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NOVAS ANÁLISES DE TEXTOS COM MENSAGEM MORAL PARA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA
Lúcio Mussi Júnior
Trabalho apresentado à UNIP
RESUMO
Frente ao crescente estímulo à adoção de práticas multidisciplinares em sala de aula o presente trabalho traz como foco a análise de vários textos voltados à reflexão valores e de ética. Assim, este artigo é produzido na intenção de de servir de sugestão para professores não só de Língua Portuguesa e Interpretação de textos, como também a professores de Filosofia e Sociologia.
Palavras-chave: Análise de textos. Interdisciplinaridade. Valores morais.
Introdução
O presente trabalho configurou-se no sentido de servir como sugestão a professores de diversas áreas do conhecimento no trabalho multidisciplinar com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.
Trata-se da análise de vários textos que instigam a reflexão e a valorização da moral e da ética.
Desenvolvimento
Texto: Assembleia na carpintaria
Era uma vez uma carpintaria onde aconteceu uma estranha assembleia. Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo presidiu a reunião, mas os participantes avisaram-no que teria de renunciar, pois fazia muito barulho e golpeava muito.
O martelo aceitou sua culpa, porém exigiu que fosse expulso o parafuso, alegando que dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque o parafuso concordou desde que expulsassem a lixa por ser muito áspera no tratamento com os demais, atritando sempre.
A lixa acatou a decisão, mas exigiu a expulsão da trena por sempre medir os outros segundo a sua medida, como se fosse perfeita.
No auge da discussão, entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, a trena e o parafuso, convertendo uma rústica madeira em um fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente em silêncio com a saída do carpinteiro, a assembleia reiniciou.
Foi então que o serrote, até então calado, falou:
— Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha somente com as nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Vamos deixar nossos pontos fracos e concentremos em nossos pontos fortes.
A assembleia entendeu então que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar a aspereza e a trena era precisa e exata. Sentiram-se como uma verdadeira equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram, então, uma grande alegria em trabalhar juntos.
O mesmo ocorre com os seres humanos. Quando se busca defeito no outro, a situação fica tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca sinceramente o ponto forte, as qualidades dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades é para os sábios!
(Autor desconhecido)
Análise do texto:
Certamente quando me encontro em um meio onde são destacados meus defeitos em detrimento de minhas qualidades é natural que eu me sinta diminuído e desmotivado. Não há como mostrar resultados positivos sendo avaliado dessa maneira. Da mesma forma ocorre com os alunos. Caso o professor foque apenas nos pontos negativos de cada um é possível que eles percebam que não há como melhorar, que são realmente falhos e incapazes de progredir.
Neste sentido, o professor que enfoque na qualidade de seus alunos estará destacando as qualidades e as possibilidades de progresso. Os alunos se sentirão motivados a buscar resultados já que estarão cientes de que são capazes. Dessa maneira o sucesso no processo de ensino/aprendizagem será certo.
Os defeitos devem ser mostrados como obstáculos a serem superados, mas o foco deve estar nas qualidades visto que são elas que tornam as pessoas capazes de superar os defeitos.
Acredito que a maneira mais acertada frente a um grupo de alunos seja valorizar as qualidades e encarar os defeitos como obstáculos a serem gradativamente superados.
“Sozinho você pode ser bom. Mas com outros você tende a ser melhor.”
Os seres humanos são tão diferentes uns dos outros em relação as suas competências e suas falhas que acabamos por nos tornar complementares. Deste modo, em equipe o ponto forte de um supera o ponto fraco do outro e todos, juntos, alcançam resultados que não alcançariam sozinhos.
Texto: Colheres de cabo comprido
Um pastor foi convidado por Deus para conhecer o céu e o inferno. Ao abrir-se a porta, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão cheio de suculenta sopa.
À sua volta estavam pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que era possível alcançar o caldeirão, mas não a própria boca.
O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o pastor para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira.
Havia o mesmo caldeirão, pessoas em volta e o mesmo cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
— Eu não compreendo, disse o pastor.
— Por que aqui as pessoas estão tão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
— Você não percebeu? É porque aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.
(Autor Desconhecido)
Análise do texto:
Trabalho em equipe é quando cada pessoa envolvida faz o que está ao seu alcance para que o objetivo do grupo seja alcançado. No exemplo do texto o objetivo de saciar a fome de todos só podia ser alcançado com uma pessoa alimentando outra. Neste sentido, muitas vezes em um grupo de trabalho, suas ações dão suporte às ações de outras pessoas.
Em uma comunidade escolar essa cooperação é fundamental. Assim, sinto-me preparado para compor tal ambiente em simbiose com os que já estiverem lá, trabalhando em equipe para o objetivo de formar cidadãos seja cumprido da melhor maneira possível.
Texto: Faça parte dos 5%
Certa vez, tivemos uma aula de Fisiologia na escola de Medicina, logo após a Semana da Pátria.
Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Nosso velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.
Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu?
Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente.
Não adiantou. Ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.
Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
— Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez, disse, levantando a voz, e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala. E o professor continuou:
— Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós, professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada 100 alunos, apenas 5 são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas 5 se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95 servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para quase tudo no mundo. Se vocês prestarem atenção, notarão que, de 100 professores, apenas 5 são aqueles que fazem a diferença; de 100 garçons, apenas 5 são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas 5 são verdadeiros profissionais.
E podemos generalizar ainda mais: de 100 pessoas, apenas 5 são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar esses 5% do resto, pois, se isso fosse possível, eu deixaria apenas esses alunos especiais nesta sala e colocaria os 95% restantes para fora, e então
teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo à noite, sabendo ter investido nos melhores.
Mas, infelizmente, não há como saber quais de vocês são esses 5% de alunos especiais. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para esses alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelos 95% restantes. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após esse discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois, depois desse dia minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia, durante todo o semestre; afinal, quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte dos 95% que o professor gostaria de ver longe dali?
Hoje não me lembro de muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão, e desde então tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente faremos parte da turma do resto.
(Autor Desconhecido)
Análise do texto:
Fica difícil saber exatamente se essa proporção de 5% está correta, porém podemos notar à nossa volta que essa teoria do velho professor faz todo o sentido. Vemos que apenas uma pequena parcela das pessoas está comprometida com o faz e coloca de fato seu empenho por fazer bem feito. A maioria simplesmente ocupa o espaço e realiza o mínimo necessário para receber em troca o que esperam. Nesse sentido podemos citar os profissionais que se esforçam o mínimo possível e simplesmente esperam o salário no final do mês. Ou o estudante que não se preocupa em aprender e apenas “passando de ano”.
Certamente é possível trocar de grupo, basta ter consciência de que podemos mudar de atitude e de postura. Podemos nos dedicar a fazer com excelência tudo aquilo que fazemos.
O texto traz um grande estímulo já que nos convida a refletir sobre nosso grau de comprometimento com a vida e com a sociedade. Acredito que ele esteja correto, mas que seja possível aumentar esse percentual valendo-se principalmente da educação para despertar a consciência dos indivíduos, sobretudo os mais jovens.
Texto: O homem e o mundo
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, pediu que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível removê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção: deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava.
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
— Filho, você gosta de quebra-cabeças? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! E faça tudo sozinho.
Então, calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passadas algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente.
— Pai, pai, já fiz tudo! Consegui terminar tudinho.
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?
— Você não sabia como era o mundo meu filho, como conseguiu?
— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.
(Autor desconhecido)
Análise do texto:
“Quando o homem resolver o problema entre homens e homens, aí estará pronto para resolver os problemas entre homens e mundo”.
A história nos mostra claramente isso. Os maiores problemas enfrentados pela humanidade estão sempre ligados às relações entre os seres humanos, os grupos, as classes sociais, as nações. Sempre a falta de entendimento entre homem e homem, a ganância de alguns, a tirania de outros. Se fosse possível “consertar” cada um de nós no tocante a esse convívio em sociedade, despertar a consciência que em boa parte está adormecida, certamente o mundo estaria concertado.
Com certeza é possível aprender com as crianças, elas veem o mundo com inocência e uma simplicidade prática que muitas vezes permite enxergar por um ângulo que não veríamos. Ouvir o outro, seja a criança, o operário, o gari, a merendeira, ou seja lá o que for, independente de sua idade ou escolaridade sempre é uma oportunidade de enxergar um ponto de vista diferente e aprender algo novo.
Texto: Pipocas da vida
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina do que ela é capaz. Aí sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.
Fonte: ALVES (1999)
Análise do texto:
As mudanças podem gerar medo e ansiedade visto que nos confrontam com novidades. Novos convívios, novos cenários, novas responsabilidades, nova realidade. – E se for pior e não der pra voltar atrás? Talvez esse seja o maior dilema e nesse sentido é importante ter alguém que encoraje e mostre um caminho mais seguro. Provavelmente esse seja um dos papeis do professor. Mostrar um caminho mais confiável e encorajar a caminhada.
Quanto ao piruá ter sua utilidade, as vezes, mostra que mesmo as pessoas mais resistentes às mudanças acabam de alguma forma se integrando à sociedade, com maior ou menor sofrimento e na maioria das vezes fora do que imaginaram para suas vidas, elas acabam encontrando uma maneira de sobreviver.
A questão do tempo certo para virar pipoca... no caso, cada ser humano tem um grau diferente de amadurecimento e de consciência. Assim sendo cada pessoa é capaz de compreender a vida de maneira diferente e apenas quando está pronto é que consegue empreender as transformações necessárias em suas vidas. Algumas jamais conseguiram, são os piruás.
Considerações finais
Contudo é possível observar que os trabalhos com textos ou alguma outra mídia que busque valorizar a ética e os valores morais são de grande importância na formação do caráter das crianças e adolescentes, haja vista a reflexão que provocam e os bons exemplos destacados.
REFERÊNCIAS
SILVA, Wanderlei Sérgio da. Prática de Ensino – Introdução à Docência. São Paulo: UNIP.
_____. O Menino e os Pregos na Tábua. Disponível em: www.portalbrasfer.com.br/assets/doc/o-menino-e-os-pregos-na-tabua.docx. Acesso em 26/11/2016.
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ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO EM EQUIPE NA ESCOLA
Erica Silvia Paulino
Caroline da Cruz Costa Paulino
Magna Gecilma Freire
RESUMO
Este trabalho discute a importância do trabalho em equipe no dia-a-dia escolar. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de levantamentos documentais e observação. Para alcançar seu objetivo principal, estudo abrangeu tópicos importantes do trabalho em equipe, procurando apresentar a conceituação, a história e origem das equipes de trabalho, as vantagens do trabalho em equipe, os tipos de equipes existentes nas organizações, a formação e o desenvolvimento das equipes, o comportamento do ser humano dentro de uma equipe, os conflitos e problemas de funcionamento e continuidade das equipes e, finalmente, o gerenciamento de equipes. Quanto aos resultados, pode-se ressaltar a importância da consciência de que trabalhar em equipe não é simplesmente reunir um grupo de pessoas essas pessoas precisam estar conectadas, conhecer-se, comunicar-se de forma clara e caminhar juntas rumo a um objetivo comum.
PALAVRAS CHAVES:
O trabalho em equipe no âmbito escolar consiste na integração das atividades do corpo docente, direção e equipe pedagógica tendo por objetivo a aprendizagem do educando. As ações docentes devem contribuir para a formação do aluno cidadão conscientes de seu papel na sociedade contemporânea. Todos os esforços no sentido de se produzir trabalho em equipe tem como finalidade maior a construção de uma sociedade igualitária, com menos desigualdades sociais gerando qualidade de vida.
O trabalho tem por objetivo descrever as dificuldades em realizar um trabalho em equipe na escola pública, pois estão presentes a cultura do individualismo e também toda estrutura organizacional da escola dificultando que este trabalho coletivo se concretize de fato; destacar os entraves encontrados pelo corpo docente, equipe pedagógica e a não aceitação da mesma no espaço escolar.
A problemática da pesquisa está em discutir de que forma os corpo docente pode contribuir para o trabalho em equipe?
Quanto à metodologia utilizada, este trabalho foi desenvolvido de forma teórica, baseado no procedimento de cunho teórico-filosófico de revisão bibliográfica realizada por meio de livros, artigos científicos e sites.
Os teóricos estudados e pesquisados foram: Souza (2005), Ferreira (2001), Wellins, (2004), Rocha (2003), Eaton, (2001).
O presente trabalho está dividido em dois capítulos no primeiro capitulo será relatado sobre trabalho em equipe. No segundo será descrito sobre
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 Trabalho em equipe
Trabalho em equipe tem sido muito discutido pelo mercado de trabalho aos novos profissionais, de todas as áreas. As transformações que estão acontecendo no mercado cobram mudanças internas, de conceitos e até mesmo de hábitos. É uma luta importante para quem quiser alcançar seus objetivos. Atualmente, a maioria dos executivos concorda que a atuação de equipes é fundamental para o alcance deste diferencial e manutenção de um alto desempenho organizacional.
Souza (2005) justifica que a razão para que isso ocorra é que, em variadas situações, as equipes desempenham melhor suas tarefas do que as pessoas individualmente, devidas multiplicidade de habilidades, julgamentos e experiências. Quando as equipes estão funcionando em uma organização, é possível verificar melhor resolução de problemas, maior criatividade e comprometimento.
Ferreira (2001) define as palavras "trabalho" (aplicação de forças; serviço; emprego; atividade coordenada necessária para a realização de qualquer tarefa), "equipe" (grupo de pessoas que se aplicam a uma tarefa ou trabalho) e "time" (número de pessoas selecionadas que constituem a equipe).
Para Wellins, (2004), num conceito simplista, é possível afirmar que uma equipe é definida como um grupo de pessoas que tem um objetivo comum. Para ter sucesso a equipe precisa ter coesão, dinamismo, comunicar-se bem e boa liderança. Porém, na prática, outros elementos devem ser considerados no momento de se conceituar uma equipe.
Observa-se que o trabalho em equipe acontece quando um grupo se encontra e discute os problemas, buscando juntas as possíveis soluções. Acredita-se que o mesmo ocorre quando não existem desavenças entre pessoas, quando não há conflitos ou quando todos se dão bem. Há, ainda, os que acreditam que ele acontece quando um grupo toma decisões baseadas na técnica democrática da votação.
De acordo com Souza (2005), equipe é um pequeno número de pessoas com habilidades complementares, comprometidas com um propósito comum, com metas especificas de desempenho, com um mesmo método de trabalho e responsabilidade mútua..
Equipe como sendo um número pequeno de pessoas que estão comprometidas com uma causa comum, com metas definidas e com uma forma de trabalhar onde todos sentem-se mutuamente responsáveis pelos resultados. A autora salienta que uma equipe para justificar esse titulo deve sustentar uma série de atitudes, tais como: compartilhar uma missão e visão com a qual todos se comprometem, criar um clima de confiança e abertura, ter uma comunicação aberta e honesta, ter o sentido de pertencer a uma equipe, valorizar a diversidade, estimular a criatividade e capacidade de risco, ter a capacidade de autorregular-se, possuir interdependência e consenso na tomada de decisões, assumir uma liderança participativa.(SILVA,2000,p.98)
Eaton, (2001), um grupo torna-se equipe quando tem objetivos e metas comuns, quando é administrado e dirigido por uma ou mais pessoas, quando todos os membros são interdependentes e quando atingir os objetivos exige colaboração. De acordo com a empresa, uma equipe usa as habilidades, as competências e os recursos de todos os seus membros, planeja suas atividades, é sistêmica em seu processo decisório e de resolução de problemas e empenha-se para chegar à produtividade.
Rocha (2003), diz que equipes são grupos que evoluíram. Ela cita que numa linha de produção, as pessoas trabalham em grupo, mas não em equipe. Nesse sistema, cada um só se preocupa em fazer seu trabalho. O trabalho em equipe pressupõe que os membros do time saibam o que os outros estão fazendo e, dependendo do caso, podem até substituir um ao outro.
O trabalho em equipe não acontece simplesmente, pois precisa ser elaborado pela equipe , pois uma equipe eficaz é mais que um grupo de pessoas. Para que uma equipe eficaz exista de verdade todos os membros devem esforçam-se para manter relações de cooperação por meio do estabelecimento. Quando a equipe trabalha em conjunto, esse fato faz com que se torne eficaz, uma forma de garantir que as questões serão discutidas e resolvidas, sem que isso coloque os membros da equipe uns contra os outros.
A equipe de trabalho, deve ter os mesmos objetivos com papeis e definidos, possuir fatores positivos garantindo excelentes resultados, com muita sinergia e criatividade. Na equipe existe transparecia e o trabalho acontece de forma construtiva, espontânea e prazerosa, num clima de mutua cooperação.
Todas as relações dentro da escola são refletidas diretamente no rendimento do profissional. Ter boas relações com o grupo de trabalho, com a direção, funcionários e com os alunos é fundamental para que o trabalho seja completo e para que o ato de ensinar seja 3 prazeroso. Se alguma dessas relações não estiver equilibrada, faltará motivação e o trabalho ficará prejudicado.
Cumprimentar, ter cordialidade e trocar informações são atitudes diárias muito importantes para a formação e manutenção das relações interpessoais. Devemos estar cientes de que com algumas pessoas estabeleceremos relações de maior ou menor proximidade, mas que seja como for, o respeito com que convivemos com uma ou outra deve ser o mesmo. Muitas vezes, devido as atribuições do dia a dia, esquecemos de empregar valores essenciais para manter as relações com as outras pessoas. Essas atitudes vão tornando as relações mais superficiais e as pessoas vão se distanciando, o que contribui para a falta de estímulo e motivação no trabalho, pois o contato com o outro traz a segurança de que não estamos sozinhos nessa tarefa nada fácil que é a luta pela educação.
Se as relações na escola, de uma forma geral, não estiverem equilibradas, o professor na sala de aula não fará um bom trabalho, e seu relacionamento com os alunos também poderá ficar comprometido. Grande parte dos problemas que um docente enfrenta pode ser proveniente de um ambiente hostil, podendo este se tornar ainda mais hostil quando se trabalha com pessoas diversas. Para manter um bom relacionamento também precisamos entender e respeitar o fato de que as pessoas são diferentes, portanto, pensam e agem, muitas vezes, diferentemente do que gostaríamos. (ROCHA 2003 p.93).
Quando os professores e supervisores de uma escola relacionam-se bem, há grandes chances de se alcançar uma estrutura forte e funcional nesse meio. É necessário que haja um bom entendimento entre toda a equipe da escola, pois existindo comunicação e respeito tudo funciona melhor: as normas são discutidas, as sugestões dadas pelos colegas são levadas em consideração e todos tentam usar uma mesma linguagem com seus alunos, o que faz com que eles não se sintam perdidos.
2.2 Relação professor x aluno
Relações i positivas entre professor e aluno são fundamentais no processo de aprendizagem. Ambos trocam conhecimento, trocam impressões de realidades, trocam informações e acabam crescendo com isto.
Muitas vezes o professor não consegue ter uma boa relação com a turma por pensar que demonstrar afetividade e “manter a disciplina” são atos incompatíveis. Estabelecer vínculos afetivos, de forma que não comprometam e não modifiquem a postura e a ética profissional é fundamental para o bom funcionamento do trabalho e para que o processo de aprendizagem aconteça de forma prazerosa para o professor e para os alunos. O clima de respeito que nasce de relações justas, sérias, humildes, generosas, em que a autoridade docente e as liberdades dos alunos se assumem eticamente, autentica o caráter formador do espaço pedagógico. Ensinar é trocar informações, é contribuir para a reconstrução de conhecimentos dos alunos e, principalmente, para que cresçam como pessoas. (ROCHA 2003 p.94).
O estabelecimento de uma boa relação faz com que o professor adquira um grau de intimidade maior, tendo a liberdade para cobrar mais de seu aluno sem ser visto como um professor chato que persegue os estudantes. Os alunos, ao sentirem esse carinho e confiança que foram depositados pelo professor, se esforçarão para não decepcioná-lo.
Estabelecer boas relações com os alunos é o primeiro passo para se obter um bom ambiente de trabalho. Para que as aulas sejam produtivas e interessantes para o aluno, ele precisa sentir-se a vontade com o professor, e isso irá facilitar a construção dos conhecimentos com relação aos conteúdos trabalhados. O professor, dentro da sala de aula deve sempre primar por um bom relacionamento entre os alunos. As relações interpessoais passam por uma expressão de amor que deve estar baseada no equilíbrio e na compreensão, onde o papel do professor é atender seus alunos com manifestações de afeto sem abrir mão dos limites necessários para que se construa uma dinâmica de respeito a todos que interagem neste grupo. Os alunos precisam ter seus espaços, pois é também na escola que eles aprendem a defender seus argumentos e firmar suas posições. (ROCHA 2003 p.95).
O diálogo é a estrada necessária para se chegar ao aluno, pois só mostrando boa vontade, de entendê-lo e respeitá-lo como pessoa humana, se é capaz, de notar a verdadeira identidade do aluno, atrás de sua mascara diária no qual esconde os seus problemas, ansiedades e preocupações, pois o adolescente procura demonstrar, através de palavras e gestos o que sente e o que necessita naquele momento. Cabe ao professor ajudar o aluno neste processo de crescimento e reconstrução de identidade para se auto afirma como ser humano adulto. Cada aluno tem a sua personalidade.
Cada aluno tem a sua personalidade, e este fator deve ser levado em consideração. Não podemos trabalhar com uma turma sem saber lidar com as diferenças de cada indivíduo. Todo aluno traz para sala de aula uma história pessoal, com experiências particulares vividas na família, na sociedade, com disposições e condições diversas para realizar seu percurso de estudante, e expectativas diferenciadas com relação a um projeto de vida (GRILLO: 2004 p. 79).
Nessa troca de experiências, onde o professor interage diretamente com o aluno, vai se construindo uma relação de confiança, o que contribui para tornar a sala de aula um ambiente agradável e favorável ao aprendizado. As questões pessoais trazidos pelos alunos até o professor, fazem parte de uma relação afetiva e de confiança que o aluno tem com o professor.
Cabe ao professor orientar seus alunos sobre a importância da comunicação no processo de ensino-aprendizagem. Deve disponibilizar espaços para debates em sala de aula com o intuito de estimular o aluno a construir suas argumentações. É importante que o professor passe segurança ao aluno, que um sentimento de confiança, amizade e respeito mútuos seja estabelecido, pois dessa forma o aluno se sentirá mais à vontade, tornando a aprendizagem facilitada.
2.3 Relação aluno x aluno
Em uma sala de aula nos deparamos com uma grande diversidade de pessoas. Pessoas que tem pensamentos e atitudes diferenciadas, que tiveram criações diferentes e, em decorrência disso, possuem visões diferentes. O relacionamento dentro da sala de aula precisa ser de respeito e cooperação, principalmente entre os alunos, para que ninguém fique constrangido ou com vergonha de se manifestar. Também é papel do professor fazer com que seus alunos enxerguem essas diferenças e aprendam a conviver com elas de forma harmoniosa e respeitosa
O diálogo e a interação entre a turma deve acontecer sempre. Trabalhos em grupos onde todos tenham a oportunidade de participar das discussões e decisões são primordiais para o desenvolvimento cognitivo e argumentativo dos alunos, sem contar que contribuem também para a socialização e a formação do caráter de cada indivíduo. (NÓVOA, 2009,p.65)
Desde os primeiros anos escolares é interessante que os alunos tenham consciência da importância do companheirismo e da cooperação na construção de relações firmes e duradouras com os colegas. Aprender a respeitar a opinião dos colegas, dividir tarefas, discutir sobre metodologias e resultados de pesquisa ajudam o aluno a construir seus pontos de vista, tornando-se assim, sujeito de sua aprendizagem. Essas práticas, se bem trabalhadas vão ser importantes não somente na escola, mas em diversas situações da vida dos indivíduos.
2.4 A escola e a família no trabalho em equipe
A escola é lugar de se aprender valores, como o respeito mútuo, solidariedades. Mas ela não possui a força que a família tem na formação pessoal dos valores. A orientação familiar e o exemplo passado pela família terão mais importância no desenvolvimento da criança
Como é colocado pela LDB a escola tem a função de promover a cidadania e a formação para o trabalho. Portanto, a escola não pode assumir para si a função da família, pois ela se retira das suas obrigatoriedades sociais que é a formação e qualificação do aluno para o mundo do trabalho ou para o universo da cidadania. (ALMEIDA, 2011, p.148)
Partindo para outro exemplo vemos crianças que são criadas pelos avós onde os pais ausentam de suas responsabilidades e deixam as crianças com idosos que muitas vezes já estão com desgastes físicos e emocionais para lidar com as fases diversas da infância. Todas essas situações serão refletidas na escola.
De alguma forma a escola tenta amenizar os problemas gerados pela ausência dos pais ou familiares, que na maioria das vezes apresentam dificuldades na aprendizagem e problemas de comportamento. Devido a múltipla variações de famílias a escola encontra-se perdida no seu papel de educar e formar.
Se é negligência da escola não trabalhar com valores humanos e deixar esta responsabilidade somente para as estruturas familiares, também é negligência da escola assumir esta formação de valores e deixar para outros a formação para a habilidade e a competência da qual o aluno também precisa, tanto quanto a formação de valores para a interação social. (ALMEIDA, 2011, p.149)
Nessa perspectiva entendemos que assumindo o papel da família quando ela apresentar-se desestruturada, a escola estará abrindo mão do seu papel de garantir condições propícias para o desenvolvimento social e profissional na vida de seus alunos.
É de suma importância que haja uma parceria entre família e escola, ambos precisam buscar compreender que o processo educacional deve ser partilhado, um dependente do outro para alcançar méritos futuros.
O acompanhamento escolar dos filhos é principal para fortalecimento dos laços afetivos e para um desenvolvimento educacional saudável e satisfatório.
A escola e a família são duas instituições fundamentais para o processo de desenvolvimento do ser humano, cada qual com suas características, peculiaridades e funções que, apesar de serem distintas, têm o objetivo comum que é o de promover a educação e a socialização da criança. Desse modo, elas são responsáveis tanto pelo desenvolvimento físico quanto cognitivo e social das crianças. (OLIVEIRA, 2010, p65)
Uma relação entre essas instituições promoverá condições favoráveis para o desenvolvimento das crianças, mas para que isso ocorra, é necessário que haja um respeito mútuo e reconhecendo do trabalho desenvolvido por cada uma dessas instâncias.
A integração da família e escola é de suma importância para a organização pedagógica, da escola e para o desenvolvimento integral do educando no processo ensino-aprendizagem.
A integração entre a família e escola tem por objetivo construir reflexões sobre situações problemáticas, sobre a relação família/escola no contexto escolar, em relação ao auxilio nas tarefas escolares, o incentivo a leitura e envolvimento nos eventos pedagógicos promovidos pela escola.
Conforme Oliveira (2010) ressalta que se a parceria entre a escola e a família se formar desde os primeiros passos da criança, todos terão muito a lucrar. A criança que estiver bem vai melhorar ainda mais e aquela que tiver problemas receberá tanto na escola quanto dos pais.
Quando a escola e a família usam a mesma linguagem a criança demonstra segurança, essa condição e exatamente favorável ao seu desenvolvimento. Sendo que ao mesmo tempo, a escola assume para a criança um lugar de aliada, como mais uma interessada em seu bem-estar.
Quando há conflitos entre família e escola, as crianças tendem a acompanhar quem mais lhe agrada e geralmente tentam tirar vantagens da situação de conflito. A escola e a família devem ser parceiras, sem que haja conflitos nessa relação usando sempre a mesma linguagem.
É fundamental que os pais se integrem na vida escolar ativa dos seus educandos, de forma a conseguirem dar todo o apoio que eles necessitam no seu crescimento escolar. A escola é um local onde os pais confiam a educação dos seus filhos e encontram nela um tipo de apoio para as suas vidas, sendo mesmo um elemento indispensável para os pais e encarregados de educação.
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente capítulo tem como objetivo mostrar os métodos e as técnicas utilizados para a realização da pesquisa acadêmica. Para a realização desse trabalho foi ultilizado pesquisa bibliografica em livros, internet.
A pesquisa bibliográfica é o estudo, sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma (VERGARA 2003, P. 48).
Dentre os métodos de abordagem existentes optou-se pelo método indutivo, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal.
A indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam (LAKATOS, 2009 , P. 48).
E o monográfico foi utilizado para investigar o assunto abordado com mais profundidade ajudando na conclusão do trabalho. Segundo Lakatos (2009, p. 103) “o método monográfico, ou estudo de caso, consiste na observação de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para convivermos bem com as pessoas é preciso demonstrar afetividade e a escola, juntamente com a família, é a base da construção de valores. O contexto escolar tem um papel essencial na vida de cada aluno que vai a escola em busca do que muitas vezes não tem em casa: amor, carinho, amizade, consideração entre outros sentimentos.
Como educadores temos o compromisso de primar por relações interpessoais que visem a afetividade, o amor pelos nossos colegas e alunos dentro da escola. Dessa maneira teremos a possibilidade de humanizar o contexto escolar para que nossos alunos cresçam em um ambiente que propague amor e onde haja a valorização do ser humano.
Quando pensamos na importância do trabalho em grupo não podemos restringir somente para o âmbito da sala de aula. Em qualquer ambiente de trabalho as relações precisam ser positivas para um bom rendimento do profissional. Nas escolas, em decorrência de muitos problemas existentes na educação, muitas vezes, o que encontramos são professores e funcionários desgastados e estressados.
A parceria da família na escola, no processo ensino aprendizagem das crianças. Existe uma grande influência da família no desenvolvimento das crianças, o que pode contribuir positivamente ou negativamente na sua vida escolar, e na família elas encontrão seu referencial, valores, comportamentos, crenças e costumes. A escola precisa buscar meios para inserir a família no contexto escolar de seus filhos, percebendo assim sua importância no desenvolvimento da criança.
Esses fatores podem tornar as relações entre as pessoas superficiais e gerar um afastamento entre os próprios colegas de trabalho. Se as relações na escola, de uma forma geral, não estiverem boas, o professor na sala de aula não fará um bom trabalho, e seu relacionamento com os alunos também poderá ficar comprometido.
REFERÊNCIAS
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O BRINCAR DAS CRIANÇAS E A AÇÃO PEDAGÓGICA DOS EDUCADORES DA PRIMEIRA INFÂNCIA
Daniela Vivian Carvalho1
Silvana Klein Simon2
RESUMO
O presente artigo é fruto das análises e discussões das relações significativas existentes entre as brincadeiras das crianças de dois e três anos de idade, matriculadas na turma do maternal II, de uma escola da rede municipal de ensino de Sinop-MT e a prática pedagógica da respectiva educadora. Como ponto de partida, consideramos as brincadeiras das crianças como ferramentas de aprendizagens, em interações com seus pares e educadores, visando o desenvolvimento cognitivo, corporal e emocional das mesmas. Os objetivos da pesquisa foram analisar as brincadeiras das crianças no processo de construção dos conhecimentos infantis e o trabalho dos professores a respeito do brincar das crianças, como práticas pedagógicas planejadas e valorizadas no cotidiano escolar. Para a fundamentação teórica buscamos sustentação em alguns autores, tais como: Charlot, Kishimoto, Rossetti-Ferreira, entre outros. A escolha metodológica foi embasada na perspectiva teórico-metodológica da “Rede de Significações” (ROSSETTI-FERREIRA, et ali, 2004), onde interagimos livremente com a criança e observamos os modos como constroem seus saberes, brincando. Num primeiro momento, foram realizadas observações diretas do cotidiano das crianças, procurando construir uma relação afetiva com elas, registrando suas falas, interações, locais e momentos de brincadeiras, relações entre professor-criança, criança-criança, criança- ambiente, criança-família, em um “Diário de Campo”. Os registros serviram de base para a realização de um roteiro guia das entrevistas com os professores e crianças. Em nossas análises ressaltamos que o professor precisa adotar posturas pedagógicas em parceria com as crianças, buscando práticas educativas prazerosas e que instiguem os conhecimentos das mesmas, estabelecendo relações intencionais de práticas pedagógicas entre o aprender e o brincar das crianças eminterações.
Palavras-chave:Educação Infantil. Brincadeiras. Infância. Aprendizagens.
1Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT.
2Pós Graduada em Alfabetização pelo Centro Universitário Barão de Mauá.
ABSTRACT
This article is the result of the analyzes and discussions of the significant relationships between the games of children of two and three years of age enrolled in the group of the maternal II, of a school of the municipal network of teaching of Sinop-MT and the pedagogical practice of the respective educator. As a starting point, we consider children's play as learning tools, in interactions with their peers and educators, aiming at their cognitive, corporal and emotional development. The objectives of the research were to analyze the children 's play in the process of constructing children' s knowledge and the teachers 'work on children' s play, as pedagogical practices planned and valued in school everyday. For the theoretical basis we seek support in some authors, such as: Barbier, Charlot, Kishimoto, Rossetti-Ferreira, among others. The methodological choice was based on the theoretical- methodological perspective of the "Network of Meanings" (ROSSETTI-FERREIRA et al., 2004), where we interact freely with the child and observe the ways in which they construct their knowledge, joking.Inthe first moment, direct observations of the children's daily life were made, trying to build an affective relationship with them, recording their speeches, interactions, places and moments of play, relationships between teacher-child, child-child, child-environment, child-family , in a "Field Diary". The records served the basis for conducting a guide guide for interviews with teachers and children. In our analyzes we emphasize that the teacher needs to adopt pedagogical positions in partnership withthe children, seeking pleasurable educational practices and instilling the knowledge establishing intentional relations of pedagogical practices between learning and play ininteractions.
Keywords: Early Childhood Education. Just kidding. Childhood. Learning.
INTRODUÇÃO
O presente artigo foi tecido no desenvolvimento do projeto TCC e durante o estágio supervisionado de Educação Infantil, a pesquisa partiu do interesse em compreender as relações existentes entre as brincadeiras no processo de aprendizagem das crianças pequenas. Delimitamos o público alvo de nosso estudo, as crianças de 2 e 3 anos de idade, matriculadas na turma do Maternal II de uma “Escola Municipal de Educação Infantil” no município de Sinop – MT. Este estudo procurou identificar as brincadeiras oportunizadas pelos professores
para as crianças em suas práticas educativas, além de observar o desenvolvimento e a execução das brincadeiras das crianças em seus espaços-tempos escolares. Ou seja, observamos atentamente o brincar das crianças pequenas e a ação pedagógica dos educadores no dia a dia em que compartilham suas vidas no espaço escolar.
Acreditamos que o brincar das crianças desde a tenra idade é uma atividade que precisa ser valorizada por todos que fazem parte das suas vidas e lhe dão significados. Esta rede de relações existente entre os familiares, amigos e educadores das crianças inserem as mesmas na cultura a qual pertencem seus grupos sociais. Concordamos com Sabini e Lucena (2003, p.12) quandoafirmam:
Toda criança brinca porque gosta. Para as que ainda não falam brincar é a melhor forma de expressar o que estão sentindo, suas experiências e vivências interiores. Brincar para a criança é tão vital quanto comer e dormir.
Educar/cuidar das crianças pequenas, de maneira indissociável e articulada, conforme prevê a legislação brasileira, é fundamental para o desenvolvimento e aprendizagem das mesmas. Sabemos que ao mesmo tempo em que proporcionam diversão, as brincadeiras infantis são consideradas como as principais ações que os educadores devem articular com as crianças, no espaço-tempo escolar. É possível que o educador mantenha uma postura de seriedade, auxiliando a construção de conhecimento de forma prazerosa, pois as brincadeiras desenvolvem a percepção, a cognição e os diferentes aprendizados das crianças.
Os jogos infantis são fundamentais para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, pois são formas que ela tem para exercitar sua imaginação, através do brincar. A brincadeira expressa como uma criança reflete, organiza, desorganiza, constrói e reconstrói o seu mundo. Charlot (2000, p. 23) afirma que a criança é “um ser singular que tem história e interpreta o mundo, dá um sentido a esse mundo, a posição que ocupa nele, às suas relações com os outros, à sua própria história, à sua singularidade”. Através das brincadeiras é possível perceber como a criança constrói seu próprio mundo, quais são seus anseios, dúvidas, preocupações, o que ela sente, e de alguma forma mostrar como gostaria que fosse sua própria vida. O brincar é uma das maneiras que ela encontra para expor o que sente, é a sua linguagem particular que, sem dúvida, devemos respeitar. É importante que o professor elabore propostas que envolvam jogos e brincadeiras e também incorpore as atividades lúdicas em seu planejamento, principalmente porque este é o centro do universoinfantil.
Compreendemos que a brincadeira é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança, não só pelo prazer de executá-la, mas pelo prazer de executar na companhia de outros. As brincadeiras são indispensáveis no seu cotidiano, por serem socializadoras e ao mesmo tempo fazerem parte das suas vivências garantindo que as crianças tenham direito de ter suas infâncias.
Na Educação Infantil as brincadeiras têm importância fundamental. Elas podem ser consideradas como a principal atividade da criança, onde ocorrem importantes mudanças no seu desenvolvimento, onde organizamos caminhos de transições para níveis mais elevados de desenvolvimento, permitindo assim que a criança reestruture sua forma de pensar e interagir com a realidade, desafiando-se constantemente ao aprender.
A criança quando brinca constrói seu próprio “mundo”, externaliza seus sentimentos, isso contribui para que o educador encontre meios de compreender seus anseios e ampliar seus conhecimentos. A criança envolve-se totalmente no jogo, brinca porque sente prazer, diminuindo suas inquietudes e aumentando a vontade de aprender muito mais, por isso a necessidade de aprender brincando. Esquecemo-nos facilmente de que “quando se brinca se aprende antes de tudo a brincar, a controlar um universo simbólico particular” (KISHIMOTO, 2002, P. 23).
No brincar ocorrem momentos de partilhas, trocas, confrontos e negociações, gerando desequilíbrios e equilíbrios, proporcionando novas conquistas individuais e coletivas. Quando trabalhado corretamente pelos educadores, os jogos e as brincadeiras em seus aspectos pedagógicos, a criança realiza aprendizagens significativas e assim vai construindo de maneira lúdica seusconhecimentos.
O ato de brincar é muito importante, é prazeroso e o prazer é um ponto fundamental da essência do equilíbrio do ser humano. Então, podemos dizer que a ludicidade é uma necessidade interior, tanto para a criança quanto para o adulto, sendo que a necessidade de brincar é indispensável ao desenvolvimento.
A brincadeira é a melhor maneira da criança se conhecer e aceitar a existência dos outros. Brincando ela desenvolve as qualidades de observação, coragem, iniciativa, sociabilidade, gentileza, ou seja, enriquece os valores intelectuais e morais. Com a brincadeira ela ultrapassa seus próprios limites, adquirindo autonomia na aprendizagem.
2 RECORDAÇÕES: APRENDIZAGENS INFANTIS E CONSTRUÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA
No início da socialização das crianças em espaços escolares, distintos da família onde nasceram, precisamos acolher não apenas as crianças, mas também os anseios e necessidades das famílias, numa rede de significados que se constroem em torno da criança. Por isso, os jogos e brincadeiras auxiliam os educadores no desenvolvimento das mais diversas relações que passam a se construir: com as crianças, com os familiares e com os saberes. Entretanto, para muitos educadores, o aprendizado da criança baseia-se somente em suas colocações, ensinamentos, concepções, deixando de lado, muitas vezes os questionamentos das crianças, as interações das mesmas com seus colegas e com o ambiente escolar, esquecendo-se da importância da dinâmica e do movimento que contribuem com o seu crescimento, desenvolvimento e aprendizagenssignificativas.
Em geral, observa-se que para os educadores as brincadeiras infantis e seus jogos são considerados como meios de dispersão, não sendo utilizados como um bem valioso para a aprendizagem. O lúdico muitas vezes é trabalhado como forma de distrair, com objetivo somente de recreação, sem planejamento de interação com as outras atividades. Porém, os jogos e as brincadeiras podem levar a um caminho para a construção do conhecimento e do caráter da criança na educação infantil. Acredito que para a criança vivenciar de forma agradável sua aprendizagem ela precisa brincar, pois brincando ela conseguirá expor melhor e de diferentes maneiras as suas idéias, conceitos, dúvidas e questionamentos.
Os professores têm de pensar sempre em inovar, buscar novos meios e o lúdico é a opção por excelência quando se trabalha com crianças tão pequenas. O professor deve se interessar por cada uma das crianças que forma o grupo de sua sala de aula, buscando conhecer suas motivações e seus contextos culturais. Trata-se sempre de aprender junto, instituindo o ambiente de uma obra comum, participativa, na qual a experiência da criança será sempre valorizada, inclusive a relação natural de se conhecer a partir do conhecimento, pois o que se aprende na escola deve estar explícito na vida da criança, tudo o que se aprende com prazer através das brincadeiras ficará como um marco significativo em toda a suavida.
Um dos objetivos principais de todo processo educacional, é que se valorizem os jogos e brincadeiras dentro do contexto escolar, utilizando os mesmos como instrumentos pedagógicos, tendo a participação do professor como mediador durante o ato das brincadeiras, dando oportunidades para que a criança dê suas opiniões e que também aceite a dos colegas.
Os jogos e brincadeiras fazem parte da vida de uma criança, sem eles a infância se apaga, torna-se uma fase esquecida.
Por meio deste trabalho procuramos analisar as aprendizagens que as criançasconstroem quando jogam e brincam, pois o lúdico é um grande colaborador no aprofundamento e desenvolvimento em sala de aula, proporciona liberdade e maior segurança.
A figura do professor passa a ser observada na maneira como organiza o ambiente da sala e como planeja suas aulas, se elas são divertidas, empolgantes e agradáveis para as crianças ou não. Entendemos que as brincadeiras proporcionam uma liberdade de expressão e um envolvimento muito grande com o mundo imaginário e o real. A infância pode-se dizer que é uma época de vida, onde a brincadeira é a ação principal, e por meio dela as crianças satisfazem a maioria de seus desejos e interesses mais íntimos. O aprendizado através dos jogos proporciona a liberação de energias, expande a criatividade, estimula o desempenho e auxilia nas interações. O educador deve incentivar as crianças a representarem o seu mundo através de inúmeras linguagens, tais como: rabiscar, desenhar, cantar, recortar, colar, fantasiar, dramatizar, contar, ouvir e falar, dentreoutras.
É brincando que as crianças vivem momentos de sua realidade interior transformando seu real em algo significativo da sua vida. É preciso que se respeite a infância, pois a criança não é um “adulto em miniatura”, precisamos entender suas necessidades lúdicas e afetivas.
Conforme os estudos de Phelippe Ariès (1978) acerca dos sentimentos de infância ao longo da história da humanidade, o professor deve oferecer condições e incentivar as crianças com brincadeiras atraentes, cativando-as para que sintam o prazer não apenas como um simples passatempo, mas com o objetivo de que seja um espaço privilegiado, preparando-os como seres críticos e criativos, possibilitando para as crianças sentirem prazer no ato de aprender, como também desenvolver o aspecto intelectual e o corporal por meio de brincadeiras.
Segundo Vygotsky (1998), nas brincadeiras de faz-de-conta, a criança imita o adulto para construir conceitos de mundo e para formar a sua personalidade. As roupas dos adultos podem fazer parte da brincadeira, e quando caracterizados as crianças podem ser pai e mãe, ou um simples boneco pode ganhar vida, o mundo da imaginação é mágico permite a criança construir seu conhecimento sobre a realidadevivenciada.
Quando a criança está brincando automaticamente cria situações imaginárias, e em muitas delas se comporta como se estivesse vivendo no mundo adulto. Enquanto está brincando amplia seu conhecimento sobre o mundo, e muitas vezes colocam-se no lugar do adulto. Brincando a criança expressa sua forma de representação da realidade.
Para Freire (1994), a escola deve ser um ambiente social, rico em oportunidades de interação entre as crianças, permitindo que elas e os adultos construam conhecimentos que
conduzam a uma autonomia pessoal e convívio social. Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto de movimentos, jogos, da fantasia, quase sempre ignorado pelas instituições de ensino.
Geralmente os professores não suportam a mobilidade das crianças, mas querem que elas suportem a sua mobilidade. Percebe-se que a criança em sua liberdade aprende muito mais que uma criança “prisioneira”, pois quando se aprende no espaço da liberdade, elas se desenvolvem melhor, acabam expressando e demonstrando na prática o que realmente querem. Segundo Freire (1994), as crianças aprendem porque sempre resta, por menor que seja, um espaço de liberdade para que possam brincar, pensar, criticar, criar, e é a partir daí que elas aprendem, ou seja, porque podem brincar. Quando a criança passa a brincar em liberdade, quando podem decidir sozinhas o que passa ao seu redor, usam seus raciocínios para “resolver” problemas com seus brinquedos, sem influências diretas dos adultos, conseguem de alguma forma chegar ao desenvolvimento lógico, e isso contribui para aprender os mais diversos conhecimentos escolares ou não. A infância é um período muito intenso de atividades: as fantasias e os movimentos corporais ocupam quase todo o tempo dacriança.
Trabalhar jogos com crianças da creche é de suma importância, pois as atividades abrangem o desenvolvimento motor, a memorização, atenção e principalmente a percepção, construindo noções básicas de cor, formas, lateralidade, ritmo, som, formas, entre outras aprendizagens. As brincadeiras instigam a curiosidade dos alunos, é através do lúdico que os professores fornecem para as crianças meios que proporcionam liberdade, expande a criatividade e fortalece a sociabilidade, pois a infância é a idade das brincadeiras e sem elas essa fase tão linda torna-se esquecida. O que as crianças aprendem através da manipulação ativa do meio é, nem mais nem menos, a capacidade de pensar.(ELKIND, APUD SABINI ; LUCENA, 2004, P. 64).
A criança que brinca desenvolve suas percepções, sua inteligência, e instintos sociais, ou seja, o jogo estabelece uma relação entre pensamentos/sentimentos e a realidade que cerca a criança. Além de fornecer o desenvolvimento da criança os jogos e brincadeiras permitem ao professor verificar o nível de domínio que a criança tem dos conteúdos escolares e assim programar e estabelecer atividade para que a criança possa avançar. Brincar é a primeira forma de expressão de uma cultura, é algo que pertence a todos e que leva ao surgimento e participação em idéias e objetivos comuns. O jogo tem sobre a criança o poder deum exercitador universal: facilita tanto o progresso de sua personalidade integral, como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas, intelectuais emorais.
O jogo e a brincadeira são meios de incentivar, valorizar e principalmente de fazer a criança perceber-se como um todo, onde o afetivo, cognitivo e simbólico estão integrados, fazendo a criança sentir, agir, pensar e repensar, unindo o meio físico ao humano, sendo que deve estar sistematicamente preparado e acompanhado pelo professor. O professor deve propor, por exemplo, perguntas que instiguem a curiosidade das crianças para que possam descobrir as possibilidades de desenvolvimento que o jogo proporciona, sempre respeitando o momento de aprendizagem do aluno.
Os jogos de construção, por sua vez, são de grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver habilidades. Construindo, transformando, destruindo, a criança expressa seu imaginário e sua afetividade e se desenvolve intelectualmente. (SABINI; LUCENA, 2004, p. 44).
O professor deve estar ciente que é preciso explorar a criatividade e curiosidade das crianças. Uma opção são as brincadeiras de faz-de-conta, estas consistem na representação de papéis que permitem que a criança expresse seus sonhos e fantasias, ajudando a compreender melhor o mundo em que vive.
De acordo com Freire (1997), é através do jogo, do brinquedo que a criança revela seu desenvolvimento cognitivo, visual, auditivo, enfim seu modo de aprender e entrar numa relação com o mundo de símbolos, coisas e pessoas. É importante despertar na criança suas vontades, sendo que é preciso fazer com que as situações de ensino sejam interessantes para ela, o corpo e a mente devem trabalhar em conjunto para que possam se desenvolver qualitativamente.
Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar o desenvolvimento da criança. O uso das atividades da cultura infantil como conteúdo pedagógico facilita o trabalho do professor e garante o interesse e a motivação das crianças, pois o aprendizado é mais instigante, e o aluno desenvolverá melhor o seu cognitivo, pois tudo que o professor ensina será de maneira de maneira divertida, com uma linguagem acessível, fácil e compreensível, ou seja, o educador participa e envolve-se no mundo infantil e assim entende melhor o desenvolvimento dacriança.
É preciso desafiar a criança para encontrar caminhos que forneçam meios para ultrapassar os obstáculos impostos pelo mundo, precisa perceber que ela é capaz de caminhar com seus próprios pés, que necessita encontrar meios para facilitar seu aprendizado.
A criança precisa aprender cedo como encontrar por si mesma o centro de todos os seus poderes e membros, para agarrar e pegar com suas próprias
mãos, andar com seus próprios pés, encontrar e observar com seus próprios olhos. (FROEBEL apud KISHIMOTO, 2002, p. 59).
É importante trabalhar com jogos e brincadeiras que fornecem liberdade de expressão, que a criança perceba que tem voz ativa, que pode expor seus anseios e desejos, ou seja, que é dotada de capacidades que necessitam ser expressas. A criança precisa brincar, estar em contato com o mundo do faz-de-conta, com um universo repleto de fantasia, movimento, cor, formas e os jogos e brincadeiras dão à possibilidade de conhecer e estar nesses lugares, à criança no momento do brincar pode ser e fazer o que quiser. Ou seja, as relações com os saberes das crianças, construídas na escola, especificamente no que se refere as crianças pequenas, são mediadas pelo educador que deverá organizar o ambiente de maneira desafiadora.
CONCLUSÃO
Em nossos estudos, comprovamos que o lúdico se faz necessário na Educação Infantil, pois é no brincar que a criança se torna livre, espontânea, se entrega e torna-se transparente. A criança sente gosto, prazer no momento dos jogos e brincadeiras.
Neste estudo questionamos a possibilidade de inovar o ambiente em sala, integrando jogos e brincadeiras como facilitadores da aprendizagem. Com isso, ressaltamos a necessidade dos educadores trabalharem o que for enriquecedor para promover a interação das crianças para que ocorra uma aprendizagemsignificativa.
É necessário refletir como os jogos e brincadeiras vêm sendo trabalhado nas escolas, compreender se é possível de maneira lúdica descobrir novos conceitos que contribuem para melhor conhecimento e aprendizagem, e verificar se há um aprendizado significativo das crianças nas atividades pedagógicas, lúdicas e sociais, dentro do contexto escolar. Pois, os jogos, as brincadeiras e os brinquedos tornam-se mais significativos à medida que as crianças se desenvolvem, pois a partir da livre manipulação de materiais variados, ela pode reconstruir objetos, reivindicar coisas, construir saberes.
Brincar é mais que uma reação intuitiva da criança, faz parte da preparação para a vida e para as responsabilidades que ela precisa aprender a construir. Por isso as atividades lúdicas são indispensáveis à prática educativa. Através das brincadeiras a criança aprende a raciocinar e a descobrir o prazer de viver criativamente no mundo. Sendo assim, é importante que a criança brinque espontaneamente, sem seguir regras rígidas ou instruções que acompanham
determinados brinquedos, daí a importância em deixá-los livres para manipular, pesquisar e descobrir os objetos para que cheguem à suas próprias conclusões.
Cabe aos educadores construírem propostas educacionais que contemplem a criança na idade em que ela está. Para tanto, faz-se necessário conhecer o universo infantil, suas necessidades de desenvolvimento integral, suas linguagens.
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RELATO DE EXPERIÊNCIA: PROJETO MEIO AMBIENTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Silvana Klein Simon1
Germina G. de O. Moretti2
RESUMO
O presente artigo é um relato de experiência de prática pedagógica realizado no período de setembro à dezembro de 2017 com alunos das turmas de Creche II –B e C na Escola Municipal de Educação Infantil – E.M.E.I. Sylvia Orthof em Sinop/MT. O projeto Meio Ambiente: “conhecendo alguns elementos da flora e fauna” teve como objetivo possibilitar as crianças a perceberem e conhecer dentre o mundo flora e fauna os seres vivos que fazem parte do seu mundo perceptível, bem como, a nossa relação com estes elementos na natureza, pois de acordo com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é direito da criança conhecer e experimentar práticas pedagógicas que favoreçam o processo de ensino aprendizagem. A inclusão do Projeto na prática desencadeou alguns desafios na instituição escolar, uma vez que a mesma foi inaugurada em Maio/2017, em prédio alugado sem recursos financeiros (repasses) e também não dispunha de espaço de terra/areia/grama e tampouco árvores/flores. Todo ambiente Escolar é de concreto (cimento), inclusive o parque. As ações/propostas tiveram enfoque na música: “As árvores balançam” (Turma do Cristãozinho) a fim de obter estímulo lúdico na aprendizagem de acordo com o previsto no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil “Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais”, além de proporcionar situações significativas de aprendizagem visando a ampliação do seu desenvolvimento e atitudes de preservação e respeito pelo meio ambiente.
Palavras-chave: Vivência; preservação; aprendizagem; desenvolvimento; lúdico; educação infantil.
ABSTRACT
This article is an account of experience of pedagogical practice carried out in the period from September to December 2017 with students from the classes of Creche II-B and C in the Municipal School of Early Childhood Education - E.M.E.I. Sylvia Orthof in Sinop / MT. The project Environment: "knowing some elements of the flora and fauna" had as its objective to enable the children to perceive and to know from the world flora and fauna the living beings that are part of their perceptible world, as well as, our relation with these elements in nature, because according to BNCC (National Curricular Common Base) and the right of the child to know and experience pedagogical practices that favor the process of teaching learning. The inclusion of the Project in practice triggered some in the school institution, since it was
1 Pedagoga e Pós Graduada em Alfabetização pelo Centro Universitário Barão de Mauá.
2 Pedagoga e Pós Graduada em Educação Infantil e séries iniciais pela Faculdade de Selvíria/ Pós graduada em Educação a distância pela UFMT/Nead.
inaugurated in May / 2017, in a rented building with no financial resources (onlendings) and also had no land / sand / grass space and no trees / flowers ,. Every school environment is concrete (cement), including the park. The actions / proposals focused on the music: "The trees swing" (Class of the Little Christian) in order to obtain playful stimulation in the learning according to the National Curriculum Framework for Early Childhood Education "Participation in situations that integrate songs, songs and movements of the body, "besides providing significant learning situations aimed at expanding their development and attitudes of preservation and respect for the environment
Keywords: Experience; preservation; learning; development; playful; early childhood education.
INTRODUÇÃO
Na educação infantil, principalmente nos primeiros anos de vida, as crianças aprendem
e reproduzem ações através do contato com o meio em que vive. É através desta interação que
todo aprendizado vai se tornando significativo nas suas vivências.
Sendo assim, o professor de educação infantil deve proporcionar situações que
remetam a ampliação de seus conhecimentos e avanços de suas capacidades e/ou habilidades.
Para Signorette (2002, p.06) “[...] e educar é abranger todos os aspectos da vida do aluno,
desde o atendimento de suas necessidades mais básicas, primárias e elementares, até as mais
elaboradas e intelectualizadas”.
Toda criança aprende através de estímulos e da interação com outras crianças, com os
adultos, em contato com objetos ou recursos não apenas suas necessidades rotineiras, ela está
sempre atenta a aprender novos conceitos, valores, habilidades e é através do estímulo e
aguçando as curiosidades que se pode promover a capacidade do aluno. Assim, o professor
tem papel muito importante neste processo, uma vez que promove o desenvolvimento da
capacidade de pensar, agir, observar e explorar o meio à sua volta. Para isso a importância de
permitir que aprendizagem seja significativa, vivenciar o conhecimento, concretizar e
participar de ações que conscientizem através da experienciação.
A criança deve perceber-se como parte integrante da natureza, como ela é importante e
o quanto precisamos dela para viver. Conscientizar e apresentar o novo, plantas e animais que
não fazem parte do seu dia-a-dia, ambientes diferentes, como necessitamos da natureza para
viver e de como ela é linda e ampla, possibilita a formação para Educação Ambiental.
Na primeira etapa da educação básica, Educação Infantil, a educação ambiental
aparece nos objetivos gerais do RCNEI, os quais ressaltam que a criança precisa: “Observar e
explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação” (BRASIL, 1998, vol. 1, p.63).
Criar oportunidades para que as crianças perguntem, narrem fatos sociais e da natureza, aprender de forma lúdica, com jogos, brincadeiras, atividades e músicas proporcionam as crianças maior relevância e enriquecimento no conhecimento, além de ampliar as possibilidades e ser prazerosa. Proporcionar atividades que contribuem para o desenvolvimento através da prática lúdica, torna-o sujeito ativo no processo de conhecimento. Pensando nisso elaboramos o projeto, a fim de proporcionar momentos em que a aprendizagem ocorra com alegria e interesse com o objetivo de favorecer o aumento do vocabulário, propiciar interação, conhecimento, explorar e despertar o interesse do aluno, amenizar conflitos, além de ensinar a ter o cuidado e preservar a natureza.
De acordo com Fortuna (2003), é importante que o educador insira o brincar em um projeto educativo, com objetivos e metodologia definidos, acredita que deva se ter consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem das crianças.
Toda ação deve ser direcionada, pensada e planejada com o propósito de se obter avanços na aprendizagem. A educação, portanto, deve apropriar-se de elementos de sua realidade atribuindo-lhes significados, transformando ou vivenciando novas experiências.
1 A ESCOLHA DO TEMA
A escolha pelo tema surgiu na semana da primavera e dia da árvore ao perceber o interese de boa parte das crianças pelo mundo da fauna e flora apresentado nas ilustrações de histórias infantis e músicas que expressem a exploração da linguagem gestual.que envolvia este tipo de assunto. Então, durante o planejamento em hora atividade, expus a ideia de trabalhar a música criando o projeto: Meio Ambiente à outra colega (que trabalha com outra turma no mesmo período e com a mesma faixa etária dos meus alunos) que também aderiu a ideia. Conversamos com a diretora e coordenadora da escola que prontamente apoiaram a projeto.
Durante o planejamento priorizei o interesse dos alunos, uma vez que são crianças na faixa etária de aproximadamente 2 anos e apreciam muito a natureza (animais e plantas).
Assim, busquei atividades que chamassem a atenção, curiosidade e favorecesse o seu desenvolvimento, fugindo das atividades que envolvem apenas tinta guache e carimbo de mãos ou dos pés.
Para concretizar as ações pedimos a participação da família no projeto que também se envolveu e deu continuidade fora da escola.
2 O PLANEJAMENTO
O planejamento foi realizado semanalmente durante hora atividade na escola em parceria com a professora do Creche II “C”. A hora atividade era momento para discutirmos como estava sendo o desenvolvimento das ações com as crianças em sala de aula e propor novos ações que continuassem a aguçar as curiosidades das crianças.
Cada turma desenvolveu o projeto da sua maneira, respeitando a rotina, as necessidades e o tempo de cada criança. Organizamos o planejamento seguindo as propostas do Plano Político Pedagógico da Educação Infantil do município de Sinop/MT.
O ato de planejar é um elemento de suma importância para o professor mediar suas ações e traçar metas e/ou objetivos no seu trabalho em sala de aula. Vasconcelos (2000) nos diz:
O planejamento enquanto construção-transformação de representação é uma mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir á tona, fazer acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo (VASCONCELOS, 2000, p. 79).
No primeiro momento priorizamos as etapas da música: As árvores balançam (Turma do Cristãozinho):
1) As árvores balançam Balançam, balançam As árvores balançam Mostrando o amor de Deus
2) O coelhinho pula
Sim, pula, sim, pula
O coelhinho pula
Mostrando o amor de Deus
3) A linda flor se abre Se abre, se abre
A linda flor se abre Mostrando o amor de Deus
4) Os passarinhos voam Sim voam, sim voam Os passarinhos voam Mostrando o amor de Deus.
Objetivos:
• Com a música explorar o movimento do corpo, gestos e aumento do vocabulário;
• Explorar o contexto: natureza (fauna e flora);
• Realizar atividades lúdicas e de exploração ao tempo e à natureza;
• Incluir a participação da família no projeto;
• Confeccionar um livrinho de atividades realizadas pelas crianças com embasamento na letra da música para levarem para casa;
• Apresentar a música no evento de final de ano da escola: Amostra Pedagógica.
Após traçar os objetivos começamos a realizar o desenvolvimento da ação que percorreu diversas etapas de seu desenvolvimento e que ampliou os objetivos em cada fase.
3 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico foi realizado através de observação no interesse das crianças pelas cantigas que contenham tema de animais: dona aranha, borboletinha, sapo, coelhinho, as
árvores balançam, entre outras. Na escola também sempre aparecia pássaros e/ou borboletas que aguçavam a curiosidade deles.
Como ferramenta de análise do conhecimento prévio utilizamos como recurso o Datashow para apresentar animais e seus sons, perceber quem fazia os sons, quem conhecia o animal, ver por quais animais tinham mais interesse, além de possibilitar o aumento do vocabulário, imitar o animal, falar se o animal é grande ou pequeno, se é doméstico ou não e assim por diante, instigar a curiosidade.
A música teve papel fundamental neste processo pois exerce papel lúdico na aprendizagem, envolvendo-os na brincadeira vivenciam situações de interação, diálogo e aprendizagem significativa.
DESENVOLVIMENTO
Iniciamos o desenvolvimento do projeto apresentando a música: as árvores balançam rotineiramente, estimulando a dança, expressão corporal e a fala.
Na semana da árvore realizamos ações que envolvessem a estrutura da planta:
-Plantio da árvore (terra/semente);
-Partes da árvore (raiz, caule, flores, galhos);
Ações realizadas:
1) Trabalhar a música: as árvores balançam diariamente e de diversas formas: Ouvir e
gesticular; Visual: Com slide do clipe da música e com Fantoches;
2) Localizar imagens de árvores em livros/revistas (recortar e expor na parede da sala);
3) Desenhar uma árvore e colar folhas secas de Oiti (Árvore característica da nossa região);
4) Trazer folhas diversas de casa (Realizar carimbo de folhas na massinha de modelar) apresentar os diferentes tipos de folhagens;
5) Utilizar um galho para fixar na massinha, mostrar às crianças que a massinha faz o papel da terra, mostrar ações do vento (balançar a árvore e cair folhas). Com esta atividade abordamos o vento e a respiração das crianças (sopro);
6) Entrega de semente de Ypê às famílias para plantio para serem cultivadas em casa com apoio das crianças;
7) Colorir macarrão com tinta guache simbolizando uma borboleta e entregar de lembrancinha de início da Primavera;
8) Atividades de respiração (sopro/vento);
9) Plantio e cuidado com a Horta no canteiro de concreto presente em frente de cada janela das salas de aula;
10) Observação e confecção de álbum de pequenos animais, como: Borboletas/insetos, formigas e flores;
11) Apresentação em Datashow de animais presente na natureza e seus sons;
12) Realização de leituras de leite, contação de história usando diversos tipos de recursos, como: fantasias, caixas surpresas, figuras ilustrativas, fantoches, entre outros.
13) Contato real com coelho para entender o que come, onde vive, como se movimenta (anda/pula), cores e sensações;
14) Confecção de cartazes com recortes ou pinturas de mãos de alguns animais característicos em cada grupo animal: mamíferos, aves, peixes, anfíbios, répteis conhecimento da criança.
15) Com a música realizar as etapas do livro: Atividades realizadas individualmente Para a árvore: Pintura com cotonete ou das mãozinhas em papel A3 (para confecção da copa da árvore), colagem de areia em palito de picolé (para confecção do caule);
Para o coelhinho: Colar algodão na figura impressa do coelho.
Para os passarinhos: Utilizar dobradura de forminhas de brigadeiro e montar passo
a passo (individualmente) da figura do passarinho (Objetivo: amassar, dobrar, apertar e abrir as forminhas);
Para a flor: Pintura da digital do dedo na dobradura de flor (trabalhar cores) e pintura no plástico bolha com tinta guache para carimbo da folha de sulfite.
Para encerrar o livro: foi realizada pintura facial em sala de aula em cada aluno referente algum animal e tirado foto para compor uma página do livro. A última página foi ilustrada com uma foto da criança abraçando uma árvore em casa (participação da família, continuação do projeto fora da escola );
Por fim, apresentamos os trabalhos na Amostra Pedagógica da Escola, a toda comunidade escolar e no primeiro Encontro da Tertúlia realizado no município de Sinop/MT.
Sobre a participação das famílias podemos dizer que foi muito boa, pois tudo que foi solicitado foi providenciado com carinho pelos pais como: coletar e trazer para o espaço da escola, folhas, flores, tirarem foto abraçando a árvore, mandar brinquedo que servisse para mexer com plantas e outros mais.
Resultados Positivos percebidos no decorrer da aplicação do Projeto em sala de aula junto as crianças:
• Participação das famílias em tudo o que foi solicitado;
• Apresentação de trabalhos pedagógicos além do muro da Escola;
• Sensibilização das crianças com o cuidado e respeito ao meio ambiente, como bichinhos, plantas e passarinhos presentes no ambiente escolar;
• Participação concreta /ativa das crianças em todas as ações do projeto.
Resultados Negativos:
• Escola não dispor de espaço de terra/areia ou grama para que as crianças pudessem ter maior contato explorativo (relação com a natureza para as crianças);
• Falta de Recursos, como: até mesmo impressões coloridas de imagens ou fotos para ampliação do conhecimento das crianças no projeto por falta de equipamento e/ou recurso financeiro;
• Falta de apoio da Secretaria Municipal de Educação na viabilização do transporte para realizar passeios ao Viveiro Municipal e Parque Florestal;
• Perda de imagens e/ou registros de parte do projeto.
AVALIAÇÃO
A avaliação foi realizada conforme proposto pela LDB 9394/96 Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: I – avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
Seguindo o Plano Político Pedagógico do nosso município a avaliação é processual com base nas capacidades e habilidades, e mantendo contato frequente com a família para troca de experiência e de informações.
Considero nossa prática enriquecedora pois foi desenvolvida com bastante dedicação, foi trabalhosa sim, porém os resultados das atividades propiciaram aprendizagem significativa para as crianças e ver o avanço, a evolução e o entusiasmo ao vir à escola, ainda mais nesta faixa etária dos pequenos, nos engrandece.
Como ponto negativo do projeto somente a horta (canteiro) não vingou pois não recebe luz solar direta e pouco vento, porém as crianças adoraram participar do cuidado e plantio.
Com este projeto aprendemos que o profissional deve estar atento ao interesse dos alunos, que dá trabalho sim criar propostas novas, diferentes e interativa, que mesmo com poucos recursos podemos utilizar recursos recicláveis ou do próprio meio para criar condições que favoreçam o desenvolvimento pleno do aluno.
ANEXOS
RECORTE DE FIGURAS DE ÁRVORES COLAGEM DOS RECORTES NA PAREDE
CARIMBO
DAS
FOLHAS
NA
CARIMBO
DAS
FOLHAS
NA
MASSINHA
MASSINHA
EXPLORANDO A
RESPIRAÇÃO /
EXPLORANDO A
RESPIRAÇÃO /
SOPRO -VENTO
SOPRO -VENTO
PLANTIO
DAS
SEMENTES
NO
PLANTIO
DAS
MUDAS
NO
CANTEIRO
CANTEIRO
PLANTIO
DASMUDAS
NO
PREPARO E CUIDADO
CANTEIRO
RESULTADO FINAL DA BORBOLETA
ENTREGA LEMBRANCINHA PARA
LEVAR PARA CASA
CONFECÃO
BRINQUEDO
PARA
BRINCADEIRA DE SOPRO/VENTO
ASSOPRAR
NA SALA DE AULA
COLAGEM DE AREIA NO PALITO
PINTURACOM COTONETE
BORBOLETAS ESCOLA
NO
PÁTIO
DA
CURIOSIDADE POR ANIMAIS DA ESCOLA
AFOFANDO A TERRA
INÍCIO
DA
PRIMAVERA
(LEMBRANCINHAS)
CANTEIRO DE CENOURAS
CANTEIRO PRONTO
CANTEIRO DE SALSINHA
CANTEIRO DE CEBOLINHA
DESENHO DA ÁRVORE EM COLAGEM DE FOLHAS SECAS CARTOLINA
CARTAZ EXPOSTO NO CORREDOR CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS DE ENTRADA
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
HISTÓRIA COM MÚSICA (ÁRVORES
CANTANDO E DANÇANDO A
BALANÇAM)
MÚSICA
VISUALIZAÇÃO
DE
FETO
DE VISUALIZAÇÃO
DE
FETO
DE
OVELHA
OVELHA
ÁLBUM DE FLORES
BRINCADEIRAS
CORRIDA DE CAVALINHOS
CORRIDA DE CAVALINHOS
RESULTADO FINAL NO PORFÓLIO
RESULTADO FINAL NO LIVRINHO
APRESENTAÇÃO DO PROJETO NO
I TERTÚLIA SINOP/MT 2018. APRESENTAÇÃO DO PROJETO NO I TERTÚLIA SINOP/MT 2018.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Educação é a base.
Disponível em: < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/wp- content / uploads / 2018 / 06 /
BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf >. Acesso em: 20 jun. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. LDB –Leis de Diretrizes de Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996.
BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 1.
______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 2.
______, Ministério da Educação. Secretaria de Educação do Ensino Fundamental.
Referencial Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.1998. vol 3.
BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília:
MEC/SEF, 1998.
FORTUNA, T. R. Jogo em aula: recurso permite repensar as relações de ensino-aprendizagem. Revista do Professor, Porto Alegre, v. 19, n. 75, p. 15-19, jul./set. 2003.
SIGNORETTE, A. E. R. S. et al. Educação e cuidado: dimensões afetiva e biológica constituem o binômio de atendimento. Revista do Professor. Porto Alegre, n. 72, p. 5-8,out./dez. 2002
SINOP (MT). Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal de Educação. Plano político pedagógico da Educação Infantil. –Sinop: Secretaria Municipal de Educação, Coordenadoria de Educação Infantil, 2012.
VASCONCELLOS, C dos S. Planejamento: projeto de ensino aprendizagem e projeto político pedagógico. São Paulo, Libertad, 2000.
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IMPLICAÇÕES DA EXCLUSÃO SOCIAL E O CONTEXTO DA
CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NA SOCIEDADE ATUAL
João Soares dos Santo1
RESUMO
É alarmante o número de alunos que saem das series iniciais sem as aquisições mínimas que permitam cursarem seus estudo dentro do tempo correto com a desenvoltura necessária para seu envolvimento social de acordo com suas perspectivas. Assim sendo torna necessário verificar o que esta acontecendo no contexto educacional para superação das dificuldades que assolam os alunos, neste caso, alunos da classe popular. Para verificação desta problemática foi elaboradoumainvestigação bibliográfica com intuito de encontrar autores que abordem o tema e possivelmente contribua para orientação dos professores da Escola Princesa Isabel do Município de Nova Bandeirantes no Estado do MatoGrosso. Considerando que se trata deumaescola no campo com alunos que chegam da realidade urbana, no entanto trazem consigo problemas também daquela realidade. Daí o presente artigo concluir que os problemas tem raízes mais profundas e que na mesma linha de pesquisa a conclusão mais acertada é necessita-se deumapesquisa em outros campos que somente o pedagógico oupsíquico.
Palavras chave: Leitura. Escrita. Aprendizagem. Dificuldades. Superação.
Introdução
Inicialmente, objetivou-se, refletir acerca das dificuldades de aquisição da leitura e da escrita dos alunos do ensino fundamental da Escola Princesa Isabel na comunidade trescinco do assentamento Japuranansinho. A partir do projeto sala do educador desenvolvido pela Secretária Municipal de Educação do Município de Nova Bandeirantes, Estado do Mato Grosso, foi possível rever as praticas pedagógicas adotadas pelos professores e a relevância damesmapara o contexto da exclusão social presente nas escolas docampoemrelação á sociedade atual. Ao longo da observação foi possível perceber que a dificuldade de aquisição da leitura e da escrita era apenas um dos problemas na referida comunidade, no entanto este fator contribui para compreender o que chamamos de exclusão social, levando o professor investigador e interessado no tema a focarempesquisas que possibilitassem a superação deste problema,istosignifica que o presente artigo apresentaumaprática definida pela Secretaria Municipal de Educação previsto no cronograma de ação visando á formação continuada dos professores da rede municipal.
As observações apontaram que aproximadamente 37,5% dos alunos chegavam ao quarto ano sem a aquisição mínima das competências necessárias para o desenvolvimento da série em curso. Ressaltando que se trata deumasala multiseriado, onde alunos do quarto, quinto e sexto ano dividem omesmoespaço e dois professores que lecionam diferentes disciplinas distribuídas em duas aulas antes do recreio e duas aulas após o recreio. Nesta perspectiva o presente artigo busca apresentar as possíveis etapas de intervenção a serem desenvolvidas. A principal linha de atuação é elevar a auto-estemas dos alunos, a afetividade e individualidade de cada aluno, não dissociando do seu contexto socioeconômico e familiar. Essa aprendizagem nos proporciona refazer caminhos e redirecionar o olhar sobre o trabalho para os próximos bimestres visto estarmosemandamento do segundobimestre.
I- AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA
É muito importante refletir acerca do processo da aquisição da leitura e da escrita, posto que “a sociedade vê a escola como o espaço privilegiado para o desenvolvimento da leitura e da escrita” (p 14 Ler e Escrever compromisso de todas as áreas), não obstante o processo perpassa por compreender a complexidade que esta além da escola. O histórico da educação no Brasil da conta de que a exclusão social esta diretamente ligado as dificuldades da aquisição da leitura e da escrita na atualidade.
Numa sociedade em que “o trabalho pedagógico escolar dirigido a índios, negros e brancos pobres foi restrito e provisório durante todo o período colonial” (Brandão, 1984 p. 28) pode ser a razão do insucesso escolar de hoje. Uma sociedade vitima de tais praticas andam em passos tão lentos e com resultados tão frustrantes no que concerne a educação. Cabe a sociedade atual buscar caminhos que permitam recuperar todo o prejuízo gerado por aquela sociedade. Não se pode, fechar os olhos ou simplesmente virar uma pagina fingir que tudo isto foi apenas passado sem conseqüências e que não se pode recuperar de tais prejuízos acumulados ao longo da história. Não podemos também deixar de observar as responsabilidades que incorre a sociedade atual de buscar a reparação sofrida pela classe.
Nesta perspectiva a dificuldade de aquisição da leitura e da escrita é resultado da exclusão social passada e que por sua vez também gera a exclusão social atual. Ou seja, temos ai um ciclo vicioso tão perverso que as desigualdades sociais parecem não mais ser possível de ser superada. Olhando para os resultados atuais no que diz respeito ao desenvolvimento da leitura e da escrita dos alunos do ensino fundamental nas series iniciais nas classes populares, é possível mensurar as perdas no tocante as iniciativas do passado em relação ao atual processo e políticas educacionais nopresente.
Se o aluno não consegue ler e escrever na série em que se encontra no inicio de sua carreira estudantil, na alfabetização e ainda assim consegue o ir para serie seguinte, com intuito de que na série seguinte ele vai superar este déficit sem um processo de intervenção previsto e elaborado com todos os recursos pedagógicos
disponíveis, esta fadado ao fracasso com permissão e licença assinadas pelos gestores educacionais.
O objetivo deste tópico é a busca de respostas para o insucesso da educação atual, porque temos índices tão frustrantes na educação, numa época da informação e de grandes recursos tecnológicos?
Como a tecnologia pode ser usada para superação da dificuldade de aprender ler e daescrever?
Olhar para o passado, com intuito de compreender em que momento e como aconteceu o problema na educação bem como buscar resposta para os problemas atuais, não implica desconsiderar as responsabilidades atuais,mastem como objetivo compreender onde falhou, para possamos atuar na superação dos fracassos em que nos encontramos hoje, com maior eficácia. Não pretende apontar um contexto apenas como culpado por todos os insucessos,masao analisarmos os primórdios da educação brasileira podemos então compreender o que de fato esta acontecendo e buscar caminhos que possam contribuir para a superação finalmente doproblema.
SegundoTomazi(1977, p.4) com o advento da maquina detecer,isto no contexto europeu, o “trabalho assalariado tornou-se imprescindível no sistema fabril” ressalta o autor que “incluindo a mão-de-obra de mulheres e crianças em escala crescente”. A nosso verumadas respostas para o insucesso e fracasso escolar é exatamente isso, exploração domenor.Estamos referindo a Europa nos séculos XVII e XVIII, e estamos falando de exploração de mulheres e crianças naquele continente. Continente este que vem explorar as terras americanas os povos americanos, no caso os nativos bem como os negros adquiridos do continente africano.
Justifica-se então que este quadro retrata a base da sociedade daquele momento, obviamente nos séculos XV e XVI, período exclusivamente da manufatura,jádespontava o conhecimento racional, nesta época o segundo relataTomazi“o conhecimento racional do universo e da vida dos homens em sociedade começaaserumaregraseguida;éumamudançalenta...”(Tomazi1977,p.4)é exatamente o momento dos grandes avanços na navegação, descoberta do Brasil seguido pela exploração do ouro já no século dos grandes desenvolvimentos.
Todo este contexto revolucionário, são elementos que constituem os detalhes da construção da sociedade brasileira, naquele momento. Estes elemento são fundamentais para estruturas da sociedade brasileira. Assim sendo somos frutos de tudo o que se deu naquele momento histórico. Carregamos impressões que ali recebemos e que comprometem nosso viver hoje. Falamos de racismo?! Vem de lá. Falamos de desigualdades?! Vem de lá. Lá estão as origens dos nossos problemas.
Uma sociedade exploradora, escravizadora guiada pelo espírito capitalista que oprime, não somente os índios por alegarem não terem alma. Não somente os negros pelasmesmasafirmativas,masatémesmoseus concidadãos, os quais foram explorados deformacruel. Assim descreveTomazi: (Tomazi1977,p.62)
Analisando historicamente a questão das desigualdades sociais no Brasil, percebe-se que, desde que fomos “descobertos”, instalaram e aqui ficaram. Inicialmente os habitantes aqui encontrados – os índios – foram considerados animais, quenemalma tinha. Depoissealterouessaconcepção, mas ainda hoje elessãovistos como diferentes e menos capazes. Posteriormente, houve a introdução do trabalho escravo negro, quando milhares de africanos foram retirados desuaterra de origem, para enfrentar condições terríveis de trabalho e de vida. Ate hoje os seus descendentes sofrem discriminação e preconceitos pelo fato de seremnegros.
Acerca dos próprios europeus, procedentes de classe popular, que de lá vinham aborda tomazi dizendo que: (Tomazi 1977, p.62)
Emoutro momento, quando jáseprevia o fim do trabalho escravo, vieram imigrantes europeus em busca de trabalho e de melhores chances de vida. Aqui encontraram condições de trabalho semi-servis nas fazendas de café, e depois de muita resistência, transformaram-se em assalariados mascarados (o sistema do colonato é o exemplo típico, já que a família inteira trabalhava e, muitas vezes, não recebia dinheiro, massócomida, casa e outros pagamentos emespécie.
É muito importante conseguirmos estabelecer uma ligação direta com estes eventos e as conseqüências das mesmas no contexto educacional do momento. Esse massacre social que sofreram nossos antepassados não pode ser considerado apenas desigualdade social, pois assim o chamando distancia-se da gravidade que esta sombra do passado pesa sobre os que hoje são frutos daquela ação. Assim sendo o índice analfabetismo que supostamente sofre com altos e baixos, na verdade nunca esteve em alta. Dizer que hoje esta ruim e que em algum momento já
esteve bom é minimizar o problema com uma ou outra atitude temporária de governo.
Os baixos índices de escolaridade são efeitos do passado sombrio, que exige reflexão real paraumapossível superação dos transtornos provocados pelas praticas antiética, anti-social do passado. É neste contexto que o presente artigo busca dimensionar a dificuldade de aquisição da leitura e da escrita não somente para as diversas metodologias ou praticas pedagógicas, lançando o problema as vezes no sistema, nos métodos ou nos professore e ainda mais nos baixos salários como se os professores negassem desenvolver seu trabalho em função de uma política salarial incompatível ao professor em suafunção.
O baixo desenvolvimento não tem relacionamento com baixo salário do professor, pois aceitando esta visão coloca o professor como quem não cumpre seus deveres em função de baixos salários, responsabilizando-o diretamente pelo problema que tem sua origememdiversos outrosfatores.
Seria muito fácil superar todos os insucessos e o grande número pessoas que não conseguiram concluir seus estudos,casofosse apenas questão salarial. Como pretende mostrar neste tópico, faz-se necessário olharmos no passado e vermos que a educação sofrehojeconseqüências daquelemomento.
As bases da nossa sociedade é totalmente excludente e responsáveis pela postura atual, em uma analise tomazi propõe que “...existem desigualdadesemtodas a sociedades contemporâneas. Elas se expressam e são explicadas das mais variadas formas”(Tomazip. 66) neta perspectiva encontramos as desigualdades educacionais no seguinte relato
O que nos interessa analisar aqui são as desigualdades educacionais. Para começar, nunca é demais reafirmar que elas tem uma ligação muito intensa com as que se dão nos outros níveis e que, por sua vez, realimentam essas desigualdades, formando muitas vezes um círculo vicioso. Um exemplo concreto dessa afirmação é o analfabetismo. O individuo é analfabeto porque é pobre, e a pobreza o mantém analfabeto. ( p. 66)
Esta é a resposta que satisfaz a investigação que se propõe este tópico, somos resultados dessa circunstancia histórica e prisioneiros dos detentores do poder, cativos da impossibilidade de agir em busca da liberdade. Superar este “círculo vicioso” é um desafio.
Os desafios continuamemdesigualdades de acesso a tecnologia,umdos problemas da modernidade e que conseqüentemente lança mais ignorância visto que alem de lidarmos com o analfabetismo escolar surge agora o analfabetismo tecnológico sendo que não tem acesso igualitário aos meios de comunicação de forma e a tecnologia da educação com disponibilidade e ensino para a população. Este fato nos colo numa posição bem delicada. No entanto não é nosso intento discutir isso aqui,massim apontar comoumdos recursos eficazes para o combate a dificuldade de aprendera a ler e escrever ainda nas seriesinicais.
Na obra “DemocratizaçãodaEscola Publica a pedagogia crítico-social dos conteúdos” Libâneo na pagina (68) diz que “a educação, antes de ser um processo de formação cultural, é um fenômeno social, portanto, a cultura e o individuo são determinados por condições sociais e políticas” assim sendo o atua as condições no tocante a tecnologia depende desta relação do ser com a oportunidade bem como as políticas sociais que possibilitem o acesso.
II -REVENDOASPRÁTICAS PEDAGÓGICASADOTADASPELOS PROFESSORES E A RELEVÂNCIA DA MESMA NO CONTEXTO DA EXCLUSÃO SOCIAL PRESENTES NAS ESCOLAS DO CAMPO EM RELAÇÃO ASOCIEDADEATUAL
Um dos capítulos da obra “A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento” organizado por Ivani C.A. Fazenda (1997) traz um artigo de Antônio Nóvoa comumtitulo um tanto inusitado que diz assim “diz-me como ensinas, dir-te- ei quem és e vice-versa” (p. 29) neste artigo Nóvoa atenta paraumacerta crise entre os profissionais da educação quando diz que “a crise de identidade dos professores, objeto de inúmeros debates, não é alheia a essa evolução que foi impondoumaseparação entre o eu pessoal e o eu profissional” (Fazenda, 1997, p. 31), esta crise de identidade esta realmenteligadaao sucesso ou insucesso profissional, não saber exatamenteemque contexto se encontra faz do professor um ser confuso em seupapal.
De fato sem estar ciente de seu papel como profissional bem como de sua responsabilidade pessoal pode comprometer não somente o estado do professormastodo trabalho que desenvolve em favor dos seus alunos. Esta crise de identidade pode ser a razão do fracasso do aluno. Não obstante, comojámencionado acima é muito simplório atribuir o fracasso do aluno apenas ao professor, sem analisar o conjunto de implicações que contribuem para possíveis resultados.
É de Nóvoa que vem a seguinte referencia das fases evolutivas de investigação pedagógica:
Uma certa literatura cientifica refere três grande fases do percurso evolutivo da investigação pedagógica: a primeira distingue-se pela procura das características intrínsecas ao “bom”professor,asegundadefine-se pela tentativa de encontrar o melhor método de ensino; a terceira caracteriza-se pela importância concedida à analise do ensino no contextorealda sala de aula,com baseno chamadoparadigma processo-produto. Essa literatura considera um progresso a possibilidade de estudar o ensino para além dos próprios professores; de caminho, reduz-se a profissão docente aumconjunto de competências e de capacidades, realçando essencialmente a dimensão técnica da acção pedagógica. (Fazenda, 1997p31)
Embasado neste pressuposto, que nos chama a atenção, voltou-se o olhar para a própria pratica em busca de respostas para o fracasso dos alunos que não levavamemsuasbagagensospré-requisitos para as séries que cursavam. Osprimeiros momentos de observação, foi possível verificar que os alunos não estavam chegando na série seguinte com todas a competências necessárias para cursar a série em que se localizava, neste período de observação discutiu-se quais possíveis razões poderiam estar contribuindo para o insucesso dos alunos no quinto ano. Nesta perspectiva levantaram-se os seguintes questionamentos:
a) Porque razão os alunos estão chegando à segunda faze sem adquirir as competênciasnecessárias?
b) Quais os efeitos dos métodos utilizados, no contexto da educação do campo, em relação, em uma salamultiseriada?
c) Qual o contexto socioeconômico dos alunos, e suas implicações no desenvolvimento da aprendizagem?
d) Qual o contexto familiar que vive os alunos que apresentam taisdificuldades?
Os primeiros passos foram relacionar as condições sociais dos alunos, nesta ação foi possível perceber que os alunos, nos quais somam o total de aproximadamente 80 alunos, são procedentes deumarealidade social e familiar muito conturbado. Parte dos alunos é de famílias separadas com casos de agressão, em alguns casos os pais são divorciados legalmente e deformaamigável, em outros casos são alunos que moram com avós, por circunstâncias diversas.Háainda outros problemas de ordem social que envolve distúrbios psicológicos com registros e laudosmédicos.
Não obstante chegou-se a conclusão que esta não poderia ser a razão principal das dificuldades dos alunos e de seus insucessos. Atribuir o insucesso do aluno a relação familiar conturbada, não nos permitiria buscar solução para o problema que de fato estava afetando o aluno, a dificuldade de aprendizagem. Isto colocaria os professores numa cômoda condição de aguardar que se resolvam os problemas familiares para obter sucesso escolar. Assim sendo tornou-se necessário rever as praticas e os métodos usados no processo de ensino.
Para o grupo de professores que atuam na escola foi surpreendente, pois a conclusão que se chegou foi que não há um método único a ser usado e que na verdade, exige-se em cada situação, uma ação especifica, diversas metodologias de
ensino, mais ainda, as múltiplas necessidades dos alunos tornam-se imprescindível que se faça uso de múltiplos métodos para atingir os objetivos desejados. Visto que temos diferentes alunos com diferentes necessidades o professor, sobretudo o de salas multiseriadas, necessita de dispor de diversos recursos e um domínio de diversas metodologias.
Na busca de respostas para melhor compreender os alunos e trilhar caminhos que contribuam para seu sucesso, retomou-se a pesquisa pautada nos pressupostos de Vygotsky. Compreendendo que o desenvolvimento dos alunos esta intimamente ligado ao contexto social tanto de origem como o de sua vivencia, o contexto social vivenciado. verificou-se de que as teorias de Vygotsky que aponta que o desenvolvimento do individuo é um processo sócio-histórico posto que:
Como a atividade humana, resultado do desenvolvimento sócio-histórico, é internalizada pelo individuo e vai constituirsuaconsciênciaseusmodos de agir esuaforma de perceber o mundo real, a compreensão do contexto cultural no qual ela ocorre é essencial para a compreensão dos processo psicológicos. Conforme transforma a estrutura da interação social ao longo da historia, a estrutura da interação social tambémsetransformará (...) os processos superiores envolvem, necessariamente, relações entre o individuo e o mundo, que nãosãodiretas, mas mediadas pela cultura. A interação social é fundamental para o desenvolvimento das formas de atividade de cada grupo cultural: o individuo internaliza os elementos desuacultura construindo seu universo intrapsicologico a partir do mundo externo. Uma abordagem genética e contextualizada dos processos doserhumano é fundamental para a compreensão deseufuncionamento enquantosersócio- histórico. (Marta KohlVygotskyp99)
Nas Concepções para Educação Básicas Proposta Curricular para oTerritórioMato-Grossense traz abordagens para a educação inovadora nos níveis fundamental e médio, trazumasignificativa citação acerca da educação nas comunidades Qulombolas, onde abordaque:
Para Castilho (2016), a Educação Escolar Quilombola se inscreve em um pressuposto que transcende aos objetivos formais da educação escolar tradicionalmente conhecida, mas abarca a finalidade de reescrever e afirmar as tradições ou traduções culturais dos quilombos; recuperar suas histórias suprimidas e reprimidas; reunir estilhaços de suas identidades; reinscrever sua comunidade; e libertar as pessoas das amarras calcificantes dos estereótipos e de todos os negativismos impostos, resgatando sua autoestima e autoconfiança. Nesse pressuposto, a Educação Escolar Quilombola tem por objetivo ofertar uma educação que respeite a cultura, a história, a memória, o território, a ancestralidade e os conhecimentos tradicionais das comunidades quilombolas. (p. 90)
Não se trata de uma relação ingênua de tão profunda teoria vygotkyana com as abordagens que fazemos no presente artigo, o contexto na qual se pretende chegar é que a exclusão social é a causa do analfabetismo e que por sua vez o analfabetismo gera exclusão social. No entanto não se trata de um ciclo originário apenas nas famílias desestruturadas, ao contextualizar a teoria de Vigotisky com a citação de Castilio se faz com o intento que reforçar a importância da relação social no contexto do ensino e aprendizagem, tendo em conta que o contexto social vai colaborar em muito para o desenvolvimento educacional e educacional do aluno.
Esta relação esta em plena harmonia, a nossover,pois as relações sociais e culturais são responsáveis pelo sucesso dos educando. É neste sentido que pretende chegar este artigo, esta ação em favor dos quilombolas é muito significativo para reparação dos prejuízos acumulados ao longo da história. Oquenão podemos negar é que os que não são quilombolas ficam a mercê de identificação por registros que as vezes não são suficientes para identificar a real origem docidadão.
Da a possibilidade de não ser reparado os erros do passado por não haver políticas de alcance as camadas populares sem restrição. Apontar grupos e etnias apenas não é suficiente para reparação de perdas passadas.
Nesta perspectiva faz-se necessário a elaboração de políticas de alcance mais abrangentes para não gerar um novo sistema excludente, visto que ao passo que alguns são atendidos e outros não. Por esta razão as praticas pedagógicas são fundamentais ao lado de políticas também reais no processo de superação das dificuldades da leitura e da escrita nas camadaspopulares.
III - AQUISIÇÃO MÍNIMA DAS COMPETÊNCIAS NECESSÁRIAS PARADESENVOLVIMENTO DA SÉRIESEGUINTE
Uma pergunta que necessita ser respondida com urgência é: porque os alunos não adquirem as competências necessárias para a sérieseguinte?
Considerando que as relações sociais são responsáveis pelo desenvolvimento dos alunos e que o meio social é de relevância para interação ensino e aprendizagem, prossegui-se em busca de respostas quanto ao alto índice de crianças quemesmosendo aprovadas não conseguem desenvolver nas séries seguintes, isto devido a ausência de domínio de leitura e de escrita, que impossibilitam o aluno a desenvolver de forma satisfatória. Por conta detalretardamento ficam comprometido todos os demais anos de estudo. Isto produz um quadro de aprovação injusta, para que se oportunize ao aluno oportunidades de recuperar nos anos seguintes por sua própria sorte e isto promovefracasso.
Acerca das competências mínimas adquiridas em series anteriores, o que já sabemos é que alunos das camadas populares vêm com déficit de aprendizagem de tal ordem que não acompanham os níveis nos quais se encontram. Assim descreve Terezinha
Emsíntese, sabemos que o sistema escolar está hoje concebido de tal forma quesepratica, implicitamente, a seletividade social. As crianças das camadas populares, que vêm à escolacommenor conhecimento da norma padrão e com menos oportunidades anteriores de se envolveremdiversos usos da leitura e escrita, não encontram na escola atividades que lhes possam proporcionaresseconhecimento.Emconseqüência, fracassamemproporções muito maiores na alfabetização do que aquelas crianças que dominamumdialeto mais próximo da normapadrãoe já tiveram oportunidades de encontrar a leitura e a escrita significativamente. (TerezinhaNunes,p.103)
Tais pressupostos são de grande importância para compreendermos o que esta acontecendo no tocante a dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita nos alunos das classes populares, quanto a isso ainda relata Terezinha que
As crianças das camadas populares, clientela da escola publica, avaliadas como portadoras de dificuldades de aprendizagem em decorrência das multirrepetências na 1ª série são,emgeral,encaminhadasasclassesespeciaisnaáreade
deficiência mental, ainda que, em suas sínteses diagnosticas, não haja menção a um déficit de inteligência; (89)
Podemos perceber que as dificuldades de aprendizagem não ocorrem somente em classes populares mais ainda é possível verificar que as dificuldades de aprendizagens não estão associadas a déficit de inteligência, estas conclusões são fundamentais para que possamos avançar em busca de respostas para o problema.
Nesta linha de raciocínio é pertinente considerarmos as conclusões deTerezinhaque diz “em síntese, as dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita foram tratadas como relacionadas ao nível intelectual ou motricidade”(Terezinhap.90),assim as conclusões acerca das dificuldades de aprendizagens estão relacionadas apenas ao intelectual e motricidade; considerando que “ os diagnósticos não podiam apoiar-se na defasagem entre o desempenho esperado a partir do nível intelectual e o observado” (p.90) isto “porque não existem parâmetros para a avaliação desta defasagemnoBrasil” , portanto não apodemos atribuir apenas um fator sem considerarmos as possibilidades de outras razões para os fracassos no ensino eaprendizagem.
Não obstante buscamos entender que tais dificuldades são legados de um passado em que a educação não era interessante para a classe dominante, mas o fato de termos alunos de classe média com dificuldades semelhantes e considerando que estes tem privilégios que aqueles outros não tem apontam para outras implicações que vão alem do contexto histórico, ligadas as dificuldades deaprendizagem.
Com tantos avanços em pesquisas por meio de uma tecnologia avançada, não fica impossível avançarmos no processo de superação das dificuldades de aprendizagem e providenciar caminhos que contribuam para a inclusão social de fato.Noentanto o que temos no presente é um quadro que vai muito alem de contorno educacional, a reparação de danos étnicos sociais, reconhecimento dos cidadãos e suas reaisnecessidades.
CONCLUSÃO
Concluímos este artigo, que pretendia ao longo das investigações teóricas, apontar a exclusão socialcomofator relevante na dificuldade de aquisição da leitura e da escrita, bem como o insucesso no desenvolvimento escolar ao longo da jornada estudantil, com uma conclusão pouco satisfatória. Foi possível verificar ao longo das leituras dos teóricos que abordam o tema que uma série de fatores estão implícitos neste problema que é real. Não obstante, um fator somente, como pretendia provar o presente artigo, não é suficiente para justificar esteproblema.
Nesta perspectiva fica claro que há ainda necessidade de estudar mais sobre o tema, buscar mais compreensão acerca dos fatores que estão envolvidos no que diz respeito ao desenvolvimento educacional do aluno. O que não quer dizer que não atingiu o ideal da pesquisa,masampliou os aspectos envolvidos na problemática de aquisição de leitura e escrita e sua importância para os demais aspectosestudantil.
Apontar apenas um fator é ignorar outros problema que estão diretamente as dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita, problemas estes que não serão aqui abordadosmasmencionamos algunscomoo contexto social que vive o aluno da camadapopular,não é novidade que muitos alunos chegam na escola com fome, em muitos casos desnutridos, não raros casos de alunos vitimas de violência domestica, alunos que são filhos de pais viciados em drogas entre outros fatores que como estes necessitam serem investigados em seu contexto para a possível implicação destes com as dificuldadesapontadas.
Também conclui-se que as escolas, por sua vez, ao valorizar a formação continuada contribui em larga escala para elucidação do problema, bem como a busca de soluções que possibilitem a superação do problema. Nesta oportunidade menciona o empenho da Secretaria Municipal de Educação de Nova Bandeirantes - MT, que desenvolve a sala do educador, principal ferramenta de reflexão e planejamento pedagógico local.
Ao promover também encontros nas semanas pedagógicas, no inicio do ano letivo tem a função de ampliar a visão dos educadores no contexto regional em
relação ao contexto local. Assim sendo fica claro que os problemas são enfrentados e em sua limitação são superados dentro das capacidades e recursos disponíveis.
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