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BENEFÍCIOS PSICOMOTORES PROPORCIONADOS COM A PRÁTICA DA NATAÇÃO PARA CRIANÇAS DE 4 MESES A 2 ANOS DE IDADE



Jackeline Menezes de Sá
Jaqueline dos Santos Soares
Prissila Chiari
Juciane Deitos

RESUMO

Existem muitas dúvidas quanto à idade para se iniciar as aulas de natação para os bebês e quais são os seus benefícios para o seu desenvolvimento integral. A presente pesquisa propõe apresentar os argumentos necessários para justificar a prática da natação por crianças de 4 meses a 2 anos de idade, tendo como base os estudos da psicomotricidade, que focaliza o desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo dos bebês proporcionados por sua prática. A presente pesquisa tem como objetivo verificar os benefícios psicomotores da prática da natação para os bebês de 4 meses à 2 anos de idade, verificar os benefícios motores, o desenvolvimento cognitivo do bebê, e o desenvolvimento afetivo dos bebês com a prática da natação. O bebê desde a vida intrauterina já convive no meio líquido, e essa convivência natural pode ser prolongada nos primeiros anos de vida, pois favorece substancialmente seu desenvolvimento. Metodologicamente este estudo caracteriza-se como bibliográfico, pois analisou materiais já publicados em periódicos, constituído de livros e artigos. Concluiu-se com este estudo, que a natação funciona como uma excelente atividade psicomotora, na qual a criança experimenta de uma forma natural e espontânea, uma motricidade aquática dinâmica, respeitando o desenvolvimento maturacional e neuromotor. Levando em conta que é nos primeiros anos de vida que o bebê é marcado por um período de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras, na natação essas habilidades devem ser estimuladas, pois esses estímulos são os principais responsáveis por criar um amplo espectro de habilidades.

Palavras-chave: Natação. Bebê. Psicomotricidade.

1 INTRODUÇÃO

A prática da natação para crianças de 04 meses a 2 anos de idade, têm despertado a atenção dos profissionais da Educação Física e de pesquisadores quanto à efetividade de suas ações para potencializar o desenvolvimento psicomotor da criança.
Ao procurar um professor de natação para seus filhos, os pais têm geralmente em mente ensinar o filho a nadar, para estarem protegidos nas águas. O que muitos não sabem é que a natação é uma excelente atividade psicomotora, na qual a criança experimenta de uma forma natural e espontânea, uma motricidade aquática dinâmica, respeitando o desenvolvimento maturacional e neuromotor, terá fortalecido sua musculatura, o que colaborará com a lateralidade, equilíbrio, orientação espacial e coordenação motora ampla.
Estas vantagens ocorrem porque a criança, principalmente em seus primeiros anos de vida, passa por um processo intenso de desenvolvimento e maturação. Até os cinco anos de idade, ela tem a capacidade de ter 90% do seu cérebro preparado para o futuro. (FONSECA, 1995).
O ato de nadar pode fazer parte da vivência do bebê, proporcionando melhor qualidade de seu viver, que de acordo com (FREIRE, p.15) “[...] O ato de conhecer é tão vital como correr ou dormir, e eu não posso comer ou dormir por alguém [...] assim, a busca do conhecimento não é preparação para nada, e sim VIDA, aqui e agora.”
A natação pode ser propiciada à criança desde a mais tenra idade, uma vez que não exige nenhum pré-requisito básico de motricidade para a sua vivência. Ao contrário, suscita uma estimulação diferenciada por meio de uma motricidade aquática dinâmica, essencial a sua evolução, no seu decurso desenvolvimentista. Uma atividade aquática que faculte ações motoras de exploração do ambiente aquático, através de movimentos fundamentais de locomoção, manipulação e equilíbrio numa perspectiva desenvolvimentista, conforme o modelo proposto por Gallahue e Ozmun (1998).
O bebê já é adaptado ao meio líquido desde a gestação onde são capazes de fazer movimentos natatórios, demonstrando uma série de reflexos, comuns na primeira infância. E será nesta janela do desenvolvimento, que a natação pode influenciar positivamente o desenvolvimento integral da criança.
Em relação à questão de qual a melhor idade para começar a fazer a natação, autores entram em controvérsia, alguns afirmam que a natação pode ser praticada desde o 1° mês, outros afirmam que pode ser praticada só a partir do 6° mês. Mas analisando vários livros e artigos, verificamos que no 1° mês o bebê ainda não sustenta a região cervical e ainda não tomou as primeiras doses da vacina para reforçar sua imunidade e já o bebê aos 4 meses já sustenta a região cervical, com isso se torna mais fácil segurar o bebê na piscina, além de estar com sua imunidade reforçada pois tomou as primeiras doses da vacina. Além de que se o bebê começar muito tarde a natação ele vai estranhar no começo, pois provavelmente não terá mais lembranças de sua vivência intrauterina, com isso terá mais dificuldades de se adaptar ao meio.
O interesse pelo presente estudo deu-se pelo gosto pela natação, que tenho desde a infância, onde tive recomendações médicas para iniciar sua prática. A partir do Curso de Licenciatura em Educação Física, com a disciplina de Natação, entendi a importância da natação para os bebês, o que veio a despertar meu interesse por investigar os benefícios psicomotores proporcionados pela natação nesta fase do desenvolvimento da criança.
Este trabalho tem a intenção de mostrar aos pais e professores de natação os principais benefícios que a prática regular da natação promove para os bebês de 04 meses a 2 anos de idade, tais como, benefícios motores, emocionais, cognitivos, ou seja, contribuir com desenvolvimento integral da criança.
Á partir destas considerações iniciais o problema que move esta pesquisa é: “A prática da natação por bebês de 04 meses a 2 anos, contribui para o seu desenvolvimento psicomotor”?
O objetivo geral desta pesquisa foi verificar os benefícios psicomotores desenvolvidos com a prática da natação em crianças de 04 meses a 2 anos.
Especificamente buscou-se: Investigar os benefícios motores desenvolvidos com a prática da natação; avaliar o desenvolvimento cognitivo do bebê com a prática da natação e verificar o desenvolvimento afetivo dos bebês com a prática da natação.
O presente estudo pode ser disponibilizado paras as turmas futuras da disciplina de Metodologia do Ensino da Natação, no sentido de oferecer mais informações que venham a contribuir para a melhora das suas práticas, bem como orientar os pais na escolha desta modalidade.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa bibliográfica tem como objetivo verificar os benefícios psicomotores desenvolvidos com a prática da natação em crianças de 4 meses a 2 anos de idade.
De acordo com Lakatos e Marconi (2007) a pesquisa bibliográfica é aquela laborada apenas com materiais tratados analiticamente, ou seja, materiais já publicados, constituído de livros e artigos científicos publicados em periódicos.
É comum que a pesquisa bibliográfica apareça caracterizada revisão bibliográfica. Isto acontece porque falta compreensão de que a revisão de literatura é apenas um pré-requisito para a realização de toda e qualquer pesquisa, enquanto que a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório.
Conforme Andrade (1997) uma pesquisa bibliográfica pode ser desenvolvida como um trabalho em si mesmo ou constituir-se numa etapa de elaboração de monografias, dissertações, dentre outros. Com esta proposta optou-se por uma abordagem qualitativa com a utilização de uma análise interpretativa.
No contexto do trabalho enquadra-se para uma análise qualitativa que tem como objetivo situações complexas.

[...] as investigações que se voltam para uma análise qualitativa têm como objeto situações complexas ou estritamente particulares, sendo possível descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. (RICHARDSON, 1999, p. 80).

Richardson e colaboradores (1999), também defendem uma visão holística do fenômeno, e corroboram com a afirmação quando ressaltam que o aspecto qualitativo de uma investigação pode estar presente até mesmo nas informações colhidas por estudos essencialmente quantitativos, sem necessariamente perderem seu caráter qualitativo quando são transformadas em dados quantificáveis na tentativa de ter assegurada a exatidão no plano dos resultados.
A coleta de dados dá-se com bibliografias nacionais, que tratam da natação para bebês, além de dados publicados em bases científicas, bem como em artigos científicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Utilizar-se-á também pesquisas publicadas na internet, para analisar os dados.

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 História da Natação

A natação para os antigos era uma arma um meio de sobrevivência onde aqueles que sabiam nadar tinham por vezes características e habilidades pela pesca e pela caça.
Também era uma forma de proteção para as tribos quando necessitava construir suas casas em meio às arvores e rios, assim dificultando os inimigos para descobrirem seu local de vivencia e a natação sendo também um meio de fuga através dos grandes e pequenos rios.
Na Grécia também a natação ganhou espaço, pois o culto a beleza do corpo faziam com que as pessoas praticassem a natação, pois deixava as pessoas belas e harmônicas fisicamente. E para aquela época a beleza para os gregos era algo que se dava muito valor e visibilidade aos que praticavam.

A natação, assim como a corrida, é uma das práticas corporais mais antigas do homem. Escavações mostram a existência de piscinas aquecidas há 5.000 anos na Índia. Em inscrições egípcias, é encontrado o sinal de um nadador e, levando-se em consideração que os egípcios viviam às margens do rio Nilo, podemos supor que eles eram adeptos da natação. (DURAN, 1975, p. 41).

Até mesmo os índios quando iam defender suas tribos utilizavam-se dos recursos da natureza e um deles eram os grandes rios para transporte de alimentos de suas caçadas e para defesa de seu povo de alguma forma era o meio de camuflar e se defender dos inimigos.
Com o tempo a natação foi ganhando o mundo e estilos desde Ásia as Américas por toda parte as pessoas foram buscando aperfeiçoar os nados.
E nisso gerando as competições e estilizações da natação, pois vista como uma pratica que gerava bem estar e passa tempo construtivo dentre os indivíduos que a praticavam.
A história nos conta que desde a década de 1930 já havia pessoas que buscavam estudar sobre os nados entre eles japoneses, americanos, australianos e outros.

Um pouco antes da Segunda Guerra Mundial, teve início um desenvolvimento no esporte, cujo momento e credibilidade cresceram muito nos anos de 1950 e continuaram se espalhando para uma quantidade cada vez maior de países. Esse desenvolvimento foi o crescimento de programas nacionais, patrocinados pelo governo, pelo setor privado ou por ambos. Incluía-se nessa tendência o reaparecimento (de tempos clássicos) do que pode ser melhor descrito como “atleta governamental” (COLWIN, 2000, p. xvi).

De tal forma a natação se tornou também esporte olímpico surgindo correntes de nadadores e treinadores que utilizavam muitas das vezes das técnicas do atletismo para aperfeiçoar o nado. Sendo assim todo o mundo buscava os pioneiros como John Marshall, Robert Kiphuth, Joey Nuttall, James McLane, Wayne Moore dentre outros.
Logo os jogos olímpicos se tornaram um esporte conhecido mundialmente então na história foram surgindo diversos personagens transcendentes de outros esportes que aplicaram determinados exercícios e tempo na natação que foi se dando os novos nados ou mesmo a formalização do que era a pratica da atual natação que hoje conhecemos.
Buscando o desafio da melhora do tempo dos nados, do sincronismo de movimentos a natação cada vez mais foi se perfilando e moldando muitos treinadores e atletas.
E nisso surgiram grandes equipes, nas Américas, na Ásia, no oriente, pois se tornou uma modalidade de grande interesse para os técnicos, atletas e instituições que agregaram ao seu meio à modalidade natação.
Atualmente é uma das modalidades mais praticadas, por trazerem benefícios sociais, terapêutico, utilitários e sobrevivência.
Nas últimas décadas tem sido valorizado também para auxiliar o desenvolvimento psicomotor de crianças e bebês. Com o surgimento de várias academias e centros especializados no ensino da natação, começou-se a surgir classes específicas da natação para bebês (LIMA, 2003).

3.2 Desenvolvimento psicomotor dos 04 meses até os 02 anos de idade

Muitos autores definem o que é psicomotricidade, mas o autor que mais influenciou a psicomotricidade foi Jean Le Boulch. Segundo ele a educação psicomotora é indispensável a toda a criança seja ela normal ou com necessidades especiais.

A Educação Psicomotora refere-se a uma formação de base indispensável a toda a criança, seja ela normal ou com problemas, pois responde a uma dupla finalidade: assegurar o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a expandir-se e a equilibra-se através do intercâmbio com o ambiente humano. É ação pedagógica que tem como objetivo principal o desenvolvimento motor e mental da criança, com a finalidade de levá-la a dominar o próprio corpo e a adquirir uma inibição voluntária, propõe, tem no movimento espontâneo, sua diretriz fundamental, pois, em qualquer movimento, existe um condicionante afetivo que determina um comportamento intencional. Acredita-se que é sempre uma ação motriz, por menos que seja que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais, é pelo aspecto motor que a criança estabelece os primeiros contatos com a linguagem socializada (BOULCH, 1982, p. 24).

O desenvolvimento infantil é um processo com início na vida intrauterina e composto por aspectos como a maturação neurológica, o crescimento físico e as aquisições de habilidades associados ao comportamento e às esferas motora, cognitiva, afetiva e social da criança. (SACCANI, 2009).
Gallahue e Ozmun (2005) especificam as fases do desenvolvimento motor, onde a criança passa por três fases: movimentos reflexos, movimentos rudimentares e movimentos fundamentais.
Fase dos Movimentos Reflexos: Desde aproximadamente o quarto mês de vida fetal, até o quarto mês de nascimento, os movimentos que compõem o repertório motor do ser humano são de natureza predominantemente, reflexiva, que são movimentos involuntários.

Os primeiros movimentos que o feto faz são reflexos. Os reflexos são movimentos involuntários, controlados subcorticalmente, que formam a base para as fases do desenvolvimento motor. A partir da atividade reflexa, o bebê obtém informações sobre o ambiente imediato. As reações do bebê ao toque, á luz, a sons e a alterações na pressão provocam atividade motora involuntária. Esses movimentos involuntários e a crescente sofisticação cortical nos primeiros meses de vida pós-natal desempenham importante papel para auxiliar a criança a aprender mais sobre seu corpo e o mundo exterior. (GALLAHUE e OZMUN, 2005, p. 57).

Os movimentos reflexos podem ser observados desde o 4° mês de vida intrauterina e consistem em respostas físicas automáticas involuntariamente desencadeadas por estímulos específicos. Alguns reflexos são vitalícios, como o reflexo patelar, o piscar os olhos, e tantos outros, entretanto, outros devem ser "perdidos" ainda durante a primeira infância, estes são conhecidos como reflexos do bebê (HAYWOOD & GETCHELL, 2010) ou ainda como reflexos infantis (PAYNE &ISAACS, 2007).
A criança tem um ritmo mais acelerado no seu desenvolvimento até os 3 anos de idade, pois a medida que os centros cerebrais superiores assumem o controle dos movimentos, a atividade reflexiva do bebê vai sendo inibida e o bebê desenvolve os movimentos voluntários, que também podem ser chamados de movimentos rudimentares (GALLAHUE e OZMUN, 2005).
Fase dos Movimentos Rudimentares: De 1 a 2 anos de idade, são as primeiras formas de movimentos voluntários que permitem o controle postural, movimentos de manipulação e locomoção, que são movimentos necessários para a sobrevivência.

As habilidades motoras rudimentares do bebê representam as formas básicas de movimentos voluntários que são necessárias para a sobrevivência. Elas envolvem movimentos estabilizadores, como obter o controle da cabeça, do pescoço e dos músculos do tronco; as tarefas manipulativas de alcançar, agarrar e soltar; e os movimentos locomotores de arrastar-se, engatinhar e caminhar. (GALLAHUE, 2005, p. 58).

De acordo com Gallahue e Ozmun a fase de movimentos rudimentares pode ser dividida em estágio de inibição de reflexos e estágios de pré-controle. O estágio de inibição de reflexos inicia-se no nascimento que domina o repertório de movimentos do bebê, a partir daí o córtex em desenvolvimento influência os movimentos do bebê, com o tempo os reflexos vão sendo inibidos e gradualmente desaparecem, dando espaço aos movimentos voluntários, embora sejam intencionais, são descontrolados, grosseiros, pois quando o bebê tenta pegar um objeto usará todo o corpo, por exemplo: a mão inteira, pulso, ombro e até mesmo o tronco, demonstrando falta de controle. O estágio de pré-controle é por volta de um ano de idade, é nessa idade que o bebê começa ter o maior controle e precisão de seus movimentos, no estágio de pré-controle os bebês começam a aprender e ter equilíbrio começa a se locomover com um grau de controle, a manipular objetos.
A criança precisa seus próprios meios de transporte para ingressar na vida, ela começa se arrastando para pegar o objeto desejado, realizando um enorme esforço até começar a gerar força muscular para começar a engatinhar com isso ela poderá ir mais longe com menos esforço.

Se ela não consegue alcançar um objeto que o atrai, que ela deseja, só resta um recurso: construir um mecanismo que a leve a seu objetivo. Um bebê de poucos meses que ainda não sabe engatinhar, terá que realizar um enorme esforço, arrastando-se, para pegar qualquer objeto que esteja distante. Em pouco tempo, assim que a maturação biológica gere força muscular e organização nervosa suficientes o arrastar-se será superado pelo engatinhar. Isso porque o arrastar-se permite à criança uma viagem muito limitada, enquanto o engatinhar já lhe permite ir mais longe e empreender novas conquistas. (FREIRE, 2009, p. 25-26).

A natação para bebê se beneficia com a ação de engatinhar, que é um fenômeno que integra o sujeito com o mundo, uma perfeita comunhão das partes, uma evidência da indissociabilidade entre as pessoas e o mundo, e neste caso a convivência com o mundo líquido, que é estimulador do ato de se locomover.
A manifestação de esquemas motores, de organizações de movimentos construídos pelos sujeitos, em cada situação, construções estas que dependem de recursos biológicos e psicológicos de cada criança, quanto das condições do meio ambiente em que ela vive. Por isso o ambiente precisa ser estimulador.
Segundo (PIAGET, 1973, p.16) Esquema motor: “chamaremos esquemas de ações o que, numa ação, é assim transponível, generalizável ou diferenciavel de uma situação à seguinte, ou seja, o que há de comum nas diversas repetições e aplicações da mesma ação”.

3.3 Contribuições da Psicomotricidade para a Natação de Bebês.

A criança desde a vida intrauterina já convive no meio líquido, e essa convivência natural pode ser prolongada nos primeiros anos de vida com a prática da natação, pois favorece substancialmente o desenvolvimento da criança.

Observa-se a aquisição da marcha em um sentido desenvolvimental céfalo-caudal, pois o bebê em um primeiro momento só tem controle dos músculos do quadril evidenciando uma deambulação desajeitada, após esse controle inicial seguindo o padrão de desenvolvimento céfalo-caudal o domínio passa para as articulações dos joelhos, posteriormente do tornozelo, alcançando assim aos poucos um padrão maduro de deambulação, outros exemplos poderiam ser citados no sentido próximo distal como o movimento de alcançar e segurar, dentre outros (PAYNE & ISAACS, 2007, p. 28).

A natação traz vários benefícios que ajudam no desenvolvimento além de ter um efeito positivo na capacidade psicomotora da criança e na prevenção de doenças respiratórias.

A natação para bebês leva a um melhor desenvolvimento das capacidades psicomotoras, equilíbrio emocional e, sobretudo, à prevenção de doenças respiratórias, visto que grande parte das crianças sofre com esse tipo de problema (CASTRO, 1984, p. 58).

É uma modalidade que transfere segurança as crianças, pois desde o seu nascimento e primeiros banhos juntos aos pais elas tem este contato com a água e de tal maneira é familiar, a criança se sentirá confortável com isso ajudará no seu desenvolvimento da coordenação motora ampla que acontecerá de uma forma natural e espontânea.

A natação funciona como uma excelente atividade motora, na qual a criança experimenta de uma forma natural e espontânea, uma motricidade aquática dinâmica, essencial a sua evolução, em seu progresso desenvolvimentista. Com isso, o bebê, através de exercícios ao meio líquido, respeitando o seu desenvolvimento maturacional e neuromotor, terá fortalecida sua musculatura, o que colaborará com a lateralidade, equilíbrio, orientação espacial e coordenação motora ampla. (SIGMUNDSSON & HOPKINS, 2010, pg. 04. Artigo).

Levando-se em conta que é nos primeiros anos de vida que o bebê é marcado por um período de aquisição e aperfeiçoamento das habilidades motoras acentuado, ele deve ser estimulado, e esses estímulos são os principais responsáveis por criar um amplo espectro de habilidades.
Nas aulas de natação os bebês são estimulados a realizar diversas atividades motoras básicas propícias a idade, como pular, rastejar, sentar, gatinhar, levantar, subir etc. Através dessas práticas o bebê ganha equilíbrio, autoconfiança e autonomia.
Durante os primeiros anos a plasticidade cerebral é muito mais marcante (SACCANI & VALENTINI, 2012), neste período os estímulos ao bebê devem ser acentuados com a finalidade de aumentar suas redes neurais. A prática da natação além de propiciar o aumento das redes neuronais, também desenvolve a criança na sua integralidade.

O desenvolvimento do sujeito se dá de maneira integrada ao meio em que está imersa, com os seus aspectos afetivo, cognitivo e motor também integrado. Assim, a ênfase é para a integração entre organismo e meio e entre as dimensões: cognitiva, afetiva, e motora na constituição do indivíduo ((WALLON, 1981, p. 47).

A natação ajuda a um melhor desenvolvimento das capacidades psicomotoras do bebê, pois estimula além de todos os aspectos cognitivo, afetivo e motor. No aspecto cognitivo a natação permite a aquisição e a manutenção do conhecimento envolvendo a linguagem, percepção que influencia no comportamento, no aspecto afetivo envolve os sentimentos e as emoções e no aspecto motor relacionado ao aspecto físico e mecânico.

A prática de atividades aquáticas proporciona ao bebê melhorias em nível motor, tornando os bebês mais ativos e consequentemente beneficiando também o seu domínio cognitivo. A prática dessa atividade desenvolve a segurança, aumentando o conhecimento e domínio de seu corpo, favorecendo a comunicação do bebê com o adulto e com as outras crianças, e melhorando a sua qualidade de vida de um modo geral (SARMENTO, 2000, p. 36).

Apesar dos aspectos cognitivo, afetivos e motores tenha uma identidade diferenciada, uma esta interligada na outra, e a natação tem a capacidade de desenvolver todas estas potencialidades. O desenvolvimento motor está interligado, impactando e sendo impactado, a outras esferas do desenvolvimento humano: motora, afetiva e cognitiva. E podemos destacar este período como mais importante, pois carrega ainda grande parte dos movimentos reflexos, as estereotipias e os movimentos voluntários.

O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses aspectos tenha identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados que cada um é parte constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária apenas para a descrição do processo. Uma das consequências dessa interpretação é de que qualquer atividade humana sempre interfere em todos eles. Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem ressonâncias afetivas e motoras. E todas essas ressonâncias têm um impacto no quarto conjunto: a pessoa. (MAHONEY, 2000, p. 15).

Para que isso ocorra, é necessário criar um ambiente encorajador, com interações sociais, e com experiência sensoriais ricas, pois isso é fundamental para o desenvolvimento pleno do bebê. O ambiente pode agir como facilitador ao desenvolvimento normal do bebê, ocasionando a exploração e interação saudável com o meio; em contra partida um ambiente desfavorável pode restringir as possibilidades de aprendizado, interferindo de forma negativa nos padrões e no ritmo das aquisições motoras (PANCERI 2012, p. 46).
O bebê deve estar sempre seguro nas mãos de um professor, pai ou mãe, porém essa pessoa tem que ter o cuidado de não limitar os movimentos do bebê, impedindo o aprimoramento de suas habilidades psicomotoras, que o ajudarão a andar, sentar, engatinhar, pegar etc.
A afetividade é o território dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde andam o medo, o sofrimento interesse e alegria.
A maturação do bebê não depende da aprendizagem, mas ela auxilia muito para que isso possa acontecer, cada bebê tem seu tempo de desenvolvimento, uns se desenvolvem mais rápidos enquanto outros demoram mais tempo para assimilar e aprender, pois ocorre diferente para cada bebê.

Surgem três categorias de movimentos básicas: os estabilizadores, os locomotores e os manipulativos, esses movimentos como os próprios nomes já os definem são responsáveis pela busca de um controle do corpo em relação à gravidade, habilidades básicas de locomoção pelo ambiente e as habilidades de alcançar, segurar e soltar os objetos, respectivamente (GALLAHUE & OZMUN, 2005, p. 58).

Para se ter um controle de corpo em relação à gravidade são necessários três movimentos básicos, os movimentos estabilizadores que são necessários um grau de equilíbrio, como por exemplo: girar, equilibrar-se de um pé só, os movimentos locomotores que envolvem mudança na localização do corpo, por exemplo, caminhar, correr e os movimentos manipulativos que é dividido em manipulação motora rudimentar, a manipulação motora rudimentar envolve aplicar força sobre os objetos ou receber força deles, como por exemplo, arremessar, chutar, pular etc.
Nas intervenções com aulas de natação deve-se aproveitar o período de maior desenvolvimento neuronal das crianças, a fim de aperfeiçoar o aprendizado cumulativo e a retenção, através de incrementos no ambiente, nas tarefas e em experiências de intervenção com adultos e outras crianças. O ambiente da piscina favorece todas estas experiências.

3.4 A importância da Natação para o bebê

A natação trabalha com o corpo do bebê de forma integral, um corpo inteiro, não compartimentado. Qualquer bebê que não tenha nenhum distúrbio tem o interesse natural pela a água, o medo e a insegurança que o bebê demonstra pela água, possivelmente foi adquirido fora da água, pois a mesma até uma ano de vida desconhece o perigo. (FONTANELLI e FONTANELLI, 1985; PETRIA, 1992).
O contato com a água ainda nos primeiros meses de vida favorece a saúde e proporciona um momento de prazer e descobertas para os bebês (LAGRANGE, 1974).
Ter um amplo mecanismo de aprendizagem de sobrevivência e o encontro com o meio aquático que é importante para qualquer idade. Lima fala sobre o ato da percepção do conhecer e entender o mundo ao seu redor.

É por volta de dois anos de idade que a criança começa a buscar a verdade, compreender e não somente explorar. Podemos aplicar os estudos desenvolvidos por Piaget na aprendizagem da natação, principalmente na natação para bebês, pois Piaget estudou com muita propriedade o período do nascimento aos 24 meses, denominado período sensório-motor. (LIMA, 2009, p. 32).

Nessa etapa de desenvolvimento, o movimento é fundamental, para que o bebê se desenvolva cognitivamente, e o ambiente é importante para o desenvolvimento de programas motores interventivos. Dentre as opções possíveis, destaca-se o de natação para bebês, para potencializar este desenvolvimento.
De acordo com (CATTEAU, 1990), as crianças iniciadas em um programa de adaptação ao meio líquido em idade pré-escolar têm um rendimento mais satisfatório em seu processo de alfabetização. Isto pressupõe que a iniciação aos 4 meses de idade também traz contribuições importantes.
De acordo com (BRESGES, 1980; FERES 1999), a natação contribui na saúde como nos casos de bronquite e asma, ajuda nos problemas posturais, ajuda melhorar o sistema circulatório, além de melhorar as funções psicomotoras.
De acordo com (RAMALDES 1987) é muito importante praticar esporte desde pequeno, pois a criança que pratica atividades físicas tem seu desenvolvimento aprimorado, a atividade mais indicada nessa fase é a natação podendo ser aplicado até mesmo para os bebês.
De acordo com (PIAGET, 1989) os bebês nessa fase desenvolvem relacionamento com outras pessoas fora do círculo familiar, professora, pais e outros bebês, através da natação os bebês começam a ter noção de tempo e espaço, aprendem a se deslocar-se pela piscina, ajudando no auto salvamento, a natação melhora a resistência cardiorrespiratória e muscular, através das atividades o bebê aprende cores, temperaturas, odores, texturas.
Conclui-se que todos esses desenvolvimentos podem ser auxiliados e estimulados com a prática da natação desde os primeiros anos de vida que de acordo com (FONTANELLI e FONTANELLI 1986, p. 34) “[...] A densidade do meio líquido permite a realização de movimentos que os bebês, em geral, não seriam capazes de realizar fora d’água, em decorrência, da diminuição da ação da gravidade”.
A natação além de auxiliar no desenvolvimento do bebê ajuda-os a realizar movimentos que fora da água os mesmos não conseguiriam, pois a água diminui a ação da gravidade facilitando as aplicações das atividades.

3.5 O professor de Natação para Bebes

Para trabalhar com a natação para bebes é preciso mais que um conhecimento metódico de técnicas para dar aulas, seja em sala de aula, ou na piscina. Numa relação Educativa pressupõe-se o conhecimento de sentimentos próprios e alheios.
O professor tem uma grande importância na vida de seus alunos, quanto maior o seu conhecimento melhor para o aluno, a natação é uma ótima ferramenta para o desenvolvimento de inúmeras habilidades, mais para que isso ocorra o professor terá que planejar suas aulas de acordo com a necessidade de cada bebê, fazendo que suas aulas sejam estimulantes, evitando traumas e experiências negativas para o bebê.

As habilidades motoras evolui durante o crescimento e o desenvolvimento da criança; para tanto, o professor deve saber em que estágio de seu desenvolvimento motor a criança se encontra, para poder estruturar melhor experiências motoras que facilitem o progresso evolutivo, proporcionando atividades bem pensadas numa sequência organizada (CAUDURO, 2002, p.81).

Até os 2 anos de idade as aulas de natação são ministradas junto com os pais na piscina, para que as crianças tenham condições de aprender com segurança, transformando o medo do desconhecido em um ambiente alegre e prazeroso. Tanto o sentido no toque, do professor, do pai ou da mãe, com a utilização das mãos e do próprio corpo para transmitir segurança às crianças.
A natação para bebês exige profissionais capacitados, pois estes são capazes de executar diversos movimentos natatórios, demonstrando uma série de reflexos, comuns na primeira infância. Tudo através de estímulos esterioceptivos, ou seja, atividades que busquem facilitar o desenvolvimento de órgãos sensoriais das crianças, como o tato, a audição, a visão e o olfato (SARMENTO e MONTENEGRO, 1992).
O professor sempre será o elemento chave para o desenvolvimento dos bebês, e isso requer uma qualidade de ensino que gere para os alunos uma aprendizagem total ou que seja encaminhado de maneira que respeite as fases de desenvolvimento do bebê, que de acordo com (CAMUS, 1993), é por volta do 8º mês de vida que o bebê é capaz de controlar o movimento passivo e boiar. Dos 13 a 14 meses, na água seus movimentos aumentam, já é capaz de flutuar de bruços, consegue se direcionar e procura as bordas para sair da piscina. Por volta dos 14 a 24 meses, é capaz de controlar bem seus movimentos e mudar de direção. A partir daí já e capaz de participar de brincadeiras no meio líquido.
Sendo que o profissional que ministrar as aulas deve estar além do técnico e mecanicista, não é passar técnicas, é dar amplitude ao desenvolvimento dos bebês, pois essa é uma idade muito sensível. Por isso a importância da qualificação e didática do professor para realizar suas aulas e atividades.

Não adianta termos somente o conhecimento, precisamos também da alma dos artistas, de ensinarmos através da interpretação. Cada idade necessita de uma estratégia diferente por parte dos professores, crianças gostam de viver no mundo da fantasia, jovens de desafios e os adultos de atenção. O professor deverá ser um artista da comunicação. (LIMA, WILLIAM, 2009, pg. 16).

Conhecer as fases do desenvolvimento e pontuar a sua importância e como trabalhar cada idade, cada mecanismo e formar diferenciadas ações e planos de aula, para atender as demandas para uma boa pratica da modalidade.

Como se trabalha com crianças de 4 meses a 2 anos existe um cuidado especial um carinho maior por vezes as aulas serão acompanhadas pelos pais, pelos parentes próximos dos bebês e eles estarão juntos fazendo essa ponte de conexão tornando o ambiente tranquilo e trazendo calma para a necessária desenvoltura das crianças. Este contato é de extrema importância para o desenvolvimento sócio afetivo, já que se sabe que o controle emocional é basicamente formado aos dois anos de idade (FERREIRA, 2007, p.57).

O sentido de segurança e competência é continuo, pois neste período de 4 meses a 2 anos é onde a criança se encontra na busca da verdade, do sentir e começar a ter sensibilidade através do tato, olfato, paladar, visão e audição e conforme forem as dinâmicas usadas pelo professor isso gera para a criança uma adaptação ao mundo.
Por isso requer cuidado e atenção pela pratica da aula, sendo que na característica do profissional ele deve ser reflexivo para aperfeiçoar a sua pratica e trazer para cada criança individualmente aquilo que ela deve aprender, assimilar e tudo isso é um processo de assimilação e acomodação que o professor deverá sempre estar atento para conduzir da melhor forma a criança nesta faixa etária.
O bebê nessa faixa etária de 04 meses a 02 anos não irá aprender aos nados específicos como o nado borboleta ou o nado crawl, por exemplo, o objetivo nessa faixa etária é fazer o bebê se adapte ao meio aquático, além de aprimorar as habilidades psicomotoras.
A natação para os bebês deve atingir alguns objetivos essenciais que a pratica pode propiciar no desenvolvimento do bebê, entre esses objetivos estão fazer com que a natação gere uma produção de sentidos e sensibilidade nas crianças para que elas possam atuar de maneira significativa em todos os meios, verbalizar as características cognitivas por meio do movimento do corpo como respostas ao desenvolvimento orientado pelo professor, fundamentar as expressões corporais de maneira significativa visando o lado emotivo e lúdico que a natação tem para que as adaptações sejam frequentes em qualquer meio de forma visível aos pais e professores.
Além de o professor de natação estar habilitado para trabalhar com os bebês, deve estar em contínuo aperfeiçoamento, para dar conta de estar atualizado com os conhecimentos que constantemente surgem sobre a educação.
Kerbej 2002 Afirma que apesar de pouco incentivo e credibilidade, a natação para os bebês vem sendo desenvolvida há mais de 20 anos e os professores brasileiros são considerados os melhores do mundo de acordo com (SANTOS 1997, p. 47) “[...] Atualmente, os professores brasileiros de natação são considerados os melhores do mundo pela didática, dinamismo e propostas diferentes durante as aulas”.
A partir das experiências proporcionadas pela prática da natação que o bebê vai constituir, pouco a pouco, sem que ambos se apercebam, a estrutura básica da sua personalidade, o seu modo pessoal de ser, de sentir, de agir e de reagir diante dos outros, diante dos objetos, diante do mundo que o rodeia, apoiados pela intervenção de um professor de natação.
O diálogo não verbal estabelecido entre o bebê e o professor é de profunda relevância no desenvolvimento e evolução da sua personalidade. Esta relação deixa marcas em toda a vida, por isso um professor bem preparado é indispensável para trabalhar com a natação de bebes.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando o objetivo geral do estudo que buscou verificar os benefícios psicomotores desenvolvidos com a prática da natação em crianças de 04 meses a 2 anos de idade, e que levantou a problemática relativa a falta de conhecimentos sobre os benefícios psicomotores desenvolvidos com a prática da natação por bebês de 04 meses a 2 anos.
A natação ajuda a um melhor desenvolvimento das capacidades psicomotoras do bebê, pois oferece uma gama de estímulos que contribuem para o seu desenvolvimento integral, que embora articulados na mesma totalidade, são didaticamente divididos em: aspectos motores, cognitivos e afetivos e sociais.
No aspecto cognitivo a natação permite a aquisição e a manutenção do conhecimento envolvendo a linguagem, percepção que influência no comportamento do bebê. Ao avaliar o desenvolvimento cognitivo do bebê com a prática da natação, estudos demonstram que os bebês que fazem natação nos primeiros 2 anos de vida são direcionados em qualquer sentido aumentado a possibilidade de explorar seus movimentos, enquanto que se estivesse deitado ou sentado a possibilidade de movimentos seria limitada, fazendo com que na natação o bebê se desenvolva de forma mais ampla, como por exemplo, a linguagem, memória, percepção, raciocínio facilitando seu desenvolvimento integral.
No aspecto social e afetivo, que envolve os sentimentos e as emoções do bebê percebeu-se que o seu desenvolvimento social com a prática da natação, com a convivência com os professores, pais e outras crianças, ela aprende a se socializar e compartilhar atividades com outras pessoas. A inserção no meio líquido ajuda o bebê a ter confiança em si mesmo, melhora o relacionamento do bebê com os pais, por se tratar de uma ação que exige confiança e proteção, e ao mesmo tempo o encorajamento, com os estímulos adequados. A afetividade é o território dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde andam o medo, o sofrimento interesse e alegria. Na piscina o bebê aprende desde cedo a brincar com outras crianças, aprendendo a compartilhar e a vivenciar experiências em grupos.
Quanto ao desenvolvimento motor, que está relacionado com o aspecto físico e mecânico do bebê, natação é uma excelente atividade motora, onde o bebê pratica de forma espontânea, no meio líquido movimentos que proporcionam uma musculatura fortalecida, que irá colabora na lateralidade, equilíbrio, espaço e tempo e na coordenação motora geral. Para se ter um controle de corpo em relação à gravidade são necessários três movimentos básicos, os movimentos estabilizadores que são necessários um grau de equilíbrio, por exemplo, girar, equilibrar-se de um pé só, os movimentos locomotores que envolvem mudança na localização do corpo, (caminhar, correr) e os movimentos manipulativos que é dividido em manipulação motora rudimentar e manipulação motora fina, a manipulação motora rudimentar envolve aplicar força sobre os objetos ou receber força deles, (arremessar, chutar), já a manipulação motora fina exige o uso complexo dos músculos dos punhos e da mão, (pintar, colar).
A natação para bebês tem crescido muito com o passar dos anos, os profissionais professores de Educação Física tem cada dia buscar aperfeiçoar, suas didáticas e conhecimentos para atingir os objetivos que a natação propõe.
Por ocasião na matrícula nas aulas de natação, o bebê deve ser matriculado de “corpo inteiro”, de forma que esta modalidade educativa contribua para seu desenvolvimento integral, mesmo na mais tenra idade.
Os pais e professores têm papel relevante nas aulas de natação, pois proporcionam os estímulos, a segurança e a confiança necessária no meio líquido, e desta forma desenvolvem a autoconfiança do bebê, transformando o medo do desconhecido em um ambiente alegre e prazeroso.
Este estudo não é conclusivo, abre apenas algumas reflexões sobre a prática de natação para bebês, porém sugere outras pesquisas para melhor aproximação dos conhecimentos sobre ela.

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