Estudo do comportamento dos estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, diante do desafio da escolha de uma profissão
Lucimar Ranzula[1]
Alesandro Rocha Balani[2]
Antônio Ismair Schmidt Martins[3]
Cinthia Barzon Zandonadi[4]
Diana Schmoeller[5]
Everson Wiechorek[6]
João Soares[7]
Introdução
O presente estudo, foi realizado na Escola Estadual Professor Valdomiro Teodoro Cândido, no decorrer do ano letivo, de dois mil e vinte e quatro (2024), com intuito de desenvolver mecanismos, que contribuam com os alunos do terceiro ano do ensino médio, na escolha de uma profissão ou carreira, com risco mínimo de arrependimento, amparado por uma orientação segura. Neste sentido, a professora titular da disciplina “Projeto de Vida”, professora Lucimar Ranzula, engajou em um projeto educacional que propiciasse o mínimo de experiencia dos alunos por meio de entrevistas aos profissionais, que já passaram por esta escola e que tenham uma carreira em andamento, demonstrando possibilidades a serem alcançadas. Portanto, alguns questionamentos foram levantados tais como:
Quais perspectivas norteiam (influenciam) os alunos do terceiro ano do ensino médio, ao considerar a escolha de uma profissão? Quais as expectativas são orientadoras de suas ações nas escolhas? Qual o futuro profissional desse jovem? E no que diz respeito ao futuro profissional, quais as contribuições a escola pode oferecer, como apoio na orientação? Quais orientações existem, no campo das ideias, para auxiliar este jovem estudante hoje? Entre estas e outras tantas perguntas que necessitam de respostas para assegurar uma escolha mais confortável à essa população estudantil, que serão os próprios articuladores nos mais diversos campos de atuação futura. Neste sentido a disciplina “Projeto de Vida” vem trazendo uma contribuição significativa, na orientação dos jovens estudantes, do ensino médio no Estado do Mato Grosso, e de forma mais delimitada, no Município de Nova Bandeirantes, local onde ocorre a pesquisa, apontando que pode encontrar caminhos a serem seguidos e situações a serem evitadas, na jornada de sua formação.
Muitos são os relatos de pessoas, que optaram por fazer uma faculdade ou seguiu uma profissão por orientação de terceiros, violando seus próprios instintos e percepções. Também com frequência, encontramos em grande número, pessoas que são infelizes em suas funções, mas não tem as condições necessárias para mudança de rumo, quer seja psicológica, formação ou ainda oportunidade limitada. Outra situação, não muito rara, é a opinião dos pais ou irmãos, que acabam influenciando as ideias e, por se tratar de alguém tão próximo não são refutadas, nem questionadas as sugestões, gerando um desconforto posterior.
É, pois, neste cenário que surge a disciplina “Projeto de Vida”, com objetivos bem definidos e com o propósito de orientar os alunos no projeto de sua vida futura com segurança. Neste sentido o presente artigo, propõe uma reflexão, acerca do “Projeto de Vida” e seus impactos no futuro do estudante. Quais os resultados as escolhas de hoje podem produzir na vida social, econômica e pessoal do aluno, bem como do País?
É importante salientar que já está previsto por lei esta demanda, quando diz o artigo 3º do parágrafo 7º da lei nº 13.425/2017, “os currículos de Ensino Médio, deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho, voltado para construção de seu Projeto de Vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais”.
Revisão bibliográfica
O universo adolescente tem suas marcas destacadas pela ansiedade e indecisões, as vezes isolados ou em grupos com mesmas afinidades, e até mesmo em casa no convívio familiar, encontra suas mais acirradas lutas internas, comportando-se como rebelde, em alguns momentos, indiferentes em outros momentos ou ainda como alienados. Quando estão na escola trazem consigo um sentimento controverso hora tentam ocultar sua insegurança e medo, mostrando-se apto e capaz, as vezes em estado de isolamento mesmo estando em meio a um grupo se põe recluso no sóbrio embaraço da dúvida: quem sou eu? O que vou ser? Para onde vou? E depois de hoje? E depois de amanhã?
A psicóloga comportamentalista Veluma Marzola apresenta uma série de comportamentos e conflitos vivenciados pelos adolescentes entre eles ela destaca que a tomada de decisão sofre ameaças e que “como possuem dificuldades para controlar as emoções, elas podem interferir de modo negativo nas tomadas de decisões, resolução de problemas e raciocínio logico” (Marzola, 2021). Os conflitos não encerram, mas podem ser minimizados os impactos do mesmo na vida futura do educando nesta fase.
De acordo com Almeida e Pinho (2008 p. 174)
Quando um adolescente se depara com a escolha de uma profissão, não estão apenas em jogo seus interesses e aptidões, mas também a maneira como se vê o mundo, como ele próprio se vê e as informações que possui acerca das profissões, as influências externas advindas do meio social, dos pares e principalmente da família (Almeida e Pinho; 2008 p. 174)
Por tanto, todos os contextos pelos quais passou tal adolescente contribuirão nas decisões a serrem tomadas no momento que se depara com a escolha eminente e que será o início de uma jornada cujo percurso é desconhecido e em muitos casos imprevisíveis, Gonçalves e Lamas (2012) sugerem que a escolha de uma profissão é uma tarefa de desenvolvimento fundamental para o ser humano, por tanto é importante que os cuidados em direcionar o adolescente merecem atenção especial.
De acordo com Giacaglia; Penteado (1981; p. 47):
A escolha profissional faz parte do cotidiano da maioria dos jovens, ela é de grande importância na vida deles, pois uma escolha madura se baseia na possibilidade do uso defensivo das identificações a um uso instrumental ao identificarem-se com seus gostos, interesses e aptidões. Assim, necessitam de uma orientação sobre que rumo tomar no sentido de tornarem-se melhores profissionais e sentirem-se mais realizados. (Giacaglia; Penteado;1981; p. 47)
De fato, consciente ou inconscientemente, diariamente o adolescente está se construindo, num processo complexo de certezas e incertezas mas amadurecendo dentro daquilo que vai vendo e ouvindo daqueles que lhes ofertam exercícios de decisões sem apelar para pressão, muitos adolescentes são pressionados a exercerem ocupações nas quais não tinham nenhuma identificação bem como não tinham também aptidão, más os que o rodeavam, entendiam que com um pouquinho de pressão auxiliaria e se acham capazes de medir o nível de pressão que exercem sobre o adolescente, impelindo-o a uma tomada de decisão que redundará em fracasso.
A escola nesse processo necessita pautar sua conduta na Base Nacional Comum Curricular, onde todo o processo de orientação está previsto e consolidado com os cuidados necessários para garantirem, aos profissionais o devido recurso argumentativo que necessita o jovem. No conjunto de orientações pautados encontra-se o que podemos chamar de orientação para o processo profissional, que é apresentado na BNCC (2018, p. 9) da seguinte forma:
“Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade” (BNCC 2018, p. 9)
Valorizar pode ser um dos elementos que necessitam serem trabalhados de forma social para que a diversidade de saberes não se perca em função da desvalorização generalizada. Esta é uma realidade pouco comentada, a desvalorização de um ou outro saber bem como a supervalorização de outros saberes. É neste sentido que muitos jovens respondem que o salário não é tão significativo, mas que sua escolha profissional está associada a sua aptidão a disposição para exercer a profissão sem as persuasivas admoestações, dos que o arrodeiam. A BNCC propõe liberdade e autonomia na escolha, não deve sofrer influência ou pressão por conta de uma ou outra situação quer seja por interesses sociais ou familiar a escola deve exercer esta função de forma respeitosa.
Neste sentido a disciplina “Projeto de Vida” vem cumprindo com esta demanda e flexibilizando as ações em busca de situar o estudante em relação ao seu futuro profissional. No ano 2022 a SEDUC-MT estruturou um conjunto de novas prática no Novo Ensino Médio voltados exatamente para suprir a necessidade dos estudantes nesta faixa etária. Considerando que o adolescente passa por modificações biológicas e psicológicas em que o jovem, de acordo com Osório (1989) busca definir sua identidade, adquirir sua imagem corporal e consolidar sua personalidade. Sendo que seu futuro profissional está na pauta das decisões importantes gerando ansiedade, pois de acordo com Erickson (1987) o adolescente tem como tarefa primordial, nesta etapa da vida, a definição de identidade pessoal: sexual, ideológica, religiosa e profissional. Todo este conjunto de demandas são cotidianamente bombardeado, levando muitas vezes a exaustão e interferindo na tomada de decisão.
Justificativa
O ambiente educacional vem ganhando amplas condições de exercer suas intervenções junto ao estudante por meio de um currículo que atenda às necessidades socioculturais, as necessidades socioeconômicas e de forma especial as necessidades socioemocionais. Neste sentido o futuro do jovem estudante ganha importância singular e está sendo estudado de diversos ângulos, para que esta população adentre em seus territórios, campo de atuação, com maior segurança. Assim sendo os elementos que estão presentes nesse dilema ganha atenção especial para Bardagi, Arteche, & Neiva-Silva (2005) citado por Barbosa e Lama (2012) “as características do processo educacional e a expectativa social tornaram a adolescência, no Brasil e em outras culturas, uma fase na qual se deve mostrar seus primeiros interesses profissionais”, portanto nesta fase torna-se importante e necessário apresentar ao adolescente as possibilidades que estão a sua frente.
O foco do presente artigo está sobre as perspectivas futuras tanto do ensino em suas complexas movimentações em preparar o jovem para as novas realidades quanto no apoio ao educador, como fonte de pesquisa e de informação, para os educadores que buscam discussões sobre o tema. Também propõe, este artigo, uma reflexão acerca das novas modalidades socioeconômicas quanto as novas demandas socioemocionais, no sentido de que a nova geração assume um papel com mais autonomia, em suas decisões quanto ao futuro, todo este conjunto de novidade requer um domínio de habilidades no sentido de absorver e redesenhar metas e atitudes dentro do espectro dominante.
A disciplina “projeto de vida” e escolha profissional no ambiente escolar voltado para o Ensino Médio, intenciona promover o autoconhecimento e a tomada de decisão consciente pelos jovens, especialmente em um contexto escolar. A fase final do ensino médio é um momento decisivo em que os estudantes se deparam com a necessidade de fazer escolhas que impactarão diretamente suas vidas futuras, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, conhecer-se de forma auto observável, auto avaliável, no sentido de descobrir suas aptidões que as vezes esta oculto ao seu próprio entendimento mas revelável ao contraste das experiências promovidas pela disciplina “projeto de vida” bem como as experiencias dos que tiveram de descobrir lançando-se na jornada aventureira.
Nesse sentido, o projeto de vida torna-se uma ferramenta essencial, pois permite que os estudantes reflitam sobre suas metas, valores e aspirações, contribuindo para escolhas mais alinhadas com suas paixões e habilidades. A escolha profissional, por sua vez, vai além da simples definição de uma carreira; envolve a compreensão do mercado de trabalho, a identificação de oportunidades e desafios, e a preparação para a construção de uma trajetória profissional que traga satisfação e realização pessoal.
Este artigo justifica-se, portanto, pela necessidade de oferecer suporte educacional e psicológico aos jovens, promovendo um diálogo estruturado sobre planejamento de vida e escolhas profissionais. Isso pode impactar diretamente na redução da evasão escolar e no aumento da motivação acadêmica, além de capacitar os estudantes a lidarem com as complexidades do mundo do trabalho.
Destaca-se, ainda, a importância e relevância desta disciplina, a crescente diversidades de carreiras emergindo no mercado de trabalho, bem como a extinção de outras, percebeu-se ser necessário que os alunos tenham acesso a informações atualizadas e ao mesmo tempo um espaço de diálogo e esclarecimento direto com o profissional sobre as diferentes profissões, para assim tomar suas decisões com mais consciências e nivelado ao seu interesse profissional. Essa aproximação com o profissional, dentro da sala de aula que para alguns é uma oportunidade única, ajuda na formação crítica dos mesmos, onde eles têm a oportunidade de saber sobre a rotina, as diferentes áreas de atuação, os desafios do dia a dia, reduzindo a insegurança e facilitando o processo da sua escolha profissional.
Objetivos
Objetivo geral
- Proporcionar aos alunos do terceiro ano do Ensino Médio maior visibilidade de uma profissão e seus desafios;
Objetivo específico
- Apresentar ao público geral a importância desta disciplina “Projeto de Vida”;
- Motivar alunos que ainda não se decidiu, na busca da compreensão das escolhas presentes e os impactos futuros;
- Contribuir com os alunos dando segurança na escolha dos cursos ou profissões a seguirem.
Conhecendo o Projeto de Vida
A disciplina “Projeto de Vida”, chamada de “coração do Novo Ensino Médio”, no ano de seu lançamento, fevereiro de 2022, deveria seguir a trajetória de sua implantação até o ano 2024 tempo de sua consolidação. Sendo que o propósito da disciplina “Projeto de Vida”, através do professor que a ministra, seria desenvolver nos estudantes, suas habilidades e contribuir na escolha de uma carreira com mais segurança, esta dimensão é abordada por Jorge Rodrigues, técnico pedagógico do Ensino Médio, quando diz que “dessa forma quando concluir a sua formação básica, esse estudante terá um direcionamento para o futuro” (Sit Seduc – 2022).
Aqui chegamos, 2024 onde a disciplina “Projeto de Vida” tem suas demandas atendidas, bem como responsáveis por seu desenvolvimento pleno e com sucesso ao articular a proposta dentro das expectativas que a orienta. O que significa mais do que entrar em sala de aula e ministrar expositivamente o conteúdo desta disciplina, mas um processo de orientação cuidadosa e minuciosa para que o objetivo seja alcançado, garantir ao jovem aluno a segurança nas escolhas futuras e assegurar-lhe o suporte necessário. Adequar a visibilidade da responsabilidade de escolhas por meio de recursos de ensino e aprendizagem que superam todas as possíveis perguntas. Isto num processo de previsibilidade que a matéria preparada traz em sua estrutura.
Nos próximos parágrafos, vamos conhecer melhor a disciplina e seus articuladores, a começar pelo gestor e a toda sua equipe de coordenadores os quais tem os atributos, no que se refere nesta disciplina, descritos a baixo:
O gestor escolar tem papel protagonista na qualidade do ensino e no alinhamento com as normas impostas pelos órgãos superiores que consideram esta disciplina como o coração do Ensino Médio. No contexto do novo Ensino Médio, os gestores, diretores das instituições devem dinamizar a educação, fornecendo recursos e planejamento para as boas práticas educacionais, os materiais impressos e propostas de desenvolvimento requer a participação direta do diretor que deve fornecer os elementos extras necessários para o desenvolvimento dos eventos que propiciam qualidade como resultado final.
Assim, o gestor é o responsável por traçar e orientar os professores em relação aos novos modelos e currículo. A transição para o atual modelo demandará que os administradores, organizem um ambiente colaborativo e de integração, é neste sentido que todos os materiais produzidos despertam no professor sua criatividade e promove um trabalho sujeito ao sucesso.
Nesse sentido, os gestores educacionais precisam “pensar fora da caixa” estudar as novas regras e os parâmetros curriculares. A partir daí, ele passa a ter papel de orientador do corpo docente, o que nos leva a acreditar que o gestor toma elementos que possibilitam o desenvolvimento da disciplina com o rigor necessário, porém, são necessários esforços extras para que haja consolidação da proposta. Quais esforços? Os esforços de sua equipe gestora e pedagógica.
A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) é o ponto de partida desses gestores. Considerando isso, eles serão o ponto de apoio dos professores e os responsáveis por criar as novas funções de trabalho. Portanto, de forma resumida, o papel do gestor no Novo Ensino Médio é:
- Planejar;
- Transmitir informações (o gestor é a ligação entre professores, a instituição e os órgãos educacionais);
- Aconselhar/ser mentor;
- Viabilizar um ambiente colaborativo.
E o professor? Qual é a sua atuação no Projeto de Vida do Novo Ensino Médio?
Enquanto o gestor tem o papel de planejar e viabilizar, o professor tem a função de aplicar o novo modelo de ensino, o que requer do professor, uma visão que vai além do que está exposto, ou do que é visível, exigindo capacidade de articulação, que promova o resultado desejável, entendendo que este tem um alvo planejado para seus alunos “o sucesso”.
Anteriormente, nos modelos tradicionais de ensino, o professor era somente o transmissor. Ele ficava à frente da turma, que, por sua vez, somente ouvia. Para quebrar isso, o Novo Ensino Médio, por meio do Projeto de Vida, prevê uma visão mais emocional, social e dinâmica nas salas de aula.
Com isso, o papel dos professores passa a ter uma atuação diferente. Alguns dos pontos principais do seu novo papel são:
- O professor não é mais a única fonte de informação, deixando de ser o centro das informações;
- Ele passa a ser também ouvinte e próximo aos alunos, para entender as características e realidade socioemocional de cada indivíduo;
- Tornar as tecnologias um recurso aliado, e não um inimigo nas salas de aula. Os professores precisam se adequar e se atualizar quanto às inovações.
Diante dessa nova realidade, o papel central do professor é separado em três atuações: polivalente, mentor e orientador. No cenário polivalente, a sua atuação é interdisciplinar, ou seja, ele mescla temas e atividades curriculares obrigatórias com outros conteúdos.
O professor no papel de mentor, é aquele que contribui para a formação educacional, cognitiva, física, ética, pessoal e outros aspectos na vida do indivíduo. Assim, ele ajudará no Projeto de Vida individual de cada aluno, não limitando a apresentação de conteúdo sem o direcionamento que cabe aquela informação, o professor não perde sua importância nesta nova perspectiva, pelo contrário aumenta, pois quando concluir o ciclo de ensino o aluno levará consigo cada uma das apresentações que contribuíram para sua formação.
Por fim, como orientador, o educador é o responsável por atividades mais dinâmicas, onde ele é somente um ponto de referência, e não mais a “ordem” da sala de aula. Para isso, eles precisam buscar temas e realidades que sejam de interesse do aluno, neste sentido que sua importância ganha maior peso, ser um ponto de referência, não é simples, propor atividades mais dinâmicas e significativas não é tão fácil mesmo com os recursos tecnológicos que temos. Cabe a ele verificar o que realmente interessa para sua turma e o que vai contribuir para sua formação e êxito.
Relatos e impactos, convidados e alunos
Os profissionais convidados, que apresentaram suas narrativas de vida passada e o curso de vida em andamento, superando as dificuldades que lhes sobrevinham, grandes contribuições trouxeram para na reflexão e tomada de decisão dos alunos. No entanto uma narrativa foi ao encontro dos anseios que muitos professores gostariam de dizer para seus alunos. Esta convidada, Naegeli, abordou as dimensões do referencial que o histórico da educação básica e seus efeitos na vida futura.
Durante um período de aproximadamente quarenta minutos a enfermeira Naegeli, apresentou sua trajetória acadêmica de forma extraordinária, com superação que vai além dos limites estabelecidos, dados o esforço, a garra, o apoio familiar e judiciário. O empenho por uma carreira, exige mais do que uma decisão, exige força e determinação. Ao longo a palestra ficou bem esclarecido que durante a jornada acadêmica da Naegeli sua iniciação precoce no curso de enfermagem não foi aclamada, como poderia ter sido, não obstante as dificuldades impulsionaram mais ainda sua dedicação. Entre as muitas partes relatadas destaca-se, que o último semestre do ensino médio ela cursou juntamente com o primeiro semestre do curso superior, esta jornada só foi possível, relata Naegeli, devido uma falha no edital do vestibular daquela data. Onde o estudante poderia fazer o vestibular como treineiro (uma permissão para o aluno do terceiro ano participar do vestibular, porém sem valor de ingresso na faculdade), não obstante seu êxito a levou para além de um treineiro, colocando-a no grupo dos aprovados. No entanto, sua jornada acadêmica, traz ainda elementos muito importantes como quais implicações da vida do estudante na educação básica no futuro.
A palestrante relata que durante uma disputa, para o ingresso no mestrado sofreu uma situação de empate e que as notas de determinadas disciplinas no ensino médio, foram consultadas para o desempate, nesta disputa ela não alcançou êxito, ressalta-se, no entanto, a importância do desempenho nesta fase da educação, como recursos que terão influência em algum momento de sua jornada. Com uma sala repleta de alunos do primeiro, segundo e terceiro ano, sendo o primeiro ano com a representação de cinco alunos enquanto os dois últimos estavam com as turmas completas.
O depoimento da Naegeli trouxe elementos notórios para o objetivo desta disciplina, entre tantos o de fortalecer a ideia da influência do ensino básico tanto no curso superior e após a formação superior. O fato de não ter nota suficiente, diante de seu concorrente, na disciplina de domínio no curso de enfermagem, neste caso a disciplina era Biologia, impossibilitou a enfermeira Naegeli adiar seu ingresso no mestrado.
Quanto aos profissionais, que contribuíram largamente com suas preciosas explanações, dando conta da necessidade de compromisso durante a educação básica, sobretudo no ensino médio, relataram sua satisfação em retornarem a escola por onde passaram, salientando prejuízos que obtiveram ao negligenciar algum conteúdo na oportunidade que tinham. Tais informações, foram impactantes no processo de orientação, das responsabilidades que pesa sobre o jovem estudante, sob pena de futuramente sentirem a falta de conteúdos perdidos.
Na sequência, muitos dos profissionais que participaram desta dinâmica, buscaram as redes sociais para expressar sua gratidão e satisfação em trazerem um pouco de sua história. Foi dado ênfase para o valor desta instituição, Escola Estadual Professor Valdomiro Teodoro Candido, na construção de sua vida de sucesso e possibilitar a reflexão acerca de um encerramento de ciclo da educação básica, com o olhar vislumbrando as possibilidades futuras. Dentre tantos relatos e constatação de alunos com suas decisões firmadas destaca-se, a de um jovem que se organizou em função das apresentações, para o ingresso no curso de medicina. Demais impactos podem ser contatado na página dos gráficos retratando os resultados da pesquisa realizada.
Análise dos dados da pesquisa
Dos cinquenta e seis participantes da pesquisa 57,1% já conseguiram estabelecer uma carreira a seguir. Esta pesquisa foi realizada após apresentação de aproximadamente cinco convidados apresentarem sua história e os resultados de suas escolhas. Porém um percentual significativo ainda não foi impactado pelas explanações realizadas 16,1%, enquanto outro grupo permanece em dúvida. Destaca-se que o grupo dos alunos que estão com dúvidas não decidiram qual carreira a seguir 26,8% necessitam de ampliar os horizontes na busca de contemplar o futuro profissional.
A enquete da conta de que 75% dos participantes seguem suas próprias escolhas sem a participação de terceiros o que nos dá ¾ (três quartos dos participantes), temos ainda que 8,9% são motivados pelo mercado de trabalho, é significativo este percentual tanto quanto aos que estão preocupados com a remuneração, podemos entender que a soma deste grupo não estão convencidos do empreendedorismo dentro do desenho econômico que se desenha no momento.
Quanto ao nível superior e técnico obteve-se um percentual maior para o curso superior que somado ao grupo dos que optam pelos dois chega próximo a casa dos 75% apresentando um equilíbrio importante para a pesquisa.
A pergunta de número quatro obteve respostas contraditória quanto um grupo de 21,4% relata que não teve orientação profissional, talvez a formulação da pergunta não foi suficientemente esclarecedora para esse grupo de alunos, considerando em números arredondados corresponde a aproximadamente 12 alunos. Enquanto os demais apresentam suas orientações tanto da escola como fora da escola, por essa razão esta pergunta não oferece elementos suficientes para conclusões que comprometam a pesquisa, porem evidencia que a escola, de acordo com 51,8% oferta orientação profissional.
A quinta pergunta pretende identificar a escolha do aluno dentro da perspectiva profissional que mais o atrai, independentemente se o aluno sofre alguma pressão, nessa pergunta o posicionamento do aluno é isento das articulações externas, pois o direcionamento da pergunta não permite a intervenção de outro. Não obstante um grupo relativamente pequeno quando comparamos as áreas sugeridas são incisivos na resposta e com uma margem que somadas revelam uma forte tendência para as tecnologias e a medicina, neste sentido, temos um grupo que aproxima dos 60% dos respondentes. Oque revela um grupo com decisão estabelecida, quanto aos demais ficam classificados como optando para outra área, não necessariamente que haja ausência de decisão, neste sentido o percentual.
Ao abordar ao aluno acerca de suas preocupações, que podem ocorrer, é surpreendente pois somando os que nem pensaram nisso com os que não se preocupam temos um percentual próximo, muito próximo de 70%, restando apenas próximo de 30% dos que apresentam preocupação a este respeito. O que nos indica um comportamento de segurança quanto ao futuro ou de indiferença, os 30% que apresentaram algum tipo de preocupação com a empregabilidade. Esta pergunta tem o objetivo de saber se o aluno acompanha os altos e baixos no campo de ação da vida real, esta atitude de se informar acerca da empregabilidade a oscilação que permeia o mercado do trabalho.
O amor à carreira é muito importante, o interesse é intrinsicamente relevante, porém o salário deve ser considerado, portanto quase noventa por cento dos respondentes acha importante ou muito importante. Com um percentual muito baixo para dos que não se preocupam com a remuneração.
A pergunta em andamento consiste em verificar as possibilidades de o aluno continuar sua vida acadêmica no município onde mora pois vem recebendo muito apoio, no que tange às EADs, no entanto as opções ofertadas, em muitos casos não atendem as demandas dos alunos quanto suas escolhas.
Nota-se que um percentual considerável dos alunos realiza buscas pessoais e independente, ainda que tenham algum subsídio na escola faz usos das fontes que estão à disposição em outros ambientes.
Ao escolher uma profissão os alunos lidam com dúvidas como o mercado de trabalho, as demandas são grandes e muitos que se formaram estão fora do campo de trabalho, cometam os alunos. Outro grupo tem dúvida da função que irá desenvolver, não estão convictos do exercício correto, encontram-se imersos na ansiedade e em muitos casos são desmotivados pela insegurança. Prevendo um fracasso profissional. Outro grupo está com dúvida por conta do tempo de estudo, acham muito tempo para conclusão do curso, esta demora poderá provocar desistência e o que fazer, questionam outros. No campo da dúvida não fica nenhum de fora, todos trazem consigo alguma dúvida.
Conclusões finais
O novo formato da sociedade, sendo uma sociedade dividida pela tecnologia que se impõe irrestritamente ao mesmo tempo que seu domínio não é tão simples quanto pareça ser, contrapõe ao jovem estudante que sem a devida formação perde a direção a ser tomada no processo de inserção social. Gerando assim a exclusão social oriunda de mais um fator o uso devido da tecnologia, considerado em alguns estudos como exclusão digital. Em contrapartida a própria tecnologia gera um campo de escravização, por ofertar jogos com potencial escravizador e impedindo assim o avanço produtivo do jovem adolescente. O que implica a formação que contribua para sua tomada de decisão dentro da sociedade em andamento.
A forma de produção e de trabalho que gere retorno e sustentabilidade pede mais tecnologia e a safra inovadora da tecnologia ocupa o lugar de trabalhadores em proporções drasticamente incalculável. Onde trabalho de dezenas de trabalhadores são executados por uma única máquina gerando economia no modus de produção e ao mesmo tempo promovendo a desigualdade social considerando que estes trabalhadores não tem uma colocação alternativa. Este fato vem exatamente no material de discussão do jovem estudante, no entanto as vezes passou despercebido o sentido de abordar a realidade dos fatos.
Assim o desenvolvimento do “Projeto de Vida”, pela professora desta unidade escolar abriu de capa a capa o material de estudo e extraiu o melhor das informações associando com a prática a escolha profissional, os riscos iminentes, a defesa preventiva por meio da formação eficiente, as evidências expostas sem redução de clareza ou diminuição da realidade. Ofertando aos alunos desta unidade escolar as mais claras orientações que somados promovem segurança na escolha de uma profissão sem riscos ou ameaças uma vez posta em ação as orientações próprias da disciplina somada a competência e habilidade da professora que obteve aprovação por cem por cento dos alunos e cem por cento da equipe gestora.
Ao concluir, nesta unidade escolar, este ciclo do “Projeto de Vida”, registra-se por meio deste artigo científico a importância desta disciplina para os alunos e familiares bem como para os profissionais que tiveram a oportunidade de comparecer a esta unidade escolar para contribuir com sua experiencia e confirmar aquilo que a professora projetou em suas expectativas de ensino pelo diálogo. Dando a forma de que o ensino não pressupõe um ensinante ou um ensinador, mas o correto conceito mediador do ensino e aprendizagem. Assim compreende que a disciplina foi desenvolvida dentro da perspectiva da gestão e sua representação alcançou alunos e familiares que expressaram satisfação nas conclusões de encerramento.
Referências
https://www.edocente.com.br/a-escolha-da-profissao-no-ensino-medio/
https://www.institutosomos.org/a-escolha-da-profissao-no-ensino-medio/
https://doi.org/10.1590/S0103-56652008000200013
https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf
Luciana de Lima, Robson Carlos Loureiro. Tecnodocência: Integração entre Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação e Docência na Formação do Professor (Portuguese Edition) (pp. 27-28). Edição do Kindle
[1] Professora.
[2] Diretor.
[3] Coordenador.
[4] Coordenadora.
[5] Coordenadora.
[6] Coordenador.
[7] Coordenador.