BREVE ANÁLISE DO TESTO “A TÁBUA E OS PREGOS PARA TRABALHO EM SALA DE AULA”
Lúcio Mussi Júnior
RESUMO
Observando a necessidade de se trabalhar valores morais de forma interdisciplinas em sala de aula, busca-se através do presente estudo a produção de um material de apoio à professores não apenas de Língua Portuguesa, mas também de Filosofia e Sociologia par uma aula onde possam ser debatidos a força destrutiva e também construtiva das palavras e ações dos seres humanos.
Palavras-chave: Análise de textos. Interdisciplinaridade. Valores morais.
Introdução
Visando a corroboração com professores dispostos a trabalhar de maneira interdisciplinar visando o crescimento moral de seus alunos, optou-se neste trabalho por fazer a análise do texto A Tábua e os Pregos, de autoria desconhecida, como forma de chamar a atenção dos alunos para a reflexão e o debate sobre a marcas deixadas nas outras pessoas devido à forma como as tratamos no dia a dia.
Desenvolvimento
Texto: A Tábua e os Pregos
Era uma vez um garoto que tinha um temperamento muito explosivo.
Um dia ele recebeu de seu pai um saco cheio de pregos, um martelo e uma placa de madeira.
O pai disse a ele que martelasse um prego na tábua toda vez que perdesse a paciência com alguém.
No primeiro dia o garoto colocou 37 pregos na tábua.
Já nos dias seguintes, enquanto ele ia aprendendo a controlar sua raiva, o número de pregos martelados por dia foi diminuindo gradativamente.
Ele descobriu que dava menos trabalho controlar sua raiva do que ter que ir todos os dias pregar diversos pregos na placa de madeira...
Finalmente chegou um dia em que o garoto não perdeu a paciência em hora alguma.
Ele falou com seu pai sobre seu sucesso e sobre como estava se sentindo melhor em não explodir com os outros e o pai sugeriu que ele retirasse todos os pregos da tábua e que a trouxesse para ele.
O garoto então trouxe a placa de madeira, já sem os pregos, e a entregou a seu pai.
Ele disse: - “Você está de parabéns, meu filho, mas dê uma olhada nos buracos que os pregos deixaram na tábua, ela nunca mais será como antes”.
Quando você diz coisas estando com raiva, suas palavras deixam marcas como essas.
Você pode enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la.
Não importa quantas vezes você peça desculpas, a cicatriz ainda continuará lá.
Uma agressão verbal é tão ruim quanto uma agressão física.
Amigos são como joias raras.
Eles te fazem sorrir e te encorajam para alcançar o sucesso.
Eles te emprestam o ombro, compartilham dos teus momentos de alegria e sempre querem ter seus corações abertos para você.
Eu considero você um amigo (a) e me sinto honrado por isso!
E me desculpe se eu já deixei alguma marca na sua tábua.
(Autor desconhecido)
Análise do texto:
Primeiro é preciso citar que o ser humano é um ser social. Ele não é capaz de viver sozinho e a vida em sociedade exige o convívio com outras pessoas. No ambiente escolar esse convívio é bastante intenso e importante. É necessário que todos percebam a importância de se relacionarem bem uns com os outros. O texto acima nos ajuda a materializar intemperes que ocorrem nesse convívio social. Quando um aluno fere fisicamente seu colega a agressão é evidente e desse modo fica fácil aplicar a punição. Mas quando alguém fere emocionalmente o outro acabamos, muitas vezes, por não dar a devida atenção ao fato, visto que não há uma ferida visível reivindicando uma reparação. É importante entendermos que uma ferida emocional pode ser tão séria como uma ferida física. Ela pode deixar marcas psicológicas na pessoa pelo resto de sua vida. Esta cicatriz pode alterar valores, limitar capacidades, modificar comportamentos e afetar a vida da pessoa de forma significativa.
Como futuro professor, acredito que esse texto traga ao menos dois alertas importantes quanto à prática docente. O primeiro refere-se às atitudes do professor, ele deve ter em mente que pode provocar ferimentos emocionai permanentes em seus alunos. É preciso estar consciente desse risco, não rotular, não desestimular. Antes de criticar ou chamar atenção é preciso analisar e escolher uma abordagem que mostre a falha e encoraje sua superação e jamais ridicularizar, desestimular ou constranger. O segundo alerta seria quanto à necessidade de, na medida do possível, o professor mostrar para os alunos que uns podem estar ferindo emocionalmente os outros, seus colegas de escola, seus colegas de brincadeira na rua onde moram, seus irmãos. Despertar no aluno essa consciência de pensar para agir e para falar. De superar a ira quando ela surgir e não agredir o próximo, de respeitar o outro ser humano e exigir respeito por si como ser humano. Certamente, com essa atitude, o professor estará contribuindo de maneira significativa com a formação de adultos mais conscientes e mais humanizados, consequentemente estará contribuindo com a formação de uma sociedade melhor e mais justa.
Considerações finais
A partir do trabalho com este texto é possível refletir mais profundamento sobre o poder bélico das palavras. Entende-se deste modo o quão nocivas pode ser algumas frases o a impossibilidade de retirá-las de forma completa.
Observa-se deste modo que ao trabalhar tal texto em sala de aula é possível convidar os alunos para uma esta importante reflexão capaz de contribuir positivamente para o amadurecimento moral de todos.
REFERÊNCIAS
SILVA, Wanderlei Sérgio da. Prática de Ensino – Introdução à Docência. São Paulo: UNIP.
_____. O Menino e os Pregos na Tábua. Disponível em: www.portalbrasfer.com.br/assets/doc/o-menino-e-os-pregos-na-tabua.docx. Acesso em 26/11/2016.