O papel do professor na inclusão do aluno autista
Eloisa Pereira da Silva
Karine Martins dos Santos
Keli Cristina Pereira da Silva
Lurdes Mariano Mendes
DOI: 10.5281/zenodo.13271297
RESUMO
A tônica desse artigo está voltada para a reflexão sobre os efeitos da atuação pedagógica na inclusão do aluno TEA que estão cada vez mais sendo inseridos em turmas comuns no ensino regular em escolas públicas e privadas. Grandes avanços podem estar vinculados a lei Berenice Piana de nº12. 764/12 nome dado em homenagem a uma mãe que tem um filho autista e luta incansavelmente pelo direito de seu filho. Que reconhece o autista como deficiência, a saber, lei no ano de 2012, que instituiu a Política Nacional da Proteção dos direitos da pessoa com transtorno do Espectro Autista, assim como temos a declaração de Salamanca, e convenção de Guatemala, a mais atual e a lei 13.977 sancionada em 2020 conhecida como lei ¨Romeu Mion¨ que estabelece a emissão de uma carteirinha de identificação da pessoa com transtorno do Espectro Autista (TEA), grandes defensores da causa. Essa pesquisa tem como problemática quais os maiores desafios encontrados pelo educador no decorrer desse processo de inclusão. Para a realização deste trabalho utilizou se de uma pesquisa de caráter bibliográfico com enfoque qualitativo. A partir dessa pesquisa notou-se entre outras vertentes que o professor é fundamental nesse processo e a mediação pedagógica pode cada vez mais ser aprimorada e efetivada nas escolas como método educacional que auxilie na efetivação da inclusão escolar.
Palavras-chaves: Autismo. Inclusão. Prática Pedagógica. Aprendizagem.
Abstract
The keynote of this article is focused on the reflection on the effects of pedagogical action on the inclusion of ASD students who are increasingly being inserted in common classes in regular education in public and private schools. Great advances may be linked to Berenice Piana law of no. 12. 764/12 named after a mother who has an autistic son and fights tirelessly for her son's right. Which recognizes autistic as a disability, namely, law in 2012, which instituted the National Policy for the Protection of the Rights of People with Autism Spectrum Disorder, as well as the Salamanca Declaration, and Guatemalan convention, the most current and the law 13,977 sanctioned in 2020 known as the law "Romeo Mion" that establishes the issuance of a card identifying the person with autism spectrum disorder (ASD), great defenders of the cause. This research has as problematic the major challenges encountered by the educator during this inclusion process. For the accomplishment of this work, we used bibliographic research with a qualitative focus. From this research it was noted among other aspects that the teacher is fundamental in this process and pedagogical mediation can increasingly be improved and effected in schools as a method education that helps in the realization of school inclusion
Keywords: Autism. Inclusion. Pedagogical practice. Apprenticeship.
1 Introdução
Este trabalho tem como tema, o papel do professor na inclusão do aluno autista, o tema em questão e de grande relevância, pois precisa se compreender que o meio educacional e uma das esferas mais importantes a ser trabalhada para assim atender com excelência essas crianças. O Art. 58º da LDB estabelece “Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.” (BRASIL, 2005, p. 25).
Dessa forma, é de extrema importância que o educador esteja preparado para esse desafio em sala de aula. Vivemos em um contexto social em que encontramos diferenças no âmbito da educação por isso estar em um ambiente escolar nos dias atuais é um desafio. Vale ressaltar que Educação é um direito assegurado na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 como direito social, sendo dever do estado e da família. A Lei nº 9.394/96 estabelece as Diretrizes e Bases para Educação Nacional.
Diante disso, De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais o aprendizado deve contribuir não só para o conhecimento técnico, mas também para uma cultura ampla, desenvolvendo meios para a interpretação de fatos naturais, a compreensão de procedimentos e equipamentos do cotidiano social e profissional, assim como para a articulação de uma visão do mundo natural e social (BRASIL, 1998).
É tempo de mudar e incluir todos os sujeitos com necessidades especiais para usufruir de seus direitos como cidadão sendo assim, Radmann e Pastoriza (2016) afirmam que ao falar da educação inclusiva no ensino é importante para desmascarar a ideia de que educandos com necessidades não conseguem compreender o conteúdo conceitual das aulas. A problemática principal desse estudo e, para que isso ocorra precisamos saber de fato, o que é inclusão? E quais os maiores desafios encontrados pelo educador no decorrer desse processo de inclusão? Para que o processo educacional de fato aconteça para os alunos com autismo é necessário que todos tenham oportunidades igualitárias de aprendizado, como acontece? Em vista disso, quais as barreiras que as crianças com autismo enfrentam? Sendo assim qual seria a melhor maneira de acolher esses alunos? Diante de tudo acima citado, justifica-se a escolha do referido por observar ser de suma importância comentar e debater um assunto tão importante, por acreditar que os professores são fundamentais para formação e socialização das crianças TEA. Pode se perceber que surgiram muitas lutas na história da educação inclusiva vencidas, porém tem muito ainda a ser conquistado.
O corpo docente não possui formação específica para atender esses alunos. Nota-se pouca informação sobre o assunto bem como uma preocupação efetiva com o atendimento de qualidade, pelo fato de nossas escolas ser um espaço de acolhimento integral de alunos a inclusão faz-se necessária pois, e direito do aluno autista ter um atendimento educacional com qualidade para que então essas crianças tenham um desenvolvimento integral de suas habilidades. Inclusão e o fato da criança estar inserida de forma integral dentro do processo de ensino aprendizagem independente de suas condições físicas desta forma, o professor e o agente principal nesse processo ele pode possibilitar metodologias variadas e atrativas para que esses alunos se sintam parte desse processo.
Diante do exposto, as hipóteses levantadas são ; A Inclusão de alunos autistas é tentar fazer com que uma criança tenha as mesmas oportunidades de aprendizagem que as outras; Os professores encontram dificuldades, como falta de apoio pedagógico, de informação, apoio psicológico, familiar, materiais, interesse, oportunidades e formação para lidarem com a inclusão na prática; Para que ocorra a inclusão precisamos de capacitação, formação pedagógica, escolas adequadas em questão de infraestrutura, conhecimento, empatia, solidariedade. Para a realização da pesquisa em questão foi utilizado como metodologia de pesquisa artigos, monografias e por meio de referências bibliográficas, com vários autores que trabalham com o tema de inclusão de alunos com espectro autista. O estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica tem com o objetivo de descrever os principais aspectos da inclusão do aluno com TEA destacando a atuação e o conhecimento a respeito do assunto. Tem como objetivos principais pontuar o papel do professor na inclusão do aluno com autista e as principais dificuldades encontradas pelos educadores e educandos, destacar a importância da inclusão do aluno com autismo, enfatizar como é o trabalho de inclusão de alunos com autismo; identificar as dificuldades do aluno com autismo ao executar as tarefas em sala; observar as principais dificuldades do professor ao promover a inclusão de alunos com autismo. Esse trabalho de pesquisa se organiza da seguinte forma, três subtítulos, primeiro título inclusão, segundo o papel do professor na educação inclusiva, terceiros desafios do ensino aprendizagem da criança autista.
2 Desenvolvimento
2.1 Inclusão
A palavra inclusão segundo o dicionário tem o seguinte significado, é o ato de incluir e inserir um indivíduo em um grupo ou inserção, ou seja, o ato de igualdade entre os diferentes indivíduos que habitam em determinada sociedade. A educação inclusiva foi desenvolvida na década de 70, a partir deste período criam-se então as classes especiais e compreende-se a necessidade de integração social dos indivíduos que apresentam deficiência começando um movimento cujo objetivo era inclui-los em ambientes escolares, na escola ao passar do tempo de sua história, se caracterizou pela visão elitista da educação onde a escolarização é privilégio de um grupo em uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais reprodutoras da ordem social.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humano. Que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação a ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL, 2008, p.9).
Segundo esta citação a educação inclusiva é um padrão fundamental nos direitos humanos, que forma a ideia de um contexto de ideias dentro e fora das escolas. Ou seja, a busca na sociedade pela igualdade. Segundo Mantoan (2003) Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças, ou seja, é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. A Lei e diretrizes e bases (LDB) de 1996 Art.59 pag. define que os sistemas de ensino devem assegurar aos estudantes com deficiência, indica uma diretriz para a formação docente: “professores com especialização adequada em nível médio ou capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns”.
Como é possível distinguir uma diferenciação entre educando com especialização para os atendimentos especializados e aqueles capacitados para atuarem nas classes comuns.
Diante de todo o contexto histórico relacionado a história da educação inclusiva e de suma relevância citar. A Declaração de Salamanca de 1994 que um documento resultante da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais; O documento da Declaração de Salamanca (1994) proclama que: Todas as crianças têm direito fundamental à educação e deve ser dada *a oportunidade de obter e manter um nível adequado de conhecimentos. Cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhe são próprias. – Os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenha em vista toda a gama dessas diferentes características e necessidades. As pessoas com necessidades educativas especiais devem ter acesso à escola regular, que deverá integrá-las numa pedagogia centrada na pessoa, capaz de atender a essas necessidades.
As escolas regulares, com essa orientação inclusiva, constituem os meios mais eficazes de combater as atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos, além de proporcionar uma educação efetiva à maioria das crianças e melhorar tanto a eficiência como a relação custo-benefício de todo o sistema educacional (BRASIL, 1995). A Declaração de Salamanca traz, ainda, novas ideias sobre necessidades educativas especiais e diretrizes de ação no Plano Nacional, que incluem: – A política e as formas de organização. – Os aspectos escolares. – A formação do pessoal docente. – Os serviços externos que servirão de apoio. Educação Especial | Marcos históricos internacionais da Educação Especial até o século XX 80 CEDERJ – As áreas prioritárias (educação pré-escolar, preparação para a vida adulta, educação continuada de adultos e de meninas). A participação da comunidade e os recursos necessários. Este documento se torna, no Brasil, um referencial que sinaliza um novo momento para a Educação Especial, que passa a difundir a filosofia da Educação Integradora. Assim chamada inicialmente, a Educação Integradora recebe, mais tarde, o nome de Educação Inclusiva. Antes não havia nada tão específico. A Declaração orienta as práticas da educação para todos e que as escolas, agora integradoras, devem acolher as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas. Essa Declaração advoga a pedagogia centrada na criança.
Nota- se a importância de tal documento tanto para época que foi criado, tanto para os dias atuais que e usado para assegurar os direitos de quem tanto necessita se importando em que essas crianças tenham uma educação de qualidade, e que de fato sejam inseridas no seu meio social e educacional, presando por uma escola adequada em infraestrutura e com profissionais capacitados para atender com excelência.
Para tanto, se percebe o alcance das ideias da declaração de Salamanca; A. O Direito da Criança Toda criança com deficiência tem o direito de manifestar seus desejos quanto a sua educação, na medida de sua capacidade de estar certa disso B. Princípio Fundamental As escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem-dotadas; crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas. C. Necessidades Educativas Especiais Tal expressão refere-se a todas as crianças e jovens cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem. Em algum momento de sua escolarização, muitas crianças têm dificuldades de aprendizagem e, portanto, necessidades educativas especiais. Um exemplo é aquela criança que, por ter baixa visão, necessita de um determinado tipo de ampliação de materiais pedagógicos para que possa ler e realizar as atividades da mesma forma que as outras crianças. Nesse caso, a escola deve oferecer todo o apoio adicional necessário à educação da criança, podendo fazê-lo em salas de recursos, no contraturno – no outro período da escola regular ou, em alguns casos, até mesmo em escolas especializadas. D. Escola Integradora É a escola cujo desafio é desenvolver uma pedagogia centrada na criança, capaz de educar com sucesso todos os alunos, inclusive os que sofrem de deficiências graves. Um exemplo é a que atende a criança que necessita de uma atenção diferenciada e orientada de forma que se adapte aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e que assegure, a ela, um ensino de qualidade. E. Pressupostos Todas as diferenças humanas são normais e a aprendizagem deve, portanto, ajustar-se às necessidades de cada criança, e não ao contrário.
Assim, a escola e os professores devem favorecer a aprendizagem e não esperar que o aluno se ajuste à escola. Agora cabe à escola se organizar e se preparar para receber a todos. Uma pedagogia centrada na criança é válida para todos os alunos e, consequentemente, para toda a sociedade.
Portanto, acredita-se que esse documento foi um grande marco para amparar esse público, a partir daí surgiram outros defensores da causa, mas esse grande passo dado por Salamanca foi fundamental para que se enxergasse o indivíduo na sociedade e em seu meio.
Outro marco de grande importância na história da educação inclusiva foi a Convenção de Guatemala de 1999 ainda no final do século xx que foi promulgado pelo Brasil, por meio do Decreto n. 3.956/2001, que afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humano e liberdades fundamentais que as demais pessoas e define discriminação com base na deficiência toda diferenciação, exclusão ou ainda restrição que possa impedir ou anular os direitos humanos e suas liberdades fundamentais. Esse documento e fundamental pois defende e afirma que todos temos os mesmos direitos e que deve ser visto como pessoa independente da sua condição física ou mental.
Tem algumas partes desse documento merecem destaques; Artigo I Para os efeitos desta Convenção entende-se por: 1) Deficiência O termo “deficiência” significa uma restrição física, mental ou sensorial, de natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social. 2) Discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência A. a expressão “discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência” significa toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais (...) Dos objetivos e formas para alcançá-los: Artigo II Esta Convenção tem por objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade. Educação Especial | Marcos históricos internacionais da Educação Especial até o século XX 84 CEDERJ Artigo III Para alcançar os objetivos desta Convenção, as Estadas Partes comprometem-se a: Tomar as medidas de caráter legislativo, social, educacional, trabalhista, ou de qualquer outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integração à sociedade, entre as quais as medidas abaixo enumeradas, que não devem ser consideradas exclusivas: Medidas das autoridades governamentais e/ou entidades privadas para eliminar progressivamente a discriminação e promover a integração na prestação ou fornecimento de bens, serviços, instalações, programas e atividades, tais como o emprego, o transporte, as comunicações, a habitação, o lazer, a educação, o esporte, o acesso à justiça e aos serviços policiais e às atividades políticas e de administração; Medidas para que os edifícios, os veículos e as instalações que venham a ser construídos ou fabricados em seus respectivos territórios facilitem o transporte, a comunicação e o acesso das pessoas portadoras de deficiência; medidas para eliminar, na medida do possível, os obstáculos arquitetônicos, de transporte e comunicações que existam, com a finalidade de facilitar o acesso e uso por parte das pessoas portadoras de deficiência; e a medidas para assegurar que as pessoas encarregadas de aplicar esta Convenção e a legislação interna sobre esta matéria estejam capacitadas a fazê-lo. 2) trabalhar prioritariamente nas seguintes áreas: A. prevenção de todas as formas de deficiência que possam ser prevenidas; B. detecção e intervenção precoce, tratamento, reabilitação, educação, formação ocupacional e prestação de serviços completos para garantir o melhor nível de independência e qualidade de vida para as pessoas portadoras de deficiência; C. sensibilização da população, por meio de campanhas de educação, destinadas a eliminar preconceitos, estereótipos e outras atitudes que atentam contra o direito das pessoas a serem iguais, permitindo desta forma o respeito e a convivência com as pessoas portadoras de deficiência. Por exemplo, campanhas veiculadas na mídia como “Ser diferente é normal” (CONVENÇÃO INTERAMERICANA, 1999). Esses documentos de marcos históricos nos mostram a luta pelos benefícios em prol de pessoas com algum tipo de limitação ou necessidades especiais, a luta pela criança e o direito a educação resultando a uma nova proposta de modelo de educação pensando na criança e na sua inserção no meio educacional e social. Nota se que a trajetória da0 educação inclusiva já vem com grandes desafios, mas temos grandes defensores da causa como Sassaki de 1999, que defende que a interação dessas crianças na escola e declara ser muito benéfica para eles essa interação.
A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos, espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos, utensílios mobiliário e meios de transportes e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também do próprio portador de necessidades especiais. (Sassaki,1999, p.42).
A inclusão faz se necessária para uma sociedade mais homogênea e justa onde todos os direitos são assegurados e de fato recebidos por esses alunos e indivíduos da sociedade, com igualdade de condições de aprendizagem.
Educação Inclusiva significa provisão de oportunidades equitativas a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências severas, para que eles recebam serviços eficazes, com os necessários serviços suplementares de auxílios e apoios, em classes adequadas à idade, em escolas da vizinhança, a fim de prepará-los para uma 5 vida produtiva com os membros plenos da sociedade. (Centro Nacional de Reestruturação e Inclusão Educacional, 1994 apud Sassaki,1999).
A Educação Especial atinge todos os níveis de ensino, desde a educação infantil ao ensino superior. Esta modalidade de Educação é considerada como sendo um montante de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estando à disposição de todos os alunos também oferecem diferentes alternativas de atendimento. Conforme nos orienta em seu livro: Inclusão – Construindo uma Sociedade Para Todos (1999), Romeu Kazumi Sassaki, um dos paladinos do processo do reconhecimento pela 10 sociedade dos Direitos das pessoas Portadoras de Deficiência: “O termo necessidades especial é utilizado com um significado mais amplo.
Porém, temos Carvalho que aponta que a inclusão necessita de muito preparo e reflexão no âmbito educacional, desse modo investir em formação e preparo dos professores e fundamental, para superar os grandes desafios que surgem no decorrer desse processo. Conforme Carvalho (2003, p. 61) aponta:
Em síntese, há que examinar todas as variáveis do processo educativo escolar, envolvendo as pessoas da escola (educadores, gestores, alunos, apoio administrativo); o ambiente físico (em termos de acessibilidade), os recursos financeiros e materiais (origens, quantidades, periodicidade de recebimento, manutenção de equipamentos e instalações), os graus de participação da família e da comunidade (parcerias), a filosofia de educação adotada (se tradicional ou não), o projeto político pedagógico construído pela comunidade escolar (natureza do documento, autores, destinação), a prática pedagógica (se mais centrada no ensino ou na aprendizagem), os procedimentos de avaliação (formativa, somativa , formal, informal), dentre outros aspectos.
Já Mantoan (2003) essa ideia surgiu em 1969, acredita que deve se haver a integração dessas crianças na sociedade, no entanto a sociedade não precisa mudar para recebê-las, portanto nessa linha de raciocínio, o trabalho inclusivo é orientado pela ideia de que todos os alunos podem aprender, de acordo com o tempo e o jeito que lhes são idiossincráticos. A extensão, a profundidade e a forma de adaptar as atividades constituem-se em desafios para o professor inclusivo trabalhar com os conteúdos (MANTOAN, 2003).
Portanto, com o passar do tempo, tivemos vários avanços e grandes conquistas, para Sassak (2005), o conceito de educação inclusiva não inclui apenas o aluno em sala de aula, mas também exclui todo o tipo de preconceito existente em relação a esse assunto (SASSAKI, 2003, p.15) diz que a:
Educação inclusiva é o conjunto de princípios e procedimentos implementados pelos sistemas de ensino para adequar a realidade das escolas à realidade do alunado que, por sua vez, deve representar toda adversidade humana. Nenhum tipo de aluno poderá ser rejeitado pelas escolas. As escolas passam a ser chamadas inclusivas no momento em que decidem aprender com os alunos o que deve ser eliminado, modificado, substituído ou acrescentado nas seis áreas de acessibilidade, a fim de que cada aluno possa aprender pelo seu estilo de aprendizagem e com o uso de todas as suas múltiplas inteligências.
A inclusão tem benefícios mútuos tanto para as crianças que apresentam alguma deficiência quanto para os que não possuem, sendo em ambos os casos uma experiência de fraternidade. Uma das leis mais atual que foi aprovada, trata-se da primeira pessoa a conseguir a aprovação de uma lei por meio de iniciativa popular no Brasil é uma mulher chamada Berenice Piana, mãe de um menino autista. Sua busca por inclusão para o seu filho deu origem à lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, que definiu o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como uma deficiência e ampliou para as pessoas com autismo todos os direitos estabelecidos para as pessoas com deficiência no país.
Quando o terceiro filho de Berenice nasceu, em meados da década de 90, a palavra autismo não fazia parte do vocabulário dela. Nem dos profissionais da área de saúde que procurou, quando aos dois anos, já era possível perceber as dificuldades de desenvolvimento do caçula da família. Quando seu filho estava diagnosticado e recebendo tratamento adequado, Berenice passou a lutar pelos direitos das pessoas com autismo. Entre as conquistas está aprovação da lei que leva seu nome. Foram dois anos e meio de trâmite, entre apresentação do texto, aprovação pelo Congresso e a sanção presidencial. O prazo é considerado curto – levou menos tempo para sair que o diagnóstico de Dayan.
O texto estabelece o direito dos autistas ao diagnóstico precoce, a tratamentos, terapias e medicamentos fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além do acesso à educação e à proteção social, ao trabalho e a serviços que proporcionem a igualdade de oportunidades. A partir da sanção, as pessoas com TEA passaram a ser incluídas nas leis específicas de pessoas com deficiência, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), e também nas normas internacionais assinadas pelo Brasil, como a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (Lei 6.949/2000).
As votações da proposta enchiam o plenário de pessoas vestidas de azul, a cor símbolo da conscientização na luta do autismo. Com a lei em vigor, a luta passou a ser para o seu cumprimento efetivo em todo o Brasil. O trabalho de Berenice continua. Do sonho de criar uma instituição pública como a que acolheu seu filho ainda pequeno, nasceu em abril de 2014 a primeira Clínica-Escola do Autista do Brasil. Mantida pela Prefeitura de Itaboraí, a instituição atende gratuitamente cerca de 200 alunos-pacientes. Além de ser o principal nome do ativismo pela pessoa com autismo no país, a trajetória de Berenice é também reconhecida internacionalmente. Em 2017, recebeu o título de Embaixadora da Paz pela Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia. O recado que dá para outras mães é que não se isole e que “nunca desistam de seus filhos”. Atualmente temos uma lei Sancionada em 2020, a Lei Nº 13.977 – conhecida como Lei Romeo Mion – estabelece a emissão de uma Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Seu nome foi inspirado no adolescente Romeo, de 16 anos, que é filho do apresentador de televisão Marcos Mion e está no espectro. A Lei Romeo Mion cria a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA – CipTEA em sua versão abreviada – ou seja, garante a todos aqueles com o diagnóstico de autismo um documento que possa ser apresentado para informar a condição do indivíduo.
2.2 O papel do professor na educação inclusiva
O que deixe o professor mais preocupado, seja a insegurança em relação à sua inexperiência, já que nos cursos superiores aprendeu apenas a lidar com a teoria e não teve acesso às práticas pedagógicas, diretamente com alunos especiais. No que consiste à educação, o dia a dia da escola e da sala de aula exigem que o professor seja capaz de organizar as situações de aprendizagem considerando a diversidade dos alunos. Essa nova competência implica a organização dos tempos e dos espaços de aprendizagem, dos agrupamentos dos alunos e dos tipos de atividades para eles planejadas. O professor ele é um grande mediador ele busca sempre incentivar os seus alunos a ter um bom desenvolvimento, levando o aluno ter um pouco mais de autonomia, Ele é um grande mediador da a aprendizagem é saber ouvir o que o aluno tem a dizer, é estar sempre ali aberto a aprender pouco a pouco a nos relacionar uns com os outros, O professor ele precisa ensinar os conteúdos com paixão e uma grande decisão que fará tudo o que estiver ao seu alcance para poder explicar da melhor forma possível o conteúdo. O bom professor ele sabe como controlas sua sala de aula ele conhece bem seus alunos levando a desenvolver uma boa aula com uma grande eficiência, e na maioria das vezes o professor durante seu percurso ele encontra várias barreiras como pequenas dificuldade com as crianças especiais, os alunos especais eles tem várias dificuldade que é um desafio maior para o professor porque a criança ela não consegue aprender com a mesma facilidade e rapidez como outras crianças normal, o professor inclusivo ele é aquele que prepara a suas aulas a sala para aquele aluno especial oferecendo um ambiente mais acolhedor aconchegante podendo ter uma boa socialização com outas crianças.
A articulação entre os educadores é urgente, pois existe a necessidade de uma redefinição do papel do professor e de sua forma de atuar, no pensamento sistêmico. É necessário pensar na aprendizagem como um processo cooperativo e de transformação que proporcione a formação de alunos inseridos no mundo, e não mais em apenas uma comunidade local. Finalmente pensar na educação em relação aos aspectos da ética, da estética e da política; a educação fundamentada em um ideal democrático. Os professores precisam pensar na educação como um todo, de acordo com Oliveira Fabiola Rolim de apud Farfus (2008 p. 30)
O professor é o mediador entre o aluno e o conhecimento e cabe a ele promover situações pedagógicas em que os alunos com necessidades educacionais especiais superem o senso comum e avance em seu potencial humano afetivo, social e intelectual, quebrando as barreiras que se impõem. Um dos fatores primordiais para uma proposta inclusiva em sala de aula é que os professores mudem a visão incapacitante das pessoas com necessidades educacionais especiais para uma visão pautada nas possibilidades, elaborando atividades variadas, dando ênfase no respeito às diferenças e às inteligências múltiplas para que isso seja possível.
O professor precisa organizar-se com antecedência, planejar com detalhes as atividades e registrar o que deu certo e depois rever de que modo as coisas poderiam ter sido melhores. É preciso olhar para o resultado alcançado e perceber o quanto “todos” os alunos estão se beneficiando das ações educativas. De acordo com (Minetto, 2008 p. 101)
Os profissionais que buscam uma ação educativa devem estar atentos às diversidades de seus alunos, procurando exercer seu papel de maneira justa e solidária, pautado no respeito mútuo, eliminando todo e qualquer tipo de discriminação com o intuito de formar cidadãos conscientes para o convívio com as diferenças.
Além do professor, a família dos alunos com necessidades educacionais especiais pode participar a todo o momento do processo de ensino-aprendizagem dessas crianças, pois o tripé escola-família-comunidade é de suma importância, pois através dessa participação os professores têm a oportunidade de melhor conhecer o seu educando e suas especificidades, surgindo a partir daí uma troca de informações a fim de possibilitar o melhor aprendizado a todos, pois sozinho não poderá efetivar uma escola fundamentada numa concepção inclusiva.
O professor como parte integrante da escola, deve ter a responsabilidade e o compromisso com o aluno, dando apoio para que esses se tornem um cidadão. participativo na sociedade como um todo. Bessa (2011) e Libânio (1994) nos diz que a característica mais importante da atividade profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade.
Segundo Morales (2001) a relação professor-aluno na sala de aula é complexa e abarca vários aspectos, ou seja, não se pode reduzi-la a uma fria relação didática nem a uma relação humana calorosa. Mas é preciso ver a globalidade da relação professor-aluno mediante um modelo simples relacionado diretamente com a motivação, mas que necessariamente abarca tudo o que acontece na sala de aula e há necessidade de desenvolver atividades motivadoras. Assim sendo, as relações entre docentes e discentes envolvem comportamentos intimamente relacionados, em que as ações de um desencadeiam ou promovem as do outro.
Dessa maneira, o aluno não é um depósito de conhecimentos memorizado, como se fosse um fichário ou uma gaveta. O aluno é um ser capaz de pensar, refletir, discutir, ter opiniões, participar, decidir o que quer e o que não quer. Para promover essa relação em sala de aula entre professor e aluno exige tanto do docente como do discente, e assim contribui para melhoria de todos, os alunos com necessidades especiais que precisam desses professores para uma inclusão justa e satisfatória, precisam entre outros fatores de empatia e aceitação dos professores e demais componentes escolares.
A aceitação ou consideração positiva incondicional do professor em relação ao aluno consiste numa postura de aceitação irrestrita e de respeito à pessoa do aluno, no sentido de acolher a sua alteridade, respeitando-o em sua singularidade, pois digno de confiança. Considerada essencial no estabelecimento de um ambiente favorável à aprendizagem auto iniciada e/ou experiencial é a compreensão empática do professor para com o educando. Ser empático é a capacidade do professor de “captar” o mundo do educando “como se” fosse o seu próprio mundo, tentando colocar-se em seu lugar, sem deixar, contudo, de ser ele mesmo.
Quando o professor tem a habilidade de compreender as reações íntimas do aluno, quando tem a percepção sensível do modo como o aluno vê o processo de educação e de aprendizagem, então, cresce a possibilidade de aprendizagem significativa. De acordo com Rogers (1971 p. 112).
No entanto, pôr-se no lugar do outro e ver a situação pelos “olhos” do aluno é uma atitude pouco comum em nossas escolas. Estabelecer uma relação empática pode ser difícil para alguns professores, pois “sair” do seu lugar, assumindo para si, algumas atitudes dos alunos, nem sempre é algo compatível com o jeito de ser do docente. Assim, um aluno que, por qualquer motivo, real ou imaginário, não atenda às expectativas, ou não ande no ritmo esperado, põe em evidência uma gama de sentimentos contraditórios com os quais o professor precisa lidar em sala de aula. O conflito está na base das relações humanas.
Por isso, apesar do reconhecimento de que a relação pedagógica é facilitada na presença de determinadas atitudes, seria utópico esperar que o professor seja empático em todas as situações. Cabe aos professores procurarem novas posturas e habilidades que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão positiva das pessoas com necessidades especiais. Por isso, a importância do papel docente na percepção do aluno, no acompanhamento do mesmo em sala de aula e na busca constante de aprender e melhorar a si mesmo em sua prática atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário que os profissionais e principalmente os professores, estejam capacitados para exercer essa função, atendendo a real necessidade de cada educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa:
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. De acordo com Francisco Lindoval de Oliveira apud BRASIL, 2006)
A educação é um direito de todos, educação de qualidade é igualitária, e nós, como professores, tentamos fazer com que isso aconteça, no entanto, a capacitação de professores passa por uma mudança a respeito da inclusão, visando melhora lá com atendimento igualitário e qualitativo, com direito ao acesso e a permanência na escola, precisando também ser levado em conta outros princípios como a acessibilidade e locomoção.
A atuação pedagógica é um processo de investigação, estudo e de solução de problemas, por isso, muitas vezes o professor se depara com inúmeros desafios, que devem ser solucionados para superar os limites impostos, exigindo do professor a busca por novas estratégias, procurando identificar as possibilidades de cada aluno com o intuito de encontrar as capacidades para que esse aluno possa aprender junto com os demais e superar seus próprios limites Diante de tal desafio. A inclusão nada mais é que um processo de inovação que exige um esforço de reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas escolas busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político pedagógico, incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações físicas necessárias para acolher os alunos nesse momento, é importante ressaltar que a princípio básico da educação inclusiva.
O docente deve ter consciência clara do importante papel que desempenha ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais especiais associadas ao autismo infantil. Um professor hábil pode abrir a porta para várias oportunidades: como cada criança com autismo processa a informação e quais são as melhores estratégias de ensino devido à singularidade de seus pontos fortes, interesses e habilidades em potencial.
O professor deve desenvolver metodologias de aprendizagem para que o aluno autista consiga se comunicar e se desenvolver. O conteúdo do programa de uma criança autista deve estar de acordo com seu desenvolvimento e potencial, de acordo com a sua idade e de acordo com o seu interesse; o ensino é o principal objetivo a ser alcançado, e sua continuidade é muito importante, para que elas se tornem independentes. Trabalhar com alunos autistas exige o desenvolvimento de práticas e estratégias pedagógicas que acolham todos e respeitem as diferenças.
2.3 Desafios do ensino aprendizagem da criança autista
O aluno autista apresenta dificuldades para estabelecer relações entre as pessoas e seus papeis e entre objetos e sua função de modo dinâmico e compreensivo. Contudo quando o foco é o sujeito autista surgem muitas dúvidas em relação às possibilidades de interação, verbal e aos elementos que permite a circulação dos sentidos.
Não se sabe ainda como o sujeito com autismo pensa com ele constrói o mundo. Um bom professor nos dias atuais não é para qualquer um não, é uns grandes desafios, uma grande responsabilidade onde o professor fornece o seu melhor para que as crianças aprendam todos juntos, mais ainda quando é um professor da educação inclusiva é um desafio maior ainda.
Ser uma professora da educação especial é um desafio em tanto porque ele ali enfrenta muitas coisas, as vezes a falta de pratica de conhecimento de uma formação mais adequada para aquela criança que necessita da atenção da compreensão, aonde precisa respeitar o seu ritmo de aprendizagem diferente dos outros alunos em si sabendo que ensinar ali é um grande ato de carinho e amor, sendo assim o papel do professor é essencial porque ele é o grande responsável para direcionar o seu ensinamento levando o aluno para um caminho de grandes conhecimentos.
O professor ao conduzir a aprendizagem do aluno precisa ser delicado, observador, paciente, mediador, sensível, direto, ciente que nos primeiros momentos não serão fáceis esta comunicação e que o aluno poderá não aceitar alguma restrição dada pelo docente. Então, o professor tem que estar preparado para usar novas práticas pedagógicas e estratégias, mostrando para ele maneiras necessárias de resolver problemas, sem que o mesmo tenha reações intempestivas ao conduzir o trabalho. Na sala de aula o professor precisa utilizar diferentes instrumentos e signos para a inclusão do aluno autista na turma.
O professor é o mediador que interage com os alunos por meio da linguagem em um processo dialógico. A escolarização dos sujeitos com autismo deve ser analisada, pois a maioria das vezes as práticas pedagógicas na construção de leitura e da escrita priorizam o uso de cartilhas, folhas xerocadas, pastas de atividades aplicadas. O professor tem um papel muito importante em relação à aprendizagem do aluno autista, no entanto o mesmo deve observar a etapa do desenvolvimento do sujeito autista e suas necessidades.
As atividades propostas pelo professor devem ser as mais variadas possíveis. Um dos objetivos da educação especial é que o professor não tenha aquela visão que o aluno especial não é capaz de aprender, mas sim mostra que ele é capaz, promovendo atividades que valoriza e o respeita a sua diferença por isso que o professor necessita sempre de um bom planejamento levado atividades variadas como por exemplos, músicas jogos, desenhos entre outros.
Antes de propor qualquer atividade o professor deve observar o comportamento do aluno, quais os objetos de interesse dessa criança, se a criança segue instruções simples, se ela para sentada e como se senta na cadeira, como a criança se comunica se é através de sons, gestos, imitações e etc. O aluno autista deve ser preparado antecipadamente sobre o que vai ser feito, o que vai ser feito com repetições para que ele já esteja preparado quando for lhe dado tal atividade. A alfabetização da criança autista é complexa, pois envolve o mundo que está criança está inserida e envolve os instrumentos de trabalho utilizado pelo professor.
Nenhuma criança é uma esponja passiva que absorve o que lhe é apresentado. Ao contrário, modelam ativamente seu próprio ambiente e se tornam agentes de seu processo de crescimento e das forças ambientais que elas mesmas ajudam a forma. Em síntese, o ambiente e a educação fluem do mundo externo para a criança e da própria criança para o seu mundo. (ANTUNES, 1998, p.17).
A metodologia de ensino para crianças autistas tem que varia conforme as necessidades e transtorno. Nenhuma criança autista é igual à outra por esse motivo precisa de metodologias apropriadas a suas necessidades. É importante o professor respeitar as limitações da criança autista, porém deve propor atividades incentivadoras promovendo estímulos e quem sabe, sua superação.
A educação das pessoas com autismo e outros transtornos profundos provavelmente exige mais recursos do que são necessários em qualquer outra alteração ou atraso evolutivo. Às vezes embora ocorram aquisições funcionais e um abrandamento dos traços autistas, os progressos são muito lentos. Aparentemente, podem ser mínimos quando comparados ao quadro de desenvolvimento normal. Amanda Pedroso de Oliveira apud (RIVIÉRE, 2004, p.254)
A informação visual é de suma importância, pois representa um papel essencial pela sua natureza perceptual e concreta. A partir de objetos, inicialmente, e fotos ou imagens, subsequentemente, podemos auxiliar na compreensão visual e na expressão de enunciados de instruções e de solicitações do cotidiano. As instruções visuais podem ser apresentadas das mais variadas e mais criativas maneiras, usando desde cores, fotos, desenhos, pictogramas, palavras escritas, até dicionário ilustrado, dentre outras possibilidades.
O professor deve observar e avaliar o aluno autista constantemente, pois as atividades devem ir tornando cada vez mais complexas, à medida que o aluno cresce e se desenvolve. Torna-se necessário a organização dos materiais e das etapas envolvidas em cada tarefa, de modo que façam sentido e auxiliem a compreensão do aluno autista. As atividades devem ser construídas de forma atrativa, levando em considerações a estética nelas envolvidas.
Isto é o conceito de estética abarca os atributos de beleza, de cor, de forma e de harmonia. Ao desenvolver atividades com o aluno autista o professor e auxiliar deve respeitar seus momentos e reações, tem atividades que o aluno autista não apresenta interesse, tem resistência em pegar determinados materiais para o auxílio da atividade proposta. Haverá atividade que o aluno demonstrará determinado interesse e pode ser que faça sozinho, apenas precise da orientação para que seja realizada.
O processo de ensino e aprendizagem da criança com autismo na escola depende do relacionamento e o modo que o professor desempenha na mediação pedagógica. No entanto essa criança com autismo é igual a todos os seres humanos, pois essa criança precisa da ação do outro para encontrar seu lugar na sociedade que ainda está longe de ser inclusiva. A educação regular assume um papel importante nesse processo de aprendizagem e inclusão.
De acordo com MEC a Constituição Federal Brasileira de 1988 garante que todos têm direito a educação e a criança com autismo também possui os mesmos direitos que toda criança tem garantidos por lei. A escola é um lugar que proporciona às crianças a possibilidade de integração social, faz com que a criança tenha contato com outros sujeitos que não são do seu meio familiar contribuindo para o seu desenvolvimento social. Vasques; Baptista, (2003, p.9) diz: O desafio na educação requer em compreender como ocorrem às relações sociais, didáticas e metodológicas da criança autista a partir da educação infantil, analisando o desenvolvimento cognitivo, afetivo e histórico-cultural e a influência familiar. Cunha, (2016, p.23):
O autismo tem que ter um olhar pedagógico e sabermos como lidar na escola e como abordá-lo, os sintomas variam muito de indivíduo para indivíduo. Em alguns quadros, há o acometimento de convulsões, já que o transtorno pode vir associado a diversos problemas neurológicos e neuroquímicos.
Após o aluno estar incluído na escola, cabe ao educador fazer a primeira identificação precoce na criança de algo que não está dentro da normalidade, uma conduta essencial para a intensificação à comunicação, interação social da criança no ambiente escolar e na sociedade.
O diagnóstico precoce é o primeiro grande instrumento da educação. O que torna o papel docente fundamental, pois é na idade escolar, quando se intensifica a interação social das crianças, que é possível perceber com maior clareza singularidades comportamentais.
Será sempre pertinente o professor ou a professora observar atentamente seu aluno, quando este apresentar algumas das seguintes características comportamentais: retrai-se e isolar-se das outras pessoas; não manter o contato visual; desligar-se do ambiente externo; resistir ao contato físico; inadequação a metodologias de ensino; não demonstrar medo diante de perigos; não responder quando for chamado; birras; não aceitar mudança de rotina; usar as pessoas para pegar objetos; hiperatividade física; agitação desordenada; calma excessiva; apego e manuseio não apropriado de objetos; movimentos circulares no corpo; sensibilidade a barulhos; estereotipias; ecolalias; ter dificuldades para simbolizar ou para compreender a linguagem simbólica; e ser excessivamente literal, com dificuldades para compreender sentimentos e aspectos subjetivos de uma conversa. (CUNHA, 2016, p. 24-25).
Estas características precisam ser avaliadas pelo educador para seu conhecimento, tornando-se essencial para entender que tipo de síndrome a criança está sofrendo, isso se ela não tem um laudo médico. Após identificar que tipo de síndrome a criança está acometida, caberá ao docente usar metodologias pedagógicas apropriadas para aquela criança, juntamente com o afeto, pois o afeto é uma ferramenta pedagógica essencial para o professor encontrar recursos necessários para trabalhar as dificuldades encontradas no seu aluno que podem ser várias. Não existe uma regra igual para todas as crianças, cada criança é única, existem caminhos e interesses que levam ao ensino aprendizagem. Alguns educadores renomados e respeitados pesquisadores, afirmam que a aprendizagem mais valiosa para a criança vem por meio de brincadeiras.
As brincadeiras desenvolvem na criança, diversas habilidades e competências para seu desenvolvimento cognitivo, intelectual, inclusão social e o ajuda a prepará-lo para viver melhor em sociedade. Leny de Oliveira apud Vygotsky e Luria (1996, p. 220) afirmam que:
O homem é uma criatura social, e as condições socioculturais o modificam profundamente, desenvolvendo toda uma série de novas formas e técnicas em seu comportamento [...].
A escola é sem dúvida o primeiro passo para a integração e a inclusão do aluno autista. Tudo começa com a sua integração na educação infantil, onde a criança autista começa a se desenvolver intelectualmente e afetivamente nos ambientes internos e externos, conhecendo uma nova realidade, proporcionada pelos alunos, docentes e toda equipe da instituição escolar.
Para que haja uma qualidade no ensino é necessário iniciativas que todos os envolvidos como gestores, pedagogos, professores, coordenadores, pais, alunos e demais profissionais da área busquem e lutem pelo mesmo ideal, que é a melhoria do ensino aprendizagem em todas as escolas, segundo as suas necessidades. Cada escola é única, com seus problemas sociais, sua realidade, vivências, assim como seus alunos que são únicos, reconhecendo e valorizando suas diferenças.
2.1 Metodologia
Para a realização da presente pesquisa utilizou o método bibliográfico e qualitativo baseando-se em livros, monografias, teses, dissertações e leituras de diferentes obras de autores, e tem como tema principal como compreender a importância do brincar para o processo de aprendizagem na Educação Infantil. Respaldando-se em autores como Piaget, Vygostiky, Mello, Campos entre outros. De acordo com Gil (2007):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas, exclusivamente a partir de fontes bibliográficas (Gil,2007, p.44)
A pesquisa bibliográfica auxilia na elaboração de análises, ela serve para obter dados descritivos por meio de materiais já elaborados como cita o autor. Para o desenvolvimento da mesma optou-se pelo método de abordagem qualitativo, do tipo exploratória. A pesquisa bibliográfica, para Fonseca (2002), é realizada:
[...] a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta (FONSECA, 2002, p. 32).
Nota-se que na realização da pesquisa bibliográfica o pesquisador tem que ler, pesquisar refletir e escrever o sobre o que estudou, se dedicar ao estudo para reconstruir a teoria e aprimorar os fundamentos teóricos, e primordial que o pesquisador estude. É essencial que o pesquisador organize as obras selecionadas que colaborem na construção da pesquisa em forma de fichas.
3 Conclusão
Diante da seguinte pesquisa, nota-se que houve grandes avanços em relação ao atendimento as crianças TEA, mas ainda têm muito a se conquistar em relação à infraestrutura, atendimento especializado para as crianças, profissionais capacitados.
O professor é uma peça fundamental para que o conhecimento chegue com êxito até os alunos, para que o educador possa fazer a diferença precisa se que tenha recursos necessários no ambiente de trabalho, estarem sempre à procura de novos métodos, novas prática afim da inclusão de todos no ensino melhorando a independência de cada aluno, cabe ao professor fazer seu trabalho voltado a igualdade de oportunidade a todos.
Portanto, a concretização da política de educação inclusiva só ocorrerá com a participação e posicionamento político de seus envolvidos, professores, pais, alunos, gestores e comunidade interessada. Não basta o direito legal, é necessário iniciá-lo para fazê-lo efetivo. o papel do educador nesse processo e de grande relevância, pois, é através dele que os alunos aprendem a viver e conviver com as diversidades e diferenças no âmbito educacional, fazendo a diferença na vida dos educandos com atendimento educacional direcionado a compreensão e respeito mútuo, então o respeito, comprometimento, conscientização, sensibilidade dos professores da necessidade de se atualizar e acreditar no desenvolvimento do aluno TEA são essenciais para que haja a inclusão e aprendizado. Criar uma escola inclusiva só é possível onde há respeito pelas diferenças. Criar uma escola inclusiva é fazê-la reflexo da diversidade social.
Contudo, fica evidente nesta pesquisa, que o maior desafio enfrentado para a execução da educação inclusiva é o despreparo dos professores da rede pública E privada de ensino regular para trabalhar com alunos com necessidades especiais, entre outros desafios enfim, é notório que a efetivação da inclusão nas escolas da rede pública ainda não foi totalmente consolidada. Acreditamos que a luta é constante para alcançarmos aquilo que tanto almejamos “uma escola para todos”, através dessa pesquisa fica claro que o professor tem um pape fundamental nesse processo, tendo em vista que, é necessário e importante que seja abordado com mais frequência este tema, com o intuito de que não haja preconceito causador de pontos negativos para a educação e socialização dos alunos com necessidade especial.
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