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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Amanda Lourenço de Macedo 1
Eryca Marques Chardulo da Silva


Este trabalho foi desenvolvido em forma de questionário nas escolas Vicente Francisco da Silva e Jean Piaget no ano de 2016, com o objetivo de analisar a proposta de trabalho dos professores, verificar se o método de trabalho abrange as necessidades de cada aluno, propor um olhar mais amplo referente ao letramento e alfabetização. Ele se justifica a partir da necessidade incentivar os professores a buscarem novos métodos para a alfabetização e letramento, demonstrando a concepção dos caminhos e descaminhos na sala de aula. Ele fundamenta-se a de acordo com o termo letramento e alfabetização que andam lado a lado, porém com significados diferentes mediante ao método dentro do meio educacional. Letramento por sua vez é uma pessoa que não sabe ler e nem escrever, porém domina muito bem sobre qualquer assunto; o termo Alfabetização, porém é a prática de ensinar, aprender a ler e a escrever A metodologia constitui-se em questionário dentro da educação terá como método de abordagem o método indutivo. De acordo com Cervo Bervian (1978, p. 25, apud LAKATOS E MARCONI, 2005, p.86) “pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correto sustentam ou atribuem certa verossimilhança a sua conclusão”. Resulta-se em pensarem alfabetização e letramento é remeter-se a diversas fronteiras as quais se delineiam conceitos recentes que chega ao Brasil na década de 80 de acordo conforme Soares (2004). Conclui-se que mediante este artigo podemos ter um novo olhar sobre métodos de alfabetização e letramento, onde podemos notar as variáveis dentro da prática pedagógica. Tendo como base o auxílio das professoras diante dos questionários e resumos apresentados em sala.

INTRODUÇÃO
A alfabetização promove a socialização da criança ao mundo. Dentro do processo de alfabetização as crianças tendem a se manterem dentro de habilidades próprias, quando terão o primeiro contato com o mundo escolar e oportunidades de entrarem no mundo das cores e aprofundarem a imaginação, juntamente com o lúdico. Nessa etapa, o professor precisa saber conduzir as práticas e teorias, para que cada aluno venha se identificar e ao mesmo tempo aprender, e ter uma visão mais ampla socialmente.
Segundo Paulo Freire (2001) a importância do ato de ler vem desde infância. Ele relata que ao escrever o livro, ele foi lembrando-se de cada rico detalhe daquele momento. Nesse sentido, esse trabalho tem como tema a alfabetização. E a problemática é: Quais são as principais metodologias aplicadas pelos professores do 1ª ano do ensino fundamental, em 2016? Como hipótese tem-se que os professores trabalham com aulas baseadas no método expositivo.
Diante disso, os questionários foram aplicados para as professores das turmas do 1ª ano do ensino fundamental nas Escolas Centro Educacional Construindo O Saber, localizada na Perimetral Rogério Silva, na Escola Jean Piaget localizada no Bairro Cidade Alta.
Portanto, os objetivos são: analisar a proposta de trabalho dos professores, verificar se o método de trabalho abrange as necessidades de cada aluno, propor um olhar mais amplo referente ao letramento e alfabetização. A justificativa se dá a partir da necessidade incentivar os professores a buscarem novos métodos para a alfabetização e letramento, demonstrando a concepção dos caminhos e descaminhos na sala de aula.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O termo letramento e alfabetização andam lado a lado, porém com significados diferentes mediante ao método dentro do meio educacional. Letramento por sua vez é uma pessoa que não sabe ler e nem escrever, porém domina muito bem sobre qualquer assunto; o termo Alfabetização, porém é a prática de ensinar, aprender a ler e a escrever (SOARES, 2006). Ambos os termos estão totalmente ligados à educação. De acordo com Soares (2003) o alfabetizar letrando, ou letrar alfabetizando é o caminho para a superação dos problemas que temos enfrentando nesta etapa da escolarização.
Na alfabetização, a aprendizagem de uma criança pode ser diferente da outra. O método aplicado em uma turma pode não ter o mesmo resultado em outra. É importante lembrar que cada criança tem seu tempo, cada uma tem sua necessidade específica na hora de aprender. Nesse sentido que entram os métodos diferenciados para o professor atender a turma toda sem deixar de atender um ou outro aluno. Para atender a turma o professor precisa ter uma formação adequada para saber reconhecer falhas e limitações dos métodos apresentados, podendo modificar para atender a turma sem excluir qualquer aluno, sabendo lidar com suas limitações.
Segundo Ferreiro (2010) a criança antes mesmo de entrar na escola já trás uma noção de aprendizado, em noções matemáticas e um sistema de escrita dos mais variados contextos, pois a escrita é parte de uma paisagem, onde já sabem distinguir a escrita e o desenho.
Em vez de nos perguntarmos se “devemos ou não devemos ensinar’’, temos de nos preocupar em dar às crianças ocasiões de aprender. A língua escrita é muito mais que um conjunto de formas gráficas. É um modo de a língua existir, é um objeto social, é a parte de nosso patrimônio cultural (FERREIRO, 2010, p.99).

Seguindo a análise, a autora fala que a escrita pode ser considerada como sistema de representação da linguagem ou como código de transcrição gráfica das unidades sonoras, quando faz algumas considerações que consiste nessa diferença. A autora diz ainda que se a escrita é concebida como sistema de representação, sua aprendizagem se converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem conceitual, mas se a escrita é concebida como código de transcrição, sua aprendizagem é concreta, como a aquisição de uma técnica.

METODOLOGIA
O questionário dentro da educação terá como método de abordagem o método indutivo. De acordo com Cervo Bervian (1978, p. 25, apud LAKATOS E MARCONI, 2005, p.86) “pode-se afirmar que as premissas de um argumento indutivo correto sustentam ou atribuem certa verossimilhança a sua conclusão. Assim, quando as premissas são verdadeiras, o melhor que se pode dizer é que a conclusão é, provavelmente, verdadeira”. Esta pesquisa teve por finalidade examinar e buscar entender a realidade escolar, ou seja, diante das situações os fatos verdadeiros.
Como método de procedimentos foi aplicado monográfico, pois ele tem por base concentrar-se em apenas um aspecto, onde a intenção é aprofundar sobre conceitos de letramento e alfabetização (LAKATOS E MARCONI, 2005). A coleta de dados feita através de questionários, com questões abertas.
O estudo teve como técnica de pesquisa a pesquisa de campo. Com base em Lakatos e Marconi (2005, p. 183): “Pesquisa de campo é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. A pesquisa tem o objetivo de colher informações ou conhecimentos de um determinado problema.
A técnica de pesquisa bibliográfica também é uma parte de total importância neste trabalho. “A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo” (LAKATOS; MARCONI 2005, p 183). Assim, a leitura dos textos, já publicados sobre o assunto, deram base para a compreensão do problema estudado.
A delimitação do universo da amostragem se dá a partir de 4 professores, que atuam no Ensino Fundamental I, na sala de 1º ano, nas escolas; Centro Educacional Construindo O Saber, Escola Jean Piaget, Escola Municipal Benjamim de Pádua,em Alta Floresta, no norte do estado de Mato Grosso. A pesquisa será realizada em maio de 2016, no turno vespertino.
Diante de tudo isso, o tratamento dos dados coletados acontecerá com base nos autores estudados, e também através de questionários por meio dos professores que contribuirão para a análise científica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Pensarem alfabetização e letramento é remeter-se a diversas fronteiras as quais se delineiam conceitos recentes que chega ao Brasil na década de 80 de acordo conforme Soares (2004). Na visão da autora a invenção do letramento surge a partir da necessidade “de reconhecer e nomear prática sociais de leitura e de escrita mais avançadas e complexas que as práticas do ler e escrever resultantes da aprendizagem do sistema da escrita” (SOARES, 2004, p.06).
Para esclarecer algumas informações citadas sobre Alfabetização e Letramento, foram realizados questionários nas escolas: Centro Educacional Construindo O Saber, Escola Jean Piaget, Escola Municipal Vicente Francisco da Silva, com os professores de 1º ano do ensino fundamental.
A professora Cristina Marques de 51 anos têm duas filhas e reside no setor A na rua A6. Ela é graduada em Pedagogia e tem pós-graduação. Ela atua na Escola Municipal Vicente Francisco da Silva, na turma do 1º ano do ensino fundamental. A professora veio do estado do Paraná, e relata que teve uma infância boa. Ela mora em Alta Floresta há 33 anos, seu primeiro emprego foi de vendedora. Ela entrou no ramo da educação aos 29 anos, pois admirava o trabalho dos professores. A professora responde que ser professor para ela é um trabalho gratificante.
Com 23 anos de experiência na alfabetização a professora diz que o maior desafio para alfabetizar nos dias atuais é a falta de compromisso de alguns pais, e que seus métodos de trabalho são lúdicos, utilizando de todas as maneiras para ajudar os alunos. Segundo Soares (2010) na educação há caminhos de descaminhos que intervêm no desempenho escolar do aluno. Como base nessa teoria, a professora responde a se é possível alfabetizar uma turma toda sem excluir algum aluno, e como resposta ela diz que “nem todos os alunos de seis anos tem maturidade para aprender”, mas ela afirma que ela faz o que está ao seu alcance.
Magda Soares (2006) esclarece algumas dúvidas sobre alfabetização e letramento que andam lado a lado e a metodologia deve ser trabalhada de modo simples usando um contexto social, voltada para a realidade do aluno, ao ser questionada entre qual a diferença de alfabetizar e letrar, a professora responde que “alfabetizar é saber ler, escrever interpretar e ter função social, e letrar é aquela pessoa que mesmo sem saber ler ou escrever ele consegue sobreviver”, e afirma também que um aluno não alfabetizado pode ser letrado, e respondendo a pergunta se um aluno iletrado tem dificuldade de aprendizado ela diz que toda criança tem algum conhecimento.
Segundo Paulo Freire (1989) a leitura e escrita é essencial na via da criança. E uma das perguntas do questionário é o que deve ser ensinado primeiro leitura ou escrita. A professora escreve que os dois andam juntos. Referente à questão se a produção de texto espontâneo contribui para a alfabetização, ela responde que “sim pois a criança só aprende a escrever, escrevendo”. Para concluir o questionário a professora Cristina descreve sua proposta de trabalho para o primeiro ano com jogos, brincadeiras, músicas, leitura, escrita e cálculos.
A professora Jéssica Fernanda Romoda Sardinha tem 24 anos, possui apenas um filho e reside no Bairro Cidade Alta há 23 anos. Ela é graduada em Pedagogia. Entrou na área da educação com 19 anos fazendo projetos e apresentações e atua na alfabetização há apenas um ano. Trabalhou como secretária antes de ingressar na educação e para ela ser professor é “ser dedicado, reflexivo e criativo”.
Para a professora Jéssica os maiores desafios enfrentados para alfabetizar nos dias atuais é que “como alunos saem da pré-escola (lugar de muita brincadeira) e vem para a alfabetização (série de muito conteúdo), uma das maiores dificuldades é eles entrarem na rotina da alfabetização (brincar somente no recreio)”, relata também que um dos seus métodos para alfabetizar é o estudo das famílias silábicas, leitura em sala e em casa de tabelas de leitura, palavras fixas nas paredes e para ela é possível sim alfabetizar uma turma toda sem excluir nenhum aluno, onde diz que: Devido o fato da minha turma ter uma quantidade boa de aluno é possível, mas acredito que em uma sala com muitos alunos não.
A professora Jéssica trabalha com aulas expositivas, quando leva vídeos e também objetos para exemplificar teorias, em sua opinião “alfabetizar é ler e escrever e Letrar é ler, escrever e compreender, diz que um aluno não alfabetizado pode sim ser letrado e que um aluno iletrado tem uma dificuldade na aprendizagem”. A leitura ajuda no desenvolvimento do aluno na alfabetização, pois quando lê ele aprende a escrever e exercita a compreensão de textos, diante dessa fala da professora ela também diz que o que deve ser ensinado primeiramente é a leitura.
Segundo Cagliari (2010) os alunos ao aprender a escrever produzindo textos espontâneos, aplicam nessa tarefa um trabalho de reflexão muito grande e se apegam a regras que revelam usos possíveis do sistema da escrita do português, ao ser questionada sobre se a produção de textos espontâneos contribui para a alfabetização, a professora Jéssica diz que sim, “a produção de texto é muito importante em todas as fases do desenvolvimento escola”. Embora no 1° semestre da alfabetização, não trabalhamos com produção de texto individual e sim coletivo, e para a conclusão do questionário foi pedido para a professora descrever a sua proposta de trabalho e diz que: Alfabetizar não é só ensinar a ler e escrever, é, além disso, vivenciar tipos de escrita e interpretação de vários gêneros. A alfabetização é um processo que envolve três centrais: oralidade, a leitura e a escrita. Hoje alfabetizar consiste em uma proposta mais coerente e desafiadora, pois implica reflexões e atitudes na imersão das crianças no mundo da escrita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que mediante este artigo podemos ter um novo olhar sobre métodos de alfabetização e letramento, onde podemos notar as variáveis dentro da prática pedagógica. Tendo como base o auxílio das professoras diante dos questionários e resumos apresentados em sala.
Foram obtidos resultados positivos no processo deste trabalho, pois percebemos a proporção mediante aos educandos em relação a construção do conhecimento através de atividades agradáveis e ao mesmo tempo desafiadoras e obtivemos novos métodos de trabalho como experiência em nosso futura carreira profissional.
O processo de alfabetização focado meramente no sistema da escrita alfabética não assegura a criança a apropriação dos usos e funções da língua escrita. Nessa concepção o processo de alfabetização  tem apenas relação com a apropriação da escrita. Mas o letramento é mais completo porque estabelece com o processo de alfabetização práticas de leitura e escrita pelo sujeito em seu contexto social, cuja fundamentação teórica metodológica pauta-se na concepção sócio interacionista, em que o processo de ensino-aprendizagem se efetiva por meio das práticas sociais de leitura e escrita. Diante disso sentimo-nos satisfeita ao realizar este trabalho.


REFERÊNCIA
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam –. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.

Lakatos, E. M; MARCONI, M. a. Fundamentos de metodologia científica. 7. Ed. – São Paulo: Atlas, 2005.

SOARES, Magda. Letramento: Um tema em três gêneros.2.Ed. – Belo Horizonte: Autêntica, 2006.

SOARES, Magda .Letramento e alfabetização: as muitas facetas.- Poços de Caldas: Autêntica, 2003.