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A ARTE DE CONTAR HISTORIA COM FANTOCHES

Alezandra Patel

Yara Maria Lopes

Luciane Aparecida Dismann Lopes

Joelia dos Santos Bacco

Tania Carla Anerão

 

 

RESUMO

 

Se acreditarmos que através do contar historias com fantoches o professor poderá explorar a criatividade da criança e fazer experiências que irão ajudá-la na solução de problemas, adquirindo assim noções básicas para o próprio desenvolvimento intelectual, o presente artigo objetiva apresentar os resultados obtidos no trabalho de conclusão do Curso de Pedagogia, no qual buscamos verificar a importância contar historias com fantoches como processo de formação de leitores. Para isto, iniciamos um estudo teórico objetivando conhecer as concepções de pesquisadores e estudiosos sobre a temática, objetivando aprofundamento dos nossos conhecimentos acerca da importância de se contar historias com fantoches, esses estudos contribuíram também para a análise, reflexão e discussão dos dados coletados.. Os dados obtidos possibilitaram compreender a importância da utilização do contar historias com fantoches nos espaços educativos, objetivando a construção de sentidos a partir do lido com o mondo real.

 

PALAVRAS-CHAVE: Contar historia. Fantoches Leitura.

 

 

ABSTRACT

 

If we believe that by telling stories with puppets the teacher can explore the creativity of the child and make experiments that will help solve problems and thus acquire the basics of intellectual development, the present article aims to present the results obtained in the work of conclusion of the Pedagogy Course, in which we sought to verify the importance of telling stories with puppets as a process of formation of readers. For this, we started a theoretical study aiming to know the concepts of researchers and scholars on the subject, aiming to deepen our knowledge about the importance of telling stories with puppets, these studies also contributed to the analysis, reflection and discussion of the data collected .. The data obtained made it possible to understand the importance of using story telling with puppets in educational spaces, aiming at the construction of meanings from the one read with the real mondo.

 

KEY WORDS: Telling history. Puppets Reading.


INTRODUÇÃO

A utilização de histórias na escola é importante, pois influência no aprendizado na construção da cidadania dos alunos proporcionando conhecimento. Em sala de aula a literatura deverá proporcionar o contato com realidade.

Discutir a utilização de histórias na escola e na formação do leitor se dá pelo fato que a criança ao ingressar na escola traz uma série de conhecimentos sobre as diferentes formas de compreender o mundo onde vivem.

Quando chegam à escola passam a conviver com outras crianças que tem outras formas de ver o mundo, fruto de sua vivência anterior, e sua compreensão do mundo que a cerca precisa ser desenvolvida, e a utilização de histórias se torna um instrumento indispensável à práxis do professor.

Acredita-se que a utilização da utilização de histórias na escola ira permitir que a criança desenvolvesse uma nova visão mundo através das descobertas e da criatividade, as crianças irão se expressar analisar, criticar melhorando assim aprendizagem a qualificação e a formação crítica do educando. Diante deste contexto os educadores precisam refletir mais sobre a importância da literatura no processo ensino e aprendizagem.

A escolha do tema deu-se por acreditar que através da contação de histórias com fantoches na escola o professor poderá explorar a criatividade da criança e fazer experiências que irão ajudá-la na solução de problemas, adquirindo assim noções básicas para o próprio desenvolvimento intelectual.

A reflexão sobre o ensino a contação de histórias com fantoches na escola é muito importante para analisar os fatores que impedem a formação de leitores que as levaria a apresentar caminhos de renovação e qualificação na prática pedagógica relativa à leitura. Toda criança gosta de histórias, fabulas, poemas, cantigas. Desse modo o problema levantado é de que forma os professores podem desenvolver a escrita e a linguagem oral através da contação de histórias com fantoches O objetivo é de verificar a importância da contação de histórias como processo de formação de leitores na Educação Infantil.

A educação hoje esta passando por um grande processo de transformação, onde muitas pesquisas estão sendo realizadas visando obter algum instrumento para nortear o trabalho do educador assim como, novas formas de facilitar a aprendizagem de estratégia que preservem o bem estar pessoal e social.

É preciso ir muito além da alfabetização e formar sujeitos lque sejam capazes de olhar reflexivamente a realidade à sua volta, e de fazer a opção de mudá-la de alguma forma. O estudo procurara diagnosticar a importância da contação de histórias com fantoches na Educação Infantil para o desenvolvimento da leitura.

 

DESENVOLVIMENTO

A contação de historias é um importante instrumento nas práticas pedagógicas para se obter uma boa aprendizagem, pois através da literatura a criança participa de situações de leitura e escrita mais facilmente e transporta vivências de leitura para vida. O trabalho com a leitura na escola deve levar o aluno a analise e à compreensão das ideias, relacioná-las com sua realidade, trocar experiências com seus colegas.

A contação de historias lprepara o aluno para o conhecimento, além de ser um valioso instrumento para o enriquecimento das vivências no âmbito escolar. Desse modo, ao se oferecer as crianças histórias apropriadas que irão despertar a curiosidade, o professor facilitará a aprendizagem e contribuirá na formação de futuros leitores e escritores. A leitura na escola deve ser constante em sala de aula e não somente um o plano secundário na aprendizagem. Atualmente a leitura nas escolas devido aos novos instrumentos tecnológicos vem passando para o segundo plano.

Em função de promover o hábito de contar historias na escola é necessária uma diversidade de textos literários à disposição dos alunos, para que eles ampliem sua leitura e de mundo. Para Silva (1981), há, em nossa sociedade, em pleno século XXI, uma camada da sociedade que ainda se encontra marginalizada em relação à prática social da leitura literária, o que nos leva a afirmar que há uma necessidade latente da consolidação de políticas públicas para o incentivo do hábito da leitura e, consequentemente, para a formação de sujeitos leitores.

No contexto atual, em que as informações circulam rapidamente, associadas quase sempre à imagem ou à oralidade, tratar de leitura literária torna-se, quando menos, um paradoxo. Através da literatura, podemos trabalhar em sala de aula a sensibilidades, valores e comportamentos. O contar historias, como linguagem deve proporcionar diferentes sensibilidades, valores e comportamentos e desejos.

 

O contar historias, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, sua utopia. (LAJOLO, 1999, p.106),

 

O contar historia, fortalece o imaginário infantil e forma seu ser poético, capacitando a criança a ser uma leitora em potencial das artes e do mundo da ficção. A literatura pode ser também motivadora de discussões em sala de aula. Segundo Coelho (2000), O contar historia, é uma linguagem específica que, como toda linguagem, expressa uma determinada experiência humana. Esse aspecto é de grande valor no uso da literatura na prática educativa por proporcionar o contato com o ser humano em seu momento de imaginação e comunicação.

O primeiro contato com a historia, é um caminho aberto para novas descobertas e o início da aprendizagem tanto para a criança, como para o educador / terapeuta que o acompanha. A experiência construída através da literatura possibilitará a ampliação de horizontes estimulado e proporcionando uma visão de mundo.

Podemos pensar em letramento literário como estado ou condição de quem não apenas é capaz de ler poesia ou drama, mas dele se apropria efetivamente por meio da experiência estética, fruindo-o. [...] Só assim, será possível experimentar a sensação de estranhamento que a elaboração peculiar do texto literário, pelo uso incomum da linguagem consegue produzir no leitor, o qual, por sua vez, estimulado, contribui com sua própria visão de mundo para a fruição estética. A experiência construída a partir dessa troca de significados possibilita, pois, a ampliação de horizontes, o questionamento do já dado, o encontro da sensibilidade, a reflexão, enfim, um tipo de conhecimento diferente do científico, já que obviamente não pode ser medido. ( PCN”s 2006, p. 55)


O contar historias, imprescindível nos primeiros anos escolar, pois, esta se constitui em material indispensável que aflora a criatividade infantil e desperta a veia artística da criança. Para Oliveira (1996), uma obra literária é aquela que aponta a realidade com uma roupagem nova e criativa, deixando espaço ao leitor para entrar na sua trama e descobrir o que está nas entrelinhas do texto.

O contar historia, tem o poder de abrir o imaginário, e estimular a curiosidade do leitor. Segundo Coelho (2000, p. 30), “A valorização de contar historias, como fenômeno significativo e de amplo alcance na formação das mentes infantis e juvenis, bem como dentro da vida cultural das sociedades, é conquista recente”. Na escola a utilização da leitura fará com que o leitor realize um trabalho ativo na construção dos significados do texto. A leitura, no sentido de compreensão do mundo, é condição básica do ser humano.

O contar historias, é um mundo aberto ao mesmo tempo às múltiplas reflexões sobre a história do mundo, sobre as ciências naturais, sobre as ciências sociológicas, sobre a antropologia cultural, sobre os princípios éticos, sobre política, economia, ecologia... Tudo depende de uma seleção inteligente de obras. [...] O objetivo maior das discussões sobre os novos caminhos da Educação não é a preparação dos programas de ensino, mas a separação daquilo que é considerado como saberes essenciais e evitar o empilhamento do conhecimento, (PCN’s 2001, p.54)


O contar historia, A não existe para mudar um sistema social ou ensinar coisas, no que diz respeito às crianças, preservar a relação entre a literatura e a criança é garantir a esta formação, pois segundo Zilberman (1987), “a literatura sintetiza, por meio dos recursos de ficção, uma realidade, que tem amplos pontos de contato com que o leitor vive cotidianamente”.

A utilização da historia é necessária para o crescimento social do individuo, pois a mesma fornece fatores que contribuem para a mudança comportamental do sujeito diante do ato de ler.

O contar historia o imaginário infantil capacitando a criança a ser uma leitora do mundo da infantil e juvenil ocupa hoje lugar de destaque entre os autores famosos do universo literário. A literatura pode ser também motivadora de discussões em sala de aula fazendo com que os sonhos, desejos e medos alcancem visibilidade.

Segundo Coelho (2000), O contar historia, é uma linguagem específica que, como toda linguagem, expressa uma determinada experiência humana. Esse aspecto é de grande valor no uso da literatura na prática educativa por proporcionar o contato com o ser humano.

No que diz respeito às crianças, O contar historia, deve garantir a formação e a literatura é compendia, por meio dos recursos de ficção, uma realidade, que tem amplos pontos de contato com que o leitor vive cotidianamente.

 

O Contar história e a prática de leitura e produção textual

 

Na atualidade saber ler e escrever, tem se revelado uma condição insuficiente para responder às demandas da sociedade, pois simplesmente ler e escrever de forma mecânica não garantirá interação com os diferentes tipos de textos que circulam na sociedade, pois é necessário entender os significados do uso da leitura e da escrita em diferentes contextos.

Devido a essas circunstâncias, surgiu o termo letramento que vai além do ler e escrever, devido a necessidade de interação da leitura e a escrita dentro e fora do contexto escolar, de modo a cumprir as exigências atuais da sociedade. Kleiman (2005), o letramento é complexo, envolvendo muito mais do que uma habilidade (ou conjunto de habilidades) ou uma competência do sujeito que lê. Envolve múltiplas capacidades e conhecimentos, muitos dos quais não têm necessariamente relação com a leitura escolar, e sim com a leitura de mundo, visto que, o letramento inicia-se muito antes da alfabetização, ou seja, quando uma pessoa começa a interagir socialmente com práticas de letramento no seu mundo social.

De acordo com Silva, Costa e Mello (2009), contar histórias é uma tarefa importante na educação infantil e a narrativa para crianças pequenas envolve todas as oportunidades de interação que a mesma tem com seu mundo de imaginação, sendo que o ouvir e ler histórias de diferentes modos oportuniza apreender melhor a realidade. Assim, o professor deve perceber se as histórias estão instruindo, comovendo e agradando, pois, ao contar histórias, deve saber a quem contar, quando contar, o que contar e como contar. Dessa forma acreditasse que o livro é um dos principais meios de mediação de uma história e que todos devem ter acesso a eles.

Em relação ao contar historia na alfabetização podemos citar os mais variados gêneros do discurso como práticas de letramento para instrumentalizar o aprendiz no processo de alfabetização. No letramento a escrita será utilizada de forma real e objetiva. Segundo Soares (2003), A criança precisa ser constantemente colocada diante de situações onde sinta a necessidade de ler. Ler por prazer, ouvir o professor ler, ler para realizar uma atividade, ler para obter informações, ler com o intuito de dar significado ao seu mundo real ou até mesmo ler para acalmar seus medos, seus traumas.

Os PCN (1997) enfatizam que a prática de leitura feita pelo professor é algo raro e, com o passar dos anos de escolaridade, a criança ouve cada vez menos a leitura do professor. Destacam que o modelo de um bom leitor se torna ainda mais necessário com o avanço da aprendizagem. Denota-se no mesmo documento que Uma prática de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever.

Notamos que o ato de ler pode ser uma base para o aprendiz sobre o ato de escrever, pois a leitura é vista como uma perspectiva de base teórica no processo de alfabetizar. Quando o professor lê para classe ela está alimentando a criatividade da criança que o ouve.

O contar historia no letramento levará o aluno ao ato de descoberta do aluno privilegiando a ação discursiva, objetivando um aluno crítico, pois a linguagem se tornará um instrumento não só de interação, mas de transformação social. A literatura e letramento da sentido ao que se lê, pois a leitura se torna significativa pode despertar o interesse do leitor logo que este tenha contato com o objeto, por promover um diálogo entre o leitor e o objeto lido.

Coelho (2009) acredita que a escola é hoje o espaço privilegiado, em que deverão ser lançadas as bases para a formação do indivíduo e nesse espaço deverão ser privilegiados os estudos literários, pois, de maneira mais abrangente do que quaisquer outros, eles estimulam o exercício da mente, a percepção do real em suas múltiplas significações, a consciência do eu em relação ao outro, a leitura de mundo em seus vários níveis e, principalmente, dinamizam o estudo e conhecimento da língua, da expressão verbal significativa e consciente para a plena realidade do ser.

O contar historia pode ser uma grande aliada durante o processo de alfabetização, facilitando a aprendizagem e desenvolvendo a imaginação, a criatividade e o prazer pela leitura. A literatura infantil no processo de alfabetização e letramento significa inserir a criança em um universo de aprendizagem prazeroso e lúdico, através maior estimulo ao aprender a ler e escrever.

Abramovich (2003) destaca a importância de a criança ouvir muitas histórias e comenta que esta ação é que formará o bom leitor, propiciando um caminho absolutamente infinito de descobrimento e compreensão do mundo. Segundo a referida autora a contação de histórias tem papel fundamental no desenvolvimento intelectual. Quando a criança se interessa pela leitura, sua imaginação é estimulada, bem como o desenvolvimento comunicativo, na interação com o narrador, com os colegas e na interação sociocultural; ajuda, ainda, no seu desenvolvimento físico-motor, no seu esforço de ouvir e recontar as histórias para outras crianças.

Através do contar historia em sala de aula o educador terá a possibilidade de despertar no aluno o prazer de ler. A figura do professor leitor é indispensável. A presença da leitura literária na alfabetização motiva a leitura da criança contribuindo para formação de leitores.

O contar historia em sala de aula permite que a criança descubra, crie e interaja com a realidade e o mundo, leva a criança expor suas ideias preparando um leitor critico e construtivo. A história em sala de aula permite que a criança descubra e crie variados tipos de linguagens como um instrumento de possível expansão do domínio linguístico do aluno.

[...] a história é importante alimento da imaginação. Permite a auto identificação, favorecendo a aceitação de situações desagradáveis, ajuda a resolver conflitos, acenando com a esperança. Agrada a todos, de modo geral, sem distinção de idade, de classe social, de circunstância de vida. Descobrir isso e praticá-lo é uma forma de incorporar a arte à vida [...] (COELHO, 1997, p. 12)

 

Observa-se que o contar historia contribui para que os educandos possam expandir seus conhecimentos de mundo. O trabalho com a historia pode produzir resultados cada vez mais eficazes na aprendizagem produtiva com os textos literários. A historia pode ser um aliado do professor durante o processo de alfabetização e letramento, pois ele incentiva e motiva da aprendizagem, tornando-a mais rica e prazerosa, propiciando a criança momentos em que se é possível explorar sua criatividade e imaginação.

 

Fantoche

 

Antes muitas histórias, eram contadas só oralmente utilizando basicamente a voz, o olhar, e alguns gestos. Atualmente passam a ser contadas às crianças com a utilização de recursos, também de forma lúdica e criativa. A arte de contar uma história conta com recursos lúdico/pedagógicos ou mediadores (para alguns autores) e estão disponíveis no mercado. Mas, com criatividade, podemos confeccionar como: dedoches, fantoches, livros de pano, EVA, pop-up, de plástico, especiais para a hora do banho, recursos auxiliam na apresentação de histórias, que, além de serem ouvidas, passam a ser assistidas, manuseadas.

Utilizam-se outras linguagens: a música, a mímica, a dança, as artes plásticas... tudo é bem vindo quando desperta o sabor de um passeio com o qual se sonhou há muito tempo, com o qual se restituiu o tempo do jogo do faz-de-conta. (SISTO, 2005, p. 32)

 

Vivemos um período em que a mídia e as tecnologias estão cada vez mais acessíveis às crianças; as informações chegam pelos meios de comunicação ampliando os horizontes e os conhecimentos. Os livros estão sendo deixados de lado, as histórias estão sendo esquecidas, o que torna um desafio para o educador fazer com que as crianças em idade escolar tomem gosto pela leitura.

Mas para contar histórias sem o suporte do livro o professor deve procurar utilizar algumas técnicas, como gestos, tom de voz, posição corporal, além de ter o conhecimento da história em seus mínimos detalhes, para que a narrativa transcorra sem interrupções e com muita emoção. É a emoção, passada pelo professor através dos gestos e, principalmente pela voz que seduz as crianças para o mundo apresentado na narrativa.

A contação de história nas escolas era uma forma de distrair as crianças e hoje vem ressurgindo a figura do contador de histórias. De acordo com vários estudiosos, a contação de histórias é um precioso auxílio à prática pedagógica de professores na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A contação de história instiga à imaginação, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura, contribui na formação da personalidade da criança envolvendo o social e o afetivo.. Desse modo a utilização de diferentes materiais aguça a criatividade da criança

Esse é um recurso que desperta muito interesse nas crianças. De acordo com Oliveira (2009), os fantoches também poderão ser produzidos pelos alunos para representação da história, e após o planejamento e execução dos bonecos, confeccionados com massa, meia ou sucata (de acordo com a escolha dos alunos), a apresentação se fará da melhor forma.

Acredita-se que é estimulando as crianças a imaginar, criar, envolver-se, que se dá um grande passo para o enriquecimento e desenvolvimento da personalidade, por isso, é de suma importância o conto; acredita-se, também, que a contação de história pode interferir positivamente para a aprendizagem significativa, pois o fantasiar e o imaginar antecedem a leitura. Utiliza-se da leitura, através da contação de histórias, como metodologia para o desenvolvimento dos sujeitos e melhoria de seu desempenho escolar, respondendo a necessidades afetivas e intelectuais pelo contato com o conteúdo simbólico das leituras trabalhadas.

O fantoche é um recurso, significativo, para a “Contação de Histórias”. Utilizado com muita frequência no ambiente escolar, é um excelente auxiliar na tarefa de contar histórias, facilitando para o educador, que encontra no boneco um meio físico, real de envolver as crianças, de forma mágica e lúdica. Pois, o fantoche é mais que um simples boneco, é a “personificação” do personagem que se torna algo real e concreto, que expressa emoções e sentimento através dos gestos e da voz de quem o manipula.

O fantoche é um objeto de expressão, tem função social, é um ser de comunicação, promovendo relações com o mundo interno, externo e com o outro. Os fantoches são em si provedores de diálogo (Santos 2006 p.75). A construção da história pessoal que vai sendo medida e ampliada pelo outro. Para a criança que ouve é extremamente envolvente e mágico, já que este personagem parece realmente existir. Ela, então, entra no jogo da imaginação, rapidamente, acreditando que o fantoche tem vida própria, capaz de manter até um diálogo com o boneco por muito tempo, sem perceber ou dar importância para quem o manipula, ou seja, fica completamente absorvida pelo boneco, que em sua imaginação tem vida, é um ser.

Segundo Santos (2006,p.73) o fantoche é um objeto que transita entre o mundo interno e o externo da criança. Ele é um símbolo da intimidade de seu ser expresso em brincadeira. Assim, o fantoche tem alto valor pedagógico, criativo e terapêutico, pois, a criança tanto pode assistir a história, como pode  manipulá-lo e dar vida àquilo que toca. A oralidade, nesse momento, tem fundamental importância e é com certeza desenvolvida em sua plenitude, pois é ela que garante a expressão de valores, sentimentos, emoções e criatividade de quem o manipula, seja o educador ou a criança.

Assim, o fantoche é um personagem criado pelo seu manipulador e todo personagem carrega uma história. Allessandrini (1996,p15), explica que a transposição para a linguagem verbal ocorre na perspectiva de “ressignificar” o processo em que a imagem interna sugere a criação de uma mensagem oral. O que confirma a afirmação de Matos (2006), que cada vez que uma história é contada, mesmo que por varias vezes, é única, pois o contador e a platéia nunca são os mesmos.

Lembre-se, cada momento é único, assim como cada história contada é única. Devemos emprestar ao fantoche nossas vozes e gestos, carregados de significados e afetos para chegarmos facilmente ao coração da criança, pois contar histórias é oferecer um presente. É se oferecer de corpo e alma para o outro.

As historias de fantoches, são muito antigas e conhecidas mundialmente. Surgiu a muitos anos atrás, com os bonecos feitos de madeira, argila e marfim, operados através de uma barbante, já hoje dia são mais vistos dos de fantoches de pano. Esses tipos de historias são consideradas  formas antigas de liberdade de expressão, podemos dizer também que esses fantoches são a antecipação do teatro que temos hoje, com pessoas se apresentando em um palco.

Para você poder contar historias de fantoches, primeiro você precisa ter um ou fazer, um ou mais fantoches, dependendo de sua historia. Logo depois, vai precisar de algo, como se fosse um palco, para a apresentação dos fantoches, geralmente são usados um pedaço de madeira, onde se é recortado um parte retangular, que é como se fosse uma “janela”, de onde os fantoches saem e se apresentam.

Depois disso, terá que escolher um lugar adequado onde possa por esse objeto, pensando em sempre em um ambiente agradável, sem esquecer-se de quantas pessoas assistirão esse teatro, para que todos se acomodarem bem.  Ao escolher o tema ou roteiro que será apresentado, pense primeiramente no grupo de pessoas que estarão assistindo, sem deixar de considerar sua faixa etária e o seu perfil.

 

CONCLUSÃO

Finalizando este estudo, concluímos que a pratica de contar historias, acontece com o propósito de alcançar objetivos de abordar os eixos temáticos que norteiam o fazer pedagógico propostos no ensino.

Ao se verificarmos se através do contar historias na escola há desenvolvimento em relação ao aprendizado da criança tanto na escrita como na sua linguagem, os entrevistados responderam que através do ouvir historias a criança tem acesso ao código escrito, auxilia no desenvolvimento da linguagem oral e escrita, auxilia no processo de alfabetização das crianças, amplia o conhecimento de mundo e o vocabulário e estimula a imaginação e a criatividade.

Pudemos verificar que, na instituição onde atuam os educadores, ocorre a constante utilização do contar historias com o objetivo de envolver a criança proporcionando momentos de magia, encanto e fantasia. Diante dessa realidade é possível perceber que a instituição contribuir para a formação de leitores competentes, críticos e reflexivos através da utilização de livros de literatura infantil aliados aos objetivos pedagógicos.

Por fim, podemos concluir que a realização deste trabalho contribuiu para esclarecer as questões direcionadoras em relação a importância do contar historias, constitui-se uma peça fundamental para a formação de novos leitores, além de educar, instruir e divertir, ela contribui valorosamente na construção de adultos pensantes e críticos. E é pensando nessa contribuição que o educador infantil deve valorizar, na sua prática, o ato da instrução e também da ludicidade em sala de aula para que haja possibilidade do aluno, enquanto adulto leitor.

 


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