Relações raciais no Ensino Fundamental: o que pensam os professores da Escola Municipal José Luiz Candido – município de Nova Bandeirantes - MT
Angela Maria Fedrigo Sartori
Silmara Parreira Cassimiro
RESUMO
Esta pesquisa teve por objetivo entender o caminho que os professores percorrem no ambiente escolar no combate ao preconceito e o racismo em sala de aula, as lutas diárias, os conflitos que enfrentam. O método utilizado foi o da pesquisa qualitativa, tendo o questionário enquanto instrumento de coleta de dados, sendo que o mesmo foi composto por nove questões relacionadas ao tema relações raciais, os entrevistados foram os professores que atuam na Escola Municipal Jose Luiz Candido que se localiza em Japuranã distrito de nova Bandeirantes/MT. Os resultados foram satisfatórios, pois, as percepções e conhecimentos enriqueceram a pesquisa elaborada e por meio da analise entendeu-se que as relações raciais no cotidiano da escola implicam a busca de dissoluções imediatas. Comprovou-se que há uma recusa da escola em debater as discriminações quanto às relações raciais, insistente o discurso da igualdade simula o problema existente, no que diz respeito ao desempenho escolar dos educandos negros mediante da escolarização.
Palavras-chave: Discriminação, Preconceito; Relações Raciais e Racismo.
Introdução
A pesquisa no ensino fundamental no 9º ano sobre relações raciais propõe entender o que pensam os profissionais no combate à indiferença no âmbito escolar resgatando valores, direitos e deveres de cada cidadão reforçando a identidade.
O que pensam os profissionais que se calam? Medo de enfrentar as situações como os apelidos, as piadas, ou muitas vezes por falta de interesse a própria instituição, educadores, gestores e a própria comunidade não tem ajudado a mudar este quadro e esta realidade se propaga e continua a disseminar o descaso.
No âmbito escolar, foram entrevistados dez professores do Ensino Fundamental, classificados por ordem alfabética para que suas identidades fossem preservadas, buscou-se conhecer as percepções de professores sobre o desempenho e os conhecimentos sobre relações raciais no ensino fundamental no combate à discriminação e ao racismo na Escola Municipal José Luiz Candido, localizada no município de Nova Bandeirantes-MT.
Por entender que a sociedade deve admitir que a presença do professor seja de grande relevância para interceder junto ao aluno os conhecimentos e conteúdos culturais. É através de seu comportamento e prática que a escola pode concretizar convalidar sua experiência. Seguindo com seriedade as percepções e valores que faz com que os professores em sala tenham acesso a um espaço escolar democrático constituído de igualdade. E que o empenho do docente quanto ao intercâmbio em formar relações entre as práticas pedagógicas e as concepções que apoiam as trocas de aprendizagem entre crianças negras e brancas no ambiente escolar em relação à construção e desenvolvimento das inter-relações em sala de aula fará a diferença no presente e futuro é que essa pesquisa se justifica.
E para melhor organização dos dados esse texto monográfico está estruturado em três capítulos sendo que o primeiro tem por tema: Desigualdades e Relações Raciais no Ambiente Escolar e traz uma discussão sobre o preconceito racial na escola e o racismo preservado na sociedade brasileira. Para isso lançamos mão de algumas obras de autores brasileiros como Renata Barros Abelha Kabeya (2010) Angela Maria Santos (2006) Ivone Jesus Alexandre (2006); Reflete a docência frente às desigualdades econômicas, ideias racistas e preconceito preservado no ambiente escolar legitimando o cultivo da indiferença por educadores no ambiente escolar. As teorias produzidas trazem a tona reflexão sobre o preconceito e o pensamento racista brasileiro na formação histórica, depara também, com o preconceito e o racismo na instituição escolar, permeando os discursos sobre a questão da discriminação racial.
O segundo capítulo apresenta o histórico do local onde foi realizado o estudo e os caminhos trilhados, caracterizo ainda o tipo de pesquisa e instrumento utilizado na coleta dos dados e identifico o público colaborador desse trabalho monográfico. Enquanto que o terceiro capítulo sintetiza os dados obtidos na pesquisa de campo, apresentando as analises, onde os professores colaboradores da pesquisa relatam suas percepções referentes à relação étnico racial na escola com vista nos questionamentos a eles dirigidos no intuito de alcançar o objetivo da pesquisa.
Nas considerações finais, apresento informações as quais considero relevantes, construídas durante o percurso da pesquisa, com as análises dos dados coletados in lócus, assim como nas leituras realizadas, as quais foram de suma importância para a compreensão de vários conceitos e fundamentação teórica desse estudo.
Capítulo I
Desigualdades e relações raciais no ambiente escolar
O estudo das relações étnico raciais no Brasil tem favorecido a revisão desta temática no contexto da educação brasileira. Santos (2006 p. 49), em seu trabalho investigou o preconceito e constatou que há crianças que separam, segregam seus colegas devido à cor. Figueira (1990) em sua pesquisa sobre preconceito racial na escola correlaciona o professor e o livro didático e nos oferece importantes elementos sobre o ciclo de reprodução do preconceito e discriminação racial junto aos alunos, além das desigualdades econômicas que distanciam nas questões raciais e sociais.
Para Fernandes (1965 apud Teixeira 2013, p. 20) “a situação inferior do negro e o preconceito racial seria características do antigo sistema escravista que sobreviveu na moderna sociedade de classes devido ao atraso da implementação do novo sistema econômico-social”.
[...] uma opinião pré-estabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação. Ele regula as relações de uma pessoa com a sociedade. Ao regular, ele permeia toda a sociedade, tornando-a uma espécie de mediador de todas as relações humanas. Ele pode ser definido, também, como uma indisposição, um julgamento prévio, negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos. (SOUZA, apud, SANT‟ANA 2000, p.220).
A dimensão e persistência do preconceito geram desigualdades em todo território e não podem ser explicadas unicamente pelos efeitos inerciais do passado, nem apenas pelas diferentes condições econômicas. Parte significativa das desigualdades decorre da existência de mecanismos discriminatórios associados que estão presentes no cotidiano da escola e da sociedade brasileira estreitando oportunidades e criando constrangimentos de toda ordem para a população negra. Barreiras (diretas ou veladas) operam na sociedade brasileira produzindo tratamento desigual e diferenças de oportunidades. Dessa forma Teodoro (2010) argumenta que a discriminação racial é um fenômeno social ativo no Brasil, e que precisa ser enfrentado. Já Candau diz que:
A instituição escolar representa um microuniverso social que se caracteriza pela diversidade social e cultural e por, muitas vezes, reproduzir padrões de conduta que permeiam as relações sociais fora da escola. Desse modo as formas de se relacionar com o outro, na escola, refletem as práticas sociais, mais amplas. Podemos dizer que, ainda que valores como igualdade e solidariedade, respeito ao próximo e as diferenças estejam presentes no discurso da escola, outros mecanismos, talvez mais sutis, revelam que preconceitos e estereótipos também integram o cotidiano escolar. (CANDAU, 2003, p.24).
Estes fatos ocorrem ainda hoje e cabe à instituição e os educadores tomarem atitude responsabilidade no combate destes constrangimentos que causam o abandono da escola decisão por se sentirem excluídas. Alexandre, (2006, p.14) ao investigar como ocorrem às interações de alunos negros e não negros no ambiente escolar teve a certeza que nestes espaços acontecem atividades discriminatórias que resultam em conflitos e enfrentamentos que não tem como negar. Constatou que havia indagações por partes dos colegas sobre a dificuldade de trabalhar com o tema, o que a levou fazer uma observação dos comportamentos ativos e passivos desses alunos e de como os colegas se comportavam. Essa observação fez com a autora tivesse a iniciativa de propor um projeto sobre relações no interior da escola.
Os comportamentos das crianças frente aos conflitos são percebíveis e Alexandre (2006, pg.14) observou “somos fruto de uma sociedade preconceituosa” e que também professores seus colegas de trabalho tratava diferentes os alunos negros. Levando a refletir que parte da sociedade é preconceituosa, por isso adequar a temática sobre relações étnicas raciais para o melhoramento em diversos aspectos torna uma necessidade urgente.
Ao descrever um fato que ocorreu com duas amigas de estudo Alexandre, conta o quanto foi difícil falar de preconceito, pois a amiga havia sofrido horrores na infância por causa da insensatez de pessoas preconceituosas, e na época conta a autora, que sua amiga era a única pessoa negra na escola.
A escola tornou espaço onde pessoas reafirmam sua identidade e cada vez mais o tema tem obtido grande relevância a temática sobre relações raciais estão sendo muito discutido nos dias atuais e vem ganhando espaço cada vez mais em debates polêmicos que explicitam a necessidade da instituição escolar atender as diferenças ou ter a atitude em que posicione a favor do entendimento e contra as agressões racistas, tanto verbais como a físicas.
A discriminação o desconhecimento do negro e sua cultura precederam à formação de uma sociedade de camadas no Brasil e por isso a situação da população afrodescendente se explana na interseção entre à pertença étnico-racial e a estruturação de uma sociedade de classes. Mas essa abrangência é recente e ganhou alguma importância nos estudos acadêmicos e somente após a segunda metade do século XX veio ter espaço.
No entanto, a ação pela promoção à educação escolar formal na história da população negra é questionada não mais no plano de ações isoladas, mas com a finalidade de interrogar a própria atuação do Estado, em seus distintos níveis, a partir de uma revisão aberta do formato como os negros surgiam e, ainda hoje, são retratados na sociedade brasileira.
No Brasil, a Constituição Federal de 1988, art. 208, o Plano Decenal de Educação para todos, 1993 – 2003 (MEC, 1993) e os Parâmetros Curriculares Nacionais são efetivos exemplos de documentos que defendem e asseguram que todas as crianças devem ser acolhidas pelas escolas, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, cor e etnia.
A Educação das relações étnicas raciais tem como objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, postura e valores que eduquem cidadãos e cidadãs quanto à pluralidade etnicorracial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam a todos o respeito aos direitos legais e valorização da busca da identidade, na consolidação da democracia brasileira CNE/CP (2004). As pessoas ao terem os seus direitos humanos fundamentais assegurados, vivenciam plenamente sua condição de cidadãos. Mas também o cidadão tem deveres e direitos e no Brasil a Constituição Federal de 1988 traz uma visão ampla no que se refere aos direitos, principalmente da criança e do adolescente, sendo que é obrigação da família, sociedade e Estado assegurarem tais direitos, independente de cor e etnia.
Neste sentido, o artefato legal legitima os direitos de crianças e ao mesmo tempo coíbem práticas de violências contra elas, e temas como a “cidadania” e “direitos humanos‟‟ ganham notoriedade na sociedade, revelando não somente uma face de proteção e conquistas de direitos”. Candau, (2003, pg10.) diz que “a educação em Direitos Humanos deve começar por favorecer desde a infância à formação de sujeitos de direitos, em nível pessoal e coletivo”.
Em se tratando da constituição ela garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, pessoas independentes de cor, ou etnia devem em idade apta frequentar a escola e não podem ser privados de uma educação de qualidade. Este sentimento e atitude nem sempre foi assumida e a partir da teoria do branqueamento que pessoas negras passaram a serem vistas como um problema nacional e ainda ao que relata TEIXEIRA, (2013, pg. 8).
No começo, a cor ou raça dos negros estava associada a sua condição de escravo que detinha um lugar determinado no sistema colonial, mesmo após a independência, Enquanto foi assim, a sociedade conviveu com o racismo e a discriminação sem maiores problemas porque o escravo não era visto como cidadão dotado de direitos.
Vislumbrando sobre o descaso a vida de muitos com os estigmas e estereótipos, hoje é necessária a quebra deste estigma e sabendo que este pensamento arcaico ainda ressalva a tarefa da educação na relação étnico racial é desafiadora para o educador e a instituição, pois está nas mãos à responsabilidade e o compromisso de formar essas crianças tendo a necessidade de ministrar em sala além do respeito, às diferenças de cor, posição social, econômica e evidenciando o amor pelos seres humanos que vive e convive numa mesma sociedade. Neste contexto, a educação está colocada como obrigação ética-político, que implica garantir a educação plena, quantidade é penhor de categoria social e, se não se tem número total atendida, não se pode pensar em satisfação. Percebemos que a igualdade não ocorre nos dias de hoje. Relata Muller (2014, p.17):
Hoje em dia temos estudos na área da educação que demonstram as condições desiguais que são oferecidas às crianças e jovens, infelizmente, acontecem cotidianamente situações hostis aos alunos negros nas escolas brasileiras. Essas condições atuam permanentemente para o agravamento das diferenças de desempenho escolar desse segmento.
Portanto, o professor pedagogo, por ser um dos primeiros a receber o educando precisa atender essa demanda existente, realizando formação continuada nas áreas afins e em tantos outros suportes no processo ensino-aprendizagem qualitativo que implique em atender a clientela que esteja sujeita à aprendizagem.
Para que isto realmente aconteça afirmar que é possível trabalhar a heterogeneidade nas escolas já nos primeiros anos de vida da criança, encarando as diferenças e inserida desde os anos primários na vida o seu desempenho terá uma base fortificada e consequentemente terá suporte nos anos posteriores no convívio social. A criança livre de qualquer tipo de preconceito inclui todos que tiver a sua volta ela não discrimina. A forma natural de convivência com os amigos ou colegas desde a infância fará com que ambas aprendam, o convívio não as fazem diferente, pois vão crescer e adquirir cada um seu modo de interpretar sobre o que pensa do outro.
No contexto a manifestação de novos paradigmas, de ampliação integral por onde é preciso conduzir o educando a uma concepção palpável que permita a sua inserção no mundo. Refletir esta demanda torna-se necessário e aconselha-se edificar uma nova afirmação de identidade de cada pessoa, no respeito pelas diferenças, e como diz Franco (1997; 37) “lidar com a pluralidade e o grande desafio que se apresenta do homem do futuro”.
A multiplicidade de visões sobre os artifícios do conhecimento fortalece a heterogeneidade e há respeito pelas diferenças. Rubens Alves (1996) “um espaço onde se serve as novas crianças, aperitivos do futuro em direção ao quais os nossos corpos se inclinam e os nossos sonhos voam”.
A composição de uma sociedade na coletividade é fundamental que a família a escola e educadores junto à gestão tenham autonomia e zelo nos assuntos que são relacionadas ao educando e sua formação. A família deve estar presente participando em todos os momentos da vida da criança, fazendo valer seus direitos e deveres no processo de constituir a sua identidade sendo ela também alicerçada dos direitos e deveres.
Ferreira (1999, p. 59), em relação à questão da internalização de valores, crenças e estereótipos em relação ao negro, afirma que:
Há uma fase na vida das pessoas afrodescendentes onde é muito comum absorverem e se submeterem a crenças e valores da cultura branca dominante, inclusive a noção sintetizada nas ideias do “branco serem certo” e o “negro ser errado”. Esta internalização de estereótipos negativos dos afrodescendentes é feita de maneira inconsciente.
Dessa forma, exclusivamente a afirmação da identidade não é capaz de superar o racismo, pois na verdade conservar-se múltiplas identidades que têm que ser respeitadas. Esta é a importância da negritude não é discriminar os brancos, mas se afirmar. Relata Munanga (2012) que:
O racismo é tão profundamente radicado no tecido social e na cultura de nossa sociedade que todo repensar da cidadania precisa incorporar os desafios sistemáticos à prática do racismo. Neste sentido, a discussão sobre os direitos sociais ou coletivos no sistema legal e por extensão no sistema escolar é importantíssima.
Ainda que existam indivíduos não negros entre os militantes, e contem com o apoio de intelectuais, permanece composto pela minoria discriminada. Por isso a solução proposta é o estímulo de uma conscientização, que reconheça a sociedade brasileira como racista. Não existe um racismo melhor que o outro, pois todos passam pela negação da humanidade do outro.
Com isso uma sociedade formada desta participação mutua deve revê questões que favorecem e são referentes às relações étnicos raciais com olhar mais profundos na intensão de reconhecer os fatos ocorridos como; abusos contra o ser humano, de forma que não continue a serem cometidos buscando combater essas ações em toda sociedade.
Capítulo II
Contextualizando a pesquisa
Processo histórico do local da pesquisa
A pesquisa foi direcionada a educadores da Escola Municipal Jose Luiz Candido que fica localizada na Rua João de Deus Ribeiro s/n, no Município de nova Bandeirantes-MT no distrito de Japuranã a 38 km de distancia de Nova bandeirantes. Iniciei minha pesquisa com o intuito de relatar como vem sendo trabalhado as relações étnico raciais na escola em que atuei como professora substituta por vários anos; e faço o relato das praticas pedagógicas desenvolvidas por professores que atuam na referida escola.
Quero enfatizar que nesta escola presenciei cenas de discriminações e preconceito. Meu grifo: “Um aluno olhou para o outro e começou chamá-lo de charuto, de baleia, além de bulyng visto que se tratava de um menino gordo e negro, este começou a chorar se sentindo constrangido chamei-os a secretaria onde os dois tiveram que se entenderem, mas será que o menino esqueceu as ofensas? A maneira como ele vai reagir toda vez que alguém rir dele ou fazer piadas, vai depender muito de aluno para aluno”.
A origem do nome do município de Nova Bandeirante é em virtude de que o colonizador ser oriundo de Bandeirantes Paraná, algumas cidades do Mato Grosso, como também Nova Bandeirantes tiveram início com projeto de colonização. A colonizadora Bandeirante Ltda. - COBAN iniciou a abertura da Rodovia MT- 208 trecho compreendido entre o Alto Paraíso a Nova Bandeirante. No dia 11 de agosto de 1982, nascia Novas Bandeirantes, quando foi dado o inicio a construção do escritório da COBAN. Neste mesmo ano foram assentados os primeiros comerciantes que abriram suas portas ao comercio local.
O passo inicial para a criação do Distrito de Nova Bandeirantes, foi na data de 13 de maio de 1985, quando a câmara Municipal de Alta Floresta-MT (Município mãe), reunida extraordinariamente em Nova Bandeirantes, aprovou o projeto de lei que deu origem a criação dos distritos de Nova Bandeirantes e Apiacás, durante a gestão do prefeito Municipal de Alta Floresta, o Sr. Edson Santos.
O distrito de Nova Bandeirantes foi elevado a categoria de município através da lei Estadual nº. 5.903 de 20 de dezembro de 1991; projeto de autoria dos Deputados estaduais João Teixeira e Osvaldo Paiva, durante a gestão do então governador Jaime Veríssimo Campos. Nova Bandeirante em sua primeira eleição, realizada no dia 03 de outubro de 1992, obteve 2.778 eleitores, onde foi eleito o primeiro Prefeito Municipal de Nova Bandeirantes/MT, Sebastião Moreira dos Santos, vulgo, Tião Matrinchã.
O Município esta localizado na mesorregião de Norte Mato-Grossense, a 980 km da capital, na microrregião de Alta Floresta, extremo norte do estado de Mato Grosso e entre o meridiano oeste 57,3º- 58,4º e entre o paralelo sul 9,0º- 10,3º. Tem uma altitude média de 210m do nível do mar. Estabelece divisa ao norte com o Município de Apiacás, ao sul com o Município de Juara, ao leste com o Município de Monte Verde e a oeste com os Municípios de Cotriguaçu e Juruena.
O clima predominante é tropical, caracterizado por temperaturas elevadas de grande umidade. As temperaturas elevadas ocorrem, sobretudo, na primavera e no verão, ficando a media anual de 26º centigrados. O período chuvoso compreende entre os meses de novembro a março e o período de estiagem de abril a outubro. A temperatura mínima registrada no município foi de 5,8C em julho de 1993.
É predominante a Floresta Hidrófila Perenifólia Hilhama Amazônica, seguido de clima que ocorre nas áreas mais úmidas da região Norte do País. Caracteriza-se pela heterogeneidade de espécies vegetais, pelo elevado porte de suas arvores (Altura de 30m) e pelo seu aspecto denso.
O Município possui uma área de 9.606,257 km², com 70% plana, 10% levemente elevada, 10% ondulada, 10% montanhoso.
Nossa economia é baseada principalmente na agricultura, pecuária e extrativismo florestal sustentável.
Devido ao modelo de colonização, e sua ampla maioria de nossas áreas são de pequenos e micros produtores, com cultivos como o café, arroz, milho, pupunha, cupuaçu, assai, guaraná dentre outros. Na pecuária, o município possui um dos maiores rebanhos da região ultrapassando 5.000 cabeças, sendo deste o maior percentual de gado de corte e o restante de gado leiteiro sendo criado por pequenos produtores fomentado assim a agricultura familiar. Sua população foi estimada, no ano de 2010 pelo IBGE, em 11.643 habitantes.
A Escola Municipal José Luiz Candido está localizada no Distrito Japuranã a 35 km do Município Sede. Sua história inicia em fevereiro de 1986, com o nome de Escola Japuranã, com o objetivo de ter um curso primário que preparasse os alunos para aprender conviver no meio social.
Devido o aumento da população, houve necessidade de prosseguir os estudos com níveis avançados. Com isto, no ano de 1990, a escola obteve autorização para funcionar de 1ª à 8ª série de forma gradativa. Nessa época buscou-se uma proposta pedagógica diferenciada que enfatizasse o letramento, ou seja, capacitar o aluno para a leitura e a escrita em todos os seus aspectos. Em 1993, a escola recebeu o nome de Escola Municipal José Luiz Candido, em homenagem a um dos habitantes de Japuranã que faleceu naquele mesmo ano.
Atualmente a escola está em funcionamento com 24 turmas, distribuídas em 06 turmas de Educação Infantil e 18 turmas do Ensino Fundamental de Nove Anos. O corpo discente é composto por 395 alunos que frequentam dois turnos nos seguintes horários: matutino de 07: 00 às 11: 00 e vespertino das 13: 00 às 17: 00. O corpo docente compõe-se de 23 professores, onde 96% são devidamente graduados e 4% cursando; 87% possuem especialização, 9% cursando e 4% não possuem.
Dentre o corpo docente (atuam do 1º ao 5º ano do ensino fundamental) que é composto por 08 professoras, onde as mesmas são graduadas em pedagogia.
Procedimentos metodológicos
Para a realização deste estudo optei pela pesquisa na abordagem qualitativa por considerar ser esta a mais adequada para compreender e entender os significados complexos tendo as a intencionalidade das falas, da vivência, valores, percepções, desejos, necessidades e atitudes dos professores.
Segundo Minayo (2001, p. 10):
A pesquisa qualitativa responde a questões muitos particulares. Ela trabalha com um universo de significados, motivos, aspirações, crenças valores e atitudes, que correspondem a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
Para coleta de dados utilizou-se Conforme Gil (2008. p37) o questionário pode ter perguntas abertas, fechadas e múltipla escolha. Em se tratando do que sentem, pensam, agem, e reagem diante a questão relacionada os entrevistados.
O questionário foi desenvolvido conforme no estudo da minha graduação onde pude perceber a necessidade de fazer minha pesquisa, percebi que os professores ficaram engajados a responderem as questões que tratavam de relações raciais. O questionário foi elaborado com 9 (nove) questões e aplicado a10 (dez) educadores que atuam na Escola Municipal José Luiz Candido, Distrito de Japuranã Município de Nova Bandeirantes, MT.
Após a análise dos dados houve a necessidade de uma melhor organização para facilitar o entendimento das informações, portanto, apresentam-se essas em forma de gráfico de pizzas. Vale lembrar ainda que os colaboradores foram identificados através das letras do alfabeto para preservação de suas identidades.
Capítulo III
O que dizem os professores
Neste capítulo apresento as analises dos dados coletados a partir de um questionário, o qual foi entregue aos professores que estão atuando no ensino fundamental, na escola Municipal José Luiz Candido que com suas percepções responderem o questionário. Sendo que os entrevistados participaram do curso da UAB, Relações Raciais, oferecido gratuitamente pela UFMT/ NEPRE, Colíder- MT. E ao serem questionados sobre: como as escolas do nosso sistema educacional podem se tornar espaços que realmente assumam ações afirmativas que valorizem a identidade? 50% dos educadores entrevistados concordam que a escola, ou seja, a instituição deve assumir seu papel que visa valorizar a identidade de todos, para os entrevistados, a atitude deve situar-se frente à problemática em pauta relações raciais.
Observe o gráfico referente à questão:
A - Admitindo seu dever.
B - Sendo responsável em cumprir seu exercício.
E - A instituição pode encaminhar tendo que trabalhar em uma junção em prol do combate à indiferença.
F - Fazendo seu papel para reverter à situação que ai esta.
H - Estar atenta às diversidades, reafirmar a identidade, é uma necessidade.
Dessa forma para desenvolver uma mutua troca em consonância à escola precisa ultrapassar barreiras imposta a sociedade no escopo de construir o quanto antes uma escola igualitária que atenda toda clientela.
Cabe à instituição a responsabilidade de assumir a questão que tem o compromisso no que refere ao admitir a identidade. Alexandre (2006 p.117) diz que: “A escola tem se omitido em algumas situações de discriminação explícita e, quando faz uma interferência, faz por iniciativa do professor como uma atividade momentânea, isolada.” a omissão da escola que transfere a ação educativa para a família revertendo para a família à responsabilidade social.
Os referidos entrevistados C, D, e I consideram responsabilidade de resolver as próprias pessoas assumindo-se e impondo sua identidade diante de eventuais acontecimentos:
C- A identidade pode ser mudada assumida, desde que o ser humano aguente as pressões psicológicas de serem (Eu sou pardo) todos ao redor vendo “o negro” que se esconde de si por não se assumir ficando a identidade fora da realidade.
D - Percebo que a instituição a escola anda a passos lentos e quanto ao valorizar a identidade e as pessoas quando respondem ao censo negam sua origem escondendo como afirma a escola ou educadores.
I - A identidade é uma forma de impor, a rótulos impostos pela mídia assumindo-se de forma objetiva não se escondendo da realidade (ser negro) (cabelo crespos)etc.
Assim, ao que se refere a identidade na percepção desses professores, tem-se uma negação do ser negro na fala do professor “C”, utilizando o termo pardo, não assumido de fato o que realmente é. O entrevistado “D” argumentou que a escola caminha devagar sobre o assunto discutido, frisou ainda que no censo as pessoas tendem a negar a sua cor/raça e questiona como fica a escola diante disso. Nesta perspectiva tem-se a presença de eufemismo, onde se usam de expressões consideradas menos “fortes” que possam de certa forma ajudar no processo de polidez do negro, muitas vezes a pessoa negra se assumem, mas o seu colega faz questão de eufemenizá-lo.
...é um eufemismo para não se referir pessoas como negras, pretas ou pardas, é a expressão perfeita dessa etiqueta das relações raciais. É comum pessoas se referirem a fulano, que é negro como aquele moreno„, ainda que fulano não tenha o menor problema em se declarar negro, preto ou pardo. É uma espécie de concessão polida para não depreciar„ o sujeito pela alusão ao que se entende como sua condição racial. KABEYA, APUD (OSÓRIO, 2003 P.17).
Para o entrevistado H, que a escola deve: “H - Estar atento às diversidades reafirmar a identidade é uma necessidade.”
O Brasil é formado por vários povos parte de sua população é descendente de Africanos, segundo IBGE 50% dos brasileiros são negros e pardos, negarem esta realidade é consistir em negligenciar não observando a diversidade existente no âmbito escolar. Neste contexto o melhor atendimento, a igualdade, o trabalho torna mais eficaz quando todos se respeitam e fazem seu trabalho visando uma sociedade mais justa.
Para o entrevistado G:
G - A perspectiva dos educandos é que a escola os eduque dentro dos parâmetros e leis, então o respeito a essa clientela é dever de todos da comunidade escolar sendo uma troca de aprendizagem para ambos.
Ao mencionar a troca de aprendizagem as mesmas pessoas que se interagem fazem toda a diferença, pois, é através da experiência e do desenvolvimento que ambos abarcam saberes nas áreas afins para coletivamente e individualmente preencher as expectativas esperadas.
Apesar desse fato incontestável de que somos, em virtude de nossa formação histórico-social, uma nação multirracial e pluriétnica, de notável diversidade cultural, a escola brasileira ainda não aprendeu a conviver com essa realidade e, por conseguinte, não sabe trabalhar com as crianças e jovens dos estratos sociais mais pobres, constituídos na sua maioria, de negros e mestiços. (PEREIRA apud FERNANDES, 2005, p. 379).
Quanto à escola propõe objetividade cogita na coletividade ela retoma caminhos que buscam alternativas, saídas para aspectos que intervêm no aprendizado dos alunos, também à frente de questões polêmicas, esta mais preparada para enfrentar quaisquer que seja no que referir a abusos e desrespeitos ao cidadão. Para isso afirma a autonomia independente de credo, cor, classe, etc, trará segurança e constância para se sustentar.
Na sequencia, foi questionado se a escola é objetiva em promover igualdade mediante a relação racial e obtivemos as seguintes informações.
Gráfico: 02
A - Sim, pois trata todos bem.
B - Sim, mas ainda precisa de melhorias.
C - Para a escola cabe ensinar, ler, escrever, e tudo esta relacionada a socialização entendo que, todos que representam a educação tem um papel de fundamental importância quanto as relações afinal somos a mistura de todas as raças.
F - A escola promove, mas, nem todos educadores tem interesse em explanar o assunto.
G- Sim, está sendo, a escola deve estar apta, em promover este objetivo e isso repercutirá melhores resultados no cotidiano.
J – Sim.
Nesta questão dos entrevistados 60% acredita que a escola é objetiva faz seu trabalho e reproduz igualdade, embora deva melhorar muito, pois, Alexandre (2006), no estudo sobre mecanismos interescolares discriminatório diz que esses são dentre outros os responsáveis pela exclusão do aluno.
A instituição escolar representa um microuniverso social que se caracteriza pela diversidade social e cultural e por, muitas vezes, reproduzir padrões de conduta que permeiam as relações sociais fora da escola. Desse modo as formas de se relacionar com o outro, na escola, refletem as práticas sociais, mais amplas. Podemos dizer que, ainda que valores como igualdade e solidariedade, respeito ao próximo e as diferenças estejam presentes no discurso da escola, outros mecanismos, talvez mais sutis, revelam que preconceitos e estereótipos também integram o cotidiano escolar. Alexandre apud (CANDAU, 2003, p.24).
Já para Alexandre (2006, p.20), “a avaliação, o conteúdo, o livro didático, a metodologia, o currículo, a prática pedagógica têm contribuído para as crianças negras terem um autoconceito negativo, o que acaba por interferir no seu desempenho escolar”. Os entrevistados também falaram das sequelas que o preconceito e a discriminação deixam nos alunos e que é na sala de aula que se deve mudar essa situação, pois o educador (a) precisa intervir, pois nem sempre a escola como um todo abraça o tema relação racial enquanto assunto a ser trabalhado dentro do ambiente educacional. Como se observa nos depoimentos:
D - Nem sempre se fala sobre ralações raciais e o preconceito ainda deixa sequelas entre os educandos que se sentem excluídos.
E-Deve ser e nas salas de aulas pode estar desenvolvendo a igualdade colaborando para obter índices de igualdade, pois, isso vai repercutir fora da sala de aula abrangendo a sociedade.
H - Temos como educador intervir trazendo a responsabilidade e a razão sobre relações raciais nem sempre a escola esta objetiva.
Segundo Hasenbalg (1978, apud Costa, 2005, p.32) [...] “a cabeça do professor funciona como a cabeça da maioria das pessoas da sociedade brasileira: ele é retransmissor e atualizador do preconceito e do racismo existentes na sociedade brasileira”.
I - Para a instituição o melhor seria que viesse de casa esta questão resolvida, mas, sabemos que o social envolve toda clientela e, no entanto este contexto deve ser objetivamente discutido e trabalhado.
Alexandre (2005 p. 117) diz que “ao culpar a família, isenta a escola (e os que dela fazem parte) da responsabilidade, no sentido, de uma educação que respeite as diferenças raciais”.
Teixeira (2013 p.8) salienta que, a presença europeia era no século XX uma ideia otimista pelos simpatizantes que combateria o crescimento da população negra, onde a hierarquia continuou por décadas as pessoas negras vivendo em condições precárias insuportáveis na época, uma forma de ter o povo preso a inferioridade sem condições de auto se afirmar.
Enquanto que Muller (2014) afirma que: “no Brasil ao longo de todo o século XX, as escolas de formação de professores, os livros didáticos, e os meios de comunicação (o radio, a televisão, a literatura etc) foram responsáveis por difundir uma imagem negativa das pessoas negras”. Por isso é preciso que a instituição, segundo os educadores colaboradores da pesquisa, deve buscar melhoras, uma vez que, se pessoas se sentem constrangidas, se educadores se calam não está havendo igualdade.
Para 30% dos entrevistados, o preconceito está enraizado no âmbito escolar, percebe-se isso nas informações colhidas através da seguinte pergunta:
Observando a sua volta o educador demonstra preconceito ou é colaborador em transmitir igualdade?
Gráfico 03
Ao ampliar a discussão difundida dentre educadores e escola confirma-se que privilegia a igualdade racial e por consequência os principais erros e acertos sobre as questões raciais que acata as diferenças, mas, admite que o aperfeiçoamento, ser efetivo na prática ofertada independente de cor, raça, credo, sexo, classe deve chegar ao aluno visa sempre proporcionar um ambiente que resolva as questões, conflitos e discussões que promove a igualdade.
Para 20% dos entrevistados se o educador tem preconceito ele repassara aos alunos e afirmam que realmente há educadores preconceituosos que se acham superiores devido à cor da pele. Segundo estudo feito por Santos (2006, apud Jones 1973 p.3), o preconceito: “é uma atitude negativa, com relação a um grupo ou pessoa, baseando-se num processo de comparação social em que o grupo do individuo é considerado como ponto positivo de referência”.
A - Depende se ele é racista, ele transmitira o negativo. J - Sim, observo que há professores preconceituosos.
B - O professor esta sempre aberto ao tema. Toda pessoa tem seus próprios pensamentos e sabemos que nem todos têm uma opinião que agrade, e às vezes um comentário sobre preconceito gera discussão e isso incomoda.
C - O empenho em trabalhar a igualdade deve mobilizar a todos não apenas alguns.
I - Seja qual for situação o educador deve ser colaborador vejo esforços por parte de meus colegas de trabalho.
D - Para muitos que tem a mente aberta a discussões é bem melhor de trabalhar no dia a dia e a facilidade em expressar em sala.
F - Será sempre questionada esta questão alguns colaboram, mas se pudessem não abriria esta tese.
E - O objetivo é repassar conhecimento e isso exige esforço de todos envolvidos e esta questão deveria ser mais focada no coletivo não só entre alguns educadores.
G - Do ponto de vista o educador precisa rever como trabalhar a infância e os conflitos existentes em sala.
H - toda ação educativa no âmbito escolar deve proporcionar melhorias e nem sempre o educador atende a estes requisitos.
Dessa forma a pesquisa mostra que 30% dos entrevistados observa que há esforços por parte dos educadores, mas, também há omissão, se o assunto é abordado nem todos participam coletivamente. É o que diz Petruccelli (2007, apud, Santos p.56). “os indivíduos buscam uma diversificação maior da cor na autoclassificação, na tentativa de driblar práticas de discriminação racial existentes em nosso país”.
O preconceito discutido e analisado pelos educadores demostra pela causa uma reflexão em diferente proporção visto que as opiniões deram a discussão uma duvidosa dimensão ao tema referido quando dizem entrevistados D, “para muitos”, F, “alguns colaboram”, E, “deveria ser”, G, “precisa rever” H, “deve e nem sempre” Há uma negativa na questão sendo o quadro que compõe a instituição no que para 50% o que observa é uma escola que ainda cultiva a desigualdade o preconceito disfarçando entre opiniões confusas. (Alexandre, p.94) “A postura dos professores tem sido a do silêncio. Ou por desconhecimento ou por não querer encarar essa problemática de frente e sem medos [...]” (SOUZA, 2006, p.2).
Neste plano de ideias para os educadores entrevistados 100% reconhecem que a restauração deve começar dar um novo animo para que efetivamente aconteça no processo uma evolução e defina novas expectativas que adéque resultados melhores que espontaneamente combata a situação de evasão e repetências obtidas na educação.
No gráfico segue as opiniões onde julgam que:
Ao seu olhar de educador a formação dos educadores deve ser aperfeiçoada para serem obtidos resultados melhores quanto à evasão da escolar desde o ensino fundamental?
Gráfico 04
A- Sim a melhoria na atuação das informações é positiva relacionando a resultados melhores quanto à evasão escolar isso ajudará com certeza.
B - Sempre é bom obter conhecimento para trabalhar esta temática sabendo das dificuldades no combate à evasão.
C - Devem sim, mas esta cobrança dever ser feita aos governos em colocar ações que vise combater as desigualdades sendo um processo de fundamental importância para sociedade descriminada.
D- Sim, ao obtermos mais conteúdos e recursos melhores para trabalhar é fundamental nas estratégias usadas na sala de aula.
E- O educador tem que buscar novas saídas e o empenho ajudara aperfeiçoar tais conhecimentos no que diz respeito da evasão.
F- O educador é uma peça fundamental nem sempre teve acesso ao aprimoramento, mas, hoje com a globalização não esta difícil aprofundar-se. G- HÁ tempos atrás teríamos dificuldades, mas hoje, em dia tornou acessível aprimorarmos e reverter este processo.
H - Nada vem fácil se almejamos obter sabedoria é preciso empenho e a ampliação das nossas capacidades se a busca por conhecimento é imprescindível para solidificar nosso trabalho como professor e fazermos com que alunos venham rever a importância da educação em suas vidas.
I - Sim, para que isso aconteça deve ser revistos a formação do educador até onde ele é conhecedor e ao analisar o social, observar cada caso que envolve a evasão do aluno se por discriminação por falta de interesse.
J- Sim, temos que mudar este quadro.
Para Valente (2005, p.65) o “investimento deve ser maior em professores sensíveis ao problema, haja vista que sua instrumentalização é mais rápida e a partir disso envolver os professores os mais renitentes”. Neste sentido, a autora defende que o “educador pode e deve ser reeducado”.
Nos últimos anos as discussões relevantes à temática racial, têm acrescido no Brasil modificações significativas que estão concluindo um intenso debate na sociedade em geral, e no meio acadêmico em particular, acerca da pertinência da adoção de políticas de ações afirmativas no combate ao preconceito racial em relação às relações raciais e evasão escolar nas escolas. Com isso fica clara a persistência Segundo Gomes (2009, p. 40):
Com avanços e limites, a Lei 10.639/03 e suas diretrizes curriculares possibilitaram uma inflexão na educação brasileira. Elas fazem parte de uma modalidade de política até então pouco adotada pelo Estado brasileiro e pelo próprio MEC. São políticas de ação afirmativa voltadas para a valorização da identidade, da memória e da cultura negras.
A gestão pública democrática e efetivamente inclusiva na questão das relações raciais deve levar a todos à promoção da igualdade étnico-racial no cotidiano das unidades escolares. Dessa forma Munanga (2000, apud Kabeya 2010, p.70) refere aos professores da seguinte forma: “Na maioria das vezes os professores não estão preparados para lidar com as diferenças e muitos deles se mostram predisposto a não esperar melhor resultado do estudante negro e pobre”. O bom andamento e sucesso escolar devem estar ligados à formação de seus professores e toda a equipe em conjunto a comunidade escolar com discussões e projetos bem elaborados, é possível combater o preconceito racial que existe sim, na escola. Está ligado ao professor diretamente o desempenho e desenvolvimento do conhecimento dos alunos sendo eles negros brancos e cidadãs. A escola tem como função primordial em fazer que o aluno possa ter conhecimento das varias culturas, crenças, valores, ou seja, capaz de entender e compreender o multipluralismo de ideias, as situações multiculturais existentes em nosso país o domínio de outras culturas de pensamentos diferentes do que o próprio.
O Plano de Diretrizes Curriculares da Lei 10.639/03 reconhece a importância de ser discutido em sala de aula, mas ainda é pouco difundido e discutido nas escolas entre professores e alunos. À medida que essa lei vai sendo apresentada aos educadores estará cada vez mais ampliando o conhecimento dos educandos que vão se apropriando desse pensamento através da racionalização dessas diferenças que os remete para uma compreensão do passado, presente e também uma reflexão do futuro.
Considerações finais
O presente trabalho através do estudo realizado avaliou as concepções de professores sobre Relações Raciais no Ensino Fundamental: O Que Pensam Os Professores da Escola Municipal José Luiz Candido – Município de Nova Bandeirantes/MT, na escola Municipal Jose Luiz Candido da rede municipal em Nova Bandeirantes/MT, reuniu dados que contribuiu para a efetivação de uma pesquisa onde se percebeu que nem todos os educadores estão preparados para desempenharem o papel de formadores de pessoas. Pois, na opinião de alguns ainda há os que demonstram conservadores de tais ideias preconceituosos e muitos se mostram aptos na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.
A escola deve observar seu currículo de forma a contribuir e que seja desconstruído o preconceito racial existente, reflexo que demonstra a importância da socialização, do conhecimento, do educador e aluno, educar as diferenças, que devem ser assumidas principalmente pelos governantes, gestores, professores e comunidade escolar desenvolvendo atitude profissional fundamentada no respeito, atitudes diante deste processo que caminha lentamente.
A observação visa reconhecer as multiplicidades construídas ao olhar pedagógico da heterogeneidade da cultura, de valores, de práticas, de aprendizagem, de gênero, de raça, vejo que os resultados obtidos neste estudo, faz reflexão sobre a coletividade dos educadores que relaciona com relações raciais. Os objetivos inicialmente propostos eram buscar observar o percurso que os educadores percorrem em sala de aula sua percepção diante do preconceito e como atuam no combate do memo. Nesse sentido, foi possível verificar as concepções da comunidade escolar estudada a respeito dos conceitos e impressões as relações raciais e averiguar que o conhecimento segue fragmentado no âmbito escolar e que a convivência com pessoas de culturas diferentes deve ser refletida de forma que resgate valores, direitos e deveres e que a postura do educador ao reconstruir seja indispensável adaptar e enfrentar as dificuldades e o potencial sinalizados por essa mesma comunidade escolar que precisa ser avaliadas com ações efetivas e positivas no cotidiano. Embora tenha que buscar novas pesquisas e fontes de conhecimentos para me aperfeiçoar nesta área, obtive conhecimentos que antes não constatava em meu currículo como pedagoga pouco experiente, aprendi muito, mas, tenho anseio de me aprender cada vez mais sobre relações étnico raciais.
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