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DIFICULDADES DE VACINAÇÃO EM CRIANÇAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19

 

VACCINATION CHALLENGES IN CHILDREN DURING THE COVID-19 PANDEMIC

Claudiana Rosário Silva Santos1

Elizaine Aparecida Guimaraes Bicalho2

 

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Patos de Minas, como requisito parcial para a conclusão de Graduação em Biomedicina

 

Orientador (a): Ms. Elizaine Aparecida Guimaraes Bicalho

 

 

Agradecimento

 

Em primeiro lugar, minha família merece um agradecimento especial. A vocês, meu marido, filhos e amigos queridos, agradeço por seu apoio inabalável, paciência e incentivo ao longo deste caminho desafiador. Suas palavras de ânimo e apoio emocional foram fundamentais para que eu pudesse enfrentar os obstáculos e manter o foco na realização deste projeto.

À minha dedicada orientadora e ao respeitável professor que me guiaram ao longo desta jornada, expresso minha gratidão profunda. Suas orientações, sabedoria e comprometimento foram essenciais para o desenvolvimento deste trabalho, enriquecendo meu conhecimento e minha capacidade de pesquisa.

Agradeço também a todos os colegas e amigos que compartilharam insights valiosos e contribuíram de diversas maneiras para o sucesso deste projeto.

Por fim, agradeço a todos os profissionais da instituição de ensino e das bibliotecas que tornaram acessíveis os recursos necessários para esta pesquisa.

A todos vocês, meu mais profundo agradecimento. Este trabalho é o resultado de um esforço coletivo e do apoio inestimável que recebi ao longo do caminho.

Muito obrigada.

 

 

 

RESUMO

A vacinação é a principal estratégia de prevenção primária de doenças e uma das medidas de evitar mortes em crianças e adolescentes em saúde pública, com melhor custo-efetividade A vacinação em crianças contribui para o controle e a erradicação de várias doenças infecciosas e desempenha um papel importante na estimulação do sistema imunológico reduzindo as doenças evitáveis e preveníeis através da vacinação infantil .Durante a pandemia tivemos o abandono na vacinação de crianças de várias faixas etárias o que levou ao aparecimento de várias doenças já erradicadas A escolha do tema sobre vacinação infantil durante a pandemia de COVID-19 tem uma relevância social inegável. Em um contexto de crise sanitária global, a proteção das crianças contra doenças evitáveis por vacinação é de extrema importância. Objetivou-se analisar o contexto da vacinação infantil durante a pandemia de COVID-19, destacando a importância crucial desse procedimento para a saúde pública. Além disso, buscou-se compreender os desafios enfrentados na manutenção das taxas de imunização e as estratégias necessárias para garantir que crianças recebam as vacinas essenciais para sua proteção e para a segurança da comunidade em geral. Para realização deste artigo foram pesquisados artigos em duas das principais bases de dados acadêmicas, SciELO e Google Acadêmico. A vacinação não apenas protege as crianças contra as doenças preveniveis mas também contribui para a redução da disseminação dos microrganismos na comunidade, promovendo um efeito positivo na saúde pública. Embora não se possa afirmar categoricamente que a pandemia de COVID-19 e as medidas de distanciamento social foram as causas diretas da redução na imunização, foi possível perceber que houve uma influência significativa.

 

Palavras-chave: Vacinação. Crianças. Pandemia. COVID-19.

 

 

ABSTRACT

Vaccination is the main strategy for primary disease prevention and one of the most cost-effective measures to prevent deaths in children and adolescents in public health. Vaccination in children contributes to the control and eradication of various infectious diseases and plays a role important in stimulating the immune system, reducing preventable and preventable diseases through childhood vaccination. During the pandemic, we had the abandonment of vaccination of children of various age groups, which led to the emergence of several already eradicated diseases. The choice of the topic on childhood vaccination during the COVID-19 pandemic has undeniable social relevance. In a context of global health crisis, protecting children against vaccine-preventable diseases is extremely important. The objective was to analyze the context of childhood vaccination during the COVID-19 pandemic, highlighting the crucial importance of this procedure for public health. Furthermore, we sought to understand the challenges faced in maintaining immunization rates and the strategies needed to ensure that children receive the vaccines essential for their protection and the safety of the community in general. To carry out this article, articles were searched in two of the main academic databases, SciELO and Google Scholar. Vaccination not only protects children against complications from COVID-19, but also contributes to reducing the spread of the virus in the community, promoting a positive effect on public health. Although it cannot be categorically stated that the COVID-19 pandemic and social distancing measures were the direct causes of the reduction in immunization, it was possible to see that there was a significant influence.

 

Keywords: Vaccination. Children. Pandemic. COVID-19.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

A vacinação em crianças desempenha um papel crucial na proteção da saúde infantil e na prevenção de doenças graves. As vacinas são uma forma eficaz de estimular o sistema imunológico a reconhecer e combater agentes infecciosos, como vírus e bactérias, proporcionando imunidade duradoura. A imunização adequada durante a infância é fundamental para reduzir a incidência de doenças evitáveis e suas complicações (BRASIL, 2019; OMS, 2020; OMS, 2022).

A vacinação em crianças contribui para o controle e a erradicação de várias doenças infecciosas. Por meio da imunização, é possível prevenir doenças como sarampo, rubéola, caxumba, varicela, poliomielite, hepatite B, entre outras. Essas doenças podem ter consequências graves para a saúde das crianças, causando complicações como pneumonia, encefalite, surdez, cegueira e até mesmo morte (SMITH, JOHN; JOHNSON, 2022).

Além de proteger a própria criança, a vacinação tem um impacto positivo na saúde coletiva, contribuindo para a redução da circulação dos agentes infecciosos na comunidade. Esse efeito é conhecido como imunidade de rebanho ou coletiva. Quando um número significativo de indivíduos é vacinado, o risco de transmissão da doença é reduzido, protegendo também aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde (GUO et al., 2020; OMS, 2022).

É importante ressaltar que a vacinação em crianças é respaldada por evidências científicas e amplamente recomendada por organizações de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde. Essas instituições fornecem diretrizes e calendários de vacinação, levando em consideração a segurança e eficácia das vacinas, bem como a proteção individual e coletiva (BRASIL, 2019; OMS, 2020; OMS, 2022).

Justificou-se a escolha de tal tema pois pesquisas sobre vacinação infantil durante a pandemia de COVID-19 possuem uma relevância social inegável. Em um contexto de crise sanitária global, a proteção das crianças contra doenças evitáveis por vacinação é de extrema importância. Garantir a imunização desses jovens não apenas preserva a saúde individual, mas também contribui para a segurança coletiva, reduzindo a circulação do vírus na comunidade. Além disso, ao manter as crianças saudáveis, evitamos o impacto emocional e financeiro que a doença pode trazer para as famílias, especialmente em um momento já desafiador como o da pandemia.

A vacinação infantil é um pilar fundamental na promoção da saúde da população. Ao proteger as crianças contra uma série de doenças infecciosas, estamos prevenindo complicações graves e, em alguns casos, até mesmo mortes prematuras. Além disso, a imunização durante a infância contribui para a formação de uma população mais saudável e resiliente no longo prazo. Em meio à pandemia de COVID-19, a manutenção das taxas de vacinação é essencial para evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde, garantindo que recursos e atendimento estejam disponíveis para todos que necessitam.

Do ponto de vista científico, a pesquisa sobre vacinação infantil durante a pandemia proporciona insights valiosos sobre como a emergência sanitária afetou os programas de imunização. Analisar dados epidemiológicos e padrões de vacinação em meio à crise da COVID-19 oferece informações preciosas para a tomada de decisões e formulação de políticas públicas. Além disso, a pesquisa contribui para o aprimoramento dos sistemas de vigilância epidemiológica, fornecendo dados atualizados sobre a cobertura vacinal e possíveis lacunas que precisam ser abordadas. Esse conhecimento é essencial para a construção de estratégias eficazes de imunização em cenários de emergência.

Portanto, este artigo tem como objetivo analisar o contexto da vacinação infantil durante a pandemia de COVID-19, destacando a importância crucial desse procedimento para a saúde pública. Além disso, busca-se compreender os desafios enfrentados na manutenção das taxas de imunização e as estratégias necessárias para garantir que crianças recebam as vacinas essenciais para sua proteção e para a segurança da comunidade em geral. A pesquisa se apoia em estudos recentes e análises de dados epidemiológicos para fornecer uma visão abrangente sobre a relevância da vacinação infantil, especialmente em tempos de emergência sanitária global.

 

 

2 MATERIAL E MÉTODOS

 

Esta pesquisa consiste em uma revisão narrativa que tem como objetivo analisar e sintetizar os estudos científicos publicados a partir do ano de 2020 sobre o tema em questão. A escolha do período a partir de 2020 se deve à relevância e urgência trazida pela pandemia de COVID-19, o que implica em possíveis mudanças e adaptações nas estratégias de vacinação infantil.

A busca por artigos foi realizada em duas das principais bases de dados acadêmicas, a saber, SciELO e Google Acadêmico. Essas plataformas foram selecionadas devido à sua abrangência e representatividade na compilação de trabalhos científicos de diversas áreas do conhecimento.

Foram utilizados termos de busca específicos relacionados à vacinação infantil durante a pandemia de COVID-19, como "vacinação infantil em tempos de pandemia", "impacto da COVID-19 na imunização infantil", entre outros. A escolha dos termos de busca teve como objetivo direcionar a pesquisa para artigos que abordassem diretamente a temática da vacinação em crianças no contexto da pandemia.

A seleção dos artigos foi realizada de forma criteriosa, levando em consideração a relevância do conteúdo para a discussão proposta. Foram incluídos trabalhos que abordassem dados atualizados, tendências e perspectivas relacionadas à vacinação infantil em tempos de pandemia.

A análise dos artigos envolveu a leitura minuciosa do conteúdo, identificação de dados relevantes e síntese das principais conclusões e recomendações apresentadas. Os resultados foram organizados e apresentados de forma a proporcionar uma visão abrangente sobre o tema, destacando os principais achados e contribuições dos estudos selecionados.

 

 

3 REFERENCIAL TEÓRICO

 

3.1 Vacina e Vacinação Importâncias e Características

 

A origem das vacinas remonta ao final do século XVIII, quando o médico inglês Edward Jenner desenvolveu a primeira vacina contra a varíola. Jenner observou que as pessoas expostas ao vírus da varíola bovina adquiriam imunidade à varíola humana. Com base nessa observação, ele realizou experimentos nos quais inoculou o vírus bovino em indivíduos, conferindo-lhes proteção contra a varíola. Essa descoberta revolucionária abriu caminho para a criação de outras vacinas (WHO, 2017; BUTANTAN, 2019)

Desde então, a ciência das vacinas avançou consideravelmente, e hoje temos vacinas eficazes e seguras contra uma variedade de doenças infecciosas. O processo de desenvolvimento de uma vacina envolve a identificação do agente infeccioso e o estudo de sua resposta imunológica no organismo humano. Com base nesses conhecimentos, os cientistas podem criar vacinas que estimulam o sistema imunológico a reconhecer e combater o agente patogênico sem causar a doença (SOUSA OLIVEIRA et al., 2022).

Existem diferentes tipos de vacinas, como as vacinas de vírus atenuado, vírus inativado, toxóide e subunidade. Cada tipo utiliza uma abordagem específica para desencadear a resposta imunológica e conferir proteção contra a doença. O processo de produção de vacinas envolve o cultivo dos agentes infecciosos em laboratório, sua inativação ou atenuação, purificação e formulação em doses seguras para administração (WHO, 2017; BUTANTAN, 2019)

As vacinas têm sido fundamentais para o controle e a prevenção de doenças infecciosas em todo o mundo. Elas desempenham um papel crucial na redução da morbidade e mortalidade, além de contribuírem para a erradicação de doenças como a poliomielite e a varíola. A pesquisa contínua e o aprimoramento das vacinas são essenciais para enfrentar os desafios dos novos agentes infecciosos e garantir a proteção da saúde pública (SOUSA OLIVEIRA et al., 2022).

O COVID-19, ou doença causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, surgiu no final de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Esse novo vírus pertence à família Coronaviridae e é similar ao coronavírus responsável pela epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) em 2002-2003. O SARS-CoV-2 é um vírus de RNA de sentido positivo, envelopado e com um genoma de aproximadamente 30 mil bases (ROSA; PEIXOTO, 2022).

Estudos genômicos têm revelado que o SARS-CoV-2 compartilha semelhanças com outros coronavírus encontrados em morcegos, sugerindo que esses animais podem ser a origem zoonótica do vírus. A transmissão inicial para os humanos pode ter ocorrido em um mercado de frutos do mar em Wuhan, onde animais selvagens também eram comercializados. O vírus se espalhou rapidamente de pessoa para pessoa, principalmente por meio de gotículas respiratórias e contato próximo (FARO, 2020).

A infecção pelo SARS-CoV-2 pode variar de assintomática a sintomas leves, como febre, tosse e falta de ar, até formas graves, com pneumonia e insuficiência respiratória. Além disso, tem sido observado que indivíduos mais velhos e aqueles com comorbidades têm maior risco de desenvolver complicações graves. A disseminação do vírus levou a uma pandemia global, com impactos significativos na saúde pública, economia e sociedade como um todo (FERREIRA et al., 2022).

 

3.2 A Crise Pelo Abandono Vacina de Crianças na Pandemia de COVID-19

 

Um estudo conduzido por Rodrigues et al., (2022) com o objetivo de identificar aglomerados espaciais de abandono de vacinas de rotina em crianças. O estudo foi realizado no estado de Minas Gerais, Brasil, e trata-se de um estudo ecológico e de base populacional. Foram utilizadas técnicas de análise de varredura espacial para avaliar o abandono vacinal em níveis subnacionais ou regionais.

A mesma autora assevera que diante do cenário de interrupções nos programas de imunização de rotina em 2020, especialmente durante as fases iniciais da pandemia de COVID-19, uma atenção singular e um planejamento estratégico condizente com as características de cada localidade são necessários para a redução do abandono vacinal. Além disso, embora análises recentes demonstrem as interrupções nos programas de imunização de rotina em 2020, em uma revisão sistemática da literatura não se identificaram estudos que considerassem o território em unidades espaciais com maior nível de desagregação, a exemplo do estado de Minas Gerais, segundo estado mais populoso do Brasil. Dessa forma, o estudo buscou identificar aglomerados espaciais de abandono de vacinas de rotina em criança (RODRIGUES et al, 2022).

O estudo identificou heterogeneidades espaciais no abandono vacinal em todo o estado de Minas Gerais, com a presença de aglomerados estatisticamente significativos para o abandono das quatro vacinas em todos os anos analisados. No entanto, o maior número de aglomerados com elevadas estimativas dos riscos relativos foi identificado no ano de 2020. Destaca-se as macrorregiões do Vale do Aço e Oeste; Norte e Oeste; e Sudeste para as vacinas pentavalente, poliomielite e rotavírus, respectivamente.

A pesquisa de Rodrigues et al., (2022), ainda sugere que um planejamento estratégico condizente com as características de cada localidade é necessário para a redução do abandono vacinal. Além disso, um estudo recente demonstrou que as mortes evitáveis pela vacinação de rotina superam o excesso de risco de morte por COVID-19 associado ao comparecimento no serviço de saúde para a vacinação. Portanto, é importante que as autoridades de saúde continuem a promover a importância da vacinação de rotina e adotem medidas para garantir a segurança dos pacientes e profissionais de saúde durante a pandemia.

Em sua pesquisa Souto (2022) enfatiza que as vacinas ajudam a prevenir doenças ao estimular o sistema imunológico do corpo a produzir uma resposta de defesa contra um agente causador de doenças específico, como um vírus, bactéria ou toxina. Quando uma pessoa é vacinada, seu corpo reconhece o agente causador da doença como um invasor e produz anticorpos para combatê-lo. Esses anticorpos permanecem no corpo da pessoa, prontos para combater o agente causador da doença se ele entrar no corpo novamente. Dessa forma, a vacinação ajuda a prevenir a doença ou reduzir sua gravidade se a pessoa for infectada

Complementa ainda que é importante vacinar as crianças durante a pandemia de COVID-19 porque elas também podem ser infectadas pelo vírus e desenvolver a doença. Embora a maioria das crianças tenha sintomas leves ou nenhum sintoma, algumas podem desenvolver complicações graves, como a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), que pode ser fatal. Além disso, as crianças podem transmitir o vírus para outras pessoas, incluindo aquelas que têm maior risco de desenvolver complicações graves, como idosos e pessoas com condições médicas subjacentes. A vacinação infantil também contribui para a maior cobertura vacinal na população, colaborando para a redução do impacto epidemiológico da COVID-19.

Por sua vez o estudo de Lima; Faria e Kfouri (2021) apresenta que a COVID-19 impacta crianças e adolescentes de forma menos intensa em comparação com adultos, representando de 1 a 5% dos casos confirmados. Embora prevaleçam formas leves ou assintomáticas nesse grupo, complicações graves como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) podem ocorrer, acarretando em riscos significativos. Além disso, destaca-se a manifestação de COVID-19 prolongada, com implicações notáveis nos aspectos cognitivos, nutricionais e de segurança. Diante desse cenário, este artigo tem como objetivo abordar a relevância da vacinação contra a COVID-19 para a população pediátrica, bem como a necessidade de monitoramento de eventuais efeitos adversos.

O estudo de Procianoy et al., (2022) teve como propósito avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na taxa de vacinação para crianças com menos de um ano no Brasil. Utilizando dados do Programa Nacional de Imunizações, foram analisadas as coberturas vacinais de dez vacinas ao longo dos últimos oito anos (2013-2020). Os resultados revelaram que em 2020 houve uma significativa diminuição na média da cobertura vacinal em comparação aos anos anteriores, registrando-se o menor valor, 75,07%, em contraste com os 84,44% de 2019, o que representou uma queda de 11,10%. Ademais, no ano da pandemia, nove das dez vacinas analisadas atingiram seus valores mais baixos de cobertura, todas ficando pelo menos 14 pontos percentuais abaixo das metas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. Embora já existisse uma tendência de declínio na cobertura vacinal, o estudo indica que os valores observados em 2020 foram consideravelmente inferiores, um fenômeno também constatado em outros países.

 

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A vacinação infantil assume um papel ainda mais crítico em tempos de pandemia, como a causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. O abandono vacinal de rotina durante o surto de COVID-19 tornou-se uma preocupação relevante, sendo essencial compreender as implicações e ações necessárias para garantir a imunização das crianças. A vacinação não apenas protege as crianças contra as complicações da COVID-19, mas também contribui para a redução da disseminação do vírus na comunidade, promovendo um efeito positivo na saúde pública.

Os resultados apontam para heterogeneidades significativas no abandono vacinal em todo o estado, com um destaque para o ano de 2020, evidenciando áreas de maior risco nas macrorregiões do Vale do Aço e Oeste; Norte e Oeste; e Sudeste, para as vacinas pentavalente, poliomielite e rotavírus, respectivamente. Portanto, é fundamental que as autoridades de saúde reforcem a relevância da vacinação de rotina e implementem medidas para garantir a segurança tanto dos pacientes quanto dos profissionais de saúde durante a pandemia.

Os estudos concluíram ainda que, embora não se possa afirmar categoricamente que a pandemia de COVID-19 e as medidas de distanciamento social foram as causas diretas da redução na imunização, é possível inferir que houve uma influência significativa.

 

 

REFERÊNCIAS

 

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1 Graduanda em Biomedicina pela Faculdade Patos de Minas, 2023. email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Lattes:

2 Orientadora. Docente do curso de Biomedicina pela FPM com graduação em Enfermagem pela Unipam, Mestre em Promoção de saúde pela Unifran, e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..