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Pedagogia, Psicologia, Psicopedagogia e Neurociência:

Caminhos que Possibilitam o Êxito na Educação

Pesquisadores

Ana Sarah de Souza Soares

Andresa Roberta Irano

Bruna Fernanda Norberto da Cruz Silva

Dóris Nascimento Almeida Martins

Francisca de Sousa Ferreira Pimentel

Rosânia de Oliveira Silva Sousa

Simone Lopes Damaceno

João Soares dos Santos

 

DOI: 10.5281/zenodo.14560285

 

 

Introdução

 

A educação no Brasil tem sua própria história e uma narrativa muito peculiar que exposta na linha do tempo conta com C, não obstante não trataremos da história da educação brasileira pois temos o objetivo de buscar respostas para o desenvolvimento da educação baseado na origem da vida considerando o que Cambi (1999) diz ao afirmar que “a história enquanto exercício da memória realizado por compreender o presente e para nele ler as possibilidades de futuro, mesmo que seja de um futuro a construir, a escolher, a tornar possível”, esta nos liga imediatamente ao conceito evolutivo das ciências que procuram esclarecer temas de grande complexidade que vem da origem datada de milhões de anos. O que isto nos revela, nosso passado? O que isto tem a ver com a educação atual? Mais ainda, quais os riscos e as possibilidades da educação no atual cenário? Por que ciências distintas se unem para explicar a educação e apontar caminhos para promovê-la?

O presente artigo busca levantar questionamentos, convidar para pesquisa, analisar o cenário atual, sugerir e contribuir com entradas relevante para os temas que nos remetem a compreender nossa atual situação visto que estamos diante de mudanças e resistências. Muitos ainda têm dificuldades de olhar para o futuro como uma possibilidade de rompimento de barreiras e de fronteiras separatistas e reducionistas. Como se fosse possível conter a marcha evolutiva que ganha força e velocidade dia a dia. Porém ainda somos vítimas de situações que exige explicações mais pontuais e como temos que lidar com mentes em desenvolvimento necessitamos unir ambas as ciências com vistas a explicação e solução de problemas que rondam a educação.

A neurociência, como a ciência que estuda o sistema nervoso e suas funcionalidades, vem ao encontro das necessidades que a educação tem em entender como funciona o cérebro e sua complexa rede, neste artigo teremos um tópico exclusivo para tratar na Neurociência e a educação. No entanto psicologia já a algum tempo vem dando sua contribuição visto que de acordo com Lomônaco citando Travers (1972) diz que “desde muito tempo, a Psicologia da aprendizagem tem sido considerada como tendo a chave para melhorar a educação” então como a Psicologia pode melhorar a educação? E desde quando a Psicologia vem tentando fazer isso? Fracassou a Psicologia? Lomônaco, sugere que Travers compreende que “o caráter gradual das mudanças em educação, provocada pela Psicologia da Aprendizagem, é o que torna difícil a uma geração reconhecer as mudanças ocorridas”, não houve fracasso da Psicologia pelo contrário esta ciência que trata dos estados e processos mentais, do comportamento humano e suas interações com um ambiente físico e social, muto contribuiu para que a educação obtivesse o êxito que até aqui obteve, no entanto a necessidade de avanços pede mais recursos.

Nesse artigo analisaremos ainda a Psicopedagogia como um campo de estudos que une psicologia e pedagogia para investigar a relação aprendizado e a mente do ser humano, nesta proposta já temos um ponto de vista do surgimento deste campo de estudo unificado que de acordo com Simaia Sampaio (2004) “os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa , em 1946, por J Boutonier e George Mauco com direção médica e pedagógica” podemos perceber que não se trata da algo tão recente para nós, do ponto de vista dos avanços, porém ao analisarmos as centenas de anos que ficaram para traz e visualizarmos o que temos de mais recente chegamos a algumas conclusões que merece atenção, vejamos o que propiciou o surgimento da Psicopedagogia, prossegue Sampaio (2004) “estes Centros uniram conhecimentos da área de Psicologia, Psicanalise e Pedagogia, onde tiveram que readaptar crianças com comportamentos socialmente inadequados na escola”, então estamos falando de relacionamento, estamos retratando comportamento inadequado associado a evolução no sistema de ensino e aprendizagem.

Segue-se que o mais recente estudo que vem colaborando de forma significativa com a educação é a Neurociência, esta por sua vez tem seu início na metade do século XIX, com dois pesquisadores de renome Camilo Golgi e Ramôn y Cajal, ambos se dedicaram ao estudo das células nervosas, dando então o início ao estudo do neurônio. Este será nosso primeiro tema a ser abordado neste artigo. Logo após as considerações da Neurociência adentramos na Psicologia e na Psicopedagogia seguido da Neuropsicopedagogia finalmente a Pedagogia culminando então com a Educação como objeto principal deste artigo. Não obstante não se trata de uma ordem por importância, peso ou qualidade, ambas vertentes tem sua contribuição e alcance e tem contemplado um grupo muito grande de pacientes que vem apresentando desenvolvimentos significativos e com resultados de inclusão social relevante, ainda que não suficiente. As novas demandas requerem intervenção cada vez mais cedo.

Para o desenvolvimento do presente trabalho pontuamos que:

Um grupo de alunos do curso Psicopedagogia em suas análises bibliográficas associadas as atividades de campo requerida pela instituição como parte dos conteúdos de formação perceberam uma forte relação entre três ciências que culminam no campo da educação e diante dessa percepção propuseram uma análise bibliográfica acerca de ambas as ciências em uma investigação a parte, isto é, de forma independente e transformá-la em um artigo científico.

O histórico desta comissão investigadora ganha mais notoriedade pelo fato de residirem em estados diferentes da Federação, Minas Gerais, São Paulo, Pará e Mato Grosso, conta ainda com uma participante que contribui nas pesquisas, mas não faz parte do curso, pois ainda não ingressou no curso, dada a espera para iniciar seu primeiro ano acadêmico no curso de direito. Tais diferenças não são mais empecilhos para o andamento do projeto graças a tecnologia e o acesso a acervos bibliográficos que possibilitam o aprofundamento do estudo.

Para a realização da pesquisa foram subdivididos os temas em marcada reuniões através do Meet para discutirem todas as temáticas envolvidas neste estudo. Também foi de suma importância os relatórios acadêmicos já realizados ao longo do ano dois mil e vinte e quatro, neste sentido, a pesquisa realizada torna-se objeto de análise no presente estudo, pois foram observações realizadas em escolas e em outros ambientes, a crianças em atividades educacionais com históricos bem diferentes de uma sala de aula tradicional.

As observações foram realizadas em salas de aula, piscinas, igrejas, nos lares de forma individual. Todas as observações foram devidamente anotadas e compartilhadas pelo grupo que perceberam a possibilidade de transformar em um estudo para publicação. Os trabalhos então foram subdivididos por temas de investigação e distribuídos de acordo com as categorias abaixo descritas.

 

 

Metodologia

 

O trabalho de pesquisa, proposto por esse grupo, reunirá a combinação de observação, entrevista, anotações bem como aplicação de questionários para o grupo envolvida sendo estes pais, professores e alunos, considerando que de acordo com Américo (2021) a pesquisa qualitativa precisam percorrer, pelo menos, quatro etapas não lineares: acesso ao campo; revisão da literatura; coleta/análise de dados; e escrita da pesquisa, neste sentido todos os aspectos que fornecem os dados para a estruturação da presente pesquisa alinha-se ao campo, ao objeto da pesquisa, a busca bibliográfica para elucidação do problema. No entanto a metodologia da pesquisa será tanto qualitativa quanto quantitativa pautada na observação, conforme já citado, na coleta de dados através de questionários e a entrevista como instrumento de captação de elementos que contribua para o desenvolvimento da pesquisa.

De acordo com Matias (2016) “O método pode ser aceito como um conjunto de procedimentos, regras e técnicas que devem ser adotados na realização de uma pesquisa científica”, enquanto Decarli (2018) citando Creswell (2010) diz que “o método misto (....) é uma abordagem que combina ou mescla tanto o método quantitativo quanto o qualitativo” (Decarli 2018, p. 141), esta será a metodologia adotada nesta pesquisa que visa a compreensão qualitativa e quantitativa.

 

 

Levantamento bibliográfico

 

O aporte teórico que sustenta todo o trabalho de pesquisa e que propiciam as conclusões acerca do tema nesse artigo, considerando sua característica multifacetada, assenta-se dentre muitos outros nomes o nome de Maria Lucia Lemme Weiss que contempla um olhar amplo acerca das dificuldades de aprendizagem da leitura quando sugere que:

 

Estamos considerando Dificuldade de Aprendizagem o que atrapalha o aprendiz-aluno na construção da aprendizagem escolar quando isso se origina na história individual ou familiar desse aluno, que não permite que ele aproveite as suas verdadeiras potencialidades. Estamos assim excluindo, além das causas sociais já mencionadas, causas apenas geradas em função da má condução do trabalho do professor em sala de aula e da dinâmica da escola enquanto instituição de Educação. (Weiss 2015, p. 152)

 

Weiss continua apontando ao campo de observação deste estudo bem como demais teóricos que serão abordados com suas respectivas ações ao complementar que:

 

O sucesso da avaliação e da intervenção psicopedagógica estará ligado à possibilidade de boa análise dos elementos da instituição escolar, da comunidade social em que está inserida, sempre independente de questões internas da dinâmica familiar na relação com o “filho-aluno-aprendiz-paciente”. . (Weiss 2015, p. 158)

 

Quais as causas das dificuldades de aprendizagem do grupo a ser observados, quais as possibilidades de atribuição a uma ou a outra situação? Quais mecanismos de intervenção? Nestas perspectivas será considerado o ponto de vista de Miotto (2015) que discorrendo acerca do tema das dificuldades aborda o TDAH, apontando as seguintes possibilidades:

 

Ao longo do desenvolvimento, o TDAH está associado ao risco aumentado de: mau desempenho escolar; reprovações; expulsões e suspensões escolares; relações difíceis com familiares e colegas; desenvolvimento de ansiedade; depressão; baixa autoestima; problemas de conduta e delinquência; experimentação e uso abusivo precoces de drogas, dentre outros.

 

Todos os possíveis caminhos para compreensão da temática levantada serão percorridos entre os já citados teóricos acrescenta-se também Rotta (2016) que diz:

 

Uma criança, ao ser privada de um desenvolvimento esperado, como no caso da paralisia cerebral (PC), deverá encontrar novos caminhos para essa elaboração subjetiva. O corpo que não responde, quer seja por uma condição espástica ou qualquer outra dificuldade, precisa reinventar um modo de aprender, assim como aquele que ensina deve encontrar um novo modo de ensinar. (Rotta 2016, p 238)

 

Todas as possibilidades serão consideradas, estudadas e com proposta de intervenção, dentro do campo, quer seja pedagógico, psicopedagógico ou ainda o psicológico que se mune de ferramentas para ofertar aos professores, familiares e instituições, apontando caminhos e possibilidades. Assim o presente artigo estabelece um levantamento bibliográfico que direciona para algumas das possibilidades, não obstante terá outras obras em analise pois o tema exige aprofundamento tanto na compreensão quanto no processo de intervenção.

 

 

Neurociência

 

A neurociência, convencionalmente é um campo multidisciplinar que estuda o sistema nervoso, bem como toda a estrutura que o compõe, abrangendo  o cérebro, a medula espinhal bem como os nervos, nesse sentindo Cosenza  (2011) destaca que o cérebro é responsável pela forma como processamos as informações, armazenamos o conhecimento e selecionamos nosso comportamento, dessa forma compreender seu funcionamento, seu potencial e as melhores estratégias de favorecer seu pleno desenvolvimento é foco principal de estudo e trabalho tanto dos profissionais da saúde mental como da educação, pauta. Neste sentido é importante destacar que Cosenza  (2011) mostra que:

 

O cérebro (...) é a parte mais importante do nosso sistema nervoso pois e através dele que tomamos consciência das informações que chegam pelos órgãos dos sentidos e processamos essas informações, comparando-as com nossas vivencias e expectativas. É dele que também emanas as respostas voluntárias ou involuntárias, que fazem com que nosso corpo, eventualmente, atue sobre o ambiente (Cosenza 2011, p 10)

 

Esta compreensão fundamenta, de forma especial para a educação, a necessidade de compreender melhor as associações dos sentidos na construção da aprendizagem. Uma vez que saibamos como articular os cinco sentidos no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem obteremos melhores resultados. Já temos elementos que estão à disposição para ser usado. Quando buscamos na história esta compreensão nos deparamos com Hipócrates que de acordo com Cosenza (2011, p 10)

 

Hipócrates, o pai da medicina, já afirmava, há cerca de 2300 anos, que é através do cérebro que sentimos tristeza e alegria, e é por meio de seu funcionamento que somos capazes de aprender ou de modificar nosso comportamento à medida que vivemos (Cosenza 2011, p 10)

 

Portanto, estudar o cérebro e sua estrutura é de suma importância para aprofundar a compreensão dessa complexa rede neuronal em que segundo Goldstein (2022, p 25) não estão conectados indiscriminadamente a outros neurônios, mas formam conexões apenas com neurônios específicos. Neste sentido a importância da Neurociência pois a Neurociência tem se destacado como uma área interdisciplinar essencial para compreender os processos de ensino e aprendizagem. Ao investigar os mecanismos biológicos que sustentam o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, essa ciência oferece subsídios significativos para enfrentar as dificuldades de aprendizagem, ampliando as possibilidades de intervenção eficaz no contexto educacional.

Conforme Cosenza e Guerra (2011), a neurociência educacional permite o mapeamento de funções cerebrais, como memória, atenção e linguagem, relacionadas diretamente às habilidades necessárias para o aprendizado escolar. Tal abordagem possibilita a identificação precoce de transtornos, como dislexia, TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e discalculia, além de orientar estratégias pedagógicas mais adequadas a cada perfil de estudante.

A compreensão dos processos neurais também contribui para desmistificar preconceitos em torno de dificuldades de aprendizagem, deslocando a ênfase de uma visão punitiva para uma perspectiva terapêutica e inclusiva. Nesse sentido, Dehaene (2012) enfatiza a plasticidade cerebral, que viabiliza intervenções educacionais personalizadas, capazes de modificar circuitos neurais e superar limitações que, antes, eram consideradas insuperáveis.

Além disso, a neurociência reforça a importância do ambiente e das práticas pedagógicas no desenvolvimento das capacidades cognitivas. Segundo Damásio (2011), a interação social e o estímulo emocional positivo são elementos fundamentais para o aprendizado, pois promovem a liberação de neurotransmissores como dopamina e serotonina, essenciais para a formação de memórias duradouras e para a motivação intrínseca.

Na prática educacional, o diálogo entre neurociência e pedagogia potencializa a aplicação de metodologias ativas, como a gamificação e a aprendizagem baseada em projetos, que

estimulam múltiplas áreas cerebrais de maneira integrada. Tais estratégias, como destacam Moraes e Ribas (2017), tornam o processo de ensino mais dinâmico e eficiente, principalmente para estudantes com dificuldades de aprendizagem.

Portanto, a neurociência se apresenta como uma aliada indispensável para a superação das dificuldades de aprendizagem, ao possibilitar a compreensão das bases biológicas do aprendizado e orientar práticas pedagógicas baseadas em evidências científicas. Esse campo de estudo reforça o compromisso da educação em respeitar a individualidade do aluno e oferecer caminhos que promovam sua plena realização no contexto escolar e social.

 

 

Psicopedagogia e sua contribuição para a educação

 

O campo educacional tem uma série de problemas que são de diversas vertentes quer seja no campo institucional tanto nas demandas administrativas, ou nas estruturas, no campo pedagógico também pode ocorrer na formação dos profissionais, o currículo pode não está adequado as necessidades locais nos aspectos econômicos, culturais ou sociais. Não obstante um dos problemas que mais atinge o educando pode ser os de ordem pessoal, o que exige habilidades especificas para ser tratado, por tanto a importância da Psicopedagogia como ciência que busca focar em diversos aspectos, porém com mais especificidade nos problemas que afetam o educando relacionado com o histórico familiar, pessoal e social.

A psicopedagogia é uma área interdisciplinar que atua na interface entre psicologia e pedagogia, com o objetivo de compreender e intervir nos processos de ensino e aprendizagem. Sua relevância no campo educacional se dá pela abordagem integral do aluno, considerando aspectos cognitivos, emocionais, sociais e culturais que influenciam o desenvolvimento e o aprendizado.  Segundo Bossa (2011), a psicopedagogia busca identificar e sanar dificuldades de aprendizagem, como problemas relacionados à leitura, escrita e cálculos matemáticos, analisando não apenas os fatores individuais, mas também o contexto escolar e familiar. Essa abordagem sistêmica é essencial para compreender que o aprendizado vai além das habilidades cognitivas, englobando também as relações interpessoais e o ambiente em que o estudante está inserido.

Outro ponto destacado por Scoz (2008) é a contribuição da psicopedagogia para a inclusão educacional. Ao propor estratégias de ensino adaptadas às necessidades específicas de cada aluno, o psicopedagogo promove a equidade no acesso ao conhecimento e no desenvolvimento de potencialidades. Essa atuação é especialmente relevante no atendimento a crianças e adolescentes com transtornos como o TDAH, a dislexia e o autismo, bem como em casos de dificuldades relacionadas a fatores emocionais, como baixa autoestima e ansiedade.  Além disso, a psicopedagogia exerce um papel preventivo, ao realizar diagnósticos precoces e promover intervenções que minimizam os impactos das dificuldades de aprendizagem ao longo da trajetória escolar. Para Weiss (2012), esse caráter preventivo fortalece a relação professor-aluno e contribui para um ambiente educacional mais acolhedor e favorável ao aprendizado.

A formação continuada de professores também é uma dimensão importante da psicopedagogia. Por meio de assessorias e capacitações, o psicopedagogo auxilia os educadores a compreenderem melhor as demandas de seus alunos, incentivando práticas pedagógicas inclusivas e baseadas em evidências científicas. Dessa forma, a psicopedagogia consolida-se como uma área essencial para a educação, ao contribuir para a superação das dificuldades de aprendizagem e para a construção de um ensino mais inclusivo e eficiente. Sua atuação interdisciplinar possibilita que os desafios educacionais sejam enfrentados de maneira mais humana e estratégica, promovendo o pleno desenvolvimento do aluno em seus múltiplos aspectos.

Conclui-se que, nesse sentido a Psicopedagogia em sua dimensão e atuação ultrapassa a limitação de ensino e aprendizagem alcançando a complexidade, permeia o processo tanto intervindo junto ao professor como ao aluno e sua família. Portanto sua atuação é indispensável para que a educação alcance o êxito necessário para concretização do processo como um todo.

 

 

A origem e evolução da Pedagogia

 

A pedagogia, enquanto ciência e prática voltada para o ensino e a educação, possui suas raízes na Antiguidade. Desde os primeiros registros históricos, a transmissão de conhecimento era essencial para a sobrevivência e desenvolvimento das sociedades. No entanto, a sistematização desse processo educacional começou a se delinear na Grécia Antiga. O termo "pedagogia" deriva do grego paidagogós, que significa "aquele que conduz a criança", referindo-se inicialmente aos escravos que acompanhavam as crianças às escolas.

Na Grécia Antiga, filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles desempenharam papéis cruciais na formação do pensamento pedagógico. Sócrates enfatizava o diálogo como método de ensino; Platão, em sua obra A República, discutia a educação como ferramenta para formar cidadãos ideais; e Aristóteles defendia uma educação que equilibrasse teoria e prática. Durante a Idade Média, a pedagogia foi influenciada pela doutrina cristã. A educação era controlada pela Igreja, com o foco no ensino religioso. Pensadores como Santo Agostinho e Tomás de Aquino integraram elementos da filosofia greco-romana à teologia, moldando a pedagogia da época. Com o advento do Renascimento, a educação começou a valorizar o indivíduo e o pensamento crítico, influenciada pelo humanismo. Nomes como Comenius (1592-1670) são destacados, sendo ele considerado o "pai da didática moderna". Em sua obra Didactica Magna, Comenius propôs princípios educativos baseados no respeito às etapas de desenvolvimento das crianças.

No século XVIII, a pedagogia foi fortemente influenciada pelas ideias iluministas. Jean-Jacques Rousseau, em Emílio, ou Da Educação, defendia que a educação deveria respeitar a natureza e a liberdade da criança. Esse pensamento serviu de base para a pedagogia moderna, enfatizando o papel ativo do aluno no processo de aprendizagem. O século XIX viu a consolidação da pedagogia como disciplina acadêmica, com a criação de instituições voltadas para a formação de professores. John Dewey (1859-1952), com sua abordagem progressista, promoveu a ideia de "aprender fazendo", enfatizando a interação entre o indivíduo e o ambiente. No século XX, a pedagogia se diversificou com contribuições de pensadores como Paulo Freire, que introduziu a pedagogia crítica, voltada para a emancipação dos educandos e a transformação social. Freire, em sua obra Pedagogia do Oprimido, destacou o diálogo como instrumento essencial para a conscientização. A evolução da pedagogia continua no século XXI, integrando tecnologias e novas abordagens teóricas. A educação se adapta às demandas contemporâneas, enfatizando a inclusão, a diversidade e a formação para a cidadania global.

 

 

A teoria Cognitivista na Educação, dentro do cenário brasileiro atual

 

 Acerca da psicologia da educação, pergunta-se: qual a sua importância e qual seu papel dentro da escola. A psicologia da educação é um ramo da psicologia que estuda os processos de ensino-aprendizagem. Seu foco é voltado para as questões de como se dá o aprendizado nos ambientes educativos, buscando compreensão de como as pessoas adquirem conhecimento, desenvolvem habilidades e como o ambiente escolar pode influenciar esse processo. A tarefa mais importante da psicologia da educação é verificar quais são os conhecimentos da psicologia científica que mais se aplicam à compreender o comportamento das pessoas nos ambientes educativos, e assim buscar em suas teorias, conhecimentos para melhor ajudá-lo em seu desenvolvimento. Cada ser humano é único e está em constante evolução, o que funciona para um indivíduo pode não funcionar para o outro. Observamos como se dava a problemática na escola antiga, antes da influência da psicologia da educação.

Escola essa que muitas vezes adotava um modelo de ensino padronizado e rígido, que não levava em consideração as singularidades de cada indivíduo nem as diferentes formas de aprender. Quando tratamos o aluno em grupo uniforme, ignoramos que cada ser humano possui ritmos, capacidades e interesses diferentes e essa visão engessada limita o potencial dos estudantes. Com a chegada da psicologia da educação foram investigados fatores cognitivos, emocionais, sociais e comportamentais e como influenciam o desenvolvimento de aprendizagem dos estudantes, como o aprendizado ocorre, quais os métodos de ensino são mais eficazes e como o ambiente escolar pode ser estruturado para favorecer o crescimento integral do aluno. Em compreensão que cada indivíduo é único, absorve e internaliza o aprendizado de forma singular, teorias, técnicas e manejos precisaram ser desenvolvidos e aprimorados no decorrer do ano. Teorias de aprendizagem essas, que em resumo são: a busca para entender como as pessoas adquirem, processam e retêm conhecimento ao longo da vida. Abrangendo diferentes perspectivas que explicam o processo de aprendizado, considerando fatores como ambiente, interação social, experiências e emoções.

A psicologia educacional, utiliza-se de teorias-chave e conceitos da psicologia enquanto ciência, que são:  

  1. Behaviorismo: onde o aprendizado é visto como uma resposta a estímulos externos. Envolve condicionamento, onde reforços positivos ou negativos moldam comportamentos. Seus principais estudiosos: Watson e Skinner.
  2. Cognitivismo: que foca nos processos mentais internos, como memória, atenção e resolução de problemas. O aprendizado ocorre quando o indivíduo constrói ativamente o conhecimento. Seus principais estudiosos: Piaget e Vygotsky.
  3. Construtivismo: sua ampliação enfatiza que o aprendizado é construído a partir da interação do indivíduo com o ambiente e suas experiências prévias. Seus principais estudiosos: Jean Piajet. 4. Humanismo: destaca a importância das emoções, da motivação e do autodesenvolvimento no aprendizado, priorizando o bem-estar e o potencial do aluno. Seus principais estudioso: Carl Rogers.
  4. Sociointeracionismo: baseia-se na ideia que o aprendizado ocorre por meio de interações sociais, com destaque para o papel da mediação e da linguagem. Seu principal estudioso: Vygotsky.
  5. Teorias Psicanalíticas: investigam o desenvolvimento humano a partir dos aspectos emocionais e inconscientes. Seu conceito-chave é que o comportamento é influenciado por forças inconscientes e as experiências emocionais da infância impactam o desenvolvimento. Seus principais estudiosos: Freud e Erikson.

Considerando todas as atribuições da psicologia do desenvolvimento para a educação, dentro do nosso estado atual, eu considero a teoria cognitivista a mais aplicável. Nosso cenário educacional brasileiro atual é marcado por desigualdades sociais, diversidades culturais e desafios emocionais dos estudantes, sendo assim vejo que as teorias cognitivistas se destacam por dar ênfase na aprendizagem ativa e colaborativa, pois elas valorizam o papel do contexto social e incentivam o protagonismo do aluno, o que pode ser uma resposta eficaz às demandas da inclusão e inovação pedagógica. Um ponto forte das teorias cognitivistas que eu mais acho interessante e coerente, é a sua ênfase na interação social como elemento central do aprendizado. Vygotsky nos apresenta o conceito de "zona de desenvolvimento proximal", que mostra como as crianças podem atingir níveis mais altos de compreensão e habilidade quando apoiadas por mediadores. Sendo esses seus professores, colegas ou outros adultos.

No Brasil, onde se observa uma transição entre os modelos da escola antiga e da escola nova, onde as salas de aula têm possibilitado espaços de intensa diversidade cultural e socioeconômica, reforça a importância da colaboração, da troca de experiências e da construção de saberes coletivos. "A zona de Desenvolvimento Proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão, presentemente, em estado embrionário" (VYGOTSKY, 1984, p 97).

Outro ponto importante da teoria cognitivista, é que ela valoriza o aprendizado contextualizado, ou seja, aquele aprendizado que faz sentido para a realidade do aluno. Em muitos contextos brasileiros onde a desconexão entre o conteúdo escolar e o cotidiano dos estudantes ainda é um problema, entendo que essa abordagem permite que a educação se torne mais significativa e efetiva. Notamos assim a importância de projetos pedagógicos que envolvam a vivência dos alunos como: atividades práticas, trabalho em equipe e resolução de problemas reais. Esse conjunto se alinha perfeitamente a essa visão da teoria cognitivista. Levando em grande consideração a teoria cognitivista fundamentada amplamente nos estudos de Piaget, que nos trouxe uma compreensão revolucionária sobre como ocorre o aprendizado, onde ele destacou que o desenvolvimento cognitivo é um processo ativo, onde a criança constrói o conhecimento ao interagir com o ambiente, organizando suas experiências em esquemas mentais por meio dos processos de assimilação e acomodação.

Segundo Piaget o aprendizado ocorre em estágios, cada um com características próprias e exige que a educação respeite o ritmo natural do desenvolvimento infantil. "A assimilação e a acomodação coexistem e se alternam ao longo do desenvolvimento humano, possibilitando o enfrentamento e a resolução de conflitos oriundos, do meio para que o indivíduo possa se (re)equilibrar e continuar se desenvolvendo (PIAJET, 1976).

Nesse sentido, podemos compreender que dentro do cenário educacional brasileiro na atualidade, a teoria cognitivista é extremamente relevância principalmente diante dos desafios de um ensino que precisa ser mais inclusivo, dinâmico e voltado para o protagonismo do aluno. Assim sendo, essa abordagem enfatiza que cada estudante tem um papel ativo no processo de aprendizado e que a escola deve atuar como mediadora, oferecendo experiências significativas e desafiadoras, de acordo com o nível de desenvolvimento de cada criança. A teoria cognitivista contribui para uma educação mais transformadora, alinhada às necessidades de uma sociedade em constante evolução. Concordo que as teorias behavioristas e psicanalíticas também ofereçam importantes contribuições e que de alguma forma todas elas se complementam, porém a teoria cognitivista equilibra o foco no desenvolvimento intelectual e social, oferecendo uma base prática e teórica sólida para transformar a educação brasileira.

 

 

Considerações finais

 

Os diversos temas aqui abordados são possibilidades de aprofundamento em direção a pesquisa por conta de professores e estudantes da área da educação, que buscam aprofundar e contribuírem com a classe apresentando pareceres em seus diversos espaços, no sentido de ambientes interestaduais. Pois foi assim que aconteceu este compartilhamento de ideias e visões quer seja por pesquisa bibliográfica ou por experiencia em loco, os estudantes que compõem esse grupo apresentam pontos de vistas relevantes para a educação e a soma de seus pareceres já consegue atenção de estudiosos do tema, sobretudo o ajuntamento de grandes temas em um único artigo.

Não se trata de apenas escrever por escrever, mas a satisfação de colegas que moram em regiões diferentes, estados diferentes e culturas também peculiares a seu local de origem conectarem sobre um conjunto de temas que fazem parte de tão importante área profissional a pedagogia e a psicopedagogia, pois ambos são profissionais que buscam aprofundamento para a Psicopedagogia em torno de um objetivo comum “ofertar soluções aos que enfrentam problemas nessa área”. Curiosamente temos no grupo Professores, Enfermeiros, Terapeutas, Comerciantes entre outros talentos que buscam nesta oportunidade focarem numa única direção contribuindo com seus esforços individuais e coletivos para ofertar ao caro leitor um vislumbre da soma de seus esforços.

 

 

Bibliografia

 

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https://www.psicopedagogiabrasil.com.br/em-branco-cmlo

 

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COSENZA, Ramon. M. Neurociência e mindfulness. Porto Alegre: ArtMed, 2021. ISBN 9786558820062.

 

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Lima, Caroline Costa Nunes. Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre: SER - SAGAH, 2019.

 

LIVIA MATHIAS SIMAO; Maria Thereza Costa Coelho de Souza; Nelson Ernesto Coelho Junior. Noção de objeto, concepção de sujeito: Freud, Piaget e Boesch. Casa do Psicólogo; 2002. p. 71 – 72.

 

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PIAGET, Jean. Teoria da aprendizagem na obra de Jean Piaget. São Paulo: UNESP, 2009.

 

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RUBINSTEIN, Edith; VIEIRA, Patrícia. A escola para todos e para cada um. São Paulo: Summus Editorial, 2017.

 

 

 

 

A atuação do assistente social na garantia dos direitos humanos e da justiça social

Valdenice Valeria de Oliveira

 

DOI: 10.5281/zenodo.14537732

 

 

O assistente social desempenha um papel fundamental na garantia dos direitos humanos e da justiça social, atuando de forma ética e comprometida com a promoção da igualdade e da proteção dos mais vulneráveis.

Por meio de suas práticas profissionais, o assistente social busca empoderar indivíduos e comunidades, viabilizando o exercício de seus direitos e o acesso aos serviços e políticas públicas necessárias para a melhoria de sua qualidade de vida. Ele atua de forma interdisciplinar, colaborando com outros profissionais e instituições para garantir a efetivação dos direitos dos usuários atendidos.

Além disso, o assistente social atua na identificação e denúncia de violações de direitos humanos, seja no âmbito familiar, comunitário ou institucional. Ele atua de forma preventiva, buscando evitar situações de violência, discriminação e exclusão social, e também de forma reparadora, auxiliando no resgate da dignidade e na reparação dos danos causados.

A justiça social é um dos pilares da atuação do assistente social, que busca criar condições para a equalização das desigualdades sociais, econômicas e políticas existentes na sociedade. Ele trabalha na promoção da inclusão social e na defesa dos direitos de minorias e grupos marginalizados, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.Em síntese, o assistente social desempenha um papel essencial na promoção dos direitos humanos e da justiça social, atuando de forma comprometida e engajada na transformação social e na garantia da dignidade e cidadania de todos os indivíduos.

O serviço social é uma profissão que tem como principal objetivo promover o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social. importância do serviço social está relacionada à promoção da justiça social e da igualdade de oportunidades. Por meio do trabalho realizado por assistentes sociais, é possível identificar e enfrentar as desigualdades sociais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Os assistentes sociais atuam na defesa dos direitos das mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência, entre outros grupos vulneráveis, lutando contra a discriminação, a violência e a exclusão. Outro aspecto importante do serviço social é a promoção da participação e do empoderamento das pessoas atendidas. Os assistentes sociais trabalham para fortalecer a autonomia e a capacidade de decisão das pessoas, colaborando para que elas possam superar suas dificuldades e alcançar uma vida mais digna e plena.

Em resumo, o serviço social desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e solidária. A atuação dos assistentes sociais é fundamental para garantir que todas as pessoas tenham acesso aos seus direitos e às condições necessárias para viver com dignidade. Por isso, é essencial valorizar e apoiar o trabalho dos profissionais de serviço social, reconhecendo a sua importância e relevância para o desenvolvimento social e humano.

Uma das principais funções do assistente social é realizar avaliações sociais, atua junto a indivíduos, famílias, grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade social, buscando identificar suas necessidades e demandas e articulando políticas e ações que possam melhorar suas condições de vida. Ele atua em diferentes áreas, como saúde, assistência social, educação, trabalho, habitação, entre outras.

 

 

Referências:

 

MENDES, Rafael Pereira da Silva. Justiça Social. Brasil Escola. S.d. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/justica-social.htm

 

OLIVEIRA, Guilherme Menezes Oliveira. Construir uma sociedade mais justa e democrática: o caminho a percorrer. Portal Direito e Cidadania. S.d. Disponível em: https://portaldireitoecidadania.com.br/construir-uma-sociedade-mais-justa-e-democratica

 

 

 

 

O ensino de Astronomia na Educação Básica auxiliado por software: levantamento bibliográfico

Ismael Pinheiro Lopes

Angélica de Oliveira Quirino

Tamara Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.14532435

 

 

RESUMO

Este texto trata-se de uma iniciativa de três professores que ministram o Ensino de Ciências no interior de Mato Grosso. O interesse por essa temática surge nos alunos desde a infância, pois já há questionamentos sobre o céu noturno e diurno. Deste modo, aqui nesse presente trabalho fora desenvolvido um levantamento bibliográfico sobre publicações que abordam o Ensino de Astronomia, nas aulas de Ciências, com o auxílio de softwares livres. Esse trabalho se apresenta como um estudo bibliográfico de cunho qualitativo. Os resultados nos mostram que há uma relativa quantidade de publicações de boa qualidade sobre o tema, e a possibilidade de se espelhar nessas experiências já vividas, fica a critério do professor que queira potencializar sua prática pedagógica numa perspectiva teórico metodológica.

 

Palavras-chave: Educação Básica; Ensino de Ciências; Astronomia; Software Educacional.

 

 

Introdução

 

O interesse por Astronomia está presente na carreira escolar de boa parte dos alunos desde muito cedo, ainda quando cursam o Ensino Fundamental. Astronomia nas aulas de Ciências e áreas afins, atrai desde as crianças menores até os adolescentes do Ensino Médio, pois na grande maioria dos casos, os alunos se interessam por assuntos astronômicos, porque observar o céu noturno faz parte do quotidiano de todos, a buscar respostas na ciência é, sem dúvidas, fascinante.

Com base em trabalhos anteriores, surgiram por parte de três professores, a preocupação acerca do ensino de Astronomia, uma vez que esse assunto é amparado por lei, e para ser desenvolvido precisa de ferramentas metodológicas.

Uma das possibilidades/hipóteses para ajudar Professores com dificuldades no trabalho de ensino, é atribuir à sua aula o uso de tecnologias, auxiliando o Professor e chamando a atenção do aluno. A partir de tal constatação, este presente trabalho é um levantamento bibliográfico sobre experiências com o uso de Softwares no ensino de Astronomia, assim como um breve debate teórico sobre a obrigatoriedade do ensino de Astronomia de acordo com a BNCC (2017), e o que é um software livre.

Sendo assim, nosso objetivo geral se apresenta como:

  • Auxiliar Professores de Ciências e áreas afins, a encontrar literatura já publicada sobre o ensino de Astronomia com o uso de softwares

E de forma específica, objetivamos por meio deste trabalho:

  • Conceituar a obrigatoriedade do ensino de assuntos astronômicos de acordo com a BNCC (2017);
  • Conceituar de forma breve o que é um software livre;
  • Trazer ao debate publicações já existentes sobre o ensino de Astronomia na Educação Básica com o auxílio de softwares livres.

 

 

Desenvolvimento

 

A Base nacional comum curricular, unidade terra e universo

 

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o país (BRASIL 2017).

 

Deste modo, fica compreendido que o documento que norteia os conteúdos a serem ministrados pelo Professor é a Base Nacional Comum Curricular BNCC Brasil (2017).  

Por sua vez, o ensino de conteúdos astronômicos na Educação Básica é amparado por lei no Brasil, e tais conteúdos estão presentes na Unidade Terra e Universo do documento supracitado. Vejamos o que diz a BNCC Basil (2017):

 

Na unidade temática Terra e Universo, busca-se a compreensão de características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celestes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e forças que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de observação do céu, do planeta Terra, particularmente das zonas habitadas pelo ser humano e demais seres vivos, bem como de observação dos principais fenômenos celestes. Além disso, ao salientar que a construção dos conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de diferentes formas em distintas culturas ao longo da história da humanidade, explora-se a riqueza envolvida nesses conhecimentos, o que permite, entre outras coisas, maior valorização de outras formas de conceber o mundo, como os conhecimentos próprios dos povos indígenas originários.

 

A partir de tal fato, surgem alguns questionamentos pertinentes, quais estratégias e ferramentas pedagógicas o Professor que ministra aulas de Ciências na Educação Básica, seja no Ensino Fundamental ou Médio, utiliza em suas aulas? Quais dificuldades enfrentam esses Professores no exercer de suas práticas pedagógicas? 

Segundo os autores Langhi e Nardi, (2007, p.5):

 

O docente não preparado para o ensino de Astronomia durante a sua formação promove o seu trabalho educacional com as crianças sobre um suporte instável, onde essa base pode vir das mais variadas fontes, desde a mídia sensacionalista até livros didáticos com erros conceituais, proporcionando uma propagação destas concepções alternativas.

 

Ainda segundo esses, um Professor que não domina conceitos astronômicos e não utiliza tecnologias que deem conta deste trabalho fica única e exclusivamente preso ao livro didático. Por mais que livros são uma importante ferramenta para o ensino, é necessário outras ferramentas pedagógicas para um ensino atual e interessante ao aluno (LANGHI e NARDI 2007).

Tendo até aqui apresentado as eminentes dificuldades de professores no que tange ao ensino de forma dinâmica, Moran (2000, p. 63), nos diz que:

 

Ensinar com as novas mídias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial.

 

Nesta perspectiva, podemos afirmar que uma possibilidade de prática pedagógica pautada em tecnologia é a utilização de softwares livres, e deste modo passamos a partir de agora a conceituar essa referida ferramenta digital.

 

 

Utilização de software livre em escolas

 

De acordo com Boris Kuszka (2013, p.1), “fundada em 1985 por Richard Stallman, considerado o pai do Software Livre, a Free Software Fundation (FSF), é uma organização que leva adiante os princípios de Stallman, que sempre foi contra softwares proprietários” ou seja, aqueles programas que não permitem aos usuários alterar seu código-fonte para modificação. Também é de autoria dele o projeto GNU, que junto do Kernel desenvolvido por Linus Torvalds formaria mais tarde o sistema operacional Linux, (BORIS KUSZKA 2013)

Nesta mesma perspectiva:

 

O software livre tem como objetivo permitir que as pessoas possam usar, estudar, modificar e redistribuir programas de computador ou somente seus códigos fonte (que são como receitas para criar outros programas). A única exigência é que, ao redistribuir o programa, ele permaneça livre para ser novamente alterado por outros usuários (COSTA F. 2014 p.1).

 

Sendo assim, essa ferramenta tecnológica digital, se mostra como um relevante meio de propor o ensino em escolas de Educação Básica, pois Softwares livres podem ser utilizados em espaços públicos, como escolas e outros espaços educacionais. 

Planejar aulas expositivas de Ciências, trabalhando o assunto Astronomia, Sistema Solar, com o uso de livros didáticos e um software de boa qualidade que possibilite por exemplo, observar planetas, estrelas e outros conceitos físicos, de forma digital, sem dúvidas será uma aula muito mais atrativa do que uma aula presa aos livros. Assim, o uso desta tecnologia digital é de suma importância para um processo de ensino-aprendizagem contextualizado na realidade que nos rodeia.

 

 

Metodologia

 

Este trabalho trata-se de um levantamento bibliográfico, e também se apresenta de cunho qualitativo de acordo com os autores Bogdan e Biklen (1994).

De acordo com Bogdan e Biklen (1994, p. 47), “em pesquisa qualitativa, a fonte de dados é diretamente o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal.” Ainda segundo esses autores:

 

A pesquisa qualitativa é descritiva, os dados coletados são palavras, imagens, e não somente números. Os pesquisadores, na abordagem qualitativa, se interessam mais pelo processo do que pelos produtos ou resultados, e tendem a analisá-los de forma indutiva. Na abordagem qualitativa, os significados são de grande importância (p. 47).

 

Sendo assim, como supracitado, este trabalho é um estudo qualitativo, mesmo que apresente em seu escopo índices qualitativos, há como objetivo principal apresentar uma pequena parcela da bibliografia existente sobre o ensino de Astronomia na Educação Básica, ou seja, não nos ateremos aqui a quantidade factual de publicações desta espécie, e sim ao teor qualitativo destas pesquisas, que podem ser ferramenta úteis para professores de Ciências e áreas afins.

Segundo Sousa, Oliveira, Alves (2021, p. 2), “A pesquisa bibliográfica está inserida principalmente no meio acadêmico e tem a finalidade de aprimoramento e atualização do conhecimento, através de uma investigação científica de obras já publicadas.” Deste modo, para o desenvolvimento de nosso trabalho, além de conceituar a necessidade do ensino de Astronomia em aulas de Ciências como nos diz a BNCC (2017) e apresentar o conceito de Software livre, vamos aqui apresentar 20 trabalhos científicos que relatam experiências pedagógicas com a utilização de tecnologia no ensino de Ciências.

 

 

Levantamento bibliográfico sobre utilização de softwares livres para o ensino de Astronomia em escolas brasileiras

 

Tendo até aqui apresentado que o ensino da Astronomia é indispensável na educação básica, de acordo com a Base Nacional, assim como a importância da utilização de software na atividade de ensino, desenvolveremos a partir de agora um levantamento bibliográfico de artigos científicos que abordam a referida temática.

A utilização de software na educação, nos dias que estamos vivendo é de certo modo um tema bem debatido no meio acadêmico. Deste modo, para tornar nosso trabalho possível em termos quantitativos, delimitaremos nossa pesquisa a 20 principais artigos de acordo como Google Acadêmico, e com as seguintes palavras-chave: Brasil, Ensino, Astronomia, Software, Ensino Fundamental.

Realizando a supracitada pesquisa encontramos os seguintes trabalhos. Trabalhos estes que convergem com o que versamos até agora neste presente texto, veja nesta tabela os títulos, autores, tipo de trabalho e ano de publicação.

 

Título do trabalho Autores Tipo de trabalho Ano de publicação
O uso do software stellarium no ensino de astronomia: um estudo teórico PACHECO, LIMA E ZANELLA Trabalho publicado em anais de evento 2018
O uso da realidade virtual para ensino de astronomia: desenvolvimento e aplicação de um software para simulação de planetário RITTA, PIOVESAN, SIEDLE Artigo publicado em periódico científico 2020
Uso do software Stellarium em atividades de ensino de astronomia DOMINGOS, e TEIXEIRA Artigo publicado em periódico científico 2021
O uso das tecnologias digitais para o ensino de Astronomia: uma revisão sistemática de literatura HARLEY, LUCKEN, SANZOVO e PIMENTEL Artigo publicado em periódico científico 2019
Tecnologia no Ensino de Astronomia na Educação Básica: análise no uso de recursos computacionais na ação docente MENEZES Dissertação de mestrado 2011
Softwares educativos e o ensino de astronomia na educação básica: possibilidades e limitações HANSEN Trabalho de conclusão de curso de graduação 2019
O software celestia como suporte ao ensino de astronomia no ensino fundamental JUNIOR MARQUES e MARQUES Trabalho publicado em anais de evento 2017
Desenvolvimento de uma metodologia de ensino de astronomia com o uso de software livre FILHO, PRADO, SOARES et all Trabalho publicado em anais de evento 2017
Uso de tecnologias assistivas para o ensino de astronomia a alunos deficientes visuais e auditivos PAGANOTTI, MODESTO REIS, VOELZKE et all Artigo publicado em periódico científico 2021
Abordagem da astronomia no ensino fundamental através do software STELLARIUM GOULART e DUTRA Trabalho de conclusão de curso de graduação 2015
Modelo dinâmico do Sistema Solar em action script com controle de escalas para ensino de astronomia VECHI, BRITO, VALENTIM et all Artigo publicado em periódico científico 2013
Softwares de modelagem como ferramenta auxiliar no ensino de astronomia DOMINGOS e TEIXEIRA Artigo publicado em periódico científico 2016
Astronomia e tecnologias digitais, tendências observadas nas publicações a partir de uma revisão bibliográfica junto aos artigos dos simpósios nacionais de ensino de astronomia PAGANOTTI, VOELZKE, MONTEIRO et all Trabalho publicado em anais de evento 2019
A utilização do software stellarium como recurso didático para o ensino de tópicos de astronomia no ensino médio VIEIRA, PAGANOTTI, VOELZKE Trabalho publicado em anais de evento 2016
Análise de crateras lunares como ferramenta alternativa para o ensino de física e astronomia IBSON, SOUZA, BARBOZA et all Artigo publicado em periódico científico 2020
O uso de filmes, jogos e softwares como organizadores prévios no ensino de astronomia e ciências em escolas de ensino médio e fundamental da rede pública de ensino BORGES PINTO, ROBAINA Trabalho publicado em anais de evento 2018
O uso de tecnologias como recursos didáticos no ensino de astronomia MARQUES, CANCIAN, SILVA et all Trabalho publicado em anais de evento 2019
Uma proposta de sequência didática para o ensino de Astronomia na educação básica com o uso do software Astro 3D MORAES Dissertação de Mestrado 2016
Jogos, modelos, encenação e softwares: recursos para o ensino inovador de astronomia GARCIA Dissertação de Mestrado 2019
O uso de simuladores e a Astronomia na Educação Básica: potencializando o processo de ensino-aprendizagem HANSEN, LEONEL, SANTOS et all Artigo publicado em periódico científico 2020

 

Podemos constatar que o ensino de Astronomia na Educação Básica com o uso de Softwares é, assim como já foi dito, um tema relativamente discutido no meio acadêmico. Em seguida podemos observar um gráfico com o ano de publicação dos trabalhos que fazem parte de nossa coleta de dados.

 

 

Constata-se que as publicações selecionadas são trabalhos dos últimos 10 anos. Dando continuidade em nossas análises, observaremos onde estes trabalhos foram publicados.

 

 

A partir destes dados, podemos observar que dentre os textos selecionados 40% são textos publicados em periódicos científicos, 35% são publicações de anais de eventos acadêmicos, 15% dissertações de pós-graduações mestrado e 10% trabalhos de conclusão de curso.

Para melhor compreensão do que trata os textos aqui relacionados a leitura é imprescindível, no entanto quando tratamos de levantamento bibliográfico, por mais que já fizemos a leitura de todos os textos aqui elencados, pretendemos apresentar ao leitor/pesquisador apresentações sucintas das prospecções bibliográficas realizada aqui. Deste modo, apresentamos as principais palavras-chave utilizadas nas publicações selecionadas.

 

 

Tabela com palavras-chave e suas reincidências nas publicações selecionadas

 

Ensino de Astronomia 2

Aprendizagem significativa

Âmbito formal

Sequência didática

Ensino inovador

Novos recursos educacionais

Ensino de astronomia

Softwares educacionais

Tecnologias

Conteúdos astronômicos

Ensino de ciências 2

Tecnologias 2

Realidade Virtual

Eclipses

Estações do ano

Simulação de órbitas planetárias

Simulação

História da ciência

Divulgação científica

Etnoastronomia

Ensino de física 3

Ensino de ciências 3

Educação básica 2

Ensino e aprendizagem

Crateras lunares;

coordenadas Selenográficas

Informática

Ensino de Astronomia

Educação Básica

Sistema SolarPlanetas 

Astronomia 12

Metodologia Ensino 4

Software livre  STELLARIUM   3

Software 3CiênciasConstelaçõesDidáticaTecnologia educacional

Software CELESTIA

Geografia Tecnologias digitais

Revisão bibliográfica SNEA 

 

Com base nas temáticas apresentadas, podemos de maneira prévia ter uma noção da riqueza que essas publicações trazem para o debate sobre a prática de professores de Ciências, uma vez que, selecionamos aqui apenas 20 publicações, e mesmo tendo essa limitação qualitativa podemos encontrar inúmeras ferramentas para a prática docente.

 

 

Considerações finais

 

Pensar, repensar e debater a educação é de suma importância se de fato queremos evoluir um dia para uma educação pautada no uso de tecnologias, e esse uso de maneira significativa para o aluno é sem dúvida um grande desafio ao Professor. Tendo como base os desafios existentes para o desenvolvimento de uma prática pedagógica com o uso de tecnologias digitais, esse trabalho se apresenta como um modesto catálogo bibliográfico de fontes para que o professor/pesquisador possa beber.

Dentro de nosso objetivo inicial cumprimos nossa missão, pois, apresentamos aqui a relevância do ensino de Astronomia nas aulas de Ciências, a utilização de softwares nesse trabalho e mostramos publicações que concordam com os conceitos aqui apresentados. Deste modo mostramos que não estamos sozinhos na forma como pensamos a ação de ensinar, e elencamos bibliografias plausíveis para futuros trabalhos, tendo em vista que essa pesquisa bibliográfica por mais que tenha sua finalidade como trabalho de conclusão de curso de pós-graduação, não tem fim em si mesma, é, portanto, uma porta para inúmeras outras pesquisas com base em seu teor bibliográfico.

 

 

Referências

 

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. 1. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1977.

 

BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. 1. ed. Porto, Portugal: Porto Editora, 1994.

 

LANGHI, R; NARDI, R. Dificuldades em relação ao ensino da astronomia encontradas na interpretação dos discursos de professores dos anos iniciais do ensino fundamental. VI ENPEC, 2007.

 

MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas: Papirus, 2000.

 

BORGES PINTO Thiago, ROBAINA José Vicente Lima. O USO DE FILMES, JOGOS E SOFTWARES COMO ORGANIZADORES PRÉVIOS NO ENSINO DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS EM ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA DE ENSINO. II Encontro Regional de Ensino de Ciências, 2018. Disponível em

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/205984/001107984.pdf?sequence=1

 

KUSZKA Boris. A história do software livre. Canalthc, 2013. Disponível em https://canaltech.com.br/software/A-Historia-do-Software-Livre/

 

Costa Felipe. Você sabe a diferença entre software livre e código aberto? Escola Nova, 2014. Disponível em

 https://novaescola.org.br/conteudo/4593/voce-sabe-a-diferenca-entre-software-livre-e-codigo-aberto?gclid=Cj0KCQjw5JSLBhCxARIsAHgO2Sd7cqaNQpImJJRH_Mbn_tzQqx6rwOPE3V53PGYkuBPUvjQa7Q4tlrsaAk_pEALw_wcB

 

DOMINGOS Rafael B., TEIXEIRA Ricardo R.P. Softwares de modelagem como ferramenta auxiliar no ensino de astronomia. Revista Interdisciplinar de Tecnologias e Educação [RInTE] – CNPq ARC 2015 – ISSN 2447-5955 01 a 03 de junho de 2016 – IFSP Câmpus Boituva disponível em http://200.206.26.163/index.php/RInTE/article/view/160/pdf_50#

 

DOMINGOS, Rafael Brock e TEIXEIRA, Ricardo Roberto Plaza. Uso do software Stellarium em atividades de ensino de astronomia. Revista Brasileira de Física Tecnológica Aplicada RBFTA. . R. bras. Fís. Tecnol. apl., Ponta Grossa, v. 8, n. 1, p. 30-50, mai. 2021. Disponível em file:///C:/Users/ismae/Downloads/13783-55122-1-PB.pdf

 

FILHO, Valdinei Bueno Lima, PRADO, Valdiglei Borges2 , SOARES, Fabrízzio Alphonsus A. M., MARTINS, Alessandro, MARINELI, Fabio. Desenvolvimento de uma metodologia de ensino de astronomia com o uso de software livre. Livro 63a CONPEEX Trabalhos-PROLICEN, 2017 Disponível em http://www.sbpcnet.org.br/livro/63ra/conpeex/prolicen/trabalhos-prolicen/prolicen-valdinei-bueno.pdf

 

GARCIA, Caroline da Silva. JOGOS, MODELOS, ENCENAÇÃO E SOFTWARES: recursos para o ensino inovador de astronomia. Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Araranguá, Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física, Araranguá, 2019. Disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/215108

 

GOULART ANDRESSA ROSSINI e DUTRA CARLOS MAXIMILIANO. ABORDAGEM DA ASTRONOMIA NO ENSINO FUNDAMENTAL ATRAVÉS DO SOFTWARE STELLARIUM. Universidade Federal do Pampa, 2015. Disponível em https://repositorio.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/1502

 

HANSEN, Taís Regina. Softwares educativos e o ensino de astronomia na educação básica: possibilidades e limitações. Monografia Universidade Federal da Fronteira Sul. Cerro Largo RS, 2019. Disponível em https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/3377

 

HANSEN Taís Regina, LEONEL André Ary, SANTOS Rosemar Ayres dos, LOBO Cesar de Oliveria. O uso de simuladores e a Astronomia na Educação Básica: potencializando o processo de ensino-aprendizagem. Revista Insignare Scientia, vol: 03, n: 02, p. 551-563, 2020. Disponível em https://periodicos.uffs.edu.br/index.php/RIS/article/view/11356

 

HARLEY Lucas dos Santos, LUCKEN Bueno Lucas, SANZOVO Daniel Trevisan, Pimentel Renan Guilherme. O uso das tecnologias digitais para o ensino de Astronomia: uma revisão sistemática de literatura. Research, Society and Development, vol. 8, núm. 4, pp. 01-24, 2019 Universidade Federal de Itajubá. Disponível em

 https://www.redalyc.org/journal/5606/560662195022/html/

 

IBSON José Maciel Leite, SOUZA Cícero Jailton de Morais, BARBOZA Allan Christopher Rodrigues, SILVA José Weslley Pereira da, MONTEIRO Mário Anonio Alves. Análise de crateras lunares como ferramenta alternativa para o ensino de física e astronomia. Rev. Bras. Ensino Fís. 42 • 2020 disponível em https://doi.org/10.1590/1806-9126-RBEF-2019-0158

 

JUNIOR MARQUES Eles Calheiros e MARQUES Ana Luzia de Barros Andrade. O software celestia como suporte ao ensino de astronomia no ensino fundamental. Editora realize, anais CONEDU 2017, TRABALHO ID8419_21092017162614. Disponível em https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2017/TRABALHO_EV073_MD1_SA19_ID8419_21092017162614.pdf

 

MORAES, Leandro Donizete. Uma proposta de sequência didática para o ensino de Astronomia na educação básica com o uso do software Astro 3D. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações, UNIFAL Minas Gerais, 2016. Disponível em https://bdtd.unifal-mg.edu.br:8443/handle/tede/887

 

MARQUES, Renan, CANCIAN, Queli Ghilardi, SILVA, João Vitor da, MALACARNE Vilmar. O USO DE TECNOLOGIAS COMO RECURSOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE ASTRONOMIA. EVENTOS EPCC - Encontro Internacional de Produção Científica XI EPCC - Encontro Internacional de Produção Científica (29 à 30 de Outubro de 2019). Disponível em http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/3449

 

MENEZES, Leonardo Donizette de Deus. Tecnologia no Ensino de Astronomia na Educação Básica: análise no uso de recursos computacionais na ação docente. Universidade Federal de Uberlândia faculdade de Educação Programa de pós graduação em Educação.  Uberlândia – MG, 2011. Disponível em https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/13856/1/d.pdf

 

PAGANOTTI Arilson, MODESTO REIS Crislayne Aparecida, VOELZKE Marcos Rincon, LEÃO Ana Rachel Carvalho. Uso de tecnologias assistivas para o ensino de astronomia a alunos deficientes visuais e auditivos. Brazilian Journal of Development, Vol 7, No 1 (2021). Disponível em https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/22495/18005

 

PAGANOTTI Arilson, VOELZKE Marcos Rincon, MONTEIRO Thiago Bissiate, PAIVA SOUSA Jessica. ASTRONOMIA E TECNOLOGIAS DIGITAIS, TENDÊNCIAS OBSERVADAS NAS PUBLICAÇÕES A PARTIR DE UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA JUNTO AOS ARTIGOS DOS SIMPÓSIOS NACIONAIS DE ENSINO DE ASTRONOMIA. II CECIFOP - 2019 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ISSN: 2526-7485 (V. 2 -2019). Disponível em https://www.ifmg.edu.br/congonhas/noticias/alunos-do-curso-de-fisica-participam-de-evento-que-discute-o-ensino-de-ciencias/TrabalhoAstronomiaeTecnologiasDigitaisTendnciasObservadasnasPublicaes.pdf/view

 

PACHECO Mayara Hilgert, LIMA Junior de, ZANELLA Marlí Schmitt. O uso do software stellarium no ensino de astronomia: um estudo teórico. V Simpósio Nacional de Educação em Astronomia – V SNEA 2018 – Londrina, PR. Disponível em https://sab-astro.org.br/wp-content/uploads/2019/12/SNEA2018_TCO12.pdf

 

RITTA Ânderson dos Santos, PIOVESAN Sandra Dutra, SIEDLE Marcelo da Silveira. O uso da realidade virtual para ensino de astronomia: desenvolvimento e aplicação de um software para simulação de planetário. Educitec - Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, Manaus, Brasil, v. 6, p. e096420, 2020. DOI: 10.31417/educitec. v5i11.964. Disponível em: http://200.129.168.14:9000/educitec/index.php/educitec/article/view/964

 

SOUSA Angélica Silva de, OLIVEIRA Guilherme Saramago de, ALVES Laís Hilário. A PESQUISA BIBLIOGRÁFICA: PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS. Cadernos da Fucamp, v.20, n.43, p.64-83/2021. Disponível em file:///C:/Users/ismae/Downloads/2336-8432-1-PB%20(1).pdf

 

VIEIRA Graciene Carvalho, PAGANOTTi Arilson, VOELZKE Marcos Rincon. A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE STELLARIUM COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE TÓPICOS DE ASTRONOMIA NO ENSINO MÉDIO. IV Simpósio Nacional de Educação em Astronomia – IV SNEA 2016 – Goiânia, GO. Disponível em https://www.sab-astro.org.br/wp-content/uploads/2018/04/SNEA2016_TCO19.pdf

 

VECHI Anderson de, BRITO Alessandro Ferreira de, VALENTIM Delma Barboza, GOZZI Maria Estela, SAMPAIO Anderson Reginaldo, VISCOVINI Ronaldo Celso. Modelo dinâmico do Sistema Solar em action script com controle de escalas para ensino de astronomia. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 35, n. 2, 2505 (2013). Disponível em

https://www.scielo.br/j/rbef/a/ncLZQbjWVtQ6kzcrGyYpr8B/?lang=pt#

 

 

 

 

O diagnóstico tardio do Autismo e seus impactos: desafios e implicações no desenvolvimento e no tratamento

Tamara Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.14536195

 

 

RESUMO

O diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode acarretar uma série de desafios significativos no desenvolvimento de indivíduos afetados. Este artigo aborda os impactos do diagnóstico tardio, explorando as implicações sociais, emocionais, educacionais e de saúde, além de discutir as barreiras para o diagnóstico precoce e as estratégias para mitigação desses efeitos. A revisão bibliográfica sugere que a identificação tardia do TEA prejudica o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e comunicativas, limitando as oportunidades de intervenção precoce, fundamental para otimizar a qualidade de vida dos indivíduos com TEA.

 

Palavras-chave: Autismo. Diagnóstico tardio. Intervenção precoce. Impactos sociais e educacionais. Desenvolvimento infantil.

 

 

Introdução

 

Esse artigo fornece uma visão geral sobre os desafios do diagnóstico tardio do autismo e suas implicações. A inclusão de informações atualizadas sobre o impacto social, educacional e psicológico reflete a importância da intervenção precoce e da conscientização.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neuropsiquiátrica caracterizada por dificuldades no desenvolvimento da comunicação social e comportamentos repetitivos ou restritos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência do TEA tem aumentado globalmente, levando a uma maior conscientização sobre a necessidade de diagnóstico precoce. No entanto, o diagnóstico tardio ainda é uma realidade em muitos casos, o que pode resultar em uma série de impactos negativos no desenvolvimento e no bem-estar dos indivíduos afetados.

Este artigo visa explorar os impactos do diagnóstico tardio do TEA, enfatizando os desafios que surgem ao longo da vida de uma pessoa com autismo e as estratégias para minimizar esses efeitos.

 

 

Diagnóstico do Autismo: a importância da identificação precoce

 

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) uma em cada 160 crianças tem transtorno de espectro autista. Atinge 70 milhões de pessoas no mundo, ou seja, 1 % da população vive com autismo (CAMELO et al.,2022).

O diagnóstico precoce do TEA é crucial podendo minimizar os prejuízos, pois permite a implementação de intervenções que favorecem o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e cognitivas. Estudos demonstram que as intervenções realizadas antes dos 3 anos de idade podem melhorar significativamente o prognóstico dos indivíduos com TEA, proporcionando uma melhor adaptação ao ambiente social e educacional.

Contudo, o diagnóstico tardio, que ocorre frequentemente após os 4 ou 5 anos de idade, pode resultar em atrasos significativos no início das terapias, comprometendo as oportunidades de aprendizagem e socialização. Além disso, as dificuldades comportamentais e de comunicação tendem a se acentuar, dificultando a adaptação do indivíduo aos ambientes escolar e social.

 

 

Barreiras para o diagnóstico precoce

 

O diagnóstico precoce do TEA enfrenta diversas barreiras, tanto em nível clínico quanto familiar e social.

Siklos e Kerns (2007) identificam quatro fatores que podem influenciar no atraso na realização do diagnóstico precoce: 1) a variabilidade na expressão dos sintomas do TEA; 2) as limitações da própria avaliação de pré-escolares, uma vez que essa população demanda instrumentos específicos e sensíveis aos comportamentos sociais mais sutis e próprios dessa faixa etária; 3) a falta de profissionais treinados/habilitados para reconhecer as manifestações precoces do transtorno; e 4) a escassez de serviços especializados.

Muitas vezes o que limita o diagnóstico precoce, são os sinais que podem ser interpretados erroneamente como comportamentos típicos da infância pois tratam-se de características comportamentais do TEA, tal como constam nos manuais de classificação e de critérios diagnósticos, como a falta de contato visual ou a preferência por brincar sozinho e dentre outros sinais variados que são ignorados . Além disso, a escassez de profissionais qualificados para realizar a triagem e o diagnóstico precoce em algumas regiões contribui para o atraso na identificação.

Outro fator relevante é a falta de conscientização dos pais e cuidadores sobre os sinais do TEA. Isso pode levar a uma demora na busca por ajuda profissional, resultando em diagnósticos tardios. A sobrecarga emocional e o estigma também podem influenciar a decisão das famílias de buscar um diagnóstico, o que agrava ainda mais a situação.

 

 

Impactos do diagnóstico tardio

 

Impactos no desenvolvimento cognitivo e social

 

A desinformação pode contribuir para o diagnóstico tardio do TEA pode dificultar o desenvolvimento cognitivo e social das crianças. Sem intervenções precoces, elas podem apresentar dificuldades mais acentuadas em habilidades de linguagem, comportamento e interação social. A falta de apoio adequado pode levar ao isolamento social, dificuldades acadêmicas e baixo desempenho em atividades escolares.

Além disso, a falta de estratégias eficazes de adaptação social pode resultar em problemas emocionais, como ansiedade, depressão e dificuldades de autoestima, que tendem a se agravar à medida que a criança envelhece.

O diagnóstico tardio do autismo desencadeia maiores impactos nas condições de vida do paciente e seus familiares, haja vista que o autista se submete aos acompanhamentos, com isso para obter um tratamento de alta qualidade é necessário preservar adaptação, habilitação e reabilitação do indivíduo (GOMES et al., 2019). Bem como, a falta do diagnóstico inicial tem trazido resultados insatisfatórios ao tratamento, posto que acarreta o desempenho cognitivo, funcionamento da memória operacional e controles emocionais perante a determinadas situações (MATTOS et al., 2022).

 

 

Impactos educacionais

 

No contexto educacional, o diagnóstico tardio frequentemente implica em uma falha na adaptação curricular e nas estratégias pedagógicas. Muitas vezes, os professores e a equipe escolar não estão preparados para lidar com as especificidades do TEA, o que pode prejudicar o aprendizado da criança. Além disso, a falta de suporte adequado no ambiente escolar pode resultar em frustrações tanto para a criança quanto para os educadores, dificultando a integração do aluno em atividades sociais e acadêmicas.

 

 

Impactos na saúde mental

 

A ausência de diagnóstico precoce e de acompanhamento adequado pode aumentar o risco de problemas de saúde mental ao longo da vida. Indivíduos com TEA diagnosticados tardiamente podem ter maiores dificuldades em lidar com as pressões sociais, resultando em estresse crônico e, em casos mais graves, em transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e transtornos de comportamento disruptivo.

 

 

Impactos familiares

 

O impacto do diagnóstico tardio não se limita ao indivíduo com autismo. As famílias também enfrentam desafios significativos, desde a falta de informações adequadas até o estigma social associado ao autismo. Além disso, o desconhecimento sobre o transtorno pode levar a sentimento de culpa e frustração, complicando a dinâmica familiar.

 

 

Estratégias para mitigar os impactos do diagnóstico tardio

 

Sensibilização e capacitação

 

Investir em programas de sensibilização e capacitação para profissionais da saúde e educação é fundamental para reduzir os casos de diagnóstico tardio. A formação de educadores e médicos em sinais precoces de autismo pode garantir uma identificação mais rápida e eficaz.

 

 

Apoio às famílias

 

É necessário proporcionar apoio emocional e informativo às famílias desde o momento do diagnóstico. Orientações sobre as opções de tratamento e estratégias de apoio social podem ajudar na adaptação e promover um ambiente mais inclusivo e acolhedor para o indivíduo com TEA.

 

 

Adoção de modelo de intervenção individualizada

 

Cada indivíduo com TEA tem um perfil único, e as intervenções devem ser adaptadas às suas necessidades específicas. Programas terapêuticos individualizados, com foco em comunicação, habilidades sociais e comportamentais, são essenciais para minimizar os impactos do diagnóstico tardio.

 

 

Conclusão

 

O diagnóstico tardio do Transtorno do Espectro Autista pode ter sérias consequências para o desenvolvimento e a qualidade de vida dos indivíduos afetados. Embora o diagnóstico precoce seja fundamental para um prognóstico positivo, a superação das barreiras que dificultam a identificação precoce do TEA é um desafio que exige a colaboração de profissionais de saúde, educadores e famílias. A sensibilização, a capacitação e a implementação de intervenções precoces podem reduzir significativamente os impactos negativos associados ao diagnóstico.

 

 

Referências

 

American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.

 

CAMELO, F.M., et al. Diagnóstico e tratamento do transtorno do espectro autista., RECIMA21., v.3, n.7, p.14-33, ago. 2022

 

CARVALHO, F. A.; TEIXEIRA, M.; BRUNONI, D.; STRAUSS, V. G.; PAULA, C. S. Identificação de Sinais Precoces de Autismo Segundo um Protocolo de Observação Estruturada: um Estudo de Seguimento. Psico, vol 45, no 4, bl 502, 2014.

 

Frazier, T. W., et al. (2014). Behavioral and Cognitive Characteristics of Autism Spectrum Disorder. Pediatrics, 134(3), 464-472.

 

GOMES, D. R. et al. Influências do transtorno do espectro autista nas relações familiares: revisão sistemática. RBSP.,v.43, n.2, p.444-465, abr. 2019.

 

Lord, C., et al. (2020). Autism Spectrum Disorder. Lancet, 392(10146), 508-520.

 

MATTOS, B.A.V. et al. Impactos do diagnóstico tardio do transtorno do espectro autista em adultos.Res., Soc. Dev., v.11, n.16, p.77-82, dez. 2022

 

Nalin, Luísa Macedo, et al. "Impactos do diagnóstico tardio do transtorno do espectro autista em adultos." Research, Society and Development 11.16 (2022): e382111638175-e382111638175.

 

Rocha, Vitória Pataro, et al. "Diagnóstico tardio de Transtorno do Espectro Autista e seus impactos sociais e clínicos." Brazilian Journal of Health Review 6.2 (2023): 6962-6970.

 

Silva, M. F. B. (2018). Diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista-TEA Definição de critérios e considerações sobre a prática. Especialize, 1(15), 1-15.

 

Siklos, S., & Kerns, K. (2007). Assessing the diagnostic experiences of a small sample of parents of children with autism spectrum disorders. Research in Developmental Disabilities, 28, 9-22.

 

WHITMAN, Thomas. O desenvolvimento do autismo. São Paulo: M.Books, 2015.

 

World Health Organization (WHO). (2019). Autism Spectrum Disorders. Geneva: World Health Organization.

 

Zanon, Regina Basso, Bárbara Backes, and Cleonice Alves Bosa. "Identificação dos primeiros sintomas do autismo pelos pais." Psicologia: teoria e pesquisa 30 (2014): 25-33.

 

 

 

 

Ensinando Gramática da Língua Portuguesa

Angélica de Oliveira Quirino

Ismael Pinheiro Lopes

Tamara Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.14532308

 

 

RESUMO

Nesse texto, três professores de escola pública no interior do Estado de Mato Grosso, preocupados com a dificuldade de seus alunos acerca de assuntos gramaticais, resolveram versar acerca do assunto. Aqui, não se pretende apresentar formas metodológicas milagrosas, nem tampouco mostrar soluções para problemas educacionais, pois partimos do pressuposto que a educação possui.

 

PALAVRAS-CHAVE: Língua portuguesa, gramática da língua portuguesa, Ensino aprendizagem.

 

 

Introdução

 

Faz-se necessário o uso da gramática pois é um ramo da língua portuguesa de suma importância, porque é através dela que se utiliza a escrita de forma correta, pois ela dispõe das regras de uso da própria, porque muitos cidadãos faz o uso incorreto na escrita, pelo fato de não ter conhecimento pleno das regras da gramática, e a escola é o local apropriado para fornecer o conhecimento da norma culta, seguindo (Aquino, 2010, pág. 03):

 

A língua escrita normalmente um pouco mais cuidada, principalmente por aqueles que possuem bons conhecimentos gramaticais, com a noção de certo e errado, não é tão espontânea como a falada. Como a pessoa tem mais tempo para pensar no que vai transmitir a tendência é que apresente menos erro de construção[...]

 

Deste modo, na sala de aula, se faz necessário que o Professor realize os devidos diagnósticos para ter ciência de como está o nível de conhecimento dos alunos, dentro da área da gramática e como é a escrita a linguagem dos mesmos ao usar as regras gramaticais, observa-se também se eles têm dificuldade de escrever de forma coerente.

 

 

Desenvolvimento

 

A gramática é um conjunto de normas importante que auxilia em uma escrita coerente e eficaz no qual regula o uso da linguagem escrita e estabelece padrões nela e se refere a uma determinada língua, segundo Aquino (2010, 5ª edição, pág. 07) “Estabelece normas de bem falar para os usuários da língua, com base no que fazem ou fizeram os bons escritores. Em outras palavras, a gramática normativa mostra a norma culta do idioma”[...]

É uma ferramenta que norteia um estudante e usuário da linguagem, pois é através dela que se pode corrigir e assim escrever e falar corretamente, evitando embaraços na comunicação escrita e até mesmo na falada, sem contar que busca padronizar a escrita através de suas regras, facilitando o estabelecimento da fluência de ideias entre as pessoas, pode se afirmar que:

 

[...] Na língua escrita, poderemos até mesmo não saber que lerá nosso texto e, portanto, só podemos pressupor suas reações as nossas ideias. Além disso, pensamos para escrever, temos a oportunidade de refazer nosso texto, corrigi-lo, reelaborá-lo, o que não ocorre com a fala. (PRETI, 2004, pág. 18)

 

É fundamental considerarmos que a gramática normativa independente de fatores sociais, culturais ou histórica tem que seguir a disciplina de regras e normas em sua escrita.

A escola tem um fundamental papel de introduzir a gramática e a importância da linguagem escrita e falada para a sociedade através do ensino dela para alunos, repassando as regras e a relevância da escrita para a comunicação social entre os povos que esteve e sempre estará presente no desenvolvimento cultural de uma nação ou comunidade.

O ambiente escolar é propício para ensinar um educando a apreender e exercitar a escrita com a finalidade de aprimorar a comunicação, de acordo com Preti (2004, pág.18), sobre a produção de nossos textos pesa intensamente a nossa cultura linguística, nosso nível de escolaridade, nossa leitura, nossos conhecimentos gramaticais, nossa possibilidade de consultar um dicionário.

 

 

Conclusão

 

Deste modo, concluímos que o ensino de gramática é de suma relevância, partindo das convenções ortográficas de nossa língua, assim como, as dificuldades evidenciadas por meio de avaliações diagnósticas em sala de aula. Assim sendo, cabe ao profissional Professor usar respectivas metodologias adequadas em cada caso, visando a superação de dificuldades previamente evidenciadas.

Nesse texto concluímos por aqui nossa fala, cumprindo nosso objetivo de apresentar a relevância do ensino de gramática da língua portuguesa, no entanto deixamos inúmeras indagações para futuras pesquisas, pois trata-se de um assunto relativamente importante para o processo de ensino aprendizagem na educação pública.

 

 

Referências

 

AQUINI, Renato. Gramática objetiva da língua portuguesa. 5ª edição, Rio de Janeiro: Elsevier. 2010.

 

PRETI, Dino. Estudos de língua oral e escrita. 1ª edição. Rio de Janeiro: Lucerna. 2004.