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BRINCADEIRA LIVRE E APRENDIZAGEM

Vanessa Santos Aparecido

RESUMO

O presente artigo possui então o objetivo de comprovar aos leitores que o brincar é fundamental para o desenvolvimento das crianças em geral, assim como, explicitar a importância da orientação do educador para ampliar o desenvolvimento do brincar, contribuindo automaticamente na aprendizagem e no desenvolvimento da autonomia, uma vez que a criança torna-se sujeito do próprio processo de aquisição do conhecimento. Portanto, para comprovar o que foi descrito a cima, serão necessários esclarecimentos sobre os conceitos de jogo, brincadeira livre, ludicidade e aprendizagem a sala de aula um lugar de brincar, pois por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar algo com o outro, mesmo em postura de adversário, a parceria é uma relação que afeta as emoções e põe à prova as habilidades, testando os limites. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado em outras habilidades, ou seja, brincando a criança torna-se operativa. Assim, uma aula lúdica não precisa necessariamente ter brinquedos ou jogos, o que traz a ludicidade para sala de aula é a atitude mais dinamizada do educador e dos educandos, essa atitude implica principalmente numa mudança afetiva, pois é importante que a criança brinque por brincar e não apenas com objetivo a ser alcançado. Por isso é de suma importância que o educador saiba orientar essa brincadeira, ou seja, em uma aula lúdica, é fundamental que o educador atinja seus objetivos com a participação ativa dos alunos.


Palavras – Chaves: Brincadeira, Orientação, Lúdica.

 

INTRODUÇÃO
O artigo tem por objetivo compreender a existência da aprendizagem na brincadeira livre. Como todos os níveis de educação, a Educação Infantil tem como propósito a promoção da construção do conhecimento, oportunizando o desenvolvimento da criança. A brincadeira nessa etapa é um método eficaz já que, através dela, a criança demonstra seus anseios, medos, espontaneidade, imita o que vivencia na realidade e explora sua fantasia. Nesse processo de desenvolvimento da criança através do brincar, o educador possui o papel fundamental de orientar a brincadeira, com o cuidado de não desmotivá-la, valorizando sua espontaneidade. Para isso, faz-se necessário que o professor conheça seus alunos, adequando seu apoio ao nível de desenvolvimento deles. O educador deve então disponibilizar diferentes materiais que estimulem a criança a brincar, colocando assim o pensamento dela em ação, tornando-a sujeito ativo no próprio processo de construção do conhecimento.


DESENVOLVIMENTO

Neste capítulo, a partir das ideias dos autores Tânia fortuna, Kishimoto, Gioca, Moyles, enfatizarei a importância do brincar no desenvolvimento da criança, assim como o elo que deveria existir entre o brincar e as atividades escolares. Sempre protegemos a ideias de que o brincar é muito importante para a criança, Inclusive.
[...] referencial Curricular Nacional (1998), para a Educação Infantil, o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar ter prazer e alegria para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo, portanto, a atividade escolar deverá ser uma forma de fazer e de trabalho, fazendo com que a criança tenha um desenvolvimento completo. (GIOCA, 2001, p. 13).
Porém, o brincar em sala de aula geralmente é visto como perda de tempo, logo, só se brinca na escola se sobrar tempo ou no momento do recreio. Esse momento do brincar é separado das atividades escolares, como por exemplo, à hora do brinquedo.
[...] muitos educadores buscam sua identidade na oposição entre o brincar e estudar: os educadores de crianças pequenas, recusando-se a admitir sua responsabilidade pedagógica, promovem o brincar; os educadores das demais séries de ensino promovem o estudar. “Outros tantos, tentando ultrapassar esta dicotomia, acabam por reforçá-la, pois, com frequência, a relação jogo-aprendizagem invocada privilegia a influência do ensino dirigido sobre o jogo, descaracterizando-o ao sufocá-lo.” (FORTUNA, 2000, p. 3).
Afinal, o brincar é movido pelos desejos da criança, desejo inclusive de crescer e fazer o que os adultos fazem, porém, isso não quer dizer que os adultos não intervirão nesse brincar. Pelo contrário, o educador pode, inclusive, ajudar a ampliar essa fantasia ao entrar na brincadeira, embarcar nesse faz – de - conta, claro que com muito cuidado para não destruir o interesse/o desejo da criança nesse momento. A brincadeira, então, propicia o desenvolvimento de contatos sociais através das relações emocionais. Todavia para que isso aconteça é importante que se preserve as características lúdicas. Observando o brincar, notamos que a criança é conservadora em relação aos procedimentos durante certas brincadeiras, da mesma forma são também inovadoras. Igualmente os conteúdos são ao mesmo tempo conservadores e inovadores, constituídos por conhecimentos produzidos socialmente ao longo do tempo e que vão evoluindo de acordo com a realidade.
Para Gioca (2001), essa internalização de signos desenvolve a interação social através do compartilhamento dos conhecimentos adquiridos, pois o brincar oportuniza o desenvolvimento da criança e permite que ela compreenda o mundo que a cerca. Discutindo as ideias de Piaget. Se a escola não abrir espaço para esse brincar estará reprimindo a precisão que a criança tem de se movimentar, expressar-se, relacionar-se com o outro, uma vez que brincando terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado em outras habilidades. Brincando a criança torna-se operativa/ sujeito ativo no processo de construção do próprio conhecimento, desenvolvendo assim a autonomia. O papel do professor como auxiliar no desenvolvimento do brincar, geralmente acontece individualmente ou em pequenos grupos, porém como auxiliar no desenvolvimento da criança pode também ocorrer em grande grupo, inclusive em uma turma completa. Por isso, é de suma importância que o professor conheça bem seus alunos, assim, ao observar o brincar da criança, saberá exatamente quando e como participar.
Todavia, devemos trabalhar com a criança de todas as maneiras, individual, em pequenos e grandes grupos, baseado no brincar livre, atividades de exercícios e repetições, sempre estruturando o brincar adequadamente em termos de desenvolvimento. Visto que o importante é que a criança tenha inúmeras oportunidades de experimentar o jogo de forma livre, pois esse lhe oportuniza o desenvolvimento da autonomia, liderança, buscar soluções para desafios que encontrará durante sua vida, comunicação, adaptação em diferentes ambientes, testando seus limites e qualidades.

CONCLUSÃO

O presente artigo originou-se da curiosidade referente à existência da aprendizagem na brincadeira livre, assim como a postura do professor durante o momento brincar, na brincadeira a criança cria um elo entre a realidade e a fantasia, ajudando-a a adaptar-se mais facilmente a ambientes desconhecidos assim como aceitar ou compreender situações desagradáveis, de maneira lúdica e divertida. Por isso pode-se dizer que, através do brincar, a criança se desenvolve e compreende o mundo. Logo, o brincar oportuniza a apropriação de conceitos e desenvolve a sua autonomia. Comprovando, então, a importância do brincar para o desenvolvimento da criança, uma vez que através dele ela demonstra distintos comportamentos como: medos; ideias; sentimentos; interação com outras crianças e adultos, desenvolvimento da cooperação e relação social; desenvolvimento da imaginação, limite; exposição de suas inseguranças, realidade de vida. Assim a brincadeira oportuniza à criança a exploração de suas habilidades, ao mesmo tempo em que testa seus limites.

REFÊRENCIA
FORTUNA, T. R. Sala de aula é ligar de brincar? In. Xavier, M. L. M e DALLA ZEN, M. I. H. (org.) Planejamento em Destaque: análise menos convencional. Porto Alegra: Mediação, 200.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. 8ª ed. V 5.12.83. Dicionário eletrônico Mini Aurélio. Positivo informática, 2010. CD-ROM.
GIOCA, Maria Inez. O jogo e a aprendizagem na criança de 0 a 6 anos. Belém – Pará. Universidade da Amazônia, 2001.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida, Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1196.
MOYLES, Janet R. (org.). A excelência do brincar. São Paulo: Artmed, 2006.
Brasil (2017). Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – BNCC Versão Final. Brasil
Nova Escola. Renata Meirelles: “Brincar não é só alegria” entrevista.