada na mesa.
Ao contrario do que propõe a elite, nós do MPA acreditamos que nós camponeses e camponesas, explorados, negados, temos que ser capazes de superar o medo de falar em público, de não gostar de ler, de participar das conversas sobre que está  acontecendo no mundo, de participar da mobilização, de descobrir porque tem ricos e pobres no mundo, de começar a escrever o que pensamos, o jeito como vemos as coisas que estão ao nosso redor.
Quando  a  elite fala o tempo todo que as crianças não devem ficar no  trabalho, ela está nos impondo uma   compreensão de trabalho  que não é aquela vista a partir das diferentes  culturas, das diferentes visões de mundo de cada povo  afasta as  crianças desta relação íntima com a natureza.
É impossível educar para a responsabilidade, para a toma de consciência do mundo que está ao nosso entorno, sem nossa inserção no mundo, sem nossa participação no processo de elaboração das coisas por meio do trabalho. Todas as crianças e adolescentes precisam, urgentemente, serem despertadas para o  trabalho como  ação libertadora,  criativa, de  estar produzindo comida  as condições que favoreçam
A educação camponesa se vincula a um projeto de sociedade que afirma o campesinato como uma classe social, que no conjunto da classe trabalhadora busca contrapor o sistema capitalista e suas formas de dominação, exploração e expropriação do conhecimento a serviço de seus interesses.
A educação camponesa não tem uma receita é um processo pedagógico que nasce no cotidiano das comunidades camponesas pautada por suas necessidades, seus princípios e valores que preservam a história e identidade do campesinato. Fundamenta-se nos princípios da educação popular, na solidariedade de classe, na convicção pela causa, em que é possível transformar a realidade através da práxis-reflexão e prática.


3 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia que utilizada foi baseada na experiência que tive com a educação do campo,
bibliografias diversas e internet.
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4  RESULTADOS E DISCUSSÃO

A educação que existe no Brasil, questão que não é diferente com a reforma agrária; de um modo geral, às famílias apenas recebem as terras, mas não as condições necessárias de permanecer com elas. Esta realidade atinge diretamente o assentamento. O latifúndio e o agronegócio são como um câncer que vem tomando conta de todo o país; o assentamento e a comunidade vêm sofrendo fortes influências, a um constate fluxo de camponeses que não tem condições de permanecer na terra, vendo-se encurralados, vendem ou arrendam suas propriedades causando assim o êxodo rural dando espaço à monocultura da soja e do arroz.
Neste contexto construir a escola camponesa exige um olhar sob os diferentes projetos em jogo, que de forma indireta atingem a comunidade. Entre estes, existe o agronegócio que é fruto de um sistema colonial, que historicamente foi se desenvolvendo sob o interesse político, econômico e cultural da classe dominante no campo, caracterizado pelo plantio de monocultura e produção para exportação. Essa política visa o campo como meio de produção de soja, arroz, eucalipto e gado, implantando projetos para tirar as famílias do campo e as levar para a cidade, fechando as escolas, os postos de saúde, negando assistência técnica entre outros direitos necessários para resistir na terra.
    Contrariando esse projeto, a agricultura camponesa é uma prática da localidade que busca em sua raiz milenar um projeto de campo capaz de levar em conta uma relação respeitosa entre ser humano e natureza, defendendo o campo como um espaço de vida, história, valores, colocando a escola, a saúde, a política e a economia a serviço do coletivo — de um educar que parte da necessidade que move o cotidiano.
    Porém, não se concilia escola camponesa com agronegócio. Tampouco existiria escola camponesa sem agricultura camponesa, uma vez que a ligação do trabalho familiar é objeto de estudo da escola que é comprometida com um educar que provoque a afirmação da identidade camponesa e classe. A escola é importante para a comunidade, porém ela não é mais que a comunidade, pois ali tem diferentes sujeitos, culturas, desejos, influências políticas e econômicas, embora as diferentes pessoas da comunidade tenham em comum ser camponeses e camponesas onde a escola é um elo capaz de reunir todos respeitando as diferenças.
    A partir dos estudos realizados com as famílias sobre o Estatuto da criança e do adolescente, a LDB, (Leis de diretrizes e Bases) e a Constituição Federal, a comunidade aponta sua visão sob as leis e a sua própria atuação afirmando que:
As leis são feitas pelos grandes parlamentares, pois favorece somente seus filhos. Ninguém agiu, se o povo se unir e executar irá ameaçar quem projeta e quem manda, só executa para o lado deles. Existe uma falta de união do povo para reivindicar seus direitos, o povo desacreditou e com isso aconteceu o mando e desmando das autoridades. Se a escola estivesse na comunidade não precisaria do ônibus estar rodando, os pais poderiam estar acompanhando as crianças, com esses ônibus os pais não podem acompanhar porque os motoristas não autorizam os pais entrarem para acompanharem seus filhos. (Caderno de campo, 14 de março de 2007).
Essa reflexão da comunidade mostra que as leis não foram feitas para atender seus interesses, e que nem sempre a comunidade se organiza para agir quando são burlados pelo poder público, ou mesmo, em alguns casos, quando as conseqüências atingem diretamente seus filhos. A falta de informações e escolarização da comunidade é conseqüência de uma política que engaveta os direitos das pessoas e não os torna público afim de que o povo não o exerça; é o que podemos exemplificar no artigo 205 da Constituição Federal ao afirmar que “a educação é um direito de todos e dever do estado” (BRASIL, 1989, p.91), caso que não acontece na realidade da comunidade camponesa.
    Pelo que vemos as leis já existem a tempo, sendo que lei nenhuma resolve sem vontade política, sem participação popular. Se as pessoas já nascem com o direito de estudar não seria necessário reivindicar, nem preciso que se pedisse ao governo para construir escola para o povo. Assim, quando a comunidade fala da escola camponesa, quebra o paradigma da escolinha rural; fala-se então de uma escola de qualidade, equipada a fim de atender a necessidade de seus interlocutores e protagonistas.
    A concepção de escola camponesa nasce da indignação da escola que temos, uma vez que essa exclui e não se identifica com as famílias camponesas. Além de se localizarem na cidade, com infraestruturas inadequadas, salas superlotadas e ônibus velho, defende em sua concepção, um modelo de educação que não educa para vida, não se compromete com as questões sociais, omitem a realidade e vêem o campo como um atraso e a cidade como moderna. Ao contrário dessa idéia a Via Campesina , afirma:

Temos clareza que somos nós que alimentamos nossas famílias, nossas comunidades, e a nação. Não negamos o valor de quem trabalha na cidade, mas estamos afirmando que não somos atrasados, que não somos “jeca tatu”, ou merecedores de meia educação. Há um conjunto de relações sociais que forma o campo e isso devem entrar pelas portas das escolas e ir ate a cozinha escolar, biblioteca, sala de diretor e práticas pedagógica (2006, p.17).
   
Nesse sentido, a escola atual não corresponde na opinião da comunidade aos valores que se formam na relação diária entre seres humanos e o que constituem a identidade camponesa que significa viver o que vive o povo do campo, sentir o que o povo sente fazer parte de suas lutas e necessidades. Assim a comunidade afirma que:
A escola deve ser camponesa, defender a natureza e conhecê-la, voltada para o modo de viver na terra. Buscando o melhor jeito de viver preservando os valores e a cultura camponesa conhecendo as histórias do passado, e que a comunidade possa participar dessa escola. (Caderno de campo, 11 de maio de 2007).
    Ao analisarmos o sentido crítico dessa manifestação da comunidade, percebemos sua capacidade de realizar uma leitura de sua própria realidade. Isso deixa claro que:

O sujeito do campo adquiriu um conjunto de riqueza produzida pelos próprios homens, dentre elas a consciência que pode ser um fato alienado o constitui se em poderoso instrumento na leitura de mundo e de si mesmo. Nesse sentido compete lhe a escola assumir parte do que lhe é direito e obrigação viabilizando aqueles que frequentam a mediação (...) necessária à formação da consciência que as condições de vida estão a solicitar. (PALANGANA, 1995, p. 27).

    Isso quer dizer que a escola por si só não forma a consciência, mais cabe a ela buscar a consciência emancipadora dos seres humanos tornando-se um instrumento de classe para construir o ato de desalie nação a uma projeção que “cria e recria” as ideias pela chamada consciência de classe. Como diz Gadotti e Torres (2000, p.15-16):

A qualidade dessa escola deverá ser medida não apenas pela quantidade de conteúdos transmitidos e assimilados, mas igualmente pela solidariedade de classe que se tiver construindo, pela possibilidade que todos os usuários da escola – incluindo pais e comunidade – tiverem de utiliza-la como espaço para elaboração de sua cultura.

Portanto o cerne da escola camponesa está na sua concepção popular, na busca de um saber que nem sempre está nos livros ou na cabeça do educador e da educadora, mas no cotidiano do coração e mente dos educandos desafiados a participar juntamente com a alegria, solidariedade “numa democracia que celebra a vida” justa e solidária.
Uma escola do campo não é afinal um tipo diferente de escola, mas sim a escola reconhecendo e ajudando a fortalecer os povos do campo como sujeitos sociais que também pode ajudar no processo de humanização do conjunto da sociedade com suas lutas, suas historias, seus trabalho as, sua culturas, seu jeito (...) ajudar a construir a escola do campo é fundamentalmente ajudar a construir os povos do campo como sujeitos. (CALDART e BENJAMIM, 2001, p. 66).
    Ao lutarem pela escola camponesa os sujeitos da comunidade percebem que é significativo não ter que sair da roça para estudar na cidade e que a luta pela escola está vinculada com diferentes demandas de luta dos camponeses como estradas, saúde, lazer, energia, políticas agrícolas e comercialização. Significa ver o seu próprio campo de batalha, que a saída não é mudar de comunidade como outras pessoas da localidade já fizeram. Embora a escola não ensine tudo, mas é um espaço que pode recuperar e construir essa cultura. Principalmente a cultura de estudar e socializar o conhecimento. Dessa forma, quanto mais à escola abre horizontes dos educandos mais estará desempenhando seu papel para a construção de uma nova democracia. Para CALDART, (2004, p. 34).

Construir uma escola do campo significa pensar e fazer a escola desde o projeto educativo dos sujeitos do campo, Tendo cuidado de não projetar para ela sua materialidade própria, não permite trazer pra dentro das escolas as matrizes pedagógicas ligadas às práticas sociais, combinar estudo com trabalho, com cultura, com organização coletiva, com postura de transformar o mundo.
   
Durante a pesquisa sobre a escola camponesa as palavras que a comunidade mais destacava eram: “trabalho, terra e cultura”. Essas três palavras são bases da identidade camponesa; o trabalho constitui o ato de transformar a natureza e dar continuidade a existência humana; a terra recorda a memória de luta de conquista e ao mesmo tempo a mãe geradora de vida onde as famílias camponesas tiram seu sustento, a cultura lembra o jeito de ser, de olhar o mundo, as fases da lua, a música, a celebração do sol e da chuva, da produção, das comemorações, dos mutirões, das lutas, das visitas, dos hábitos que passam de geração para geração.
    Por isso quando a comunidade afirma que a escola tem que ser no campo, não quer apenas que seus filhos estudem no campo, mas como afirmam as famílias que participaram dos debates, querem que os filhos aprendam na escola a lidar com o “trabalho, a terra e a cultura”; que aprendam a viver no campo, a gostar do campo, projetar sua vida e sua história; que a escola possa formar seres humanos que constroem o saber a partir do seu saber, que projete o campo e a máquina a serviço das pessoas, não as pessoas a serviço da máquina.
A escola precisa ajudar a enraizar as pessoas em sua cultura: que pode ser transformada recriada a partir da interação com outras culturas, mas que precisará ser conservada: por que não é possível trabalhar formação humana suas raízes e vínculos: por que sem identificar as raízes não há como ter projetos. Isto quer dizer que a escola deve trabalhar com a memória do grupo e suas raízes culturais; Isto quer dizer também que se deve ter uma intencionalidade específica na resistência à imposição de padrões culturais alienígenas, no combate a dominação cultural (CALDART, 2004, p.45).
A finalidade da Educação do Campo, portanto, é oferecer uma educação escolar especifica associada à produção da vida, do conhecimento e da cultura do campo e desenvolver ações coletivas com a comunidade escolar numa perspectiva de qualificar o processo de ensino e a  finalidade da Educação do Campo, portanto, é oferecer uma educação escolar especifica associada à produção da vida, do conhecimento e da cultura do campo e desenvolver ações coletivas com a comunidade escolar numa perspectiva de qualificar o processo de ensino e aprendizagem finalidade da Educação do Campo, portanto, é oferecer uma educação escolar especifica associada à produção da vida, do conhecimento e da cultura do campo e desenvolver ações coletivas com a comunidade escolar numa perspectiva de qualificar o processo de ensino e aprendizagem.
A educação do campo não precisa ser dentro de uma escola, pode acontecer num barracão da comunidade, na igreja nas casas de educandos, isso e porque eu trabalhei 3 anos dentro de um barracão da comunidade fazia visitas nas casas dos educandos para trabalhar sem veneno tínhamos uma horta comunitária que os próprios educandos,criamos frangos semi caipira o projeto sustentava 32 educandos onde as verduras era da própria escola pro jovem campo.
Esse trabalho foi feito através das experiências que tive dentro de sala de aula onde adquirir muitas experiências com os educandos da escola que trabalhei e com pesquisas que fiz e também com as experiências que adquirir com o coletivo de educação do campo dentro do Estado de Mato Grosso e movimentos socias do campo do qual faço parte

4  CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reconhecer os sujeitos históricos que compõem as classes do sujeito do campo na condições demandatarios de direitos,reconhecer que tais sujeitos do campo são homens e mulheres que mantém um protagonismo na sociedade brasileira carregadas de trajetórias diversas de conquistas e fracassos que conformam os sujeitos históricos que são.
Por fim creio que e necessário que a educação do campo seja repensada para o campo com os sujeitos do campo,com materiais especifico para o campo no campo
5  CONCLUSÃO
Para pensar o campo brasileiro com sua diversidade é necessário retomar historicamente os fatos e compreender como ao longo dos anos a relação com o campo foi se instituindo. Com isso é necessário perceber qual educação está sendo oferecida no meio rural e qual a concepção de educação está presente nessa oferta.
Ao concluir meu trabalho pude perceber que a educação do campo esta muito longe do que pensamos e fora da realidade para o campo

 

REFERÊNCIAS

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ARROYO, Miguel Gonzalez. A educação básica e o movimento social do campo, Coleção Por uma Educação Básica do Campo, vol. 2. Brasília, 1999.

AZEVEDO,Monica Castanha de; JESUS, Sonia Meire Azevedo de.Educação do Campo. Brasília DF Por Uma, 2004.

Brasília – DF: Ministério de Desenvolvimento Agrário, 2006. CALDART, Roseli Salete. Educação do campo. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.; ALENTEJANO, P.; FRIGOTTO, G. (org.) .

CALDART, Roseli Salete. Pedagogia do Movimento. In: CALDART, R. S.; PEREIRA, I. B.;
CORTELLA, Mario Sergio; RIBEIRO, Renato Janine. Política para não ser idiota. São Paulo: Papirus, 2010. 139p.

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FERNANDES, Bernardo Mançano;FREIRE, Paulo. Política e Educação. São Paulo. Editora Cortez, 1993.

HACKBART, Rolf. Apresentação. In: SANTOS, C. A. (org.) Campo – Políticas Públicas – Educação, Coleção Por uma Educação Básica do Campo, vol. 7.Brasília ,

INCRA; MDA, 2008 Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST. Nossa concepção de educação e de escola. Dossiê MST-Escola, Setor de Educação do MST, 2001.

MOLINA, Mônica Castagna. A contribuição do PRONERA na construção de políticas públicas de educação do campo e desenvolvimento sustentável. Brasília, 2003. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável) – Universidade de Brasília, Brasília, 2003.

ROSSI, Rafael. Resenha – Dicionário da Educação do Campo. Revista Pegada, vol.13, n. 02, p. 228-231, 2012.

MOLINA, Monica. Castagna. (Org.). Educação do campo e pesquisa: Questões para Reflexão.
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SANTOS, Boaventura de S. Um discurso sobre as ciências; Edições Afrontamento, 1996.

SANTOS, M. A natureza do espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4. ed. São Paulo: EdUsp, 2006. Recebido em 23/08/2013 Aceito para publicação em 03/03/2014

 

 

 

 

 

APÊNDICE
FOTO 1 alunos numa roda de conversa apos terminar trabalho(Tudo maiúsculo)

2 fonte alunos do projovem da comunidade

 

 

3alunas almoçando


4 HORTA COMUNITARIA PRODUZINDO SEM AGROTOXICOSHORTA COMUNITARIA PRODUZINDO SEM AGROTOXICOS

5 ESSAS FOTOS É DE UM CAMPONES PRODUZINDO ALIMENTOS SAUDAVEIS SEMAGROTOXICO ALUNO DO PROJOVEM CAMPO

TANQUE DE PEIXE