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A VISÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA MUNICIPAL VICENTE FRANCISCO DA SILVA SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS ALUNOS CURSAREM A EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O PLENO DESENVOLVIMENTO NO INGRESSO DOS CICLOS INICIAIS

Fabíola Barbosa da Silva Pego
Eryca Marques Chardulo da Silva
Fabrícia Barbosa da Silva

RESUMO


O presente trabalho tem o objetivo de refletir sobre a educação infantil como norteador de ingresso nos ciclos iniciais e verificar qual a visão dos professores da Escola Municipal Vicente Francisco da Silva sobre a importância dos alunos cursarem a Educação Infantil para o pleno desenvolvimento no ingresso dos ciclos iniciais baseado na teoria da autora Zilma Ramos de Oliveira (2008) que ressalta em sua obra a questão da educação infantil em creche e pré-escola e analisa a evolução das políticas na área. Conforme pesquisa biográfica, Craidy e Kaercher (1998) baseada na teoria de Bujes diz que a educação infantil vem, a mais de décadas, expandindo-se e ganhando expressões. Também, verificar a importância da Educação Infantil no contexto educacional e social, compreender como a influencia na construção da identidade e autonomia das crianças. E um processo muito importante na vida das crianças, pois, é onde os pequenos começam a ter os primeiros contatos com o meio social, a se conhecer e conhecer outras crianças, adquirir e desenvolver habilidades e construir conhecimentos como também tem papel fundamental na formação quanto indivíduo. Na realização da pesquisa foi utilizado o método de abordagem indutivo com técnica de observação direta extensiva através de um questionário para elaboração dos dados onde foram pesquisados professores que atuam nos ciclos iniciais concluindo que ao estudar a importância da Educação Infantil para o pleno desenvolvimento da criança para o ingresso nos ciclos iniciais a mesma é de suma importância na vida das crianças, pois desenvolve várias habilidades na criança como o cognitivo, físico, intelectual e a socialização.

Palavras-chave: Desenvolvimento. Conhecimento. Formação.

INTRODUÇÃO
A pesquisa se referiu sobre a importância da Educação Infantil para o pleno desenvolvimento nos ciclos iniciais, na Escola Municipal Vicente Francisco da Silva no ano de 2017, no município de Alta Floresta - MT, sobre os depoimentos dos professores o qual teve como objetivo verificar a importância dos alunos cursarem a Educação Infantil para o pleno desenvolvimento no ingresso dos ciclos iniciais. Além disso, precedeu de modo específico averiguar a importância da Educação Infantil no contexto educacional e social; compreender como a Educação Infantil influencia na construção da identidade e da autonomia das crianças nos ciclos iniciais; verificar como se deve trabalhar com crianças na Educação infantil para que se torne mais crítica, colaborativas e solidárias; verificar com os professores como é o desenvolvimento das crianças que participaram da Educação infantil e verificar a construção de noções básicas.
A Educação infantil, primeira etapa da Educação Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seus seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social. As crianças com idade de zero a seis anos tem características e necessidades diferenciadas das demais idades e é nesse sentido que temos que nos preocupar.
O atendimento as crianças pequenas, apresenta ao longo de sua história ponto de vista muitos diferentes em relação a sua finalidade social, pois grande parte nasceu com o objetivo de atender as crianças de baixa renda. A concepção educacional era marcada por características assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade. Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, às responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas; embora haja um consenso sobre a necessidade de que a educação para as crianças pequenas deva promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser completo e indivisível, as divergências estão exatamente no que se entende sobre o que seja trabalhar com cada um desses aspectos.
A Educação Infantil é um processo muito importante na vida das crianças, pois é lá que os pequenos começarão a terem os seus primeiros contatos com o meio social, a se conhecer e a conhecer o outro, a se respeitar e a respeitar o outro, e a desenvolver suas habilidades e construir conhecimentos. É evidente a real importância dos primeiros anos de vida para os desenvolvimentos físicos, cognitivos, afetivos e sociais dos seres humanos. Ela tem um papel fundamental na formação do indivíduo e reflete em uma melhora significativa no aprendizado da criança, por isso é muito importante desde cedo estimular a busca pelo conhecimento e eliminar as diferenças de origem socioeconômica no desempenho de crianças diante os próximos ciclos.
Segundo Craidy e Kaercher (1998) baseada na teoria de Bujes, a educação infantil vem a mais de décadas, expandindo-se e ganhando expressões, mas durante muitos anos a educação da criança não era considerada responsabilidade de pessoas terciária, eram de responsabilidades da família.
O atendimento as crianças pequenas apresentam ao longo de sua história ponto de vista muito diferente em relação a sua finalidade social, pois grandes partes nasceram com o objetivo de atender as crianças de baixa renda. A concepção educacional era marcada por características assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Segundo Brasil (1998) a expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estrutura das famílias, portanto, a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos.
Para desenvolver a pesquisa foi utilizado o método hipotético-dedutivo, o método de procedimento monográfico ou estudo de caso. Os dados foram coletados através de questionários contendo questões abertas e fechadas, aplicado a técnica de observação direta extensiva que são as técnicas de questionários para medir as opiniões. O questionário conteve seis perguntas fechadas e nove perguntas abertas para posteriormente obter informações através dos dados obtidos com o questionário.

DESENVOLVIMENTO
A Educação Infantil como base dos ciclos iniciais e com suma importância no contexto educacional e social, na construção da identidade e da autonomia construindo pessoas mais críticas, colaborativas e solidárias com noções básicas.
Devido essa grande contribuição na vida das crianças formulou alguns problemas como: os professores da Escola Municipal Vicente Francisco da Silva sabem da importância da Educação Infantil para o ingresso da criança nos ciclos iniciais? Como esse nível de escolaridade contribui para o desenvolvimento da criança?
A partir disso levantou-se as seguintes hipóteses: os professores da Escola em questão são conscientes da importância da Educação Infantil para o desenvolvimento das crianças; os alunos saem preparados para frequentar os ciclos iniciais sendo colaborativos autônomos; os alunos que frequentam a Educação Infantil têm diferença dos alunos que não frequentam; os alunos têm noções básicas em relação às atividades.
Foram buscadas metodologias para se chegar a um resultado final, de acordo com as respostas dos entrevistados. Sendo usada como base a autora Zilma Ramos de Oliveira (2008) que tem como ponto de vista que a Educação Infantil é de suma importância na vida das crianças, pois é lá que ela vai sair preparada para frequentar os ciclos iniciais.
Para fundamentar essa pesquisa utilizou-se a teoria de Zilma Ramos de Oliveira (2008) que ressalta em sua obra a questão da Educação Infantil em creche e pré-escola e analisa a evolução das políticas na área.
A autora ressalta em sua obra sobre a lei 9394/96 que estabelece novas diretrizes e bases para a educação nacional, o atendimento a crianças em creches e pré-escola constitui a Educação Infantil nível de ensino integrante da educação básica. Esta condição, ao mesmo tempo em que rompe com a tradição assistencialista presente na área, requer um aprofundamento do debate acerca de quais seriam os modelos de qualidade para a educação coletiva de crianças pequenas.
Segundo Zilma (2008) o grande desafio da Educação Infantil é superar a maneira dual com que as duas instituições têm sido tratadas: a creche em geral, gerida pelos organismos que cuida da assistência social, e a pré-escola sobre os cuidados, ainda que periféricos, dos órgãos educacionais. Nesse sentido a construção de propostas pedagógicas para creches e pré-escolas levanta a questão da especificidade de sua ação educativa nesse nível de ensino para promover o desenvolvimento das crianças de diferentes classes sociais.
Contudo creches e pré-escolas buscam aproximar cultura, linguagem, cognição e afetividade como elementos constituintes do desenvolvimento humano e voltados para a construção da imaginação e da lógica, considerando que estas, assim como a sociabilidade, a afetividade e a criatividade têm muitas raízes e gêneses.
Segundo Craidy e Kaercher (1998) baseada na teoria de Bujes, a Educação Infantil vem a mais de décadas expandindo-se e ganhando expressões, mas durante muitos anos a educação da criança não era considerada responsabilidades das pessoas terciárias eram de responsabilidades da família.
O atendimento as crianças pequenas, apresenta ao longo de sua história ponto de vista muito diferentes em relação a sua finalidade social, pois grandes partes nasceram com o objetivo de atender as crianças de baixa renda. A concepção educacional era marcada por características assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão muito além dos aspectos legais. Envolve, principalmente, assumir as especificidades da Educação Infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, às responsabilidades da sociedade e o papel do Estado diante das crianças pequenas. Embora haja um consenso sobre a necessidade de que a educação para crianças pequenas deva promover a integração sobre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser completo e indivisível, as divergências estão exatamente no que se entende sobre o que seja trabalhar com cada um desses aspectos.
A constituição de 1980 doutrina a criança como sujeita de direito, legaliza e define que os pais, a sociedade e o poder público tem que respeitar e garantir os direitos das crianças definidos no artigo 227 que diz:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absolutas prioridades, o direito da vida, a saúde, a alimentação, a educação, ao lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão. (BRASIL, 1998).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB regulamenta em seu artigo 21/1 da educação básica, e que tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da sociedade (art. 29).
Convictos de que a família, como grupo essencial da sociedade e ambiente natural e para o crescimento e bem estar de todos os seus membros, e em particular das crianças, deve receber a proteção e subsídios necessários a fim de poder assumir plenamente suas responsabilidades dentro da comunidade, reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso desenvolvimento de sua personalidade, deve crescer no seio da família, em um ambiente de felicidade, amor e compreensão; considerando que a criança deve estar plenamente preparada para uma vida independente na sociedade e deve ser educada de acordo com todos ideais, especialmente com espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade;
Entendemos que as creches e pré-escolas tem uma função de complementar e não de substituir a família como na maioria das vezes é entendido. Juntas, família, escola e comunidade poderão oferecer o que a criança necessita para o seu pleno desenvolvimento e para a sua felicidade.
Os cuidados ministrados na creche e pré-escolas não se reduzem ao atendimento de necessidades físicas das crianças, deixando-as confortáveis em relação ao sono, à fome, à sede e a higiene. Incluem a criação de um ambiente que garanta a segurança física e psicológicas delas, que lhe assegure oportunidades de exploração e de construções de sentidos pessoais, e que se preocupe pela forma pelo qual elas estão se percebendo como sujeitos. (OLIVEIRA, 2008, p.47).

Os primeiros anos de vida da criança são anos verdadeiramente de educação. Segundo as ciências que estudam o desenvolvimento infantil, as construções das inteligências e a aquisição da aprendizagem, bem como a aquisição de habilidades, de valores e das atitudes, são desenvolvidas e servem para toda a vida. Segundo Piaget afirma que:
O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: como este, orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável, - caracterizando pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos-, [...]. O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem continua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior. (PIAGET, 1972, p.11).

Piaget também compara o desenvolvimento mental com a edificação de um grande prédio que, à medida que se acrescenta algo ficará mais sólido. Com isso faz nos entender que nunca é tarde para se aprender algo, ou fazer algo que deseja, é só questão de se esforçar. Muitas vezes nós não entendemos o tempo das crianças e já falamos que as crianças não aprendem, devemos entender que o cérebro das crianças às vezes não está pronto para acatar todas as competências que são destinadas para a fase que ela está inserida. E a cada momento que a criança vai tendo contato com os conteúdos ela vai assimilando e vai entendendo, até que chegue ao ponto desejado.
Segundo Steinle, Suzuki (2009) as construções das estruturas mentais começam a se consolidar a partir da formação dos esquemas que inicialmente surgem por meio das ações reflexas (reflexos de sugar, reflexos de palmar, reflexos de plantar, etc.), destaca que as construções dos esquemas, por sua vez, ocorrem por meio da formação do processo de adaptação, que é composto pelos dois polos: assimilação e acomodação. Sendo que Piaget define a assimilação como o crescimento (que é da experiência a mente), a acomodação responsável pelo desenvolvimento (que seria da mente a nova experiência), e o processo entre assimilação e acomodação dá se o nome de equilibração (que é a adaptação cada vez mais estáveis), e a cada dia a mente da criança vai obtendo passagens de níveis, com as várias informações recebidas.
Segundo Piaget apud Gardner p.27 “cada criança deve construir suas próprias formas de conhecimentos arduamente ao longo do tempo, com cada tentativa ou hipótese, representando sua tentativa corrente de fazer sentido ao mundo”.
Toda criança passa brutamente pelos mesmos estágios e na mesma ordem, esteja ela elaborando o domínio da causalidade ou do domínio da moralidade. Mas ainda, e crucialmente, cada estágio envolve uma reorganização fundamental do conhecimento, uma reorganização tão profunda que a criança nem mesmo tem acesso a suas formas primitivas de compreensão. Uma vez que ela esteja fora de um estágio anterior nunca estivesse existido. (GARDNER, 2001, apud PIAGET, p. 28).

Piaget define o estágio em cinco fases sendo o estágio sensório-motor que a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento, o estágio pré-operacional que se caracteriza, principalmente, pela interiorização de esquemas de ação construído no estágio anterior, o estágio das operações concretas a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, já sendo capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Não se limita a uma representação imediata, mas ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração desenvolve a capacidade de representar uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada, e por último o estágio das operações formais a representação agora permite a abstração total. A criança não se limita mais a representação imediata nem somente as relações previamente existentes, mas é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente buscando soluções a partir de hipóteses e não apenas pela observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. O qual cada criança passa por esses estágios, como também podem ter criança que poderá pular alguns desses estágios, segundo Piaget essas são partes que nunca se recompensarão no decorrer da vida.
Segundo Brasil (2002) a construção da identidade e da autonomia diz respeito ao conhecimento, desenvolvimento e uso dos recursos pessoais para fazer frente as diferentes situações da vida.
A formação da identidade da criança é um processo permeado por perguntas como: quem sou eu? Como sou? As respostas a essas perguntas são essenciais para a construção da personalidade. Logo cedo, o bebê começa a se perceber como sujeito e obter consciência corporal para se desenvolver e se organizar no espaço, já que ao nascer, o mesmo totalmente ligado a mãe e não compreende os limites que os separam. O bebê explora o mundo a sua volta, vivencia sensações, percepções, fica fascinado com a experiência de ver sua imagem refletida no espelho. Todas essas vivencias dão início a autodescoberta, uma exploração que permite a criança descobrir como seu comportamento repercute no ambiente, fator essencial para que ela se perceba como as pessoas são diferentes um do outro.
A identidade é um conceito do qual faz parte a ideia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, de modo de agir e de pensar e da história pessoal. Sua construção é gradativa e se dá por meio de interações sociais e estabelecidas pela criança, nas quais ela, alternadamente, imita e se funde com o outro para diferenciar-se dele em seguida, muitas vezes utilizando-se da oposição. (BRASIL, 2002 p. 13)

Segundo Brasil (2002) a fonte melhor de socialização é a família. É ali que a criança vai criando seus traços na sociedade, sendo a primeira matriz da socialização. A criança participa de outros universos sociais como festas, igrejas, feira, clube entre outros que resultam em um repertório de valores, crenças e conhecimentos, e a escola a será de muita importância na vida da criança, pois conciliará a família com a escola.
O ingresso à instituição de educação infantil pode alargar o universo inicial das crianças, em vista da possibilidade de conviverem com outras crianças e com adultos de origem e hábitos culturais diversos, de aprender novas brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades distantes. Dependendo da maneira como é tratada a questão da diversidade, a instituição pode auxiliar as crianças a valorizarem suas características étnicas e culturais, ou pelo contrário, favorecer a discriminação quando é conivente com preconceitos. (BRASIL, p. 13, 2002).

Segundo Oliveira (2008) o professor infantil faz a mediação entre ela e seu meio, assim utilizando os diversos meios existentes como: o próprio espaço físico, equipamentos e materiais, as tarefas e instruções propostas e particularmente sua maneira de relacionar com a criança.
A maneira como cada um vê a si próprio depende também do modo como é visto pelos outros. O modo como os traços particulares de cada criança é recebido pelo professor, e pelo grupo em que se insere tem um grande impacto na formação de sua personalidade e de sua autoestima, já que sua identidade está em construção. (BRASIL, 2002, p. 13)

Segundo Brasil (2002) as crianças vão gradualmente, percebendo-se e percebendo outros como diferentes, permitindo que possam acionar seus próprios recursos o que representa uma condição essencial para o desenvolvimento da autonomia. A autonomia, definida como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro, é nessa faixa etária, mais do que um objetivo a ser alcançado com as crianças, um princípio das ações educativas. Conceber uma educação em direção à autonomia significa considerar crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos, e, dentro de suas possibilidades, interferir no meio em que vivem. Exercitando o autogoverno em questões situadas no plano das ações concretas, poderão gradualmente faze-lo no plano das ideias e dos valores. Sendo autonomia muito importante na vida das crianças, pois se criança desenvolver a autonomia própria ela sempre conseguirá atingir seus objetivos. E para que isso ocorra ela precisa da interação do meio em que vive.
O complexo processo de construção da identidade e da autonomia depende tanto das interações socioculturais como da vigência de algumas experiências consideradas essenciais associadas à fusão e diferenciação, construção de vínculos e expressão da sexualidade. (BRASIL, 2002, p.15).

Brasil (2002) afirma que a criança é um ser que desde que nasce ele já tem capacidades afetivas, emocionais e cognitivas, elas têm desejos de estar próximo das pessoas, aprender com elas de forma que possa compreender e influenciar seu ambiente, assim ampliando suas relações sociais. Para aprender as crianças precisam aprender com os outros, por meio de vínculos que vão existindo entre eles, assim a aprendizagem acontece na interação com outras pessoas sejam elas adultas ou crianças, pois dependem dos recursos de outros indivíduos para conseguir essa autonomia com o meio.
É de suma importância que as instituições de Educação Infantil incorporem de maneira integrada as funções de cuidar e educar, não mais diferenciando, nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com crianças pequenas ou aqueles que trabalham com as de mais idade. As novas funções da Educação Infantil devem estar associadas a padrões de qualidade, essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os mais variados conhecimentos para a construção da autonomia.
A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que a frequentam indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação. (BRASIL, 1998, p.23).

Outro fator é o movimento da criança, Brasil (1998) ressalta que o movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana. As crianças se movimentam desde que nascem adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo e se adaptando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo. Engatinham, caminham, manuseiam objetos, correm, saltam, brincam sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, experimentando sempre novas maneiras de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentarem-se, as crianças expressam sentimentos, emoções e sentimentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos dos homens, constituindo-se assim numa cultura. (BRASIL, 1998, p. 15.).

Segundo Brasil (1998) as instituições de educação infantil devem favorecer um ambiente físico e social onde as crianças se sintam protegidas e acolhidas, e ao mesmo tempo seguras para se arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for esse ambiente, mais ele lhes possibilitará a ampliação de conhecimentos acerca de si mesma, dos outros e do meio em que vivem.
O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura corporal de cada criança. As instituições devem garantir e valorizar, em seu dia a dia, jogo motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar regras.
Brasil (1998) ressalta outro fator de muita importância na vida das crianças que é a aprendizagem da linguagem oral e escrita, pois são elementos que amplia suas possibilidades de inserção e de participação nas diversas práticas sociais. O trabalho com a linguagem se constitui um dos eixos básicos na educação infantil, dada sua importância para a formação do sujeito, para a interação com as outras pessoas, na orientação das ações das crianças, na construção de muitos conhecimentos e no desenvolvimento do pensamento.
Segundo Brasil (1998) aprender uma língua não é somente aprender as palavras, mas também os seus significados culturais, e, com eles, os modos pelos quais as pessoas do seu meio sociocultural entendem, interpretam e representam a realidade.
A educação infantil, ao promover experiências significativas de aprendizagem da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, se constitui em um dos espaços de ampliação das capacidades de comunicação e expressão e de acesso ao mundo letrado pelas crianças. Essa ampliação está relacionada ao desenvolvimento gradativo das capacidades associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever. ( BRASIL,1998, p.117).

A linguagem oral possibilita comunicar ideias, pensamentos e intenções de diversas naturezas, influenciar o outro e estabelecer relações interpessoais. Seu aprendizado acontece dentro de um contexto. As palavras só têm sentido em enunciados e textos que significam e são significados por situações. A linguagem não é apenas vocabulário, lista de palavras ou sentenças. É por meio do diálogo que a comunicação acontece. São os sujeitos em interações singulares que atribuem sentidos únicos à fala. A linguagem não é homogênea: há variedades de fala, diferenças no grau de formalidade e nas convenções do que se pode e deve falar em determinadas situações comunicativas. Quanto mais as crianças puderem falar em situações diferentes, como contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado, explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa.
A construção da linguagem oral não é linear e ocorre em um processo de aproximações sucessivas com a fala do outro, seja ela do pai, da mãe, do professor, dos amigos ou aquelas ouvidas na televisão, no rádio, etc.
A linguagem escrita também é um processo em constante andamento como diz Brasil (1998), nas sociedades letradas, as crianças desde os primeiros meses, estão em permanente contato com a linguagem escrita. É por meio desse contato diversificado em seu ambiente social que as crianças descobrem o aspecto funcional da comunicação escrita, desenvolvendo interesse e curiosidade por essa linguagem. Diante do ambiente de letramento em que vivem, as crianças podem fazer, a partir de dois ou três anos de idade, uma série de perguntas como O que está escrito aqui? O que isto quer dizer? Para indicar sua reflexão sobre a função e o significado da escrita, ao perceberem que ela representa algo.
O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim desenvolver diferentes capacidades. Dessa forma, a organização dos conteúdos de linguagem oral e escrita deve-se subordinar a critérios que possibilitem, ao mesmo tempo, a continuidade em relação às propostas didáticas e ao trabalho desenvolvido nas diferentes faixas etárias, e a diversidade de situações didáticas em um nível crescente de desafios.
Podem oferecer as crianças, condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos. Contudo, é importante ressaltar que essas aprendizagens, de natureza diversa, ocorrem de maneira integrada no processo de desenvolvimento infantil. Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, de respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho, foi possível concluir que a Educação Infantil é de fundamental importância, pois é a base que a criança precisa ter para entrar no Ensino Fundamental capaz de desenvolver as funções cognitivas e sociais, nesse ambiente elas aprendem a interagir com outras crianças, professores e ter uma noção da importância das letras e números, pois nessa fase a criança tem maior capacidade de aprendizagem e um maior desenvolvimento social, cognitivo e motor, assim, os que não participam da Educação Infantil ficarão atrasados em relação aos que frequentam, porque terão maiores dificuldades no desenvolvimento cognitivo, motor e social.
A criança é um ser único e indivisível, precisam ter o espaço deles trabalhando o lúdico, pois brincando e jogando aprendem a ter regras, esperar sua vez ter uma boa relação social com os colegas, professores e sociedade, e, a partir dessa interação com o meio formarão sua identidade e autonomia. Sendo assim, o professor deve trabalhar de forma lúdica sempre ouvindo as crianças, dando oportunidades para elas dialogarem sobre diversos temas, pois assim, passarão a ser crianças participativas, críticas, lúdicas e solidárias.
Portanto, podemos concluir que, ao estudar a importância da Educação Infantil para o pleno desenvolvimento da criança para o ingresso nos ciclos iniciais, com ideias de vários autores e pela pesquisa de campo aplicada na Escola Municipal Vicente Francisco da Silva pode se perceber que a mesma é de suma importância na vida das crianças, pois ela desenvolverá várias habilidades físicas, intelectuais e de socialização.
Por isso, cabe a nós valorizar cada etapa da criança como única e aproveitar esse espaço que é concebido a ela.

 

 


REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

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PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicoloia.trad. Maria Alice Magalhães D’ Amorim e Paulo Sergio Lima da Silva, Rio de Janeiro, Forense.

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