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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS PEDAGÓGICOS NA ALFABETIZAÇÃO

Tania Prestes Dias Alberici1
Thaís Dias Alberici

RESUMO:

Cada indivíduo não é dotado de um mesmo conjunto de competências, consequentemente, nem todos aprendem da mesma forma, segundo a teoria das múltiplas inteligências de Gardner (1985) o educador descobre alternativas que colaboram para o desenvolvimento das diversas competências do aprendiz, e que o conduz não só ao conhecimento cognitivo, mas a um conhecimento do seu ser como um todo. A utilização de recursos informatizados pode potencializar o desenvolvimento dessas diversas competências possibilitando uma reestruturação do modo de relacionamento entre aluno/professor, pois o processo de desenvolvimento atende aos vários interesses individuais e coletivos. O objetivo deste trabalho é fazer uma explicação sobre a aplicação dos jogos educativos com o auxilio de tecnologia computacionais, dando ênfase no porquê de sua utilização, baseado na problemática de se obter um processo do desenvolvimento cognitivo que a dinâmica e o desafiador aos aprendizes explorando suas múltiplas competências, integrando-os como peças-chave no processo de ensino-aprendizagem. Quando observamos as brincadeiras infantis, percebemos que, para as crianças, jogo é coisa séria. Por isso elas detestam ser interrompidas. Todo o aprendizado que um jogo permite é fundamental para a formação da criança, em todas as etapas da sua vida. Através dos jogos, a criança conhece melhor a si próprio. Além disso, quando se relaciona com outras crianças. Assim, jogando, brincando, a criança vai compreendendo o que é ela mesma.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Jogo; Brincadeira.

1 INTRODUÇÃO

Os conteúdos de aprendizagem não são nada simples e as crianças precisam de algum tempo para assimilar, relacionar, introduzir desenvolver, construir e concluir.
O tema escolhido tem a proposta de reconhecer a importância de se trabalhar com o lúdico em sala de aula e descobrir se os alunos conseguem assimilar o conteúdo com mais facilidade através do lúdico, fazendo com que entendam interpretar e buscar soluções, de uma forma prazerosa.
Através dos jogos os alunos são capazes de criar estratégias; procurar respostas, ir além da imaginação, influenciar e aprender com seus próprios erros..
Quando o professor não trabalho com jogos no processo educacional, os alunos sentem-se desmotivados para aprender . .
O trabalho de pesquisa junto aos professores visa levantar o nível de desempenho dos alunos na participação afetiva dos mesmos. Todas as pessoas responsáveis pela educação devem buscar novas estratégias de trabalho, que garante o desenvolvimento da mesma na aprendizagem escolar.
Esta pesquisa tem por finalidade buscar um meio de estar propondo às escolas jogos como recursos pedagógicos.
Com o desenvolvimento tecnológico as crianças deixam de lado os jogos que fazem bem para o desenvolvimento físico e mental, sendo assim, elas precisam do jogo como forma de equilíbrio entre elas e o mundo. Para Piaget (1994) os jogos tornam-se mais significativos a medida em que a criança se desenvolve, pois a partir da livre manipulação de materiais variados ela passa a reconstruir objetos, reinventar as coisas o que já exige uma adaptação mais completo.
Os jogos são fundamentais no processo de aprendizagem da alfabetização, usando vários tipos de jogos, observando quais as crianças gostam mais, os professores às vezes não gostam de trabalhar com jogos, por motivo de estar com a sala cheia, mas primeiro devemos observar o que os jogos trazem para o desenvolvimento dos mesmos.
O jogo tem neste momento papel de mediador com a estrutura que ao experimentar, dá prazer.
Neste caminho de entendimento, tanto Piaget como Vygotsky admitem a função do signo como mediadores da expressão e em se discutir quanto a linguagem e a inteligência.
O jogo tem sido pouco explorado como forma de Ensino na Educação, mas a exigência deste trabalho é necessária para inovação e o crescimento da educação.
Assim, percebe-se que o jogo é um precioso recurso pedagógico, tornando a aprendizagem mais concreta e prazerosa. No ensino o jogo é de relevante importância no processo de aprendizagem, pois transforma a sala de aula em um espaço gerador de conhecimentos, onde a criança pode vivenciar fatos reais do seu cotidiano, pois caminham juntos desde o momento em que fixa a imagem da criança como um ser que brinca.
De acordo com o projeto implantado em Matupá, houve um acordo com a Associação dos Pequenos Produtores Rurais (APRAGUM), da Gleba União, Linha 05, onde os mesmos juntamente com a professora levantaram o número de alunos sem escola, e a mesma teve início no ano de 2000, com 18 alunos, tendo o nome da mesma “Escola Municipal Santo Antonio”, Linha 05.


2 METODOLOGIA

Este trabalho inicialmente desenvolvido através de pesquisas bibliográficas para embasamento teórico.
A partir dos estudos teóricos sobre o assunto, foi feita elaboração de uma carta de apresentação endereçada à Escola Municipal Santo Antonio do Município de Matupá – MT, solicitando autorização para que a pesquisa fosse feita com os professores daquela escola. A mesma foi respondida e autorizada.
Baseando-se referencial teórico foram elaborados os questionários, no qual se buscou com muito critério elaboração de perguntas que viessem atender os objetivos desta pesquisa e verificar as hipóteses levantadas.
Todos os questionários distribuídos foram respondidos e devolvidos. Após a coleta dos mesmos, foram feitas as análises dos dados, com embasamento teórico. A partir dos dados coletados, foi feita a análise e verificação das hipóteses e as informações coletadas foram sistematizadas e inclusa neste trabalho.

3 OS JOGOS NO ENSINO

O jogo é uma realidade cotidiana na vida das crianças, e para que elas brinquem é suficiente que não sejam impedidas de exercitar, sua imaginação. A imaginação é um instrumento que permite as crianças relacionar seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que pouco conhecem; é o meio que possuem para interagir com o universo que já existia quando elas nasceram e que só os poucos elas puderam compreender. A brincadeira expressa a forma como uma criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo a sua maneira. É também um espaço onde a criança pode expressar, de modo simbólico, suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos agressivos e os conhecimentos que vai construir a partir das experiências que vivem.
Segundo Piaget (1994), os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois a partir da livre manipulação de materiais variados, ela passa a construir objetos reinventar coisas.
Pensando que para muitas escolas e professoras jogos não é conhecido como instrumento de contribuição e enriquecimento para o desenvolvimento do aluno.


Jogo de exercício, jogo simbólico/dramático, jogo de construção, jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação, tornando-a orgânica. O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina. (BROUGÉRE, 1998, p. 2002).


Ao ressaltar a importância do jogo, Piaget o focaliza no momento em que a criança, ao relacionar-se com o mundo dos adultos, percebe as coisas de forma estranha pela falta de compreensão da realidade que o cerca, por exemplo (comer, tomar banho, não mexer em certos objetos, etc.). Por isso ela procura satisfazer suas necessidades afetivas e intelectuais.
Desta forma Piaget (1994) percebeu que o jogo dota regras ou adapta, cada vez mais, a imaginação simbólica dos dados da realidade sob forma de construções ainda espontâneas, mas imitando o real.

3.1 O JOGO E O DESENVOLVIMENTO

Segundo um estudo apresentado pela professora Regina Célia Grando (2001), a psicologia do desenvolvimento deve destacar que a brincadeira e o jogo desempenhem funções psicossociais, afetivas e intelectuais básicas no processo de desenvolvimento infantil. O jogo se apresenta como uma atividade dinâmica que vem satisfazer uma necessidade da criança, propiciando um ambiente favorável e que leve seu interesse pelo desafio das regras impostas por uma situação imaginária, que pode ser considerada como um meio para o desenvolvimento do pensamento abstrato.
Neste segmento, é fundamental inserir as crianças em atividades que permitam um caminho que vai da imaginação à abstração de estratégias diversificadas de resolução dos problemas. O processo de criação está diretamente relacionado à imaginação e a estrutura da atividade com jogos permite o surgimento de situações imaginárias.
É no jogo e pelo jogo que a criança é capaz de atribuir aos objetos significados diferente; desenvolver a sua capacidade de abstração e começar a agir independentemente daquilo que vê, operando com os significados diferentes da simples percepção dos objetos. O jogo depende da imaginação e é a partir desta situação imaginária que se traça o caminho à abstração. É necessário que a escola observe à importância do processo imaginativo na constituição do pensamento abstrato.
Ao analisarmos os atributos e/ou características do jogo que pudessem justificar sua inserção em situações de ensino, evidencia-se que este representa uma atividade lúdica, que envolve o desejo e o interesse do jogador pela própria ação do jogo, e envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer seus limites e suas possibilidades de superação de tais limites, na busca da vitória, adquirindo confiança e coragem para se arriscar.
Quando são propostas atividades com jogos para alunos, a reação mais comum é de alegria e prazer pela atividade a ser desenvolvida..

3.2 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS PEDAGÓGICOS NA APRENDIZAGEM DA CRIANÇA

Sabemos que é de suma importância os jogos na vida da criança, por isso que o educador deve ter uma formação sobre o assunto.
Porque a Educação Física nos dias de hoje deve ser caracterizado pela busca constante de uma prática transformadora, que se integre nos avanços alcançados, nos estudos da psicomotricidade, e que especialmente, considere os aspectos culturais no processo de aprendizagem.
Ferron, Mariet e Porcher (1979) consideram o jogo como atividade e brinquedo como objeto que serve o jogo. Esses autores acreditam que o jogo deve ser privilegiado em relação ao brinquedo e sugerem que se possa por em prática os diferentes jogos que chegam aos educadores pela tradição, pelas trocas interacionais.
Ainda enfatizam a fundamental importância da formação dos professores como algo que lhes fornecerá meios para empregar o jogo em toda a sua riqueza pedagógica potencial. Importa primeiro que os próprios professores saibam brincar para estarem em condições de partir do jogo das crianças e a ele regressarem.
Segundo Leif e Brunelle (1978), não é suficiente dar as crianças o direito ao jogo, é preciso despertar e manter nelas o desejo do jogo; não é possível se contentar em ampliar os recreios e aumentar os estoques de brinquedos, é preciso formar educadores animadores.
Sabe-se que nas séries inicias o jogo é de uma suma importância. A criança desenvolve pela experiência sócia, nas interações que estabelece, desde cedo, com a experiência sócio-histórica dos adultos e do mundo por eles criados. Dessa forma a brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a experiência sócio-cultural dos adultos.
O jogo não pode ser visto, apenas, como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. Para Piaget (1967), o jogo e a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos sensórios motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas estruturam seu espaço e o seu tempo, desenvolvem a noção da causalidade, chegando a representação e finalidade lógica.
As crianças ficam mais motivadas a usar a inteligência, pois querem jogar bem: sendo assim, esforçam-se para superar obstáculos, tanto cognitivo quanto emocionais.


Se brinquedos são sempre suporte de brincadeiras, sua utilização deveria criar momentos lúdicos, de livre exploração, nos quais prevalecem as incertezas do ato e não se buscam resultados. Porém, se os mesmos objetos servem como auxiliar de ação docente, buscam-se resultados em relação à aprendizagem de conceitos e noções ou mesmo, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica, deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. (KISHIMOTO, 1994, p. 14).


O jogo possibilita a criança deficiente mental aprender de acordo com seu ritmo e sua capacidade. Há um aprendizado significativo associado a satisfação e ao êxito, sendo este a origem da auto-estima. Quando esta aumenta a ansiedade diminui, permitindo a criança participar das tarefas de aprendizagem com maior motivação. O uso do jogo também possibilita melhor interação da criança deficiente mental com os normais e com o professor.
Os primeiros jogos de regras são valiosos para o desenvolvimento da capacidade corporal de equilíbrio e coordenação, mas trazem também a oportunidade, para as crianças das primeiras situações competitivas, em que suas habilidades poderão ser valorizadas de acordo com os objetivos do jogo.

3.3 O LÚDICO NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

O lúdico na educação prevê principalmente a utilização de metodologias agradáveis e adequadas às crianças que façam com quem o aprendizado aconteça dentro do seu “mundo”, das coisas, seus interesses e esquemas de raciocínio próprio.
“Os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que tem hoje, eram vistos como fúteis e tinham como objeto a distração, o recreio”. (PIRES, 2004, p. 19).
Sabemos que a palavra lúdica vem do latim ludus e significa brincar e é neste brincar que estão incluídos os jogos, brinquedos, brincadeiras e divertimentos que se usados de maneira correta e indutiva pelo educador, poderá exercer a função de educar e oportunizar a aprendizagem do educando, seu saber, seu conhecimento desenvolve a sua compreensão de mundo, independente de época, cultura e classe social.
O educador que está sempre buscando aperfeiçoar seus conhecimentos sabe que os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento, de alegria e de sonhos onde as realidades e o faz de conta se confundem que o jogo está no gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo pois existem hoje vastos e amplos meios e fontes de informações que podem atualizar e orientar o educando, para que a mesma possa estar entrando com a criança neste mundo do real imaginário. Não podemos deixar de lembrar que a criança está sempre perguntando.
“Professor, vamos brincar?”
E nós nos perguntamos: “Porque não ensinar brincando?”
Questões como essas se fazem presente no dia-a-dia do educador e por inúmeras vezes nos preocupa e faz com que nos lancemos nesta aventura de experimentar o que para nós ainda é novo. Mesmo que para tanto temos o mínimo de espaço possível no currículo pedagógico, por esse motivo cabe então a todos os educadores lançarem mão de um tema importantíssimo interdisciplinaridade podemos estar trabalhando temas, como: sexualidade, meio ambiente, cidadania, etc.
Queremos deixar claro que é de fundamental importância que todos nós educadores entendamos que educar não se limita apenas a repassar informações, que jogos não são só para serem jogados, brincadeiras para serem brincados, porém sim descobrir, acreditar e aceitar que cada jogo, brinquedo ou brincadeira tem valores e objetivos que deverão ser discutidos, analisados e colocados em prática oferecendo variadas ferramentas para que o educando possa escolher entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seu potencial de anseio e visão de mundo, pois o lúdico é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista de maneira nenhuma como apenas diversão, mas sim como desenvolvimento pessoal, social e cultural, onde colabora em parte fundamental para uma melhor preparação da saúde mental e social, facilitando os processos de comunicação, expressão e construção do conhecimento.
Os jogos que apresentaremos neste trabalho não são de todos diferentes dos jogos esportivos, pois eles também trazem regras que por si se fazem serem respeitados quando postos em prática.
E ao resgatarmos as funções do lúdico na formação do educador e do educando estamos retomando a história e a evolução do homem na sociedade, pois cada época e cada cultura tem uma visão diferente de mundo, pois a criança não tinha a existência de hoje. Ela era considerada miniatura do adulto ou quase adulto, os jogos e brinquedos, embora sendo um elemento sempre presente na humanidade desde seu início, também não tinham a conotação que tem hoje, eram vistos como fúteis e tinha como objetivo a distração e o recreio, sendo assim, dentre as contribuições mais importantes deste estudo podemos destacar que (PIRES, 2004, p. 19):
a. as atividades lúdicas possibilitam exercitar as resistências “pois permitem a formação do auto conceito positivo;
b. as atividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança já que através destas atividades a criança se desenvolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente;
c. o brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;

3.4 O JOGO NA VIDA DA CRIANÇA

O jogo ultrapassa os limites da atividade puramente física ou biológica. Ele se baseia na manipulação de certas imagens, numa certa imaginação da realidade. O jogo se distingue da vida “comum” tanto pelo lugar quanto pelo tempo que ocupa. Esta é uma outra de suas características: o isolamento, a limitação no tempo e no espaço. Todo jogo acontece no interior de um espaço previamente delimitado. Esses limites podem ser físicos, materiais, como por exemplo, o espaço de um campo de futebol ou uma casa de bonecas; ou poder ser limites imaginários como nas brincadeiras em que as crianças se imaginam em guerras interestelares, florestas, castelos encantados, etc. Neles, as regras são um fator muito importante, pois são elas que determinam aquilo que vale e o que não vale dentro do mundo temporário que o jogo circunscreve.
Piaget descreve quatro estruturas básicas de jogos infantis, que vão se sucedendo e se sobrepondo nesta ordem:


Jogo de exercício, jogo simbólico/dramático, jogo de construção, jogo de regras. A importância do jogo de regras, é que quando a criança aprende a lidar com a delimitação, no espaço, no tempo, no tipo de atividade válida, o que pode e o que não pode fazer, garante-se uma certa regularidade que organiza a ação tornando-a orgânica. O valor do conteúdo de um jogo deve ser considerado em relação ao estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança, isto é, como a criança adquire conhecimento e raciocina. (disponível em http://www. centrorefeducacional.com.br/ojogosim.html. Acesso em 29/05/2007)

O jogo, portanto, pode estar presente na rotina das escolas, principalmente nas escolas de educação infantil, tanto quanto está presente na vida doméstica.
Didaticamente devem ser exploradas com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.
Para Benjamin, brincar é um ato de libertação, onde as crianças que brincam estão sempre construindo um mundo próprio e se libertando dos gigantes que as rodeiam. A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não brincar.


4 CONCLUSÕES

De acordo com a pesquisa, através das respostas dadas nos questionários, foi feita a análise e em seguida a tabulação das questões posteriormente a elaboração dos gráficos, onde confirmou-se ou refutou-se algumas das hipóteses levantadas neste projeto.

4.1 VERIFICAÇÃO DAS HIPÓTESES

Após a análise e discussão do questionário e tendo em vista a importância dos jogos pedagógicos na alfabetização, realizou-se a pesquisa de campo com objetivo de verificar as hipóteses levantadas no início do projeto. Foi realizada a tabulação das questões, posteriormente a elaboração dos gráficos e em seguida a verificação das hipóteses.
A hipótese básica elencada no projeto foi “Os professores não trabalham com jogos pedagógicos por desconhecer a importância dos mesmos na aprendizagem da criança”. Esta hipótese foi refutada por 100% dos professores pesquisados através das questões 07 e 12, que utilizam os jogos pedagógicos na alfabetização e que os jogos pedagógicos auxiliam no desenvolvimento da criança.


Quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a estimular certos tipos de aprendizagem surge a dimensão educativa. Desde que sejam mantidas as condições para expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar o educador está potencializando as situações de aprendizagem. (KISHIMOTO, 2001, p. 57).


Ao se levantar a segunda hipótese de quais “Os jogos que são preferidos pelos alunos são o dominó e o quebra-cabeça”, esta hipótese foi também refutada de acordo com a questão de nº 09, onde os professores afirmam que o jogo preferido pelas crianças é o jogo com bola.
Na terceira hipótese foi “Os jogos são importantes para o desenvolvimento da criança”. Esta hipótese foi confirmada, pois de acordo com as questões de nº. 12 e 13, os professores confirmam que os jogos são importantes para o desenvolvimento da criança, onde desenvolvem a socialização, o raciocínio rápido, desenvolvimento cognitivo e a psicomotricidade.
Ao levantar a quarta e última hipótese de que “Os professores não utilizam jogos na alfabetização por motivo de trabalharem em classes multisseriadas”. Esta hipótese foi refutada por 100% dos professores responderam através das questões 07 e 10 que utilizam jogos pedagógicos e não apresentam dificuldades em trabalhar com as crianças.

4.2 CONCLUSÕES GERAIS

O jogo é uma realidade cotidiana na vida das crianças, para que elas brinquem, é suficiente que não sejam impedidas de exercer a sua imaginação. A imaginação é um instrumento que permite as crianças relacionar seus interesses e suas necessidades com a realidade de um mundo que elas pouco conhecem; é o meio em que possuem para interagir com o universo dos adultos, universo que já existia quando elas nasceram e que só aos poucos elas poderão compreender.
Nos murais, esculturas, desenhos e pinturas onde as diferentes gerações deixaram registrados aspectos variados da vida cotidiana, podemos observar a presença dos jogos das brincadeiras e dos brinquedos como elementos que caracterizam os indivíduos representados, demonstrando sua condição de criança.
O jogo é fundamental para a criança interagir e construir conhecimentos sobre si mesmo e sobre a realidade que a cerca. Segundo Vygotsky (1993) na brincadeira a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real. Além disso as brincadeiras fornecem ampla estrutura para mudanças das necessidades e da consciência, pois nela as crianças resignificam o que vivem e sentem.
O jogo criativo é que dá às crianças uma base sadia para o aprendizado posterior. É brincando que a criança descobre o mundo e vivencia suas leis.
Ao jogar, as crianças não apenas expressam e comunicam suas experiências, mas as reelaboram, se reconhecendo como sujeito pertencente a um grupo social e um contexto cultural-aprendendo sobre si mesmo.
O jogo é, portanto experiência de cultura através da qual valores, habilidades, conhecimentos e formas de participação social.
As teorias abordadas sobre o jogo e o brincar são bem diversificadas.


O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites e tempo e de espaço, segundo regras livremente conceituadas, mas absolutamente obrigatória dotada de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida quotidiana (HUIZINGA apud SCHINERIDER, 1996, p. 14).

Nela está tudo aquilo que gostaríamos de ser e de viver, pois a mesma, é concebida numa esfera pauta de desejo.
Nessa perspectiva Santos afirma: “Brincando com sua especialidade, a criança se desenvolve na fantasia e constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo rela, onde precisa viver”.


O jogo deve estar presente em toda parte. Sem justificativa uma relação privilegiada entre jogo e educação, a psicanálise construiu uma idéia fundamental de que o jogo é o terreno necessário, sobre o qual o conjunto da personalidade e, sobretudo, a parte criativa desta, vai erigir-se. Pouco importa o que é jogo, o jogador deve estar presente. (BROUGÉRE, 1998, p. 2002).

Assim, a brincadeira é um espaço – tempo que acontece fora da ordem da vida, é um momento em que o simulacro e a fantasia estão presentes.
O lúdico ganhou, nos últimos anos, a conotação de prazer, de algo que se realiza sem conflitos, com facilidade e contentamento simplista, pois a brincadeira se tornou uma ocupação muito séria na infância, onde a criança deixa fluir seus pensamentos e com isso, seu aprendizado se tornou mais eficiente.
O jogo por ter caráter lúdico, é manuseado pela criança de forma natural. É sempre uma atração, um desafio à curiosidade e imaginação. Através dele ela poderá explorar, observar, descobrir e recriar algumas regras, desencadeando todo um processo global de desenvolvimento.
A partir de Vygotsky, pode-se dizer que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento próxima da criança, tendo enorme influência em seu desenvolvimento. Ele prevê uma situação de transição entre a ação da criança com objetivos concretos e suas ações com significados.
No brinquedo, a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, e também aprende a separar objeto e significado. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva.
Para Jean Piaget (1978), as atividades recreativas têm um papel de auto-relevo. A criança ao brincar, aprende a se relacionar com o mundo ao seu redor. A criança é concebida como um ser dinâmico, que a todo o momento interagem com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Cabe a escola propor atividades desafiadoras que provoquem desequilíbrio e equilibrações sucessivas, promovendo a descoberta e a construção do conhecimento. Assim sendo, a criança estimula a inteligência e a construção do conhecimento. Assim sendo, a criança estimula a inteligência e a aprendizagem flui de forma espontânea.
Durante a pesquisa deste trabalho constatou-se que é através do brincar, do brinquedo e uso de jogos que a criança passa a compreender seu dia-a-dia, aprendendo a refletir sobre ele por meio das brincadeiras que realiza e da interação significativa com os indivíduos que fazem parte de seu mundo. Pois uma criança em idade pré-escolar canta, dança, ri, chora, brinca, briga, pula, grita, enquanto faz nova descoberta.
É através dos jogos pedagógicos que a criança começa a perceber as características dos objetos, seus funcionamento e os acontecimentos ao seu redor. Participando com ela nessa atividade podemos ajudá-la a construir e a dirigir seu raciocínio para uma visão crítica da própria realidade na formação de cidadãos plenos, autoconfiantes, étnicos e construtivos.
Todas essas atividades, que se realizam em um processo de maior ou menos interação, são muito importantes quando se pensa no aspecto da socialização, no decorrer do qual a criança constrói, elabora e transforma as estruturas cognitivas que lhe permitirão apropriar-se do conhecimento. Por isso, é necessário que lhe sejam dadas oportunidades de tomarem decisões, estimulando sua iniciativas e a curiosidade que lhe é própria, o que permitira expressar e descobri o que pensa.
Muitos profissionais da educação julga os jogos pedagógicos como perda de tempo ou sinal de indisciplina, mas um número cada vez maior de educadores descobre que a criança aprende muito mais através das brincadeiras. A observação é a correta interpretação do ato lúdico, dá ao educador um instrumento valioso para entender seus alunos, além da oportunidade de mesclar as informações, não privando a infância das belas brincadeiras que não se perdem em meio a nenhum progresso tecnológico, por combinarem aspectos lúdicos que agradam a própria essência da criança.
Maluf (2004) diz que “A aprendizagem é mais rápida e duradoura se for agradável e satisfatória em si mesa, e as melhores experiências educacionais assumem uma natureza lúdica”.
Sendo que o papel do professor durante o processo didático pedagógico é provocar participação coletiva, desafiar o aluno a buscar soluções e é através do jogo que se pode despertar na criança um espírito de companheirismo, cooperação e autonomia. A criança precisa interagir de forma coletiva, ou seja, precisa apresentar seu ponto de vista, discordar, apresentar suas soluções e é necessário também criar ambiente propicio e incentivar as crianças a terem pensamento crítico e participativo, fazendo parte das decisões do grupo.
No entanto, o jogo, na escola, é uma atividade lúdica tão séria quanto qualquer outro tipo de tarefa. A diferença, portanto, é que para o aluno é sempre uma ação interessante e agradável. Aprender brincar deve se3r um dos princípios do ensino.
Os jogos oportunizam ao aluno criar estratégias, aprender a ser crítico, e confiante em si mesmo. Convidam a criança não apenas a pensar, mas também incentivam a troca de pontos de vista, o que contribui para o desenvolvimento de sua autonomia. Enquanto jogam, os alunos são mais ativos mentalmente, porque são desafiados. “Os jogos são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual”. (CHATEU, 1987, p. 25).
O jogo pode ser utilizado em várias etapas escolares, pois oportuniza a construção de conceitos. Os jogos podem ser agradáveis brincadeiras de sala de aula. Soam como desafios escolares. Assim pensa a criança: jogo é brinquedo. Brinquedo é jogo. “Brincando a criança se desenvolve na fantasia e constrói um atalho entre o mundo inconsciente, onde desejaria viver, e o mundo real, onde precisa viver”. (SANTOS, 2001, p. 4).
O caráter lúdico, normalmente, se encontra na maioria dos jogos independente de serem pedagógicos ou não. São as técnicas intelectuais e a formação de relações sociais que devem ser consideradas com mais atenção. Pode-se dizer que não são nossas crenças e nossas verdades como educadores que vão determinar a ascensão desses aspectos no momento em que propusermos um jogo em sala de aula, a escola deve se apoiar no jogo, tomar o comportamento lúdico como modelo para confirmar o comportamento escolar. O sentido real e funcional da educação lúdica estará garantido se o educador estiver preparado para realizá-lo de forma integral.
Através da observação desta pesquisa levou-se em consideração que os professores desempenham um papel importante na vida do educando, instruindo a busca do conhecimento das diversas atividades.
Sendo assim, é necessário salientar que o sucesso pedagógico de qualquer trabalho vai depender da postura e do comprometimento do professor durante as atividades didáticas. Propor uma pedagogia baseada na interação coletiva, na criatividade, na ludicidade envolve todo o contexto escolar e a cada dia que passa podemos perceber que a educação vem evoluindo.


REFERÊNCIAS

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ARAUJO, V. C. O Jogo no Contexto da Educação Psicomotora. São Paulo: Cortez, 1992.

CHATEAU, J. O Jogo e a Criança. 13ª ed. São Paulo: Nacional, 1987.

FARIA, A. R. O Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, segundo Piaget. 3 ed. São Paulo: Ática, 1995.

FERNANDES, L. D. et al. Jogos no Computador e a Formação de Recurso Humanos na Indústria. VI Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Anais. Florianópolis: SBC-UFSC, 1995.

FRIEDMANN, A. Brincar: Crescer e Aprender: O Resgate do Jogo Infantil. São Paulo: Moderna, 1996.

HUIZINGA, Johan. Home Ludens. O jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva/USP, 1971.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogos, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2000.

PIAGET, J. A Formação do Símbolo: Jogo e Sonho, Imagem e Representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente – O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

WALLON, H. A Evolução Psicológica da Criança. Lisboa, 1968.

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