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O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA ESCOLA INCLUSIVA

Ana Carla Maciak1

RESUMO:
Este presente trabalho surgiu a partir das dificuldades que o professor encontra para trabalhar a educação inclusiva em sala de aula e como o supervisor escolar pode auxiliar neste progresso, pois como sabemos nos dias atuais é de suma importância que a escola como um todo desenvolva um ambiente mais acolhedor para como os nossos alunos especiais, pois eles tem o direito a convivência, ao social a interagir e crescer junto com o meio e com o que o social pode proporcionar.

PALAVRAS-CHAVE: Inclusão; Professores; Dificuldades; Supervisão escolar; Formação profissional.

1. INTRODUÇÃO
Nos dias atuais não há como falar de escola e não pensar em Inclusao, não há como pensar em formação sem pensar em nossos alunos especiais, para tal temos que pensar em como nós professores estamos nos envolvendo e buscando dar melhores condições aos nossos pupilos que nos são designados, e como o supervisor escolar pode nos auxiliar nesse importante papel que é a Educação Inclusiva em nosso pais.
Por assim ser este presente artigo tem o objetivo de analisar a importância do Supervisor Escolar e a sua relevância para o contexto escolar e os colegas professores e como esse profissional pode vir a auxiliar os seus colegas professores na árdua jornada que é a educação hoje no Brasil, pois devemos dar igual dade de oportunidade a todos.
Na primeira parte do trabalho temos um breve histórico sobre a educação inclusiva e a sua legislação e na segumda veremos como o supervisor escolar pode vir de encotro aos professores proporcionando auxilio e suporte para que a escola se torne realmente inclusiva.

2. EDUCAÇÃO INCLUSIVA E A SUA LEGISLAÇÃO
O tema inclusão é relativamente novo e vem sendo debatido em todos os sistemas, como escolas, instituições, organizações entre outros, pois há um envolvimento de todos os setores, sejam políticos, sociais ou educacionais e todos eles prezam por uma educação de inclusão com qualidade.
Sabemos que as crianças com deficiência existem desde a formação da humanidade, mas durante muito tempo elas foram excluídas da sociedade, eram tratadas como doentes, internadas em manicômios, esquecidas em orfanatos ou até em prisões, foi só por volta do final do século XVII e inicio do século XIX que essas crianças começaram a ser “vistas e lembradas” pela sociedade.
No Brasil um dos primeiros passos dados se dá partir do século XIX, foi a criação do “Instituto dos Meninos Cegos” em 1854, que “tinha por atribuição ministrar a instrução primária e alguns ramos da secundária, educação moral e religiosa, ensino de música, bem como ofícios fabris”(Cabral, 2015), e do “Instituto dos Surdos-Mudos em 1857 que “foi criado com a finalidade de oferecer educação intelectual, moral e religiosa aos surdos de ambos os sexos” (Cabral, 2015), ambos na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do Governo Imperial.
A partir desse primeiro passo dado pelo Governo Imperial com fundação desses dois institutos começamos a ter um pensamento mais voltados a esse publico com necessidades especiais. A constituição de 1988 foi um dos primeiros passos dados no Brasil no que se trata de legislação e diz em seu Art. 208 Inciso III “ O dever do estado com educação será efetivado mediante a garantia de: Atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino.”
Mais além em 24 de outubro de 1989 foi sancionada a Lei 7.853, que “dispõe sobre o apoio a crianças portadoras de deficiências e a sua integração social”, em seu artigo 2º parágrafo primeiro, alínea “f” diz que:
Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiências... a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino;

Mas ai temos um questionamento na forma como essa lei foi escrita, pois ela somente se refere aos portadores de deficiências que sejam capazes de se adequar, ai temos uma lei de inclusão que já está por si só excluindo, por que é os portadores de deficiências que precisam se adequar ao ensino regular? Essa ambiguidade, essa forma de incluir excluindo abre brechas para uma legislação que seja interpretada da forma que for conveniente a quem estiver fazendo uso dela, essas lacunas fazem com que o processo educacional de inclusão não avance com a rapidez e a eficiência para quem dela necessite.
Ao continuarmos a buscar mais informações em nossa legislação temos o ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente omologado em 13 de julho de 1990 – que em seu artigo 54, parágrafo III que “garante atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências preferencialmente na rede regular de ensino”. Aqui começamos a ter menos preconceito, pois refere-se que todos têm direito a educação na rede regular, não somente quem se adequar a rede regular de ensino, trata-se de uma lei onde podemos nos amparar com mais eficiêcia.
Posteriormente, em 10 de junho de 1994 temos a Declaração de Salamanca que trata sobre os Princípios Políticos e Práticas na área das Necessidades Educativas Especiais, a partir desse momento dá-se início a um período de mudanças, de transição de um período excludente, de uma educação seletiva, onde o conhecimento era apenas transmitido aos alunos considerados “capazes”, a sua principal consequência foi a melhora no conceito sobre o que é necessidades educativas especiais, passando a incluir muito mais a partir dessa lei. Ela também se refere ao atendimento de alunos com necessidades especiais mais severas, nas classes de ensino regular com o apoio dos serviços de Educação Especiais, assim sendo, as crianças tem direito a frequentar o Ensino Regular para trabalhar principalmente a socialização e também as escolas especializadas para que as suas necessidades sejam realmente atendidas. Na lei é fácil, a nossa realidade é outra, com escolas sucateadas, falta de profissionais capacitados, a falta de profisionalismo, falta de apoio das APAES por reclamarem que as verbas repassadas não são suficientes ou por que a escola possui um Laboratório Psicopedagógico que não funciona, não funciona por que em muitas vezes os profissionais que a ela são destinados estão “tapando furo” de outros profissionais que não cumprem com os seus deveres. Então que tipo de apoio temos ao nos depararmos com situações assim? Que qualidade de trabalho podemos apresentar quando não tempos se quer o apoio necessário da escola? O que Supervisor Escolar pode fazer para que seus colegas professores se sintam mais amparados e consigam desenvolver uma Educação Inclusiva de qualidade?
Com toda essa falta de apoio e recursos, a nossa legislação tendo tantas lacunas e dando brechas para várias interpretações e ambiguidade, o nosso avanço baseado em leis se dá a passos lerdos, mas os nossos alunos não podem esperar, enquanto as leis não são melhoradas eles continuam sofrendo com a falta de informação, a má interpretação e a falta de conhecimento e de interesse dos profissionais que com esses alunos trabalham, mas segundo Montoan “ É a escola que tem que mudar, e não os alunos para terem direito, a ela!” (Montoan, 2003, p.8), então, o que pode ser feito para que efetivamente a Educação Inclusiva aconteça?
Continuando a nossa busca sobre a legislação viegente, depois da Declaração de Salamanca veio a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e mais recentemente as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Apesar de termos leis que amparam, profissionais que estejam engajados e parceiros que buscam uma melhora, ainda nos dias de hoje, em muitas instituições escolares a inclusão de alunos com necessidades especiais é um grande fracasso.
No trecho a seguir Montoan 2003 se refere claramente:
Problemas conceituais, desrespeito a preceitos constitucionais, interpretações tendenciosas de nossa legislação educacional e preconceitos distorcem o sentido da inclusão escolar, reduzindo-a unicamente à inserção de alunos com deficiência no ensino regular. Essas são, do meu ponto de vista, grandes barreiras a serem enfrentadas pelos que defendem a inclusão escolar, fazendo retroceder por sua vez, as iniciativas que visam à adoção de posições inovadoras apara a educação de alunos em geral. Estamos diante de avanços, mas de muitos impasses da legislação.

Essa citação de Montoan nos traz mais uma vez a dura realidade que enfrentamos no Brasel. Estamos a mercê da desvalorização profissional, nas mãos das autoridades que não se preocupam com o aluno especial e sim com os gastos que terão, principalmente agora em época de “crise”, mas o pior é quando temos colegas que estão com os alunos por obrigação e não por capacidade. Então, depois dessa breve analise, o que fazer para que de fato a Educação Inclusiva aconteça em nossas sala de aula, em nossas escolas, em nossos municípios?

3. PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
O Projeto Politico Pedagógico nos dá a identidade da escola, demostra o caminhos que ela deve seguir para ter realmente uma educação de qualidade, pois toda a escola tem objetivos que deseja alcançar, sonhos e ideais, então é apartir do PPP que a escola tem um norte e este se torna uma ferramenta de auxílio para buscarmos uma forma de concretizar os ideais da escola. Cada escola produz o seu PPP com auxílio dos professores, funcionários e familiares sendo referenciado pela LDB pois é ela a responsável pelas regras básicas de atendimento educacional principalmente quando nos referimos ao atendimento especializado aos alunos com necessidades especiais, pois é ela que regulamenta a Educação Especial como modalidade da lei escolar, mas embora sejam leis reguladoras os sistemas ainda acabam excluindo pois o ensino precisa ser adaptado as diferenças e as necessidades de cada indivíduo. Os profissionais que irão trabalhar com cada aluno incluido precisam estar habilitados para desenvolver corretamente as ações com os seus alunos, que estão inseridos nos mais diversos níveis de ensino. A implantação da Educação Inclusiva vem encontrando muita dificuldade pela falta de formação dos profissionais que nela atendem.
Montoan (2003) apud Mittler (2000) p. 14 nos diz que:
Os professores do ensino regular consideram-se incompetentes para lidar com as diferenças nas salas de aula, especialmente para atender os alunos com deficiência, pois seus colegas especializados sempre se distinguiram por realizar unicamente esse atendimento e exagerarem essa capacidade de fazê-lo a os olhos de todos.
 
Para que os profissionais que trabalham com essa clientela se faz necessário que hajam cursos de formação que contemplem a heterogeneidade das salas de aula, que ensinem a esses professores a trabalhar com todas as diferenças existentes em sala de aula, desde o aluno exemplar, o aluno com dificuldades, o que sofre por estar em uma sociedade que marginalizada e o que necessita de um atendimento especializado, que auxiliem na utilização de materiais pedagógicos, recursos de ensino, técnicas, enfim tudo o que proporcione uma melhor aprendizagem e interação dos seus alunos.
O supervisor escolar vem para auxiliar nesse processo e deve ter um visão progressista libertadora onde as suas metas devem estabelecer dialogo interno na escola e externo, da escola com a comunidade, precisa buscar formas de questionar e levantar criticas com os professores, para que esses se tornem mais ávidos pela busca de informação.
Nesta perspectiva, Alarcão (2000:120) discorre sobre a atuação do supervisor:
Este tem o papel: I) conhecimento da escola como organização, como uma missão, um projeto e um determinado nível de desenvolvimento; II) conhecimento dos membros da escola e das suas características como indivíduos - grupos; III) conhecimento das estratégias de desenvolvimentos institucional e profissional; IV) conhecimento do fenômeno da aprendizagem qualificante, experiencial e permanente; V) conhecimento de metodologias de ação, investigação e formação; VI) conhecimento de metodologias de avaliação da qualidade (das aprendizagens, do desempenho, institucional); e VII) conhecimento das idéias e das políticas actuais sobre educação, juntamente com a integração de práticas para todos os profissionais da área em determinadas exigências dos projetos e políticas efetivadas.


Como se pode observar o papel do supervisor não é nada fácil, e muitas vezes ela é confundida como um mero burocrata fiscalizador que não consegue promover a integração das ações pedagógicas, mas deve se levar em conta que a ação do supervisor trabalha com o coletivo da escola e tem no professor o seu principal foco pois é o trabalho do professor que norteia e da sentido ao trabalho do supervisor pois parte da realidade e das dificuldades que o professor encontra, para que assim desenvolvam uma ação conjunta que se volta para o trabalho docente partindo dos princípios de democracia e diálogo, e em um meio onde a burocracia mais vale que um trabalho bem desenvolvido, o supervisor muitas vezes fica se dentendo em meio a “papelada” que precisa prestar conta aos seus superiores e deixa de colaborar mais com a implementação de atividades de ensino e aprendizagens que podem realmente fazer a diferença, pois precisa se dividir entre supervisionar as atividades pedagógicas, implementar as normas e regras que vem de seus superiores, avaliar os resultados de ensino-aprendizagem, cuidar do planejamento curricular, oportunizar atividades de formação e treinamento aos professores, como na educação especial por exemplo.

Para Medina (2002, p. 102) apud Oliveira e Grinspun(2013, p. 41):
[...] o trabalho de supervisão é uma atuação de grupo que acontece com os professores e demais setores da escola, especialmente o de Orientação Educacional (SOE). Por ser grupal, o trabalho exige o exercício constante do pensar, do descobrir e do saber o modo de avançar nas ações e também o de recuar. Esse trabalho requer estudo, dedicação e se constrói no fazer diário da escola (por isso, nunca se sabe como fazê-lo, “não tem receita”), o que permite olhá-lo de diversas maneiras (lados). Em suma, caracteriza-se como um trabalho administrativo-burocrático que transcende o conhecimento puro e simples da sala de aula (só o conhecimento discente não é suficiente para ser supervisor).

Ou seja, para ser um bom supervisor, devemos ter conhecimento da sala de aula, de todas as dificuldades que o professor encontra no seu cotidiano, para sim, a partir disso desenvolver um trabalho com excelência na parte de supervisão, dando o apoio necessário a cada educador da escola, buscado auxilia-los da melhor forma possível, busando meios de suprir todas as necessidades que eles venham a apresentar, seja com projetos, formações ou auxílios no cotiano. Só que possível ter sucesso supervisionando quando sabermos o resultado que queremos.
Quando temos alunos especiais em nossas salas de aula, a dificuldade aumenta, pois nem sempre estamos preparados para aquela deficiência específica e precisamos ir atrás de como trabalhar com esses alunos, pois segundo a LDB em seu artigo 59 :
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:
[…]
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
Este é um direito garantido de nossos alunos, mas nem sempre professores com a especialização especifica são destinados para trabalhar com esses alunos, a importância da inclusão estabelecida nesse artigo torna de fato importante que os professores estejam preparados a fim de atender as particularidades apresentadas pelos alunos, salienta-se também a necessidade de haver capacitação docente com a participação das Secretarias de Educação e Universidades, dando mais ênfase e estimulo aos profissionais que nesta área trabalham, pois segundo Morim 2006 p. 22 :
Quanto mais desenvolvida é a inteligência geral, maior é a sua capacidade de tratar problemas especiais. A educação deve favorecer a aptidão natural da mente para colocar e resolver problemas e, correlativamente, estimular o pleno emprego da inteligência geral.

Sendo assim, quanto maior o conhecimento do professor melhor será o trabalho desenvolvido por ele. A falta de formação ou a deficiência dela traz serias consequências a melhora do processo de inclusão. A falta de programas de capacitação, a falta de influência e de apoio por parte das coordenadorias, a falta de uma atividade dinâmica e frequente por parte dos supervisores escolares e a burocracia que existe deixam muito a desejar na questão do apoio aos professores que tem interesse em buscar esse conhecimento
O efetivo trabalho em equipe nas escolas contando com direção, supervisão escolar, orientação e os colegas docentes que trabalhem na intenção coletiva é fundamental para que o processo de inclusão ocorra com sucesso.
A oportunidade que os alunos PNEEs frequentarem escolas do ensino regular traz crescimento de muitas formas para eles, o fato de poder se socializar com pessoas que tenham diferentes necessidades ou que não possuam nenhuma, faz esse aluno de desenvolver de forma muito mais ampla, mesmo não conseguindo acompanhar os conteúdos curriculares, a própria convivência trás para eles crescimento social, pois eles tem o direito de conviver no meio escolar.
Os alunos que não possuem dificuldades também são muito favorecidos pela experiência de conviver com esses colegas, aprendendo a respeitar e a auxilia-los nos momentos de necessidade, o crescimento proporcionado por esse convívio não fica registrado nas notas ou nas aulas dadas, fica na convivência, no respeito e na maturidade que eles adquirem com essa experiência, pois segundo Montoan 2003 p.38:
A escola é o ambiente mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com ou sem deficiência e da mesma idade cronológica, a quebra de qualquer ação discriminatória e todo o tipo de interação que possa beneficiar o desenvolvimento cognitivo, social, motor, afetivo dos alunos, em geral.

Então partindo de uma ideia em que temos uma sala de aula heterogênea, com alunos de vários níveis de aprendizado, com várias dificuldades, sejam elas intelectuais, sociais, econômicas como o professor deve agir para atender a toda essa clientela sem haver exclusão nenhuma e com os poucos recursos que possui? Como o supervisor escolar pode auxiliar esse professor para que ele consiga desenvolver o seu papel com execelência?
A educação é um universo complexo e o papel do supervisor se destaca pois ele tem na sua atividade o meio de equilibrar as oportunidades, de melhorar a eficácia do ensino no desenvolvimento dos projetos, possibilitando as mudanças pedagógicas, sociais e morais que são fundamentais em qualquer trabalho feito em um coletivo, o supervisor é um agente que lidera, que modela e que intercede pelos seus colegas professores durante as dificuldades encontradas, é onde o professor deve encontrar o apoio que precisa principalmente para fazer um bom trabalho e se sentir amparado nas dificuldades encontradas principalmente quando se trabalha com a educação inclusiva.
Trabalhar o que foi a aprendido por outras pessoas, normalmente é o que acontece nas nossas salas de aula, cada um vai repassando da forma que aprendeu, da forma que o seu professor ensinou, ou da forma que o seu professor lá no ensino fundamental trabalhou com ele. Temos que ter em mente que as culturas mudam, as pessoas mudam e que nós professores temos que aprimorar as nossas técnicas em sala de aula, precisamos considerar a diversidade alunos que temos e buscar formas de atendê-los plenamente pois com certeza a inovação e a mudança não é a forma mais utilizada de trabalhos em sala de aula, podemos citar aqui as novas tecnologias que vem de encontro para auxiliar os nossos alunos, tanto os especiais, como os que possuem baixo rendimento ou no geral no dia a dia da sala de aula, o problema é que mesmo nos dias atuais muitas escolas ainda não podem desfrutar dessa ferramenta para melhorar o seu trabalho em sala de aula.
Para que de fato a Educação Inclusiva aconteça necessitamos de atitudes, de praticas na atuação de nossos colegas supervisores, é necessário que estes profissionais estejam capacitados e engajados para uma educação de qualidade e principalmente uma educação inclusiva de qualidade, pois como nos diz Vasconcellos (2002,71):
[...] é preciso ter pessoas altamente qualificadas neste âmbito a fim de ajudar na coordenação da travessia, não como o ‘iluminado’, dono da verdade, mas naquela perspectiva que apontamos do intelectual orgânico: alguém que ajuda o grupo na tomada de consciência do que está vivendo para além das estratégias de intransparências que estão a nos salientar, a preparação a nos preparar, a ajudar o aluno[...].

Montoan(1997, p 117) também nos fala sobre a necessidade de formação, interesse e vontade de entender e buscar formas de ajudar os nossos alunos especiais:
A educação dos alunos com necessidades educacionais especiais, tem os mesmos objetivos da educação de qualquer cidadão. Algumas modificações são, às vezes, requeridas na organização e no funcionamento da educação escolar para que tais alunos usufruam dos recursos escolares de que necessitam para o alcance daqueles objetivos. Em razão disso, são organizados auxílios e serviços educacionais especiais para apoiar, suplementar e, em alguns casos substituir o ensino comum ou regular como forma de assegurar o ensino para esse alunado.


Mas infelizmente muitas vezes os nossos supervisores tem qualificação, vontade e projetos excelentes mas se deparam com profissionais acomodados, sem vontade, que só pensam no seu salário no final do mês, que só fazem algum curso por que são obrigados, o que compram certificados para mudar de classe não é um fato isolado no nosso dia a dia escola.
Professores que buscam dar uma atendimento especializado, buscando a inclusão, uma sala de aula com rendimento heterogêneo, que todos crescem juntos é quase uma raridade, mas não podemos desacreditar, é preciso criar estratégias e recursos para driblar e conseguirmos darmos conta das necessidades que os nosso alunos precisam, trazendo inovações que farão com que o aluno atinja o propósito de se preparar para a vida, pois segundo Morin 2006, p.20 “A reforma do ensino deve levar à reforma do pensamento, e a reforma do pensamento deve levar à reforma do ensino.
CONCLUSÃO:
Apesar de a deficiência ser uma tema que vem de longa data, a sua introdução no âmbito educacional já é mais recente e em passos bem mais lentos do que o necessário, sendo assim uma situação relativamente nova para os professores enfrentarem em sala de aula, por ser o novo, em vários momentos, as escolas, os profissionais que nela trabalham, sejam professores, equipe diretiva, profissionais de apoio, não veem com bons olhos e resistem a essa mudança, fazendo com que os alunos que necessitam dessa mudança, desse atendimento, dessa inclusão propriamente dita acabem sendo prejudicados, pois a inclusão está ai, não há o que fazer, não é possível voltar atrás, até mesmo porque já foi comprovado que o convívio social das crianças com na inclusão é muito benéfico para a criança pois, quando a criança que possui “deficiência” tem a oportunidade de manter contato com o mundo, digamos, “normal”, quando tem a oportunidade de aprender a lidar com os medos, as frustrações e as dificuldades, quando há a ceitação dos colegas e o auxilio, tende a diminuir os preconceitos, e os colegas também poderão aprender a lidar com o convívio e as diferenças desde muito cedo, para assim poder desenvolver solidariedade sem que isso lhes cause nenhuma reação de preconceito ou mal estar, assim sendo todos tem a crescer, a criança com deficiência, os colegas e professores que ali trabalham pois o social é umas das partes mais importantes que uma escola pode proporcionar.
Mas essa barreira de preconceito, acredito eu muito em breve sera vencida, pois há muitos profissionais que não tem medo do novo e que estão buscando aperfeiçoamento, escolas e equipes engajadas na ideia de que a inclusão é o melhor caminho para que todos possam crescer, criando projetos para as melhorias necessária na escola, tanto físicas como pedagógicas, melhorando os trabalhos de suas equipes para que de fato a educação inclusiva aconteça, principalmente por que é o que a legislação nos trás, é o que a sociedade nos pede, é o que é certo e justo para os nossos alunos especiais, um trabalho voltado para as diferenças e as dificuldades de cada um, pois cada um de nos possui habilidades especificas e inteligências múltiplas e devemos buscar novas formas de ensinar e outras formas de perceber e avaliar a aprendizagem de nossos alunos, pois cada ser é único e vai responder aos estímulos da sua maneira, esse trabalho voltado para a individualidade cada aluno, a partir das suas diferenças e dificuldades de cada um, essa mudança fundamental se vê principalmente quando temos supervisores engajados e que buscam realmente a mudança dentro do contexto escolar, e só assim, só a partir de supervisores atuantes e com sede de mundaça teremos por fim uma educação de qualidade.

 

 

 

 

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988.
BRASIL. Lei Nº 7.853, de 24 de Outubro de 1989. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
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_______ Inclusão Escolar ? O que é? Por quê? Como fazer?. São Paulo: Moderna, 2003. 
________ Caminhos pedagógicos para a inclusão. São Paulo: Memnon, 2001
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OLIVEIRA E.S.G. e GRINSPUN M. P. S.Z: Ação Supervisora. Curituba, IESDE.2013
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho Pedagógico: Do Projeto Político-Pedagógico ao Cotidiano da Sala de Aula. São Paulo: Libertad, 2002.