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A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

 

Antonia Seliana de Souza1

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em (docência na educação infantil e anos iniciais).

 

RESUMO

 

O presente trabalho tem como objetivo, mostrar a importância da linguagem oral e escrita nos anos iniciais do ensino fundamental. Nessa perspectiva, a comunicação tanto oral como a escrita, são fatores indispensáveis para a constituição da humanidade, pois não se pode tornar uma sociedade provida de conhecimentos, sem antes alfabetizá-la. Contudo a oralidade e escrita é a base para formação das pessoas, como também a inserção participativa do indivíduo na sociedade. Sabe-se que, o conhecimento se faz presente, quando há interação entre aprendiz e professor através do dialogo, o que torna a aprendizagem significativa na vida dos educandos. Certamente que, a linguagem como expressão de pensamento é o meio de interação entre os seres humanos. Partindo disso, a linguagem oral se faz presente no contexto escolar como forma de produção do conhecimento. Nesse sentindo, é importante que, o professor trabalhe a gramatica e a norma culta da escrita e oralidade já nos anos iniciais, assim os alunos se desenvolvem na maneira de falar e escrever corretamente, como também à escola deve proporcionar um ambiente onde professor e aluno compartilhem suas ideias, gerando assim uma troca de saberes. Dessa forma, a capacidade de escrever e ler de modo crítico deve ser prioridade no contexto escolar.

 

Palavras-chave: Linguagem-oral. Escrita. Alfabetizador. Aprendizagem.

 

Introdução

 

Este trabalho tem como objetivo principal, mostrar a importância da oralidade e letramento na vida das pessoas e como ocorrem os processos de aquisição da linguagem oral e escrita, assim como também as contribuições dos diversos autores sobre o assunto. Diante disso, construíram-se indagações que norteia este artigo, como a postura do docente no processo do ensino e aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental.

Nessa perspectiva, será discutido nas próximas páginas, a importância e a introdução da oralidade e escrita e o papel do docente dentro do contexto escolar, sendo que, a capacidade de escrever e ler de modo crítico deve ser prioridade aos seres humanos.

A educação é condição principal no processo de formação de qualquer cidadão. Dessa forma, a comunicação tanto oral como a escrita, são fatores indispensáveis para a constituição da humanidade, pois não se pode tornar uma sociedade provida de conhecimentos, sem antes alfabetizá-la.

Dessa forma, uma boa formação acadêmica e o primeiro passo, pois o professor precisa ser adequadamente capacitado para esse fim, ou seja, saber mediar o aluno ao conhecimento despertá-los para viver na sociedade de modo autônomo e capacitá-lo para construir e reconstruir ideias e vivenciar o mundo ao seu redor através da leitura e escrita.

Conforme Lerner:

Ler é entrar em outros mundos possíveis. É indagar a realidade para compreendê-la melhor, é se distanciar do texto e assumir uma postura critica frente ao que se diz e a que se quer dizer, é tirar carta de cidadania no mundo da cultura escritura. LERNER ( 2002, p. 73).

 

Contudo cabe ao professor preparar os seus alunos para que se torne um leitor crítico, ou seja:

[...] fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é lógico, pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia nas sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas pessoas que não conseguiram realizar essa aprendizagem. SOLÉ (1998, p. 32).

 

Pode-se observar que as palavras citadas por SOLÉ, nos leva a refletir que uma sociedade só se torna homogênea, quando os cidadãos enxergar uns aos outros com respeito, quando a educação alcançar a todos de modo igual, onde todos tenham oportunidade de aprender. Dessa forma, a pesquisa se deu através de revisões bibliográficas, sites, referenciais teóricos e colaborações de autores como: Lerner( 2002) , Solé (1998), Mello(2003), Ferronato(2014,), e Pasqualin (2012) entre outros que, proporcionaram esclarecimentos sobre o assunto e a fundamentação do tema.

 

Desenvolvimento

Durante um longo período o processo de aprendizado se deu de forma bem rudimentar, o conhecimento era construído por meio de experiências e a propagação da informação se dava por meio de vínculos familiares. Conforme FERRONATO (2014, P.118), a linguagem oral e o primeiro meio de comunicação do ser humano, vindo depois à escrita de maneira instruída, pois segundo a autora não aprendemos a escrita de “forma natural”. Sabe-se que a leitura estimula a imaginação das crianças, partindo disso se faz necessário que sua prática seja uma prioridade no contexto escolar.

Ler é inscrever-se no mundo como signo, entrar na cadeia significante, elaborar continuamente interpretações que dão sentido ao mundo, registra-las com palavras, gestos, traços. Ler é significar e, ao mesmo tempo, tornar-se significante. A leitura é uma escrita de si mesmo, na relação interativa que da sentido ao mundo ( YUNES, 2009, P. 35).

 

De acordo com as palavras da autora, fica evidente que, o individuo se insere no mundo através da leitura. Ainda reforçando o que foi citado vale lembrar, no entanto, para que ocorra o crescimento e o interesse das pessoas pela leitura deve-se ampliar a oferta de livros, como também o cuidado em desenvolver literaturas especifica para atender cada faixa etária de leitores, ou seja, ter o cuidado de produzir livros com imagens e ilustrações que desperte na criança o desejo pela as letras.

Dependendo do valor atribuído à linguagem escrita no ambiente familiar, ou seja, do lugar ocupado pelos atos de ler e de escrever no cotidiano da criança, desde cedo ela pode ser incentivada ou não por meio de livros e vários estímulos visuais que geralmente contém letras. Aguiar e Girotto (2015, p. 44).

Segundo Leal, Albuquerque e Morais (2007 p. 72-73):

A escola precisa assegurar a todos os estudantes-diariamente-a vivência de práticas reais de leitura e produção de textos diversificados. [...] ampliar as experiências das crianças e dos adolescentes de modo que eles possam ler e produzir diferentes textos com autonomia. Democratizar a vivencia de praticas de uso da leitura e da escrita e ajudar o estudante a, ativamente, reconstruir essa invenção social que é a escrita alfabética.

Dessa forma, partindo da ideia de LEAL, Albuquerque e Morais (2007, P.72-73) nas séries iniciais, propõe-se que os livros ofertados tanto fora, ou dentro do contexto escolar se apresentem com literaturas lúdicas e ao mesmo tempo com um conteúdo capaz de estimular o interesse do aluno. Contudo, Jung (2012) reforça que esse interesse deve estar voltado à produção textual, oralidade, escrita e criatividade para que ocorra a autoformação do aluno, tendo o professor como o mediador.

Segundo Cademartori:

[...] a literatura infantil se configura não só como instrumento de formação conceitual, mas também de emancipação da manipulação da sociedade. Se a dependência infantil e a ausência de um padrão inato de comportamento são questões que se interpenetram, configurando a posição da criança na relação com o adulto, a literatura surge como um meio de superação da dependência e da carência por possibilitar a reformulação de conceitos e a autonomia do pensamento CADEMARTORI(1994, P.23).

 

Partindo desse pressuposto, os livros têm o papel de auxiliar os alunos a produzir e reproduzir, sendo necessário expor estes alunos rotineiramente ao mundo do letramento através de diversos métodos voltados à leitura.

De acordo com Mello:

Para se apropriar da escrita e da leitura, é preciso que os objetos e instrumentos (textos escritos, lápis, papel) envolvidos nessa apropriação estejam disponíveis, que o aprendiz testemunhe a utilização social da leitura e da escrita por parceiros mais experientes e que experimente, de forma cada vez mais constante e crescente, a utilização da leitura e escrita. Mais que isso, essa atividade precisa fazer sentido para ele, ou, seja, o sujeito que aprende precisa estar motivado para o uso da escrita e da leitura. MELLO (2003, p.33.)

 

Diante das palavras citadas e em consonância com MELLO, para FERRONATO (2014. P. 114), “quando o aluno escreve um texto, o mesmo está desenvolvendo as habilidades e competência discursiva”. Para Saraiva, Mello e Varella (2001, p.84) o interesse pela literatura “[...] não é algo casual, pois ele se alimenta da exemplaridade que desencadeia o interesse, a motivação, o encantamento pelo mágico mundo da fantasia”. Ferronato ainda afirma que, o uso da literatura infantil proporciona não só a aprendizagem, mas também momentos de prazer. Partindo dessa ideia, ao mesmo tempo em que criança é alfabetizada, ela também se diverte no mundo das letras.

[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99).

 

No entanto, indo ao encontro de Parolim, que destaca a importância da participação da família no processo de aprendizagem da criança. Portanto e para que ocorra esse processo é preciso que as crianças cresçam tendo exemplos, os pais devem estar em interação constante com as literaturas, ler jornais em casa, ter livros expostos nos ambientes em que a criança transita. Segundo Ferronato (2014, p.73), “o acesso à literatura infantil enriquece o processo de formação da criança e suas competências leitoras também no aspecto da imaginação”.

Para Pasqualini (2012, p. 63), “a capacidade de fala esta ligada à estrutura do aparelho vocal, que articula os sons”. Ainda de acordo com a autora; “È na e pela linguagem que são expressas a singularidade de um povo, de uma área geográfica, de uma fala que é realizada por sujeitos que lhe conferem sentidos”. Portanto a linguagem como expressão de pensamento é o meio de interação entre os seres humanos. Partindo disso, a linguagem oral se faz presente no contexto escolar como forma de produção do conhecimento.

De acordo Braun:

 

[...] a adoção da língua oral como objeto de ensino-aprendizagem permite que a aula se abra ao debate e à discussão de temas que envolvam os interesses dos alunos. (...) [a aula] cumpre também sua função de socialização ao viabilizar a possibilidade de integração dos indivíduos e ao colocar entre seus objetivos o desenvolvimento de competências ordinárias que ultrapassam em muito o universo escolar. A aprendizagem só adquire sentido e permanência quando garante ao aluno o aprimoramento da capacidade de expressar-se como indivíduo e cidadão. (BRAUN, 2003, p.41).

 

O conhecimento se faz presente, quando há interação entre aprendiz e professor através do dialogo, o que torna a aprendizagem significativa na vida dos educandos. BAKHTIN 1997 afirma que, [...] a palavra constitui justamente o produto de interação do locutor e do ouvinte. ‘’Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro’’(BAKHTIN, 1997, p. 113). As palavras citadas reforça a concepção de que através da linguagem e suas formas de uso, oral escrita, o homem se torna capaz de se inserir e dialogar entre os pares no mundo em vive.

Contudo, sabe-se que o homem se comunica em várias situações do dia a dia, ou seja, através de conversas informais e formais entre amigos, por carta, mensagens entre outros, sendo que nessas comunicações se faz presente a linguagem oral ou escrita. De acordo com Geraldi (2006) no Brasil temos um baixo nível de:

Desempenho linguístico demonstrado por estudantes na utilização da língua,quer na modalidade oral, quer na modalidade escrita. Não falta quem diga que a juventude de hoje não consegue expressar seu pensamento; que, estando a humanidade na “era da comunicação”, há incapacidade generalizada de articular um juízo e estruturar linguisticamente uma sentença. E, para comprovar tais afirmações, os exemplos são abundantes: as redações de vestibulandos, o vocabulário da gíria jovem, o baixo nível de leitura comprovável facilmente pelas baixas tiragens de nossos jornais, revistas, obras de ficção, etc (GERALDI, 2006, p. 39).

Segundo Possenti (1996, p.20):

Uma das medidas para que esse grau de utilização afetiva da língua escrita possa ser atingido é escrever e ler constantemente, inclusive nas próprias aulas de português”. Ler e escrever não são tarefas extras que possam ser sugeridas aos alunos como lição de casa e atitude de vida, mas atividades essenciais ao ensino da língua.

 

Partindo dessa ideia, a escola proporciona aos seus alunos a compreensão de cada forma de linguagem presente e como usá-las em diferentes momentos e contextos sociais em que vivem. Segundo FERRONATO, (2014, P, 121) a gramática normativa serve para nortear a linguagem oral e escrita. Sendo assim, podemos analisar que, ao professor cabe ensinar o aluno para que não use a linguagem informal em certos contextos, ou seja, as gírias e a forma coloquial de falar não devem ser transmitidas para a escrita, pois ocorrera uma difícil compreensão para o leitor ao receber essas informações.

Partindo disso é importante que, o professor trabalhe com os alunos já nos anos iniciais, a maneira correta de falar e escrever, como também a socialização, aonde professor e aluno compartilhem suas ideias, gerando assim uma troca de saberes. Segundo FERRONATO, (2014, P.216), Botler e Suassuna (2013 p.9) a organização de momentos para a elaboração e reformulação da escrita textual é indispensável para que se produza a escrita de maneira eficaz.

Conclusão

Em virtudes dos fatos mencionados, analisou-se que a linguagem oral e escrita é fundamental para a formação de cidadãos críticos e independentes. Certamente que, uma boa alfabetização é a primeira iniciativa para formar bons leitores. Contudo o professor precisa ser adequadamente capacitado para esse fim, ou seja, saber mediar o aluno na busca do conhecimento, além de despertá-lo para viver na sociedade de modo autônomo e capacitá-lo para construir e reconstruir ideias e vivenciar o mundo ao seu redor através da leitura e escrita.

Contudo parte da escola, a responsabilidade de conceber ao aluno os meios para que se torne o autor da sua própria história, sendo preparado para viver em sociedade e ser designado ao trabalho através das instruções recebidas no contexto escolar e levada adiante na sua vida adulta.

REFERÊNCIAS

 

AGUIAR, C. B.L; GIROTTO C. G. G.S. A apropriação da leitura e da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental: Desafios e possibilidades. Disponível em: file:///C:/Users/NOTE/Downloads/5015-17086-1-PB%20(1).pdf: Acesso em: 26. ago de 2018.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução: Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BOTLER, L. M. A.; SUASSUNA  L. Relações entre fala e escrita na escola: Análise da prática de uma professora do ensino fundamental. Working Papers em Linguística, ISSN 1984-8420, Florianópolis (Santa Catarina), Brasil, dez, 2013, de doi: http://dx.doi.org/10.5007/1984-8420.2013v14n3p1. Acesso em: 24 de ago. 2018.

BRAUN, William Augusto Fagundes. O ensino-aprendizagem do oral e os PCN. Rev. Moara. n. 19. p. 39-43. Belém: jan.-jun., 2003.

CADEMARTORI, Lígia. Oque é literatura infantil. São Paulo:Brasiliense, 1994.(Coleção Primeiros Passos, n. 163).

FERRONATO. R. FRANCO. Disponível em: Alfabetização e Letramento/ Raquel Franco Ferronato-Londrina: UNOPAR, 2014.

GERALDI, J. W. (Org.). O texto na sala de aula. 4.ed. SP: Ática, 2006.

JUNG, Brigitte Klenz. Disponível em: Fundamentos e metodologias de alfabetização e letramento/ Brigitte Klenz Jung. Indaial: Uniasselvi, 2012. 200p.:il. Acesso em: 26 de ago. 2018.

LEAL, T. F.; ALBUQUERQUE, E. B. C. DE; MORAIS, A. G. de. Letramento e Alfabetização: pensando a pratica pedagógica. In: BEAUCHAMP, Jeanete; PAGEL, Sandra Denise; NASCIMENTO. Aricélia Ribeiro do. Ensino Fundamental de nove anos-orientações para a inclusão de seis anos de idade.2. ed. Brasília: Ministério da educação, secretaria de educação Básica, 2007.p. 71-83.

LERNER, D. Ler e escrever na escola- o oral, o possível e o necessário. Porto Alegre: Armed, 2002.

MELLO, M.ire. São Paulo: Scipione, 1999.

PAROLIM, Isabel. As dificuldades de aprendizagem e as relações familiares. Fortaleza, 2003

PASQUALINI, Joseni Terezinha Frainer. Disponível em: Metodologia e conteúdos básicos de língua portuguesa/ Joseni Terezinha Frainer Pasqualini. Indaial: Uniasselvi, 2012. 183p.:il. Acesso em: 26 ago. 2018.

POSSENTI, Sírio. Porque (Não) ensinar gramática na escola? Campinas, São Paulo: ALD: Mercado de Letras, 1996.

SOLÉ, I. Estratégia de leitura 6.ed. inteligência. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

YUNES, E. Tecendo um leitor: uma rede de fios cruzados. Curitiba: Aymará, 2009.

 

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