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Educação e Diversidade
Vilma Alves Tolentino
Vanderleia da Rosa de Deus
RESUMO
Há algum tempo, as discussões acerca de desigualdade, diferenças, preconceitos e racismo tem o ocupado um espaço significativo em diversos setores da sociedade e na educação não tem sido diferente . Difícil falar em educação, sem mencionar a diversidade. Sabe-se que o ambiente escolar é marcado pela convivência de diferentes culturas. A educação é um processo de transmissão de culturas, saberes, conhecimentos e ao inserir a discussão do tema a diversidade na educação, oportuniza os alunos a ser tolerantes, éticos, tornando-os verdadeiros cidadãos.
Palavras –chaves : educação , cidadania, diversidade, tolerância, preconceito
Abstract
For some time, discussions about inequality, differences, prejudices and racism have occupied a significant space in various sectors of society and education has been no different..Difficult to talk about education, not to mention diversity. It is known that the school environment is marked by the coexistence of different cultures. Education is a process of transmitting cultures, knowledge, knowledge and by inserting the discussion of the theme into diversity in education, it allows students to be tolerant, ethical, making them true citizens
Keywords: education, citizenship, diversity, tolerance, prejudice

Introdução
 
Pode se constatar uma grande diversidade e desigualdade social entre nações, pessoas, etnias, opções sexuais entre outros atualmente, mas essa consciência não era tão discutida e nem esteve em evidência a algumas décadas atrás. Antes do aumento dos meios de comunicação e de mídia, existia uma representação da sociedade em ser mais homogênea e definida, construída ideologicamente num princípio ocidental. No entanto se vê comumente em nosso meio palavras ditas como o “que fugia de determinados padrões de imagens, comportamentos e expressões culturais eram considerados “desvios” da norma e, portanto, como algo diferente, estranho e reprovável”, motivos atuais da origem de muitos preconceitos (CARDOSO, p. 03).
Ao se inserir uma discussão sobre o tema diversidade em educação remete se à ideia de oportunizar a todos os alunos o acesso e permanência na escola, com as mesmas igualdades de condições, respeitando as diferenças, no entanto vem se encontrando algumas dificuldades em atender essas. Inicialmente pela pratica docente que muitas dessas vezes desconsidera a diversidade. Outro fator a se ponderar é que esta diz respeito também à família, devido essa passar por mudanças sociais como: “redução da fecundidade, declínio da instituição do casamento, banalização do divórcio, “novos” arranjos familiares, dentre outras” (SANTOS, 2008 apud PROMINAS, 2018, p. 04).
As mudanças atuais vem trazendo em seu bojo um conjunto de problemas que nos reportam a questão de até que ponto o processo de individualização, mobilidade geográfica e social contribuem ou não a uma ruptura ou diminuição de laços afetivos ou sociáveis entre pessoas e no seio familiar.
Como se falou através das mídias existentes temos contatos com pessoas, culturas e meios sociais e culturais diferentes, e uma educação centralizada somente no respeito e boa convivência, muitas vezes evitando de enxergar os diferentes como são pode causar maiores desconfortos que podem acabar em situações desagradáveis e inevitáveis devido isso, por não entender que o outro vive num mundo diferente do nosso. A educação pautada numa cultura da diversidade é complexa assim como o próprio conceito de diversidade e diálogo entre os ditos diferentes.
Não se educa para alguma coisa ou por alguma coisa, a educação é um direito de qualquer pessoa, desta forma os tidos diferentes passam a não ser mais um problema ou algo que temos que conviver como movimentos sociais em nosso meio que tem o direito de ter educação no meio e na maneira em que vivem. A diversidade engloba vários temas como: raças, culturas, meios sociais, opção sexual, a família, religião entre outros.
A escola precisa inicialmente partir da práxis do professor e do seu entendimento e aceitação sobre a diversidade em nosso meio atual, pois nela se encontra um dos maiores meios sociais e as minorias podem ser vistas com preconceito e a discriminação através de humilhações, perseguições e isolamento.
Existem as minorias majoritárias, nas quais grupos tido como excluídos tem direitos legalizados como exemplo as cotas por raça e de escolas publicas em universidades, ou de deficientes físicos em processos seletivos e concursos públicos. Nesse sentidos surgem as ações afirmativas, que são políticas públicas que se compõem de “propostas de lei que têm por objetivo mitigar a desigualdade social decorrente de condições históricas e culturais”, sabe se que não se consegue abranger toda discriminação do cotidiano escolar, além do falado preconceito.
Na escola fundamentalmente tem 02 elementos para se observar: o combate ao assédio moral que pode existir nas relações entre os cargos de menor ou maior chefia, ele pode acontecer por preconceito de gênero, através da homofobia ou em relação a diversidade sexual; cultural por padrões linguísticos, maneiras de vestir, falar em determinadas regiões; racial ou étnico, no Brasil temos muito a questão de raças e rótulos e apelidos deselegantes, manifestando a questão de culturas muito arraigada em nossa cultura infelizmente; de classes se manifesta pelas discriminações sociais tendo como parâmetro de referencia a capacidade de consumo e questão salarial, ou casa ou o dito ter ou não; o religioso é quando se discrimina alguém pela sua crença religiosa ou o meio religioso em que esse vive; à portadores de necessidades especiais que muitas vezes são chamados de incapazes, aleijados, cegos, surdos, loucos, doentes, mas muito tem se conseguido ao alcance da inclusão destes através do estudo das libras, rampas de acesso, fala através de sinais entre outros, a faixa etária também pode ser caso de assédio devido idade de alunos em algumas séries, ou professores com mais idade ditos como “velhos e que tem que se aposentar”.
Situações como as citadas podem ocorrer entre alunos e até entre funcionários e alunos, uma sociedade intolerante torna o meio social agressivo dificultando o convívio entre todos. Pode se desenvolver projetos de trabalho na escola para tratar esses casos, que temos o Buylling o mais grave.
Há 02 maneiras de se inserir a diversidade no cotidiano dos temas escolares, um através dos currículos já existentes aproximando tema em sala de aula e através de chamados projetos envolvendo mais de uma turma e/ou interdisciplinares. É muito importante que o professor tenha uma posição nas questões sociais relevantes e usar o projeto como um elemento de intervenção na realidade; nunca levar em consideração os valores envolvidos “no projeto como meros conceitos ideais, mas como propostas”; possibilitar agregar o maior número possível de disciplinas e de participantes.
Numa sociedade na qual não existem escolas os conhecimentos são repassados através das culturas e gerações entre os mais jovens e sua família e com os outros adultos, esse caso é chamado conhecimento informal, no formal onde há escolas além de discutir as questões culturais envolve compromisso com a questão metodológica e transmissão de conhecimento científico. Sabemos que as sociedades se influenciam através do convívio cotidiano em seus diversos meios, sejam escolares ou laborais.
Ao se falar de cultura se deve ter noção que esta é dinâmica e a questão de transmissão de valores não é algo imutável.
Temos também a chamada linguagem culta e a popular, a primeira com terminologias e escritas próprias, a segunda cheia de sotaques e carregadas de varias maneiras de falar e escrever. Por isso a importância do estudo da antropologia na formação dos professores e se compreende que não existe ninguém sem cultura, pois esta são padrões e conhecimentos transmitidos de gerações em gerações a partir de valores morais e éticos de determinada sociedade ou grupo de pessoas.
Ao se falar do conceito de raças tem se evitado, devido ser proveniente das ciências biológicas que se comprometeram com as teorias raciais que algumas vezes defendeu que a branca é superior as outras, por outro lado raça é uma subdivisão de espécie e o que acabou nos classificando nestas.
Evitar atritos ou rótulos no combate a discriminação e preconceito que podem gerar desde assédios até agressões físicas o professor deve estar preparado para trabalhar com as diversidades e enfrentar essas no seu cotidiano escolar, mas muitas vezes encontramos um medo velado que é um dos fatores psicológicos presentes na discriminação que pode ser trabalhado previamente em sala de aula em conversas entre os alunos para prevenir esse tipo de coisa.
Os temas ditos transversais na formação do professor o prepara para o não tradicional encontrado mais comumente em sala de aula, essas não perderam seu valor, mas deixaram de ser eixo central em sala de aula que não devem ser inseridos como novas disciplinas, mas formas de inserir esse novo contexto nas disciplinas existentes. Nesse aspecto deve observar a disposição do professor a utilizar os conteúdos de aprendizagem que são os: conceituais, procedimentais e atitudinais.
Quanto esses vamos enfocar nos atitudinais que são segundo Prominas (2018, p, 33) cabendo abrir aqui uma citação do material didático:

Familiarizar-se com certas normas e possuir tendências de comportamento que sirvam de base às novas normas e atitudes; Quando apresentadas auxiliar os alunos a rememorar sentimentos, julgamentos e avaliações que podem ser uteis; Apoiar e estimular a expressão de opiniões e ideias; Estimular a, por exemplo, colocar-se sob o ponto de vista do outro para conseguir interpretar sua consciência, observando comportamentos que inspiram afeto, respeito e admiração, e elaborar critérios pessoais de comportamento ético; aceitar as mudanças de atitude com confiança e segurança, pois a mudança de atitude só é possível se todos tiverem consciência de que o apoio coletivo é fundamental.

Nos pontos levantados vale ressaltar a importância da autoridade do professor no processo de formação para a diversidade; a pluralidade nos planos curriculares nacionais existes; pluralidade cultural e de vida dos adolescentes brasileiros.
Deste o início até o fim da unidade temática se nota os fatores multicausais de preconceito e discriminação existentes na atualidade que há poucas décadas existiam mais de forma mais velada aos ditos diferentes ou minorias sociais como raças e etnias diferentes, com necessidades especiais, com idades e classes sociais extremamente diferentes em um mesmo local de convivência que é a sala de aula, opções sexuais diferentes, o que pode gerar grande sofrimento por parte da pessoa discriminada até sofrer agressões físicas, a diversidade é tema atual em nosso meio e merece uma atenção por parte do professor que não é mais tido como dono do saber e sim facilitador no processo de aprendizagem.
Vivemos em meio a um mundo globalizado e que devido ao avanço tecnológico nos propicia conhecer e poder até conviver em sociedades diferentes, com culturas e crenças diferentes, sabendo a diferença que diferente é uma maneira diferente de pensar, e se queremos respeito e sermos ouvidos, devemos oportunizar o mesmo, através de uma simples palavra que se chama empatia.

Conclusão
Neste cenário atual, a escola precisa ser uma espaço de convivência harmoniosa , onde os conflitos sejam trabalhados e enfrentados e produza um ambiente escolar tolerante, sem preconceito e que respeite a diversidade.

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CARDOSO, C. M. Fundamentos para uma educação na diversidade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
PROMINAS. Material didático de educação e diversidade. Editora PROMINAS. Disponível em: www.prominas.com.br. Acessado em julho de 2018.