O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM ATRAVÉS DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Eliane Oliveira de Sousa
Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em: Psicopedagogia e Educação Infantil.
RESUMO
A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço nacional, principalmente na educação infantil, pois se trata da aprendizagem de uma forma diferenciada e acaba se tornando uma aula prazerosa para o aluno. Através do brincar ele acaba se interagindo e aprendendo juntamente com os outros. Sabemos que planejar uma aula em cima da ludicidade não é uma tarefa fácil, pois o intuito é ensinar, e para isso demanda de um bom planejamento, por este motivo resolvi fazer meu trabalho de conclusão de curso embasada na ludicidade, para tirar minhas inquietações como educadora, procurei referencias de diferentes autores, privilegiando quem vê a ludicidade como forma fundamental no ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Aluno. Brincar. Educação Infantil. Ludicidade.
Introdução
Sabendo que é de fundamental importância, conhecer mais a fundo o trabalho de ensino aprendizagem na Educação Infantil foi que buscai desenvolver o seguinte trabalho.
A importância do Lúdico para o desenvolvimento e aprendizagem tem sido objeto de discussões, pois inserem as crianças no mundo da fantasia e da brincadeira, onde o Lúdico oferecerá uma essência de divertimento fundamental para o aprendizado.
Os conteúdos devem contemplar, portanto, atividades que evidenciem essas competências devem promover valores. Os jogos e atividades de ocupação de espaço devem ter lugar de destaque nos conteúdos, pois permitem que se ampliem às possibilidades de se posicionar melhor e de compreender os próprios deslocamentos, construindo representações mentais mais acuradas do espaço. Também nesse aspecto, a referência é o próprio corpo da criança e os desafios devem levar em conta essa característica, apresentando situações que possam ser resolvidas individualmente, mesmo em atividades em grupo.
O Lúdico desempenha um papel fundamental no aprendizado. Mas, não é o único componente do jogo. Existem outras funções para o mesmo, como competição e passatempo, contudo, independentemente de isso ser bom ou ruim, o que deve ser visto no jogo são seus aspectos criadores e não os negativos. Assim, buscar-se eliminar quaisquer vestígios de vulgarização da existência, vendo no jogo a possibilidade do exercício da criatividade humana (HUIZINGA, 1971).
O jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo, da possibilidade de experimentar, de criar e de transformar o mundo, onde se apresenta justamente o Lúdico. A idéia de jogo é central para a civilização.
Friedmann (1996) define a brincadeira, o jogo e o brinquedo como: “Brincadeira refere-se, basicamente, à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada; jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar; atividade lúdica abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores” (Friedmann, 1996, p. 12).
O Lúdico assume um papel importante no processo de socialização das atividades das crianças, pois acaba sobre tudo desenvolvendo a criatividade e a participação cultural, (MARCELINO, 1997).
Quando se trata em trabalhar com jogos, Macedo (2002, p 24) diz:
“o trabalho com jogos, no que se refere ao aspecto cognitivo, visa a contribuir para que as crianças possam adquirir conhecimento e desenvolver suas habilidades e competências”.
Assim sendo, o Lúdico nas aulas de Educação Infantil auxiliará como parte do processo de aprendizagem, contribuindo de forma positiva para que alunos e professores possam interagir de forma a gerar satisfação e harmonia no âmbito escolar. Onde a escola poderá incluir em seu planejamento, atividades atrativas que despertem plenamente o interesse e a participação de seus alunos em todos os conteúdos propostos.
A turma da educação infantil é estimulada através de atividades lúdicas jogos, leituras, imagens e sons. Através dos vários processos pedagógicos, a professora busca conduzir a criança ao conhecimento do mundo pessoal, familiar e social. As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desce cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circundam, as crianças revela seu esforço para compreender o mundo em que vivem as relações contraditórias que presenciam e per meio das brincadeiras explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos. No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam as mais diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem idéias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva, as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem.
Veja o que diz Vygostsy (1989, p.112):
O conhecimento não se constitui em cópia de realidade, mas sim fruto de um intenso trabalho de criação,significação e ressignificação.
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da Educação Infantil de seus profissionais.
Para aprofundar o conhecimento e compreender o que nos parece confuso, é que a reflexão e a busca constante por aprimoramento das aulas se tornam importantes, pois o processo de ensino e aprendizagem é muitas vezes monótono e repetitivo com teorias prontas e acabadas. No entanto, esse espaço pode dar lugar ao diálogo e à construção do conhecimento em conjunto entre professor e aluno dinamizando e buscando meios novos de compreender os assuntos serem desenvolvidos.
Desenvolvimento
Sabe-se que o desenvolvimento infantil requer um olhar sensível e permanente do professor para compreender as crianças e responder adequadamente à demanda de cada uma delas. Não se deve excluir nenhuma criança do processo educacional, mas sim assegurar-lhe avanços em sua jornada escolar.
Percebe-se atualmente que as propostas pedagógicas para o desenvolvimento e aprendizagem da criança baseiam-se nos jogos e nas brincadeiras, porém o modo como são trabalhados e ou entendidos pelos professores nas escolas, não tem promovido um desenvolvimento eficaz por parte das crianças.
Na realidade o trabalho com jogos e brincadeiras, ainda são vistos por alguns professores como forma de passar o tempo, pois os mesmos não têm conhecimento suficiente do objetivo maior dessa atividade que se refere ao desenvolvimento intelectual do aluno.
O brincar, na maioria das vezes acontece de forma espontânea, onde a criança cria as regras sem nenhum elo cultural com a parte pedagógica. Há necessidade, porém, dos jogos e das brincadeiras serem ressignificados como recursos importantes para o processo de ensinar e aprender, pois na verdade eles agem nos processos psicológicos das crianças, especificamente na memória e na linguagem abrindo caminhos para autonomia e a exploração de significados. Isso quer dizer que o brincar não está desconectado com a afetividade, a linguagem, a percepção, a memória e a aprendizagem. A criança ao passar para o ensino fundamental não pode perder a magia que embasa a educação infantil, portanto faz-se necessário que os professores estejam sempre fazendo uma reflexão de sua prática no cotidiano da sala de aula, almejando que o ensino fundamental deixe um pouco de sua complexidade no que diz respeito aos aspectos formais da aprendizagem e passem a dar espaço para que as crianças que estão chegando, continuem a ser crianças, ou seja, não deixem de brincar livremente com autonomia e espontaneidade, mas também que o professor ao proporcionar-lhes o espaço para brincar possa ter um olhar minucioso recheado de observações ricas para serem aproveitadas em prol da aprendizagem de seu alunado.
A aprendizagem se dá ao longo de um processo onde cada aluno tem seu ritmo próprio, mas se forem dadas as condições adequadas de ensino, é provável que ela aconteça de uma forma bem mais agradável. Se os profissionais acreditarem que as crianças trazem consegue uma bagagem e não uma folha em branco, é possível fazer uma adequação da metodologia a essa crença e promover uma aprendizagem significativa.
Acredita-se que a competência do professor, seu envolvimento com o trabalho, sua atitude encorajadora, sua ousadia e a confiança em seus alunos pesam muito para o desenvolvimento eficaz na primeira infância e principalmente no momento de transição da criança da educação infantil para a criança do ensino fundamental. O sucesso exige a transformação da escola onde a família possa ser parceira e onde haja um ambiente rico em estímulos que provoquem atos de promoção fornecendo elementos que desafiem o sujeito a pensar e viver um aprender interagindo cada vez mais como participante ativo no processo ensino aprendizagem.
Desse modo, os jogos são situações em que a criança revela uma maneira própria de ver e pensar o mundo aprende a se relacionar com os companheiros, a trocar pontos de vista com outras perspectivas possíveis, a raciocinar sobre o dia-a-dia, aprimorar as coordenações de movimentos, enfim, compreendidos a sua importância, eles podem tornar-se uma atividade pedagógica indispensável à formação de conceitos. Logo, utilizar o jogo como um meio educacional é um avanço para a Educação Infantil. Tomar consciência disto requer mudanças, o que nos leva a resgatar nossas vivências pessoais e incorporar o lúdico em nosso trabalho. Ainda há muito a ser aprendido e questionado, pois, o jogo oferece condições de sociabilidade, levando a criança a se organizar mutuamente nas ações e intensificando a comunicação e a cooperação. Permite ainda, a descoberta do ‘outro’ e isso repercute sobre a descoberta de si mesmo.
Conclusão
Diante do exposto, neste trabalho, evidencia-se que as atividades lúdicas, na escola possibilitam que sejam alcançados os objetivos educacionais que norteiam o trabalho pedagógico, como já foi comprovado por muitos pesquisadores, que as experiências adquiridas pelas crianças nos seus primeiros anos de vida, são fundamentais para o seu desenvolvimento em todos os aspectos. Assim, espera-se que esta investigação possa servir de incentivo aos educadores que não utilizam o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, uma vez que se demonstrou a importância dos jogos e brincadeiras para o desenvolvimento de crianças na Educação Infantil Sendo assim, com esta investigação espera-se contribuir no sentido de alertar os educadores para a importância da inserção das atividades lúdicas, no contexto escolar, e que estas não sejam deixadas em um segundo plano, ou apenas no período do recreio. Almeja-se, ainda, que este estudo possa servir de incentivo para os professores inovarem sua prática, e que a partir de agora tenham, nos jogos e brincadeiras, aliados permanentes, possibilitando às crianças uma forma de desenvolver as suas habilidades intelectuais, sociais e físicas, de forma prazerosa e participativa, uma vez que os jogos e brincadeiras são de grande contribuição para o processo de ensino e aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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BEZERRA, Alves Edson. Porque Trabalhar o Lúdico na Educação Infantil. Disponível em http://www.webartigoscom/articles/2985/1/Porque-Trabalhar-O-Ludico-Na-Educacao-fantil/pagina1.html#ixzz1YsfQ1zPS. Acesso em 25 de outubro de 2016.
FRIEDMANN, Adriana. Brincar, Crescer e Aprender. O resgate do jogo infantil. São Paulo: Editora Moderna, 1998.
KISHIMOTO, Tizuko M. Jogo, Brinquedo e Educação. Rio de Janeiro: Cortez, 1999.
KWIECINSKI, Inez. O Desenvolvimento da Criança através do Brincar. Disponível em http://inezcompartilha.blogspot.com/2011_01_01_archive.html. Acesso em 24 de outubro de 2016.
SANTOS, Dos Romano Silvia. Festival de Jogos e Brincadeiras Tradicionais. Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/educacao-fisica/artigos/56121/festival-de-jogos-e-brincadeiras-tradicionais. Acesso em 01 de Novembro de 2016.
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SILVA, Da Marinês. A Importância do Lúdico no Processo Ensino Aprendizagem. Disponível em http://docslide.com.br/documents/a-importancia-do-ludico-no-processo-ensino-aprendizagem.html. Acesso em 20 de outubro de 2016.