O PAPEL DA ESCOLA NA CONSTRUÇÃO DE UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
Rosane Cristina Câmara Santos
RESUMO
A infância e a adolescência são caracterizadas pelo desenvolvimento físico rápido, aumento da massa muscular e óssea, resultando em maior demanda por nutrientes. Os benefícios de uma dieta saudável são sinônimos de uma saúde e qualidade de vida melhores, redução do risco de doenças, melhora da imunidade, aumento da energia e redução da fadiga física e mental. Por isso nessas fases torna-se importante hábitos alimentares saudáveis e como a maior parte do tempo da criança e adolescente é na escola, o local de influência na personalidade e desenvolvimento do aluno, torna-se primordial ações para influenciá-los a adquirir hábitos alimentares saudáveis Objetivo: mostrar a importância das escolas na construção dos hábitos alimentares saudáveis na infância e adolescência. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura. Conclusão: conclui-se que uma boa alimentação é aquela que mantém o corpo em boas condições, ou seja, tem ossos e dentes fortes, peso e altura condizentes com o genótipo do indivíduo, resistência a doenças, para isso é necessária uma dieta balanceada contendo muitos nutrientes com múltiplas funções. Nesse sentido, a escola faz o papel de ponte direta para contribuir com informações, atividades e alimentos que estimulem a formação da vontade e do senso de vida saudável nos alunos, o que faz com que a escola tenha um papel de extrema importância.
Palavras-chave: Alimentação escolar, desenvolvimento infantil, qualidade dos alimentos
Introdução
Hábitos e preferências alimentares são originados na primeira infância e se estende a todas as outras fases do ciclo da vida. Com a globalização foram estabelecidos novos paradigmas e profundas alterações nas escolhas alimentares, associado ao aumento no uso da televisão, videogames e computadores, por crianças e adolescentes o que compromete a adoção de um estilo de vida saudável. O surgimento de muitas novas atividades no cotidiano também torna a alimentação um pano de fundo, por isso é importante que a alimentação seja agradável para as crianças, para que sejam ingeridos todos os nutrientes necessários, favorecendo o crescimento pleno e seguro (SOUSA et al., 2019).
O crescimento do ser humano é lento e quando faltam nutrientes o seu desenvolvimento acaba sendo comprometido e consequentemente quando está em idade escolar essa falta é um dos fatores que gera a falta de concentração em sala de aula, perdendo o foco dos conteúdos em pauta. Hoje nas escolas existem muitas atividades que exigem atenção e participação, por isso é importante que o aluno esteja bem alimentado, para que esta não seja um empecilho para que haja desinteresse nas atividades (SANTOS, 2020).
A alimentação saudável é um fator primordial para a manutenção da saúde e do corpo, pois através dela que nosso organismo obtém energia e nutrientes necessários para o seu desenvolvimento. A promoção a saúde além de escolhas e práticas individuais estão envolvidas questões sociais, econômicas que criam uma base favorável à adoção de estilos de vida saudável. O ambiente escolar por intermédio do PNAE pode contribuir na formação de hábitos alimentares saudáveis, por vias de ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) relacionada a perspectiva de uma alimentação saudável e de qualidade. Ainda mais, que a refeição escolar, por ser em grupos serve de motivação para experimentação de novos prepares (COSTA; JÚNIOR; SABÓIA, 2021). Dessa forma o objetivo desse estudo é por meio de uma revisão da literatura, apresentar a importância das escolas na construção dos hábitos alimentares saudáveis na infância e adolescência.
Desenvolvimento infância e adolescência
O período pré-escolar é importante e crítico para o desenvolvimento humano, uma etapa da vida em processo de amadurecimento biológico observado por meio do desenvolvimento social, psicológico e motor. Essa faixa etária é composta por crianças entre 2 e 6 anos. A adolescência pode ser caracterizada como a transição da infância para a fase adulta, período de transição em que ocorrem os primeiros sinais e sintomas de amadurecimento e a realização social. Nessa fase, o adolescente descobre seu "eu" e a identidade é fixada em si, surge o egocentrismo e as crenças são estabelecidas com a ajuda do pensamento lógico no processo de encontrar a identidade e desenvolve habilidades de relacionamento social. Esse é o período de transformação e modificação nos níveis físico, cognitivo e intelectual (PIRES, 2018).
3 Importância da Educação alimentar
A educação alimentar e nutricional para crianças promove atitudes positivas e hábitos saudáveis, promovendo a aceitação da importância de uma dieta equilibrada e a compreensão da relação entre alimentação e saúde. A promoção da saúde por meio da alimentação deve ser feita de forma gradual e regular, desde a infância até a idade adulta, de forma que as práticas alimentares saudáveis sejam adquiridas e implementadas de forma independente e voluntária (MOREIRA; PEREIRA; NUNES, 2020).
Para isso, devem ser realizadas ações pedagógicas que estimulem a reflexão e a conscientização dos alunos para a adoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, por meio de fundamentos teóricos, fundamentos da alimentação e nutrição. Os projetos educativos aplicados nas escolas devem ser de qualidade, atualizados e compreensíveis para os alunos, de modo que sejam estimulados a aprender e consigam reter as informações obtidas e assim, formar uma consciência crítica sobre a alimentação (BILA; SILVA; GUSMÃO, 2020).
O ambiente escolar afeta a formação da personalidade dos alunos, é um local ideal para desenvolver programas de educação coletiva, contribuindo para a formação e fortalecimento de hábitos saudáveis que serão demonstrados no ambiente familiar. Justifica o uso da alimentação como elemento educativo. Para isso, devem ser realizadas ações pedagógicas que estimulem a reflexão e a conscientização dos alunos para a adoção de hábitos alimentares e estilos de vida saudáveis, por meio de fundamentos teóricos, fundamentos da alimentação e nutrição (MOREIRA; PEREIRA; NUNES, 2020).
Os projetos educacionais aplicados nas escolas devem ser de qualidade, atualizados e compreensíveis aos alunos, de forma que os alunos sejam estimulados a aprender e consigam reter as informações obtidas, formando assim percepções importantes de conhecimento sobre alimentação. Os professores, assim como os pais, são exemplos para seus alunos e são de extrema importância no processo de educação alimentar, pois possuem proximidade e envolvimento com os alunos, o que permite uma melhor comunicação (PEREIRA et al., 2017).
Portanto, a formação técnico-pedagógica dos professores deve fornecer conhecimentos científicos sobre alimentação saudável e conceitos básicos de nutrição, para que sejam capazes de transmitir informações essenciais aos alunos de forma simples e fácil. Também deve ser levado em consideração o histórico familiar do aluno, onde é possível refletir nos familiares, gradativamente, a educação nutricional e a prática de bons hábitos alimentares para o aluno, melhorando o processo de aprendizagem global. Os pais devem procurar participar ativamente da instrução escolar em casa, reforçar os conhecimentos adquiridos, fornecer alimentos saudáveis e orientar seus filhos nas escolhas e ingestão de alimentos. Também devem educá-los sobre anúncios de mídia, como televisão ou Internet, que incentivam o consumo de alimentos processados (BRASIL, 2019).
Planejamento de ações de EAN
Para um bom planejamento da EAN, é importante saber como se constituem os sujeitos desse território, quais são suas condições econômicas, sociais e culturais, bem como as inter-relações desses territórios, dessa condição com a situação de SAN. O território é o espaço onde uma multiplicidade de atividades estratégicas dos atores sociais se desenvolve em torno da melhoria das condições de vida das pessoas, abrindo um amplo campo de articulação para o programa de promoção da segurança alimentar. As ações intersetoriais da EAN podem, portanto, ser estimuladas no ambiente institucional dos setores públicos de saúde, assistência social, segurança alimentar e nutricional, educação, agricultura, desenvolvimento, agricultura, compras, meio ambiente, esporte e lazer, trabalho e cultura; nas esferas federal, estadual, municipal, local e regional (CASEMIRO; MOTA; SILVA, 2021).
Assim que o território for reconhecido, você poderá se reunir com os parceiros para iniciar o planejamento participativo das ações de EAN. Você poderá refletir e dialogar sobre algumas das questões-chave, apresentadas no quadro abaixo, que nortearão o planejamento. Ao realizar ações de EAN, devemos estar atentos e considerar uma série de questões que podem tornar as atividades mais envolventes e levar a experiências satisfatórias (BRASIL, 2018).
Dessa forma deve se desenvolver ações contextualizadas e articuladas com as necessidades das pessoas e territórios, com consentimento e participação da comunidade, escolher tópicos, técnicas e recursos relevantes para seu público-alvo, experimentar ou planejar cuidadosamente estratégias e movimentos, evitando improvisações e situações inesperadas, procurar viver de acordo com diretrizes compartilhadas que demonstrem coerência entre o que se diz e o que se faz, compartilhar informações sobre direitos e possibilidades de atuação, contribuir para a conscientização e defesa de uma alimentação adequada e saudável, promover ações que ampliem o acervo de informações, desenvolvam habilidades e tenham autonomia para fazer escolhas conscientes (BRASIL, 218).
Deve se considerar os aspectos emocionais, sociais, econômicos, culturais e ambientais da alimentação, para criar novos significados no ato de comer, levar em consideração o indivíduo, necessidades e valores relacionados à alimentação, alimentação, nutrição, saúde e vida, orientados para o prazer e o autocuidado, exercícios de interpretação e escuta do relatório individual completo, evitar abordagens prescritivas e autoritárias que não levem em conta a experiência, o conhecimento e os desejos dos indivíduos. Ou ainda, afirmações que culpabilizam as pessoas por situações de saúde ou de vida pelas quais não são totalmente responsáveis, ou alteram as condições. Cuidado com afirmações pré-concebidas que reforçam a exclusão social e estigmatizam as populações, porque devemos respeitar a diversidade e a diferença, buscar a sustentabilidade das ações, por meio do engajamento e fortalecimento regular da comunidade e do desenvolvimento de ações pactuadas entre os parceiros em todas as etapas do processo (BRASIL, 218).
Cardápio
O cardápio é considerado parte importante da Secretaria de Alimentação e Nutrição (UAN). Seu planejamento deve levar em consideração diversos aspectos: como necessidades sensoriais e nutricionais, hábitos alimentares e condições sanitárias, um cardápio balanceado é fundamental nessa fase, pois há um excelente desenvolvimento cognitivo e um metabolismo mais acelerado devido ao crescimento (PEREIRA, 2019).
Alimentar-se bem na escola contribui para o desenvolvimento acadêmico e educacional, ajuda na formação de bons hábitos, ajuda os alunos a permanecerem na escola e contribui para o crescimento e desenvolvimento das crianças. A comunicação entre professores e nutricionistas (especialistas fundamentais do PNAE) é essencial para o bom desenvolvimento dos alunos, pois uma nutrição adequada está diretamente relacionada ao processo de aprendizagem. (KOPPER, 2020).
Um cardápio pode ser definido como um conjunto de pratos ou refeições para o dia. Os nutricionistas usam conhecimentos baseados em nutrição, antropologia, economia e gestão para selecionar os alimentos e como prepará-los. Sugestões para auxiliar no desenvolvimento de cardápios podem ser encontradas no Manual do Ministério da Educação: Guia de Alimentação Escolar; O papel do nutricionista na alimentação escolar; Compra de produtos agrícolas para a cantina da escola; um guia para a dieta escolar para pessoas com diabetes, hipertensão, doença celíaca, fenilcetonúria e intolerância à lactose (CAVALCANTE; MAGALHÃES, 2018).
As ementas das cantinas escolares devem ser elaboradas pelo Diretor Técnico (RT), utilizando os alimentos essenciais, respeitando as referências nutricionais, hábitos alimentares, cultura alimentar local e pautadas pela sustentabilidade do território, sazonalidade e diversidade agrícola bem como uma alimentação saudável e completa. De acordo com o disposto na Lei nº 11.947/2009, alimentos essenciais são alimentos que auxiliam uma alimentação saudável. O cardápio médio deve atender às exigências nutricionais especificadas na Resolução nº 26, de 17 de junho de 2013 (BRASIL, 2020).
Pelo menos 30% das necessidades nutricionais, distribuídas em pelo menos duas refeições, para berçário a tempo parcial; pelo menos 70% das necessidades nutricionais, distribuídas em pelo menos três refeições, para creches em tempo integral, inclusive aquelas localizadas em comunidades indígenas ou remanescentes; para alunos que frequentam escolas em comunidades indígenas ou áreas distantes de quilombos, fornecendo pelo menos 30% das necessidades nutricionais diárias por refeição, excluindo creche; refeições que satisfaçam, pelo menos, 20% das necessidades nutricionais diárias, quando prestadas a tempo parcial a outros alunos do ensino básico; pelo menos 70% das necessidades nutricionais, distribuídas em pelo menos três refeições, para alunos matriculados no programa Mais Educação e alunos matriculados em período integral (ARQQUE; FERREIRA; FIGUEIREDO, 2021).
Horários apropriados e alimentos apropriados para cada refeição são determinados pelo nutricionista responsável em consideração à cultura alimentar. As seções oferecidas devem ser diferenciadas de acordo com a faixa etária do aluno e com base nas necessidades nutricionais identificadas. O cardápio deve atender às necessidades dietéticas específicas dos alunos, incluindo: doença celíaca, diabetes, hipertensão, anemia, alergias alimentares, intolerâncias, etc. Os cardápios devem ser culturalmente específicos para comunidades indígenas e/ou quilombolas. O cardápio, elaborado de acordo com a tabela técnica de preparo, contém informações sobre o tipo de refeição, o nome da preparação, os ingredientes que a compõem e sua consistência, além de energia, macronutrientes e micronutrientes preferidos (vitaminas A e C, magnésio, ferro, zinco, cálcio) e fibras (BRASIL, 2022).
Os cardápios também devem ter identificação profissional (nome e CRN) e assinatura do nutricionista responsável pelo preparo, juntamente com informações nutricionais adequadas, e devem estar prontamente disponíveis em locais visíveis durante os serviços educacionais e escolares. Os menus devem fornecer um mínimo de três porções de frutas e vegetais por semana (200 gramas/aluno/semana) nas refeições fornecidas, desde que: as bebidas de frutas não substituam a ingestão de frutas frescas forçadas a comer (BRASIL, 2022)
A composição das bebidas à base de frutas deverá seguir as normativas da Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento -MAPA. Os cardápios deverão ser apresentados ao CAE para conhecimento. O nutricionista deve estar unido ao setor de nutrição escolar e cadastrado no FNDE. Deve ser utilizado alimentos básicos, respeitar as referências nutricionais locais, os hábitos alimentares, a cultura e as tradições alimentares, pautados na sustentabilidade e na diversidade agrícola da região, além de uma alimentação saudável e adequada. Na merenda escolar, o cardápio deve ser balanceado e calculado dentro da faixa diária recomendada. Aderir a 20 a 30% da quantidade diária recomendada para alunos de meio período e 70% da quantidade diária recomendada para alunos de tempo integral (GALLICCHIO, 2018).
Ferramentas como a Coordenação de Qualidade de Segurança Alimentar e Nutricional (COSAN IQ) devem ser utilizadas para avaliar a merenda escolar e o profissional nutricionista responsável pelo PNAE pode ser auxiliado na elaboração do cardápio. Dessa forma, a avaliação contribui para o crescimento e desenvolvimento da psicofisiologia, aprendizagem, desempenho acadêmico e hábitos alimentares saudáveis dos alunos. O COSAN IQ é uma ferramenta de controle de qualidade de cardápios planejados ou desenvolvidos no âmbito do Programa Nacional de Cantina Escolar (PNAE) (OLIVEIRA et al., 2018).
Discussão e resultados
A educação alimentar e nutricional é uma ferramenta de promoção da saúde por meio do desenvolvimento de bons hábitos alimentares, portanto o aprofundamento de debates nessa área voltados para crianças e jovens pode facilitar um melhor entendimento sobre a relação entre alimentação e nutrição. Nesse sentido, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN) estabelece estratégias que integram ações para prevenir problemas de saúde, melhorar a saúde e gerenciar distúrbios alimentares e nutricionais (BRASIL, 2018).
O ambiente escolar é muito valioso para o desenvolvimento da EAN, pois os alunos não estão apenas em processo de desenvolvimento físico, mas também estão formando seus conceitos e conhecimentos. Por isso é importante que nutricionistas e educadores esclareçam a prática da alimentação saudável, com base no PNAE, visando atender às necessidades nutricionais diárias para a formação do hábito alimentar saudável, adequado à realidade social de cada aluno. Portanto, é essencial desenvolver uma visão estratégica dos alunos em suas escolhas alimentares, pois o uso da educação alimentar e nutricional nas escolas desde a primeira infância é uma estratégia para ajudar a reduzir os custos de doenças que podem ocorrer na idade adulta, pois através da prevenção pode-se promover a saúde (ARQQUE; FERREIRA; FIGUEIREDO, 2021).
A questão da promoção de hábitos alimentares saudáveis está incluída em programas oficiais brasileiros, como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), implementada na década de 1990. Um estudo mostrou que a infância é o período de formação dos hábitos alimentares e esse período interfere na nutrição na idade adulta, por isso é um período importante e decisivo para estabelecer as bases para uma alimentação adequada e saudável (BALKO, 2022).
A esse respeito, os autores de outro estudo afirmam que as escolas, especificamente as creches, exercem grande influência sobre os hábitos alimentares devido aos longos períodos de permanência no espaço educacional. A ação do nutricionista, por meio da educação alimentar e nutricional, baseia-se na mudança de seus hábitos alimentares de acordo com sua formação, para que tenha autonomia na realização de escolhas alimentares adequadas (BOFF; PIASETZKI, 2018).
O incentivo à alimentação saudável em horários regulares durante a infância, quando os hábitos alimentares ainda estão em formação, é fundamental. Maus hábitos alimentares na infância, principalmente aqueles que levam à obesidade infantil, acarretam complicações de saúde imediatas e de longo prazo para essas pessoas. Com o aumento significativo das doenças crônicas não transmissíveis, medidas de controle e prevenção de seus fatores de risco tornam-se necessárias para minimizar o impacto dessas doenças na vida das pessoas. Estratégias de implementação de hábitos alimentares saudáveis no início da vida são utilizadas para reduzir a incidência dessas doenças (BOSA et al., 2019).
Praticar uma boa alimentação durante os primeiros três anos é extremamente importante para a construção de bons hábitos alimentares. Hábitos inadequados podem promover o aparecimento de problemas como sobrepeso e obesidade, e também podem prenunciar condições como pressão alta, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. A qualidade dos alimentos complementares fornecidos tem um grande impacto no desenvolvimento da criança, não só nutricionalmente, mas também emocional e cognitivamente. Os nutrientes fornecidos contribuem para o crescimento dos tecidos e sistemas corporais e influenciam no desenvolvimento de hábitos e rotinas saudáveis que duram a vida toda. A partir dos 6 meses de idade, a alimentação tem a função de fornecer energia e outros nutrientes necessários para o crescimento saudável e desenvolvimento integral das crianças. As situações mais comuns associadas à alimentação complementar inadequada são: anemia, deficiência de vitamina A deficiência de outros micronutrientes, excesso de peso e desnutrição (VENANCIO et al., 2020).
No Brasil e no mundo, vários fatores favorecem a alimentação irregular das pessoas, como a desigualdade social que leva à falta de alimentos na qualidade e quantidade necessária, por outro lado, o hábito O cansaço e a falta de tempo têm estimulado a preferência das pessoas para alimentos industrializados e de preparo rápido. A introdução adequada de alimentos seguros e saudáveis na infância tem o potencial de prevenir deficiências nutricionais, reduzindo significativamente a morbimortalidade infantil. A falta de alimentos saudáveis no dia a dia da criança pode levar a diversas formas de deficiências nutricionais que podem afetar o desenvolvimento e crescimento da criança, podendo trazer consequências ao longo da vida da criança (VENANCIO et al., 2020).
A consistência dos alimentos deve ser adequada à capacidade da criança, a introdução de alimentos diversificados é determinada pelo desenvolvimento neurológico da criança. Aos seis meses, os bebês podem comer alimentos macios e em forma de purê. Aos oito meses, os bebês já podem levar além dos alimentos em forma de mingau, alimentos que são triturados e cortados em pequenos pedaços. Aos dez meses, os pellets são permitidos e aos doze meses os bebês podem comer os mesmos alimentos da família, evitando apenas alguns tipos que podem causar engasgos (uvas, nozes e outros). Alimentos com consistência inadequada para a idade podem influenciar no consumo (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2022).
No início da rotina escolar, os alimentos fornecidos também são essenciais para a formação de hábitos alimentares saudáveis e para o desenvolvimento físico e cognitivo da criança. A merenda escolar tem um papel importante não só nos primeiros anos, mas ao longo da vida, em atividades que vão acompanhar a criança ao longo do seu desenvolvimento. Uma alimentação escolar de qualidade é extremamente importante na vida de uma criança, pois muitas vezes é a principal refeição de muitos alunos e a única refeição de outros, pois esta é uma comunidade que ainda carece de alimentos. Em muitos casos, os alunos vão para a escola apenas para comer porque não há nada para comer em casa (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA, 2022).
Conclusão
Nesta pesquisa, entendemos como é importante fazer com que as crianças se alimentem bem. Essa importância é identificada em diversas situações em que, além do desenvolvimento físico, uma alimentação saudável também contribui para o desenvolvimento educacional das crianças. Ou seja, a alimentação tem forte influência nas diferentes fases das crianças. Com base nessas informações, as escolas, como fontes de informação, devem desempenhar seu papel de forma efetiva e qualitativa, pois sabemos que a criança, além de passar a maior parte do tempo na vida escolar, é a única fonte alimentícia saudável. Desde então, o comportamento alimentar infantil reflete o processo de crescimento e desenvolvimento em todos os aspectos. Com os devidos cuidados e atenção, a expectativa de vida dos futuros adultos pode ser estendida. Por fim, uma boa alimentação é aquela que mantém o corpo em boas condições, ou seja, tem ossos e dentes fortes, peso e altura condizentes com o genótipo do indivíduo, resistência a doenças, para isso é necessária uma dieta balanceada contendo muitos nutrientes com múltiplas funções. Nesse sentido, a escola faz o papel de ponte direta para contribuir com informações, atividades e alimentos que estimulem a formação da vontade e do senso de vida saudável nos alunos, o que faz com que a escola tenha um papel de extrema importância.
Referências
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