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A EDUCAÇÃO INCLUSIVA NAS ESCOLAS BRASILEIRAS

Cristiane Dias Sabóia de Almeida da Silva

Jeane Ferrer Paixão

Karla Regina Tercal

Jucimara de Oliveira Santos


INTRODUÇÃO


Quando falamos em educação inclusiva, compreendemos o processo de inclusão das pessoas com necessidades educativas especiais na rede regular de ensino. Tal processo tem causado grande impacto nas discussões no ambiente escolar acerca dos rumos que devem tomar as instituições de Ensino. A inclusão da diversidade contempla as dificuldades enfrentadas na efetiva inserção das pessoas com necessidades educativas especiais, na medida em que se preocupa com as diferenças individuais e discorre sobre a prática docente voltada para a inclusão, na intenção de mobilizar educadores tratando do compromisso com a transformação social e educacional.

Na educação especial é possível perceber que, há tempos, os considerados deficientes vêm lutando por seus direitos na sociedade. Na área educacional não tem sido diferente. Na medida em que apresenta novas propostas educativas, a educação tem mostrado avanços em relação à inclusão social. Para Glat, “o momento educacional brasileiro é de democratização da instituição escolar”. Nesse contexto, a educação inclusiva, que até bem pouco tempo era considerada utopia, hoje vem consolidando-se como uma realidade. O papel do professor especializado, nesse sentido, se dá em parceria com professor da escola regular para atender as necessidades e potencialidades peculiares, de cada aluno dentro do ensino regular.

Os professores do ensino regular apontam como principais dificuldades e impasses gerados pelo atual modelo de inclusão: a eficácia da metodologia aplicada; a falta de recursos e de infraestrutura; as péssimas condições de trabalho; as jornadas de trabalhos excessivas; os limites da formação profissional; o numero elevado de alunos por sala de aula; os prédios mal conservados; o despreparo para ensinar seus alunos. Portanto, fica claro que o processo de implantação da educação inclusiva exige dedicação e coragem, mas também prudência e sensatez, tanto na ação educativa quanto nos estudos e nas investigações.

Cientes da ideia de que educação inclusiva requer, basicamente, uma convivência passiva de todos os sujeitos que dela participam, na realidade que vivenciam, e que seja reafirmada nos projetos educativos que a sustenta em contextos onde ela é requerida, buscamos, observar algumas questões. Essa escolha deve-se ao entendimento de que oferece meios de assimilar e entender não somente problemas já conhecidos mais explorar áreas, onde os problemas ainda não se dissiparam o suficiente.

O que é de fato educação inclusiva? Como vem sendo discutidos e elaborados projetos educativos inclusivos por meio da participação dos envolvidos na escola? Como se efetivam a teoria pratica e pedagógica em um sistema redutor de exclusão?

Para responder essas questões esse estudo, tem como objetivo geral compreender de que modo à questão da educação inclusiva, é tratada, discutida e fundamentada nos projetos de escola. Os objetivos específicos foram explicitados da seguinte forma: analisar a partir das ideias estudadas e analisadas, como a educação inclusiva pode ser entendida, trabalhar os problemas e entraves de uma educação inclusiva na realidade escolar.


DESENVOLVIMENTO

 

A educação especial, no Brasil, teve início na época do Império, começou com duas instituições: Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual instituto Benjamin Constant-IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da Educação INÊS, os dois no Rio de Janeiro. Na segunda metade do século XIX e inicio do século vinte, as escolas especiais proliferaram por toda Europa e Estados Unidos.

A educação especial surgiu sob o enfoque médico e clínico, com o método de ensino para crianças com deficiência mental criado pela médica italiana Maria Montessori, no inicio do século XX. O método Montessori, inspirado na rotina diária e na ação funcional, fundamenta-se na estimulação sensório-perceptiva e autoaprendizagem. Emprega rico e variado material didático como: blocos, cubos e barras em madeira, objetos variados e coloridos, material de encaixe e seriação, letras grandes em lixas entre outros. O método Montessori foi mundialmente difundido e até hoje é utilizado, inclusive no Brasil, na educação pré-escolar de crianças sem qualquer deficiência.

No inicio do século XX foi criado o Instituto Pestalozzi (1926) instituição especializada em crianças com deficiência mental, e em 1954 foi fundada a primeira

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-APAE; em 1945 foi criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipof. A Constituição Federal de 1988 traz um dos principais objetivos fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (ART.3º, INCISO IV). O artigo 205 garante a educação como direito de todos e o pleno desenvolvimento da pessoa, formação de cidadãos para a sociedade e qualificação profissional. O artigo 206 inciso I garante a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e garante que é dever do Estado, a oferta do atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (ART. 208).

O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, Lei Federal Nº 8.069/90, no artigo 55, reforça os dispositivos legais determinando que “os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. No mesmo ano surgiu também outro documento, a Declaração Mundial de Educação para Todos e, em 1994, a Declaração de Salamanca, que teve grande influência sobre a formulação das políticas públicas da educação inclusiva.

A Política Nacional de Educação Especial, orientando o processo de “integração instrucional” que condiciona o acesso às classes comuns de ensino regular aqueles que “possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”.

Para entender melhor as diferenças, é necessário saber qual o significado entre deficiência e síndrome. Deficiência quer dizer insuficiente, insatisfatória; segundo a psicologia, diz-se de uma pessoa diminuída das faculdades físicas ou intelectuais. Pessoas com desenvolvimento incapaz, em termos mais específicos é um déficit, que pode ser intelectual, físico, visual, auditivo ou múltiplo quando atinge duas ou mais áreas. Síndrome é uma série de sinais e sintomas juntos.

Tem-se discutido bastante sobre questões que envolvem a educação inclusiva. A própria lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional lei n° 9394-96, prescreve em seu texto a defesa do “pluralismo de ideias e respeito as concepções pedagógicas” (Titulo ll, art,3°,lll), e nos Parâmetros Curriculares da Educação Nacional, os PCNS,é que fica ais evidenciado o termo pluralismo cultural como tema transversal, assegurando que a partir da diversidade, ou dos excluídos socialmente, deve-se ter a mesma igualdade de oportunidades educacionais, ou seja, a já proclamada, historicamente, educação para todos.

O processo de inclusão sempre existiu, pois desde o rompimento da vida intrauterina já iniciamos a busca pela inserção nos grupos que vamos ou queremos interagir. A inclusão acontece na família, nos grupos religiosos, no mercado de trabalho, nos grupos de amigos, na escola e na sociedade em geral.

Em um mundo globalizado, cada vez mais moderno as formas de compreender os fenômenos sociais se tornaram cada vez mais avançadas, contudo ainda existem barreiras para as pessoas com limitações. Barreiras como o preconceito, a discriminação, a falta de acessibilidade, a falta de compreensão, conhecimento e informação.

Neste contexto é fundamental ter acesso à informação, saber lidar, saber consumir com responsabilidade, manejar os instrumentos ligados a ela e reconhecer seu poder diante das mudanças, entretanto existem informações que precisam ser transmitidas, manejadas e consumidas com maior atenção que é o caso da educação inclusiva e do real papel do educador nesse processo.

Para atender a todos e atender melhor, a escola atual tem de mudar, e a tarefa de mudar, exige trabalho, cada escola, ao abraçar esse trabalho, terá de encontrar soluções próprias para os seus problemas, as mudanças necessárias não acontecem por acaso e nem por decreto, mas fazem parte da vontade política do coletivo da escola, explicitadas no seu Projeto Político Pedagógico – PPP e vividas a partir de uma gestão escolar democrática.

É ingenuidade pensar que situações isoladas são suficientes para definir a inclusão como opção de todos os membros da escola e configurar o perfil da instituição. Não se desconsideram aqui os esforços de pessoas bem intencionadas, mas é preciso ficar claro que os desafios das mudanças devem ser assumidos e decididos pelo coletivo escolar, os estudos dos professores devem coincidir para que a formação continuada seja uma aprendizagem colaborativa; a organização do Atendimento Educacional Especializado – AEE não pode ser um mero apêndice na vida escolar ou da competência do professor que nele atua. Um conjunto de normas, regras, atividades, rituais, funções, diretrizes, orientações curriculares e metodológicas. Desta maneira, o ensino em AEE é um serviço de apoio que pode ser imposto pelo sistema de ensino como condições para aceitação da matricula do aluno com deficiência em escola comum, resume-se em um atendimento necessariamente diferente do ensino escolar, e é indicado para melhor suprir as necessidades e atender as especificidades dos alunos com deficiências.

Então, o que será AEE? Um serviço da Educação Especial que identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades especificas. Esse atendimento tem funções próprias do ensino especial, as quais não se destinam a substituir o ensino comum e nem mesmo a fazer adaptações aos currículos, às avaliações de desempenho e outros mais complementa a formação do aluno com vista a autonomia e independência na escola e fora dela, é um modelo conservador de educação especial, porque se constitui em um serviço que complementa o ensino comum aos alunos com deficiências.

É importante pensar no professor como agente transmissor de conhecimento que respeita as diferenças, e que cada aluno reage de acordo com a sua personalidade, seu estilo de aprendizagem, sua experiência pessoal e profissional, entre outras o AEE visa modificar e atender as exigências de uma educação igual para todos. Refere-se a um professor especializado nesse tipo de atendimento que identifica a necessidade de cada um, cria e articula um plano de ensino dentro do ensino comum, provendo recursos para esses alunos, adaptando as situações, trazendo para o seu cotidiano não só na parte pedagógica, mas também preparando para a sociedade.

A resistência das escolas em receber alunos inclusos ainda se dá devido à falta de experiência que os professores enfrentam, sem saber como lidar com aquela criança que não se encaixa com o perfil da sala, muitas vezes tentam fazer com que aquele aluno mude de sala, antes mesmo de saber quais são as suas possibilidades.

Um dos planos do AEE junto com o professor e a equipe escolar é envolver os interessados que são os pais e familiares, trazendo para a escola para esclarecer quais as dificuldades enfrentadas na sala de aula e fora dela para juntos dar início ao atendimento do mesmo.

Em relação à formação, fica cada vez mais difícil a situação do professor, porque as universidades pouco os preparam para lidar com alunos com necessidades educacionais especiais (NEE), saem despreparados, já que na sua formação não tem um curso específico para lidar com eles. Muitos professores ainda reclamam que falta, também, o suporte de profissionais da área da especificidade para trabalhar com essas crianças, já que as mesmas necessitam de uma atenção especial, um trabalho diferenciado.

Ainda há muito para se fazer, pois realmente a formação do professor não é coerente para se trabalhar com a inclusão, enquanto isso a pedagogia da diversidade precisa ser vista como uma pedagogia que seja auxiliadora, onde as práticas pedagógicas precisam ser repensadas e modificadas, dependendo da criatividade de cada professor, o modo com o qual desenvolverá seu projeto com a sala, de forma a incluir a todos, através de um planejamento flexível para novas adaptações.

É também importante que essa formação não seja voltada apenas para os professores, como também para todos os profissionais da área da educação na escola, onde os centros de apoio, por sua vez, também farão o seu papel, disponibilizando profissionais especialistas, como fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicopedagogo, psicólogo, entre outros.

A inclusão é formada por um conjunto, coordenado por serviços tanto sociais como educacionais e em outras áreas dando suporte nos serviços de assistencialismo.

Ao entrarem para a escola, as crianças que possuem alguma necessidade educativa especial terão que se integrar e participar obrigatoriamente nas estruturas distintas da dinâmica escolar: o ambiente de aprendizagem; a integração professor-aluno; e a interação aluno-aluno.

A partir da análise e adequação destas estruturas e do levantamento de alternativas que favoreçam o desenvolvimento dos alunos, em geral, e dos portadores de necessidades educativas especiais, em particular, é que a inclusão escolar deve ter início. Assim, é necessário analisar se o ambiente de aprendizagem é favorecedor, se existe oferta de recursos audiovisuais, se ocorreu a eliminação de barreiras arquitetônicas, sonoras e visuais de todo o próprio escolar, se existem salas de apoio pedagógico para estimulação e acompanhamento suplementar, se os currículos e estratégias de ensino estão adequados à realidade dos alunos e se todos os que compõem a comunidade escolar estão sensibilizados para atender o portador de deficiência com respeito e consideração.

Para que haja a verdadeira integração professor-aluno, é necessário que o professor da sala regular e os especialistas de educação das escolas tenham conhecimento sobre o que é deficiência, quais são seus principais tipos, causas, características e as necessidades educativas de cada deficiência. O professor precisa, antes de tudo, ter ampla visão desta área, que deve ser proveniente de sua formação acadêmica. Como já citei hoje, poucas escolas e universidades, que formam professores, abordam adequadamente a questão da deficiência em seus currículos. Urge mudar essa realidade. A atualização periódica também é indispensável, devendo ocorrer por meio de cursos, seminários e formação em serviço.

É importante que os professores tomem ciência do diagnóstico e do prognóstico do aluno com necessidades educativas especiais, entrevistem pais ou responsáveis para conhecer todo o histórico de vida desse aluno, a fim de traçar estratégias conjuntas de estimulação família-escola, peçam orientações e procurem profissionais como psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos que estejam atendendo ou que já atenderam esses alunos, solicitando relatórios e avaliações, e pesquisem várias técnicas, métodos e estratégias de ensino, em que variáveis como o desenvolvimento da linguagem, o desenvolvimento físico e, sobretudo as experiências sociais estejam presentes.

A integração professor-aluno só ocorre quando há uma visão despida de preconceito, cabendo ao professor favorecer o contínuo desenvolvimento dos alunos com necessidades educativas especiais. Não é tarefa fácil, mas é possível e quando ocorre, torna-se uma experiência inesquecível para ambos. O educador precisa ter capacidade de conviver com as diferenças, e estar sempre preparado para adaptar-se as novas situações que surgirão no interior da sala de aula.

Cada deficiência requer estratégias e materiais específicos e diversificados, porém, é preciso reconhecer que cada um aprende de uma forma e num ritmo próprio. Respeitar essa diversidade significa dar oportunidades para que todos aprendam os mesmos conteúdos, fazendo sempre as adaptações necessárias.

Percebe-se que uma atitude receptiva, carinhosa e positiva contribui muito para o sucesso da educação inclusiva; o afeto pode ser facilitador na queda de barreiras e de preconceitos, todo processo de desenvolvimento inerente ao ser humano passa pela dimensão social e envolve cognição, afeto e moral. Porém não podemos confundir afetividade com ausência de limites, pois estabelecer limites contribui na formação dos educandos também, sejam estes com necessidades especiais ou não.

A interação aluno-aluno traz à tona as diferenças interpessoais, as realidades e experiências distintas que os mesmos trazem do ambiente familiar, a forma como eles lidam com o diferente, os preconceitos e a falta de paciência em aceitar o outro como ele é. Todos os alunos das classes regulares devem receber orientações sobre a questão da deficiência e as formas de convivência que respeitem as diferenças, o que não é tarefa fácil, mas possível de ser realizada. Levar os alunos de classes regulares a aceitarem e respeitarem os portadores de deficiência é um ato de cidadania.

Cabe a todos profissionais de escolas especiais, de classes especiais, de salas de apoio a portadores de necessidades especiais, aos teóricos da educação inclusiva, aos profissionais das escolas regulares e às equipes multidisciplinares e de saúde a função primordial da integração de ações, da otimização dos recursos e dos atendimentos, da criação de canais de comunicação que considerem a questão da inclusão social como prioritária e anterior à inclusão escolar.

O futuro é outra dimensão que também não pode ser esquecida, pois é preciso estar preparado para a rápida evolução tecnológica destes novos tempos, que influencia e modifica o processo educativo e a nossa relação com a construção do conhecimento.

Para a estimulação da pessoa com deficiência, a tecnologia da informação é fundamental, pois a velocidade da renovação do saber e as formas interativas trazem uma nova expectativa de educação para essa clientela. É necessário, portanto, criar serviços e propostas educativas abertas e flexíveis que atendam às necessidades de mudanças.

A cibercultura não só demonstra que a maior parte dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa no início de sua vida educacional estará ultrapassada ao final de certo tempo, como também aponta novas formas de habilitação e reabilitação de pessoas com necessidades educativas especiais. Esse fenômeno de captação de transformações constantes deve ser posto ao alcance das pessoas com necessidades especiais.

A mídia não pode ser esquecida, pois possui um papel fundamental na promoção de atitudes positivas no sentido da inclusão de pessoas portadoras de deficiência na sociedade. A criação de equipes de mediação de sistemas e a presença dos conselhos de defesa da pessoa deficiente, que mostrem ao governo, à sociedade e à mídia os acertos e desacertos da inclusão social e escolar e seus prognósticos para curto, médio e longo prazo, devem ser consideradas.

A prática da inclusão aos portadores de deficiência deve ser parte integrante de planos nacionais de educação, que objetivem atingir educação para todos. A inclusão social traz no seu bojo a equiparação de oportunidades, a mútua interação de pessoas com e sem deficiência e o pleno acesso aos recursos da sociedade. Cabe lembrar que uma sociedade inclusiva tem o compromisso com as minorias e não apenas com as pessoas portadoras de deficiência. A inclusão social é, na verdade, uma medida de ordem econômica, uma vez que o portador de deficiência e outras minorias tornam-se cidadãos produtivos, participantes, conscientes de seus direitos e deveres, diminuindo, assim, os custos sociais. Dessa forma, lutar a favor da inclusão social deve ser responsabilidade de cada um e de todos coletivamente.

A dignidade, os direitos individuais e a sociedade brasileira a obrigatoriedade de efetivar essa politica como um direito publico, para qual os recursos humanos e materiais devem ser direcionados atingindo necessariamente, toda a educação básica, sobre princípios, Politicas e Práticas na área das Necessidades Educativas Especiais, a DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, acredita e proclama que:

Escolas regulares que possuem tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas preveem uma educação efetiva á maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em ultima estância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional.

 

A declaração da Salamanca é uma Resolução das Nações Unidas que trata dos princípios, política e prática em educação especial. É considerada mundialmente um dos mais importantes documentos que visam a inclusão social juntamente com os Direitos da Criança (1988) e da Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990 ). Faz parte da tendência mundial que vem consolidando a educação inclusiva.

Quando se fala em política de inclusão de alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na rede regular de ensino surge o desafio de rever conceitos e linhas de pensamentos, assim como desenvolver as habilidades de respeito as diferenças e atendimento as necessidades, resume-se em atitudes que vão além da permanência física doa alunos especiais na escola.

O ato da inclusão requer ações práticas, que, apoiadas numa politica especifica, desde o âmbito nacional. É um grande desafio a ser enfrentado para comprovar o respeito e as diferenças e compromisso com os direitos humanos. Esse compromisso deve ser assumido pela escola, e é no Projeto Pedagógico que ela pode se posicionar a respeito do seu papel com uma educação que proporcione qualidade para todos.

Ao assumir tais responsabilidades, a escola deverá se organizar e planejar de acordo com os objetivos e metas apontados no PP (projeto pedagógico), como realizar avaliação pedagógica daqueles que apresentam necessidades educacionais especiais e identificar barreiras que estejam impedindo ou dificultando o processo educativo em suas múltiplas dimensões.

A partir da avaliação, deverá trabalhar focado no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno, bem como na melhoria da instituição escolas, mas para que isso aconteça, é preciso, que conte com a participação de todos os profissionais que acompanham. Aos gestores educacionais cabe buscar articular a interação dessa equipe, seja por meio de parcerias e convênios entre Secretaria de Educação ou até por ONGs ou não.

A escola não pode apenas oferecer atendimento especializado “entre quatro paredes” a esse público, mas mobilizar toda a equipe em prol de uma educação de qualidade que contemple e ponha em prática o que se diz na Legislação brasileira vigente. É a partir da avaliação realizada e das observações feitas que poderão formalizar um apoio pedagógico especializado para atendimento ás necessidades educacionais especiais dos alunos.

Sendo assim, os alunos que apresentam necessidades especiais e que requer atenção especial, podem ser atendidos de acordo com as necessidades e de maneira adequada.

A importância das interações no espaço educativo com o acesso desses alunos com deficiência no ensino regular é condicionado conforme (BRASIL, 1994, p.19) expressa:

Ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual também são matriculados, em processo de interação institucional, os portadores de necessidades especiais que possuem condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais.

 

Essas interações entre alunos portadores de necessidades especiais e alunos ditos normais, além das relações humanas, pode até proporcionar novas formas de se relacionar com a língua padrão principalmente nas funções comunicativas. Mas para que isso aconteça, depende das características da escola e, mais especialmente da equipe educadora. A proposta de um sistema educacional inclusivo passa, então, a ser percebido na sua dimensão no processo de reflexão e prática que possibilita mudanças.

Para alguns educadores, fatores como evasão, reprovação relacionados ao fracasso escolar, mas que impõe ao aluno situação constrangedora de repetência são considerados apenas como acontecimentos naturais. Vale ressaltar que tais fatores são relacionais ao processo de exclusão. Quando se trabalha na perspectiva da inclusão esses problemas são amenizados e passa a considerar suas especificidades. Ainda pode considerar como aspectos excludentes.

Então para tais alunos que passam por essas situações é necessário que haja uma intervenção que vá desde o Projeto Pedagógico das escolas ate as praticas em sala de aula, que contemplem muita compreensão, ações interativas entre os professores, a escola e os próprios colegas de classe, possibilitando aos alunos portadores de necessidades especiais a participação nas atividades escolares previstas na Proposta Politica Pedagógica da escola, mas que leve em consideração as suas limitação e ao mesmo tempo valorizando seu desenvolvimento na aprendizagem e o seu potencial prévio, igualando-os aos demais quanto aos direitos, deveres e valores, porquanto a inclusão escolar se constitui numa proposta de valores importantes condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, mas ainda se encontra sérias resistências , que se manifestam ao contrario da ideia de que todos devem ter acesso garantido á escola.

Os cursos de formação de Professores deveriam conter em seus currículos essa temática, para aprendizagem que possam assegurar de forma significativa os alunos, suas famílias, seus professores, da própria escola, as atividades dentro e fora das escolas. Para tanto, o projeto das universidades deveria também ser revestido com o compromisso político da inclusão.

Seria dessa forma a maneira de promover habilidades pedagógicas com os professores em pratica bem sucedida, de uma maneira que ao se inserir no mercado de trabalho, ou seja, na sala de aula, ofereçam uma educação mais conscientizada aos seus educandos, para que aconteça um ensino de qualidade para as crianças com necessidades especiais, na perspectiva de uma educação inclusiva é preciso conscientizar e formar adequadamente e que ainda vá além da inclusão de alunos com deficiência, pois esses não são os únicos excluídos no processo educacional.

Fora verificado que os profissionais em educação tem se exposto suas incapacidades em pleitear com esse publico que, por um motivo ou outro e até mesmo de aprendizagem. Sendo assim, precisamos cada vez mais da conscientização de forma geral da proposta de inclusão e a importância do acesso à Educação Especial.

A prática pedagógica adequada em face do processo de inclusão é de fundamental importância, sendo necessário que o professor se perceba como um agente facilitador dos processos de aprendizagem. Que ele veja cada aluno como um sujeito singular, que tem uma história própria, que traz conhecimentos anteriores à vida escolar, e que se constrói através das relações sociais existentes no contexto social. O professor deve considerar que, além do limite aparente, há possibilidades de aprendizagens e desenvolvimento, o que dependerá em boa parte da sua atuação, lembrando-se que junto com o ”defeito” vem a “compensação”, isto é, uma força capaz de levar o aluno a compensar suas deficiências. Sendo assim, a principal função desse profissional está na “zona do desenvolvimento proximal” do aluno. É importante que cada criança seja mediada com recursos que promovam a aprendizagem, desenvolvendo-se plenamente, já que todas são capazes de superar-se, desde que sejam ofertadas as condições necessárias.

Ao adotarmos a Educação Inclusiva, estaremos desenvolvendo um trabalho preventivo, vale sempre destacar que a inclusão de alunos portadores de necessidades educacionais na rede regular de ensino não consiste apenas na sua permanência junto aos demais alunos, mas, trata-se de uma restruturação do sistema educacional, o que vai causar uma mudança radical para oferecer um melhor atendimento especializado a esses alunos, respeitando suas diferenças e atendendo às suas necessidades.

Para entender melhor a educação inclusiva, precisamos ter objetividade quanto a necessidade em profundas transformações no âmbito escolar, inclusive este tema já fora comentado anteriormente, que é consequência das transformações que a globalização nos impõe e gradativamente vai aumentando a exclusão.

A partir de então entra o papel da escola de acolher as varias culturas e ainda interligar a igualdade e a diferença, considerando assim os seus direitos a fim de superar as diversidades entre as mesmas. Nesses argumentos é que aparece a perspectiva de escola inclusiva, em que todos os alunos com as necessidades educacionais especiais devem ir as escolas e ser bem atendidos e bem assistidos.

Portanto, a perspectiva é de organização de uma escola e profissionais que se direcione em uma politica de uma escola para todos, não apenas em decretos leis ou qualquer outro regimento em papel, ou ate em discursos como vemos e ouvimos, mas, que faça com a realidade de exclusão a favor de uma escola aberta aos diferentes modo de ser e aprender dos diferentes sujeito.

 

Metodologia

 

Com intuito de cumprir os objetivos propostos nesta pesquisa, busquei por pesquisas bibliográficas, realizei uma revisão da literatura da inclusão onde foram utilizados também revistas cientificas, dissertações e teses sobre o assunto documentos que amparam a educação inclusiva. Com objetivo de conhecer a estrutura funcional e pedagógica, busquei por diversos documentos, dentre estes a politica nacional de educação que é um documento da secretaria da educação especial. A declaração da Salamanca que é Resolução das Nações Unidas que trata dos princípios, política e prática em educação especial, enfim vários artigos e bibliografias que abordavam o assunto.

O objetivo da utilização destes documentos é o de mostrar sobre os direitos e deveres da educação inclusiva, e o que pesquisadores desta área falam sobre o assunto.

Nessa perspectiva, coletei informações do cotidiano escolar, objetivando superar as dificuldades que impedem as práticas docentes se articulem no processo de aprendizagem na perspectiva inclusiva,

Nessa abordagem sobre o tema inclusão busquei entender como é esse processo dentro do contexto escolar. Como este trabalho se trata de uma busca do tema sobre a inclusão nas bibliografias já publicadas, foi-se priorizado títulos abrangendo como o tema central é visto pelos funcionários das escolas, pelos professores nas salas de aula e pelos colegas de salas dos alunos portadores de deficiência.

 

Referencias

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa oficial, 1998.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.

BRASIL. Ministério da Educação, Secretária de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP,1994.

BRASIL.(1996). Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília, DF.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília: Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, Departamento da Criança e do Adolescente, 2002.