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ANÁLISE DE TEXTOS COM MENSAGEM MORAL PARA UTILIZAÇÃO EM SALA DE AULA

 

Lúcio Mussi Júnior

 

RESUMO

Frente ao crescente estímulo à adoção de práticas multidisciplinares em sala de aula o presente trabalho traz como foco a análise de vários textos voltados à reflexão valores e de ética. Assim, este artigo é produzido na intenção de de servir de sugestão para professores não só de Língua Portuguesa e Interpretação de textos, como também a professores de Filosofia e Sociologia.

 

 

Palavras-chave: Análise de textos. Interdisciplinaridade. Valores morais.

 

Introdução

 

O presente trabalho configurou-se no sentido de servir como sugestão a professores de diversas áreas do conhecimento no trabalho multidisciplinar com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

Trata-se da análise de vários textos que instigam a reflexão e a valorização da moral e da ética.

 

Desenvolvimento

 

Texto: Educação? Educações. Aprender com o índio

 

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar.

Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos alguma coisa a dizer sobre a educação que nos invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela com o que uns índios uma vez escreveram?

Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os Índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulgá-la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:

... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração. Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.

... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.

Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.”

De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais importantes estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.

Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades tribais de povos caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e industrializados; em mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre as suas classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em formação ou com ele consolidado entre e sobre as pessoas.

Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos.

A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.

A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam e aprendem, o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às vezes a ocultar, às vezes a inculcar – de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem. Por isso mesmo – e os índios sabiam – a educação do colonizador, que contém o saber de seu modo de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para ser a educação do colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado, também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura. Assim, quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda a criá-los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui e legitima. Mais ainda, a educação participa do processo de produção e crenças e ideias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a sua força.

No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador imagina que serve ao saber e a quem ensina, mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu

professor, a fim de usá-lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação – nas suas agências, suas práticas e nas ideias que ela professa – interesses políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza.

Aqui e ali será preciso voltar a estas ideias, e elas podem ser como que um roteiro daqui para a frente. A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”. Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmente inúteis”.

 

Análise do texto:

 

Mesmo ninguém podendo escapar da educação, entende-se que a expressão “falta de educação” pode estar ligada a um desajuste no padrão de educação esperado por diferentes grupos de pessoas.

A expressão com que os índios iniciam a carta “...Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração”, além de não demonstrar ingenuidade, pelo contrário, revela um grau avançado de consciência dos índios e perceber o maneira pela qual os brancos estavam buscando o bem dos indígenas. Subjugando sua cultura e tentando dominar sua educação.

Cada nação tem sua educação voltada para sua cultura e suas necessidades. Deste modo o que para uma é muito útil em outra pode não servir para nada. Nesse contexto, a nação brasileira apresenta vária educações tendo em vista as diferentes culturas das regiões do país, além das diferenças marcadas pelas classes sociais.

O domínio da educação é de fundamental importância no sentido de a nação dominadora ter controle sobre a formação dos jovens da nação dominada. Além de impor sua cultura ainda podem direcionar os jovens para ver o mundo da maneira mais conveniente para os dominadores.

Na escola dá-se a educação formal, voltada à aquisição de conhecimentos científicos. A educação de fato, ocorre em todo lugar em que o indivíduo convive.

No Brasil a educação nas escolas tem ainda, por muitas vezes, tentado direcionar a opinião de seus alunos favorecendo algumas formas de pensar e desestimulando outras. Esta educação ainda tem muito da educação do vencedor, endeusando vultos históricos para exaltar o nacionalismo e justificar massacres ocorridos ao longo de nossa história. Se dúvida há outras maneiras de educar e até certo ponto algumas coexistem em nossa sociedade. Mas sem dúvidas, a forma de educar pode direcionar o pensamento a as atitudes do povo, ou ao menos da maioria dele.

Justamente nesse sentido, se o educador estiver iludido ele pode direcionar o educando e a longo prazo, consequentemente a sociedade à dominação ou manipulação. É preciso uma reflexão muito profunda em busca das verdades e mentiras por traz de cada educação.

 

Texto: O fax do Nirso

 

O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:

Seo Gomis,

O criente de Beozonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa,

Abrasso,

Nirso”

Aproximadamente uma hora depois recebeu outro:

Seo Gomis,

Os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo qui manda umas treis mil pessa. Amanhã to xegando.

Abrasso,

Nirso”

No dia seguinte:

Seo Gomis,

Num xeguei pucausa de que vendi maiz deis mil em Beraba.

To indu pra Brasilha.

Abrasso,

Nirso”

No outro:

Seo Gomis,

Brasilha fexo 20 mil. Vo pra Froniloplis e de la pra Sum Paulo no vinhâo das cete hora.

Abrasso,

Nirso”

E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente escutou atentamente o gerente e disse: “Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias”.

E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente com as mensagens de fax do vendedor:

A parti de oje, nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vendê maiz.

Acinado, O Prizidenti.”

Autor desconhecido.

 

Análise do texto:

O texto vem questionando, de certa forma, a importância da educação escolar na prática no mercado de trabalho. Caracteriza-se que nem sempre a educação formal é capaz de preparar adequadamente o profissional para a função em que vai desempenhar e que a educação informal pode por vezes superá-la.

Na acirrada competição vivida hoje no mercado de trabalho, percebe-se que a educação escolar e a formação acadêmica são sim um importante diferencial entre os profissionais, porém, pode-se notar também que um profissional com uma determinada formação pode destacar-se frente a outro mais “diplomado” que ele. Este fenômeno poderia ocorrer justamente por esta bagagem educacional adquirida fora do ambiente escolar.

 

Texto: A história de Chapeuzinho Vermelho (na versão do Lobo)

 

Esta história será contada de uma maneira não tradicional.

Certa manhã, estava eu passeando pela minha casa – sim, porque eu não sei se vocês sabem, mas a floresta é a minha casa – e, de repente, deparei com uma visão terrível.

Vi uma menina vestida com uma roupa vermelha horrorosa, com um chapéu vermelho igualmente horroroso, carregando uma cesta cheia de produtos embalados com material plástico, que leva milhares de anos para se desintegrar na natureza.

Imaginei que ela fosse fazer um piquenique ou coisa parecida e pensei: não posso permitir que ela deixe aquele material jogado pela mata. Ela vai sujar a minha casa e dos meus companheiros de floresta.

Vou tentar preveni-la dos cuidados ecológicos fundamentais. Por outro lado, que descuidados são esses humanos: deixar uma menina tão pequena passear pela floresta desse jeito, correndo o perigo de ser apanhada por algum predador (dentre os quais eu me incluo).

Como eu estava com o apetite devidamente saciado resolvi, sem segundas intenções, falar com a menina e induzi-la a sair da floresta pelo mesmo caminho por onde entrou. Isto seria melhor para todos... e assim o fiz, mas, assim que me deparei com a menina, ela foi logo gritando feito uma louca e me batendo com a cesta que tinha na mão; nem sequer me ouviu, não me deu oportunidade para falar o que eu queria e explicar o motivo da nossa conversa. Só repetia várias vezes que eu não iria comer o lanche que ela havia preparado para a sua vovozinha, que eu era horrível, que isso e aquilo. Logo vi que não conseguiria atingir o meu intento. Mas... ela é só uma menina... e assim pensando, resolvi perdoá-la.

Apesar de ter ficado furioso com ela num primeiro instante, resolvi procurar por uma velhinha que, algum tempo antes, havia construído uma casinha de madeira perto do rio. Na época, todos nós aqui da floresta havíamos ficado furiosos com ela, pois derrubou nossas árvores e, assim, destruiu a casa de muitos de nossos companheiros animais para construir aquela casa horrenda, mas, devido à avançada idade, resolvemos relevar e deixá-la ficar. Só podia ser ela a vovozinha daquela menina tão mal educada.

Segui por atalhos que só nós, moradores da floresta, conhecemos e, assim, cheguei na casa da velhinha bem antes da sua neta. Segui um caminho muito longo para alertar a senhora dos males que ela e a sua neta poderiam provocar no nosso ecossistema, mas ela também não me deu a menor oportunidade de me pronunciar; foi logo me batendo e fazendo um escândalo tremendo, muito barulho,

muita gritaria, virou-se e pegou uma velha espingarda, certamente com a intenção de matar-me. Não tive outra alternativa, senão comer a velha senhora.

Minutos depois, a menina acabou chegando na casa da sua avó. Sabendo que ela iria provocar novo escândalo, resolvi me disfarçar e, assim, vesti algumas roupas da tal velhinha e tentei me fazer passar por ela, deitado em seu leito.

Quando ela chegou, tentei dissuadi-la a ir embora o quanto antes, mas a menina novamente começou a me insultar dizendo: que nariz grande e horrível você tem... que orelhas estranhas você tem… que olhos caídos e remelentos você tem... Eu procurei responder a todas as perguntas com ternura, mas para tudo há um limite, e minha paciência já estava em ponto de se esgotar, quando tirei o disfarce.

Diante dos gritos da menina, e temendo a aproximação de caçadores que sempre afluíam ao local, não tive alternativa senão comê-la também.

Meu temor, no entanto, se concretizou: um caçador me encontrou e, antes mesmo que eu começasse a me explicar, atirou impiedosamente e me acertou... agora, cá estou eu, com a barriga aberta, moribundo, e vocês ainda estão vibrando com isto, ensinando suas crianças que o malvado dessa história sou eu… isso é muito injusto, muito injusto.

Fonte: Adaptado de ANTUNES, 10 Histórias Exemplares (2004)

 

Análise do texto:

Este texto nos leva a refletir sobre as várias versões que um acontecimento pode conter a partir de análises de diferentes pontos de vista. Com isso, percebe-se que ao apresentar uma verdade pronta aos alunos, o professor pode sim, estar direcionando a maneira de pensar da turma. Como consequência pode “podar” a opinião de quem não concorda com o ponto de vista da maioria.

Esse ponto de vista poderia nos conduzir ao entendimento de que não existe só uma educação e só uma maneira de ver o ensino na escola. Mostra que uma discussão e uma confrontação de diversos pontos de vista poderia levar o aluno a uma análise crítica dos fatos e consequentemente à formação de sua própria opinião.

 

Texto: Uma pescaria inesquecível

Ele tinha 11 anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar num cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes, cuja captura estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.

Logo, elas se tornaram prateadas, pelo efeito da lua, nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.

O pai olhava com admiração, enquanto o garoto, habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.

Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.

O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras volvendo para trás e para frente.

O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.

Pouco mais de 10 horas da noite...

Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:

Você tem que devolvê-lo, filho!

Mas, papai, reclamou o menino.

Vai aparecer outro, insistiu o pai.

Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.

Voltou novamente a olhar para o pai.

Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.

O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há 34 anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem sucedido.

O chalé continua lá, na ilha, em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.

Sua intuição estava correta.

Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como daquela noite.

Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.

Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.

A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Esta conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.

Fonte: LENFESTEI (2008)

 

Análise do texto:

Ética é agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Este é o resumo do ensinamento que este texto traz. Se a educação brasileira valorizasse o ensino da ética desde os anos iniciais, muito provavelmente a sociedade estaria mais amadurecida quanto a isso e não veríamos tantos escândalos de corrupção todos os dias nos noticiários. É preciso valorizar a ética, tanto na educação formal como nas diversas facetas da educação informal. Só assim será possível construir um país justo.

Eu gosto de levar vantagem em tudo, certo?”

Talvez esse possa, em boa parte das vezes, descrever o jeito de ser do brasileiro. Essa criatura famosa por seu jeitinho de levar vantagem. Existem sim muitos brasileiros éticos e honestos, mas infelizmente a falta de ética vem predominando. Precisamos mudar a maneira de trabalhar a ética nas várias faces da educação de nosso povo, começando cada um por si mesmo, para mudarmos esse quadro.

O que é certo é certo, mesmo que ninguém o faça... e o que é errado é errado, mesmo que todo mundo o faça”.

Esse foi o modo como o pai do garoto ágil na pescaria. Ele não quis saber se alguém estava vendo ou se qualquer um daria um jeitinho de ficar com o peixe ou se ninguém no lugar dele faria o filho soltar um peixe daquele porte por estar alguns minutos antes da hora de pescar. Ele simplesmente fez o que era certo.

 

Considerações finais

 

Por fim é possível observar que os trabalhos com textos ou alguma outra mídia que busque valorizar a ética e os valores morais são de grande importância na formação do caráter das crianças e adolescentes, haja vista a reflexão que provocam e os bons exemplos destacados.

 

REFERÊNCIAS

 

SILVA, Wanderlei Sérgio da. Prática de Ensino – Introdução à Docência. São Paulo: UNIP.

 

_____. O Menino e os Pregos na Tábua. Disponível em: www.portalbrasfer.com.br/assets/doc/o-menino-e-os-pregos-na-tabua.docx. Acesso em 26/11/2016.

 

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO EM LIBRAS NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

 

Erica Silvia Paulino

Caroline da Cruz Costa Paulino

Magna Gecilma Freire

 

RESUMO

 

A linguagem exerce papel preponderante na constituição dos sujeitos, visto que é através dela que nos apropriamos da cultura. Apesar da relevância inquestionável da sua importância para o homem a possibilidade de construção da mesma para os surdos, tem sido regularmente negado, e este trabalho tem a finalidade de refletir sobre a Língua Brasileira de Sinais ou LIBRAS e abordando aspectos a ela ligada. A utilização de metodologias diferenciadas deve resgatar o prazer do educando em aprender e isso faz com que o profissional da educação reflita sobre a sua prática pedagógica, sabendo que tem o desafio de conquistar o educando com deficiência auditiva, para que ele sinta-se bem na escola, proporcionando-lhe um aprendizado livre das amarras do sistema educacional discriminatório e classificatório, dando-lhe a oportunidade de se expressar de maneira democrática, levando-o a atingir os objetivos propostos e estimulando suas competências. Assim o presente estudo objetivou identificar as dificuldades encontradas pelos professores, em trabalhar com alunos portadores de deficiência auditiva por não terem LIBRAS em sua formação.. Ao final da pesquisa pode-se perceber que os profissionais da Escola Estadual Valdomiro Teodoro Candido, não tem formação acadêmica, para trabalhar com alunos portadores de deficiência auditiva e encontram dificuldades no seu trabalho pedagógico.

 

Palavras-chave: Inclusão; Ensino de Libras; Formação do professor.

 

INTRODUÇÃO

 

No decorrer dos anos diferentes visões da pessoa surda foram surgindo, assim como metodologias de trabalho. Durante muito tempo via-se a surdez como doença e, portanto a pessoa surda era excluída, liga a incompreensão da sociedade que não vê como diferente e sim, como “diferente”.

Muito se discute sobre a inclusão do surdo no ensino publico regular e Sab se que, constitucionalmente, ele tem direito á educação e ai que alguns desafios configuram-se no trabalho docente, primeiro a falta de formação para trabalhar com alunos surdos, em pregar métodos e técnicas de ensino que favoreça sua interação.

Por isso os professores devem ter uma formação adequada para trabalharem a inclusão dos alunos surdos sem sala do ensino regular, no entanto a maior dificuldade e na área de comunicação.

A presente pesquisa tem como problema discutir quais as dificuldades encontradas pelos professores da educação de jovens e adultos, que não tiveram no currículo da graduação a disciplina de LIBRAS, para lidar com alunos deficientes auditivos que estão em suas salas de aula?

O aluno surdo sente-se diferente, pois o simples fato de querer ajuda-lo mais de dar mais atenção o diferencia dos outros, e uma forma erronia de trabalhar a inclusão, sem perceber o professor acaba isolando-o do grupo e constrangendo-o Assim a inclusão automaticamente transforma-se em exclusão, o aluno surdo não que ser melhor nem sentem uma sensação de impotência . O aluno surdo tem o mesmo direito e na pratica quer ser igual a todos e tratado da mesma forma que seus colegas de sala.

Os objetivos da Pesquisa são fazer relação entre formação acadêmica que os professores tiveram e formação proposta hoje para inclusão; descrever como é a relação dos alunos surdos com os professores e os demais a alunos no âmbito escolar e identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores para ensinar aos alunos com deficiência auditiva.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A Surdez é um tema relevante de pesquisa no Brasil. Primeiramente foi estudada pela médica e recentemente na área da educação, da lingüística e da fonoaudióloga. Cada área passou a se preocupar-se com determinado aspectos da surdez, Como consequência dessa pesquisa, temos um estudo fragmentado da surdez nos aspectos educacionais. As discussões se projetam no campo do estudo da fusão do Método Perdoncini e da LIBRAS utilizados no C.E.E.D.A e nos meios que este professores utilizam para desenvolverem a aprendizagem. Foram utilizados como embasamento os teóricos de base da proposta pedagógica do C.E.E.D.A. Entre eles foram estudados Leila Couto Mattos que discute o método Perdoncini em suas vantagens e desvantagens para o surdo, Ana Paula Santana que faz comparações da educação oral e de sinais e em Vigotsky (1999 e 2000) que fundamenta as atividades guiadas pela imaginação e as ações lúdica.

Segundos Damázio (2002), a pessoa que, fluente em Língua Brasileira de Sinais e em Língua Portuguesa, tem a capacidade de verter em tempo real ( interpretação simultânea) ou, com um pequeno espaço de tempo ( interpretação consecutiva)da Libra para Português ou deste para a LIBRAS. A tradução envolve a modalidade escrita de pelo menos uma das línguas envolvidas no processo.

Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngüe,a escola está assumindo uma política lingüística em que duas línguas passarão a co – existir no espaço escolar. Além disso, também será definido qual será a primeira língua e qual a segunda língua, bem como as funções em que cada língua irá representar no meio ambiente escolar. Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão acessíveis ás crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai depender de como, onde e de que forma as crianças utilizam as línguas na escola. (DAMÀZIO, 2006, p.15).

 

As pessoas com perda auditiva constituem em grupo bastante heterogêneo e, por isso não é correto fazer a afirmações que possam ser generalizadas a toda a população que apresenta tal deficiente. O desenvolvimento comunicação lingüístico de crianças surdas com uma perda auditiva profunda, por exemplo, apresenta aspecto com perdas leves ou hipoacústicas.

O fato de os pais também serem surdos ou serem ouvintes te repercussões igualmente importantes educação das crianças. Esses fatores podem ser diferenciadores em torno dos cincos seguintes: a localização da lesão, a etiologia, a perda auditiva, a idades de início da surdez e o ambiente educativo da criança.

Idade de início da surdez: A idade da criança quando se produz perda auditiva tem uma grande repercussão no desenvolvimento: Fala,Pré – locutiva,Pós- locutiva e a aquisição da fala.

A pesquisa já classe de Conrad (1979) sobre os alunos surdos confirmar a importância e a repercussão do antes, do depois dos 3 anos.Em estudo, o autor classifica os alunos com perdas auditivos superiores a 85 dB em três grupos, segundo a idade em que perdem a audição, congênita, do nascimento aios 3 anos e depois dos 3 anos. (DAMÀZIO, 2007,p.16).

 

Objetivo principal é a aquisição de sistema lingüístico que organiza quando a criança perde a audição.

Os estudos realizados sobre aquisição da linguagem de sinais comprovaram que sua evolução é muito semelhante que se produzem nas crianças ouvintes com relação á linguagem oral. Essa semelhança não impede as determinadas linguagens, que distinta uma expressão, manual ou oral.

Correspondência das duas aquisições duas linguagens encontrou um importante reforço no estudo de Pettito e Marentette (1991) sobre o balbucio manual de duas crianças surdas profundas com idades compreendias entre 10 a 14 messes.

O balbucio é expressão de uma capacidade de linguagem amoldal, associada á fala e ao sinal. Apesar das diferenças radicais entre os mecanismos motores que subjazem ao sinal e á linguagem falada, as crianças surdas e as ouvintes produzem unidades de balbucios idênticos. (PETTITO; MARENTETTE, 1991,p.14).

 

O estudo da inteligência das pessoas surdas passou por diferentes períodos históricos. O livro de Myklebust (1964) sobre a psicologia do surdo diferente da dos ouvintes. O principal dado em pensamento vinculado ao concreto e apresenta mais dificuldade para a reflexão abstrata. Que é a linguagem não verbal.

Essa posição diferenciadora foi discutida a partir da teoria do desenvolvimento intelectual de Piaget. Sua formulação de que a linguagem e a interação social não ocupam um papel determinante na estruturação do pensamento em pesquisas.

A obra mais representativa dessa tese é a de Hans Furth (1966,1973), cuja conclusão é a de que a competência cognitiva dos surdos é semelhante á dos ouvintes. O dois grupos de pessoas passam pelas mesmas etapas de desenvolvimento, embora nos surdos a evolução seja um pouco mais lenta. Furth atribui o atraso ás deficiências experimentais que o surdo vive. (PETTITO; MARENTETTE, 1991,p.14).

 

É o desenvolvimento cognitivo do aluno surdo na fase precoce e pré- locutiva, da aprendizagem.

 

2.1 O processo Histórico da Educação do Surdo

 

Até o século XV, não havia nenhum interesse na educação dos surdos, que eram considerados pessoas primitivas, sendo relegados á marginalidade na vida social. Não havia direitos assegurados, nem uma cultura suficientemente desenvolvida que os aceitasse em sua diferença.

È somente a partir do final da Idade Média que os dados com relação á educação e á vida do surdo tornam-se mais razoáveis. È exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros trabalhos no sentido de educar a criança surda.

O século XVIII é considerado o período mais próspero no que se refere á educação dos surdos, houve a fundação de várias escolas.Além disso, qualitativamente, a educação para os mesmos também evoluiu, já que,através da língua de sinais, eles puderam aprender e dominar diversos assuntos,além de exercer diferentes profissões.

Entretanto, no início do século XX a maior parte das escolas de surdos abandonou o uso da língua de sinais. Isto foi conseqüência do famoso Congresso de Milão de 1880, quando, a despeito do que pensavam os surdos, considerou-se que a melhor forma de educação seria aquela que utilizasse unicamente o oralismo. Percebe-se aí mais uma vez a tendência á padronização, considerando que o surdo, para viver em sociedade, deveria conseguir ouvir, com o uso de aparelho e falar, através de exaustivos exercícios ,como se fosse ouvinte, para então ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social.

Em 1857, foi fundado o Instituto nacional de Surdos-Mudos,atual Instituto Nacional de Educação do Surdo (INES),onde era utilizada a língua de sinais. Mas com a tendência determinada pelo Congresso de Milão (1880),em 1911,o INES estabeleceu o oralismo como método de educação dos surdos.

É nos anos 70, que chega ao Brasil a filosofia da Comunicação Total. Mas já na década seguinte, Começa a ganhar força no país a filosofia do Bilinguismo.

Aqui no Brasil, a preocupação em ampliar os serviços prestados aos surdos é pouca. Dificilmente os programas na televisão apresentam exibições em LIBRAS, ainda há descaso quanto á necessidade de intérpretes. Já no que diz respeito á abordagem educacional a se adotada, não existe um consenso sobre qual delas (oralismo, comunicação total ou bilingüismo).

Os surdos deixaram de ser vistos como deficientes, mas apesar disso ainda são marginalizados pela falta da oralidade. No entanto, eles têm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas oportunidades dos ouvintes. A mudança no tratamento com a pessoa deficiente resultou de alterações culturais aceitas e gradualmente vividas, e não apenas por normas e/ou repentinamente impostas,e sistematicamente descumpridas.

No Brasil, a Libras tem a finalidade de apresentar ao aluno a língua e a cultura surda, tendo sido reconhecida pela Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002,como meio legal d comunicação e expressão. Esta mesma lei prevê ainda que o Poder Público e as concessionárias de serviços público devem garantir formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Ainda citando a Lei Federal nº 10.436, em seu artigo 4º temos que: O Sistema Educacional Federal e Sistemas Educacionais Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, devem garantir a inclusão nos cursos de Formação de Educação Especial, de Fonoaudióloga e de magistérios,em seus níveis médios e superior, o ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como parte integrante dos parâmetros curriculares – PCNs, conforme legislação vigente.

A partir desta lei, é esperado que as políticas pública educacionais caminhem no sentido de dar tratamento legal aos surdos como uma minoria lingüística,uma vez que a língua portuguesa é majoritária no Brasil,assegurando-lhes o direito de acesso irrestrito ao ensino de Libras, e promovendo capacitação de profissionais da educação para atuarem no processo de ensino-aprendizagem de Libras.

 

2.2 Libras-(Língua brasileira de sinais)

 

Para dar início a discussão, é importante diferenciar, sob o ponto de vista lingüístico, os termos linguagem e língua. Conforme afirma Fernandes (1996, p.23):

O conceito da linguagem refere-se como sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não (comunicação em seu sentido mais amplo); língua é um sistema abstrato de regras gramaticais; dessa forma, linguagem é um tempo abrangente que engloba o termo língua este sim, específico da produção humana.

Quanto á importância da língua tem-se em Slobin (1980,p.202) a seguinte afirmativa: embora ninguém negue o papel central da língua na vida humana, definir a natureza desse papel tem sido um problema difícil e persistente desde o início da filosofia. A língua tem um papel central, real e funcional, não só sócio-cultural, mas psicológico na vida humana, e tem sido investigada desde a Grécia antiga, ou antes. Apesar disso, definir o papel da língua tem sido tarefa difícil,entregue principalmente a psicolinguistas e neurologistas.

Vygotsky (1989) percebe o desenvolvimento da linguagem como sendo social e mediato na natureza, como decorrente da interação do adulto com a criança. È através do que o estudioso chama de negociação com outra pessoa que se adquire linguagem. Assim, se a comunicação se torna insuficiente ou inadequada ,haverá prejuízo para o desenvolvimento como um todo. Haverá prejuízo para o crescimento intelectual, o intercâmbio social, o desenvolvimento da linguagem e as atitudes emocionais. Esses prejuízos se darão de forma simultânea e inseparável (SACKS, 1990).

 

A linguagem é construída nas interações do cotidiano das pessoas. A aquisição de um sistema linguístico supõe a reorganização de todos os processos mentais da criança. Com um papel importante na formação da consciência, a linguagem amplia o mundo percebido, de informação e cultura. È através da linguagem que é possível transmitir a experiência de gerações ,convertendo-se em uma poderosa ferramenta ao introduzir formas de análise e síntese que a criança seria incapaz de desenvolver por si mesma.

A estrutura inata da linguagem não está plenamente desenvolvida no nascimento, é entre as idades de 21 a 36 meses que seu desenvolvimento se mostra no ponto máximo È o período inicial de formação de símbolos. O período que Chomsky e Lennenberg denominam o período crítico para adquirir ma primeira língua e vai até 12 anos. Isso é verdade tanto para a aquisição da língua oral como para gestual. (FERNANDES,1990, e FURTB,1968).

 

O cérebro de uma criança entre dois e quatro anos de idade absorve o dobro de glicose que o cérebro de um adulto. Isto reflete a importância que o cérebro dá ,nesta fase de maturação ,á absorção de informações e criação das sinapses básicas para p desenvolvimento dos processos mentais.

A falta do domínio de uma língua. nesta fase ,não impedirá que esta etapa ocorra, mas não terá a mesma qualidade de desenvolvimento para qual o cérebro está preparado pra realizar. A importância do domínio da Língua Brasileira de Sinais pela criança surda vai muito além das necessidades de garantia de interlocução com o meio que a cerca.

Assim ,ao entrar para a escola, muitas vezes sem o domínio de qualquer língua ,o que pretendemos para a criança surda, em primeira instância ,é garantir um suporte linguístico para que o cérebro possa realizar uma de suas principais tarefas: desenvolver-se cognitivamente, de acordo com o que já lhe foi geneticamente proposto ,o que inclui um instrumento linguístico.

A Língua Brasileira de Sinais ,como outra língua qualquer, precisa ser adquirida.Ela é um produto da comunidade surda, desenvolvida da mesma forma que qualquer outra língua. Mesmo sendo um língua natural para os surdos ,é errado pensar que a Língua Brasileira de Sinais é universal.

Diferente de outras habilidades, como a própria inteligência, a linguagem não pode ser adquirida sozinha. Ela depende de uma capacidade inata essencial (biológica), mas é ativada apenas por outra pessoa que possui poder e competência linguística (SACKS, 1989, p.56).

 

Indivíduo a possibilidade de dominar o melhor meio de processar seu pensamento. Desenvolver-se cognitivamente não depende,exclusivamente,do domínio de uma língua, mas dominar uma língua garante os melhores recursos para as cadeias neuronais envolvidas no desenvolvimento dos processos cognitivos do indivíduo.

As línguas de sinais são utilizadas pela maioria das pessoas surdas no mundo. No Brasil ,existem duas línguas de sinais: a Língua Kaapor – LSKB, utilizadas pelos índios da tribo Kaapor, onde muitos membros são surdos, devido ás altas febres causadas por doenças transmitidas pelo contato com pessoas de fora da tribo, e a língua Brasileira de Sinais – Libras, que é utilizada nos centros urbanos. A língua portuguesa, no caso dos surdos brasileiros, é considerada uma segunda língua.

Segundo Moura (2000), a educação e inserção social dos surdos constituem um sério problema, e muitos cominhos têm sido seguidos na busca de uma solução.

A oficialização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em abril de 2002 (Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002) começa a abrir novos caminhos, sem, no entanto, deixar de gerar polêmicas por profissionais que trabalham com surdos e por surdos oralizados, que não se sentem parte de uma comunidade surda e não vêem mérito nessa vitória para a comunidade surda.

A língua de sinais, língua natural dos surdos,pois essa a criança surda adquire de forma espontânea sem que seja preciso um treinamento específico, ainda é considerada por muitos profissionais apenas como gestos simbólicos. De uma maneira geral, em nossa sociedade não existe lugar para as diferenças, sendo os surdos usuários da língua de sinais desconsiderados no processo educacional.

Vivemos em uma sociedade na qual a língua oral é imperativa, e por consequência caberá a todos que fazem parte dela se adequarem aos seus meios de comunicação, independentemente de suas possibilidades. Qualquer outra forma de comunicação, como ocorre com a língua de sinais, é considerada inferior e impossível de ser comprada com as línguas orais.

A educação de surdos implica na aquisição de uma língua, que também e primordial para seu desenvolvimento intelectual, emocional, social e afetivo sim, para chegar a um desenvolvimento global satisfatório, o surdo precisa ter acesso á linguagem como instrumento transformador. Através do oralismo, o surdo aprende os códigos de linguagem, vocabulário e os meios de comunicação utilizados por pessoas não surdas, de forma que não fique á margem dos acontecimentos e seja reconhecido por sua capacidade de aprender e conviver. Surge, entretanto, um grave problema nessa aquisição de linguagem: ela é demorada e difícil.

As contradições e conflitos a respeito da opressão sobre os surdos em sua necessidade de comunicação permanecem, mas a sociedade, aos poucos vem mudando. Por proposição da UNESCO, em 1954,as crianças das comunidades lingüísticas minoritárias passam a ter direito á educação na comunidade a que pertencem. Nesse movimento mundial, inspirado nos princípios de celebração de diferenças humanas, solidariedade, direitos e cidadania, desponta um espaço privilegiado de relações sociais para todos. Em 1988, a nova Constituição Federal se pronuncia, no Brasil, em favor das vindas daqueles que apresentam necessidades especiais.

Em 1990, o Brasil participa do movimento de Educação Para Todos, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência a Cultura convocou uma reunião mundial para discutir uma política de educação para todos,na Tailândia.

Em 1993, entra em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um posicionamento legal que significou, sem dúvida,um avanço na valorização da educação.

Em 1994, acontece a Conferência Mundial Sobre as Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca,na Espanha,com o propósito de ressaltar a urgência da luta contra a exclusão,promovendo uma integração que visa transformar a escola em uma espaço para todos, onde as diferenças constituem uma oportunidade, e não um problema.

O princípio da Educação Inclusiva foi adotado, estabelecendo que toda as escola devesse acolher todas as crianças, independentemente de suas condições pessoais, culturais ou sociais.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº9394/96) recomenda que a escola ofereça os meios necessários á aprendizagem de todos os seus alunos.

Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida oficialmente como o idioma da comunidade surda brasileira, em abril, e ficou determinado que as instituições públicas apoiem e prestem atendimento aos surdos em Libras e que os sistemas educacionais federal, estaduais e municipais incluam o ensino d Libras como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais dos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudióloga, Magistério, nos níveis Médio e Superior (BRASIL,2002).

 

A comunicação em libras se dá através de sinais manuais e não manuais,cuja configuração segue Gramática específica : a posição e movimento da mão, o ponto de articulação do sinal isto é, no corpo ou espaço de sinalização e as expressões faciais ou corporais.

Para realizar tais propósitos faz-se necessárias mudanças profundas nas concepções na atitude e práticas educativas para assegurar que todos, sem nenhum tipo de descriminação, tenham oportunidades para desenvolverem plenamente suas capacidades e participarem em igualdade de condições do processo educativo.

 

CONCLUSÃO

 

A pesquisa nos leva a compreender o meio onde as diferenças estão presentes a todo o momento, e de como acontece o processo de ensino na Educação Especial Auditiva.

A realidade, tal como se apresenta a educação especial hoje, constitui um grande desafio para o mundo que desvaloriza a educação. Sendo que a educação especial auditiva é um grande passo no sentido de possibilitar caminhos para o ensino e aprendizagem de alunos (a) surdos brasileiros capazes de contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

O trabalho com o deficiente auditivo tem o compromisso de formar cidadão consciente, e a mesma deve ter subsídios necessários e tornar realidade essas mudanças educacionais, transformando a maneira como pensamos e concebemos ao centro de especializado na língua do surdo e a comunicação dos ouvintes.

Observou-se que a falta de conhecimento dos procedimentos metodológicos para trabalhar com os alunos com deficiência auditiva, são empecilhos para se conseguir transmitir os conteúdos desejados de forma que o deficiente auditivo o compreenda. Desse modo sugere-se que se tenha uma pessoa especializada em transmitir as metodologias adequadas para se trabalhar com os deficientes auditivos por meio das regras de sinais.

A presente pesquisa nos revela a necessidade de formação dos profissionais que atuam com deficientes auditivos, em relação a aquisição da linguagem para a criança surda. E que o trabalho da educação auditiva deve ocorrer em um ambiente natural. Sempre com atividades propostas através de brincadeiras e de jogos, para que sejam significativas para as crianças surdas. .

Entre as áreas do conhecimento relacionadas com a surdez sempre houve disputa para apontar a melhor maneira para a comunicação dos surdos. Das que destacam pela sua eficiência, uma é o oralismo, que busca a normalidade e a fala, procurando dispor de avanços tecnológicos para oferecer ao surdo a possibilidades de ouvir a fazer a leitura labial. A outra é a LIBRAS, que defende a língua de sinais como sendo a língua dos surdos, e até mesmo a idéia de uma cultura surda específica, direcionando o debate para uma questão de política linguística.

Desse modo para que as Instituições consiga atende o aluno com deficiência auditiva devem ser melhoradas, no tocante ao ensino e aprendizagem. Nesse sentido é de uma importância a escolha do método pelos professores e pelos coordenadores ao planejarem o ensino da pessoa surda.

Pois uma proposta educacional deve ter um caráter interdisciplinar e contextualizado principalmente no que se refere à proximidade das áreas do conhecimento maior interação entre educando e educador. Desse modo a escola deve procurar construir e executar um Projeto Político Pedagógico que fortaleça vínculos e integre a comunidade na escola, possibilitando condições de acompanhar os educandos com deficiência auditiva nas atividades propostas.em sala de aula.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

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CANDAU, Vera (Org.). Rumo a uma nova didática. Petrópolis: Vozes, 2002.

 

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1(1980)- São Paul: Cortez, Campinas Cedes, 1980-

 

COUTO, Àlpia, 1933 – O deficiente auditivo de 0 a 6 anos / Àlpia Couto – Lenzi. -2

Ed. – Vitória: Ed.do Autor, 2000.

 

COVEZZI, Marinete. Sociologia e educação infantil. Sociologia Fascículo 03. Cuiabá-MT: EdUFMT, 2006.

 

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à pratica educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

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GADOTTI, Moacir, Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. 5 ed. São Paulo: Cortez-Autores Associados. 2008

 

MACHADO, Maria Lucia de A. Encontros e desencontros em educação infantil. São Paulo: Cortez., 2002.

 

MATTOS, Andréa Machado de A; MATTOS, Claudia Machado de A. O trabalho docente: reflexões sobre a profissão professor. Revista Presença Pedagógica. v. 7, n. 41, p. 69-73, set./out. 1996.

 

PARCERISA ARAN, A. Materiais Curriculares: como elaborarmos, selecionarmos e usamos . 4 ed. Barcelona: GraÛ, 1999.

 

SANTANA, Ana Paula. Surdez e Linguagem: aspectos implicações neurolinguísticos / Ana Paula Santana – São Paulo: Plexus, 2007.

 

SILVA,Alessandra da. Deficiência Auditiva/ Alessandra da silva,Cristiana Vieira de Paiva Lima,Mirlene Ferreira Macedo Damázio.- São Paulo:MEC/SEESP,2007. 52p. – (Atendimento Educacional Especializado.

 

 

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO EM LIBRAS NA FORMAÇÃO DO EDUCADOR

 

Erica Silvia Paulino

Caroline da Cruz Costa Paulino

Magna Gecilma Freire

 


RESUMO

 

A linguagem exerce papel preponderante na constituição dos sujeitos, visto que é através dela que nos apropriamos da cultura. Apesar da relevância inquestionável da sua importância para o homem a possibilidade de construção da mesma para os surdos, tem sido regularmente negado, e este trabalho tem a finalidade de refletir sobre a Língua Brasileira de Sinais ou LIBRAS e abordando aspectos a ela ligada. A utilização de metodologias diferenciadas deve resgatar o prazer do educando em aprender e isso faz com que o profissional da educação reflita sobre a sua prática pedagógica, sabendo que tem o desafio de conquistar o educando com deficiência auditiva, para que ele sinta-se bem na escola, proporcionando-lhe um aprendizado livre das amarras do sistema educacional discriminatório e classificatório, dando-lhe a oportunidade de se expressar de maneira democrática, levando-o a atingir os objetivos propostos e estimulando suas competências. Assim o presente estudo objetivou identificar as dificuldades encontradas pelos professores, em trabalhar com alunos portadores de deficiência auditiva por não terem LIBRAS em sua formação.. Ao final da pesquisa pode-se perceber que os profissionais da Escola Estadual Valdomiro Teodoro Candido, não tem formação acadêmica, para trabalhar com alunos portadores de deficiência auditiva e encontram dificuldades no seu trabalho pedagógico.

 

Palavras-chave: Inclusão; Ensino de Libras; Formação do professor.

 

INTRODUÇÃO

 

No decorrer dos anos diferentes visões da pessoa surda foram surgindo, assim como metodologias de trabalho. Durante muito tempo via-se a surdez como doença e, portanto a pessoa surda era excluída, liga a incompreensão da sociedade que não vê como diferente e sim, como “diferente”.

Muito se discute sobre a inclusão do surdo no ensino publico regular e Sab se que, constitucionalmente, ele tem direito á educação e ai que alguns desafios configuram-se no trabalho docente, primeiro a falta de formação para trabalhar com alunos surdos, em pregar métodos e técnicas de ensino que favoreça sua interação.

Por isso os professores devem ter uma formação adequada para trabalharem a inclusão dos alunos surdos sem sala do ensino regular, no entanto a maior dificuldade e na área de comunicação.

A presente pesquisa tem como problema discutir quais as dificuldades encontradas pelos professores da educação de jovens e adultos, que não tiveram no currículo da graduação a disciplina de LIBRAS, para lidar com alunos deficientes auditivos que estão em suas salas de aula?

O aluno surdo sente-se diferente, pois o simples fato de querer ajuda-lo mais de dar mais atenção o diferencia dos outros, e uma forma erronia de trabalhar a inclusão, sem perceber o professor acaba isolando-o do grupo e constrangendo-o Assim a inclusão automaticamente transforma-se em exclusão, o aluno surdo não que ser melhor nem sentem uma sensação de impotência . O aluno surdo tem o mesmo direito e na pratica quer ser igual a todos e tratado da mesma forma que seus colegas de sala.

Os objetivos da Pesquisa são fazer relação entre formação acadêmica que os professores tiveram e formação proposta hoje para inclusão; descrever como é a relação dos alunos surdos com os professores e os demais a alunos no âmbito escolar e identificar as principais dificuldades encontradas pelos professores para ensinar aos alunos com deficiência auditiva.

 

 

DESENVOLVIMENTO

 

A Surdez é um tema relevante de pesquisa no Brasil. Primeiramente foi estudada pela médica e recentemente na área da educação, da lingüística e da fonoaudióloga. Cada área passou a se preocupar-se com determinado aspectos da surdez, Como consequência dessa pesquisa, temos um estudo fragmentado da surdez nos aspectos educacionais. As discussões se projetam no campo do estudo da fusão do Método Perdoncini e da LIBRAS utilizados no C.E.E.D.A e nos meios que este professores utilizam para desenvolverem a aprendizagem. Foram utilizados como embasamento os teóricos de base da proposta pedagógica do C.E.E.D.A. Entre eles foram estudados Leila Couto Mattos que discute o método Perdoncini em suas vantagens e desvantagens para o surdo, Ana Paula Santana que faz comparações da educação oral e de sinais e em Vigotsky (1999 e 2000) que fundamenta as atividades guiadas pela imaginação e as ações lúdica.

Segundos Damázio (2002), a pessoa que, fluente em Língua Brasileira de Sinais e em Língua Portuguesa, tem a capacidade de verter em tempo real ( interpretação simultânea) ou, com um pequeno espaço de tempo ( interpretação consecutiva)da Libra para Português ou deste para a LIBRAS. A tradução envolve a modalidade escrita de pelo menos uma das línguas envolvidas no processo.

Ao optar-se em oferecer uma educação bilíngüe,a escola está assumindo uma política lingüística em que duas línguas passarão a co – existir no espaço escolar. Além disso, também será definido qual será a primeira língua e qual a segunda língua, bem como as funções em que cada língua irá representar no meio ambiente escolar. Pedagogicamente, a escola vai pensar em como estas línguas estarão acessíveis ás crianças, além de desenvolver as demais atividades escolares. As línguas podem estar permeando as atividades escolares ou serem objetos de estudo em horários específicos dependendo da proposta da escola. Isso vai depender de como, onde e de que forma as crianças utilizam as línguas na escola. (DAMÀZIO, 2006, p.15).

 

As pessoas com perda auditiva constituem em grupo bastante heterogêneo e, por isso não é correto fazer a afirmações que possam ser generalizadas a toda a população que apresenta tal deficiente. O desenvolvimento comunicação lingüístico de crianças surdas com uma perda auditiva profunda, por exemplo, apresenta aspecto com perdas leves ou hipoacústicas.

O fato de os pais também serem surdos ou serem ouvintes te repercussões igualmente importantes educação das crianças. Esses fatores podem ser diferenciadores em torno dos cincos seguintes: a localização da lesão, a etiologia, a perda auditiva, a idades de início da surdez e o ambiente educativo da criança.

Idade de início da surdez: A idade da criança quando se produz perda auditiva tem uma grande repercussão no desenvolvimento: Fala,Pré – locutiva,Pós- locutiva e a aquisição da fala.

A pesquisa já classe de Conrad (1979) sobre os alunos surdos confirmar a importância e a repercussão do antes, do depois dos 3 anos.Em estudo, o autor classifica os alunos com perdas auditivos superiores a 85 dB em três grupos, segundo a idade em que perdem a audição, congênita, do nascimento aios 3 anos e depois dos 3 anos. (DAMÀZIO, 2007,p.16).

 

Objetivo principal é a aquisição de sistema lingüístico que organiza quando a criança perde a audição.

Os estudos realizados sobre aquisição da linguagem de sinais comprovaram que sua evolução é muito semelhante que se produzem nas crianças ouvintes com relação á linguagem oral. Essa semelhança não impede as determinadas linguagens, que distinta uma expressão, manual ou oral.

Correspondência das duas aquisições duas linguagens encontrou um importante reforço no estudo de Pettito e Marentette (1991) sobre o balbucio manual de duas crianças surdas profundas com idades compreendias entre 10 a 14 messes.

O balbucio é expressão de uma capacidade de linguagem amoldal, associada á fala e ao sinal. Apesar das diferenças radicais entre os mecanismos motores que subjazem ao sinal e á linguagem falada, as crianças surdas e as ouvintes produzem unidades de balbucios idênticos. (PETTITO; MARENTETTE, 1991,p.14).

 

O estudo da inteligência das pessoas surdas passou por diferentes períodos históricos. O livro de Myklebust (1964) sobre a psicologia do surdo diferente da dos ouvintes. O principal dado em pensamento vinculado ao concreto e apresenta mais dificuldade para a reflexão abstrata. Que é a linguagem não verbal.

Essa posição diferenciadora foi discutida a partir da teoria do desenvolvimento intelectual de Piaget. Sua formulação de que a linguagem e a interação social não ocupam um papel determinante na estruturação do pensamento em pesquisas.

A obra mais representativa dessa tese é a de Hans Furth (1966,1973), cuja conclusão é a de que a competência cognitiva dos surdos é semelhante á dos ouvintes. O dois grupos de pessoas passam pelas mesmas etapas de desenvolvimento, embora nos surdos a evolução seja um pouco mais lenta. Furth atribui o atraso ás deficiências experimentais que o surdo vive. (PETTITO; MARENTETTE, 1991,p.14).

 

É o desenvolvimento cognitivo do aluno surdo na fase precoce e pré- locutiva, da aprendizagem.

 

2.1 O processo Histórico da Educação do Surdo

 

Até o século XV, não havia nenhum interesse na educação dos surdos, que eram considerados pessoas primitivas, sendo relegados á marginalidade na vida social. Não havia direitos assegurados, nem uma cultura suficientemente desenvolvida que os aceitasse em sua diferença.

È somente a partir do final da Idade Média que os dados com relação á educação e á vida do surdo tornam-se mais razoáveis. È exatamente nesta época que começam a surgir os primeiros trabalhos no sentido de educar a criança surda.

O século XVIII é considerado o período mais próspero no que se refere á educação dos surdos, houve a fundação de várias escolas.Além disso, qualitativamente, a educação para os mesmos também evoluiu, já que,através da língua de sinais, eles puderam aprender e dominar diversos assuntos,além de exercer diferentes profissões.

Entretanto, no início do século XX a maior parte das escolas de surdos abandonou o uso da língua de sinais. Isto foi conseqüência do famoso Congresso de Milão de 1880, quando, a despeito do que pensavam os surdos, considerou-se que a melhor forma de educação seria aquela que utilizasse unicamente o oralismo. Percebe-se aí mais uma vez a tendência á padronização, considerando que o surdo, para viver em sociedade, deveria conseguir ouvir, com o uso de aparelho e falar, através de exaustivos exercícios ,como se fosse ouvinte, para então ser aceito pela sociedade ou pelo grupo social.

Em 1857, foi fundado o Instituto nacional de Surdos-Mudos,atual Instituto Nacional de Educação do Surdo (INES),onde era utilizada a língua de sinais. Mas com a tendência determinada pelo Congresso de Milão (1880),em 1911,o INES estabeleceu o oralismo como método de educação dos surdos.

É nos anos 70, que chega ao Brasil a filosofia da Comunicação Total. Mas já na década seguinte, Começa a ganhar força no país a filosofia do Bilinguismo.

Aqui no Brasil, a preocupação em ampliar os serviços prestados aos surdos é pouca. Dificilmente os programas na televisão apresentam exibições em LIBRAS, ainda há descaso quanto á necessidade de intérpretes. Já no que diz respeito á abordagem educacional a se adotada, não existe um consenso sobre qual delas (oralismo, comunicação total ou bilingüismo).

Os surdos deixaram de ser vistos como deficientes, mas apesar disso ainda são marginalizados pela falta da oralidade. No entanto, eles têm direito a ocupar um lugar na sociedade com as mesmas oportunidades dos ouvintes. A mudança no tratamento com a pessoa deficiente resultou de alterações culturais aceitas e gradualmente vividas, e não apenas por normas e/ou repentinamente impostas,e sistematicamente descumpridas.

No Brasil, a Libras tem a finalidade de apresentar ao aluno a língua e a cultura surda, tendo sido reconhecida pela Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002,como meio legal d comunicação e expressão. Esta mesma lei prevê ainda que o Poder Público e as concessionárias de serviços público devem garantir formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.

Ainda citando a Lei Federal nº 10.436, em seu artigo 4º temos que: O Sistema Educacional Federal e Sistemas Educacionais Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, devem garantir a inclusão nos cursos de Formação de Educação Especial, de Fonoaudióloga e de magistérios,em seus níveis médios e superior, o ensino da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, como parte integrante dos parâmetros curriculares – PCNs, conforme legislação vigente.

A partir desta lei, é esperado que as políticas pública educacionais caminhem no sentido de dar tratamento legal aos surdos como uma minoria lingüística,uma vez que a língua portuguesa é majoritária no Brasil,assegurando-lhes o direito de acesso irrestrito ao ensino de Libras, e promovendo capacitação de profissionais da educação para atuarem no processo de ensino-aprendizagem de Libras.

 

2.2 Libras-(Língua brasileira de sinais)

 

Para dar início a discussão, é importante diferenciar, sob o ponto de vista lingüístico, os termos linguagem e língua. Conforme afirma Fernandes (1996, p.23):

O conceito da linguagem refere-se como sistema de comunicação natural ou artificial, humana ou não (comunicação em seu sentido mais amplo); língua é um sistema abstrato de regras gramaticais; dessa forma, linguagem é um tempo abrangente que engloba o termo língua este sim, específico da produção humana.

Quanto á importância da língua tem-se em Slobin (1980,p.202) a seguinte afirmativa: embora ninguém negue o papel central da língua na vida humana, definir a natureza desse papel tem sido um problema difícil e persistente desde o início da filosofia. A língua tem um papel central, real e funcional, não só sócio-cultural, mas psicológico na vida humana, e tem sido investigada desde a Grécia antiga, ou antes. Apesar disso, definir o papel da língua tem sido tarefa difícil,entregue principalmente a psicolinguistas e neurologistas.

Vygotsky (1989) percebe o desenvolvimento da linguagem como sendo social e mediato na natureza, como decorrente da interação do adulto com a criança. È através do que o estudioso chama de negociação com outra pessoa que se adquire linguagem. Assim, se a comunicação se torna insuficiente ou inadequada ,haverá prejuízo para o desenvolvimento como um todo. Haverá prejuízo para o crescimento intelectual, o intercâmbio social, o desenvolvimento da linguagem e as atitudes emocionais. Esses prejuízos se darão de forma simultânea e inseparável (SACKS, 1990).

 

A linguagem é construída nas interações do cotidiano das pessoas. A aquisição de um sistema linguístico supõe a reorganização de todos os processos mentais da criança. Com um papel importante na formação da consciência, a linguagem amplia o mundo percebido, de informação e cultura. È através da linguagem que é possível transmitir a experiência de gerações ,convertendo-se em uma poderosa ferramenta ao introduzir formas de análise e síntese que a criança seria incapaz de desenvolver por si mesma.

A estrutura inata da linguagem não está plenamente desenvolvida no nascimento, é entre as idades de 21 a 36 meses que seu desenvolvimento se mostra no ponto máximo È o período inicial de formação de símbolos. O período que Chomsky e Lennenberg denominam o período crítico para adquirir ma primeira língua e vai até 12 anos. Isso é verdade tanto para a aquisição da língua oral como para gestual. (FERNANDES,1990, e FURTB,1968).

 

O cérebro de uma criança entre dois e quatro anos de idade absorve o dobro de glicose que o cérebro de um adulto. Isto reflete a importância que o cérebro dá ,nesta fase de maturação ,á absorção de informações e criação das sinapses básicas para p desenvolvimento dos processos mentais.

A falta do domínio de uma língua. nesta fase ,não impedirá que esta etapa ocorra, mas não terá a mesma qualidade de desenvolvimento para qual o cérebro está preparado pra realizar. A importância do domínio da Língua Brasileira de Sinais pela criança surda vai muito além das necessidades de garantia de interlocução com o meio que a cerca.

Assim ,ao entrar para a escola, muitas vezes sem o domínio de qualquer língua ,o que pretendemos para a criança surda, em primeira instância ,é garantir um suporte linguístico para que o cérebro possa realizar uma de suas principais tarefas: desenvolver-se cognitivamente, de acordo com o que já lhe foi geneticamente proposto ,o que inclui um instrumento linguístico.

A Língua Brasileira de Sinais ,como outra língua qualquer, precisa ser adquirida.Ela é um produto da comunidade surda, desenvolvida da mesma forma que qualquer outra língua. Mesmo sendo um língua natural para os surdos ,é errado pensar que a Língua Brasileira de Sinais é universal.

Diferente de outras habilidades, como a própria inteligência, a linguagem não pode ser adquirida sozinha. Ela depende de uma capacidade inata essencial (biológica), mas é ativada apenas por outra pessoa que possui poder e competência linguística (SACKS, 1989, p.56).

 

Indivíduo a possibilidade de dominar o melhor meio de processar seu pensamento. Desenvolver-se cognitivamente não depende,exclusivamente,do domínio de uma língua, mas dominar uma língua garante os melhores recursos para as cadeias neuronais envolvidas no desenvolvimento dos processos cognitivos do indivíduo.

As línguas de sinais são utilizadas pela maioria das pessoas surdas no mundo. No Brasil ,existem duas línguas de sinais: a Língua Kaapor – LSKB, utilizadas pelos índios da tribo Kaapor, onde muitos membros são surdos, devido ás altas febres causadas por doenças transmitidas pelo contato com pessoas de fora da tribo, e a língua Brasileira de Sinais – Libras, que é utilizada nos centros urbanos. A língua portuguesa, no caso dos surdos brasileiros, é considerada uma segunda língua.

Segundo Moura (2000), a educação e inserção social dos surdos constituem um sério problema, e muitos cominhos têm sido seguidos na busca de uma solução.

A oficialização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) em abril de 2002 (Lei n. 10.436, de 24 de abril de 2002) começa a abrir novos caminhos, sem, no entanto, deixar de gerar polêmicas por profissionais que trabalham com surdos e por surdos oralizados, que não se sentem parte de uma comunidade surda e não vêem mérito nessa vitória para a comunidade surda.

A língua de sinais, língua natural dos surdos,pois essa a criança surda adquire de forma espontânea sem que seja preciso um treinamento específico, ainda é considerada por muitos profissionais apenas como gestos simbólicos. De uma maneira geral, em nossa sociedade não existe lugar para as diferenças, sendo os surdos usuários da língua de sinais desconsiderados no processo educacional.

Vivemos em uma sociedade na qual a língua oral é imperativa, e por consequência caberá a todos que fazem parte dela se adequarem aos seus meios de comunicação, independentemente de suas possibilidades. Qualquer outra forma de comunicação, como ocorre com a língua de sinais, é considerada inferior e impossível de ser comprada com as línguas orais.

A educação de surdos implica na aquisição de uma língua, que também e primordial para seu desenvolvimento intelectual, emocional, social e afetivo sim, para chegar a um desenvolvimento global satisfatório, o surdo precisa ter acesso á linguagem como instrumento transformador. Através do oralismo, o surdo aprende os códigos de linguagem, vocabulário e os meios de comunicação utilizados por pessoas não surdas, de forma que não fique á margem dos acontecimentos e seja reconhecido por sua capacidade de aprender e conviver. Surge, entretanto, um grave problema nessa aquisição de linguagem: ela é demorada e difícil.

As contradições e conflitos a respeito da opressão sobre os surdos em sua necessidade de comunicação permanecem, mas a sociedade, aos poucos vem mudando. Por proposição da UNESCO, em 1954,as crianças das comunidades lingüísticas minoritárias passam a ter direito á educação na comunidade a que pertencem. Nesse movimento mundial, inspirado nos princípios de celebração de diferenças humanas, solidariedade, direitos e cidadania, desponta um espaço privilegiado de relações sociais para todos. Em 1988, a nova Constituição Federal se pronuncia, no Brasil, em favor das vindas daqueles que apresentam necessidades especiais.

Em 1990, o Brasil participa do movimento de Educação Para Todos, quando a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência a Cultura convocou uma reunião mundial para discutir uma política de educação para todos,na Tailândia.

Em 1993, entra em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), um posicionamento legal que significou, sem dúvida,um avanço na valorização da educação.

Em 1994, acontece a Conferência Mundial Sobre as Necessidades Educativas Especiais, em Salamanca,na Espanha,com o propósito de ressaltar a urgência da luta contra a exclusão,promovendo uma integração que visa transformar a escola em uma espaço para todos, onde as diferenças constituem uma oportunidade, e não um problema.

O princípio da Educação Inclusiva foi adotado, estabelecendo que toda as escola devesse acolher todas as crianças, independentemente de suas condições pessoais, culturais ou sociais.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº9394/96) recomenda que a escola ofereça os meios necessários á aprendizagem de todos os seus alunos.

Em 2002, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida oficialmente como o idioma da comunidade surda brasileira, em abril, e ficou determinado que as instituições públicas apoiem e prestem atendimento aos surdos em Libras e que os sistemas educacionais federal, estaduais e municipais incluam o ensino d Libras como parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais dos cursos de formação de Educação Especial, Fonoaudióloga, Magistério, nos níveis Médio e Superior (BRASIL,2002).

 

A comunicação em libras se dá através de sinais manuais e não manuais,cuja configuração segue Gramática específica : a posição e movimento da mão, o ponto de articulação do sinal isto é, no corpo ou espaço de sinalização e as expressões faciais ou corporais.

Para realizar tais propósitos faz-se necessárias mudanças profundas nas concepções na atitude e práticas educativas para assegurar que todos, sem nenhum tipo de descriminação, tenham oportunidades para desenvolverem plenamente suas capacidades e participarem em igualdade de condições do processo educativo.

 

CONCLUSÃO

 

A pesquisa nos leva a compreender o meio onde as diferenças estão presentes a todo o momento, e de como acontece o processo de ensino na Educação Especial Auditiva.

A realidade, tal como se apresenta a educação especial hoje, constitui um grande desafio para o mundo que desvaloriza a educação. Sendo que a educação especial auditiva é um grande passo no sentido de possibilitar caminhos para o ensino e aprendizagem de alunos (a) surdos brasileiros capazes de contribuir com uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

O trabalho com o deficiente auditivo tem o compromisso de formar cidadão consciente, e a mesma deve ter subsídios necessários e tornar realidade essas mudanças educacionais, transformando a maneira como pensamos e concebemos ao centro de especializado na língua do surdo e a comunicação dos ouvintes.

Observou-se que a falta de conhecimento dos procedimentos metodológicos para trabalhar com os alunos com deficiência auditiva, são empecilhos para se conseguir transmitir os conteúdos desejados de forma que o deficiente auditivo o compreenda. Desse modo sugere-se que se tenha uma pessoa especializada em transmitir as metodologias adequadas para se trabalhar com os deficientes auditivos por meio das regras de sinais.

A presente pesquisa nos revela a necessidade de formação dos profissionais que atuam com deficientes auditivos, em relação a aquisição da linguagem para a criança surda. E que o trabalho da educação auditiva deve ocorrer em um ambiente natural. Sempre com atividades propostas através de brincadeiras e de jogos, para que sejam significativas para as crianças surdas. .

Entre as áreas do conhecimento relacionadas com a surdez sempre houve disputa para apontar a melhor maneira para a comunicação dos surdos. Das que destacam pela sua eficiência, uma é o oralismo, que busca a normalidade e a fala, procurando dispor de avanços tecnológicos para oferecer ao surdo a possibilidades de ouvir a fazer a leitura labial. A outra é a LIBRAS, que defende a língua de sinais como sendo a língua dos surdos, e até mesmo a idéia de uma cultura surda específica, direcionando o debate para uma questão de política linguística.

Desse modo para que as Instituições consiga atende o aluno com deficiência auditiva devem ser melhoradas, no tocante ao ensino e aprendizagem. Nesse sentido é de uma importância a escolha do método pelos professores e pelos coordenadores ao planejarem o ensino da pessoa surda.

Pois uma proposta educacional deve ter um caráter interdisciplinar e contextualizado principalmente no que se refere à proximidade das áreas do conhecimento maior interação entre educando e educador. Desse modo a escola deve procurar construir e executar um Projeto Político Pedagógico que fortaleça vínculos e integre a comunidade na escola, possibilitando condições de acompanhar os educandos com deficiência auditiva nas atividades propostas.em sala de aula.

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

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A IMPORTÂNCIA DAS ATIVIDADES LÚDICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

 

 

Edilene Fagundes Dalmolin

Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Psicopedagogia e Educação Infantil.

 

 

RESUMO

 

 

O presente trabalho relaciona-se com o tema a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil, proporcionado grandes benefícios sendo capaz de intervir de maneira positiva para a formação da criança. Através do ensino lúdico em sala de aula na educação infantil ressalta a necessidade dos professores desenvolver com clareza e mostrar domínio sobre os conteúdos de acordo com vários tipos de atividades de jogos e brincadeiras entre outras onde a criança poderá se expressar adquirir conhecimentos e criar sua própria realidade. Percebe-se a arte do ensino lúdico para os alunos Contribuindo para socializar e ampliar seus conhecimentos e desempenho de suas habilidades favorecendo um desenvolvimento para diversas áreas do conhecimento. O trabalho demonstra que jogos e brincadeiras são considerados atividades principal na infância da criança, pois o brincar faz parte do seu mundo proporcionando momentos de interação entre outras crianças em várias etapas de sua vida. Realizar as atividades lúdicas é esperar resultados significantes é recursos pedagógicos nas mãos dos mediadores resultando um transmissor de conhecimentos que objetiva-se um processo de ensino que brincando também se aprende através do lúdico.

 

Palavras-chave: Lúdico. Professor. Brincadeiras. Jogos. Atividades.

 

Introdução

 

O presente trabalho tem como tema a importância das atividades lúdicas na educação infantil, onde o lúdico tem um papel fundamental na vida das crianças, um recurso pedagógico facilitando para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos contribuindo para um avanço de total importância em todos segmentos até a vida adulta da criança.

O processo da aprendizagem na educação infantil considera que as atividades lúdica é essencial para elaborar seus pensamentos, influenciar diretamente no seu desenvolvimento e despertar a criatividade e habilidades dos alunos.

Dessa forma através de pesquisa bibliográfica identificando e analisando os métodos de ensino, considerando de forma significativa as praticas da ludicidade, para que os professores percebam e alcancem o objetivo do método de trabalhar o lúdico com seus alunos.

Quando o professor inseriu em seu planejamento trabalhar o lúdico em sala de aula qual a maneira de provocar situações para estimular a aprendizagem da criança? Quais são os benefícios das atividades lúdicas que poderão obter para o aprendizado na educação infantil? Sabemos que o lúdico remete o brincar aos jogos e a criatividade sendo recursos significante para tirar a rotina escolar com atividades prazerosas e ao mesmo tempo facilitando um aprendizado com diversão e brincadeiras para propiciar o aprendizado.

A arte da ludicidade tem por finalidade de opor tunar e explorar as crianças para que possa desenvolver a interação, contribuindo vigorosamente para o processo de aprendizado.

Sendo assim o tema destaca algumas possibilidades de planejar e valorizar atividades no espaço escolar de educação infantil, propiciando na criança várias habilidades, como memorização, atenção e imaginação enfim vários aspectos que contribui para o processo de aprendizagem. Pois o lúdico na educação infantil é um recurso pedagógico para o trabalho cotidiano capaz de envolver os alunos nas atividades possibilitando a criança a ter um desenvolvimento cognitivo.

No entanto faz-se necessário sabermos que as atividades lúdicas é um material que dará suporte nas mãos do professor, visa também o desenvolvimento da área psicomotor da criança além de alfabetizar de maneira eficaz com aulas prazerosas para obter melhor desempenho, faz com que a criança desenvolve seu aprendizado facilmente motivando a participação em sala de aula capaz de se relacionar com o mundo e com os outros.

 

Desenvolvimento

 

A finalidade deste trabalho pretende-se apresentar a aquisição de conhecimentos através das atividades lúdicas e mostrar a importância do lúdico, para o desenvolvimento da aprendizagem na educação infantil. A ludicidade mostra que faz parte do cotidiano humano e tem um espaço fundamental e importante nas escolas, como uma necessidade em toda humanidade social e cultural especialmente na educação infantil.

A ludicidade esta em nosso cotidiano nas salas de educação infantil, os jogos e as brincadeiras se tornaram parte fundamental e principal para a infância.

Ser criança é viver um mundo encantado é vivenciar grandes descobertas e aprendizagem para o desenvolvimento, uma fase para brincadeiras que possa garantir instrumento de conhecimentos para o futuro.

Para Luckesi (2000, p. 97), a ludicidade “é representada por atividades que propiciam experiência de plenitude e envolvimento por inteiro, dentro de padrões flexíveis e saudáveis.

A presença da ludicidade na história humana é constante, desde que existimos somos seres lúdicos. Ainda, como afirma Huizinga (1996, s/p) “seria mais ou menos óbvio, mas também um pouco fácil, considerar ‘jogo’ toda e qualquer atividade humana”, ou seja, a ludicidade faz parte da história do homem, sendo constituinte de sua identidade, história e cultura. Os jogos e as brincadeiras fazem parte da história do homem desde seus primórdios.

Consideramos que a brincadeiras é uma das primeiras atividades humanas , as atividades lúdicas representa como um diferencial e primordial na vida de qualquer ser humano, várias atividades lúdicas poderão proporcionar um desempenho significante na vida do ser humano e especial em sala de aula na educação infantil.

O jogo é mais importante das atividades da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas também como elementos bastantes enriquecedores para promover a aprendizagem. Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. (CAMPOS)

Através de jogos e brincadeiras são recursos pedagógicos para que além de outros objetivos cognitivos, desenvolve hábitos e atitudes, a criança aprenda a viver e conviver em sociedade, e com diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade.

As atividades lúdicas poderão ser usadas pelos educadores com o intuito de provocar uma aprendizagem prazerosa e mais significativa. Devemos aderi e valorizar atividades lúdicas e brincadeiras na escola, pois é essencial para o desenvolvimento da aprendizagem. Acreditamos que as brincadeiras e jogos, a criança aprende quase tudo que vai precisar na vida adulta, o brincar proporciona momentos de interação entre outras crianças, desenvolve a linguagem, observação, habilidade com analise e dando princípios da vida social.

De acordo com Vygotsky (1997) a motivação é um dos fatores principais para o sucesso da aprendizagem. As atividades lúdicas trazem excelentes oportunidades de mediação entre o prazer e o conhecimento historicamente constituído já que o lúdico é eminentemente cultural e estes contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual.

O brincar faz partes do mundo da criança, assim elas se socializa com facilidade em todas etapas da sua vida com um aprendizado de qualidade. Diante dos jogos lúdicos da brincadeira e do brinquedo ajuda no desenvolvimento motor da criança, desenvolve-se a criatividade além dessas razões proporciona momentos atraentes para os alunos vivenciar situações de descontração.

Ao brincar em grupos ou mesmo sozinhas, as crianças fazem de suas Brincadeiras uma verdadeira prática social e nessa prática, aprendem a jogar, a contar, a distinguir e a organizar suas ideias e suas vidas. Ao contrário do que muitos pensam o brinquedo não é uma simples Recreação ou passa tempo, mas forma mais completa que a criança Tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo. É na magia do brinquedo que cela desenvolve a autoestima, a imaginação, a confiança, o controle, a criatividade, a senso- percepção, a cooperação e o relacionamento interpessoal (OLIVEIRA, 1990, P.55).

Nesse sentido o professor é responsável para desenvolver inúmeros conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares. Para isso o professor busca solução das atividades lúdicas como ferramenta pedagógica para continuidade de suas aulas tornar produtivas, utilizando recursos como jogos, brincadeiras e o faz de contas, proporcionando e causando interesse dos alunos, resgatando sua concentração tornando uma aula agradável e com interação dos alunos. Essa metodologia nos faz entender e perceber o prazer de integrar os conhecimentos de que brincar é aprender.

Acreditamos que o processo de ensino pela ludicidade, garante o envolvimento tanto do professor como dos alunos, de forma mútua. Sendo uma interação satisfatória para desenvolvimento da aprendizagem. Aonde professor e alunos, provoca uma nova maneira de agir e pensar através do lúdico.
Para Sampaio (2010, p. 31), necessitamos, como professores e pesquisadores, encontrar caminhos para transformar a educação, resgatando a humanescência perdida, ou seja, “aprender a condição humana, aprendendo a aprender a ser”, rompendo a formação contemporânea, para buscar meios que atinjam a vida do educando, a partir da sua própria vivência e propiciando sua formação para a vida.

Acredito que o brincar na Educação Infantil tem como o eixo educador e estimulador para o desenvolvimento e o seguimento de suas atividades. É considerável e muito importante que o professor tenha consciência dos recursos pedagógico dos atos da brincadeiras e dos jogos para a criança já desde a educação infantil. As modificação das brincadeiras na Educação Infantil vão incentivar um maior desenvolvimento da criança que pode facilitar uma prática focalizada para uma convivência mais reflexivo, entre muitos outros fatores que contribui o brincar para a prática pedagógica, na educação infantil.

Nas brincadeiras que realiza nas escolas, a criança terá a chance de, aos poucos, se sentir protegido, pois, atuar primeiro sua individualidade, terá enriquecido sua auto- estima, fazendo com que se participa no grupo, pois a brincadeira pode ser um espaço de contato e comunicação interação e confronto de muitas crianças com pontos de vista diferentes, em que cada uma terá o momento de fazer valer seu ponto de vista.

Huizinga (apud Lima, 2008, s.p) esclarece, “... não que a brincadeira infantil deixe de ser séria, mas quando a criança brinca, ela o faz de modo compenetrado”. Por isso é necessário que o professor/educador fique atento, para oferecer possibilidades de aulas “recheadas” de atividades lúdicas. Permitindo assim à criança, a oportunidade de provar a sua superioridade, incorporando novos conhecimentos e atitudes.

Por este motivo Piaget (1998, p. 35) afirma que:

O desenvolvimento humano passa por um processo continuo entre as ações do sujeito sob o meio ambiente, passando por várias etapas: sensória motora; pré -operatória; operatório concreto e a operatório formal. Dentro desta classificação o jogo estará organizado por ordem de desenvolvimento como: jogos de exercício etapa sensório-motora, jogos simbólicos etapa pré-operatório, jogos de regras operatório formal.

 

Em relação à atividade escolar, a mesma necessitará ser uma forma de distração e de trabalho para as crianças. Com isso, os brinquedos transforma em recursos didáticos de grande aplicação e qualidade no processo ensino aprendizagem. A criança tem a possibilidade de desenvolver melhor brincando e todos os conteúdos podem ser ensinados e desenvolvidos mediante das atividades predominantemente lúdicas. As atividades com os brinquedos possuirão sempre objetivos didáticos – pedagógicos que contribui proporcionar o desenvolvimento integral do educando.

Segundo Oliveira (2002, p.210) 

(...) as interações sociais com seus pares de idade pode ajudar as crianças a controlar seus impulsos ao participarem no grupo infantil: internalizar regras, adaptando seu comportamento a sistema de controle e sanções, ser sensível a ponto de vista do outro e saber cooperar e desenvolver uma variedade de formas de comunicação para compreender sentimentos e conflitos e alcançar satisfação emocional. Isso inclui a criação de uma atmosfera afetiva de estabelecimento de relações diversificadas, na qual a aceitação de  cada pessoa seja objeto de atenção.

 

Observa-se que o professor é sem dúvida, uma importante pessoa que tem missão neste processo, e uma delas é o de ser um “observador”, procurando interceder o mínimo possível, tendo a segurança e garantindo o direito à livre manifestação de todos. Faz parte da metodologia do professor através da observação, perceber as necessidades e os desejos na brincadeira, para desenvolver o de tal atividade.

A criança por meio de brincadeira constrói seu próprio pensamento, e possibilidade no desenvolvimento cognitivo da criança. Os professores que desenvolvem atividades lúdicas contribuem no desenvolvimento global da criança. Pois o brincar, desenvolve o pensamento, desenvolve habilidades, favorecendo uma aprendizagem mais divertida e renovadora para o desenvolvimento infantil.

Dessa forma, é imprescindível a utilização de brincadeiras no meio pedagógico. Como coloca Ferreira, Misse e Bonadia (2004), o brincar deve ser um dos eixos da organização escolar: a sala de aula fica mais enriquecida de desenvolvimento motor, intelectual e criativo da criança.

Por isso atividades lúdicas se torna motivam-te enriquecedor, um auxilio na prática pedagógica, recurso acessível para o docente incluir em seu planejamento, necessita que o ambiente seja agradável e atividades e brincadeiras sejam de causar interesse e entusiasmo. Pois cada criança possui o seu conhecimento e desenvolvimento, suas etapas e processos, sendo ela que desempenha o papel essencial do seu desenvolvimento da aprendizagem, assim realizará com estímulos e entusiasmo suas atividades com facilidades.

Os estudos de Vygostsky contribuíram muito para a construção de conhecimento acerca do desenvolvimento infantil e para as noções de brinquedo nesse desenvolvimento, trabalhado com a noção de que o brincar satisfaz certas necessidades da criança e que essas necessidades são distintas em cada fase da criança, pois vão mudando no decorrer de sua maturação. Com isso, o brincar toma novos contornos, modificando-se, também, para atender ás novas necessidades que vão surgindo no contexto da criança (ROLIM; GUERRA, TASSIGNY, 2008).

 

Conclusão

 

Conclui-se com este trabalho a valorização da importância no lúdico onde sempre esteve presente em todas as fases da vida da criança dando seguimento até sua vida adulta facilitando para o desenvolvimento no processo da aprendizagem na educação infantil. Diante de pesquisas e observações poderá afirmar que o ensino lúdico tem um papel fundamental na vida das crianças, pois estimula sua imaginação, desenvolvem suas habilidades, aspectos afetivo e cognitivo além de interagir com facilidade com o meio em que vive.

Os jogos brinquedos e brincadeiras são ferramenta principal nas mãos do mediador de grande qualidade, um auxilio na pratica pedagógica no processo de ensino. Portanto o professor deverá incluir em seu planejamento atividades que motivam seus alunos de forma prazerosa garantindo o envolvimento tanto do professor quanto dos alunos, contribuindo o conhecimento com resultados satisfatório para o desenvolvimento da aprendizagem.

Portanto faz-se necessário as atividades lúdicas como recursos pedagógicos, fundamental mediado pelos educadores inserindo atividades lúdicas, garantindo uma aprendizagem significativa.

Diante disso os alunos possam aprender brincando, possibilitando grandes benefícios oferecidos pelo prazer das atividades lúdicas.

 

 

REFERÊNCIAS

 

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ROLIM, Amanda Alencar Machado; GERRA, Siena Sales Freitas; TASSIGNY, Monica Mota. Uma leitura de Vygotsky sobre o brincar na aprendizagem e no desenvolvimento infantil. Ver. Humanidades, Fortaleza, v. 23, n. 2, p. 176-180, jul./dez. 2008.


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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE

Cristiani Sanches Palmier

Marisa da Silva Lucas Rodrigues

Patrícia Simone Andrade

Poliana Josefina Fernandes Janning

 

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo mostrar que os jogos e as brincadeiras são ricas ferramentas para despertar o interesse dos alunos e contribuir no processo de ensino aprendizagem, possibilitando o crescimento cognitivo, afetivo, intelectual e motor da criança. Atividades com jogos e brincadeiras que até pouco tempo eram realizadas apenas nos momentos de recreação ou simplesmente eram propostas para a criança brincar por brincar, hoje está cada dia mais presente e vem ampliando o planejamento na rotina dos professores de Educação Infantil. Conclui-se que as atividades com jogos e brincadeira vêm proporcionando momentos de alegria e prazer para as crianças, dando a elas oportunidades de maior interação com o outro, dentro e fora da escola, ajudando-as a se tornarem mais solidárias, sociáveis, críticas, observadoras e autônomas.

 

Palavras Chaves: Jogos, brincadeiras, Psicomotricidade, aprendizado.

 

INTRODUÇÃO

 

A pesquisa aqui apresentada. tem como objetivo mostrar que jogos e brincadeiras são ricas ferramentas no processo de ensino e aprendizagem e que ajudam despertar a atenção e o interesse dos alunos e contribui para que a aprendizagem aconteça de forma prazerosa, interessante e alegre, mostrar que auxiliam no desenvolvimento cognitivo, afetivo, intelectual e motor da criança fazendo as pensar antes de agir, a criar estratégias e a usar a imaginação e mostrar que a criança aprende brincando, desenvolvendo assim a psicomotricidade.

Aprender, com entusiasmo e prazer é fundamental para a criança da Educação Infantil, pois quando se tem vontade de aprender, tudo tem mais significado e aumenta a capacidade de concentração, no qual a criança se torna sujeito ativo nesse processo tão importante que irá marcá-lo a vida toda.

Será trabalhado com os alunos da educação infantil atividades como jogos e brincadeiras a fim de desenvolver a psicomotricidade dos mesmos, uma vez que a mesma é muito importante para o desenvolvimento. Este trabalho será composto por dois capítulos. No primeiro será tratado sobre a contextualização do tema e a importância da psicomotricidade e no segundo capítulo serão apresentadas algumas propostas de atividades para desenvolver a psicomotricidade e os resultados alcançados através da realização das atividades.

 

DESENVOLVIMENTO

 

Pesquisadores e estudiosos demonstram preocupações no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem e relatam que o conceito de aprender está relacionado com a função de ensinar. Nesse sentido ensinar e aprender sugere uma ação coletiva que possibilita a troca de experiências e favorece a educadores e educando a riqueza do aprender com o outro.

Sabe-se que o professor precisa tornar o ambiente pedagógico como um espaço atraente que favoreça para a estimulação e motivação da aprendizagem.

Segundo MALUF (2009, p, 9), “A busca do saber torna-se importante e prazerosa para a criança quando ela aprende brincando.” Pois brincar é uma atividade gostosa e proporciona prazer tornando o aprendizado mais atraente e significativo.

Atividades com jogos e brincadeiras que até pouco tempo eram realizadas apenas nos momentos de recreação ou simplesmente eram propostas para a criança brincar por brincar, hoje está cada dia mais presente e vem ampliando o planejamento na rotina dos professores de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio que buscam por melhores resultados em sala de aula. Segundo MALUF:

A relação entre a brincadeira e o desenvolvimento da criança permite que se conheça com mais clareza importantes funções mentais, como o desenvolvimento do raciocínio e da linguagem. (MALUF, 2009, p 32).

MALUF (2009, 31), “Considera que devemos ter espírito aberto ao lúdico, reconhecer sua importância enquanto fator de desenvolvimento da criança.” Sabe-se que as atividades lúdicas por serem prazerosas e atraentes fazem com que as crianças se interessam e participam com entusiasmo e alegria obtendo resultados satisfatórios no que se refere à aprendizagem.

A ação física é a primeira forma de aprendizagem da criança, estando a motricidade ligada à atividade mental. Ela se movimenta não só em função de respostas funcionais (como ocorre com a maioria dos adultos), mas pelo prazer do exercício, para explorar o meio ambiente, adquirir melhor mobilidade e se expressar com liberdade. (BRASIL, 2001, p. 67).

 

Nesse sentido, pode se dizer os jogos e as brincadeiras é recurso útil e indispensável no planejamento diário do professor devido sua grande contribuição no processo de ensino aprendizagem.

Sabe-se que as atividades com jogos e brincadeira vem proporcionando momentos de alegria e prazer para as crianças, dando a elas oportunidades de maior interação com o outro, dentro e fora da escola, ajudando-as a se tornarem mais solidárias, sociáveis, críticas, observadoras e autônomas.

BRASIL (2001, p, 73), afirma que: “As habilidades corporais devem contemplar desafios mais complexos”. Nesse sentido os jogos e as brincadeiras se tornam ferramenta, muito importante no processo de ensino e aprendizagem quando trabalhado com objetivos que possam trazer resultados significativos para criança.

Segundo BRASIL (2001, p, 72) “É possível sugerir brincadeiras e jogos em que algumas habilidades mais especificas sejam trabalhadas, dentro e fora de contextos significativos.” Nesse sentido, elas despertam o interesse da criança e proporciona a ela momentos favoráveis no qual ela tem a oportunidade de adquirir e ampliar algumas habilidades como a capacidade de percepção, a criatividade, a capacidade de interação com o outro e criar nela a satisfação de aprender a conviver com o novo.

No entanto faz-se necessário ao professor desenvolver atividades com jogos e brincadeiras com as crianças e proporcionar a ela a oportunidade para que ela possa desenvolver além de suas habilidades cognitivas, motoras, e afetivas desenvolver a inda a capacidade de interação. Pois as atividades lúdicas favorece a criança a oportunidade de aprender a interagir no grupo, de trabalhar em equipe e desenvolver a capacidade de interpretação e cooperação. De acordo com BRASIL mj2001:

Quanto mais domínio sobre os próprios movimentos o individuo conquistar, quanto mais conhecimentos construir sobre a especificidade gestual de determinada modalidade esportiva , de dança ou de luta que exerce, mais pode se utilizar dessa mesma linguagem para expressar seus sentimentos, suas emoções e seu estilo pessoal de forma intencional ou espontânea. (p. 39).

Nesse sentido, é importante também ao professor desenvolver atividades a fim de proporcionar oportunidades que favoreça para que a criança se movimente livremente tendo a liberdade de expressar suas habilidades.

MALUF (2009, p,94),“É através das brincadeiras que a criança faz novas amizades, melhora seu relacionamento com seus pais, educadores e entre colegas em um ambiente lúdico tranquilo.” Nesse sentido, nos momentos de brincadeiras, pode-se ainda envolver as crianças na construção de jogos e brinquedos dando a criança a oportunidade de desenvolver suas habilidades motoras e psíquicas. Para WAJSKOP.

A brincadeira é uma forma de atividade social infantil cuja característica imaginativa e diversa do significado cotidiano da vida fornece uma ocasião educativa única para as crianças. Na brincadeira, as crianças podem pensar e experimentar situações novas ou mesmo do seu cotidiano, isentar das pressões situacionais. (1995, p.31).

No entanto ao desenvolver atividades com jogos e brincadeiras com crianças da Educação Infantil, o professor proporciona a elas a oportunidade de se deparar com novos desafios e favorece momentos em que a mesma enfrenta situações novas, desafiadoras e atraentes nas quais ela precisa pensar e tomar decisões sozinhas ou em grupo, momento em que ela cresce e se desenvolve socialmente.

Nesse sentido é preciso que o professor favoreça às crianças momentos que às levem a compreender os fatos que elas vivenciam no seu cotidiano considera-se que através dos jogos e brincadeiras é possível favorecer as mesmas a oportunidade de vencer os desafios.

O brincar proporciona a aquisição de novos conhecimentos, desenvolve habilidades de forma natural e agradável. Ele é uma das necessidades básicas da criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e cognitivo. (MALUF, 2009, p. 09).

Sabe-se que atividades desenvolvidas no contexto escolar de formas diversificadas, atraentes e desafiadoras no qual as crianças se sintam motivadas e passem a realizá-las com prazer e satisfação. De acordo com MALUF:

Quando brincamos exercitamos nossas potencialidades, provocamos o funcionamento do pensamento, adquirimos conhecimento sem estresse ou medo, desenvolvemos a sociabilidade, cultivamos a sensibilidade, nos desenvolvemos intelectualmente, socialmente e emocionalmente. (2009, p 21).

Diante desse contexto, é preciso que o professor utilize os jogos e as brincadeiras de modo que favoreça para o seu crescimento social,motor e afetivo.

No que se refere à Educação Infantil o professor também precisa ter um olhar mais atento para compreender que quando realiza aulas práticas com jogos e brincadeiras está possibilitando ao aluno oportunidade para ele, inovar e aprimorar seus conhecimentos.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Através deste trabalho foi possível perceber que atividades com jogos e brincadeiras são recursos importantes para desenvolver a psicomotricidade, tornado o aluno sujeito ativo e capaz de respeitar regras, mais compreensível para trabalhar em equipe trazendo resultados significativos para o crescimento cognitivo, afetivo, pessoal, intelectual e motor dos mesmos.

Em suma, foi possível compreender que a prática dos jogos e brincadeiras em sala de aula é uma ferramenta que proporciona uma aprendizagem significativa e prazerosa para a criança, pois através da mesma a criança aprende a interagir, compreender e interpretar as várias situações problemas com as quais se depara tornando-se um aprendiz entusiasmado e capaz de resolver pequenos conflitos em seu dia-a-dia.

Vale ressaltar que as atividades quando bem planejadas são importantes recursos no processo de ensino e aprendizagem. No entanto ao realizar as atividades selecionadas para os alunos da Educação Infantil, percebeu-se que as mesmas tiveram suas contribuições para que os alunos se desenvolvessem cognitiva, motora e socialmente, tornando os, mais criativos solidários e dinâmicos. As atividades propostas possibilitaram aos alunos momentos prazerosos em que o aprendizado aconteceu de forma natural.

Percebeu-se que as atividades selecionadas e realizadas em sala de aula foram significativas e importantes no processo de ensino e aprendizagem dos alunos da Educação Infantil e contribuíram para que os alunos desenvolvessem suas habilidades motoras e suas capacidades de expressão, movimento e interação com os colegas e professora.

Ao realizar as atividades selecionadas foi possível notar que alguns alunos se destacam em determinadas atividades enquanto outros se destacam em outras. Os alunos foram motivados a realizar as atividades com garra e determinação no qual tiveram a oportunidade de ampliar as habilidades já adquiridas e desenvolver novas habilidades motoras, de percepção, de criatividade bem como a capacidade de se interagir em grupo.

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, Marcos Teodoro Pinheiro. Jogos divertidos e brinquedos criativos. Petrópolis: Vozes, 2004.

 

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais e ética.Brasília: MEC/SEF, 2001.

 

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: educação física.Brasília: MEC/SEF, 2001.

 

LOPES, Maria da Glória. Jogos na educação: criar fazer jogar.6. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

 

MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado: 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.

 

 

EDUCAÇÃO INCLUSIVA EM SALA DE SALA


Deise Guireli do Nascimento Santos1


RESUMO

A educação inclusiva se faz presente na sala de aula através de educadores especializados em conduzir o ensino através de metodologias adequadas a cada situação apresentada, recebendo o aprendiz e acolhendo para então proceder da forma que melhor lhe convir, sabendo que os seres humanos não são iguais e aprendem de maneira diferente. Sendo assim a instituição escolar preocupa-se não só em transmitir conteúdos, mas em apoiar o aluno para aprender a aprender e conviver em sociedade buscando pela interação motivá-lo despertando vocações, construindo conhecimentos e favorecendo para que habilidades alcancem o máximo de potencialidades dentro das condições proporcionadas. Para que isso aconteça a família é peça primordial no processo ensino aprendizagem fazendo parte do cenário para que tudo sobressaia de maneira natural somando forças todos contam pontos vantajosos e o aluno é quem fica com a melhor parte. Este artigo tem como objetivo refletir sobre a importância da educação inclusiva e suas peculiaridades.  Buscando esclarecer um pouco sobre a atuação da educação inclusiva e sua importância na vida de todos nós, educadores e também eternos aprendizes, incluir é fazer a diferença sabendo que teremos futuros cidadãos competentes integrando nossa sociedade somos todos iguais, mas diferentes, é isso que faz a diversidade. Para alcançar os objetivos propostos realizou-se uma pesquisa bibliográfica como recurso metodológico a partir da análise pormenorizada de materiais já publicados na literatura considerando as contribuições de autores como SCHOTTEN (2011), SILVEIRA (2011), PIANEZZER (2013), Vygotsky (1995), Piaget (1996), Mitller (2003), entre outros.

 

Palavras-chave: Educação. Inclusiva. Ensino. Aprendizagem.

 

Introdução

 

O presente trabalho tem como tema educação inclusiva em sala de aula, trazendo sua contribuição no ensino aprendizagem, buscando através da mesma, um ensino satisfatório para ambos, os interessados nesse processo que são professor e aluno, aproximando-os dentro do contexto educacional interferindo no que for necessário para que a aprendizagem aconteça de forma natural sem pressões negativas e sem pressa, atuando na diversidade do universo escolar, mas propriamente em sala de aula integrando e igualando os diferentes onde há possibilidades de fazê-lo, sentir-se acolhido e cidadão respeitável, não esquecendo que o educador na maioria das vezes é modelo para muitos dos aprendizes.  ___________________________

1. Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci – UNIASSELVI, aluna do curso de pós- graduação latu- Sensu em Psicopedagogia e Educação Especial, pela Universidade Cândido Mendes – Ucam.

E a colaboração do pedagogo diante das situações cotidianas, lidando com a inclusão escolar usando metodologias adequadas a cada situação, fazendo acontecer o ensino aprendizagem.

Para isso contando também com a presença da família, peça muito importante nesse processo, favorecendo e, ou ampliando a construção de conhecimentos e habilidades, relacionados à interação professor-aluno a fim de adequar elementos que visem o sucesso do ensino e da aprendizagem.

Quando se fala em educação inclusiva precisa-se de professores orientados sob como agir em cada caso, improvisando também nas situações inusitadas e preparados para levar a educação ou auxiliar o processo de construção de conhecimentos lembrando-se de começar pelo saber de cada aprendiz ou a realidade que se apresenta ao chegar à instituição escolar.

Vários autores conceituam a interação como a ação mútua entre duas ou mais coisas ou pessoas, na condição de estímulos trocados entre si, com a influência do ambiente físico e social, sobre as capacidades físicas e intelectuais do indivíduo e sua ação sobre o ambiente, permitindo a formação e o desenvolvimento do ser humano. Conforme Silveira e Nascimento:                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

 

O estudo sobre a deficiência e o desenvolvimento de crianças com deficiência, a defectologia, como denomina Vygotsky, passa a enfatizar o desenvolvimento da criança e suas potencialidades, e não mais a impossibilidade, a incapacidade, e isso influencia a própria prática educacional destes indivíduos. (SILVEIRA, 2011, p.55).

 

(...) “não é importante saber só qual doença tem a pessoa, mas que pessoa tem a doença. O mesmo é possível com relação à deficiência. É importante conhecer não só o defeito que tem afetado a criança, mas que criança tem tal defeito. Vygotsky, (1995, p. 104).”.

              Diante destas questões colocamos também o aluno com altas habilidades ou superdotação, seja em qualquer área, precisam de incentivo e valorização para ter o desenvolvimento pleno de sua capacidade ou habilidades.

Neste contexto, o objetivo primordial é, pois, investigar como a educação inclusiva atua em sala de aula e o educador agindo adiante as interações na instituição escolar.

          Ou seja, um bom relacionamento entre educadores e alunos, personagens principais interessados em manter um bom convívio se faz construindo no dia a dia, acontecimentos às vezes, até inusitados nos faz aprender sempre mais e assim fortalecer o que buscamos.

 

Desenvolvimento

 

No cotidiano a educação inclusiva se faz presente atuando na sala de aula buscando a aproximação, facilitando a interação entre educadores e educandos, e também a socialização entre os aprendizes, interferindo nos processo de ensino aprendizagem para torná-los mais eficiente e de fácil compreensão.

Muitos professores usam métodos variados para lidar com a situação e vários deles se provêm do lúdico sendo esta uma das maneiras de ensinar sem pressões negativas, um de seus objetivos é trazer o aprendiz para o meio.         

As atividades de expressão lúdicas criativas atraem a atenção das crianças podem se constituir em um mecanismo de potencialização da aprendizagem, favorecendo o desenvolvimento motor e psicomotor das crianças, favorecendo o relacionamento com a coletividade e consigo mesmo. Conforme Nascimento (2000, p.1),

A criança não é um adulto que ainda não cresceu, ela tem características próprias. Para alcançar o pensamento adulto (abstrato), ela precisa percorrer todas as etapas do seu desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional. Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede ,associa, calcula, classifica, compõe, conceitua, cria, deduz etc. Sua sociabilidade se desenvolve; ela faz amigos, aprende a compartilhar e a respeitar o direito dos outros e as normas estabelecidas pelo grupo e a envolver-se nas atividades apenas pelo prazer de participar, sem visar recompensas nem temer castigos. Brincando, a criança estará buscando sentido para sua vida. Sua saúde física, emocional e intelectual depende, em grande parte, dessa atividade lúdica. (SCHOTEN, 2013, p.178)

 

Muitos especialistas acreditam que as ações pedagógicas dos educadores devem           partir de aspectos da vida cotidiana dos alunos.  

Nesse sentido o processo de ensino deverá ser respaldado numa combinação de atividades do professor e dos alunos, os quais estarão sob a direção do professor, visando atingir no educando o desenvolvimento de suas capacidades mentais de forma progressiva. De acordo com Antunes (2008, p.45-46),

 

[...] educar não significa apenas transmitir o legado cultural ás novas gerações, mas também ajudar o aluno a aprender o aprender, despertar vocações, proporcionar condições para que cada um alcance o máximo de sua potencialidade e, finalmente, permitir que cada um conheça suas finalidades e tenha competências para mobilizar meios para concretizá-las, chega-se ao sentido estrutural da questão: o que significa educar. Em síntese; aprender a conhecer, fazer, viver junto e aprender a ser. Essa ideia que se faz da Educação recebeu forte subsídio com um novo papel da educação que se discutiu em Jomtien, em 1990, em uma Conferência Internacional sobre Educação promovida pela UNESCO, quando produziu o documento “A Declaração Mundial sobre a Educação para Todos”. SCHOTEN, 2013, p.229.

 

Partindo deste contexto Piaget (1996) sinaliza, no entanto, que as transmissões sociais por si só são insuficientes (...) que estas só se efetuam mediante a construção de estruturas cognitivas que permitem a criança se apropriar, via assimilação, dos conteúdos (...).

É possível afirmar que a prática pedagógica do professor frente a esta perspectiva necessita estar respaldo em conhecimentos construídos por meio de experiências as quais envolvam os aspectos cognitivos, étnicos e emocionais.

E educação inclusiva relata que alunos com necessidades especiais são ensinados no mesmo contexto curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula.     

 

A sala de aula é o espaço privilegiado para a troca de experiências e de conhecimentos entre os indivíduos que ali se encontram. Este espaço é a expressão de um sistema social, manifestado através de suas rotinas, relações interpessoais, pensamentos, relações de poder, imaginários e representações sociais, e que deve nortear a prática pedagógica. Desta forma, pode-se dizer que os conhecimentos que os alunos já têm suas histórias e culturas, a maneira de ser com todas as suas diferenças, são contemplados nas mais diversas situações de aprendizagem que ocorrem [...] (SCHOTTEN, 2011, p.22).

 

Partindo desse pressuposto é possível afirmar segundo, Mittler (2003, p. 25) que educação inclusiva em sala de aula, “[...] envolve um processo de reforma e de reestruturação das escolas como um todo, com o objetivo de assegurar que todos os alunos possam ter acesso a todos as gamas de oportunidades educacionais e sociais oferecidas pela escola”.

Diante desse compromisso e comprometimento a inclusão escolar busca ensinar, não um indivíduo qualquer, mas alguém que seja essencial, para a construção da sociedade que queremos formar, cidadãos competentes e conscientes de seus direitos e deveres.  

          

 A escola inclusiva é aquela que conhece cada aluno, respeita suas potencialidades e necessidades, e a elas responde, com qualidade pedagógica. Para que uma escola se torne inclusiva há que se contar com a participação consciente e responsável de todos os atores que permeiam o cenário educacional: gestores, professores, familiares e membros da comunidade na qual cada aluno vive. (SILVEIRA, 2011, p.35)

 

 

Uma das principais finalidades da educação inclusiva em sala de aula é contribuir para a conscientização do ato educativo, visando o sucesso do aluno e a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Assim sendo, continua Silveira:

 

O professor tem a responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência, mesmo que tenha um professor auxiliar em sua sala. O aluno com deficiência deve fazer parte da turma como qualquer criança. Tem também a responsabilidade de assegurar que o aluno com deficiência seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. (SILVEIRA, 2011, p.35)

 

Conforme podemos observar o que se vê sempre são pais ausentes, principalmente aqueles a quem seus filhos precisam de atenção, dificilmente comparecem à escola mesmo quando convocados são indiferentes. Sabemos o quanto é importante a participação dos pais no processo ensino – aprendizagem seja ele de qualquer ordem. Segundo Pianezzer:

 

 (...) Se os pais orientassem seus filhos em relação às tarefas escolares e em relação à própria organização da mochila e dos materiais necessários para o dia seguinte; se os auxiliarem na organização da agenda com as datas previamente estipuladas para a entrega de tarefas, trabalhos ou realizações de avaliações; se os orientarem também quanto ao espaço e o horário de realização das tarefas e o local para os estudos; se os ensinarem a elencar as prioridades e ir vencendo cada etapa, grande parte de sua missão em auxiliar o filho na superação das dificuldades escolares estará cumprida, e isto certamente será gratificante aos pais, além de ser um fator de grande motivação aos filhos . (PIANEZZER, 2013, p.235).

                    

Diante da motivação os filhos sentem mais segurança e buscam mais, dialogam interagem fazem a parte deles, que é de satisfazer curiosidades superando expectativas indo além, por saber que alguém se preocupa e espera algo da sua pessoa. 

Assim diante da necessidade de entender as dificuldades de aprendizagem escolar em sala de aula a educação inclusiva propõe mudanças, novos tempos e formas de organizações perceptivas dentro de cada realidade, entendendo o aprendiz da forma como ele chega à instituição, partindo deste ponto ensiná-lo conforme suas capacitações. Conforme Silveira:

 

A Inclusão surge, então, para romper o paradigma educacional existente, rompendo com a estrutura curricular, fechada e com a homogeneidade na escola. Os antigos paradigmas começam a ser repensados por uma nova visão educacional. Depois de tantos anos de isolamento e segregação, as pessoas com necessidades especiais estão sendo reconhecidas como cidadãs e aceitas na escola comum. (SILVEIRA, 2011, p.18).

   

A inclusão lida com problemas de ensino-aprendizagem, e tem por objetivo compreendê-lo o que pode resultar em ajuda para que as pessoas realizem suas tarefas através de suas atividades e a educação é a forma privilegiada para o encaminhando e a superação de seus níveis primários e da construção das competências e habilidades necessárias.

Sendo o aprendiz o foco central, garantir sua trajetória nesse caminho é objetivo primeiro de toda ação educacional em conjunto.       

 

Conclusão

                             

Constatou-se, portanto que uma das principais finalidades da educação inclusiva em sala de aula é contribuir para a conscientização do ato educativo, visando o sucesso do aluno e a melhoria do processo ensino-aprendizagem.

Assim diante da necessidade de entender as dificuldades de aprendizagem escolar em sala de aula a educação inclusiva propõe mudanças, novos tempos e formas de organizações perceptivas dentro de cada realidade, entendendo o aprendiz da forma como ele é.

             E atividades de expressão lúdicas são ótimas alternativas para atrair a atenção das crianças podendo se constituir em um mecanismo de potencialização da aprendizagem favorecendo o desenvolvimento motor e psicomotor das crianças, favorecendo o relacionamento com a coletividade.

Sabemos também o quanto é importante a participação dos pais no processo ensino – aprendizagem seja como for. Diante da motivação os filhos sentem mais segurança e buscam mais, dialogam, interagem.

            E a educação inclusiva chega para nos ensinar que alunos com necessidades especiais são ensinados no mesmo contexto curricular e instrucional com os demais colegas de sala de aula.

Diante desse compromisso e comprometimento a inclusão escolar busca ensinar, não um indivíduo qualquer, mas alguém que seja essencial, para a construção da sociedade que queremos formar.

E a educação é a forma privilegiada para o encaminhando e a superação de seus níveis primários e da construção das competências e habilidades necessárias.

Sendo o aprendiz o foco central, garantir sua trajetória nesse caminho é objetivo primeiro de toda ação educacional em conjunto.       

 

REFERÊNCIAS

 

PIANEZZER, Lúcia Cristiane Moratelli. Orientação educacional. Indaial: Uniasselvi, 2013.

 

SILVEIRA, Tatiana dos santos da. NASCIMENTO, Luciana Monteiro do. Educação inclusiva. Indaial: Uniasselvi, 2011.                                                                                                                                                                                                                                        

 

SCHOTTEN, Neuzi. Processos de alfabetização. 2ª ed. Indaial: Uniasselvi, 2011.