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Educação Física e saúde pública na Revista Brasileira de Ciências do Esporte

Ana Flavia Cruvinel Mano
Cleandra Ines Pasquali
Fabiane Bays da Rocha
Mirian Inês Bays Fernandes
Poliana Machado Balke

Resumo

Este estudo visa analisar a produção científica veiculada na Revista Brasileira de Ciências do Esporte desde a sua primeira publicação em 1979 até o ano de 2018, referente à temática “saúde pública”. Mais especificamente buscou-se identificar e analisar as características e tendências dos trabalhos, no que se refere aos autores, às temáticas, ao ano de publicação e em qual sessão foi publicado. Os resultados indicam uma baixa publicação na RBCE no que diz respeito Educação Física e Saúde Pública. Concluiu-se que ao observamos o papel da Educação Física enquanto fator educacional para a busca e conscientização de um estilo de vida saudável há a necessidade dessa temática ser mais discutida nas pesquisas científicas tanto de caráter qualitativo quanto quantitativo.


Palavras-chave: Produção Científica. Saúde Pública. Educação Física.


1. INTRODUÇÃO


Historicamente podemos dizer que o homem dependia de sua força, velocidade e resistência para sobreviver. No período pré-histórico as constantes migrações em busca de moradia e alimentação faziam deles seres extremante ativo fisicamente. Na antiga Grécia a atividade física era desenvolvida para treinamento de guerra ou de gladiadores. No início do século XX surge na Europa a atividade física escolar na forma de jogos, danças e ginástica. Iniciando, então, diversos métodos de exercícios físicos.

No Brasil a atividade física iniciou com a idéia do indivíduo saudável com uma boa postura e aparência física. Na década de 30 com o militarismo, os programas de atividade física escolar privilegiavam a eugenia da raça. Logo em seguida em 1940 a Educação Física inicia-se na área pedagógica. Em 1970 surge a tendência esportiva na Educação Física visando formar equipes esportivas competitivas influenciadas pelo bom desempenho de algumas equipes desportivas no exterior (PITANGA, 2002).

Assim percebemos que a atividade física relacionada à saúde e qualidade de vida nunca chegou a ser privilegiada no contexto da Educação Física nacional.

Em seu trabalho Pitanga (2002) buscou relacionar a epidemiologia com a atividade física e saúde, após estudos epidemiológicos em que ressaltavam fatores multicausais de risco destacou-se o sedentarismo como fator determinante de agravos à saúde.

De acordo com os artigos revisados por Pitanga (2002) vários estudos observacionais sugerem forte associação entre atividade, aptidão física, estado clínico e longevidade. Assim a atividade física relacionada à saúde aparece como um dos meios que poderia modificar o risco dos indivíduos para adoecerem.

Ao concluir o autor ressalta que esses estudos podem identificar estratégias de intervenção para adoção e manutenção de atividade física, com ênfase para propostas de aderência aos exercícios físicos e seu impacto sobre a saúde pública.


1.2 A ATUAÇÃO MULTI E INTERPROFISSIONAL


Nos estudos de Jardim, Sousa e Monego (1996) modificar hábitos de vida é interferir na qualidade de vida das pessoas, na sua forma de viver e, em última instância, na sua própria concepção de saúde. Sugere, portanto, a ação de uma equipe multiprofissional, com a qual o paciente será submetido a informações com enfoques diferentes. Assim teremos um indivíduo bem orientado, com a possibilidade da incorporação de hábitos adequados de vida e, quando necessário, do uso correto dos medicamentos prescritos. Esse benefício será estendido a toda a equipe de saúde que será enriquecida pela troca de informações, reforços mútuos e estímulos trazidos pelo sucesso alcançado.

Na formação da equipe multiprofissional é necessário que o paciente tenha participação ativa sendo considerado ponto principal do tratamento. A equipe deve estar envolvida nos cuidados ao paciente visando propiciar uma melhor atenção ao mesmo (JARDIM; SOUZA; MONEGO, 1996).

De acordo com os autores supracitados, a equipe multiprofissional poderá ser constituída de médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, profissional de educação física, atendentes e funcionários administrativos.

Segundo Jardim, Sousa e Monego, (op.cit.) trabalhar em equipe significa conhecer o papel que cada um desempenha e saber da importância que cada um tem no desenvolvimento do projeto como todo visando a melhora completa da indivíduo.

Uma nova concepção de saúde importa uma visão afirmativa, que a identifica com bem-estar e qualidade de vida, e não simplesmente com ausência de doença. A saúde deixa de ser um estado estático, biologicamente definido, para ser compreendida como um estado dinâmico, socialmente produzido (BUSS, 2002). Tal situação vai de encontro com a definição de saúde proposta pela Organização Mundial de Saúde que é definida como um completo bem estar físico, psíquico e social.

Assim como Jardim, Sousa e Monego (op.cit.), Buss (2002) afirma que “a intervenção visa não apenas diminuir o risco de doenças, mas aumentar as chances de saúde e de vida, acarretando uma intervenção multi e intersetorial sobre os chamados determinantes do processo saúde-enfermidade: eis a essência das políticas públicas saudáveis”. (p. 174)


1.3 O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA


Atualmente, a Educação Física busca contemplar, além do treinamento de aptidões físicas e esportivas, trabalhos corporais que proporcionam resultados importantes na área da saúde e em aspectos psico-sociais dos indivíduos (LACERDA, 1995 apud BATTAGLION NETO, 2003, p.14).

Recentemente, obtivemos o reconhecimento da Educação Física no contexto da Saúde Pública, dado pelo Conselho Nacional da Saúde


[...]. baseado na 8º Conferência Nacional de Saúde e na interdisciplinariedade do SUS, aceitando os profissionais da Educação Física como integrantes da área da saúde, tendo direito, portanto, a atuar e disputar recursos nessa área, conforme resolução 218, de 6/3/97, do Diário Oficial da União de 5/5/97 (BATTAGLION NETO, 2003, p.13).

No entanto de acordo com Battaglion Neto (op.cit.) é notória a deficiência de conteúdos e estratégias com suporte teórico científico de modo a proporcionar conhecimentos sobre as práticas pedagógicas, epidemiologia social, relações humanas, políticas de saúde, dentre outros, instrumentalizando o trabalho multiprofissional em Saúde Pública, no processo de construção e transformações do modelo de atenção à saúde do indivíduo e da coletividade.

Para Battaglion Neto (op.cit.) os princípios da promoção em saúde procuram atuar no cotidiano da população, buscando os determinantes das causas de riscos para a saúde, focalizando os locais onde as doenças específicas podem se desenvolver. Através dos cuidados primários em saúde, caracteriza-se com ações de diversos métodos de comunicação, educação, legislação e fiscalização, envolvendo profissionais de saúde em geral. Para a World Health Organization (1986), a promoção em saúde é um processo de envolvimento das pessoas para aumentar e melhorar o controle sobre a saúde e a qualidade de vida.

Entretanto, promover saúde envolve a incorporação de objetivos das políticas públicas e da ação social, cabendo, também, ao profissional de Educação Física papel de ator fundamental no fomento a integração dessas ações mediadoras para assegurar os meios necessários à criação de ambientes favoráveis, promovendo mudanças no estilo de vida (BATTAGLION NETO, 2003).

De acordo com Battaglion Neto (op.cit.) a partir de 1990, houve uma aceitação total pelas organizações profissionais, comunidade médica e o reconhecimento público sobre a importância do exercício físico na saúde. Porém, os profissionais da área encontram três grandes dificuldades para atuarem. Primeiro, o público ainda está confuso sobre qual atividade física é mais bem recomendada para a saúde. Segundo, ainda há um elevado número de pessoas que continuam totalmente sedentárias, houve um aumento geral de praticantes entre 1970 e início de 1990. Finalmente, os recursos destinados à atividade física ficam para trás no dinheiro gasto com relação aos outros aspectos da saúde (HOWLEY ; FRANKS, 2000 apud BATTAGLION NETO, 2003, p.38).

Diante do exposto, vários estudos mostram que existem evidências da importância da atividade física na saúde, trazendo benefícios com efeitos antropométricos, neuromusculares, metabólicos e psicológicos. De acordo com Florindo e Araújo (1997), a Educação Física poderia atuar como parte interdisciplinar na área da saúde, inclusive em centros de saúde à comunidade, orientando a prática de exercícios físicos, em consonância com as características populacionais e regionais.

Assim este artigo tem como objetivo analisar, na perspectiva técnico-metodológica e teórico-epistemológica, a produção científica veiculada em estudos publicados nos periódicos da área de Educação Física, mais especificamente na Revista Brasileira de Ciências do Esporte (RBCE), no período de 1979 a 2018, referente à temática “saúde pública”.

A opção por desenvolver um estudo que analisasse os periódicos está no fato de essas publicações serem importantes veículos de difusão do saber produzido nos programas de pós-graduação e em outras instâncias de produção do conhecimento. Além disso é um meio de fácil acesso para relacionar os estudos à época em que foram construídos e a partir disso conhecer melhor o contexto histórico e o porquê das mudanças nas temáticas pesquisadas.

Neste sentido, a definição pela RBCE deve-se ao fato de essa revista se constituir em uma publicação oficial do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), entidade esta que representa os profissionais da área da Educação Física em todo o país.

Segundo Silva (1990), os estudos de caráter epistemológico podem ser entendidos como aqueles que tratam de questões sobre as ciências, os processos de produção do conhecimento e a pesquisa científica, portanto, configuram-se como o “ [...] estudo crítico-reflexivo dos processos do conhecimento humano, possui elementos que, aplicados à pesquisa científica, lhe permitem questionamentos e análises constantes, o que é fundamental para o desenvolvimento das ciências e fornece subsídios para que seja aprimorada a pesquisa básica” (p.11).

Este estudo se caracteriza como uma pesquisa de caráter epistemológico do tipo bibliográfico-documental visto que a fonte de coleta de dados é a RBCE e os artigos relacionados à temática “Saúde Pública” publicados entre 1979 e 2018.
.
A questão central deste estudo pode ser assim formulada: quais as características técnico-metodológicas e teórico-epistemológicas dos artigos publicados na RBCE com a temática “Saúde Pública” no período de 1979 a 2018.

As principais técnicas para coletar os dados foram: o levantamento documental e bibliográfico. As etapas previstas para a coleta de dados foram as seguintes:
- identificação dos trabalhos com o tema saúde pública por meio da leitura de todos os sumários das revistas analisadas;
- leitura integral dos estudos identificados;
- registro dos dados em ficha elaborada de acordo com as questões formuladas para o estudo;
- análise dos dados coletados.

Os dados dos artigos selecionados foram coletados a partir de uma ficha adaptada dos estudos de Silva (1990 e 1997) e Sousa (1999), contendo os seguintes itens:
a) ano de publicação;
b) autor;
c) título;
d) temática;
e) problemas priorizados;
f) objetivos gerais.

A amostragem do estudo foi obtida pela técnica de seleção estratificada e sistemática. A partir da seleção, os trabalhos foram organizados em ordem cronológica, conforme suas datas de publicação.

 


2. A RBCE E O TEMA SAÚDE PÚBLICA


Após a análise foram identificados, no período de 1979 a 2018 um total de 1090 trabalhos publicados sendo que 43 estudos abordaram a questão da temática saúde pública. Verificou-se que, no período de 1979 a 1991, não foram publicados artigos que enfocassem a discussão da saúde pública. É necessário ressaltar que no ano de 1991 não houve publicações da revista. No ano de 1990 em um estudo publicado na seção “resumos de dissertações e teses” a referida temática passou a estar presente, ainda de maneira discreta, nos textos publicados na RBCE. (QUADROS 1 e 2).


Ano
Número de estudos com a temática
Estudos sobre saúde pública
1979
01
-
1980
16
-
1981
12
-
1982
12
-
1983
09
-
1984
10
-
1985
09
-
1986
16
-
1987
07
-
1988
13
-
1989
04
-
1990
13
01
1991
-
-
1992
08
03
1993
04
-
1994
17
01
1995
10
-
1996
18
02
1997
15
03
1998
13
02
1999
07
-
2000
24
-
2001
23
02
2002
35
-
2003
38
-
2004
31
-
2005
33
-
2006
35
05
2007
36
-
2008
38
-
2009
42
01
2010
62
03
2011
51
-
2012
66
03
2013
69
03
2014
63
05
2015
56
-
2016
56
01
2017
60
06
2018
58
02
TOTAL
1090
43
QUADRO 1: Demonstrativo do ano e número de estudos publicados na RBCE relacionados e não relacionados à saúde pública.

Durante a consulta no material selecionado – RBCE - destacou-se um trecho publicado na parte de editorial do periódico veiculado em maio de 1986 v.7, n.3, o qual divulga a intenção por parte das autoridades políticas / governo a inclusão do profissional de Educação Física no âmbito da saúde pública. Tal movimento foi intitulado “Programa Nacional de educação em saúde através do exercício físico e esporte” sob responsabilidade do Ministério da Saúde e Ministério da Educação. Dentre outros objetivos o programa pretendia:
- melhorar a qualidade de vida da população através do exercício físico e do esporte;
- educar e motivar a comunidade para o binômio exercício físico e saúde;
- incentivar a prática de exercício na empresa;
- realizar, incentivar e apoiar trabalhos de pesquisa na área de exercício físico e saúde;
- avaliar os efeitos do exercício físico e do esporte na saúde da comunidade.

Um dos primeiros passos do programa seria formar e reciclar uma equipe multidisciplinar sendo o profissional de Educação Física fator principal para promover saúde através do exercício físico e do esporte (p. 86). No entanto ao verificarmos atualmente é pequena a presença desse profissional no setor primário da saúde.

 

Ano
Artigos sobre saúde pública
Resumo teses e dissertações

Ponto de vista
Resenha
1979
-
-
-
-
1980
-
-
-
-
1981
-
-
-
-
1982
-
-
-
-
1983
-
-
-
-
1984
-
-
-
-
1985
-
-
-
-
1986
-
-
-
-
1987
-
-
-
-
1988
-
-
-
-
1989
-
-
-
-
1990
-
01
-
-
1991
-
-
-
-
1992
02
-
01
-
1993
-
-
-
-
1994
-
01
-
-
1995
-
-
-
-
1996
-
01
-
01
1997
01
01
01
-
1998
-
01
01
-
1999
-
-
-
-
2000
-
-
-
-
2001
02
-
-
-
2002
-
-
-
-
2003
-
-
-
-
2004
-
-
-
-
2005
-
-
-
-
2006
05
-
-
-
2007
-
-
-
-
2008
-

 

2009
01

 

2010
03

 

2011
-

 

2012
01


02
2013
03

 

2014
05

 

2015
-

 

2016
01

 

2017
05


01
2018
02

 

TOTAL
31
05
03
04
QUADRO 2: Demonstrativo do número de publicações com a temática saúde pública de acordo com as sessões da revista.

As revistas científicas apresentam, em suas estruturas, diferentes formas de publicações e divulgação do conhecimento, como sessões de: artigos, resenhas, ponto de vista, ensaio, entrevistas, opiniões dentre outras. Após a análise dos estudos verificou-se um total de 43 estudos relacionados à temática saúde pública dentre os quais 31 foram publicados na seção artigos, 05 em resumos de dissertações e teses, 03 em ponto de vista e 04 em resenhas. (QUADROS 2 e 3).

Dentre o material pesquisado, ou seja, as revistas publicadas no período de 1979 a 2018 do órgão CBCE encontramos a publicação do mês de maio do ano de 2006 cuja temática do livro foi intitulada “Saúde, sociedade e educação física/ ciências do esporte”. Nesta obra foram encontrados 05 (cinco) artigos abordando temas relacionados à saúde/ saúde pública. Neste momento observamos a busca em suscitar debates críticos sobre diferentes temas da saúde, com enfoques sobre o desenvolvimento de outras concepções teórico-metodológicas no campo da Educação Física. (QUADRO 3).

No decorrer dos anos notou-se uma mudança no que diz respeito às publicações pois estas não eram mais norteadas por um tema específico. Ao analisarmos o tema proposto nesse estudo notamos um crescente aumento das pesquisas relacionando Educação Física e saúde podendo ser comprovado com os trabalhos encontrados a partir do ano de 2010 onde há uma presença constante da temática proposta. (QUADRO 3).

No que se refere aos autores que apresentaram estudos enfocando o tema saúde pública destacou-se Aguinaldo Gonçalves com seis publicações divididas em todas as sessões da revista durante o período analisado. (QUADRO 3).


ANO
SEÇÃO PUBLICADA
AUTOR (ES)
TÍTULO


1990


Resumo teses e dissertações

Antônio Carlos Franceschatti
Trabalho sedentário: um problema para a saúde do trabalhador – estudo eletomiográfico dos músculos reto anterior da coxa e bíceps femural (porção longa)

 

 

 


1992


Artigo
Markus V. Nahas, Édio L. Petroski, Joaquin F. de Jesus, Osni J. da Silva


Crescimento e aptidão física relacionada à saúde em escolares de 7 a 10 anos – um estudo longitudinal.

 


Artigo
Aguinaldo Gonçalves, Henrique L. Monteiro, Flavia M. G. Ghirotto, Edgard Matiello Jr.

 


Múltiplas alternativas na relação saúde-atividade física

Ponto de vista
Yara Maria de Carvalho

A relação saúde / atividade física: subsídios para sua desmistificação
1994
Resumo teses e dissertações
Yara Maria de Carvalho

O mito atividade física / saúde

1996

Resenha
Aguinaldo Gonçalves

Atividade Física e saúde: apreciações e contribuições formais

Resumo teses e dissertações
Sandra Soares Della Fonte

Cultura corporal e saúde: um discurso ideológico

 

 

1997

Artigo
Aguinaldo Gonçalves, Edgard Matiello Jr.


A corrida para a saúde: poluição ambiental no coração do problema


Ponto de vista
Sandra Soares Della Fonte, Robson
Loureiro


A ideologia da saúde e a Educação Física

Resumo teses e dissertações
Aguinaldo Gonçalves, Edgard Matiello Jr.

Treinamento físico militar e aptidão física relacionada à saúde: estudo a partir de conscritos do tiro de guerra 02-40 Sorocaba-SP

 


1998
Resumo teses e dissertações
Francisco José Gondim Pitanga

Associação entre nível de prática de atividade física e variáveis de aptidão física relacionada à saúde


Ponto de vista
Giovani Lorenzi Pires, Aguinaldo Gonçalves, Edgard Matiello Jr.


Alguns olhares sobre aplicação do conceito de qualidade de vida em Educação Física/ Ciências do esporte de modo especial


2001

Artigo

Yara Maria de Carvalho
Atividade física e saúde: onde está e quem é o “sujeito” da relação


Artigo
Alexandre Palma
Educação Física, corpo e saúde: uma reflexão sobre outros “modos de olhar”

 

 

 

 

 


2006

 

 

 

 

 


Artigo
Paulo Evaldo Fensterseifer

Corporeidade e formação do profissional na área da saúde


Alexandre Palma, Diego C. Ferreira, Marcos Bagrichevsky e Helder G. de Resende


Dimensões epidemiológicas associativas entre indicadores socioeconômicos de vida e prática de exercícios físicos


Yara Maria de Carvalho

Saúde, sociedade e vida: um olhar da educação física


Michele Carbinatto e Wagner Wey Moreira


Corpo e saúde: a religação dos saberes


Fabiana F. de Freitas, Fernanda K. Brasil e Cinthia L. da Silva


Práticas corporais e saúde: novos olhares

2009
Artigo
Edivaldo Góis Junior
Modernismo, raça e corpo: Fernando de Azevedo e a Questão da saúde no Brasil (1920-1930)

 

 

 

 

 

2010

 

 

 

 

 

Artigo
Alexandre Palma, Murilo Mariano Vilaça

O sedentarismo da epidemiologia


Suélen Barboza Eiras, William Hey Alexandre da Silva, Doralice Lange de Souza, Rosecler Vendruscolo

Atores de adesão e manutenção da prática de atividade física por parte dos idosos


Jadson de Oliveira Lima, Vânia Fonseca, Dartagnan Pinto Guedes

Saúde de escolares do ensino médio de Barro dos Coqueiros, Sergipe, Brasil

 


2012

 


Resenha
Sílvia Maria Agatti Lüdorf, Alan Camargo Silva

Autogestão da saúde e do corpo: a influência do paradigma biomédico


Rita Maria dos Santos Puga Barbos
Resenha do livro “atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de vida ativo”, de Markus Vinicius Nahas

 

 

Artigo
Vladimir Schuindt da Silva, Edio Luiz Petroski, Israel Souza, Diego Augusto Santos Silva

Prevalência e fatores associados ao excesso de peso em adultos do brasil: um estudo de base populacional em todo território nacional

 


2013

 


Artigo
Mathias Roberto Loch, Camila Guerreiro Rodrigues, Denilson de Castro Teixeira

E os homens? E os que moram longe? E os mais jovens? ...? Perfil dos usuários de programas de atividade física oferecidos pelas unidades básicas de saúde de londrina-PR


Heraldo Simões Ferreira, Braulio Nogueira de Oliveira, José Jackson Coelho Sampaio

Análise da percepção dos professores de Educação Física acerca da interface entre saúde e a educação física escolar: conceitos e metodologias


Fabiana Fernandes de Freitas, Yara Maria de Carvalho, Valéria Monteiro Mendes

Educação Física e Saúde: aproximações com a clínica ampliada

 

 

 

 

 

2014

 

 

 

 

 

Artigo
Antonio Carlos Santos da Silva, Zenilda Nogueira Sales, Ramon Missias Moreira, Eduardo Nagib Boery, Washington da Silva Santos, Jules Ramon Brito Teixeira

Representações sociais de adolescentes sobre ser saudável


Luciane Cristina Arantes da Costa, Joao Ricardo Nickenig Vissoci, Larissa Menezes Modesto, Lenamar Fiorese Vieira

O sentido do esporte para atletas de basquete em cadeiras de rodas: processo de integração social e promoção de saúde


Airton José Rombaldi, Marcelo Cozzensa da Silva, Samuel Carvalho Dumith, Virgílio Ramires Viana, Pedro Curi Hallal

Fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em estudantes de Educação Física ingressantes e formandos


Alexandre Palma, Murilo Mariano Vilaça, Monique Ribeiro de Assis

Excertos sobre o sedentarismo


Alex Fialho, Aline Vilarinho Montezi, Fabiana Follador e Ambrosio, Tânia Maria José Aiello-Vaisberg

O imaginário coletivo de estudantes de educação física sobre vida saudável

 

 

 

 

2016

 

 

 

 

Artigo
Jurema Gonçalves Lopes de Castro Filha, Ana Karine Pires Miranda, Francisco Farias Martins Júnior, Herikson Araujo Costa, Karla Régia Ferreira Viana Figueiredo, Mario Norberto Sevilio de Oliveira Junior, João Batista Santos Garcia

Influências do exercício físico na qualidade de vida em dois grupos de pacientes com câncer de mama

 

 

 

 

 


2017

 

 

 

 

 

 

 

Artigo

 


Natália Boneti Moreira, Oldemar Mazzardo, Gislaine Cristina Vagetti, Valdomiro de Oliveira, Wagner de Campos

Associação entre dependência do exercício físico e percepção da qualidade de vida no basquetebol master brasileiro

 

Moane Marchesan, Rodrigo de Rosso Krug, Aline Rodrigues Barbosa, Airton José Rombaldi

Percepção de pacientes em hemodiálise sobre os benefícios e as modificações no comportamento sedentário após a participação em um programa de exercícios físicos

 

Thacia Ramos Varnier, Ivan Marcelo Gomes
Entre ações e discursos: a recepção dos usuários às informações de um programa de educação em saúde da rede pública na cidade de Vitória/ES

 

Luiz Alberto dos Santos Ferreira, José Geraldo Soares Damico, Alex Branco Fraga

Entre a composição e a tarefa: estudo de caso sobre a inserção da educação física em um serviço de saúde mental


Maria Isabel Brandão de Souza Mendes, Nádia Souza Lima da Silva, Marcos Santos Ferreira, Maria Aparecida Dias, Alexandre Palma, Giannina do Espírito‐Santo, Carlos Alexandre Vieira, Paula Nunes Chaves

Em pauta a produção do Grupo de Trabalho Temático Atividade Física e Saúde do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (1997‐2011)

Resenha
Carlos Herold Junior
Avaliar as práticas corporais no campo da saúde: o que podem os diálogos entre educação física e saúde coletiva

 

 

 


2018

 

 

 

 


Artigo

 


Vitor Antonio Cerignoni Coelho, Marta Aurora Mota e Aquino, Maria Imaculada de Lima Montebelo, Rute Estanislava Tolocka

(Des) Valorização da atividade física na pré‐escola por professores


Jorge Azevedo, Eduardo Mundstock

Efeitos da prática orientada de exercícios físicos em pacientes do SUS no município de Canela, Brasil
QUADRO 3: Demonstrativo do ano, seção publicada, autores e títulos dos trabalhos publicados na RBCE relacionados à saúde pública.


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Além da tradicional atuação em escolas, clubes e academias, de acordo com Florindo e Araújo (1997), a Educação Física poderia atuar como parte interdisciplinar na área da saúde, inclusive em centros de saúde à comunidade, orientando a prática de exercícios físicos, em consonância com as características populacionais e regionais.

Apesar de muitos indivíduos terem consciência que a atividade física, quando realizada de maneira regular, propicia benefícios das funções respiratórias e cardiovasculares, poucos são os que efetivamente submetem-se a um programa regular e orientado por profissionais. Esta situação constatou-se em estudo realizado por Battaglion Neto e Piovesan (2001),

De acordo com Patê e colaboradores (1995) apud Battaglion Neto (2003, p.41), é necessário que as comunidades, instituições e organizações de saúde pública consigam efetivamente promover atividades físicas através de programas educacionais que facilitem as situações para as pessoas se tornarem mais ativas. Neste aspecto, a Educação Física deve centralizar suas ações nas estratégias de promoção em saúde.

A Educação Física insere-se neste projeto, procurando integrar atividades físicas direcionadas à concepção abrangente de saúde, convertendo-se em modelo facilitador ao alcance das metas que se propunham a esta ação, como meio positivo e dinâmico na melhoria de qualidade de vida, através de programas de exercícios físicos para desempenhar importante papel na prevenção, conservação e melhoria da capacidade funcional dos indivíduos, visando o auto cuidado e a responsabilidade pela própria saúde (BATTAGLION NETO, 1998).

Em vista disso, é essencial e necessário que o profissional de educação física se aprimore na sua formação profissional, de modo a proporcionar conhecimentos sobre práticas pedagógicas, sociológicas, antropológicas, epidemiologia social, relações humanas, políticas de saúde, dentre outros, instrumentalizando-se para o trabalho interdisciplinar em Saúde Pública, no processo de construção e transformações do modelo de atenção à saúde do indivíduo e coletividade.

Além disso o professor de Educação Física atuando nas escolas deve ter um olhar para formar cidadãos conscientes de suas atitudes que procuram adquirir hábitos saudáveis visando uma qualidade de vida onde há a prevalência da saúde e conhecimento dos riscos de uma vida sedentária.

Ao considerar que as pesquisas possibilitam conhecer além das matrizes que orientam os estudos, o perfil da produção científica também fornece a aplicabilidade do conhecimento produzido e os problemas e necessidades da pesquisa no Brasil.

A partir dos dados obtidos neste estudo propõe-se a continuação do mesmo buscando analisar a temática “Educação Física e Saúde Pública” em outros veículos de divulgação de conhecimentos que contemple a área específica da saúde pública e, assim, traçar um parâmetro sobre a situação e condição atual do profissional de Educação Física atuando com um fator importante na questão saúde / doença no setor público da saúde.

Para tanto há a necessidade da temática Saúde Pública e Educação Física ser mais enfocada nas pesquisas científicas tanto de caráter qualitativo quanto quantitativo principalmente no que concerne à atuação do profissional de Educação Física nesta área visto que poucos estudos fizeram referência a esta questão.

 


REFERÊNCIAS

BATTAGLION NETO, Ângelo. A inserção da Educação Física em um Programa de Saúde Pública. 1998. 94 p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 1998.

_______ . O conhecimento e a prática dos acadêmicos da Educação Física com atuação na Saúde Pública. 2003. Tese (doutorado) - Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

BATTAGLION, A. N.; PIOVESAN, M. A. Efeitos de um Programa Multidisciplinar de Reeducação Funcional, Nutricional e Psicológica. In: Congresso de Educação Física Adaptada, 4, São Carlos, 2001.

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