DIVERSIDADE CULTURAL NA ESCOLA
Franciele da Costa Marques
Maria de Fátima Silva
Queti Tonetti
RESUMO:
O projeto sobre diversidade cultural na escola nos deixa a ideia de oferecer oportunidades a todos os alunos de acesso e permanência na escola com os mesmos direitos, respeitando as diferenças. A cultura faz parte da totalidade de uma determinada sociedade, nação ou povo. Essa totalidade diz respeito a tudo que configura o viver coletivo. São os costumes, os hábitos, a maneira de agir, de pensar, as técnicas que ao serem utilizadas levam ao desenvolvimento e a interação do homem com a própria natureza, tudo o que diz respeito a essa sociedade. A nossa herança cultural que fora desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir de forma depreciativa em relação ao comportamento daqueles que agem fora dos padrões, e quase na sua totalidade são aceitos pela maioria da sociedade, ou pela comunidade a qual pertence. Assim tendemos a discriminá-los e acabamos taxando este comportamento como anormal.
Palavras-chave: Educação. Identidade. Racismo. Cultura. Diversidade. Respeito.
A temática diversidade cultural pode ser entendida como a construção histórica, cultural e social das diferenças, que foram construídas pelos sujeitos sociais ao longo das relações históricas. Portanto o “diferente” só passa a ser percebido dessa forma, porque nós seres humanos assim nós identificamos.
Vivemos sob mudança constante em todos os sentidos da vida social e cultural, o que nos leva a perceber como temos a necessidade de inclusão no nosso conhecimento da diversidade e do enredamento dos problemas sociais, entendendo que sempre se pode trabalhar na igualdade o que é diferente.
O tema diversidade cultural na escola implicam em um projeto de estruturação progressiva e mudança significativa. Por essa razão nossas ações de hoje dificilmente irão resolver os arraigados princípios que delimitam a inclusão, mas certamente podem contribuir e propiciar momentos em sala de aula que despertam para as melhorias e conquistas dessa problemática, a fim de chegar à verdadeira inclusão social e pedagógica.
DESENVOLVIMENTO:
O Brasil é um país de grande diversidade cultural, portanto é necessário haver respeito às diferenças para que a liberdade de desfrutar a cultura com dignidade seja preservado. Segundo Morin (2001):
A cultura é constituída pelo conjunto dos saberes, fazeres, regras, normas, proibições, estratégias, crenças, ideias, valores, mitos, que se transmite de geração em geração, se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. Não sociedade humana, arcaica ou moderna, desprovida de cultura, mas cada cultura é singular. Assim, sempre existe a cultura nas culturas, mas a cultura existe apenas por meio das culturas. (p. 56)
Apesar de toda riqueza cultural ainda apresenta características preconceituosas e discriminatórias arraigadas em seu cotidiano, demonstrando e fortalecendo a desigualdade que permeia a sociedade. Ações têm sido implementadas com o objetivo de resolver essas divergências sociais, mas a singularidade de cada grupo tem sido o principal fator desencadeador destas complexas relações. Figueiredo (2002) coloca ainda que:
“As diferenças são desejáveis, porque enriquecem, ampliam e permitem a identificação/diferenciação; as desigualdades, ao contrário, produzem inferioridade, porque implicam relações de exploração. Enquanto as diferenças se assentam na cooperação, as desigualdades ocasionam competição”
Os afrodescendentes que são grande parte da população e sofrem historicamente com esse confronto cultural, mesmo fazendo parte da chamada diversidade brasileira, convivem com uma injusta limitação de expressão por ser principal alvo de preconceito. A diversidade da cultura brasileira não favorece as vivências em sociedade, pois categoricamente cada grupo apresenta características peculiares o que enfatiza discordância entre os indivíduos promovendo o retrocesso da convivência em sociedade.
Os afrodescendentes devem ser reconhecidos em nossa sociedade com as mesmas igualdades de oportunidades que são concedidas a outras etnias e grupos sociais, buscando eliminar todas as formas de desigualdades raciais e resgatar a contribuição dos negros na formação da sociedade brasileira e, assim, valorizar a história e cultura dos afro-brasileiros e africanos.
Segundo as DCN para a Educação das Relações Étnicos-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (2003, p. 5)
”Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a população brasileira. E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que difunde crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta de competência ou interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social hierárquica cria com prejuízos para o negro.”
A Lei 10.639/03 propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana. Por exemplo, os professores devem ressaltar em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
Falar sobre diversidade é tentar entender a variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação, ou ambiente. A ideia de diversidade esta ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade e variedade . E muitas vezes ,também , pode ser encontrada na comunhão de contrários ,na intersecção de diferenças, ou ainda , na tolerância mútua.
A diversidade cultural engloba o conjunto de culturas que existem. Esses fatores de identidade distinguem o conjunto dos elementos simbólicos presentes nas culturas e são eles que reforçam as diferenças culturais que existem entre os seres humanos.
Gomes (2007,pág.17) conceitua diversidade a partir da perspectiva cultural na qual é compreendida:
[...] como a construção histórica, cultural e social das diferenças. A construção das diferenças ultrapassa as características biológicas, observáveis a olho nu. As diferenças são também construídas pelos sujeitos sociais ao longo do processo histórico e cultural, nos processos de adaptação do homem e da mulher ao meio social e no contexto das relações de poder.
A diversidade enquanto componente do desenvolvimento biológico e cultural dos seres humanos faz-se presente nas praticas, conhecimentos, valores, linguagens, técnicas artísticas e cientificas, representações do mundo, experiências de sociabilidade e de aprendizagem (Gomes, 2007, pág.18). Assim, a inclusão das questões relativas à diversidade no processo de ensino e aprendizagem de crianças, jovens, e adultos favorece o desenvolvimento pessoal, psíquico, acadêmico, emocional e social dos educandos.
O âmbito escolar é mais que uma referencia para sociedade. A escola transmite através da educação os valores que condizem para transformar seus alunos em bons cidadãos. Trabalhar com a diversidade não e uma tarefa fácil, mas também não é nenhum bicho de sete cabeças. De acordo com Ambrosetti (1999, p.92):
“Trabalhar com a diversidade não é, portanto, ignorar as diferenças ou impedir o exercício da individualidade”. Pelo contrário, esse trabalho envolver o favorecimento do diálogo. Neste sentido, constitui imperativo “dar espaço para a expressão de cada um e para a participação de todos na construção de um coletivo apoiado no conhecimento mútuo, na cooperação e na solidariedade”.
Segundo Munanga (2004) deverá ser igualitária. Oferecer aos diferentes indivíduos a possibilidade de escolher entre caminhos, meios e modos de vida diversos, de acordo com as possibilidades de cada um. Igualdade supõe respeito do individuo naquilo que ele tem de único, como a diversidade étnica e cultural, reconhecendo o direito de todo individuo de cultivar aquilo que lhe é especifico, contribuindo para o enriquecimento da diversidade cultural da sociedade.
Aranha (2000) destaca que a ideia de inclusão se fundamenta em uma filosofia que possa reconhecer e aceitar a diversidade na vida em sociedade. Isto significa garantia de acesso de todos a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo ou grupo social. De acordo com Lima (2006,p.17)
“A diversidade é norma da espécie humana: seres humanos são diversos em suas experiências culturais, são únicos em suas personalidades e são também diversos em suas formas de perceber o mundo. Seres humanos apresentam, ainda, diversidade biológica. Algumas dessas diversidades provocam impedimentos de natureza distinta no processo de desenvolvimento das pessoas (as comumente chamadas de “portadoras de necessidades especiais”). Como toda forma de diversidade é hoje recebida na escola há a demanda óbvia, por um currículo que atenda a essa universalidade.”
Do ponto de vista cultural, a diversidade pode ser entendida como a construção histórica, cultural e social das diferenças. Segundo Minetto (2008, p. 19):
“A educação é responsável pela socialização, que é a possibilidade de convívio, com qualidade de vida, de uma pessoa na sociedade; viabiliza, portanto, com um caráter cultural acentuado, a integração do indivíduo com o meio. A ação pedagógica conduz o indivíduo para a vida em sociedade, produzindo cultura e usufruindo-se dela. É certo que as modificações em todos os âmbitos da sociedade afloram as desigualdades, de modo a impulsionar discussões sobre as exclusões e suas consequências e lançar a semente do descontentamento e da discriminação social, evidenciando-se a necessidade de mudanças nas políticas públicas.”
A Identidade da cultura afro e tão importante que ela ultrapassa os muros da cultura e avança para os movimento sociais, para a politica. O primeiro fator para a construção da identidade afro é a própria história. Marcados por um processo indiscutível de exclusão, a identidade afro foi separada da nossa identidade nacional, mesmo que em realidade estivesse presente e atuante.
Assim sendo, precisamos conhecer o nosso momento, não apenas como parte de um processo, mas também como um momento de possibilidade e de mudança e construções.
É ao tentar caminhar no sentido da alteridade que nós ,professores de história, podemos engradecer a diversidade brasileira em todos os seus ângulos e sentidos. Quando reconhecemos que apenas vislumbramos o mundo afora a partir de conceitos que nem sempre são suficiente para uma interpretação adequada da realidade alheia, podemos não apenas ampliar nosso entendimentos, mas também reconhecer no outro a sua própria historia.
O ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, após a aprovação da Lei 10.639/03, fez-se necessário para garantir um novo significado e valorização cultural das matrizes africanas que formam a diversidade cultural brasileira. Portanto, os professores exercem importante papel no processo da luta contra o preconceito e a discriminação racial no Brasil.
Para Alain Touraine (1999), a função da escola:
Não é somente uma função de instrução; tem também uma função de educação, que consiste em, ao mesmo tempo, encorajar a diversidade cultural entre os alunos e favorecer as atividades através das quais se forma e se afirma a sua personalidade. (p. 326)
Munanga (2004) conceitua que a educação não pode ser vista única e exclusivamente como um sistema, mas sim como um projeto mediador, onde a educação seja a instância capaz de interagir o indivíduo como pessoa não apenas no aspecto intelectual, mas sim, capacitando-o para ver a sociedade e a educação como um todo, no qual ele próprio esta inserido.
Também para Santomé (2006):
A educação serve para fazer compreender às pessoas que um outro mundo é possível; contribui para torná-las conscientes da necessidade de fazer tudo quanto necessário for para construir sociedades mais justas, democráticas e solidárias. São as cidadãs e os cidadãos instruídos os que contribuirão de forma mais decisiva para a promulgação de leis que tornam os direitos humanos e a democracia numa realidade. Podemos dizer que os sistemas educativos são um dos pilares fundamentais para proceder à contínua construção de um mundo mais justo; constituem um dos recursos primordiais por meio dos quais todas e cada uma das pessoas levam adiante a conquista dos seus direitos, assim como os das comunidades e povos no seio dos quais vivem e trabalham. (p. 99)
E é justamente esta mudança educacional que cada dia se torna mais necessária, pois a escola não educa para a diversidade, e isso só será possível com as mudanças propostas. Mudar a educação significa proporcionar aos educandos a aquisição de habilidades que permitam a socialização, o autoconhecimento e sua própria autonomia. E aceitar a diversidade implica reconhecer o direito a diferença, reconhecer o outro como parte do processo histórico-cultural, possibilidade essa, negada na maioria das vezes pela escola. Respeitar o outro nada mais é que acolher o educando, respeitando as diferenças, aceitando o modo de ser de cada indivíduo, respeitando os diversos pontos de vista, interpretações e especificidades de cada cultura.
Para Leite (2002):
Não é possível pensar a educação sem, simultaneamente, pensar a cultura e as relações existentes entre ambas. A educação enquanto processo dialógico, formativo e transmissivo, supõe necessariamente um contato, uma transmissão e uma aquisição de conhecimentos e um desenvolvimento de competências, hábitos e valores que constituem aquilo a que se designa por conteúdo da educação. (p.126)
Assim, a integração é um processo dinâmico de participação de pessoas num contexto relacional com a interação nos grupos sociais, independentemente de quais sejam os sujeitos. Implica viver e conviver em comunidade, por meio de uma participação ativa, com direitos e deveres estabelecidos. De acordo com os dispositivos constitucionais, a educação brasileira há de se pautar pela liberdade e pelos ideais de solidariedade humana. Isso quer dizer que todos os esforços na escola estão comprometidos com o propósito de favorecer o pleno desenvolvimento do educando. No artigo 205 da constituição federal de 1988 diz que:
Art.205. A educação, direito de todos dever do estado e da família, será provida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho (BRASIL,1988).
A prática da inclusão, fundamentada na Lei de Diretrizes e bases da Educação, determina que todas as crianças devem ,sempre que possível, aprender juntas ,independentemente de suas dificuldades e diferenças, partindo da convicção de que todas elas são capazes de aprender. Sassaki(2001,p.1) afirma :
[...] para garantir que as medidas de acesso e permanência na escola sejam implementadas de acordo com a nova visão de sociedade, de educação e de cidadania em relação à diversidade humana e as diferenças individuais, todas as pessoas devem ser aceitas e valorizadas pelo que cada uma possui para construir o bem cumprir, aprender e ensinar, estudar e trabalhar, cumprir deveres, usufruírem direitos e ser feliz.
Entretanto, mesmo considerando o preconceito e a discriminação contra a etnia afro-brasileira, como uma herança histórica de nossa sociedade, Ribeiro (1995), faz uma abordagem sobre a questão da etnia, defendendo a tese da miscigenação como fator importante da diversidade social e cultural que caracterizam nosso país, enquanto possuidor de uma particularidade única e complexa, que nos diferencia de qualquer sociedade desse planeta. Ele diz que “(...) surge como uma etnia nacional, diferenciada culturalmente de suas matrizes formadoras, fortemente mestiçada, dinamizada por uma cultura sincrética e singularizada pela redefinição de traços culturais dela oriundos.” (RIBEIRO, 1995, p.19).
Porém, Munanga (2004), faz uma observação em relação à essa postura afirmando que:
A mestiçagem não pode ser concebida apenas como um fenômeno estritamente biológico, isto é, um fluxo de genes entre populações originalmente diferentes. (...) A noção de mestiçagem, cujo uso é ao mesmo tempo científico e popular, está saturada de ideologia. Por isso, seria importante, antes de qualquer análise, deixar claras as devidas conotações. (MUNANGA, 2004, p.18)
Na sociedade atual, seja nos seus vários segmentos, percebe-se que muitas vezes se faz um julgamento precoce dos indivíduos, apenas por considerar errado alguns aspectos culturais existentes em sua cultura, não sabendo diferenciar e nem respeitar que tais fatos mesmo não sendo considerados corretos, pertencem àquela determinada cultura e que isto não o torna irracional, mas sim, diferente.
Para Gomes (2003), pensar a diversidade vai além do reconhecimento do outro. Significa sobre tudo, pensar a relação entre eu e o outro, uma vez que a diversidade em todas as suas manifestações é inerente à condição humana: somos sujeitos sociais, históricos e culturais e, por isso diferente. Isso não significa negar as semelhanças. Entretanto, a existência de pontos comuns entre os diferentes grupos humanos não pode conduzir a uma interpretação da experiência humana como algo invariável. “Cada construção cultural e social possui uma dinâmica própria, escolhas diferentes e múltiplos caminhos a serem trilhados” (GOMES, 2003, p. 72-74).
Portanto, estas questões relacionadas com a diversidade cultural no cotidiano escolar, devem ser repensadas e analisadas por todos os profissionais da escola, pois ao analisar a maneira como os educadores lidam com os conceitos discriminatórios, percebe-se que as políticas existentes são insuficientes e não provocam mudanças significativas no meio escolar.
Gonçalves (1985) coloca que o preconceito racial e a discriminação racial se estendem nas escolas, através do mecanismo ou funcionamento da prática pedagógica que exclui dos currículos escolares a história da luta dos negros na sociedade brasileira. Não podemos esquecer que fazemos parte do processo em busca do reconhecimento das igualdades sociais pois, os professores.
Fazem parte de uma população culturalmente afro-brasileira e trabalhamos com ela; portanto, apoiar e valorizar a criança negra não constitui em mero gesto de bondade, mas preocupação com a nossa própria identidade de brasileiros que têm raiz africana. Se insistirmos em desconhecê-la, se não assumimos, nos mantemos alienados dentro de nossa própria cultura, tentando ser o que nossos antepassados poderão ter sido, mais nos já não somos. Temos que lutar contra os preconceitos que nos levam a desprezar as raízes negras e também as indígenas da cultura brasileira, pois, ao desprezar qualquer uma delas, desprezamos a nós mesmos. Triste é a situação de um povo, triste é a situação de pessoas que não admitem como são, e tentam ser, imitando o que não são (GONÇALVES E SILVA, 1996:175).
Por isso, é que a escola precisa conhecer quem são seus alunos, sem isso é impossível adotar qualquer prática que venha refletir o meio social e cultural em que se encontra. Conhecendo seu meio, poderá valorizar seus alunos em suas particularidades étnicas e culturais e a partir de suas realidades de vida, experiências e saberes construírem, o ensino aprendizagem que contribua para que o aluno adquira conhecimentos que possam ajudá-lo entender as diversidades da sua própria vida tornando-o sujeito critico e pensante.
O que tentamos ressaltar foi à problemática da mistura racial e cultural na sociedade brasileira, pois o sujeito deve ter o direito de não identificar-se com nenhuma matriz étnica existente, sendo levado a construir seu processo indenitário a partir de elementos ou traços culturais que ressignifiquem essas matrizes étnicas, mas construindo outra identidade: a de brasileiro mestiço, sem que com isso, caiamos na armadilha ideológica do branqueamento e/ou do mito da democracia racial , nem muito menos na presunção de que é ruim ser negro, pois, ao compreender o processo de mistura de raças, na formação do povo brasileiro, compreendemos também que fazemos parte de um mesmo grupo.
CONCLUSÂO:
Portanto na elaboração desse projeto observa-se a importância do respeito que se deve ter com as diferenças dos colegas no ambiente escolar, pois vivemos em uma sociedade mista e temos que aprender a conviver com as diferenças, pois é na diferença que somos todos iguais. Assim a diversidade em sala de aula tem que ser levada como fator positivo, onde o educador tem uma ampla gama de culturas que podem ser exploradas durante o aprendizado, sem deixar que estas diferenças se tornem negativas, prejudicando o processo de ensino.
O projeto apresentado expõe que a diversidade sempre esteve presente em nossas vidas, desde os tempos mais remotos até hoje, e ainda hoje o diferente passa por situações humilhantes de preconceito.
Pela observação dos aspectos analisados, compreende a relevância de conhecer a realidade dos alunos e da escola, a escola, espaço de convivência com a diversidade, é um espaço privilegiado para a discussão de questões referentes à diversidade e inclusão devendo assumir o compromisso de educar o olhar dos estudantes quanto a seus direitos legais.
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