FAMÍLIA E ESCOLA: A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA
Franciele Da Costa Marques
Maria de Fátima Silva
Queti Tonetti
RESUMO:
Atualmente a educação da criança assume um caráter global no sentido de que atribui a todas as instituições principalmente no que condiz a escola e a família, parcelas essenciais na responsabilidade e de parceria no processo de formação infantil. A grande contradição se dá pelo fato de que no imaginário escolar e familiar, as expectativas em relação à educação não são cumpridas entre uma e outra, o que gera um diálogo árduo e não raras vezes, mutuamente sem retorno. Mesmo assim, tais instituições precisam assumir as responsabilidades que lhes cabem, no sentido de garantir que a aprendizagem aconteça numa educação voltada para o exercício ético da democracia e da cidadania. O presente artigo pretende investigar, junto à teoria, qual é o papel da família e escola no desempenho escolar das crianças. Portanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica buscando fundamentação teórica para a concretização do objetivo almejado. No alcance dos resultados, constatou-se, entre outros aspectos, que cabe aos profissionais da educação, ou seja, aos professores, darem o primeiro passo para que a parceria entre escola e família possa acontecer de forma efetiva. Para isto, deve-se considerar o planejamento das reuniões escolares a fim de que não sejam somente “informativas”, mas interativas e dinâmicas.
Palavras-chave: Família. Escola. Participação. Educação. Crianças.
1- INTRODUÇÃO:
A instituição escolar se vê diante de vários problemas educacionais agregados à desordem, ao desrespeito às regras de conduta e à falta de limites com seus alunos que considera como responsabilidade da família, e esta nutre uma expectativa de que a escola forneça a criança alguns ensinamentos, muitas vezes equivocada.
Percebe-se nos estudos de Vasconcelos (1989) que cada vez mais os alunos vêm para a escola com menos limites trabalhados pela família. Muitos pais chegam mesmo a passar toda responsabilidade para a escola. Mediante suas remotas experiências como estudantes e a desorganização da classe que os filhos relatam, os pais exigem da escola uma postura autoritária. É preciso ajudá-los a compreender que existe uma outra alternativa, que supera tanto o autoritarismo, quanto esses contornos se mostra necessário à reflexão sobre situações, por vezes, problemáticas, principalmente no que tange ao conhecimento sobre o tipo de família que hoje a escola tem que lidar e como lidar.
Por outro lado, sabe-se que a família, por mais que tenha inúmeras responsabilidades educacionais sobre a criança, necessita de auxílio para efetivar este ensino com qualidade, como destaca Parolim (2007, p. 14): “sabemos que a família está precisando da parceria das escolas, que ela sozinha não dá conta da educação e socialização dos filhos”. Como consequência disto, a educação fornecida nestas duas instituições, ao invés de se complementarem, concorrem entre si, conforme a mesma autora destaca: “os professores afirmam que as posturas familiares são adversas ás posturas que adotam na escola com os alunos, como agravante em termos das suas aprendizagens”.
Diante deste problema, questiona-se o que pode ser feito para que família e escola possam caminhar juntas no processo de ensino e aprendizagem do educando?
Ao analisar a necessidade de uma postura democrática participativa por parte da escola, acredita-se que a solução para tal embate seja atrair a família para a escola através de instrumentos comunicativos que realmente sejam efetivos, que não sirvam somente para “informar”, mas para coletivizar conhecimentos, onde ambas possam comparar, construir e reformular seus métodos de ensino conseguindo com isto, efetivar suas funções de educadores.
Diante desta situação, este artigo tem como objetivo principal investigar junto à teoria qual é o papel da família e escola no desempenho escolar das crianças.
Como forma de atingir o objetivo almejado, o estudo estrutura-se primeiramente na família dos dias atuais, apresentando os tipos de famílias existentes na contemporaneidade, bem como suas responsabilidades educacionais na formação da criança. Tais informações são primordiais para que se possa entender que cabe a família, independentemente de suas obrigações profissionais, algumas ações formativas voltadas, não somente para a construção de valores, mas de outras práticas essenciais para a formação da criança. Posteriormente, abordam-se as funções da escola no processo educacional da criança, bem como algumas propostas para que escola e família caminhem juntas, principalmente no que condiz ao preparo das reuniões escolares.
2- DESENVOLVIMENTO:
Nos últimos anos, várias mudanças ocorridas na sociedade atual relacionadas ao processo de globalização da economia capitalista vêm interferindo na dinâmica e estrutura familiar e possibilitando mudanças em seu padrão tradicional de organização. Conforme os estudos de Pereira (1995), a queda da taxa de fecundidade, o declínio no número de casamentos, o aumento de famílias onde os pais não vivem juntos, entre outros aspectos, tornam as famílias dos dias atuais bem diversificadas.
No passado era possível definir a família como pais, filhos e outros parentes vivendo num mesmo ambiente, hoje em dia isto mudou, além de muitos pais viverem separados, existem outros aspectos, como destaca Dias (2005, p. 210):
A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Ela consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue, casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas ou não por um período de tempo indefinido. ( DIAS, 2005, p. 210 ).
Faz-se necessário ressaltar que essas mudanças não devem ser encaradas como tendências negativas, ou sintomas de "crise". A aparente desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que ela vem sofrendo, os papéis sociais atribuídos entre o homem e a mulher tendem a se modificar não só no lar, mas também no trabalho, na rua, no lazer e em outras esferas da atividade humana. Portanto, não se pode mais falar de família, mas de “famílias”, para que se possa tentar entender a diversidade de relações que convivem em nossa sociedade. A família é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando.
Existem inúmeras dificuldades que podem ser encontradas na educação familiar devido os reflexos que a sociedade emana, como destaca Cury (2003, p. 28): “hoje, bons pais estão produzindo filhos ansiosos, alienados, autoritários, indisciplinados e angustiados”. Nesta perspectiva, destaca o mesmo autor que além de não adotarem um tempo para educar os filhos a enfrentar os problemas sociais, a própria sociedade é responsável em “deseduca-los” devido à quantidade de estímulos que exercem na criança. Dentre eles, encontram-se os apelos para o consumo desenfreado, para a violência, para o sexo sem limites que para o autor são: “estímulos sedutores que se infiltram nas matrizes de sua memória (...), os pais ensinam os filhos a serem solidários e a consumirem o necessário, mas o sistema ensina o individualismo e a consumir sem necessidade”.
Combinando as relações atitudinais por parte da família na educação dos filhos, é possível diferenciar três tipos diferentes de pais de acordo com as pesquisas de Aparecida e Rebelo (2003, p. 69), os pais: “autoritários, permissivos e democráticos”. Conforme as autoras, os pais autoritários são aqueles que têm dificuldade de se comunicar com os filhos, além de demonstrarem pouco afeto e serem bastante rígidos, controladores e restritivos quanto ao nível de exigência de seus filhos. As condutas são avaliadas a partir de rigorosos padrões preestabelecidos. Valorizam também a obediência às normas e regras por eles definidas, e não se preocupam em explicar ás crianças às razões destas imposições nem consulta-las acerca do assunto.
Quanto aos pais permissivos, são afetuosos e procuram dialogar com os filhos. Mas possuem dificuldades no controle aos limites, pois são muito tolerantes, chegando até mesmo a serem indulgentes em relação aos desejos e atitudes da criança. Já os pais democráticos mantêm um equilíbrio no controle das ações, principalmente no que condiz ao amadurecimento, independência, respeito, capacidades e sentimentos de seus filhos. Demonstram afetividade e procuram estimular a criticidade na criança. Além disto, são flexíveis e conseguem fazer com que a criança seja disciplinada estabelecendo regras e limites de forma clara e objetiva.
Percebe-se a diferença das dimensões e estilos de educação familiar onde os pais podem adotar comportamentos diferentes no que tange ao incentivo, desenvolvimento da personalidade da criança, estabelecimento de regras, condutas, relação afetiva, autocontrole etc. Ainda assim, verifica-se que os pais democráticos são os que realmente conseguem efetivar ações educacionais capazes de estabelecer limites e regras de conduta de forma construtiva, afetuosa e com responsabilidade.
Apesar dos entraves, a educação, tanto na família como na escola, não pode ser mecânica e arbitrária. É preciso ajudar a criança a encontrar significado no aprendizado, proporcionar-lhe uma abertura para a vida. Nesta perspectiva, Chalita (2001, p. 120) destaca que: “a responsabilidade de educar não é apenas da escola, é de toda a sociedade, a começar pela família”. Assim, é possível constatar que a participação entre escola e família, são fatores predominantes de desenvolvimento educacional e comportamental da criança.
2,1. A importância da relação família/escola
Vida familiar e vida escolar perpassam por caminhos concomitantes. É quase impossível separar aluno/filho, por isto, quanto maior o fortalecimento da relação família/escola, tanto melhor será o desempenho escolar desses filhos/alunos. Nesse sentido, é importante que família e a escola saibam aproveitar os benefícios desse estreitamento de relações, pois, isto irá resultar em princípios facilitadores da aprendizagem e formação social da criança.
Tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa instituição. A escola tem sua metodologia filosofia, no entanto ela necessita da família para concretizar seu projeto educativo. (PAROLIM, 2003, p. 99)
Em vista disso, é que destacamos a necessidade de uma parceria entre a família e a escola visto que, cada qual com seus valores e objetivos específicos em relação à educação de uma criança, se sobrepõe, onde quanto mais diferentes são, mais necessitam uma da outra. Entretanto, escola e família não podem e não devem modificar-se em suas formas de se desenvolverem e se organizarem – a escola em função da família e a família em função da escola-porém, podem e devem estar abertas às trocas de experiências mediante uma parceria significativa.
A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade
educacional da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela apenas começa. È preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007, p. 6).
Diante dos autores revisados, percebe-se a clareza da importância de compartilhar responsabilidades e não transferi-las. A escola não funciona isoladamente, é preciso que cada um, dentro da sua função, trabalhe buscando atingir uma construção coletiva, contribuindo assim para a melhoria do desempenho escolar das crianças.
Promover um contato maior entre Família X Escola de forma organizada, prazerosa, num ambiente acolhedor e afetivo para juntos construirmos uma imagem positiva, compartilhando experiências, superando problemas e outros e envolver a comunidade escolar de forma socializadora num trabalho de integração social.
O sucesso de qualquer proposta educacional certamente está relacionado à participação dos pais, ao interesse da família pela vida Escolar do aluno, ao estímulo a leitura e aos estudos individuais e ao hábito de fazer e corrigir as atividades de casa, ingredientes dependentes da ação conjunta da Escola, da família e da comunidade – três parceiros que podem contribuir para o sucesso dos Alunos, para uma Educação de qualidade e, principalmente, para a formação plena de cidadãos.
O envolvimento de todos será de grande importância, pois quando todos se envolvem, a escola cumpre melhor o seu papel.
2,2. Aproximação da família com escola, apoia o aluno e transforma educação
A família e a escola devem caminhar juntas para apoiar o desenvolvimento dos alunos. Embora essa afirmação seja quase um consenso entre os profissionais da educação, a aproximação entre ambos os lados ainda é um desafio. Enquanto diretores e professores se queixam da falta de envolvimento da família na educação, pais ou responsáveis dizem não encontrar espaços de participação dentro da escola.
Para romper essas barreiras, especialistas defendem que é necessário investir no diálogo, seja para acordar os horários da reunião de pais ou até mesmo criar estratégias efetivas de participação. Os desafios e caminhos para concretizar a integração família e escola .
O envolvimento e a participação da família no ambiente escolar nos dias atuais é considerado componente importante para o desempenho ideal das instituições de ensino, e para a segurança da criança em sua vida escolar. O ambiente escolar tem sem dúvida, uma função importantíssima. Por isso se faz necessário que a família procure acompanhar o desenvolvimento da criança em todo o seu processo de aprendizagem, tanto no lar quanto na sua atividade na escola.
O desenvolvimento escolar surge por uma parceria entre família / escola, a criança que tem um acompanhamento familiar, limites e regras sem dúvidas terá bom rendimento escolar na qual a família pode possibilitar o verdadeiro significado do aprendizado. A família deve estimular parabenizar e questionar referente ao seu dia -a- dia escolar.
“... a família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os primeiros ensinar e as atitudes destes frente às emergências de autoria, se repetidas constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos.” (FERNANDES, 2001, p.42).
Portanto, é indispensável que a família esteja em harmonia com a instituição escolar, uma vez que uma relação harmoniosa só pode enriquecer e facilitar o desempenho educacional das crianças.
Consequentemente, uma boa relação entre a família e a Escola deve estar presente em qualquer trabalho educativo que tenha como principal alvo o aluno. A escola deve também, exercer sua função educativa junto aos pais, discutindo, informando, orientando sobre os mais variados assuntos, para que em reciprocidade, escola e família possam proporcionar um bom desempenho escolar e social às crianças. Pois,
[...] e toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem senão educados, ao menos, informados no tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos. (PIAGET, 2007, p. 50)
É importante que a família esteja engajada no processo ensino-
aprendizagem, isto tende a favorecer o desempenho escolar, pois das vinte e quatro horas do dia, apenas quatro horas a criança permanece na escola, as outras vinte horas está no convívio familiar.
2,3. Estratégias da escola para atrair os pais
Quando falamos na relação família/escola, uma sempre espera algo da outra. E para que isto de fato ocorra, a escola, como instituição formadora de cidadãos atuantes e de local onde os profissionais da educação trabalham, é preciso que ela seja capaz de construir coletivamente uma relação de diálogo mútuo, onde cada parte envolvida tenha o seu momento de fala, mas também de escrita, onde exista uma efetiva troca de saberes.
Nos momentos de interação entre escola e família é preciso conceber que a capacidade de comunicação exige a compreensão da mensagem que o outro quer transmitir e para tal faz-se necessário o desejo de querer escutar o outro, a atenção às ideias emitidas e a flexibilidade para se receber as ideias que podem ser diferentes, mas complementares.
Muito embora a escola saiba da importância da família, de acordo com os estudos levantados por Paro (1993, p. 68) ainda carecem de encaminhá-la de forma efetiva: “parece haver, uma incapacidade de compreensão por parte dos pais, daquilo que é transmitido na escola; por outro lado, uma falta de habilidade dos professores para promoverem essa comunicação”.
Ainda assim, é admissível compreender também que, apesar de haver muitas oportunidades dos pais estarem presentes no ambiente escolar, bem como a importância de haver esta participação consciente, é possível concordar que, embora seja interesse dos pais saber da vida dos seus filhos, porém a escola não pode deixar de relevar que muitos pais saem de casa muito cedo e só voltam à noite e que dependem daquele emprego; por isso, frequentemente não comparecem quando convocados. Uma saída para esse tipo de problema é oferecer opções de horários dentro do período de funcionamento da escola e que o professor deixe anotações e solicite a colaboração do auxiliar do período para o atendimento ao pai.
Além disto, o desenvolvimento pedagógico com a criança poderá também influenciar na atração dos pais pela escola, como evidencia Vasconcelos (1989, p.80):
Uma das melhores formas de se atingir a família é através dos próprios filhos; daí a relevância da escola desenvolver um trabalho participativo, significativo, em que realmente o aluno se envolva e entenda o que está sendo proposto para ele. Desta maneira, o próprio filho terá argumentos para ajudar os pais a compreender, a proposta da escola. ( VASCONCELOS, 1989, P. 80 )
Uma outra situação que merece uma reflexão por parte da escola é a comemoração do dia dos pais e mães pelo fato de haver hoje em dia um grande número de pais separados e de filhos sem saberem quem são seus genitores, entre outros aspectos voltados para estas comemorações, como evidencia Vasconcelos (1989, p. 78): “para comprar um presente, nem todos possuem condições econômicas; e segundo, que muitos dos nossos alunos não sabem quem é o pai, outros, quem é a mãe, pois moram com os avós.” Assim, esta realidade familiar pode acarretar para a criança situações bem delicadas que, conforme o autor, cabe a escola refletir, antes de submeter à criança uma comemoração que não faz parte da vida do educando, como destaca o mesmo autor:
A escola não deve se render à tradição e insistir em fazer festas para comemorar essas datas, pois a realidade da criança é outra. O trabalho nesse sentido deve existir, ou seja, deve-se mostrar que existem diferentes tipos de família, que nem esse nem aquele tipo é certo; porém, continuar com uma tradição que não condiz com uma realidade atual é fechar os olhos para as mudanças (Op. Cit. p.79).
Ao detectar o tipo de família dos alunos, cabe a escola adaptar a sua realidade ao mundo vivido pelos educandos, além de manter sempre o aluno esclarecido sobre as ações a serem tomadas no que condiz às comemorações referentes aos membros da família e, principalmente, das reuniões escolares.
Um outro aspecto a ser considerado é a revisão das práticas das reuniões de pais: que sejam mais formativas e menos informativas, que atendam necessidades emergentes dos pais captadas pela escola. Embora seja importante também apresentar a proposta pedagógica para os pais. Nos estudos de Falcão (1986, p. 56) este sugere que em uma primeira reunião a escola:
As leis de ensino que estão em vigor, sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais, o Plano Curricular, que visa ao desenvolvimento dos processos educacionais, a filosofia da escola, a metodologia de ensino adotada e as fases de desenvolvimento que os alunos estão vivenciando, bem como suas implicações. ( FALCÃO, 1989,p.56 ) .
Sendo assim, cabe a escola nos seus momentos de reunião com a família, esclarecer o seu planejamento pedagógico a fim de fazer com que esta possa se integrar e auxiliar no alcance dos objetivos. Além disso, torna-se importante ressaltar para os pais a importância de família e escola serem parceiras no processo de aprendizagem da criança. Nesta perspectiva, cabe a escola fazer com que a participação dos pais nas reuniões resulte num melhor conhecimento das metas escolares, de sua estrutura organizacional e de sua dinâmica, de suas relações com a comunidade.
Mas é importante também que os pais sejam ouvidos, onde suas expectativas, dúvidas, reclamações e sugestões em relação à escola sejam democraticamente conhecidas pelo setor administrativo e pedagógico. Tais ações somente propiciarão um clima de trabalho favorável e participativo entre pais e escola.
Além disto, as reuniões também podem ser momentos de informar os pais sobre o andamento do processo educacional da criança, pois de acordo com Tiba (2002, p.182): “A escola percebe facilidades, dificuldades e outras facetas na criança que em casa não são observadas, muito menos avaliadas”. Assim, a criança que estiver com problemas, sejam eles, comportamentais ou em relação aos conteúdos curriculares, receberá ajuda, tanto da escola quanto dos pais para superá-los.
É notório que o envolvimento da família no processo educacional da criança melhora a imagem da escola e o seu vínculo com a comunidade. Tal envolvimento significa uma educação de sucesso apoiada no binômio escola-família, já que não se aprende só na escola. Nesta, aprende-se a aprender, mas para aprender o indivíduo deverá ser estimulado por um meio ambiente favorável, sendo que é na família que os alunos adquirem os modelos de comportamentos que exteriorizam na sala de aula.
Assim, no decorrer deste estudo foi possível adquirir alguns conhecimentos no que tange ao papel da família e da escola como duas instituições com importantes responsabilidades educacionais e de formação do educando. Assim sendo, nada melhor de que tais instituições trabalhem juntas para que o processo de formação educacional da criança seja significativo e eficaz.
Outra característica importante destacado pelos autores foi que além da escola, a família pode exercer um papel importante no incentivo à leitura do educando, já que tal exercício pode acontecer muito antes da criança saber codificar e decodificar os signos. Ao ler “o mundo” através das histórias infantis, a criança pode ir construindo sua identidade e desenvolvendo seu gosto pela leitura; um hábito importante, e que não precisa ser feito somente pela escola.
Diante dos compromissos da escola, ou seja, seus planejamentos voltados para a formação do ser e sua inclusão numa sociedade democrática e cidadã, verificou-se que, cabe a ela proporcionar, além de reuniões interativas, formativas e dinâmicas, momentos democráticos de aproximação e interação com a família para que ambas consigam formar seus filhos e alunos em verdadeiros pensadores, empreendedores, sonhadores, líderes não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos.
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