PEDAGOGIA POR PROJETO
Hosiane de Oliveira B. de Sousa
Jeane Ferrer Paixão
Katiane Mendes Back
Vanessa Batista da Graça
Resumo:
O artigo tem como finalidade chamar a atenção do leitor a respeito da elaboração de projetos, como ele é importante para um bom planejamento, e o quanto ela poderá auxiliar a formação de um sujeito integral, com possibilidade de desenvolvimento em diferentes áreas, além da simples aquisição do conteúdo especifico tratado no projeto.
Palavra chave: aprendizagem, projetos, objetivos.
Introdução
O presente artigo abordará sobre as maneira com que o aprendiz aprende, ou não aprende possivelmente pela forma, métodos ou didática utilizada. Dessa forma com as pesquisas feitas para a elaboração desse artigo pude entender que o projeto pode ser um mecanismo que propicie a interação sujeito-objeto de conhecimento, mediando ainda os fatores motivacionais e necessários para aprendizagem.
A aprendizagem
O aprendiz que não aprende
Impossível imaginar uma aprendizagem que ocorra sem múltiplas interações. A falta da interação do aprendiz com o objeto de conhecimento e com os demais alunos ainda parece ser o grande dilema dentro da sala de aula, já que todos os alunos permanecem passivamente sentados em carteiras enfileiradas.
Esta falta de interação do aprendiz, sem dúvida, passa pela questão dos conteúdos. Como estabelecer uma perfeita interação do aprendiz quando os conteúdos são trabalhados apenas de forma conceitual? Como interagir com alguém que ministra seus conteúdos apenas ditando e escrevendo no quadro-negro? Se não pensarmos primeiramente a forma de trabalhar com nossos conteúdos, nada, ou muito pouco, poderemos fazer quanto á interação do aluno em seu processo de construção do conhecimento.
Se não pensarmos a nossa didática, as formas alternativas de trabalhar com os alunos, a mediação de processos de interação que os tirem da passividade, continuaremos com os alunos desmotivados e desinteressados dentro de sala de aula.
Acho bastante pertinente a forma de como os PCN’s tratam a questão da didática. As múltiplas interações são fatores predominantes nos parâmetros apresentados nesse documento. Parece realmente não existirem novas fórmulas mágicas ou receitas mirabolantes para a perfeita aprendizagem. O que já conhecemos de teorias, conceitos, métodos, abordagens, etc. parece ser o suficiente para dar conta do processo de ensino-aprendizagem. O grande problema então persiste nesta prática, ou pior, nesta falta da prática que propicie as múltiplas interações.
Em várias situações podemos nos deparar com os problemas ou dificuldades na aprendizagem, procedentes de reações de não aceitação ás normas de disciplinas escolares, má formação do professor, forma de ministrar a aula, metodologia aplicada, trajetória pré- estipulada pelo professor no processo de aquisição do conhecimento, má integração do sujeito no grupo. Acreditamos que em alguns casos esta reação não de não aprender deve-se ao fato de a forma empregada, do sujeito passivo (aluno) diante do sujeito ativo e detentor do conhecimento (professor), coibir uma maior interação do aluno no processo de aprendizagem, o aluno sente-se tão desprovido de formas de comunicar suas ideias.
Vale, portanto, questionarmos qual o papel da escola frente a esta forma reativa a ela, compartilhando com Weiss (1994, pág. 5) quando ela faz a citação de Blenger (1960):
”Qualquer escola precisa ser organizada sempre em função da melhor possibilidade de ensino a ser permanentemente questionada para que seus próprios conflitos, não resolvidos, não apareçam nas salas de aula sob a forma de distorções do próprio ensino. Nessas situações fica o aluno (o aprendente) como depositário desses conflitos e, consequentemente, apresentando perturbações em seu processo de aprendizagem.”
Então não serão mantendo nossos alunos passivos diante do pedestal do senhor do conhecimento que conseguiremos detectar as carências, as limitações, assim como os pontos positivos, para encararmos cada aprendiz como um sujeito ímpar, que aprende de forma singular e possui necessidades especificas. Há de imaginar formas alternativas de propiciar situações em que cada aluno se exponha ao máximo, pois somente desta forma conseguiremos conhecê-lo e nos programar para mediar e facilitar os caminhos do seu desenvolvimento.
Como todos vivem em sociedade, consciente, ou inconscientemente entende-se qual é a dinâmica que envolve tanto a organização quanto a estrutura das classes sociais. Na qualidade de professores, somente resta lembrar que no dia a dia com a vivencia social está mais pra o conflito do que para a harmonia.
É claro que os professores todos desejariam que a escola, assim como a sociedade, fosse um local de paz. O que cabe aos professores é, fundamentalmente, a provocação dessa reflexão, ou seja, ao professor compete a tarefa do educador, que analisa com sua comunidade as ações ideais para a escola, trabalha junto aos alunos e conteúdos necessários, que substitui a instrumentalização pura e simples pela formação do cidadão, ou seja, o professor é aquele que passa da execução de ações que aparem os conflitos para uma convivência harmoniosa na medida do possível. Sendo que o ser humano age eticamente, quando coloca sob o controle racional as sua emoções, sempre nega a existência de um ser humano comum, e considera um ser humano intelectual um ser superior, por que é o único capaz de exercer o controle de suas emoções e instinto pela razão.
O projeto pode ainda propiciar diferentes mecanismo de trabalhar o processo de aprendizagem não só na área cognitiva, mas também na motora, quando colocamos o corpo para resolver determinadas situações-problema, assim como nas áreas afetiva, social, emocional, etc. ao buscar o equilíbrio e o desenvolvimento das inteligências inter e intrapessoal.
Para Gardner a função de resolver problemas leva o sujeito a descobrir caminhos, possibilidades e rotas para atingir um objetivo. Já a criação de um produto é encarada como a expressão de suas descobertas que pode e deverão ser desenvolvidas.
Na realidade, todos nós nascemos com o “espectro”, e com nossas vivências, nossos estímulos, nossa história de vida desenvolveremos nossas competências, formando assim um aspectro ímpar, nesta nova concepção de Gardner baseia numa “visão pluralista da mente”, ou seja, cada pessoa é um sujeito ímpar e tem forças cognitivas diferentes, aprende de forma e estilo diferentes de outros sujeitos oriundos mesmo que de uma mesma sociedade ou meio cultural.
Projetos – ampliando conceitos
Como ponto de partida, gostaria de ampliar o conceito de projetos, para não corrermos o risco de limitá-lo, no caso dos projetos temáticos, á mera junção de atividades programadas realizadas pelos alunos. De alguma forma o projeto tem sido encarado como mais um modismo na área educacional.
Praticamente todas as escolas trabalham ou dizem trabalhar com projetos nos dias de hoje, e a falta de conhecimento sobre essa prática tem levado o professor a conduzir atividades totalmente insipientes denominadas de projetos. Um projeto na verdade é, uma irrealidade que vai se tornando real, conforme começa ganhar corpo a partir da realização de ações e, consequentemente, as articulações destas, e ainda segundo MACHADO (1997, PÁG. 63):
“Como esboço, desenho, guia de imaginação ou semente de ação, um projeto significa sempre uma antecipação, uma referência ao futuro.”
É exatamente está visão reducionista que pretendemos romper neste momento, os termos irreal e virtual, embora expressem perspectivas diferentes, fundem do pensamento de que o projeto é aquilo que ainda está por vir, pois ainda não é atual, não está presente, já que é ainda uma antecipação do futuro. Com isso podemos imaginar o projeto antecedido de sonhos, vontades, desejos, ilusões, necessidades, etc., fatores estes que servirão como impulsionadores para o ato de projetar.
Conclusão
Não podemos continuar encarando nossos alunos como aqueles de 10, 20 ou 30 anos atrás. Aquilo que praticávamos ontem não é mais suportável hoje. Precisamos acreditar que a instrumentalização do professor é o diferencial para possibilitar um ensino atual e adequado ás necessidades do aluno e de nossos tempos. Necessitamos repensar a educação tradicional, e principalmente aquela com “máscara” de não tradicional, e quebrar alguns paradigma, a fim de substituir nossas posturas, conceitos e métodos inadequados para atender a esse novo aprendiz que interage de maneira rápida em seus diferentes meios sociais.
É importante deixar claro que de nada adianta simplesmente colocar o aluno diante de uma montanha de atividades, e fazer com que eles resolvam tudo sozinhos sem antes não estiver uma explicação, um caminho a ser realizada posteriormente, uma atitude a ser cobrada. A interação é fundamental, mas nada pior que uma interação sem sentido, sem contexto com as atividades que seguirão.
Referências
____. Projetos e valores. São Paulo: Escrituras, 200
NOGUEIRA, N. R. Uma prática para o desenvolvimento das Múltiplas Inteligências: Aprendizagem com Projetos. 2. Ed. São Paulo: Érica, 1999
Nogueira, Nilbo Ribeiro, 1959 – Pedagogia dos projetos: uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das múltiplas Inteligências / Nilbo Ribeiro Nogueira. – São Paulo: Érica, 2001.