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TÍTULO: TEORIA E PRÁTICAS ARTÍSTICAS NA ESCOLA

Cleusa Batista de Oliveira

Resumo:

O presente artigo está voltado à pesquisa de teorias e práticas no ensino da arte na escola, focalizando as questões da história da arte, o ensino da arte, a formação de professores de arte e sugestões de atividades, propiciando a todas as pessoas envolvidas com o ensino da arte uma reflexão quanto ao processo de aplicação dessa disciplina tanta em questões teóricas como prática na escola. Atendendo a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, bem como o Ensino Superior, também. Tendo em vista que esta pesquisa bibliográfica visa o objetivo mostrar questões relacionadas à teoria e a prática da arte em sala de aula. Vale ressaltar que a linguagem artística é um modo singular do ser humano refletir, reproduzir e criar suas atitudes no meio em que vive, além de mover, articular, transformar e se alimentar da própria arte. Porém, a arte possibilita o homem a se comunicar por um modo de expressão não verbal, linguagem corporal, linguagem visual além da linguagem verbal. Enfim, vale frisar que a arte é uma forma de criação de linguagens: a linguagem visual, a linguagem musical, a linguagem do teatro, a linguagem da dança, sendo essas quatro linguagens essenciais a ser desenvolvidas no espaço escolar em todas as modalidades de ensino.


Palavras-chave: Ensino da Arte. Linguagem Artística. Transformar.

 

1. INTRODUÇÃO
O presente artigo lança um olhar reflexivo sobre aspectos das situações de ensino e aprendizagem em que o fazer pedagógico do licenciado norteie o educando a desenvolver suas habilidades e competências no decorrer do processo educativo. No entanto, os alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio devem vivenciar atividades relacionadas a jogos teatrais, brincadeiras tradicionais, produções plásticas, leituras de poemas, danças e músicas, além das atividades lúdicas.
Frisando que o artigo está voltado à pesquisa de teorias e práticas da arte, focalizando as questões da história da arte, o ensino da arte, a formação de professores de arte e sugestões de atividades, propiciando a todas as pessoas envolvidas com o ensino da arte uma reflexão quanto ao processo de aplicação dessa disciplina tanta em questões teóricas como prática na escola. Atendendo a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, bem como o Ensino Superior, também.
A linguagem da arte faz aflorar os sentimentos como emoções, sensibilidade, sonhos, imaginações e a criatividade antes nunca aplicada na realidade. Veja o que diz MARTINS; PICOSQUE; GUERRA (2010, p. 09): São as linguagens da arte que nos fazem vivenciar na vida e na sala de aula a emoção, a sensibilidade, o pensamento, a criação, seja através de nossa própria produção, seja através das obras dos diversos autores e artistas.
Tendo em vista que este artigo visa o objetivo mostrar questões relacionadas à teoria e a prática da arte na escola. Assim, procurando auxiliar a pessoa envolvida na questão, com esclarecimento sobre o assunto, além de contribuir nas ações para que desenvolva nos alunos habilidades e competências, seguindo os princípios fundamentais juntamente com as experiências vivenciadas.
Frisando que a prática do profissional de arte é vagamente levada a sério, pois, normalmente as aulas de arte são desmerecidas pelo próprio professor, sendo levada em conta simplesmente a o desenho livre sem orientação, a confecção de bandeirinhas para Festa Junina sem objetivo, a dança/teatro no final de ano para enceramento das atividades e assim por diante.
Enfim, o objetivo central desse artigo é mostrar questões relacionadas à teoria e a prática da arte na escola, procurando contribuir nas ações de professores para que desenvolva nos alunos habilidades e competências, envolvendo as linguagens das Artes Visuais, Dança, Teatro, Música e outras tantas.


DESENVOLVIMENTO

A história da arte originou na pré-história, onde a arte estava presente nas paredes das cavernas e em rochas, localizadas na França (Lascaux, Font de Gaume) e na Espanha (Altamira e Castillo). As obras de arte eram marcadas por desenhos e pinturas na forma de representação de figuras humanas, animais, formas simbólicas e abstratas.
Sabe-se que, a arte é um verdadeiro testemunho histórico, presente assim nas situações sociais representadas nas pinturas, esculturas, documentos e obras teóricas, bem como objetos guardados de geração em geração.
Assim, a arte da pré-história mostra a evolução da humanidade, sendo estudada e comparada até hoje não só por pesquisadores como alunos do ensino médio e superior. E esse momento histórico é marcado por três períodos: Paleolítico, ou seja, “Idade da Pedra Lascada”, no qual mostra o surgimento do ser humano; Neolítico, sendo o da “Idade da Pedra Polida” e “Idade dos Metais”, este foi marcado pelo desenvolvimento da escrita, segundo SANTOS (2012, p. 9).
Desse modo, no mundo todo houve descobertas artísticas que ficaram registradas na história, como pode ser observada na fala de FERRAZ, FUSARI (2010):
Hoje já se sabe que nas Américas também tivemos manifestações equivalentes, apenas não tão preservadas e estudadas. As descobertas e pesquisas são recentes e somente a partir de 1950 é que foram difundidos alguns dos estudos. Os locais onde já existem registros mais organizados são: zona de Prince William Sound – na costa meridional do Alaska (representações esquemáticas de homem, animais, embarcações); América do Norte – sudoeste dos Estados Unidos: Texas, Califórnia (pinturas em vermelho e preto, representando figuras humanas e animais – cervos); Peru – Caverna de Toquepala em Moquegua (pinturas rupestres que datam de 7630 a. C., representando figuras humanas e animais, cuja características é o tamanho reduzido das imagens – lembrando as pinturas da Espanha) e na área andina central; Chile – Antofagasta, regiões do rio Loa, Puna de Atacana e La Serena. (p. 120)
Deste modo, aqui no Brasil também surgiu às descobertas em torna da arte, assim, afirma FERRAZ, FUSARI (2010):
No caso brasileiro, a arte rupestre localiza-se em extensas áreas de nosso território, sendo que os achados mais antigos têm cerca de 20000 anos. As regiões Norte e Nordeste possuem um grande número de inscrições, embora nas demais regiões também apareçam algum tipo de manifestação. Os principais locais são: gruta da Várzea Grande (na região de São Raimundo Nonato, no Piauí), gruta dos Búzios e Toca do Cosmos (no município de Central, na Bahia), Lagoa Santa, Januário e Montavania (em Minas Gerais) e a Pedra Lavrada do Ingá (na Paraíba), entre outras. (p. 121)
No entanto, a História da Arte é um ponto essencial no ensino da arte em sala de aula, uma vez que mostra o começo de tudo nessa área, sendo contextualizada com linguagem clara e imagens históricas, mostrando a evolução no tempo do fazer artístico, seja na arquitetura, escultura, fotografia, filmes, música, teatro etc.
Assim sendo, pode-se dizer que, a arte é única, fabulosa e sagrada, podendo ser apreciada de modo especial e minuciosamente nos museus.
Nas sociedades atuais, o museu é o lugar onde são guardadas as obras de arte ou objetos culturais das mais diversas civilizações ou grupos humanos. Tem, portanto, o importante papel de preservar a memória de uma época ou de um povo. No entanto, se não mantiver uma programação constante de cursos, atividades culturais e exposições periódicas, corre o risco de tornar-se um simples deposito de obras do passado. (SANTOS, 2012, p. 365)
Por fim, é essencial o professor estudar, pesquisar constantemente, seja por meio dos livros, internet, cursos, entre outros.
O ensino da arte tem função de desenvolver a emoção, o social, a expressão lingüística e sinestésica do aluno, além de contribuir para impulsionar a imaginação e a criatividade. No se refere a tal assunto, FERREIRA (2012) aponta:
Na opinião de muitos professores, as artes têm um caráter utilitário, meramente instrumental. O desenho, por exemplo, serviria para ‘ilustrar os trabalhos de português, ciências, geografia’ e para ‘formar hábitos de limpeza, ordem e atenção’; desenho, música e dana podem desenvolver ‘a coordenação motora’ e ‘a percepção auditiva’; o teatro e a música podem ajudar na aprendizagem ou na fixação de conteúdos de outras disciplinas, assim como no ‘desenvolvimento da atenção, da concentração’; a música também é lembrada por seu caráter disciplinador – ‘serve para as crianças ficarem quietas’ – ou para distrair e acalmar os alunos: ‘é bom para relaxar’, ‘serve para descansar a cabecinha das crianças’. (p. 11 e 12)

Contudo, o ensino da arte deve abranger as linguagens das Artes Visuais, Dança, Teatro, Música e outras. Logo, FERREIRA (2012) afirma:
A maioria dos professores acredita que desenhar, pintar, modelar, cantar, dançar, tocar e representar é bom para os alunos, mas poucos são capazes de apresentar argumentos convincentes para responder ‘Por que essas atividades são importantes e devem ser incluídas no currículo escolar?’. Isso é desalentador, pois o mínimo que se espera de alguém que ensina é que saiba por que ensina! É fundamental saber o que os alunos aprendem quando trabalham com artes, porque é esse conhecimento que confere segurança e excelência ao trabalho do professor. Além disso, os professores precisam conhecer o valor do que fazem, precisam saber quais as efetivas contribuições de seu trabalho no desenvolvimento dos alunos. (p. 13 e 14)
O presente artigo lança um olhar reflexivo sobre aspectos da formação inicial do professor de arte, focando na discussão de situações de ensino e aprendizagem em que o fazer pedagógico do licenciado norteie o educando a desenvolver suas habilidades e competências no decorrer do processo educativo. No entanto, os alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio devem vivenciar atividades relacionadas a jogos teatrais, brincadeiras tradicionais, produções plásticas, leituras de poemas, danças e músicas, além das atividades lúdicas.
Segundo (MATTAR, 2010), observando alunos de licenciatura em artes visuais na cidade de São Paulo, constatou que os estudantes apresentam medo e indecisão frente à prática de ensino, sob as dúvidas, mitos e medos relativos à educação escolar. Frisando o cumprimento do estágio obrigatório, relatadas em profusão nas aulas de prática de ensino de arte.
O estágio cumprido solitariamente impunha aos futuros professores dificuldades que denunciavam o adiantado processo de deterioração dos sistemas escolares: abandono ao qual ficavam submetidos durante seus estágios, indisciplina, violência, professores insatisfeitos, falta de organização, estruturas e recursos materiais, entre outros fatores que colaboravam para que experimentassem um precoce sentimento de incapacidade. Ao entrarem em contato especialmente com a aula de arte, os licenciados constatavam um descompasso entre as experiências com a arte que vivenciavam dentro e fora do curso de licenciatura e as práticas pedagógicas escolares, marcadas por uma vertente autoritária, centralizadora, tecnicista e conservadora. (MATTAR, 2010, p. 175)

Faz-se necessário a busca por alternativas que contribua para favorecer o processo do ensino/aprendizagem da arte na sala de aula, questão essa de suma responsabilidade do educado
O futuro arte-educador deve sentir segurança quanto a sua prática profissional, porém, é no desenvolvimento do estágio que o estagiário vai adquirir experiências na realização das ações pedagógicas em sala de aula.
Assim, (BARBOSA, 2012) destaca:
A formação do professor se intensifica à medida que ele se defronta com as situações reais de ensino e aprendizagem. Faz parte intrínseca de sua profissionalidade a reflexão e a pesquisa contínua. Um movimento que se amplia na troca entre seus pares, nos planejamentos coletivos e também nas carências e dificuldades comuns identificadas nos momentos de cumplicidade. (p. 177)
O planejamento bem elaborado é essencial nas aulas de arte, focando os quatro pilares da educação, pois, diante da diversidade presente na escola atual, faz-se necessário utilizar de todos os recursos disponíveis para o processo do ensino/aprendizagem. Logo, o ensino de arte e os professores devem preparar suas aulas baseada em temas focando necessariamente: ensinar a conhecer; ensinar a fazer; ensinar a compartilhar e ensinar a ser.
Os quatro pilares da Educação Mundial, é evidente, não foram pensados para esta ou para aquela disciplina, mas seus conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais necessitam se refletidos e, por meio das disciplinas curriculares, serem desenvolvidos. (SELBACH, 2010, p. 61)
O professor de arte deve estar preparado tanto em questões relacionados à teoria e a prática, assim, o aluno desenvolverá suas habilidades e competências seguindo os princípios fundamentais juntamente com as experiências vivenciadas. Tendo em vista atividades práticas, focando: os processos escultóricos, os elementos da pintura/desenho, as características das artes cênicas, a versificação completa, bem como os processos fundamentais da dança, envolvendo as linguagens das Artes Visuais, Dança, Teatro, Música e outras tantas.
A arte não deve, portanto, ser tratada como simples entretenimento, mas sim como uma área do conhecimento, com conteúdos próprios, que precisam ser aprendidos para que nos tornemos sujeitos falantes no desenho, na pintura, na construção, na modelagem etc. (CONÇALVES; DIAS, 2010, P. 112)
Contudo, o arte-educador não precisa entender amplamente todas as áreas envolvidas na disciplina de arte, basta ter a sensibilidade para procurar informações necessárias estudando e pesquisando sobre o assunto a ser aplicado antecipadamente ao aluno, caso não tenha domínio do mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A linguagem artística é um dos modos mais amplos do ser humano refletir, reproduzir e criar suas atitudes no meio em que vive, além de transformar e se nutrir da própria arte. Sendo que, a arte permite o homem a se comunicar por um modo de expressão não verbal, linguagem corporal, linguagem visual além da linguagem verbal.
Seguindo essa linha de raciocínio, o presente artigo foi buscar diversos autores para mostrar suas visões no mundo da Arte. Frisando que, para tal aprofundamento fica a dica das referências bibliográficas.
Somos professoras de arte e convidamos você a andarilhar conosco por territórios da arte e da cultura para poetizar, fruir e conhecer arte. São as linguagens da arte que nos fazem vivenciar na vida e na sala de aula a emoção, a sensibilidade, o pensamento, a criação, seja através de nossa própria produção, seja através das obras dos mais diversos autores e artistas. (MARTINS; PICOSQUE; GUERRA, 2010, p. 9)
Entretanto, o ensino da arte é vasto e para aprofundar no assunto é indispensável conhecer não só as obras citadas nesse artigo como também outras do gênero. Desse modo, frisa-se a importância de estudos e pesquisas sobre o assunto, o qual será passado aos alunos posteriormente.
Espera-se que, o assunto abordado possa contribuir para a formação do conhecimento de pessoas interessas no tema discorrido nesse artigo.

7. REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais; 1ª a 4ª Série do Ensino Fundamental – Arte. Brasília: MEC/SEF, 2001.
ARSLAN, Luciana Mourão; IAVELBERG, Rosa. Ensino de Arte. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
BARBOSA, Ana Mae. Inquietações e Mudanças no Ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 2012. BASAGLIA, C. C. P. Sociologia da Educação. Batatais – SP: Claretiano, 2011.
FERRAZ, Maria Heloísa C. de T.; FUSARI, Maria F. de Rezende e. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 2010.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Hollanda. Míni Aurélio o Dicionário da Língua Portuguesa. 6ª. ed. Curitiba-PR: Positivo, 2005.
FERREIRA, Sueli. Ensino das Artes: Construindo Caminhos. Campinas: Papirus, 2012.
GONÇALVES, Tatiana Fecchio; DIAS, Adriana Rodrigues. Entre Linhas, Formas e Cores: Arte na Escola. Campinas: Papirus, 2010.
MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Teoria e Prática do Ensino de Arte. São Paulo: FTD, 2010.
MATTAR, Sumaya. Sobre Arte e Educação: Entre a Oficina Artesanal e a Sala de Aula. Campinas: Papirus, 2010.
PILETTI, Nelson; PILETTI, Cleudino. História da Educação. 7ª ed. São Pulo: Ática, 2002.
SELBACH, Simone. Arte e Didática. Petrópolis: Vozes, 2010.