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O PAPEL DA FAMÍLIA/ESCOLA NO COMBATE DA INDISCIPLINA ESCOLAR

Daiane Aparecida Lourenção

Eliane Maria Dos Santos Kerber

Patricia Juchem

 

 

RESUMO

Com o aumento da queixa de alunos indisciplinados, professores estressados e pais despreparados fez-se importante realizar uma pesquisa na Escola Municipal Sueli Olmira Pereira para compreender o porquê deste fenômeno no âmbito escolar.

 

Palavras-chave: Alunos. Indisciplinados.

 

 

Abstract

With the increase of complaint of students undisciplined, stressed teachers and parents unprepared it became important perform a search at Escola Municipal Sueli Olmira Pereira to understand Why Because of this phenomenon in the school environment.

 

Keyword: Undisciplined. Students.

 

 

1- Introdução

 

A falta de limites na sala de aula é uma realidade comum nas escolas brasileiras, alunos indisciplinados, professores estressados, pais ausentes são exemplos de uma realidade que precisa ser mudada com urgência para que assim nossa sociedade tenha cidadãos bem resolvidos e ativos quanto formadores de opiniões.

Devido ao crescimento do índice de problemas escolares surgiu a ideia de fazer uma pesquisa com o intuito de verificar o perfil do aluno e compreender como ocorre a convivência (parceria) da equipe pedagógica com os pais, para isso foi escolhido a Escola Municipal Sueli Olmira Pereira onde realizou uma entrevista com os gestores e a professora do 5º ano e após um questionário com os alunos para entender o porquê desta falta de limites tão citada pela equipe.

Está pesquisa é imprescindível para os profissionais da educação por conter dicas que contribuem para sanar a indisciplina na sala de aula, já que o objetivo principal é compreender por que a falta de limites se tornou uma queixa tão agravante na atualidade.

 

 

2. Falta de limites, de quem é a culpa?

 

A relação família/escola vem se agravando a cada ano, atualmente é comum ouvir reclamações de professores e gestores ressaltando que numa reunião com 25 pais apenas 10 ou menos comparece, e isso de fato é preocupante.

Antigamente quem participava das reuniões escolares eram quase por unanimidade as mães e isso foi diminuindo de acordo com o aumento do mercado de trabalho para mulheres, atualmente elas estão muito mais atarefadas, por ter emprego, ser dona de casa essa carga que as mulheres estão carregando faz com que a função mãe às vezes seja deixada de lado e os filhos se tornem indisciplinados.

A causa da escassez de pais em reuniões escolares pode também ser responsabilizada pela nova concepção de família que atualmente é encontrada na sociedade, principalmente pelo fato de ter um aumento excessivo nas separações de casais e consequentemente a criança passa a conviver com novos parceiros dos pais ou a morar com avós e tios.

Esse novo padrão de família não pode deixar de lado a sua responsabilidade de educar a criança que habita o lar, é deles que vêm os primeiros ensinamentos e é a partir do que ensina em casa que a criança refletirá seu comportamento na escola. Em todos os casos a família é o ponto de partida para o mau comportamento dos alunos na sala de aula, os pais sãos os espelhos para as crianças e suas ações contribui para que a disciplina ou indisciplina. Vergés e Sana (2012, p.30) ressaltam que

 

Os filhos demonstram na escola o que aprendem em casa com seus pais. Quando surgem circunstâncias contrárias aos seus desejos, comportam-se exatamente do mesmo modo com seus pais lidam com eles, ou seja: pais autoritários, que intimidam seus filhos com ameaças e agressões, tornam seus filhos agressivos diante de algum conflito, pois só conseguem resolver as coisas dessa maneira.

 

Quando chegam à escola os alunos vão se impondo as regras conforme aprendem em casa, fazem birra, agridem e explodem por apenas não aceitarem os combinados da sala, outras vezes por ter tudo na mão querem a atenção da professora o tempo todo e isto a deixa de mãos atadas, tendo a turma para auxiliar e aquele aluno no seu pé gritando, atrapalhando os outros por uma falta de atenção que ou é exagerada em casa ou é ausente de tudo.

Os professores por terem cargas horárias grandes e estarem sempre muito atarefados, muitas das vezes, olham aquele aluno rebelde como um fardo a ser carregado e prefere dar sermões, levar a diretoria, tirar brincadeira ou aulas que o aluno gosta como meio de feri-lo e isto apenas vira uma bola de neve, ninguém para e resolve aquela dor do aluno prefere ferir ainda mais.

Então fica claro que não existe um culpado para a rebeldia das crianças, porém existem fatores que contribuem drasticamente para a ocorrência de conflitos que geram um grande desconforto para todos. Pais, professores e gestores devem estar unidos por que estão trabalhando para a formação da criança, é normal vivenciar uma guerra onde cada um discursa o porquê do outro ser culpado sendo que deveriam juntos se unir e trabalhar para o bem de cada aluno.

 

2.1 Metodologias sugeridas para sanar a indisciplina na sala e aula

A indisciplina na sala de aula está longe ter um término, mas por ser um tema atual e crítico é comum sugestões de atividades e ideias para estar aprimorando nas escolas brasileiras, seja para os gestores, professores, alunos ou pais, o que de fato importa é que se todos trabalharem unidos o foco da falta de limites diminuirá gradativamente.

O que não pode ocorrer é um ficar colocando a culpa no outro e ninguém fazer nada, é preciso buscar alternativas de mudanças e trabalhar incansavelmente para que o resultado seja sempre grandioso, conforme cita Vasconcellos (1956, p.53) [...] o problema inicial é definir a qualidade desta mudança; depois, é mantê-la, é conseguir sustentá-la, ou seja, fazer com que seja uma mudança duradoura.

Fica explicito que a escola culpar os pais e os pais a escola só aumenta o foco de indisciplina, sendo de suma importância um gestor que resolva começar a fazer alguma coisa sobre o tema, buscando meios para que todos estejam envolvidos em prol de uma educação de qualidade, onde as discussões ocorrem apenas quando o professor sugere algum tema para fazer um debate saudável sobre a opinião de cada aluno.

 

2.1.1 Papel dos gestores

Os gestores estão à frente da escola com o principal objetivo de conduzir, aprimorar, transformar e melhorar o índice de aprendizagem dos alunos, para isso é fundamental que toda equipe seja unida em prol da escola, para isso deve trabalhar para que a estrutura da escola seja chamativa e prazerosa para os alunos, com espaços para brincadeiras na hora do recreio, formação continuada para os professores e um ambiente organizado com recursos apropriados para que possam trabalhar com dignidade.

Para Vasconcellos (1994, p.60) A escola deve investir prioritariamente na formação permanente e em serviço do professor, para que possa ter melhor compreensão do processo educacional e métodos de trabalho mais apropriados.

Quando os professores estão motivados e preparados para assumir sua sala de aula, tudo facilita para sanar qualquer dificuldade que venha surgir no dia a dia, ele contribui para a boa convivência entre a escola e os pais. Para ter uma convivência tranquila com a comunidade escolar diariamente atendida é necessário criar algumas alternativas criativas que promova a união e participação dos pais em todos os projetos lançados pela escola, seguindo essa linha de raciocínio segue algumas ideias que podem ser aderidas nas escolas:

 

2.1.1.1 Matrícula

Logo no primeiro contato, cabe ao diretor ou ao coordenador mostrar e a proposta pedagógica, ouvir dúvidas e responder com clareza. Com a matrícula efetuada é fundamental anexar os dados do aluno, principalmente na área da saúde, definir em conjunto quais serão os canais de comunicação (bilhetes, e-mails, telefone).

Entregar para os pais no ato da matrícula dicas que irão auxiliar no decorrer do ano letivo:

 

Atitudes que favorecem o sucesso dos filhos

1. Fale sempre bem da escola para criar em seu filho uma expectativa positiva em relação aos estudos.

2. Na volta, procure saber como foi o dia dele, o que aprendeu e como se relacionou com todos.

3. Conheça o professor e converse com ele sobre a criança e o trabalho dela na escola

4. Em caso de notas baixas, não espere ser chamado: vá à escola para saber o que está acontecendo e não deixe de participar das reuniões.

5. Resolva diretamente os problemas entre você, seu filho e o professor e só recorra a outros em último caso.

6. Ajude nas lições de casa.

*Adaptado da cartilha elaborada por Antônio Carlos Gomes da Costa e Odelis Basile para a EE Rodrigues Alves, em São Paulo.

 

 

2.1.1.2 Reuniões

A comunidade escolar é predominantemente de pais que trabalham, tendo dificuldade para sair do serviço para ir a reuniões, nesse caso é de suma importância os gestores reformular o horário que estará acontecendo estas reuniões, frisando desde o início do ano que serão após o horário comercial, é interessante no convite da reunião citar os objetivos que serão tratados, assim os pais estarão cientes sobre o que será tratado, e para o encerramento fazer uma confraternização como por exemplos lanche ou até mesmo sorteio de lembrancinhas feitas pelos próprios alunos.

Pontos relevantes para as reuniões:

- Informar sobre os projetos didáticos e esclarecer como cada família pode contribuir.

- Promover palestras e debates que tenham como objetivo a formação dos pais, tratando de assuntos de interesse geral, como saúde, mídia, drogas, sexualidade etc.

- Procurar demonstrar a importância deles em acompanhar seus filhos durante a vida escolar e como isso vai fazer a diferença, não só nesse período como em toda sua vida, pois pais responsáveis criam filhos responsáveis.

- Pedir que eles olhem os cadernos e ajudem na tarefa de casa de seus filhos com uma certa frequência, pois certamente isso refletirá em sala de aula.

- Destacar a função da escola com o ensino e abordar que a educação cabe aos pais, pois hoje nas escolas os professores além de desempenhar sua função de ensinar conteúdos devem também estar se preocupando com a educação e valores que muitos não possuem, sabemos que esse papel de educação, valores e respeito cabem aos pais transmitirem.

Após essa reunião coletiva da equipe pedagógica com os pais, os professores devem se posicionar para a entrega de boletins e conversar individualmente com cada pai.

 

2.1.2 Papel dos professores

É comum alunos irem à escola sem terem real interesse em aprender os conteúdos, alguns veem a escola para estar com seus amigos e acaba atrapalhando a concentração dos outros que são esforçados para apreender, nesse caso a indisciplina irá surgir se os alunos depararem com aulas monótonas e que oferece pouca atratividade.

Para Antunes (2002) é de suma importância ter professores preparados para estar numa sala de aula, pequenos detalhes fazem a diferença para solucionar a indisciplina dentre elas é sempre ter um bom plano de aula, com aulas atrativas com diferentes recursos para explicar o conteúdo, sempre buscando chamar a atenção dos alunos, outra meio é sempre o diálogo, o professor é o adulto e por isso deve criar alternativas de comunicação onde os alunos são ouvidos e que façam que cheguem a conclusão que precisa mudar, está auto avaliação possibilita uma relação mais próxima e consequentemente aulas tranquilas e produtivas.

O autor ainda ressalta sala disciplinada não é representada por sala silenciosa onde o professor é autoritário e as crianças não podem nem se mexer que lá vêm gritos e sermões infinitos, sala de aula não é uma prisão onde todos prendem seus pensamentos e apenas aprendem conteúdos, pelo contrário, é ali que formará cidadãos ativos e reflexivos sendo de extrema necessidade o professor planejar aulas onde os alunos exponham seus pensamentos e juntos construam ideias para a sua formação pessoal.

Existe sim uma troca de papel, onde os professores colocam apenas como importante o conteúdo e esquece que a escola é o primeiro contato com a amostra da sociedade e é ali que a criança aprende o respeito pelo próximo, o respeito pelas regras e aprende a fazer valer seus direitos e deveres, mas isto deixou de ser relevante prejudicando o aluno como cidadão.

É claro que não existem receitas prontas para sanar essa indisciplina, mas o docente precisa refletir onde está errando como formador de opiniões e após mudar sua metodologia na sala, é preciso olhar cada aluno como ser único e assim conduzir alternativas criativas para chamar esses alunos para suas aulas.

Seguindo essa visão segue algumas sugestões para apresentar aos professores, são elas:

- Utilizar recursos pedagógicos como jogos, pesquisas na internet sobre os temas que são abordados, isso faz com que eles sintam sujeito de sua aprendizagem;

- Elaborar jogos entre equipes sobre conteúdos que eles devem estudar, assim despertará interesse por parte deles para buscar aprender novos conteúdos para terem uma boa pontuação.

- Debates sobre temas polêmicos e atuais.

- Deixar claro que toda dúvida é importante.

- Conteúdos devem ser explicados com clareza, para isso use palavras, exemplos para que fique explicito o que quer com aquela tarefa.

- Sempre chegue à sala bem-humorada(o), faça brincadeiras e deixe um clima de leveza.

- Conteúdo difícil requer atenção e deixa alunos cansados e muitas vezes inseguros, para acamá-los promova atividades de relaxamento ou dinâmicas sobre o conteúdo para tirar a pressão do conteúdo.

Uma ótima ideia é sempre “elogiar em público, aconselhar em particular” ninguém gosta de levar sermão na frente de outras pessoas, mas isto é tão normal na sala de aula que alguns alunos indisciplinados usam como se fosse prêmios, porém o que de fato querem é atenção do professor e de seus colegas, o bom professor é o que usa elogios para presentear seus alunos e quando uma ação não foi legal, usa o chamar no final da aula para conversar, assim o aluno se sentirá ajudado e não advertido.

Tem professores que acreditam que entrar na sala bem-humorado faz com que os alunos aproveitem para fazer bagunça, por isso optam por estarem sempre fechados, ser um professor “bonzinho” para eles é aquele que não tem domínio de sala e deixa os alunos a vontade, e esse é um grande engano, como ressalta o autor Antunes (2002, p.60)

 

Ser amigo dos alunos, compreensivo e companheiro, ter a mentalidade aberta e acompanhar o processo de construção do conhecimento, agindo como agente entre os objetos do saber e a aprendizagem, ser para o aluno seu decifrador de códigos e receptor de suas muitas linguagens, significa estabelecer limites e construir democraticamente uma interação onde em lugar de opressão e da prepotência eleva-se a dignidade de quem educa, a certeza de quem planta amanhãs.

 

É necessário acabar com este estereótipo de que onde tem professor bonzinho tem-se alunos difíceis, na verdade quando o professor sabe lidar com seus alunos esclarecendo as regras, sendo primeiramente um parceiro de seus alunos, ganhando a confiança, com toda certeza suas aulas serão tranquilas e seus alunos estarão sempre empenhados, este professor sim está preparado para estar numa sala de aula.

 

2.1.3- Papel da família

A família é o ponto de equilíbrio na vida de uma criança, é no seio familiar que as crianças aprendem valores que são extremamente importantes para a sua formação pessoal. Atualmente a formação familiar vem mudando sua estrutura e seu conceito tradicional e muitas das vezes isso dificulta o diálogo que deve sempre estar presente para o bom rendimento da criança na escola.

Criança carente atrai falta de limites tanto dentro da sala quanto em casa, o não cumprimento de regras neste caso é um meio de chamar a atenção, na verdade eles estão gritando por dentro para que parem e os ajude infelizmente o que ganham é castigo que na maioria das vezes agrava ainda mais a situação.

Quando essas crianças vão à escola com uma base familiar desestruturada é normal terem momentos de rebeldia, eles são o espelho da casa, vão reproduzir o que aprendeu ali e por isso muitos professores se vêem perdidos e estressados quanto aos alunos indisciplinados por que também optam por rebater as más respostas quando deveria ter um olhar mais amplo e ajudar essa criança.

Para o autor Vasconcellos (1994) Os pais têm responsabilidade em acompanhar o andamento escolar de seus filhos, ajudá-los com a tarefa de casa, incentivar a gostar de estudar, ter um tempo para a criança para brincadeiras e conversas, sempre participar das reuniões pedagógicas da escola, ir a escola para ver como está o rendimento do seu filho e se preocupar com a qualidade de ensino que é ofertado. Esses são passos que contribuem para o crescimento do aluno, quando se tem pais preocupados têm-se alunos engajados e confiantes.

Outra etapa importante é sempre que aparecer alguma dúvida sobre como os profissionais estão trabalhando determinados assuntos é de suma importância ir à escola e conversar. O autor Vasconcellos (1994, p.105) ressalta

 

No caso de dúvida ou conflito em relação a atitudes da escola, procurar primeiro esclarecer com quem de direito na própria escola, antes de fazer comentários depreciativos com os filhos. A participação ativa e consciente dos pais ajuda a escola a cumprir melhor seu papel; no entanto, a intromissão apressada, irrefletida pode causar sérios danos. Quantas vezes não ficamos indignados com algo que o filho relata, e, quando vamos verificar, foi apenas um mal-entendido.

 

É comum ver pais alterados na porta da secretária por motivos toscos que poderiam ser resolvidos com uma boa conversa, um erro muito normal dos pais é ouvir algo de seus filhos e ir com sete pedras atacar os professores, sendo que muitas das vezes, seus filhos contam apenas a versão que lhe convém, gerando um grande desconforto e uma relação conflituosa entre a família e a escola, nesse caso quem perde, sem dúvidas nenhuma é o aluno.

 

 

3. Metodologia

 

A escola está localizada na Rua dos Oitis, s/n, Bairro Setor Industrial, no município de Guarantã do Norte – MT, seu publico alvo é as crianças do Ensino Infantil e Fundamental da Comunidade Aliança, Linha Morada do Sol, Bairro Industrial, Palmeiras e Maranata.

Foi realizada uma visita a escola para realizar uma entrevista com as gestoras e professora com o intuito de compreender quais as maiores dificuldades por elas encontradas para trabalhar com os alunos matriculados na escola. Tendo uma queixa sobre a indisciplina no 5º ano fez se necessário aplicar um questionário com cinco perguntas abertas com os alunos do 5º ano, para analisar o porquê desses alunos serem tão indisciplinados como foi citado.

Com os dados coletados foi efetuada uma análise através da abordagem quanti-qualitativa com o intuito de relatar a visão dos alunos sobre essa falta de limites gerada por eles na sala de aula, finalizando está analise com um estudo de caso para debater os dados obtidos entre os alunos e os profissionais pesquisados para que assim compreenda-se de fato esse fenômeno.

 

 

4. Resultados e Discussões

 

4.1 Análise da entrevista com os gestores e professora da sala

A partir da pesquisa com os gestores pode-se perceber que um dos fatores agravantes que dificulta o andamento das atividades escolares da Escola Sueli Olmira é a indisciplina dos alunos principalmente os do 5º ano. Na entrevista a diretora, coordenadora e secretária responderam que os fatores que dificultam o trabalho é a indisciplina e a ausência dos pais na vida escolar das crianças, para elas esta ausência causa a rebeldia das crianças.

As três desabafaram quando perguntadas em qual situação a ausência era maior e logo responderam que eram em reuniões e conselhos de classes, geralmente essas reuniões atingem menos de 30% dos pais. Nesta conversa foram contingentes em dizer que a equipe Sueli Olmira tem uma boa relação de diálogo e parceira e buscam resolver os conflitos em grupos, principalmente ao maior problema que vem enfrentando nos últimos anos que é essa ausência e a indisciplina. Relataram que já buscaram vários métodos, mas até agora nenhum eficaz para diminuir esses agravantes.

Conforme cita os profissionais entrevistados antigamente as mães dos alunos desta instituição eram mais presentes e com o aumento das vagas no mercado de trabalho essas mães se evadiram das portas das salas, e desde então o índice de indisciplina vem aumentando.

A professora do 5º ano defende a teoria dos gestores ressaltando que a falta dos pais na vida escolar dos alunos é a causa da indisciplina dos mesmos, para ela isto pode ocorrer com o intuito dos filhos chamarem a atenção dos pais. Este agravante muitas vezes acontece pelo fato dos pais estarem sempre atarefados com a sua vida profissional, deixando de lado a vida familiar.

Quando perguntada sobre o que a indisciplina estava afetando na sua sala de aula, ela foi categórica em dizer que o resultado era o baixo aproveitamento do aluno em relação ao conhecimento e a agressividade para com os colegas e professores, para ela os alunos estão levando para a sala sentimentos e problemas acumulados no seu lar, refletindo de forma negativa em seu comportamento escolar, e isso vêm da transformação social, de valores que se vivem hoje.

Segundo a professora já foram realizadas reuniões juntos com os pais, alunos, onde se buscava o diálogo, com o intuito de melhorar a relação entre a família, aluno e professor, infelizmente os casos de indisciplinas em sua sala não diminuíram.

 

4.2 Relato dos alunos no 5º ano

Com os dados da queixa fez -se necessário aprofundar uma pesquisa com o intuito de compreender qual o motivo da ausência dos pais e porquê do aumento da indisciplina na Escola Sueli Olmira, para isto foi fundamental montar um questionário com o intuito de analisar o que está contribuindo para a falta de interesse dos alunos. A sala conta com 28 alunos matriculados sendo que apenas 23 deles responderam o questionário.

Na pergunta 1: O que mais te chama a atenção na escola Sueli Olmira?

Foram obtidas “algumas respostas bem inusitadas dentre elas “o ar-condicionado”, “as bicicletas amontoadas”, “as salas dos professores”, “o recreio”, “o campo da escola”, “os meninos que olham para mim”.

Sendo que 16 alunos responderam que vão para a escola com o intuito de aprender, já demonstrando que as respostas dadas acima são daqueles alunos que não tem interesse em aprender e usam a escola apenas para passar tempo e criar momentos de rebeldia com a professora.

Na pergunta 2: O que menos te chama a atenção na sua escola?

Nessa pergunta foram obtidos diferentes tipos de respostas que demonstram a insatisfação deles com alguns detalhes da escola, dentre elas: 5 deles responderam que o intervalo é o que menos chama a atenção, 9 citaram o mau comportamento dos alunos dentro e fora da sala e 9 reclamaram da infraestrutura.

Nesta pergunta fica explicito que a indisciplina existe sim nesta escola e que alguns dos alunos repudiam o mau comportamento dos colegas.

Na pergunta 3: Os conteúdos e as disciplinas são interessantes?

Todos foram categóricos em responder que sim, para eles as disciplinas contribuem para que eles sejam alguém no futuro, o que pode estar ocorrendo é aulas poucas chamativas e sempre monótonas que faz com que crie focos de indisciplinas na sala

Na pergunta 4: Você tem acompanhamento de seus pais nas tarefas escolares? Quais?

Dos entrevistados, 17 responderam que tem acompanhamento dos pais nas diferentes disciplinas, sendo que 5 deles disseram que tem acompanhamento dos amigos ou irmão ou simplesmente fazem sozinho, apenas uma resposta não foi possível compreender o que ele escreveu.

Neste ponto é importante o professor que está com esses alunos desde o início do ano analisar os que não têm acompanhamento e promover reforço para que sane essa falta dos pais na vida deles, fica claro que está sala tem apenas alguns alunos desinteressados e por isso, se a professora mudar sua perspectiva ao olhar esses alunos, é possível que este foco diminua rapidamente.

Percebe-se que quando está numa sala todos os dias com os mesmos alunos e eles desafiam a paciência da professora, a mesma precisa sim de ajuda para buscar recursos mediadores que contribuam para conquistar esses alunos e mudar suas ações, porque ela vai perdendo a perspectiva de mudanças e o desanimo e estresse passa a ser constantes em suas aulas.

 

4.3 Análise dos dados obtidos

Com as respostas dos alunos fica explicito que apenas alguns têm falta de interesse e que por serem constantes nas aulas acabam se tornando verdadeiros monstros na falta de limites, prejudicando drasticamente o processo de ensino aprendizagem.

Os alunos indisciplinados nesta sala são aqueles que vão outros objetivos para a escola, o exemplo disso foi mostrado pela resposta de umas alunas que disse ir para observar os meninos de outras salas e que para elas é mais interessante o intervalo que estar na sala de aula, visto isto também nos meninos que gostam do intervalo para jogar bola.

Logo se ver uma diferença entre meninos e meninas: os meninos ainda estão na fase de brincar e seu objeto de desejo é a bola, nesta fase são explosivos e querem que tudo aconteça no seu momento, já as meninas estão mais avançadas em sua adolescência indo para a escola para chamar a atenção dos meninos mais velhos, nesse momento cuidam mais da sua aparência física e vivem em rodinhas de amigas.

Segundo a revista Brasil Escola

 

Essas etapas ocorrem em tempos diferentes em meninas e meninos. Sendo que nos meninos inicia-se mais tarde que nas garotas, porém é mais longa. Essas fases são mais evidentes nos meninos que nas meninas. Mais o que marca essa fase é a primeira menarca nas garotas e a mudança de voz nos rapazes. Contundo essas mudanças fazem com que eles se sintam irritados, respondões, feios. CARMO

 

A adolescência é predominada por fatores biológicos em constantes mudanças tanto para as meninas quanto para os meninos, nesta fase a voz dos meninos se altera, os pelos pubianos crescem, o corpo começa a se transformar sendo visível principalmente para as meninas. O que até o momento chamava a atenção para eles vão se tornando “bregas”, “cafona” e as gírias começam a fazer parte da linguagem, preferem muitas vezes os grupinhos e começam se afastar da família, nesta idade se enturmar e ter uma “galera” para chamar de sua é tudo o que precisam.

É predominante nesta fase o desempenho escolar cair e terem novos interesses, por mais que saibam que o estudo é de suma importância para o ser humano e isto fica claro nas respostas de todos, tudo irá chamar mais a atenção que ir para a escola para prestar a atenção da professora. Nesse caso a professora sofre por tentar de várias metodologias buscarem a atenção deles e logo ter a maior bagunça na sala, atualmente os professores desta faixa etária encontram-se de mãos atadas e por mais que planejam utilizando metodologias diferenciadas está cada vez mais difícil prender a atenção da garotada.

É claro que com os pais cada vez mais atarefados e presos em suas vidas profissional facilitam para que a indisciplina seja ainda mais agravante, lembrando que tanto para os gestores quanto para a professora este é o fator relevante para que tenha indisciplina na escola, principalmente com o 5º ano, quanto questionada a professora responde que a falta da família na vida escolar está refletindo no mau comportamento da sala de aula.

Essa ausência dos pais será cada vez maior isto vem ocorrendo graças a nova concepção de família que surgiu a partir desse mundo globalizado, atualmente é normal encontrar casas com pais separados, onde a criança reside com padrasto ou madrasta e em algumas situações essa convivência é extremamente difícil, gerando uma revolta na criança, principalmente na adolescência.

Nesse caso a relação família/ escola fica totalmente agravada, os pais ou responsáveis ficam omissos e cobram da escola responsabilidades que partem também deles, a escola por sua vez sofre com as conseqüências no mau comportamento dos filhos, e quando fazem conselhos de classe para relatar o que está ocorrendo alguns pais ficam do lado do filho e culpam os professores dificultando ainda mais essa parceria. É comum encontrar pais que não conhecem seus filhos ou simplesmente omitem muitas vezes por sentirem culpados pela ausência ou pela falta do membro da família: pai/mãe.

A escola reclama da ausência dos pais e os pais culpam a escola pela falta de interesse da criança pelos conteúdos e essa “bola de neve” só aumenta conforme os anos passam, sendo que o que precisaria é de dialogo e uma parceria entre os dois, para a Revista Brasil Escola é fundamental que os pais tenham uma convivência maior na vida escolar e que os professores dêem toda a atenção para dúvidas que os pais podem ter, ajudando e auxiliando-os.

Quando perguntados se tem ajuda dos pais em casa nas atividades escolares 98% dos alunos responderam que sim, contradizendo essa ausência citada pelos professores, que são categóricos em afirmar que os pais dos alunos da Escola Sueli Olmira não participam da vida escolar dos alunos, percebem que existe uma lacuna nesse parecer já que os professores e gestores tiram essa conclusão através da omissão dos pais nas reuniões escolares, que sem dúvida é de extrema importância, mas isso não quer dizer que muito dos pais também são omissos ao cobrar do seu filho um esforço para ir bem à sala de aula.

Essa contradição entre o que os gestores e professores citaram e o que os alunos relataram reafirma que não está tendo dialogo entre pais e professores e que está relação não existe nesta escola e partindo disso o aluno da Escola Sueli Olmira aproveita para atos de rebeldias. Se os pais de fato não vão à escola perguntar como seu filho está se desenvolvendo para que o aluno irá se preocupar em seu comportamento, até por que muitas das vezes o aluno indisciplinado, que conversa a aula inteira é aquele que pega o conteúdo em um estalo e se ele tem notas boas e está aprendendo, fica difícil apenas para o professor lidar com ele, nesse caso quem está em desvantagem é o professor.

Os alunos têm consciência do quanto é importante estar numa sala de aula aprendendo os conteúdos lecionados pela professora, mas nessa fase eles querem ser donos da verdade e precisam se afirmarem dentro da sala para que assim sejam aceitos em grupos e se tornem populares na escola, por isso enfrentar a professora facilita esse processo, não é que não gostam de estudar e sim pelo fato de chamar a atenção, esse período é predominado pelo egocentrismo “eu sei de tudo” “eu sou o cara”. Nessa fase seguem as modinhas dos adolescentes e a tecnologia “o celular” onde em jogos e a redes sociais são de fato o foco deles, por isso muitas vezes as aulas monótonas de utilizar apenas o livro com recurso acaba sendo cansativo e desinteressante.

O professor acaba sendo o alvo certeiro dos alunos, isto ocorre por eles passarem um período longo com ele, e acabam atingindo para se autoafirmarem, por isso que ultimamente estão lutando para que os professores adotem novas metodologias para a sala de aula.

É claro que a responsabilidade sobre aluno indisciplinado não deve cair apenas ao professor, nesse caso a família tem sua parcela de culpa e a escola num todo também, cabem a eles buscarem métodos que amenizem o mau comportamento dos alunos, e isso só será possível se todos trabalharem juntos.

 

 

5- Considerações Finais

 

Analisando os dados obtidos conclui-se que as causas diagnosticadas na Escola Sueli Olmira estão relacionadas aos obstáculos na ordem do conhecimento, isto porque a indisciplina presente na sala de aula é decorrente da falta de diálogos entre os funcionários da escola e os pais. Antunes (2002, p.20) ressalta que

 

O estabelecimento de canais límpidos de comunicação entre os alunos, diretores, pais, orientadores e professores. Esses canais não poderiam ser anarquicamente instituídos, mas normatizados, mostrando a todos como e em quais momentos o diálogo é necessário e a crítica é imprescindível;

 

O diálogo é necessário para criar regras estabelecidas por todos os envolvidos na formação do aluno, a falta dele produz uma desorganização e muitas dificuldades que podem ser difíceis de ser resolvido, um exemplo disso são os alunos do 5º ano que estão dificultando todo o trabalho dos profissionais por causa da falta de comunicação entre a professora e a família, com toda certeza se os pais e a professora tivessem falando a mesma língua não teria queixa sobre a falta de limites de alguns alunos.

Esse mau comportamento dos alunos dificulta o trabalho do professor e o rendimento escolar dos envolvidos. Nesse caso a intervenção deve ocorrer em dois momentos: primeiro com a família e em segundo momento com a criança e o professor.

A partir da pesquisa conclui-se que os pais estão mais ausentes das reuniões escolares devido à sua carreira de trabalho, dificultando a relação entre a escola e os pais, percebe-se que os alunos estão numa fase difícil da puberdade e aproveitam o afastamento dos pais para gerar certos conflitos dentro e fora da sala de aula, dificultando o convívio entre eles e a professora.

É fundamental os gestores juntamente com os profissionais da educação realizar uma reunião para avaliar as principais dificuldades encontradas por eles no ano letivo e o que fazer para mudar isto, geralmente a indisciplina é um dos itens mais citados pelos professores, é o mais agravante também, sendo necessário criar métodos que possa amenizar, ou melhor, sanar a falta de limite instaladas nas salas de aulas.

Conclui-se que a fase da adolescência é a mais complicada para se estabelecer limites dentro da sala de aula prejudicando drasticamente o processo de aprendizagem desses alunos sendo fundamental a relação entre escola e família como mediadores de disciplina para que a queixa de indisciplina nesta faixa etária vem ser apenas história sobre o que é certo ou errado.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ANTUNES, Celso. Professor bonzinho = aluno difícil: a questão da indisciplina em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002.

 

CARMO, Francielly Gomes dos Santos. Prováveis causas em que a família influencia na indisciplina escolar. Disponível em: http://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/provaveis-causas-que-familia-influencia-na-indisciplina-escolar.htm. Acessado em 29/06/2018.

 

SOUZA, Maria Ester do Prado. Família/escola: a importância dessa relação no desempenho escolar. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1764-8.pdf. Acessado em: 05/07/2018.

 

VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1994.

VERGÉS, Maritza Rolim de Moura; SANA, Marli Aparecida. Limites e indisciplina na educação infantil. 3º Ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2012.

 

 

A MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UM OLHAR PARA A SUA IMPORTÂNCIA PEDAGÓGICA

Claudineia Borges de Jesus

 

 

RESUMO:

O presente artigo tem por objetivo mostrar a importância da musicalização na Educação Infantil no processo de ensino-aprendizagem destacando seus principais pontos positivos para o desenvolvimento das crianças e para a inserção da música em sala de aula por meio de atividades que contribuam para o aprimoramento de suas habilidades motoras e corporais bem como para seus aspectos sociais, culturais e linguísticos proporcionando conforto e bem-estar, tornando as aulas mais lúdicas e divertidas. Este estudo traz alguns autores importantes para a musicalização na Educação Infantil. É importante ressaltar que a música é uma arte que exprime-se através de instrumentos e sons, utilizando diferentes mecanismos para transmitir sua mensagem de maneira harmônica. Por essa razão, ela traz grandes benefícios na vida das crianças, sendo papel da escola introduzir a noção de música, musicalidade e mobilizar conhecimentos para que o aluno conheça sua preferência musical, desenvolvendo a linguagem corporal.

 

Palavras-chave: Musicalização. Educação Infantil. Desenvolvimento.

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Este artigo pretende mostrar a importância da musicalização na Educação Infantil e abordar os aspectos positivos que se dão a partir da utilização da música como ferramenta de ensino presente na vida do aluno. Considera-se que ela contribui para o processo de aprendizagem e para o desenvolvimento da criança, destacando suas habilidades motoras, cognitivas, linguísticas e afetivas. Diante disso, é necessário reconhecê-la como uma atividade lúdica que torna o trabalho em sala de aula mais leve e expressivo.

A música é uma ferramenta de grande importância na Educação Infantil, sendo utilizada como um recurso didático na prática pedagógica que contribui diretamente no desenvolvimento e a na expressão que é trabalhada de acordo com os diferentes objetivos que são estabelecidos, possibilitando a exploração do lado criativo, sociável, afetivo entre outros.

Desde o momento em que as crianças estão no útero da mãe, elas conseguem captar um ritmo ao ouvir a pulsação do coração, tendo assim um contato mais direto com o universo dos sons. Por essa razão, as crianças acabam se encantando pela música, encontrando uma fonte de alegria, de bem-estar e de expressão de sentimentos e emoções que as constituem, sejam emoções positivas ou negativas. Por essa razão, muitas delas quando são deixadas na escola sentem falta da mãe e também por estarem em um ambiente que tampouco estão familiarizadas. Se a música é trabalhada com as atividades propostas na escola elas terão a oportunidade de conhecer, de poder interagir e de melhor expressar-se nas situações.

Segundo Assis apud Biagioni, Gomes e Visconti (1996, p.4):

 

Música é sinônimo de alegria, de aproximação entre pessoas, de sintonia de idéias e aspirações, de liberação daquilo que sentimos, amamos e queremos”.

 

Nesse sentido, é importante que a escola insira a musicalização na aprendizagem das crianças, contribuindo para o seu prazer e o seu bem estar, utilizando a música como um acalento nas horas de maior agitação diante do estresse presente na vida corriqueira e a criança possa entrar em sintonia e se sinta acolhida no ambiente escolar que às vezes pode provocar algum estranhamento no início.

Por isso, é muito importante que as crianças recebam estímulos sonoros através do aconchego da escola, de casa e de pessoas que estão presentes ao seu redor para estar familiarizada com os primeiros momentos na escola, adaptando-se aos diferentes sons produzidos, ao brincar e até mesmo por objetos ou vozes de outras crianças. Dessa maneira, elas conhecerão o mundo e essas experiências poderão contribuir para a construção da musicalização desde os primórdios da infância.

Conforme, Biagioni, Gomes e Visconti (1998, p.15):

 

A musicalização infantil é um poderoso instrumento que desenvolve, na criança, além da sensibilidade à música, qualidades preciosas como: a concentração, a coordenação motora, a sociabilização, a acuidade auditiva, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do raciocínio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo.

 

As atividades musicais e o contato da criança com a música logo na infância propicia a criação de um ambiente adequado no seu lar, permitindo com que possam ouvir, aprender, imitar os sons e escrever música e ter incentivo para aprimorar suas habilidades, conectando-se ainda mais através da observação e das palavras. Nessa perspectiva, é importante que a musicalização esteja sempre presente na vida da criança para proporcionar prazer e bem-estar e agregar no seu conhecimento sobre o mundo.

O RCNEI, (Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil) (v.3), prevê que para promover o desenvolvimento e aprendizagem da criança, a musicalização traz elementos citados por Biagioni, Gomes e Visconti, tendo a possibilidade de auxiliar no desenvolvimento motor, auditivos, afetivo entre outros. Por isso, as crianças podem sempre estar atentas e demonstrar diferentes reações, estando mais tranquilas e agitadas. Sendo assim, é possível trabalhar por meio da bandinha rítmica e de objetos a coordenação motora e os movimentos da criança, gestos que acompanham uma melodia.

É importante destacar que algumas atividades podem estimular sua expressão corporal como brincar de roda, mexer nos objetos, aprender uma música, ter brinquedos rítmicos entre outras, despertando o interesse pela atividade musical e pelo trabalho com a expressão corporal através da linguagem oral. Sendo assim, a musicalização infantil é uma ótima maneira de desenvolver a expressão, a autoestima, o autoconhecimento e a integração ao meio social, já que por meio da música é possível ter incríveis experiências, viver diferentes emoções e também poder concentrar-se no que está sendo proposto, atendo-se para a observação, a análise e a reflexão.

Segundo Andrade (1929, p. 82):

 

A criança é essencialmente um ser sensível à procura de expressão. Não possui ainda a inteligência abstraindo completamente formada. A inteligência dela não prevalece e muito menos não obumbra a totalidade da vida sensível. Por isso ela é muito mais expressivamente total que o adulto.(...). A criança utiliza-se indiferentemente de todos os meios de expressão artística. Emprega a palavra, as batidas do ritmo, cantarola, desenha. Dirão que as tendências dela ainda não se afirmaram. Sei. Mas é essa mesma vagueza de tendências que permite pra ela ser mais total. E aliás as tais "tendências" muitas vezes provêm da nossa inteligência exclusivamente.

 

A música pode ser considerada um meio de expressão no qual a criança está à procura de se encontrar, de interagir, sendo na Educação Infantil um dos mais importantes momentos para se aprendê-la. É notório que a criança consegue expressar-se e ser mais transparente do que o adulto e, por essa razão, ela busca expressar-se através de diferentes meios como o canto, o desenho, a pintura, desenvolvendo o seu aspecto intelectual e sócio-cognitivo.

 

 

METODOLOGIA

 

Para a realização deste trabalho, foram utilizadas diversas pesquisas bibliográficas levando em conta o aporte teórico de cada autor, sendo utilizados diferentes livros, artigos científicos encontrados na Internet, trazendo a importância do tema escolhido na prática docente dos dias atuais.

A partir do tema escolhido, trabalhou-se com a musicalização na Educação Infantil com o objetivo de trazer as músicas infantis para o cotidiano das crianças e realizar o seu desenvolvimento cognitivo, sócio-afetivo e psicomotor. Nesse sentido, considera-se que a música faz parte de uma das primeiras experiências sociais da criança e se torna importante a partir dos meios familiares como o contato com a rádio, com vídeos no Youtube, com a televisão, entre outras plataformas. Por isso, as crianças têm um grande envolvimento com o universo dos sons e com a receptividade musical a partir dos gestos corporais.

Dessa maneira, é apresentado o tema das múltiplas linguagens de meninos e meninas no cotidiano da Educação Infantil. Com este tema, foi realizada uma discussão sobre o desenvolvimento de um bom planejamento e de sua adequação que atenda as necessidades das crianças, principalmente no período da pandemia. Por essa razão, cada grupo de mediadores do grupo debateu sobre a importância da BNCC e da DRC-MT e como elas devem ser trabalhadas.

No final do ciclo que ocorreu na Escola Municipal EMEI Galileia, a prática foi relacionada ao tema ‘’musicalização’’, no qual pôde-se além de discutir, desenvolver instrumentos voltados aos povos indígenas em virtude de ter sido realizado no dia do índio. Entretanto, a socialização ocorreu no dia 10/05 tendo a participação dos pais que permitiu com que eles soubessem mais sobre o trabalho dos professores de Educação Infantil e sobre os seus filhos em sala de aula, sendo uma importante dinâmica. Já no dia 17/05 foi realizada a socialização de todos os professores da Educação, no qual cada escola que fazia parte das mesas de debate expôs a forma com a qual são trabalhadas as aulas e o desenvolvimento de suas crianças.

Quanto à Educação Infantil, não dá pra imaginá-la sem a música, pois ela permeia todo o trabalho com a Educação. As crianças interagem com as músicas, as brincadeiras e os jogos enquanto brincam, acompanham com sons os movimentos de seus carrinhos, atuando em situações sonoras diversas, conferindo personalidades e significados simbólicos aos objetos sonoros e sua produção musical. Os aspectos instintivos e afetivos da música se destacam para crianças de até três anos e, por isso, devem estar trabalhando a música todos os dias.

A música é utilizada neste estudo de forma a ampliar a linguagem oral, visual e corporal das crianças de forma socializadora. Sabe-se que às vezes ocorre uma banalização da música no contexto educacional e se dá, devido os profissionais utilizarem apenas como fonte de recreação das crianças, ignorando sua riqueza cultural e social, tampouco se pretende isso com este estudo.

Pode-se afirmar que a música estimula áreas do cérebro não desenvolvidas por outras linguagens como a escrita e a oral e ajuda a melhorar a sensibilidade das crianças, a capacidade de concentração, a memória e outros benefícios que estão envolvidos nesse processo. Por isso, os profissionais do Maternal II B, resolveram criar condições para que as crianças possuam estar refletindo e possam entender a música como fonte de prazer e conhecimento, além de estimular juntamente a criatividade na confecção de instrumentos musicais de vários tipos e sons diferentes, onde são trabalhados os movimentos, a percepção, a coordenação e o convívio social da criança de forma prazerosa que a música oferece.

 

 

PLANEJAMENTO DE AULA E RESPECTIVOS OBJETIVOS

 

EMEI GALILEIA

TEMA: Planejamento na Educação Infantil…. Mas que atividade: ‘’A criança em Foco’’

Professora: Claudineia

Turma: Maternal II B

 

 

PLANOS DE AULA

 

OS TRÊS PORQUINHOS

 

CONTEÚDO

Linguagem oral e escrita

Matemática

Música em movimento

Formação social e pessoal

 

CAMPO DE EXPERIÊNCIA

O eu, o outro e o nós

Corpo, gestos e movimentos

Escuta, fala, pensamento e imaginação

Espaço, tempos, quantidades, relações e transformações

 

OBJETIVO

Desenvolver a capacidade de falar e ouvir;

Estimular a criatividade, sensibilidade e ima

ginação;

Promover o hábito da leitura;

Trabalhar conceitos matemáticos e sensoriais;

Estimular a linguagem oral;

Ampliar a atenção visual, concentração;

Trabalhar coordenação motora fina;

Despertar o prazer de ouvir histórias;

Reconhecer os personagens da História - Os Três Porquinhos

 

 

DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

 

Primeira acolhida: Recebe as crianças em sala de aula com pecinhas e depois que todos chegam, vamos para o refeitório onde são cantadas várias músicas, tomamos o café da manhã, e depois retornamos para a sala de aula.

 

Segunda acolhida: Conto e reconto da história, roda de conversa sobre o tema, confecção da casinha de palha, utilizando papelão e palhas.

 

Terceira acolhida: Confecção da casinha de madeira, utilizando papelão, cola e madeira.

 

Quarta acolhida: Confecção da casinha de tijolo, utilizando papelão, cola e outros materiais.

 

Quinta acolhida: Confecção de máscara para brincar de teatro com as crianças.

 

 

AVALIAÇÃO:

Observar o desempenho e a participação das crianças nas atividades propostas e o gosto de interpretar através do teatro.

 

PLANEJAMENTO DE AULA NA FORMAÇÃO CONTINUADA: BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

OBJETIVO:

08/07 - Trabalhar a coordenação motora ampla e agilidade.

09/07 - Desenvolver a coordenação visual motora de forma divertida.

10/07 - Identificar as cores das equipes, trabalhando noção de localização e atenção. 11/07 - Desenvolver a dinâmica da equipe, promovendo a união.

12/07 - Entender a importância da data trabalhada, compreendendo seu significado.

 

 

CAMPO DE EXPERIÊNCIA:

 

O eu, o outro e o nós/ corpo, gestos e movimentos/ traços, sons, cores e formas/escuta, fala, pensamento e imaginação/espaço, tempos, quantidades, relações e transformações.

 

ATIVIDADES:

08/07 - Corrida do saco 09/07 - Dia de cinema

10/07 - Brincadeira das cores

11/07 - Brincadeiras (carregar a bola no lençol) 12/07 - Festa junina escolar

 

DESENVOLVIMENTO:

 

08/07 - Um de cada vez correr no saco até a marca da equipe. 09/07 - Todos no refeitório assistiram o filme dos animais.

10/07 - Um de cada vez pegar um copo com água amarela até encher a garrafa pet na marcação de cada equipe.

11/07 - Todos da equipe seguram o lençol com a bola em cima sem deixar cair até o pneu e colocar a bola dentro.

12/07 - Festa junina com todas as turmas da escola, todos os vestidos a caráter dança e brincadeiras.

 

OBS: A avaliação será relatada no caderno no final de cada dia.

Todos os dias segue a rotina de café e logo após atividade do dia e leitura com deleite e músicas diversas.

 

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Segundo o Dicionário Michaelis (2000, p.423) “música é a arte e técnica de combinar os sons de modo agradável ao ouvido”, isto é, a música é uma maneira de se produzir arte, na qual é permeada por técnicas e combinações entre sons e arranjos de modo que a torne agradável ao ouvido e também todos os elementos sejam trabalhados harmonicamente.

Barreto e Chiarelli (2005) afirmam:

 

‘’Atualmente existem diversas definições para música, mas de um modo geral, ela é explorada pelas áreas de ciências e arte, na medida em que as relações entre os elementos musicais são relações matemáticas e físicas’’.

 

Sendo assim a música pode ser relacionada no âmbito da ciência e da arte de forma a interligar ambas as áreas, trabalhando os elementos musicais de maneira coletiva com base nos critérios da música.

Dessa maneira, a música é uma importante ferramenta que auxilia no desenvolvimento e na aprendizagem da criança, sendo necessário inseri-la desde o primeiro momento no contexto escolar e ensiná-la através da expressão da voz, do corpo e de como transpor as emoções e os sentimentos que ela traz. Por essa razão, os primeiros anos das crianças é favorável para a aprendizagem e sobretudo para a compreensão da linguagem corporal ligada à música, pois elas começam a ouvir e reconhecer a importância da música e dos sons na sua vida.

Conforme Bréscia (2003, p. 81) ‘’O aprendizado da música, além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar o indivíduo’’.

Na escola, as crianças começam a ter maior contato com a música, passando a focar nas aulas e reconhecer sua relevância na educação, assim como nas atividades lúdicas através dos jogos, das brincadeiras com o intuito de motivá-las a aprender e propiciar um momento de prazer, de bem-estar e contribuir para uma aprendizagem significativa da música.

A música apresenta um enriquecedor papel, proporcionando assim o desenvolvimento de diversas habilidades e atividades que são planejadas para o trabalho com os elementos musicais, permitindo que as crianças possam interagir e se divertirem juntas. Com a utilização dessa prática pedagógica, elas podem se desinibir e demonstrar seus verdadeiros sentimentos umas com as outras com o auxílio do professor e do seu planejamento com base nos objetivos que pretende alcançar para guiar os alunos.

 

A educação musical além de auxiliar no desenvolvimento de diversas habilidades, poderá auxiliar na aprendizagem dos alunos, lembrando sempre que qualquer atividade deve ser pré- planejada. Trabalhar com música não é simplesmente ligar o som e dizer que a escola oferece a disciplina de arte musical, é preciso ter consciência dos objetivos que se deseja alcançar através da música. (COPETTI; ZANETTI E CAMARGO, 2011, p. 02)

 

Tendo isso em vista, a musicalização na educação infantil é um tema muito discutido, pois grande parte das crianças escutam uma música, brincam na roda e estão mais à vontade para estarem incluídas no universo da música. Pode-se considerar que este contato é primordial para que aprendam a conviver, interagir com os colegas e enriquecer seu conhecimento de mundo.

Nesse contexto, a música acaba fazendo parte do cotidiano da criança, auxiliando na coordenação motora, na alfabetização, na disciplina permitindo que o aluno aprenda a lidar com suas emoções e com seu lado afetivo. Além disso, é através dela que as crianças encontram mais a si mesmas, pensam sobre sua forma de agir e refletem sobre seu próprio sentir a partir de novas descobertas que realizam ao longo do processo.

Na fase da alfabetização, por exemplo, as crianças são estimuladas pelos sons através de músicas infantis, sílabas que apresentam uma rima e se dão com repetições, sendo o canto um grande incentivo para aprender a falar, a se expressar através dos gestos e compreender o significado das palavras, contribuindo para a socialização e para o trabalho voltado à coordenação psicomotora. Por isso, pode-se considerar a musicalidade uma grande aliada, já que quando é trabalhada em diferentes faixas etárias desperta interesse e desenvolve o processo de aprendizagem dos alunos.

Segundo Brito (2003, p. 127):

 

Devemos ampliar o contato das crianças com os produtos musicais diversos, o que exige disposição para escutar, pesquisar e rir além do que a mídia costuma oferecer. É importante que as crianças conheçam nossos compositores: Caetano Veloso, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Lamartine Babo, Lupicínio Rodrigues, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Elda Lobo, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque de Holanda, Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Antônio Madureira, Lenine, Hélio Ziskind, Paulo Tatit e Sandra Peres, Antônio Nóbrega e muitos outros, que, mesmo quando não têm a intenção de fazer músicas infantis, aproximam-se do universo da criança enriquecendo seu conhecimento acerca da produção cultural do país.

 

Além da música ser considerada uma importante ferramenta, sendo a escola fundamental para a formação social, cultural e intelectual da criança. Cabe ao professor e ao papel da escola proporcionar o conhecimento da música como disciplina, os gêneros musicais e as músicas clássicas ou populares. É através dela que a voz se torna um instrumento de expressão e de manifestação da arte, atuando na memória, na emoção e no desenvolvimento das crianças.

 

A musicalização atende necessidades afetivas, expressivas e cognitivas, aprender a mesma significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão. (TEIXEIRA, 2004)

 

Por meio da musicalização, o professor pode auxiliar as crianças e contribuir diretamente com o seu desenvolvimento como seres únicos e individuais. Por essa razão, elas começam a estar mais atenta à escola, aos seus colegas de aula, às suas ações e podem refletir mais sobre seus sentimentos e emoções. A troca social é um fator primordial nesse processo, pois é através dela que as atividades são pensadas coletivamente e se a socialização, a formação e a aprendizagem das crianças.

Portanto, é necessário dar oportunidade à musicalização e apresentar um espaço adequado na instituição escolar que seja destinado a acolher os alunos. Esse fator é importante, pois contribui para o desenvolvimento sócio-cognitivo e cultural da criança, pois é possível trabalhar a partir da música que se manifesta por meio de uma linguagem expressiva, artística constituída de conhecimentos interligados voltados para o seu próprio cerne.

Além disso, é importante lembrar que a música é uma manifestação da arte, sendo definida como uma atividade humana que está presente na vida cotidiana e compartilhada por diversas culturas pertencente a diferentes povos. Por essa razão, é preciso que a criança estabeleça uma relação com esse processo desde a infância a partir do ambiente no qual está inserida.

 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 

A partir do trabalho com o tema musicalização na Educação Infantil, pôde-se perceber grandes possibilidades de se trabalhar em sala de aula com os alunos e relacionar o conhecimento de sua cultura com o meio no qual a criança está inserida. Sendo assim, é notório que a música se constitui numa grande aliada para a aprendizagem das crianças por prender sua atenção por maior tempo e reconhecerem um significado verdadeiro nas palavras, nos sons e no ritmo.

Dessa maneira, a música é importante no processo de desenvolvimento da criança, tornando assim a aprendizagem mais lúdica. Porém, é preciso estar atento às composições e os tipos de música adequados para cada faixa etária e os temas que serão abordados a partir desse material com o intuito de evitar consequências negativas e reações inesperadas no processo de aprendizagem. Ainda assim, o professor deve realizar atividades que envolvam a utilização da música como instrumento didático e resgate de culturas, seja a do nosso país ou a de outros.

A partir do estudo realizado, notou-se que a música contribui para a aprendizagem bem como para o desenvolvimento das crianças ao estar alinhada com os objetivos propostos durante o planejamento da aula. Segundo Bréscia (2003, pg.81):

 

O aprendizado de música além de favorecer o desenvolvimento afetivo, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar e contribui para integrar o indivíduo.

 

Através da música em sala de aula e da aprendizagem das crianças faz com que a criança tenha um maior envolvimento afetivo e possa trabalhar a linguagem, a audição, o desenvolvimento motor e traz benefícios na vida do aluno. Sendo assim, ela está presente e pode ser trabalhada sob diferentes perspectivas na sala de aula e contribui também para a fala, para a percepção do meio social e da cultura aumentando o repertório imagético da criança.

 

 

CONCLUSÃO

 

Com a realização deste trabalho, constatou-se que a musicalização desempenha um papel importante na Educação Infantil, contribuindo para as atividades realizadas na instituição escolar. Por se tratar de uma ferramenta rica em repertório e em aspectos culturais, a música ampara-se no planejamento do professor e na recepção do aluno com o objetivo de desenvolvê-lo no seu contexto social.

Além das informações mencionadas, o objetivo deste trabalho foi apresentar a importância da musicalização no ensino da educação infantil através de metodologias, objetivos e da fundamentação teórica dos autores sobre o tema, mostrando que a música é uma arte dinâmica, expressiva e se for trabalhada da maneira adequada pode gerar bons resultados para os alunos, pois ao apreciá-la nas rádios e em outros meios tecnológicos pode-se trabalhar diferentes temáticas e sensibilizar através dos gestos, das imagens para o desenvolvimento da linguagem corporal.

Diante disso, é preciso estabelecer uma rotina organizada que tenha a finalidade de propiciar atividades lúdicas e adquirir experiências positivas no âmbito musical para que as crianças se sintam acolhidas pelo o que são e para que se expressem melhor, não ficando mais tão reclusas no seu próprio mundo e conheçam melhor seu corpo e sua coordenação motora.

A musicalização é um recurso que utiliza diversas ferramentas muito importantes para a aprendizagem da criança, pois apresenta elementos que levam o aluno para compreender a música e a linguagem que é utilizada nos diferentes meios. Sendo assim, a participação dos alunos aumenta de maneira significativa e eles começam a cantar conforme a letra e o principal de tudo: aprendem através da música ao ser posta em prática.

Portanto, é através da música que as crianças aprendem a ter uma melhor convivência com as outras, a dividir os objetos e os brinquedos, a interagir e a respeitar a diversidade existente. Por isso, a música está presente na vida da criança desde o momento em que está na barriga de sua mãe, isto é, antes do seu nascimento a partir dos sons e dos barulhinhos para depois desenvolver sua percepção auditiva e expressar seus sentimentos através de reações físicas e psicológicas.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

ANDRADE, Mário. "Folclore". In: BORBA DE MORAES, Rubens. Manual bibliográfico de estudos brasileiros. Rio de Janeiro: Souza, 1949.

 

BARRETO. S. de J; CHIARELLI L. K. M. A Importância da Musicalização na Educação Infantil e no Ensino Fundamental; A Música Como Meio de Desenvolver a Inteligência e a Integração do Ser. Revista Recre@rte. Disponível em: http://www.iacat.com/revista/recreart/recreart03.htm. Acesso 17 de Outubro de 2023.

 

BIAGIONI. M. Z; GOMES. N. R. VISCONTI. M. A Criança é a Música, Amparo: Fermata do Brasil, 1996.

 

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, 1998. 3v.

 

BRÉSCIA, V. L. P. Educação musical: bases psicológicas e ação preventiva. São Paulo: Átomo, 2003.

 

BRITO, T. A. de. Música na Educação Infantil: propostas para a formação integral da criança. São Paulo: Fundação Petrópolis, 2003.

 

COPETTI, A. A. O.; ZANETTI, A.; CAMARGO, M. A. S. A música enquanto

instrumento de aprendizagem significativa: a arte dos sons. XVI Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. UNICRUZ, Rio Grande do Sul, 2011.

 

TEIXEIRA, Viviana Pitombo. A História da Música e seu papel na Educação Infantil, 2002. Monografia (Curso de Pedagogia). Universidade São Francisco - Itatiba. P. 29-30- 31-32.

 

 

UM OLHAR VOLTADO PARA A EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL, COMO LIDAR COM A MISCIGENAÇÃO

Karla Santana da Silva

Claudinei da Silva Lara

Queila Francelina Puger

Thaynná Costa Carvalho

Erison Ricardo Marchi

 

 

RESUMO:

Falar sobre a miscigenação ou mestiçagem consistem na mistura de raças, de povos e de diferentes etnias. Assim, multirraciais ou mestiças são as pessoas que não são descendentes de uma única origem. Mas como esses indivíduos são vistos pela sociedade? Qual a preparação que um profissional de educação recebe para lidar com as diferenças? São esses questionários que buscamos solucionar durante nossa pesquisa nesse projeto.

 

 

INTRODUÇÃO:

 

Este artigo tem a finalidade de apontar as influências que alguns dos pensadores brasileiros tiveram na questão da mestiçagem no final do século XIX e início do século XX. Trazendo as suas contribuições nesse processo histórico e formação do pensamento e ações do povo brasileiro, principalmente da elite, mantendo uma herança de hierarquia entre os povos com posição de superioridade para os brancos e inferioridade para os negros promovendo até hoje um racismo exacerbado e uma democracia racial mentirosa. Mas que essa barreira precisa ser derrubada diante da educação brasileira, visto que a nova geração necessita compreender que existe uma igualdade diante das diferenças, independente de cor, raça ou posição financeira.

 

 

DESENVOLVIMENTO:

 

Falando a real sobre a diversidade cultural através da miscigenação no Brasil:

 

É notório que o ser humano não vive sozinho e nunca viveu, haja vista o princípio sociológico do ser societário fundamentado pela filosofia. Assim, o contato na sociedade de uns com os outros é o que nos faz plural em qualquer aspecto da cultura, a exemplo da cultura, da religião, da linguagem, entre outras. É desse contato que surge a miscigenação biológica ou cultural. Ainda pode ser dito que o contato gera o preconceito seja ele qual for e este se manifesta de várias formas.

O processo de comunicação entre os seres humanos é uma das formas também de obtermos o conhecimento, porque quando eu vivo e convivo em sociedade posso formar pensamentos críticos, emocionas, despertar curiosidades, desejos, como inúmeros outros. Assim como Paulo Freire já falava, [...] vou aprendendo a ser eu mesmo em minha relação com o contrário de mim. E quanto mais me dou á experiências de lidar sem medo, sem preconceito, com as diferenças, tanto melhor me conheço e construo meu perfil. (FREIRE, 1996, p134).

A questão da mestiçagem é uma discussão tão antiga quanto atual e no Brasil muitos estudiosos têm pesquisas ou as vêm desenvolvendo desde o final do século XIX até os dias de hoje, tentando mostrar como aconteceu e acontece a mestiçagem existente no nosso Brasil. Apesar de a muitos pesquisadores, a um questionamento que ainda precisa ser de fato debatido, será que a educação está preparando uma sociedade que realmente sabe sobre a mestiçagem? Quais são os sujeitos protagonistas dessa história? Encontramos a palavra mestiço e muitas opiniões de muitos leigos sobre o que é ser mestiço no Brasil, ou seja, não sabe quem são nem quais suas raízes, sua importância e valor como ser humano na construção do Brasil miscigenado.

O Brasil é constituído de negros, índios, brancos e asiáticos. Estas identidades se misturaram e transformaram o cenário do nosso país com a presença de mestiços, mas estes não são aceitos pelos brancos e muitas vezes até mesmo pelos próprios negros porque o preconceito racial se volta para todos os que não são considerados brancos. Todo o processo de contato entre os diversos povos no Brasil, durante vários séculos, deixou marcado o poder do processo de branqueamento. O processo de branqueamento pode ser entendido no plano físico e no plano cultural. No físico houve muitos investimentos de misturar pessoa branca com a negra para que houvesse o embranquecimento da sociedade. As tentativas foram muito fortes mais fracassaram 12 principalmente após a abolição da escravidão quando o governo da república fomentou a imigração europeia.

O branqueamento cultural, porém, o que ocorre através dos mecanismos psicológicos ficou introjectado no inconsciente dos negros e mestiços e isso pode ser percebido com o poder da cor dominante – a branca, que foi trabalhada como a cor da perfeição, a cor da beleza, a cor da superioridade. Qualquer que seja a tentativa de identificar a mestiçagem no Brasil, encontrará dificuldades por que alguns mestiços se negam acreditando terem identidade branca, por julgarem que ao se identificar por esta cor, esta lhes dará superioridade. (MUNANGA,2008, pp. 15,16).

O fato das pessoas se afastarem da identidade negra ou mestiça ocorre por serem tão negadas diante da sociedade branca. Ao serem e se sentiram inferiorizadas esquecem ou não veem como fortes, muitas vezes, as suas vitórias como, por exemplo, a de Zumbi dos Palmares que se fez herói negro dos brasileiros, bem como também a vitória de encontrarmos hoje vivo o ser negro com sua cultura, religião, dança, arte e música herdadas por seus antepassados e escondida muitas vezes através do sincretismo religioso.

 

 

Conclusão:

 

Diante do pressuposto acima fica a hipótese e proposta voltada para os primórdios da educação, a criação de politicas publicas como meio de intervir e desconstruir assim essa parábola forçada de que existe uma herarquia disfuncional a respeito da existência o meu próximo. E que seja no ambiente escolar que esse processo seja enfatizado. que tanto o professor quanto a família e a comunidade escolar, caminharem junto para possibilitar um grande avanço na vida social e pessoal dessas crianças

 

 

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

https://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1346/1/PDF%20-%20Elisangela%20Alves%20de%20Morais%20Ferreira.pdf. acessado em 29/10/2021.

 

BRASIL. LDB. Brasília, 20 de dezembro de 1996, 185º da Independência e 108º da República. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf> Acesso em: 18 de jun. 2012.

 

 

A IMPORTÂNCIA DA HIGIENE PESSOAL NA VIDA DA CRIANÇA

Adriana Cordeiro Figueiredo [1]

Cirlene Aparecida Balieiro [2]

 

 

RESUMO

A higiene pessoal é um conjunto de ações que vem contribuindo para manter uma boa saúde, e evitar possíveis doenças causadas pela falta dela. Nela inclui tomar banho corretamente, ingerir alimentos saudáveis, uma boa higiene bucal, manter a postura correta, dormir de oito a dez horas, as roupas vestidas sempre limpas, manter sempre de calçados, as mãos bem lavadas com água sabão antes das refeições após fazer as necessidades fisiológicas, ou sujas. Com isso faz se importante ensinar desde criança nos seus primeiros anos de vida para que possa virar rotina no seu dia a dia. Neste sentido o trabalho realizado teve como objetivo conscientizar as crianças a manter uma boa higiene, para que possa dar continuidade e crescer exercendo esses hábitos, visando também buscar didáticas para trabalhar a higiene pessoal com a criança, de forma que contribua com o professor no sentido de estar ensinado para a criança praticas significativa. O trabalho teve início através de estudos bibliográficos, em seguida relatei as concepções da importância e estratégia de como deve ser trabalhado, após desenvolvi algumas atividades com as crianças da educação infantil com a idade de cinco anos. Onde ao finalizar compreendi que é muito importante ensinar hábitos de higiene pessoal iniciando desde seus primeiros anos de vida, e isto se dá pela família, e ao ingressar na escola o professor da sequência através de atividades significativas, pois nem todas chegam sabendo da importância de adquirir hábitos higiênicos.

 

Palavras-chave: Higiene pessoal. Criança. Saúde.

 

 

1 INTRODUÇÃO

 

Este trabalho de pesquisa é uma exigência do Curso DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA e como cursista devo desenvolvê-lo, pois o mesmo se trata de uma atividade curricular do curso.

Neste sentido escolhi como objeto de estudo falar sobre a importância da higiene pessoal na vida da criança, pois se trata de conjunto de hábitos e ações, para que possa desde cedo ensinar a criança a manter o corpo limpo e saudável, por exemplo: como tomar banho diariamente e quando for necessário, escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia ou quando ingerir os alimentos,lavar as mãos constantemente, limpar as unhas das mãos e pés, manter os cabelos limpos e penteados, as orelhas limpas, usar roupas e calçados limpos, ingerir alimentos com bom estado, manter um bom sono e viver em um ambiente limpo.

Diante disso este trabalho tem como objetivo conscientizar as crianças a manter uma boa higiene, para que possa dar continuidade e crescer exercendo esses hábitos, visando também buscar métodos para se trabalhar a higiene pessoal com a criança, de forma que contribua com o professor no sentido de estar ensinado para a criança praticas dessas significativas.

Com isso faz se necessário desenvolver essas práticas significativas sobre a higiene pessoal com as crianças, levando a devida importância que se deve ter com o cuidado com o corpo para ajudar a manter uma boa saúde e evitar certos tipos de doenças infecciosas que a falta da mesma causa.

Portanto devido a isso se percebe no cotidiano escolar muitas crianças chegando à escola sem tomar banho, com cheiro forte de urina que chega até incomodar, mau hálito devido os dentes sujos, pois a maioria das crianças está com os dentes cariados, os cabelos infestados de lêndeas e piolhos, unhas grandes sujas, e muitas vezes vão com roupas sujas.

Tudo isso devido a correrias dos pais fazendo com que não tenham tempo de cuidar e ensinar higiene pessoal a seus filhos quando ainda criança, pois as mesmas não sabem da importância de estar cuidando da higienização de seu corpo, ou seja, dependem dos pais ou um adulto próximo para pelo menos até aos seis anos de idade para ensinar hábitos de higiene para que depois possam caminhar sozinhas, conhecendo seu corpo e crescer praticando esses hábitos.

Para o desenvolvimento desse trabalho, busquei leituras bibliográficas para conhecer a respeito do assunto tratado, sua importância, buscando praticas para serem trabalhadas e poder escrever sobre o tema, desenvolvi algumas atividades de campo de forma significativas, com a turma pré II F durante o período vespertino, no total de 20 alunos, na escola Municipal Fabio Ribeiro Da Cruz do Município de Colide MT, sobre cuidados e a importância de se adquirir hábitos de higiene pessoal para que possam crescer com esses hábitos e uma vida saudável.

 

 

2 DESENVOLVIMENTO

 

2.1 A HIGIENE PESSOAL

 

A higiene pessoal é um conjunto hábitos ações que se utiliza durante nosso cotidiano para manter o corpo limpo e saudável, evitando possíveis doenças transmitidas por vermes como bactérias, fungos, e vírus causadas pela falta da higienização.

Para Maria Tereza et al (1997, p.72):

 

Para evitarmos doenças causadas pela falta de higienização do corpo e mantermos nosso corpo saudável conservando uma boa saúde, o corpo precisa de alguns cuidados, como um bom banho diariamente, que além de tirar as impurezas do corpo faz com que mantém limpa as orelhas, unhas das mãos e pés, cabelos limpos, e órgãos sexuais limpos. Escovar os dentes pelo menos três vezes ao dia, ou seja, de manhã após as refeições e a noite ao deitar se, evitando assim possíveis carie que é uma bactéria que ataca os dentes, podendo causar doenças, usar roupas limpas, na qual devem ser trocadas todos os dias.

 

Neste sentido precisa adquirir estes hábitos de higiene pessoal, pois além do cuidado do corpo, propicia uma vida saudável, e evitar algumas doenças causadas por bactérias fungos e vírus, passando a ter um melhor convívio social, e um melhor alto-estima.

Veja:

 

A higiene é o conjunto de meios para manter as condições favoráveis à saúde. Os hábitos de higiene diários incluem não só a lavagem corporal, mas também o tipo de alimentação, vestuário e calçado, a postura no dia a dia, as horas de sono diárias e a prática de exercício físico. (GARCIA; GUIMARAES; SIQUEIRA, 2011)

 

Com tudo a higiene pessoal não é só o cuidado com o corpo, exige outras ações que também devem ser praticados no dia a dia para viver saudável.

 

2.2 HIGIENE PESSOAL E SEUS BENEFICIOS

 

Portanto quem possui hábitos de higiene pessoal previne de doenças infecciosas, consegue conviver melhor com sigo mesma e perante a sociedade, sua auto-estima se eleva, são mais felizes e responsáveis com sigo mesmas e seus afazeres do dia a dia, tem tendência de viver por mais tempo, e viver melhor.

Neste sentido vejamos o que enfatiza O Banco de saúde (2010): “Além proteger de doenças, a higiene pessoal também aumenta a auto-estima, deixando as pessoas se sentirem mais agradáveis e confiantes para enfrentar melhor as situações do dia-a-dia.”

Portanto as pessoas que mantém hábitos de higiene são mais aceitas dentro da sociedade, como pessoas responsáveis e comprometida com os afazeres sociais.

 

2.3 HIGIENE PESSOAL NA VIDA DA CRIANÇA.

 

Denise Zimpek afirma que a criança só está pronta para ter responsabilidade na sua higiene pessoal a partir dos cinco anos de idade, antes disso a mesma precisa de ajuda e orientação dos pais ou responsáveis para ensinar a desenvolver habilidades e manter atitudes de higiene consigo mesmas e com o ambiente.

Vejamos:

 

Observa se na criança de cinco anos uma maior independência. Busca o mundo interior com mais frequência e começa a entender da sociedade em que vive, adequando- se com mais facilidade a elas. Demonstra uma autonomia maior, sendo capaz de vestir se e envolver se mais com sua higiene pessoal, o que deve ser incentivado desde cedo sobre a supervisão dos pais. (ZIMPEK, 2008, p.97)

 

Neste sentido precisa ensinar a criança, enquanto sua higienização, pois além de proporcionar uma boa saúde favorecer também no desenvolvimento da sua autonomia, um melhor convívio social, a sua autoestima se eleva, conhece sua identidade, podendo caminhar sozinha, para si e perante a sociedade.

Como enfatiza RCNEI (1988, p.39) ´´O exercício da cidadania é um processo que se inicia desde a infância, quando se oferecem as crianças oportunidades de escolhas e de autogoverno. ``

Contudo faz se necessário ensinar desde os primeiros anos de vida das crianças práticas de higiene pessoal, para o exercício da cidadania, ou seja, crescer adultos conscientes sabendo da importância que se tem ao adquirir hábitos relacionados à higiene pessoal, pois são práticas que a própria sociedade constrói no intuito de levar uma vida agradável, e saudável.

Conforme aborda a Coleção PROINFANTIL:

 

Os cuidados com a nossa higiene (tomar banho, lavar os cabelos, cortar as unhas, escovar os dentes etc. são hábitos que a família deve ensinar desde cedo na vida das crianças [...], pois são estruturantes para a criança e formam hábitos saudáveis. (Coleção PROINFANTIL, Unidade 6, 2006, p54).

 

Entretanto é da família que deve partir o ato de ensinar desde cedo hábitos de higiene para seus filhos, para que possam crescer praticando, pois as mesmas quando pequenas não conhece os benefícios e malefícios que a higiene pessoal proporciona perante toda sua vida, sendo totalmente dependentes dos pais ou pessoas mais velhas para fazer sua higienização.

Neste sentido a coleção explorando o ensino afirma:

 

É de responsabilidade da família ensinar hábitos de higiene pessoal, mas a escola permanece como instituição que pode constituir de espaço genuíno de promoção da qualidade de vida, construindo condições para que seus alunos se instrumentalizem para a intervenção individual e coletiva. O professor deve ser o motivador para buscar informações e ir além do livro didático, elegendo materiais diversos. (Coleção explorando o ensino, 2010, v.18.p.184).

 

Cabe então a escola o papel de oferecer para as crianças diversos tipos de materiais pedagógicos, e o professor de trabalhar práticas de forma significativa com os diversos tipos de materiais levando para sala de aula problemáticas do dia a dia a respeito do tema, para que as crianças possam formar conceito sobre a importância de se ter uma boa higiene, e possam levar por toda vida mantendo bons hábitos higiênicos melhorando a qualidade de vida.

 

2.4 AÇÕES HIGIENICAS.

 

Portanto higiene pessoal são ações praticadas por pessoas para manter o nosso corpo limpo e manter uma boa saúde, prevenindo de vários tipos de doenças infecciosas.

Passos e Silva (1996, p.109) afirmam para conservar uma boa saúde, o corpo precisa de cuidados, como:

 

- Tomar banho diariamente,

- Usar roupas limpas,

- Andar calçados,

- Manter às mãos e unhas sempre limpas,

- Manter as orelhas limpas,

- Lavar as mãos antes das refeições e depois que usar o sanitário,

- Escovar os dentes ao levantar-se, depois das refeições e ao deitar,

- Dormir de 8 a 10 horas por noite, em quarto arejado

- Cuidar dos cabelos,

- Alimentar se bem e nas horas certas,

- Sentar-se corretamente.

 

Neste sentido essas são as principais atitudes higiênicas para manter o corpo limpo e saudável, e são esses hábitos de higiene pessoal que deve ser ensinar desde cedo para possam crescer adultos praticantes conscientes dos seus deveres.

 

2.5 PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS AO NÃO ADQUIRIR OS HÁBITOS HIGIÊNICOS.

 

Segundo Banco de Saúde (2010) pode acarretar várias consequências devido ao fato de não adquirir uma boa higiene pessoal desde cedo. Como: “Não tomar banho diariamente causa assaduras, mau cheiro, micoses, corrimentos vaginais, sarna, piolho e infecções urinárias; “

Não lavar as mãos pode resultar em contaminação e desenvolvimento de doenças virais, bacterianas e fúngicas;

Ao não cortar as unhas, mantendo sujas surge verminoses e doenças intestinais;

O uso de roupas sujas e apertadas faz com que surja corrimentos vaginais, infecção urinaria mau cheiro, celulites;

Usar calçado inadequadamente ou andar descalço causa mau cheiro e micoses nos pés.

A não higiene bucal traz aparecimentos do mau hálito, cáries, tártaro, placas, problemas nas gengivas, sensibilidade, reumatismo infeccioso e gengivite;

Não manter os cabelos limpos causa o surgimento de Caspas, piolho, mau cheiro, oleosidade e queda de cabelo;

Não lavar o rosto adequadamente faz com que surjam espinhas e cravos.

 

2.6 DIDATICAS SIGNIFICATIVAS NA EDUCAÇAO INFANTIL.

 

Para que uma boa higiene possa acontecer diariamente na vida da criança a mesma precisa de forma significativa, sentir prazer na hora de praticar o ato, para, mas para isso o professor precisa proporcionar a elas momentos atrativos, onde as mesmas começarão a pôr na pratica do seu dia a dia o que aprenderam.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 2: “A disposição dos materiais e utensílios pedagógicos é fator que interfere diretamente nas possibilidades do “fazer sozinho”, devendo ser, também, alvo de reflexões e planejamento do professor e da instituição” (RCNEI v.l 2, 1998, P.39).

Neste sentido Machado (2013) traz atividades sobre higiene pessoal como: “Momentos de interações através de conversas informais no qual o educador retrata sobre a importância o os cuidados de se ter uma boa higiene pessoal.”

Atividades escrita como: fantoches de dedos dentinhos para pintar e recortar, pintar uma escova de dente, fazer dentinhos com tinta branca em uma boca, colar bolas de algodão em um palito de picolé pintado com tinta guache, pedir para desenhar tudo que é preciso para mantermos limpos, pintar uma escova de dente, jogo da memória de rótulo.

Atividades para manter o ambiente limpo, ao trabalhar massinha ou tinha guache mostrar que devemos deixar a sala limpa após a brincadeira, fazer colagem de papel laminado em um desenho de uma lata de lixo.

Fazer um mural com rótulos de material de limpeza, e recortes de gravuras sobre a higiene.

FÍGURA 1- Confecção de um mural coletivo com rótulos de material de limpeza corporal.

FONTE: Atividade desenvolvida com alunos da Educação Infantil, da Escola Municipal Fabio Ribeiro da Cruz no dia 22 jun.2013.

 

Cantar música sobre higienização, como bicho papão não de educação, não escova os dentes para comer não lava as mãos.

Situações de faz de conta, onde se assimila que a criança está tomando banho, usando músicas para tornar este momento mais agradável.

Momentos de historinhas infantis sobre a boa higiene, através de personagens infantis que elas mais gostam e conhecem.

 

 

3 CONSIDERAÇOES FINAIS

 

Ao finalizar este trabalho obtive um grande conhecimento a respeito do tema, onde percebi que higiene pessoal não envolve somente os cuidados com o corpo, mas como também em praticar exercícios físicos, cuidar das roupas que se usa, evitar andar descalço, mantendo os calçados limpos, manter uma boa postura, o ambiente no qual vivemos também faz parte e devemos manter sempre limpos. Que higiene pessoal envolve saúde, e o que vem contribuindo para favorecer essa saúde evitando possíveis doenças causadas por bactérias, vírus e fungos são esses hábitos higiênicos.

Com tudo diante do oposto é importante ressaltar, que para que hábitos de higiene pessoal possa acontecer diariamente na vida da pessoas, a família tem o dever de ensinar desde os primeiros anos de vida da criança hábitos de higiene pessoal para que quando ingressarem na escola trabalham juntas onde o professor vai aprimorar estes conhecimentos através de atividades significativas na qual elas cresçam conscientes de seus atos, levando os hábitos higiênicos como rotina do seu dia a dia.

Este trabalho pode contribuir com as crianças da educação infantil pré II da Escola Municipal Fabio Ribeiro Da Cruz do município de Colíder, no qual despertou na mesma um grande interesse sobre o tema, pois muitas não tinham consciência da importância que tinha em adquirir hábitos de higiene pessoal, ou seja os benefícios ao praticar e as consequências de não praticar.

A contribuição deste trabalho foi muito significativa para as crianças, pois as mesmas não irão esquecer levando para seu dia a dia e sua vida adulta, práticas de higiene, contribuiu para desenvolver sua autonomia, a conhecer sua identidade, crescer adultos responsáveis com melhor autoestima, e sendo melhor aceito perante a sociedade.

 

 

REFEREÊNCIAS

 

Banco de saúde, 2010. Disponível em:<http://www.bancodesaude.com.br/pele-cuidados-beleza/higiene-pessoal> acesso em: 24 jun.2013.

 

GARCIA, Juliane, RAMOS, Lilian Guimaroes, MARTINES, Soraya Siqueira. Projeto APE-D. E. Marília. Ações para estimular a higiene pessoal, 18 de out.2011. Disponível em:<http://projetoapemarilia.blogspot.com.br/2011/10/acoes-para-estimular-higiene-pessoal-da.html>.acesso em:17 jun.2013.

 

MACHADO, Maria das Neves. Atividades sobre higiene educação. 26 jan.2013. Disponível em: <http://danielemachado7.blogspot.com.br/2013/01/atividades-sobre-higiene-educacao.html>acessado 21 jun.213.

 

MARSICO, Maria Tereza et al. Marcha Criança.ed.4. São Paulo: Scipione,1997.

 

Ministério da Educação e do Deporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Nacional Para Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

PESSOA, Célia. SILVA, Zenaide. Eu gosto de ciências. Programa de saúde. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1996.

 

PAULISTANA, Beatriz. Pequenos Grandes pensantes. 18 fev.2013. Disponível em:< http://pequenosgrandespensantes.blogspot.com.br/2013/02/higiene-e-saude-na-educacao-infantil.html>acessado 25 jun.2013.

 

PAVAO, Antonio Carlos. Coleção explorando o Ensino Ciências; v18.-Brasília:Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica,2010.

 

PESSOA, Célia. SILVA, Zenaide. Eu gosto de ciências. Programa de saúde. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1996.

 

ZIMPEK T. Pereira, Denise... [et al] ...Dados eletrônicos. Porto Alegre: Atmed,1993

 

 

PROJETO MALA VIAJANTE

Sandra Aparecida Guedes

 

 

APRESENTAÇÃO

 

Nosso projeto visa desenvolver em nossos alunos o gosto pela leitura (mesmo que não esteja alfabetizado).

Peço a sua participação interagindo junto ao seu filho (a). Dessa forma, você deverá contar a historinha para ele.

Após a leitura, ele deverá desenhar (sozinho), na folha de registro, a forma, que entendeu e ouviu. Poderá soltar sua imaginação, usando lápis de cor, giz de cera, canetinhas coloridas, recorte e colagem de qualquer material.

Em seguida, pintar a carinha(smile) de acordo com o que a criança achou da historinha.

O aluno (a) estará levando ( na terça-feira e na sexta-feira):

  • Uma pasta literária;

  • Um livro literário;

  • Um portifólio literario.

Na quinta-feira e na segunda-feira, o aluno deverá contar para os colegas o que aconteceu na historinha, da sua maneira, desenvolvendo sua imaginação.

 

Agradecemos a sua participação e colaboração.

 

 

Tema: Mala viajante.

 

 

Público alvo: Alunos 3º ano B.

 

 

Justificativa:

Diante da preocupação com o processo de conhecimento da leiura, justifica-se que é indispensável que às práticas de leitura assumam desde cedo, ainda na infância, papel fundamental na formção de futuros leitores. O objetivo do projeto, assim, como em outras situações de leituras que ocorrem na sala é também, estimulador a leitura de tal forma que seja algo prazerozo e não obrigatório, despertando o mundo imaginário da criança.

Sabe-se que a leitura e escrita têm na educação uma função social, enfatizada na comunicação entre as pessoas e ambas devem ser adquiridas desde cedo e praticadas de várias formas. Sendo assim, é importante que a criança tenha acesso a diferentes tipos de textos, onde ela construirá sua aprendizagem, Até mesmo, as crianças não alfabetizadas podem usufruir desta proposta , pois, inicialmente com a leitura de imagens, observação da direção de escrita estarão desenvolvendo habilidades na oralidade, interpretação e assim se apropriarão dos componentes para aprendizagem da leitua e escrita.

Diante da perspectiva de que a leitura é fundamental e que a escola possui um papel importante nesse processo do hábito da leitura nas crianças, considera-se importante a realização do presente projeto: “Mala Viajante”, que será desenvolvido através da leitura de diversas histórias infantis.

 

 

Objetivo geral:

 

  • Interagir família e escola.

 

 

Objetivo específico:

 

  • Envolver a família nas práticas de leitura;

  • Permitir que o aluno tenha acesso a variados livro;

  • Desenvolver a linguagem verbal do aluno;

  • Encantar o aluno através do ato de ler, mesmo que seja por imagens e figuras;

  • Promover a aproximação aluno, escola e família.

 

 

Recursos:

 

  • Uma sacola;

  • EVA para decoração;

  • Livro literário;

  • Lápis de cor;

  • Gis de cera;

  • Canetinhas coloridas;

  • Recorte e colagem de qualquer material que a criança escolher.

 

Procedimentos metodológicos:

 

O projeto de leitura acontece de segunda-feira a quinta-feira e tem inicio com um aluno sorteado para levar a mala viajante e, e este sorteará um novo colega no dia seguinte e assim por diante. A professora faz uma seleção de livros levando em conta a faixa etária dos alunos. Pra este público, são livros que predominam as imagens sobre o texto e de linguagem bem simples com princípio, meio e fim. O livro escolhido pela criança vai dentro da mala para ser lido em casa com a família na terça-feira e na sexta-feira. A criança deverá fazer a ficha de leitura, de acordo com sua imaginação e pintar carinha (smile), classificando o que achou do livrinho. Na segunda-feira, ocorrerá na sala de aula o reconto feito pelo aluno e um novo aluno será sorteado, sucessivamente.

 

Avaliação:

 

A avaliação será feita durante todo o processo, pois dela dependem os próximos passos e os ajustes que fizer se necessário.

 

Incentivar a leitura é a forma mais eficaz de dissiminar a cultura e valores, a incentivar a imaginação e despertar a criatividade.

(Elaine Sekimura)


A NEXO: