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Contação de História

Antonia Dejanira do Espirito Santo Morais
Betania Bezerra da Silva Rocha
Katiane Mendes Back
Vanessa Batista da Graça


Resumo:

O artigo tem como finalidade chamar a atenção do leitor a respeito do tema desse trabalho e quanto ele é importante para a formação do educando, ele poderá auxiliar a formação de um sujeito integral, com possibilidade de desenvolvimento em diferentes áreas, além da simples aquisição do conteúdo especifico tratado no projeto.
Palavra chave: leitura, aprendizagem e objetivos.

Introdução
A literatura infantil é importante para a formação de qualquer criança. Ouvir histórias é o início da aprendizagem para se tornar um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e compreensão do mundo. O primeiro contato da criança com histórias, com um texto, é feito oralmente, através da voz da mãe, do pai ou dos avós, contando uma história inventada, um conto de fada que influencia na aprendizagem da criança desde cedo.
No espaço da educação infantil, as crianças não alfabetizadas não encontram textos para aprender, mas aprendem com eles, não buscam textos para estudar ou para se alfabetizar, mas nesse convívio, aprendem sobre si, sobre os outros e sobre os modos de viver no coletivo.
No decorrer do trabalho será abordado, a importância da literatura infantil no processo de aprendizagem, registro de observação, regência, fotos e atividades realizadas pelos alunos no período de estágio, o qual foi de suma importância para o aperfeiçoamento do processo de aprendizagem voltado para a educação infantil.


CAPÍTULO 1 – A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL

A literatura infantil é de suma importância para o desenvolvimento de uma criança. Ela leva a criança a imaginar o mundo de várias formas, enriquecendo então a percepção das coisas e de mundo.
Para Frantz (2005, p. 13) a escola tem falhado muito na condução do processo, no que se refere à formação do leitor. Ela não tem conseguido mostrar ao aluno a beleza, a magia, o prazer, a satisfação que uma boa leitura pode proporcionar ao seu leitor. O aluno não consegue perceber a leitura como uma atividade significativa e gratificante em sua vida, e por isso não se interessa por ela.
A literatura infantil, por seu caráter lúdico mágico é o caminho natural, a chave mágica que abre a porta de entrada principal que dá acesso ao mundo da leitura e a tudo o que ela pode nos proporcionar. (FRANTZ, 2005, p. 14)
Segundo Frantz, a criança busca na leitura, antes de tudo, o prazer, mas, busca também respostas para as suas inúmeras indagações sobre a vida e os seres humanos, a vivência de emoções novas e gratificantes e sugestões alternativas para as suas inquietações diante da vida que se descortina à sua frente. (2005, p. 43).
É no encontro com qualquer forma de Literatura, tipo de texto que as crianças têm a oportunidade de ampliar, e enriquecer suas experiências. Os educadores vivenciam de perto a evolução do maravilhoso ser que é a criança. O contato com textos recheados de encantamento nos faz perceber quão importante e cheia de responsabilidade é a literatura.
Conforme Frantz, (2005, p. 15), o professor pode ter o cuidado ao fazer das experiências de leitura algo realmente prazeroso e gratificante para a criança. Para prolongar o prazer pela leitura, é de suma importância propor atividades lúdico-artísticas afinadas com o texto literário infantil (que é essencialmente lúdico e mágico). A criança dessa faixa etária vive a fase do pensamento lúdico e a fase do pensamento mágico. Brincar, fantasiar, questionar é a forma utilizada por essa criança para conhecer e explorar essa realidade, para construir os seus conhecimentos.
A literatura infantil é também ludismo, é fantasia, é questionamento, e dessa forma consegue ajudar a encontrar respostas para as inúmeras indagações do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade de percepção das coisas. (FRANTZ, 2005, p.16)

Considerando a natureza da literatura, pode-se afirmar que, se o professor está comprometido com uma proposta transformadora de educação, ele encontra no material literário o recurso mais favorável à consecução de seus objetivos. (BORDINI, apud Frantz, 2005, p. 5).


Segundo Rego, apud Frantz (2005, p. 16) há uma relação muito estreita entre a conveniência com o texto literário pela criança da pré-escola e o seu êxito no aprendizado da literatura e da escrita na fase posterior. Justifica ainda, dizendo que o texto escrito e o texto oral possuem características distintas, e a criança que exercita o primeiro, terá mais facilidade para produzir seus próprios textos atendendo às exigências da língua escrita - padrão, ou se utilizando da língua de forma lúdica.
No processo de desenvolvimento pelo qual vem passando a humanidade ao longo de sua história, e cada sujeito em particular, pode-se perceber que a literatura esteve e está presente em nossas vidas, muito antes da leitura e da escrita, nas cantigas de ninar, nas brincadeiras de roda e no ouvir histórias. (BORGES, 1994, p. 125)
Ouvir histórias é muito prazeroso, e desperta o interesse das pessoas em todas as idades. Os adultos adoram ouvir histórias, e a criança por ser capaz de imaginar além do que foi lido demonstram muito mais interesse e entusiasmo.
Para Borges (1994, p. 125), se compreendida e sentida a literatura passa a fazer parte da vida das crianças, adolescentes e adultos, gerando uma sede insaciável de ler, acompanhada da crença intuitiva de que, em cada novo texto literário, há sempre a possibilidade de novas descobertas, de compreensão de si e do mundo, de desenvolvimento pessoal, no plano de pensar e do sentir.
Para que a literatura possa ser presença na vida de uma criança, acredita-se que, juntamente com os exemplos e estímulos familiares, a maneira como a escola vive e convive com os textos literários, tem papel fundamental, a partir da formação do professor de educação infantil que, deve apresentar uma sensibilidade a esta forma de expressão, que o leve não apenas a passá-la às crianças, mas a vivê-la com as crianças. Através de suas leituras seja elas de adulto ou para um público infantil, ao mesmo tempo em que penetra nas suas sutilezas e nas emoções, o professor estará capacitado para transmitir essas emoções aos seus alunos. Em uma classe pré-escolar, o momento de se ouvir ou inventar histórias representa o clímax das atividades pedagógicas, tornando-se realmente o momento esperado por todos e de inigualável valor educativo. (BORGES, 1994, p. 125)
De acordo com Borges (1994, p. 126), a escolha de um livro de histórias para crianças deve atender às características do seu estágio evolutivo e, aos interesses da faixa etária. É bom ter claro, que as crianças, muitas vezes, tanto podem rejeitar, ou não reagir como o professor espera, frente a determinadas histórias que são escolhidas, como podem apresentar um grande interesse por textos que o professor imagina como pouco atraentes e face de seu estágio evolutivo. Esta diversidade de interesses decorre da sua maior ou menor convivência com os textos de literatura infantil, como das experiências cognitivas e emocionais vividas individualmente.
Os livros devem ter imagens bem coloridas, estar pertinente e emoções que uma narrativa sugere (alegria, medo..), permitir a leitura da cor, tamanho da imagem, e ser de material durável.

O aprendizado da leitura não dispensa, desde o início da alfabetização, os livros para crianças. O trabalho de automatização da decodificação deve ser concomitante com o da leitura de textos variados. Daí, na iniciação literária desde a pré-escola, a importância dos livros de imagem, com ou sem texto escrito, no trabalho com as narrativas. Eles podem ser uma grande alavanca na aquisição da leitura, para além da simples decodificação.1

No momento de passar a mensagem às crianças, é preciso evitar a transmissão de preconceitos (“homem não chora”, “só é feliz quem é rico, bonito e quem não trabalha”), evitar também a moralização da criança através dos textos literários (Você viu o que aconteceu com a Chapeuzinho Vermelho que teimou com a mamãe?!), é necessário oferecer histórias que, criam um espaço de criatividade sem bloqueio do imaginário.
O primeiro passo para que a narrativa de uma história seja bem sucedida, é a sensibilidade do narrador, sua capacidade e forma de captar e transmitir as emoções do enredo.
O hábito de ouvir histórias deve levar a criança a criar seus próprios enredos e trocar com os colegas o que aprendeu. O texto precisa de situações motivadoras, que ajudem na energia cognitiva e afetiva da criança.
Segundo Fanny Abramovich (1997, p. 17), ler histórias para crianças, sempre, é poder sorrir, rir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens, com a ideia do conto ou com o jeito de escrever de um autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de brincadeira, de divertimento. É suscitar o imaginário, é ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras ideias para solucionar questões. É através de uma história que se pode descobrir novos lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica.
O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra), afinal tudo pode nascer de um texto. (ABRAMOVICH, 1997, p. 23).
Quando uma criança escuta, a história que se lhe conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais tarde. (LOUIS PSWELS apud ABRAMOVICH, 1997, p. 24).
Cecília Meireles (1984, p. 31) diz que o fato da criança tomar um livro nas mãos, folheá-lo, passar os olhos por algumas páginas não deve iludir ninguém. Há mil artifícios e mil ocasiões para tentativa de captura desse difícil leitor. Não basta um pouco de atenção a uma leitura para revelar uma preferência ou uma aprovação. É preciso que a criança viva a sua influência e carregue para sempre, através da vida, essa paisagem, essa música, esse descobrimento, essa comunicação.
A literatura não é, como tantos supõem, um passatempo. É uma nutrição. A crítica se existisse, e em relação aos livros infantis, deveria discriminar as qualidades de formação humana que apresentam os livros em condições de serem manuseados pelas crianças. Deixando sempre uma determinada margem para o mistério, para o que a infância descobre pela genialidade da sua intuição. (MEIRELES, 1984, p. 32).
Conforme Cunha (2006), atividades que tornem o livro uma fonte de prazer e enriquecimento, um desafio saudável para o aluno, não foram imaginadas. Durante os dias que durarem a leitura, o aluno está irremediavelmente solitário, com seu prazer ou desprazer, com suas dúvidas, com uma enorme vontade de, pelo menos, tentar outro livro (o que na maioria das vezes nós adultos, fazemos tranquilamente sem nenhum incômodo: nada nos obriga a chegar ao fim de um livro detestável). O processo de leitura se dá, portanto, com tropeços e às vezes com alegrias, mas sempre à margem da escola: sua especialidade e sua preocupação é avaliar.
Muitas escolas não têm um espaço adequado para leitura deixando a desejar o incentivo as crianças a entrarem em um mundo imaginário que se dá através de uma história, de um conto, desenvolvendo então seu cognitivo e emocional.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

O educador é um mediador que proporciona à criança oportunidades de se interagir e se manifestar através de trocas de experiências, brincadeiras, sentimentos, emoções vividas no cotidiano.
Durante o estágio foi possível perceber, que a literatura infantil é essencial para o desenvolvimento da criança, portanto, as escolas precisam de professores que trabalhem com histórias, levando as crianças a perceber o mundo em que está inserida de forma diferente, lúdica e prazerosa.
Cada criança tem seus próprios limites, num desenvolvimento peculiar definido por muitos e diferentes fatores. Mais do que conhecer as fases do desenvolvimento infantil, importa conhecer a criança, sua história, suas experiências e ligações com o livro.
A obra literária para crianças é essencialmente a mesma obra de arte para o adulto. Difere desta apenas na complexidade de concepção, a obra para crianças será mais simples em seus recursos, mas não menos valiosa.
Portanto, o ler é aprender, pois quando uma criança lê, ela cria um espaço para o pensar, desenvolve seu raciocínio, pensamento, estabelece contato com os demais que estão por perto, compreende o meio, atos sociais, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade.


REFERÊNCIAS
BORGES, Teresa Maria Machado. A criança em Idade Pré-Escolar. São Paulo: Ática, 1994.


CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil - Teoria e Prática. São Paulo: Ática, 2006.


ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1997.


MEIRELES, Cecília. Problemas da Literatura Infantil. 3ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.


FARIA, Maria Alice. Como usar a Literatura Infantil na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004.

FRANTZ, Maria Helena Zancan. O Ensino da Literatura nas Séries Iniciais. 4ª ed. Ijuí: Unijuí, 2005.