A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EJA

Amanda Lourenço¹

Márcio Batista da Silveira

Geise Eliana da Silva

 

RESUMO:

Na escola Estadual Rui Barbosa situado no Bairro Cidade Alta, foi realizada a pesquisa de campo na sala do primeiro ano e terceiro ano no período noturno, cada sala possuíam 20 alunos, porém nem todos quiseram responder a pesquisa. E nossa pesquisa de campo, teve como auge voltado para realidade do aluno da EJA, saber e conhecer o motivo na qual fez com que o aluno (a) opta-se por esta modalidade de ensino, aprofundar mais nas causas sociais e educacionais desta realidade e observar como está sendo o apoio pedagógico e político para que a modalidade de ensino continue em nossa sociedade.

 

 

1 INTRODUÇÃO

A Educação de Jovens e Adultos apresenta uma mera possibilidade que pode ser contribuída para a efetivação de um caminho e desenvolvimento de todas as pessoas, independente de sua idade. Ter um planejamento sobre esse processo é uma total responsabilidade social e educacional, pois a formação de cada individuo, depende totalmente do modo de ensino. Seria Importante que todas as pessoas concluíssem os seus estudos na idade certa, mais infelizmente não há a vivência desta realidade no meio social.

 

Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. (Art.37, §1º)

 

A educação de jovens e adultos (EJA) é um direito garantido pela legislação (LDB) Lei n° 9394/96. Onde é uma nova oportunidade para pessoas que por algumas dificuldades pararam seus estudos, onde tem variadas práticas e propostas para a ajuda no seu desempenho, e tem por objetivo permitir que pessoas adultas, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade convencional, possam retomar seus estudos e recuperar o tempo perdido.

No início dos anos 60, a alfabetização de adultos compôs as estratégias de ampliação das bases eleitorais e de sustentação política das reformas que o governo pretendia realizar. A efervescência políticosocial do período compôs o cenário propício à experimentação de novas práticas de alfabetização e animação sociocultural desenvolvida pelos movimentos de educação e cultura popular, que em sua maioria adotaram a filosofia e o método de alfabetização proposto por Paulo Freire. (BRASÍLIA 2008, p.23).

Através desta pesquisa de campo, tivemos um olhar mais amplo e aprofundado mediante a realidade dos alunos (as), da modalidade de ensino da EJA, descobrindo o porquê da desistência de cada um e qual o motivo que levaram a retornarem á escola e por fim questionar os preconceitos dos alunos (as), em relação ao ensino.

Esta pesquisa teve como objetivo geral; Conhecer sobre os sujeitos da EJA e saber sobre o método de ensino aplicado e o Objetivo Específico; Analisar os motivos na qual levaram á desistência de cada aluno (a).

A metodologia utilizada em nossa pesquisa de campo foi em forma de um questionário com 13 perguntas, onde fomos numa instituição na qual é uma extensão daEJA e realizamos oquestionário para cada aluno (a), e assim fomos registrando cada resposta apresentado nos questionários pelos alunos (as), em sala de aula no período do dia quatorze de março de dois mil e dezesseisna Escola Estadual Rui Barbosa situado no Bairro Cidade, Alto Floresta, MT.

O método de abordagem usado para elaboração do nosso trabalho foi o indutivo. Para Lakatos e Marconi (2010, p. 68), “a indução é um processo mental por intermédio do qual,partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma geral ou universal, não contida nas partes examinadas”.

O trabalho tem por justificativa conhecer o perfil dos sujeitos da EJA de Alta Floresta, e quais os desafios que enfrentam para estudar.

 

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é vista por muitos como uma forma de alfabetizar quem não teve oportunidade de estudar na infância ou aqueles que por algum motivo tiveram de abandonar a escola. Felizmente, o conceito vem mudando e, entre os grandes desafios desse tipo de ensino, agora se inclui também a preparação dos alunos para o mercado de trabalho o que ganha destaque nestes tempos de crise econômica. Cabe ao professor como educador que contribui para a educação do educando e sendo assim tem que estar pautado em socializar seus conhecimentos, visando uma educação de qualidade para o educando; torna-se educador, no decorrer de sua existência, ensinando o conhecimento ao aprendiz; com isso o educador ganhou uma parte importante de responsabilidade sobre que é ensinar.

Na atuação pedagógica deve ser acrescentada a dimensão educativa, que lhe é imputada por força de sua própria definição institucional. O Professor é um educador... e, não querendo sê-lo, torna-se um deseducador. Professor-Instrutor qualquer um pode ser dado que é possível ensinar relativamente com o que se sabe; mas Professor/ Educador nem todos podem ser, uma vez que só se educa o

que se é (ROMÃO, 2001, p.61 ).

 

De algum modo todos somos educador, mas o educador é institucionalizado estabelecendo relações metódicas, formais e sistemáticas com outros educadores sempre procurando orientar e mediar o conhecimento cognitivo.

 

Na escola Estadual Rui Barbosa situado no Bairro Cidade Alta, fizemos a pesquisa na sala de primeiro ano e terceiro ano no período noturno, a sala continham 20 alunos (as), sendo que nem todos quiseram participar da entrevista em ambas as salas, onde no primeiro ano apenas 12 responderame 9 alunos (as) no terceiro ano, as idades eram variadas: entre 21 alunos (as), 13 tinha faixa etária de 18 a 20 anos, 3 alunos (as) dos 21 aos 26 anos, 2 alunos (as) de 26 a 32 anos e 3 alunos (as) de 37 a 41 anos, assim através desses dados podemos analisar como as salas são mescladas mediante à idades, porém ambos procuram esta modalidade de ensino com o mesmo objetivo; concluir seus estudos.

E através da pesquisa de campo mediante os dados coletados foi constado que entre os 21 alunos (as) entrevistados, 16 moram em bairros próximos da escola, 4 moram em bairros rurais e apenas 1 que mora no Bairro Panorama, na qual atravessa a cidade até chegar à escola.

Mediante aos dados coletados é importante analisar o perfil do aluno (a), na qual saber o motivo que causou seu abandono da escola na idade certa é de suma importância.

Quadro 1: Motivo de Abandono Escolar

Causas	Quantidade
Trabalho	6
Reprovação	2
Falta de interesse	3
Casamento	5
Falta de incentivo	1
Motivos familiares	2
Escolas distantes	2
Más influências	1

Fonte: Questionário EJA

 

Através destacoleta de dados podemos ver qual o motivo de cada aluno (a), o que realmente fez com largassem seus estudos, com a realização deste trabalho visualizamos cada situação e buscamos compreender a realidade como um contexto diferente.

Para os entrevistados, cada ano que ficaram fora da sala de aula representa muito, poisos períodos fora de sala variam de:

 

 

Quadro 2: Tempo Fora de Sala de Aula

Quantidade	Tempo
13	1 a 5 anos
3	6 a 10 anos
1	11 a 15 anos
1	16 a 20 anos
2	21 a 30 anos

Fonte: Questionário EJA

Os anos que foram perdidos foram bem desgastantes, apenas um educando não ficou fora da escola, procurou a instituição de ensino por motivos de reprovação. Os entrevistados têm como base para o seu recomeço de estudo, uma perspectiva de novos sonhos e bases, que foi apresentada do seguinte motivo:

Quadro3: Motivo do Retorno

Motivo	Quantidade
Cursar universidade	18
Somente p/ a conclusão do Ensino Médio	3

Fonte: Questionário EJA

Profissões exercidas de cada entrevistado:

Quadro 4: Profissão que Exerce

Profissões	Quantidade
Salgadeira	2
Ajudante de pedreiro	1
Manutenção de ar condicionado	1
Metalúrgico	1
Serviços gerais	1
Entregador	1
Pintor	1
Lombador	1
Vendedora	1
Balconista	1
Lavador	1
Agente de Saúde Ambiental	1
Repositor	1
Fabricante de pisos de madeira	1
Nenhuma	6

Fonte: Questionário EJA

Suas funções trabalhistas dãonas suas rendas mensais os seguintes valores:

Quadro 5: Renda Mensal

Renda		Quantidade
Menos de 1 Salário Mínimo		1
1 Salário Mínimo		8
2 Salário Mínimo		7
3 e 5 Salário Mínimo		2
Outros valores	1
Nenhuma renda	2

Fonte: Questionário EJA

Entre os entrevistados, alguns querem ingressar no Ensino Superior e querem fazer as seguintes Graduações:

Quadro 6:

Curso Superior	Quantidade
Direito	2
Arquitetura	1
Farmácia	1
Agronomia	1
Educação Física	3
Veterinária	1
Engenharia Civil	1
Pedagogia	2
Engenharia Mecatrônica	1
Jornalismo	1
Zootecnia	1
Indecisos	3
Nenhuma	3

Fonte: Questionário EJA

Através da pesquisa de campo, conseguimos também obter a informação em relação aométodode ensino da EJA. De acordo com os entrevistados, 5 achavam que o ensinoiria de acordo com suas necessidades,6que o ensino vai ao encontro de expectativas e 10 acham que o ensino supre suas necessidades e vai além das expectativas esperadas.

Os 21 alunos entrevistados sempre estudaram em Escolas Públicas, e através dos dados coletados, podemos observar que todos frequentaram escolas regulares antes de optar pela modalidade de ensino EJA.

Entre os entrevistados, 19 consideravam ensino de boa qualidade, 1 que o ensinoé fraco e 1 não soube responder.

Dentre os 21 entrevistados, 10 educandos disseram que não tem dificuldades nenhuma para ir para a escola, 1 disse que a dificuldade maior é morar longe da escola, 5 disseram que o cansaço do trabalho os deixam meio desanimados para estudarem e isso dificulta nos estudos, 3 disseram que o cansaço do dia-a-dia dificultam a ida a escola, 2 disseram que a dificuldade maior é por se distraírem com facilidade e isso tira o foco da aula e acaba dificultando na aprendizagem.

Dentro de cada questão que foi respondida,da para observar bem a realidade dos sujeitos que frequentam a EJA. Podem-se notar várias questões e motivos que fizeram os com que os entrevistados optassem por esta modalidade de ensino, pois a realidadevai de acordo com necessidade de cada um. Com os dados coletados, observamos algumas dificuldades que os entrevistados não terminassem seus estudos na idade certa, eles veem a EJA como algo de extrema importância e necessária, pois faz com que eles despertem a vontade de retornarem ao âmbito escolar. E isso faz com que possamos entender e compreender a realidade dos sujeitos da EJA e saber receber este aluno (a) e oferecer um ensino de qualidade, que está cada vez mais se fazendo necessária no meio social, que além de ser um resgate educacional éuma demanda muito grande relacionada a escolhas forçadas e sem aproveitamentos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste trabalho realizado numa Instituição que aplica a modalidade de ensino da EJA, obtemos apenas resultados positivos, onde tivemos a oportunidade de vivenciar uma modalidade de ensino totalmente diferente da nossa realidade e com isso o avanço esperado teve grande resultado em relação a nossa futura formação profissional.

A importância de um trabalho voltado para essa modalidade é realmente inovador, tanto na vida social quanto na educacional, pois adquirir novos conhecimentos é de sum importância nesta etapa de nossa vida.

Através do desenvolvimento deste trabalho podemos notar a importância da preparação e da didática aplicada pelos profissionais que trabalham nessa modalidade, poiscada pessoa que frequenta a EJA passa ou já passou por algo sistemático que a prejudicou ou até mesmo ainda prejudica na sua vida social e com isso tem como visão maior o professor, na qual confia totalmente e por ultrapassarem a idade, esperam uma maior dedicação dos profissionais.

A parte mais importante dessa pesquisa de campo é saber conhecer e lidar com diversas situações e problemas voltados a realidade de nossos alunosdurante nossa vida profissional.

Os questionários aplicados aos alunos da EJA, fez com que possamoscompreender a realidade dos sujeitosentrevistados, tanto na vida pessoal quanto na vida social de cada um e aprender com eles próprios que nunca é tarde para recomeçar.

 

 

BIBLIOGRAFIA

Alfabetização de jovens e adultos no Brasil: lições da prática.—Brasília : UNESCO, 2008.

 

Alfabetização de Adultos—Brasil 2. Educação de Adultos— Brasil I. UNESCO

 

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.