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FAMÍLIA E ESCOLA UMA PARCERIA QUE DÁ CERTO

Elidiane Dias
Cleonice Perotoni
Elizabeth Dias
Lorrana Cristina Castro Oliveira
Catia dos Santos Belezi

 

RESUMO:


Este artigo fala sobre a família e escola uma parceria que dá certo no desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Para tanto, aborda-se a função da família assim como da escola, apresentando sugestões para que ambas eduquem com responsabilidade, compromisso e afeto. E, que juntas consigam alcançar seu maior objetivo, proporcionar uma educação de qualidade. Mostra também que a família é à base de tudo na vida, e que sem o seu apoio, a escola não consegue caminhar e nem desempenhar um bom trabalho; que, é no espaço familiar que as crianças começam a aprender valores, caráter e comportamentos à vida em sociedade e que este serão complementado na escola, e assim, ter um melhor aprendizado Trata-se de uma pesquisa teórica bibliográfica e de campo com entrevista semiestruturadas com pais e professores. A parte do estudo teórico surgiu três pontos de discussão: O papel da família e da escola nos documentos legais de apoio à educação da criança, A atuação familiar e escolar no desenvolvimento mental e emocional da criança e Reflexões sobre a relação da escola e família. Tais resultados mostraram que, a família e escola são diferentes, mais que necessitam de uma parceria positiva e constante para que a escola e a família cumpram verdadeiramente com seus papéis. Entretanto, é fundamental que estas se dialoguem para promover o ensino/aprendizagem melhor do aluno, e também, compreender que para ter uma boa parceria entre a família e a escola, precisa ser justa, solidária, respeitosa e democrática.
Palavras-chave. Família. Escola. Educação.

 

1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade colaborar com a discussão e reflexão sobre a necessidade do bom relacionamento entre a família e a escola para um melhor desempenho escolar das crianças. A relação entre escola e família enfrenta diversos desafios relacionados com o papel e responsabilidade que cada uma possui na formação completa da criança. A partir dessa pesquisa, procura-se buscar caminhos que auxiliem na formulação de reflexões para que ocorra uma relação de parceria entre a escola e a família. A educação sempre ocupou um espaço importante na sociedade, na qual a escola e a família têm papéis importantes pra ajudar a criança no seu desenvolvimento. Entretanto, há muitos desafios em relação às responsabilidades da escola e da família que possui pra que trabalhem juntas para melhorar no aprendizado da criança.
Neste contexto, que esse trabalho entra em reflexão, na tentativa de compreender, a partir de dados teóricos e práticos como deve ser a participação da família na escola Para alcançar tal objetivo, o estudo utilizou-se como base de fundamentação os autores, como: Tibas (1996); Soares (2010); Parolim (2003); entre outros. Além desses autores foram utilizadas fontes documentais de base legal, como: Constituição Federal Nacional, Lei de diretrizes e Base da Educação Nacional e outros. Para tanto, o trabalho está divido em tantas seções sendo elas: a introdução, o papel da família e da escola nos documentos legais, a atuação familiar e escolar no desenvolvimento mental e emocional da criança, materiais e métodos, resultados e discussões, considerações finais e referências bibliográficas.



2 O PAPEL DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NOS DOCUMENTOS LEGAIS

Cada uma das instituições, familiar e escolar, possui papeis importantes e que precisam ser compreendidas por todos. Sabemos que nos dias atuais os papeis desenvolvidos por cada instituição tem sido trocados. Portanto é necessário fazer referencias o que responsabiliza a cada uma dessas instituições. A Constituição Federal (1988) aponta o papel que a família deve desempenhar na criação e educação de seus membros,

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. [...] .Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. [...]. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade (BRASIL, 2015, p.65).

A Constituição elenca também o dever do Estado perante o processo educativo. Juntamente com a família, o Estado desempenha o papel de estabelecer condutas e valores culturais, o que influencia no convívio social dos sujeitos.
Para dar mais sustentação às incumbências da instituição familiar o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA reafirma tais compromissos:

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho [...]. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. [...]. Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. [...]. Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável: V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua frequência e aproveitamento escolar (BRASIL, 2002, p.56).

A escola tem, assim como a família, uma parcela muito importante no desenvolvimento da criança, é nela que se vai adquirir saberes sistematicamente organizado em diferentes áreas. Dessa forma, os pais ou responsável deve ter atenção especial à vida de seus filhos, estando atentos aos cuidados e necessidades que cada criança possui no seu processo de desenvolvimento.
Entretanto, é importante lembrar os segmentos sociais que se encontram a disposição dos pais, a instituição escolar é fundamental na educação formal que todo indivíduo deve adquirir para o seu preparo ao exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, contudo, cabe aos pais direcionar a criança para uma formação organizada, destacando a educação como meio significativo para seu desenvolvimento integral.
2.1 A ATUAÇÃO FAMILIAR E ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO MENTAL E EMOCIONAL DA CRIANÇA
A família é o primeiro lugar que a criança tem o contato é ali que começa todo o seu relacionamento do seu desenvolvimento. Mas com o tempo foi se mudando esse contexto dessa relação da criança com sua família, tanto na estrutura, como na sua função, no modo de compreender o seu aprendizado.
[...] Todas vivem crises e dificuldades, associadas à educação e ao crescimento dos filhos, as mudanças que se produzem no caráter do casal, ao que tem como protagonista algum dos progenitores – ou ambos – e o seu mundo fora da família (trabalho, relação, etc), a acontecimentos tais como, por exemplos, separações, divórcios, etc (SALVADOR et al., 1999, p. 158).
O autor coloca que essa mudança acima está envolvida nas relações das famílias como o convívio onde pode haver muitas brigas, discussões e às vezes até separações, que acaba afetando o desequilíbrio familiar, onde muitas vezes a criança leva consegue essa tensão, esse emocional para a escola, dificultando no seu aprendizado. Coloca também o trabalho dos pais hoje sendo um problema para não participação da escola de seu filho, por falta de tempo. Assim, a família deixa de fazer sua parte de responsabilidades de ensinar a seus filhos valores morais, comportamentos e atitudes que devem ser assumidos diante da sociedade. Para a escola ficaria a responsabilidade de ensinar os conhecimentos ditos científicos. Portanto:
Teoricamente, a família teria a responsabilidade pela formação do indivíduo, e a escola, por sua informação. A escola nunca deveria tomar o lugar dos pais na educação, pois os filhos são para sempre filhos e os alunos ficam apenas algum tempo vinculados às instituições de ensino que frequentam. (TIBA, 1996, p. 111).
Segundo o autor a escola tem a função de ensinar a criança o conhecimento de descobertas, experiências, informação concretas e comprováveis, que esse pouco tempo que ele está na escola ela vai ensinar, vai qualifica-lo para o mercado de trabalho. Só que acabam tomando o lugar das famílias, fazendo a parte que, a família deveria fazer, sendo que tem mais tempo com eles em casa. Então, acaba que a escola se sobrecarrega de muitas responsabilidades e o aprendizado dessa criança fica prejudicado.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa foi qualitativa, dessa forma foi feito por meio de procedimento bibliográfico para o embasamento teórico e coleta de dados por meio das entrevistas semiestruturada.
De acordo com Lakatos e Marconi (2011, p. 269), descrevem que a metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento.

Segundo Lakatos e Marconi (2008, p. 278), a entrevista é “uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica, que pode proporcionar resultados satisfatórios e informações necessárias” e tem como objetivo compreender as perspectivas e vivencias dos participantes.
Para a realização das entrevistas, foram convidadas as duas professoras e dois pais, sendo um pai e uma mãe. As entrevistas ocorreram nas casas dos colaboradores. Quatro pessoas, sendo duas professoras e um pai e uma mãe. Escola Estadual Rui Barbosa, os pais moram no bairro cidade bela e cidade alta, são pais adultos com idade 40 anos acima. Marcamos o horário, a que poderiam responder gravando o vídeo da entrevista.
Em seguida, expliquei o objetivo do trabalho e a importância como pesquisa cientifica e a parceria existente entre escola e família. Partimos então, para o roteiro semiestruturados, previamente por mim elaborado. Os sujeitos se sentiram bem a vontade, uma vez que o trabalho foi em suas residências. O roteiro semienterrado foi elaborado com a intenção de conhecer a opinião dos sujeitos, sendo a própria família e escola, visando compreender como ocorre a participação da família na educação escolar dos filhos e também a visão dos professores sobre o assunto.
Neste contexto, o que levou a realização desta pesquisa é o fato de compreender o porquê da família e escola inverterem seus papeis na educação, sabendo eles, suas tais funções, mais não cumprem com firmeza, se distanciando família e escola, na parceria que não existe como deveria, porque a maioria das famílias é desestruturada, não dá nenhuma importância à educação dos filhos e ainda joga a responsabilidade de educar para a escola.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO
A Escola “Rui Barbosa” – Ensino Fundamental e Médio, situada no município de Alta Floresta, no Bairro Cidade Alta, Estado de Mato Grosso, vinculado a Secretaria de Estado de Educação, mantida pelo Governo de Estado de Mato Grosso, foi criada pelo decreto nº 174 de 10 de julho de 1987, obteve sua autorização e começou a funcionar com 06 salas, sob a denominação de Escola Estadual de 1º Grau “Rui Barbosa”. Atualmente, atende em suas dependências 36 turmas, com um total de 1080 alunos matriculados, divididas em Ensino Fundamental regular, Ensino Fundamental EJA e Ensino Médio EJA.
A nossa realidade em relação ao aluno consiste nos seguintes aspectos: a maioria vem de família desestruturada, em que os pais são separados, convivendo apenas com avós, tios, padrastos ou madrastas; grandes partes das famílias dos nossos alunos são constituídas de pessoas humildes, algumas com pouca escolaridade e dificuldade financeira; a grande maioria não tem acesso ao saber universalizado e tecnológico, convivendo com possibilidades mínimas de acesso ao conhecimento fora da escola; oriundas de diferentes estados; não tem acesso ao lazer; a grande maioria não possui acompanhamento dos pais nas tarefas escolares.
Nesta reflexão da relação escola e família foi feito uma pesquisa de campo, onde foi entrevistado algumas falas de professores e pais que na sua visão, vê a responsabilidades da escola sobre o aluno e as participação da família na escola, onde também coloca sugestões a fim de melhorar essa parceria, interação dos dois grupos responsáveis pela educação da criança. Teve a participação de duas professoras formadas em pedagogia e biologia e dois pais que tem seus filhos atuando na escola ainda.
Nas entrevistas, a primeira colocação feita para ambas os pais foi sobre como ele acha que deve ser a participação da família na escola. Como relatam as famílias abaixo: No que diz respeito questão feita foi: qual a responsabilidade que a escola tem sobre o aluno. No decorrer das entrevistas dos pais abaixo.
Eu acho assim, a família e a escola tem que caminhar junto, a família deve estar sempre presente na educação do aluno dos seus filhos, porque o aluno tem que chegar à escola já educada, a escola é fundamental pra que a crianças sinta acolhido, com disposição de aprendizado e a criança que tem apoio dos pais em casa, na escola ele se desenvolve melhor, a família deve participar sempre que: perguntando se tem tarefa, dever de escola, estiver auxiliando, a família estar sempre inserida na escola, na assembleia, nas reuniões de pais, quando ligam para os pais, nem sempre só esperar que seja chamado, vai lá à escola conhecer, ver o que teu filho esta fazendo, é conhecer os professores, tem muito pai que nem sabe quem é o professor de seu filho, e isso é importante saber quem é o professor de seu filho, que tipo de pessoa que é,[...]. (MÃE 1, 2018).

A escola tem a responsabilidade de cuidar da criança nessas quatro horas que está na escola, a integridade física da criança, se acontecer acidente, alguma coisa dentro da escola, é responsabilidade da escola, ai tem que comunicar aos pais, e nesse meio aos quatro horas que a criança está na escola é total responsabilidade da escola, mais a partir do momento que ele sai do portão lá fora é a família que deve estar acolhendo, ajudando pra que a criança seja educada. Na escola ele vai aprender. (PAI 1 2018).

Para os pais, a escola tem a responsabilidade de ensinar e cuidar da criança, enquanto ela estiver dentro da escola. Segundo Vasconcellos (1995, p. 33) contribui nessa questão, afirmando que:
O trabalho da escola tem uma repercussão muito maior também: não se trata simplesmente de transmitir determinados conteúdos socialmente acumulados pela humanidade: trata-se, além disso, de inserir o sujeito no processo civilizatório, bem como na sua necessária transformação tendo em vista o bem comum.

A escola tem a função de ensinar, mais, ainda se envolve no comportamento da criança, ensinando regras de boa convivência social ficando sem tempo para aprofundar no desenvolvimento intelectual de seus alunos. Como afirma Silva (2002, p. 196), a escola é o lócus de construção de saberes e de conhecimentos. O seu papel é formar sujeitos críticos, criativos, que domine um instrumental básico de conteúdos e habilidades de forma a possibilitar a sua inserção no mundo do trabalho e no pleno exercício da cidadania ativa.

Reforça o autor, a escola pode dar uma educação tanto conservadora como transformadora, A partir da apropriação do conhecimento pode ocorrer a transformação e resolução dos problemas sociais, sendo o aluno formado como um cidadão ativo capaz de transformar, modificar o meio em que está inserido. O que nos faz entender que a escola é vista como uma instituição importantíssima no processo social da educação e devido à formação que seus profissionais têm, cabe a mesma tomar iniciativas para estabelecer uma relação de compromisso com a criança e com a família e assim, favorecer a aprendizagem.

O diálogo com os pais sobre a participação da família é estar sempre presente na escola em todos os sentidos, ter mais diálogo pra poderem trabalhar junto na educação de seus filhos, entendem que a escola ensina e que a família tem que se preocupar mais com a dedicação da parte de ajudar seus filhos em casa e também na escola sendo mais presente e conhecendo mais a escola e seu funcionamento. Como afirma Neta (2013, p. 57) que:
A família e a escola precisam, sobretudo, andar juntas. É uma parceria inevitável. Na pratica essa questão de “andar juntas” tem seus desafios e um deles é muitas vezes a falta de tempo dos pais para com os filhos, o que leva a dizer que o ativismo profissional tem tomado da família, fazendo com que essa relação seja enfraquecida.

Como afirma o autor, a família e a escola deveriam sempre estar juntas em todos os momentos da vida da criança. Mas, na realidade isto não acontece, porque a maioria dos pais não tem tempo suficiente para se dedicar completamente a educação dos filhos. A falta de tempo dos pais para com os filhos é um fato que influencia de forma negativa a aprendizagem das crianças. Porém, as famílias precisam se organizar melhor para dar a atenção necessária à educação das crianças, e compreender que a educação primeiramente é dever do núcleo familiar e posteriormente da escola que tem a função de socializar.
Neste contexto, Santos (2014, p. 22) esclarece que:
Quando se pensa em educação, primeiramente são enfatizadas propostas educacionais voltadas para uma educação séria, responsável e com propósitos voltados à participação da família, pois sabe-se que por melhor que seja uma escola e por mais preparados que sejam sua equipe pedagógica, haverão falhas. Devido a isso é necessário à participação efetiva e constante da família no processo de aprendizagem da criança.

Destaca o autor, que a participação aqui, é estar presente em todos os eventos realizados na escola; cobrar seus direitos; ter deveres para com a escola e a criança; participar até nas decisões do que é melhor para a escola, estar ligado no andamento da escola e ajudar os professores no desenvolvimento de seu filho para um melhor aprendizado.
Entende-se que, na realidade, a família precisa se conscientizar de que a formação do educando vai muito além de dar princípios básicos. É necessária uma mobilização muito grande para conscientizar as famílias de que elas são à base da educação de seus filhos; que elas devem estar por dentro de tudo que acontece na escola, e se colocar à disposição para ajudar a escola repassar os conhecimentos que as crianças tanto precisam para se tornar pessoas criticas e democráticas.
Com relação o relato da professora quando é sobre como acha que deve ser a participação da família na escola, a professora 1 afirma:

Pela experiência que já tenho quanto gestora já fazendo cinco anos e nas escolas que já passei a participação da família na escola ainda deixa a desejar porque os pais só vão à escola quando a escola liga, ou procura a gente percebe que o pai não sabe o que a escola esta ensinando, como está ensinando, não olha o caderno dos filhos em casa, muitas das vezes as crianças precisam de ajuda os pais não tem tempo ou não sabe como ajudar ,quando os pais vão pra escola quando é reunião de bimestre, ou quando a gente liga pra poder falar do comportamento e desempenho, você fala ,fala e parecem que não estão entendendo a sua linguagem, então essa participação é só de corpo presente, não tem ali um diálogo mesmo, um entendimento [...] ( PROF. 1,, 2018).

Eu trabalho na educação uns 29 anos agora está de licença, essa primeira pergunta é bem interessante, porque é a obrigação da família participar na escola, sem família não há escola, mas só que a família hoje está complicada, só alguns participa, outras não, não tem uma receita pronta pra como levar a família pra escola, mas tem várias coisas que pode estar fazendo, dias das mães, dias dos pais, dias das crianças, tudo é válido pra trazer os pais pra escola, a escola só funciona com a família, escola sozinha não funciona. [...] (PROF. 2,, 2018).

Por meio do diálogo com as professoras, foi possível perceber que os pais estão muito ausentes, não participam da escola e nem ajuda seus filhos em casa, e a pouca participação que eles têm, é só nas reuniões que é feito bimestralmente ou quando ligam para terem um particular com eles, e assim, ainda á poucos que participam, e coloca ainda que não compreendem às vezes do que é dito para eles, talvez por não souberem lidarem com seus filhos ou porque realmente não se preocupam com eles como afirma Tiba (2006, p.152),
A escola precisa alertar os pais sobre a importância de sua participação: o interesse em acompanhar os estudos dos filhos é um dos principais estímulos para que eles – alunos – estudem. É importante a participação dos pais nas reuniões escolares que todos os meios para convocá-los são válidos: recados na agenda, correspondência, telefonemas, e-mails ou mesmo o sistema “boca a boca”. Cada escola pode utilizar o meio que julgar mais suficiente.

É um direito da família e dever, participar, saber o que a escola pretende ensinar, saber todo procedimento da escola que seu filho esta estudando ver certinho se a escola é boa para formar e qualificar seu filho para o mercado de trabalho e sua cidadania, como tal direito é um dever das escolas promover meios para que isso aconteça. Segundo Soares (2010, p. 9), diz que:
A família somente é lembrada pela escola quando há problemas ocasionados pelos (as) alunos (as) no ambiente escolar. Neste sentido, muitos pais acabam se afastando da escola, percebendo esta como um lugar negativo, já que poucas atividades recreativas e prazerosas são oferecidas a eles na escola. A escola deveria ser o ponto central de uma comunidade, um local onde todos pudessem participar e ter acesso.


Enfatiza o autor, que a família se sente excluída do ambiente que está contribuindo com a construção do desenvolvimento dos alunos, que a família é parte fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Infelizmente, às vezes, o próprio espaço escolar contribuiu para esse distanciamento entre família/escola, não tendo vontades de fazer algo diferente, pra trazer a família para a escola e só cumpre suas obrigações de escola mesmo que está no calendário letivo.
Entende-se que a família deve saber quais as suas responsabilidades e jamais jogá-las para a escola, porque quando isto acontece deixa a escola sobrecarregada de funções que não são suas afetando diretamente a aprendizagem das crianças. Na realidade este fato acontece mais frequentemente com as famílias desestruturadas, são essas famílias que mais leva problemas para a escola. Esse modelo de família não dar a mínima importância para a educação dos filhos, a maioria destas coloca os filhos na escola para se livrar de suas responsabilidades no ambiente familiar. Nos excertos das professoras, a professora 1 respondeu sobre qual a responsabilidade que a escola tem sobre o aluno.
Quanto a responsabilidade que a escolas tem sobre o aluno, não tem como falar de uma coisa separada da outra, a gente sabe que legalmente a família e o estado a figura que a escola é responsável ali por trabalhar esse conhecimento, através do longo dos tempos, sistematizado ai, mais a gente sabe que hoje em dia a educação, questão do ensino não é só isso, é tudo aquilo que eu falei e um pouco mais, então assim, o professor tem que ser um pouco escola e um pouco, fazer a parte social, porque é a questão do humano, da interciplinalidade,o conhecimento eles se comunicam não tem como trabalhar fragmentado ou isolado, a responsabilidade da escola é nessa abordagem, é todos os campos do conhecimento e todas as fases do desenvolvimento do educando e essas Inter relações sociais e politico, questão de saúde, alimentação, moradia, tudo isso faz parte, porque estamos lidando com pessoas né, e lidar com pessoas indiferente da condição sócio econômico ai,social,a gente está lidando com pessoas, sentimento ,emoções, questão do aprendizado envolve tudo isso, o ser humano tá ali pra ouvir, pra falar, pra entender, porque não tem como você trabalhar o conhecimento sem ver esses lados ai da cabeça da mente do coração do ser humano, então a responsabilidade maior ,vejo na questão da autonomia[...] ( PROF. 1, 2018).


É de conhecimento das matérias, português, matemática e os pais estão confundindo muitas coisas, querendo que a escola eduque escola não educa, escola ajuda no crescimento do filho, no desenvolvimento do filho, mais na parte do conhecimento. Criança educada em casa é aluno bem na escola, mais pra isso, ele tem que ter educação em casa, criança educada em casa é um ótimo aluno, não tem como um aluno educado em casa ser péssimo aluno na escola, então continuada, o pai educa em casa e a gente continua com o trabalho na escola, mas a educação é em casa. E a escola tem a total responsabilidade com o aluno sim, as quatro horas que ele passa lá [...]( PROF. 2, 2018).

Para as professoras, a escola tem a responsabilidade de trabalhar o didático, instruir o conhecimento para o aluno, ajudar no seu desenvolvimento aonde ele vai se socializar com a sociedade, mais que a família faça a parte dela em casa que é a educação do filho em comportamento, caráter, pois passam mais tempo na convivência da família do que na escola. Parolim,(2003) aponta que:
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99).

O autor aponta que é importante que a família e escola tenham que estar juntas em parceria para melhor a educação do aluno, pois as duas mesmo sendo diferentes, tem o objetivo de levar esse aluno a se formar e qualificar ao mundo. Logo que a escola é o local onde são desenvolvidos vários meios visando á promoção da educação. É nela onde a criança recebe uma aprendizagem significativa, que contribui para o desenvolvimento de seu conhecimento de “mundo”, passando-o a entendê-lo melhor, tornando-se agente participativo.

Entende-se que as escolas tem que ensinar com suas propostas pedagógicas, dar liberdade pra ele se expressar, tratando-o com mais importância no processo de ensino-aprendizado, orienta-lo, se preocupar com a qualidade da educação, avalia-lo através daquilo que ele sabe não o que ele é, ajudando a aprender.

Compreende-se que a escola pode fazer e criar meios que envolvam não só os alunos, mas também a família, e assim aproximarem-se uma da outra, terem uma relação ativa e harmoniosa para ajudar na aprendizagem das crianças. Seria muito importante que as escolas fizessem reflexões para aumentar a participação das famílias na educação dos filhos, pois cabe à ela ter iniciativas para desenvolver propostas de interação com a família. Através do diálogo, da compreensão e do compromisso se resolve qualquer problema. Não só ter a família para comunicar as suas notas e reclamações de comportamentos.
Assim, a escola é a principal interessada na parceria família-escola. Portanto, deve ser papel da escola promover esta através da troca de informação e ideias para orientar a família e mostrar o quanto é importante sua participação na escola e o quanto esta parceria contribui na educação de seus filhos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa aqui apresentada, denominada Família x Escola: parceria que dá certo, demostra que a escola será sempre de extrema importância para se ter uma educação de qualidade. É preciso que as famílias se conscientizem para dar mais atenção à educação de seus filhos, que elas criem hábitos de participação na vida escolar dos filhos, e percebam a importância de interagir com a escola em busca de uma educação de qualidade para todos.
A escola trazer as famílias para o convívio escolar através de meios que haja uma aproximação para orientar e mostrar as famílias que educar não é função exclusiva da escola, mas, de todos através de uma parceria. É fundamental que pais e professores mudem a forma de ver os problemas que envolvem a falta de aprendizagem das crianças.
O importante não é encontrar culpados, mas a solução desses problemas. Pois, o fato de um ficar culpando o outro só aumenta as dificuldades e os afasta ainda mais. Contudo, não existe uma receita pronta e acabada para que haja uma parceria entre família e escola. É necessário que ambas conheçam suas funções e construam coletivamente uma relação harmoniosa no intuito de perceberem que uma não pode viver sem a outra.
Sendo assim, esta relação precisa ser fortalecida a cada dia através de reuniões de pais e mestres e outros mecanismos, que venham a favorecê-la. O rendimento escolar do educando/filho será satisfatório quando escola e família forem parceiras. Isto é um sonho que para se tornar realidade é muito difícil. Mas, não é impossível. Escola e família necessitam se conquistarem e, principalmente, agirem. Pois, a ajuda de ambas possui papel essencial para a formação das crianças.


REFERÊNCIAS

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