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A IMPORTÂNCIA DE BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Vanessa Santos Aparecido1
Denise Castro2
Lorrana Cristina Castro Oliveira3

RESUMO

Este artigo busca um estudo aprofundado e histórico sobre qual a importância do brincar na educação infantil. Nesta perspectiva brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode produzir o seu cotidiano. O ato possibilita o processo de aprendizagem da criança, pois facilita a construção da reflexão, da autonomia e da criatividade, estabelecendo, desta forma, uma relação estreita entre jogo e aprendizagem. Realizou-se uma pesquisa considerando as contribuições de autores como ROJAS (2007), ANDRADE (2007) E KISHIMOTO (1996), entre outros. Desta forma, este estudo proporcionará uma leitura mais consciente acerca da importância do brincar na vida do ser humano, e, em especial na vida da criança. Conclui-se a importância da brincadeira é uma linguagem natural das crianças e é importante que esteja presente na escola desde da educação Infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas.
Palavras-Chave: Brincar. Aprendizagem. Escola.

 

 

Introdução

O presente trabalho tem como objetivo conhecer o significado de qual a importância do brincar na educação infantil, conceituar os principais termos utilizados para designar o ato de brincar, tornando-se também fundamental para compreender o universo lúdico.

Nesta perspectiva, construíram-se questões que nortearam este trabalho:

• Qual a importância de brincar em linguagem no desenvolvimento?

• As relações afetivas deve-se desenvolver na brincadeira na educação infantil?


Brincar, é “divertir-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, também pode ser “entreter-se com jogos infantis”, ou seja, brincar é algo muito presente nas nossas vidas, ou pelo menos de veria ser. Assim, através do brincar a criança pode desenvolver capacidade importante como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
Neste sentido, o objetivo central deste estudo foi analisar qual a importância do brincar, pois, segundo os autores pesquisadores, este é um período fundamental para a criança no que diz respeito ao se desenvolvimento e aprendizagem da forma significativa.
Conforme ROJAS,
Reafirma que o brincar é essencial à criança. Revela-se de diversas formas, buscando maneiras, contextos, símbolo, objetos, movimentos revelador do sujeito que nos habitar, constitui auxílio na boa formação infantil, nos aspectos emocional, intelectivo, social, e físico. (ROJAS. 2007).

Com base nessas considerações, para realizar este trabalho, utilizei a pesquisa bibliográfica, fundamentada na reflexão de leitura de livros, revista e site, bem como pesquisa de grandes autores referentes a este tema.
O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Vygotsky (1991) Rojas (2007), Zanluchi (2005), Lucena (2004), Andrade (2007), Khishimoto (1996) e Piaget (1980).

 

 

Desenvolvimento

O brincar faz parte da vida e, ao oferecemos à criança a possibilidade de brincar, oferecendo muito mais do que o ato em si mesmo, visível aos olhos. A criança por intermédio da brincadeira, das atividades lúdicas, atua, mesmo que simbolicamente, nas diferentes situações vividas pelo ser humano, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.
Através do brincar a criança pode desenvolver capacidade importante como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação, ainda propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.
A brincadeira infantil assume uma posição privilegiada para a análise do processo de constituição do sujeito, rompendo com a visão tradicional de que ela é uma atividade natural de satisfação de instintos infantis.
ROJAS (2007), reafirma que a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir novos significados. Nas situações em que a criança é estimulada, é possível observar que rompe com a relação de subordinação ao objeto, atribuindo-lhe um novo significado, o que expressa seu caráter ativo, no curso de seu próprio desenvolvimento.
Zanluchi (2005) afirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.
Quando a criança brinca, muitas coisas acontecem, pois ela mergulha no mundo mágico da infância, onde tem o poder de revelar suas visões de mundo, suas descobertas, seu encantamento, sua alegria, além, é claro, de compartilhar ideias e sentimentos, pelo simples prazer e vontade de experimentar.
Conforme o mesmo documento ao brincarem, as crianças recriam e repensam os acontecimentos que deram origem as brincadeiras, superando gradativamente suas aquisições e ampliando seu tempo e se espaço. A criança explora seus sentimentos, tenta compreender o desconhecido, por isso ela precisa brincar para se sentir segura. Mas cabe ao educador explorar, orientar a construção do conhecimento, dando oportunidade à criança de expressar suas múltiplas linguagens.
O professor de educação infantil, como mediador, deve ajudar as crianças a organizarem melhor suas informações, bem como proporcionar condições para a aquisição de novos conhecimentos, possibilitando sempre atividades lúdicas que sejam realmente interessantes para os educando. Pois é através das brincadeiras que a criança tem acesso às informações importantes sobre a realidade infantil, essenciais para este período.
A melhor maneira de propiciar o desenvolvimento da criança enquanto ser em construção, é através do lúdico.
Conforme relata ROJAS (2007):

O lúdico é à base de toda atividade da educação de infância, pois é meio de motivação para criança, que pode dar origem a processo de aprendizagem importante, fonte de descoberta e prazer. Ludicidade é a espontaneidade em trabalhar, fazendo a comunicação entre a fantasia, o brincar real. A realidade jogando com falas e palavras, gestos e expressões enseja verdadeiro prazer em aprender.

As atividades desenvolvidas de uma forma lúdica proporcionam uma aprendizagem prazerosa que vai modelando e resinificando o real através do imaginário. É através de atividades lúdicas que elas irão explorar muito mais sua criatividade, em função de ser uma linguagem que facilita a comunicação da criança consigo mesma e com o mundo.
Conforme relata VYGOTSKY (1991), a criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida criança, pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em relação às restrições situacionais.
Os jogos, brinquedos e brincadeiras são atividades fundamentais da infância, para isso, é importante que a escola dê as condições adequadas visando a promover situações compatíveis com as necessidades apresentadas pelas crianças e oportunizando estimulação para seu desenvolvimento integral.
Para Piaget (1980) o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam possam transformar a realidade. Nas brincadeiras, de acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, elas podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.
O educador deve desempenhar o seu papel em relação ao brincar na Educação Infantil e é imprescindível que saiba como faz isso.
Brincar é uma atividade paradoxal: livre, imprevisível e espontâneo, porém, Ao mesmo tempo, regulamentada; meio de superação da infância, assim como modo de constituição da infância; maneira de apropriação do mundo de forma ativa e direta, mas também através da representação, ou, seja da fantasia e da linguagem (WAJSKOP 1995).
O primeiro paradoxo contido no brinquedo é que a criança opera com um significado alienado numa situação real. O segundo é que, no brinquedo, a criança segue o caminho do menor esforço. Ela faz o que mais gosta de fazer, porque o brinquedo está munido de prazer.
Acredita que a educação infantil é tudo, significa tudo aprender e tudo fazer para que esse trajeto educacional se torne realidade.
Assim, como cita VYGOTSKY.
Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio num sistema de comportamento social e, sendo dirigido a objetivos definidos, são retratadas através do prisma do ambiente da criança. O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo ( VYGOTSKY, 1984).
Crianças gostam de brincar em sua casa sozinha, com os amigos e, eventualmente com um adulto significativo para elas, desde que não interfira muito. Brincar é sua forma de ser e estar no mundo. É nas brincadeiras que ela encontra sentido para sua vida, é nelas que as coisas se tornam, são construídas de muitos modos e repetidas tantas vezes quantas a criança quiser.
As brincadeiras humanizam as crianças e possibilitam, ao seu modo e ao seu tempo, compreender e realizar, com sentido, sua natureza humana, bem como o fato de pertencerem a uma família e uma sociedade em determinado tempo histórico e cultural. A criança pode, através das brincadeiras, imaginar, imitar, criar ou jogar simbolicamente e, assim, vai reconstruindo em esquemas verbais ou simbólicos tudo aquilo que desenvolveu durante os primeiros anos de vida. Com isso, pode ampliar seu mundo estendendo ou aprofundando seus conhecimentos para além do seu próprio corpo, pode encurta o tempo, alarga espaços, substituir objetos, criar acontecimento.
Além disso, pode entrar no universo de sua cultura ou sociedade aprendendo costumes, regras e limites. As brincadeiras devem ser incorporadas aos conteúdos diários possibilitando tudo o que a criança merece aprender e de forma prazerosa.
A Educação Infantil é o melhor lugar para que isso ocorra de forma planejada e organizada e com objetivos concretos, sem, dispensar a presença do educando, mas também de maneira suave para que a criança não perca o prazer do brincar devido a tal presença.
Dessa forma, oferecer diversos tipos de brinquedos aos educandos já é o inicio de um projeto educativo. Porém, é indispensável a observação do educador na ação de brincar para que, quando necessário, possa reestruturar suas hipóteses e fazer novas propostas de trabalho que visem incitar a atividade mental, social e psicomotora e, com isso, garantir que a criança evolua no nível em que se encontra-se tanto no que diz respeito à aprendizagem de conteúdos, quando no seu desenvolvimento.
Através do brincar, a criança explora seus sentimentos, quando brinca, está construindo seu mundo inteiro, e quando crescer conseguirá saciar sua sede de emoções.
A ciência descobriu agora que o desenvolvimento do cérebro se dá através das experiências que as crianças faz no brincar. É ai que ela desenvolve as sinapses necessárias na escola, aprender a ler, escrever, calcular.
Sendo assim, fica claro que o brincar permite à criança buscar soluções além da sua naturalidade para os problemas apresentados, facilitando o desenvolvimento da aprendizagem.

Conclusão
Concluiu-se que a brincadeira, o brinquedo e o jogo proporcionam, é fundamental como mecanismo para desenvolver a memória, a linguagem, a atenção, a percepção, a criatividade e habilidade para melhor desenvolver a aprendizagem. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de concentrar-se, dentre outras habilidades. Nessa perspectiva, as brincadeiras, os brinquedos e os jogos vêm contribuir progressivamente para o desenvolvimento das estruturas psicológicas e cognitivas do aluno.
Enquanto brinca a criança tem a oportunidade de organizar seu mundo seguindo seus próprios passos e utilizando melhor seus recursos. Brincar é uma necessidade do ser humano; quando brinca ele pode aprender de um modo mais profundo, pode flexibilizar pensamentos, pode criar e recriar seu tempo e espaço consegue adaptar-se melhor às modificações na vida real podendo incorporar novos conhecimentos e atitudes.
A brincadeira é uma linguagem natural da criança e é importante que esteja presente na escola desde a educação infantil para que o aluno possa se colocar e se expressar através de atividades lúdicas considerando-se como lúdicas as brincadeiras, os jogos, a música, a arte, a expressão corporal, ou seja, atividades que mantenham a espontaneidade das crianças.
O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com o adulto. Sem dúvida enquanto brinca, a criança está pensando, criando e desenvolvendo, dentre outros fatores, o pensamento crítico.
Brincar é uma necessidade do ser humano, quando brinca ele pode aprender de uma maneira mais profunda, podendo relacionar pensamentos, criar e recriar seu tempo e espaço adaptando-se melhor as modificações na vida real. No momento da brincadeira a criança pode pensar livremente, pode ousar imaginar, não tendo medo de errar, fazendo de um pedaço de madeira o que quiser. Temos muito que aprender sobre a condução dos trabalhos com os pequeninos.
A pesquisa evidenciou que alguns educadores não possuem aprimoramento sobre a importância das atividades lúdicas e sua aplicação visando objetivos estabelecidos e planejados, fato que impede a execução das mesmas de forma significativa, tornando-as mecanizadas e executadas deliberadamente e sem relevância, isto é, com a falta de aperfeiçoamento e conhecimentos voltados a um ensino que valorize e reconheça a ludicidade como aliado e recurso pedagógico complexo, as brincadeiras dentro do contexto educacional acontecem como parte de uma rotina organizada sem focalizar o brincar como ato de prazer que traz alegrias, diversão e ao mesmo tempo ensina.
Com base nos questionários, constatou-se precisam refletir sobre a Educação Infantil e sua importância na formação da criança, compreendendo que a aprendizagem acontece por meio de metodologias e recursos amplos, valorizando também as brincadeiras para o desenvolvimento global e não somente uma atividade de recreação, pois através da diversidade de atividades que a internalização dos conhecimentos e informações acontecerá de forma qualitativa.
Conclui-se que o aspecto do brincar, voltado para as crianças facilita a aprendizagem e o desenvolvimento integral nos aspectos físico, social, cultural, afetivo e cognitivo. Enfim, desenvolve o indivíduo como um todo, sendo assim, a educação infantil deve considerar o lúdico como parceiro e utilizá-lo amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.

Referência


ANDRADE, Daniela Barros da Silva Freire. Jogos, brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil, Fasc. 2. Cuiabá: Edufmt, 2007.
ROJAS Jucimara. Jogos, brinquedos e brincadeiras: o lúdico e o processo de desenvolvimento infantil. Fasc. 1. Cuiabá: Edufmt, 2007.
ROJAS Jucimara. Educação lúdica: A linguagem do brincar, do jogo e da brincadeira no aprender da criança. Campo Grande, MS: Ed.UFMS.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogos, brinquedos, brincadeira e a educação. São Paulo: cortez, 1996.
Htpps://www.portaleducacao.com.br/conteúdo/artigos/pedagogia/concepção-do-brincar-e-aprender-na-visao-de-piaget-e-vygotsky/32223
CÓRIA-SABINI, M.A.; LUCENA, R.F. Jogos e brincadeiras na educação infantil. Campinas: Papirus, 2004.
ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 1995.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília:
MEC/SEF, 1998.

BORBA, Ângela Meyer. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: Brasil MEC/ SEB. Ensino fundamental de nove anos: orientações para a inclusão da criança de seis anos de idade/ organização Jeanete Beauchamp, Sandra Denise pagel, Aricélia Ribeiro do Nascimento. _ Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007.