O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO DEFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
Eliane Pereira Paula
Rosineide Aparecida da Silva
Maria Bernadete Leite da Silva
RESUMO
A TDAH se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, o que influencia no aprendizado da criança na escola, mais através de jogos, brinquedos e brincadeiras, sempre tiveram um espaço fundamental no desenvolvimento de toda criança, desde os povos mais primitivos aos mais civilizados. Já no ponto de vista pedagógico, as atividades lúdicas são usadas como instrumentos para transmitir conhecimentos. Muitas delas são praticadas apenas com o corpo, como é o caso de danças, das cirandas, dos jogos de saltar, correr, esconder, pegar. Outras necessitam do objeto brinquedo, como bola, elástico, carrinho, boneca. Entretanto atualmente as atividades lúdicas perderam espaço no cotidiano das crianças, e cabe nos, educadores, resgatar esse costume tão importante que é fonte de desenvolvimento e aprendizagem.
Palavras-chave: Brinquedo. Jogos. TDAH.
INTRODUÇÃO
A causa devida do TDAH está associada a uma disfunção em áreas do córtex cerebral. Quando compromete o seu funcionamento ocorrem dificuldades na concentração.
Percebe-se atualmente com a tecnologia como fonte de avanço para crianças tem feito com que jogos e brincadeiras não sejam praticados com frequência, como nos tempos de seus pais. Hoje em dia as crianças estão propicias a adquirem distúrbios como o déficit de atenção com hiperatividade, mas como o lúdico pode ser visto como fonte positiva no desenvolvimento dessas crianças diante da citada situação?
O objetivo geral de refletir sobre as contribuições do lúdico, no processo na formação das crianças e evidenciar as principais características do TDAH, sendo elas: impulsividade, desatenção e hiperatividade.
E seus objetivos específicos em: a) detectar a criança com diagnósticos em TDAH; b) apontar as contribuições da utilização do lúdico na escola como instrumento que auxilia nas dificuldades de aprendizagem e tornar as aulas mais prazerosas; c) analisar a utilização do lúdico como estratégias para o trabalho pedagógico significativo; d) descrever a importância do lúdico como ferramenta na construção de conceitos e a socialização dos alunos.
Pela seriedade dos meios que se possam trabalhar em favorecimento a concentração e atenção, dos aspectos cognitivos em que as crianças apresentam déficit, além de formarem os aspectos que as atividades escolares exigem. Assim, o método de uso através do lúdico é de suma importância para a construção do conhecimento das crianças durante a infância, quando o caso de TDAH for diagnosticado. Contribui no desenvolvimento da imaginação, criatividade, raciocínio, e a construção da leitura e escrita.
O método do lúdico usado para auxiliar crianças com TDAH é relevante, pois essas atividades fazem parte do cotidiano, assim na escola também está presente. As adoções das atividades lúdicas na escola para a criança fornecem informações que contribuem para atingir objetivos e estimular o desenvolvimento integral da criança. Logo descreve-se como é importante a inclusão do lúdico no processo de ensino aprendizado para o educando com TDAH.
Realiza-se este trabalho através da revisão de literatura, de textos e matérias já estudadas e aprofundamento dos conhecimentos teóricos. A pesquisa bibliográfica é o estudo, sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesma (VERGARA, 2003, p. 48). O uso de pesquisa bibliográfica em livros, internet, para identificar a importância do lúdico no processo de ensino da criança com TDAH.
DESENVOLVIMENTO
Antigamente muitas crianças com TDAH eram taxadas como a baderneira, indisciplinada, desinteressada e até considerada uma má influência para os colegas. Muitas vezes as famílias não notavam as dificuldades que certas crianças vivenciavam. É na escola que os sintomas do transtorno se tornam mais evidentes.
Brown, (2007) descreve que a identificação da criança com TDAH surgiu em 1902, com George Fredrick Still, através do estudo do comportamento de crianças agressivas, desafiadores, excessivamente emotivas. Segundo, o pesquisador estas crianças não tinham controle sebe a moralidade, por isso eram rotuladas de portarem defeitos em relação ao controle moral, pois os mesmos tinham dificuldade em aderir regras sociais.
A discriminação ocorria devido ao fato de que essas crianças possuíam dificuldade na realização nos trabalhos escolares devido à alteração das funções executivas. Barkley (2008, p.54), descreve “as funções executivas como atividades mentais necessárias para planificar, organizar, guiar, revisar e monitorar o comportamento necessário para alcançar metas”.
Essas crianças possuem características como a impulsividade, hiperatividade e distração, fazendo com que a mesma peça muito fácil o que está fazendo e logo perde o interesse abandonando a atividade.
Algumas situações ocorrem dificuldade de inclusão da criança com TDAH no meio educacional e social, por considerarem incapazes de aprender, ou seguir o ritmo dos outros alunos e serem excluídas pelos outros colegas nas brincadeiras, trabalhos em grupo, etc.
Em 2008, com a criação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, garantiu-se por lei a inclusão de crianças com necessidades educativas especiais em escolas regulares, mas essa Lei que incluiu acabou também excluindo, pois não houve uma preparação dos profissionais da educação e nem do ambiente escolar para o acolhimento das crianças nas redes de ensino.
Devido às dificuldades de concentração, impulsividade e oscilação as crianças com o transtorno ao estarem em seu limite, podem chegar situações de ficarem de castigo ou serem excluídas do meio social. A criança com TDAH irá se desculpar por ter mexido ou ofendido alguém por ter falado algo sem pensar; ter quebrado algo, muitas vezes acabam tendo que abrir mão do recreio para concluir atividades que não foram realizadas no tempo certo, tendo responsabilizado por coisas que não tem controle, ficar chateado por ter tirado nota baixa, esse fato faz com que gere nessa criança sentimentos de inferioridade, baixa autoestima e até desinteresse pelos estudos e ansiedade.
Para Mattos (2007, p.84):
O portador de TDAH é uma pessoa inquieta, que muda de interesses e planos o tempo todo, tendo dificuldades em levar as coisas até o fim, pois detesta coisas monótonas e repetitivas. Além disso, algumas são impulsivas no seu dia a dia, tendem a ter problemas na sua vida acadêmica bem como na vida profissional, social e familiar.
O processo de aprendizagem da criança não se limita ao processo de decoreba, mas na significação dos mesmos, para que se utilize de diferentes capacidades cognitivas. Salienta-se que a escola é formidável no processo de aprendizagem para que essas crianças prestem atenção às explicações, concentrando-se ao máximo para ouvir o que está sendo ensinado, anotando o que está sendo dito, participando e interagindo com o outro, para que consiga armazenar todas as informações significativamente.
Para estás criança é muito difícil prestar atenção às explicações e concentrar-se para ouvir o que está sendo ensinado e acabam ficando de lado quando o problema não é percebido a tempo na adolescência acabam abusando de drogas, de bebidas alcoólicas e até se metendo em confusões ainda maiores.
Diante das dificuldades encontradas pelas escolas a velha ideia de integração foi reformulada garantido assim o processo da inclusão dessas crianças à educação, independente das suas limitações. Criaram-se então documentos como a: Declaração Mundial de Educação para Todos (1990), o Estatuto da Criança e do Adoles
Observa-se que o processo de inclusão deve respeitar a individualidade de cada um, possibilitando a criança com TDAH uma educação igualitária. Entender as diferentes situações do cotidiano escolar poderá ajudar as crianças com dificuldades de aprendizagem.
Caminho histórico percorrido para a inclusão das pessoas com necessidades especiais processo de inclusão deve ser encarado como uma nova maneira de auxiliar a função educativa na prioridade as relações igualitárias, que buscam promover um convívio harmonioso com a diversidade.
Um dos recursos utilizados pela escola está na utilização do brincar para desenvolver a linguagem, comunicação com o outro, através da invenção de brincadeiras e histórias, para que o mesmo possa criar sua personalidade. A utilização do lúdico com as crianças irá facilitar a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colaborando para saúde mental facilitando os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
O profissional que trabalha com a criança precisa dar um espaço e tempo para a criança brincar, desse modo o professor deve provocar situações lúdicas em sala de aula. Trabalhar com o lúdico viabiliza ao professor valorizar a criatividade do aluno, deixar que crie regras para um bom andamento dos trabalhos, para tomar decisões e para que desenvolva a autonomia, ajuda o aluno a conhecer-se como pessoa, integrante de uma sociedade, em que, como todos tem o papel nela (DOHME, 2003, p.65).
O brincar para as crianças com TDAH pode ser uma terapia, pois através do joga a criança entra em contato com outras crianças, passando a respeitar outros pontos de vistas, favorecendo a saída do seu egocentrismo.
Brougére (1998), destaca que o jogo dá a criança a oportunidade de descobrir informações sobre o nosso meio contribuindo para a visão de mundo, e aprendizagem é através do jogo e da brincadeira que são exercitados aspectos físicos e mentais do indivíduo. O jogo para a criança hiperativa proporcionará um aprendizado de forma prazerosa, interativa, conhecendo melhor a si mesmo e conviver de forma harmoniosa.
Atividades lúdicas através de vários materiais e recursos nas salas de aula ajudarão a satisfazer as necessidades individuais, desenvolvendo nas crianças com TDAH confiança imaginação e socialização. Através do lúdico e criatividade terá maior espaço e a criança desenvolverá as capacidades investidas e conduzir a convivências fraternas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade mudou, e as pessoas também mudaram. Nos dias atuais, pode-se perceber que há uma inversão de valores e papeis, devido a transformação e informação. Acompanhando esse avanço, as famílias, as crianças e as escolas.
A TDAH se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade, o que influencia no aprendizado da criança na escola, mais através de jogos, brinquedos e brincadeiras, sempre tiveram um espaço fundamental no desenvolvimento de toda criança, desde os povos mais primitivos aos mais civilizados.
Já no ponto de vista pedagógico, as atividades lúdicas são usadas como instrumentos para transmitir conhecimentos. Muitas delas são praticadas apenas com o corpo, como é o caso de danças, das cirandas, dos jogos de saltar, correr, esconder, pegar. Outras necessitam do objeto brinquedo, como bola, elástico, carrinho, boneca.
Entretanto atualmente as atividades lúdicas perderam espaço no cotidiano das crianças, e cabe nos, educadores, resgatar esse costume tão importante que é fonte de desenvolvimento e aprendizagem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARKLEY, Russell & colaboradores. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: manual para diagnóstico e tratamento. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BARROS, Juliana Monteiro Gramático. Jogo Infantil e Hiperatividade. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.
BRUNER, Jerome. O Processo da Educação. São Paulo: Editora Companhia Nacional, 2008.
BROUGÉRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.
BRASIL. UNICEF. Declaração Mundial de Educação para Todos e plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem . Brasília: Fundos das Nações Unidas para a Infância, 1990.
BROWN, Thomas E. Transtorno de Déficit e Atenção: a mente desfocada em crianças e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2007.
CYPEL, Saul. A criança com déficit de atenção e hiperatividade: atualização para pais, professores e profissionais da saúde. 2.ed. São Paulo: Lemos, 2003.
DOHME, V. Atividades lúdicas na educação: O caminho de tijolos amarelos no aprendizado. Rio de Janeiro. Vozes, 2003.
FABRIS, Glaci Apolinário. Transtorno de Déficit Hiperatividade/Impulsividade. Florianópolis: Ed. JC Dias, 2003.
de
Atenção
MATTOS, Paulo. No mundo da lua : perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos Editorial, 2003.
MARQUES, Soraya. O lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem na educação infantil. 2012. Disponível em <https://pedagogiaaopedaletra.com/monografia-o-ludico-jogos-brinquedos-e-brincadeiras-na- construcao-do-processo-de-aprendizagem-na-educacao-infantil-pdf/>. Acesso em: 08 de ut. De 2017.
ROHDE, Luís Augusto P.; BENCZIK, Edyleine B. P. Transtorno de déficit de atenção: hiperatividade, o que é? Como ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.