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A UTILIZAÇÃO DA LITERATURA LOBATIANA NO ENSINO DA LITERATURA

 

Cristiane Lopes da Silva

Cristina Lopes da Silva

Crislaine Lopes da Silva

 

 

 

RESUMO

 

O presente trabalho apresenta como tema a Utilização das Obras de Monteiro Lobato no Ensino da Literatura. O trabalho objetiva colaborar na difusão da literatura brasileira a partir da obra de Monteiro Lobato como um meio pedagógico para a formação de novos leitores. O objetivo da pesquisa está em mostrar como são utilizadas as obras de Monteiro Lobato na educação de crianças. A pesquisa buscou fundamentação teórica nos seguintes autores: Zilberman (2005) Corsino (2009) Debus, (2011) Kishimoto (1993), O procedimento, metodológico do presente trabalho classifica-se como pesquisa bibliográfica e de levantamento de dados. Pesquisa bibliográfica porque, para a sua elaboração, foram utilizados livros, artigos científicos e documentos da internet. Conclui-se que a literatura lobatiana é uma ferramenta importante para despertar o interesse, criatividade, autonomia e criticidade da criança, bem como sua formação pessoal e social através da prática de leitura. O contato com o texto literário contribui na formação do leitor crítico e consciente, tendo em vista que o texto literário convida o leitor a participar da construção e reconstrução do conhecimento.

Palavras-chave: Literatura. Monteiro Lobato. Práticas Pedagógicas.

 

 

ABSTRACT

 

The present work presents as a theme the Use of the Works of Monteiro Lobato in the Teaching of Literature. The work aims to collaborate in the diffusion of Brazilian literature from the work of Monteiro Lobato as a pedagogical means for the formation of new readers. The objective of the research is to show how the works of Monteiro Lobato in the education of children are used. The research sought theoretical foundation in the following authors: Zilberman (2005) Corsino (2009) Debus, (2011) Kishimoto (1993), The methodological procedure of the present work is classified as bibliographic research and data collection. Bibliographical research because, for its elaboration, books, scientific articles and documents of the Internet were used. It is concluded that Lobatian literature is an important tool to awaken children's interest, creativity, autonomy and criticality, as well as their personal and social formation through reading practice. Contact with the literary text contributes to the formation of the critical and conscious reader, since the literary text invites the reader to participate in the construction and reconstruction of knowledge.

 

Keywords: Literature. Monteiro Lobato. Pedagogical practices.

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

A pesquisa tem como tema a Importância das Obras de Monteiro Lobato na Literatura Brasileira. Pretende-se verificar a utilização desse recurso na formação cognitiva da criança, favorecendo seu aprendizado. Na escola o momento de ouvir ou ler uma história deve representar um processo significativo, pois proporciona um momento mágico para ela, com um valor educativo sem igual.

As obras de Monteiro Lobato são consideradas um marco na história da literatura infantil brasileira devido a qualidade de suas histórias que é indiscutível ao considerar em as ideias veiculadas nelas.

O objeto de estudo está em descrever a Literatura Lobatiana como atividade que contribui no estímulo da criatividade e na elaboração do conhecimento, construindo um sentido real do texto em sala de aula, pois a leitura, além de fornecer conhecimento, fornece divertimento, orientação, informações, dentre outras necessidades.

Espera-se com esse trabalho que os pedagogos da Escola Municipal Laura Vicuña

O objetivo principal do trabalho é de afirmar que a Literatura Lobatiana é imprescindível na aprendizagem das crianças e que a mesma contribui no desenvolvimento cognitivo, físico e social e através da literatura formar futuros leitores.

 

DESENVOLVIMENTO

 

A Literatura Infantil através de fábulas ou narrativas na sociedade contemporânea é considerada por muitos como um meio para a prática da atividade educativa. O habito de contar historia é antigo, fazendo com que desse fato originasse a Literatura Infantil.

De acordo com a história a Literatura Infantil originou-se devido à adaptação de contos populares contados por pessoas comuns em rodas de história. Antigamente a infância era totalmente desconsiderada, não havia a preocupação em se incluir a leitura na família e na sociedade, e as crianças eram vistas como adultos e participavam na vida social do adulto, testemunhando guerras, vida e festas.

A história da literatura infantil está atrelada à história da própria concepção de infância e os primeiros livros para crianças foram produzidos somente no final do séc. XVII e durante o séc. XVIII, antes disso não se escrevia para crianças, pois não existia o que chamamos hoje de “infância”; as crianças e os adultos compartilhavam dos mesmos eventos sociais. Foi com o advento de uma nova classe social, a burguesia e a valorização de um modelo familiar burguês onde a criança ganha um enfoque de reprodução da classe, por isso um interesse maior na sua educação e na transmissão de valores burgueses. (BETTELHEIN, 2007, p.12)

 

A literatura infantil nasceu com o intuito de transmitir valores familiares através da valorização da vida doméstica, ao casamento e educação de herdeiros.

Zilberman (2005) descreve que o Livro dos Cinco Ensinamentos é considerado o livro mais antigo, datado do século V e VI a.C., escrito em sânscrito, e seu conteúdo era de ensinamentos religiosos e políticos, dirigido às crianças através de fábulas e narrativas. As fabulas foram escritas na Idade Media com objetivos de educar para a moral, política e religiosa, escritas em manuscritos, e podiam ser histórias romanceadas, contos de cavalaria, canções gesta e o bestiário (coleção de histórias sobre animais reais ou imaginários)

No século XVII, foram publicadas algumas obras como: Fábulas, deLa Fontaine, editada. Entre 1668 e 1694; As aventuras de Telêmaco, de Fénelon, editadas em 1717; e o mais conhecido de todos, Os Contos da Mamãe Ganso, de Charles Perrault, publicado em 1697. Comênio, educador tcheco, foi um dos primeiros estudiosos a creditar que a literatura infantil deveria divertir e ensinar e lançou, em 1658, o primeiro livro infantil ilustrado O Mundo em Quatro Quadros, no qual as ilustrações tinham papel fundamental. (ZILBERMAN, 2005, p. 13)

 

Mesmo negando a autoria de certos contos por temer ser ridicularizado pela Academia Francesa de Letras, da qual fazia parte, Charles Perrault é considerado o precursor da literatura infantil. Segundo Zilberman (2005)apesar de ter negado o gênero ao atribuir a autoria de Os Contos da Mamãe Gansa, (coletânea de vários contos como: A Bela AdormecidaO Barba AzulO Gato de Botas, As FadasChapeuzinho Vermelho, etc.)a seu filho, Charles Perrault é considerado o grande precursor da literatura infantil.

Em relação a Monteiro Lobato (1882-1948) denominado por muitos como o pai da literatura infantil brasileira. O titulo foi dado ao escritor devido ao fato de que antes de Lobato escrever suas obras infantis, as histórias lidas pelas crianças eram quase todas importadas da Europa e os contextos apresentados eram diferentes da realidade nacional. Outro fato era as traduções portuguesas, distantes da fala brasileira da época, o que dificultava a leitura das crianças. A criação da literatura infantil no Brasil não encantava os leitores porque havia a preocupação em transmitir ensinamentos. Sandroni (1987, p.43), descreve que “os objetivos moralizantes eram, à época, muito mais importantes do que os da literatura enquanto Arte: deflagrar a emoção, o sentimento estético, o prazer, a fruição”.

Lobato atento a este cenário e desejoso de uma literatura infantil que agradasse seus filhos, já escritor de livros para adultos, editor e jornalista, lançou o livro A Menina do Narizinho Arrebitado, primeiro livro para crianças com obra inaugural, de 1920.

Com a criação do Sitio do Pica-Pau Amarelo, Lobatotraz a imaginação as crianças através de uma linguagem coloquial, uma literatura em que o escritor convida a criança a sonhar, imaginar e ampliar suas experiências culturais, com seus conhecimentos sobre a realidade. Segundo Sandroni (1987, p.85) “Nas páginas da obra infantil lobatiana, a criança é livre para brincar, inventar, trocar ideias e tirar suas próprias conclusões a respeito dos mais variados temas e contextos”.

A concepção de infância na visão de Lobato é muito difere do que era vivida no tempo em que o autor viveu a infância em que a literatura infantil era de cunho moralizante, cuja função era a instrução dos leitores-crianças. Neste tipo de produção, a criança tinha pouca liberdade de expressão, pois deveria ser obediente aos preceitos pedagógicos da época.

Corsino (2009, p.03) descreve que “a Literatura e infância são dois conceitos construídos, portanto, variam conforme a época, o lugar, os grupos sociais e seus valores”.

Desse modo, a experiência com a leitura literária deve contribuir significativamente para a formação das crianças, pois as histórias podem proporcionar a troca de experiências, abrindo caminhos para ler a realidade. O ato de ler ou ouvir histórias deve ter por objetivo de estimular a imaginação possibilitando a construção e o diálogo com o real.

Desse modo Monteiro Lobato é considerado o pai da Literatura, por que suas narrativas criam caminhos de fantasia capazes de conduzir os leitores ao encontro com a aventura, liberdade de escolher, de pensar e de sentir. Outro fato está na questão em que o autor, inaugura na literatura infantil brasileira, uma nova forma de ver a infância e de escrever para ela. Seu texto se abre a fantasia e ao diálogo, apostando num leitor imaginativo, capaz de produzir significados a partir daquilo que lê, trocando ideias, resolvendo problemas, criando e recriando o universo a sua volta.

Com Lobato, os pequenos leitores adquirem consciência crítica e conhecimento sobre inúmeros problemas concretos do país e da humanidade em geral. […] Sem coleiras, pensando por si mesma, a criança vê, num mundo onde não há limites entre realidade e fantasia, que ela pode ser agente de transformação (SANDRONI, 1987, p. 53)

 

A concepção de infância presente na obra de Lobato e caracteriza no século XX como uma das grandes inovações para a literatura infantil brasileira. A obra lobatiana, no seu âmbito busca a formação de leitores e a difusão da leitura no Brasil.

Uma das estratégias de Lobato para formar leitores foi exemplificar, com suas personagens, que tipo de leitura ele considerava ideal para que o leitor aproveitasse o que há de melhor no ato de ler: envolvendo-se com as histórias, imaginando cenários e sonhos, viajando através das narrativas, modificando o percurso da própria vida a partir do texto, tornando-se melhor a cada novo livro (MARTINS, 2004, p. 13).

 

Devido a inclusão, por Lobato de inúmeras cenas de leitura em suas tramas, onde as personagens proporcionam conhecimentos sobre o mundo, através do debate que fazem fazendo com as ideias e vão constituindo-se como leitores. Na obra do Sitio, Dona Benta é a contadora e leitora de histórias, enquanto Pedrinho, Narizinho e Emília são leitores/ouvintes que divulgam e dialogam com a história, e elaborando sentidos para elas.

Uma grande preocupação de Lobato para que sua literatura chegasse ao maior número possível de leitores, foi desenvolver em seus textos uma linguagem que se despisse de enfeites estilísticos para dar lugar a uma forma mais direta de escrever, buscando o tom coloquial da oralidade. Diversos escritos do autor parecem revelar o segredo de seu fazer literário e que passa pelo tratamento dado à língua: Há duas línguas, a falada e a escrita. A falada é a grande coisa, pois que é meio de comunicação entre todas as criaturas humanas, afora as mudas. A língua escrita veio depois e é coisa restritíssima (LOBATO, 2009, p.57).

 

Nos textos escritos por Lobato há uma valorização da língua falada e a valorização das expressões regionais Debus, (2011, p.98) descreve que as expressões regionais aliados as formas populares de aumentativos e diminutivos, neologismos, onomatopeias, aliterações, criações de verbos, palavras estrangeiras abrasileiradas, entre outros recursos, além de aproximarem a linguagem escrita da oral, demonstram a criatividade inventiva e transgressora do escritor, capaz de explorar inúmeras possibilidades de uso da língua, e que marca sua produção literária para a infância.

Uma boa história nos conduz a viagens inimagináveis, de felicidade, de amor, etc. para a criança as histórias tem o poder de diverti-las e de estimular sua aprendizagem. Zilberman (2003) “a sala de aula é um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um importante setor para intercâmbio da cultura literária".

O contato da criança com o texto literário, deve proporcionar momentos de emoção e carinho. Esses textos devem alimentar a fantasia, mexendo com emoções e mostrando o mundo, a vida de uma forma lúdica. Essa vivência, com vários gêneros textuais, deve proporcionar a criança conhecimento e bagagem cultural.

A criança necessita um aporte para seu crescimento mental e moral. Assim ela necessita entender o que está acontecendo dentro dela [...] Para dominar os problemas psicológicos do crescimento, superar o turbilhão de emoções adjacentes a idade, obter um sentimento de individualidade e de autovalorização e um sentidoobrigação moral (BETTELHEIM, 2002, p. 8).

 

O lúdico, para a criança é fundamental para a expressão e permite a aprendizagem sobre pessoas e coisas do mundo. Os contos de fadas fazem com que o lúdico, o imaginário deixem de ser vistos como sonho, pois a vida se torna mais leve.

Segundo Kishimoto (1993, p. 35), “as histórias oferecem prazer e emoções às crianças está subentendido nas tramas e personagens, vai agir em seu inconsciente, agindo pouco a pouco para ajudar a resolver os conflitos interiores normais nessa fase da vida”.

Percebe-se no presente estudo que através da Literatura Lobatiana os educadores poderão trabalhar o gosto da leitura em sala de aula, sendo uma ferramenta importante, pois proporciona a criança viajar no mundo oferecido pela história, proporcionando a expressão dos sentimentos e pensamentos enriquecendo o trabalho do educador e despertando a curiosidade da criança.

Acredita-se que o oferecimento de atividades que envolvam leitura aos alunos, oportunizará um meio de socialização para as crianças. A leitura é uma atividade que pode ser desenvolvida em todo o espaço escolar, desde a sala de aula, biblioteca, brinquedoteca, pátio, etc, e, no entanto deve ser uma atividade prazerosa, capaz de criar, trazer conhecimentos, promovendo uma nova visão do mundo. A criatividade, a imaginação deve criar possibilidades de aprendizagem, enriquecendo o mundo do faz de conta da criança.

Oliveira (1997, p.68) destaca que “[...] ao ler, o leitor trabalha produzindo significações e nesse trabalho que ele se constrói leitor. Suas leituras prévias, suas histórias como leitor, estão presentes como condição de seu trabalho de leitura e esse trabalho o constitui como leitor e assim sucessivamente”

O hábito da leitura nas escolas deve promover a criatividade e a promover alternativas que envolvam questões reais e cotidianas. A visão de mundo, o conhecimento de culturas, situações e ideias diferentes, deve auxiliar no combate ao preconceito, abrindo a mente do aluno para o diferente.

Por desenvolver as áreas afetivas e intelectuais, a leitura de textos literários, na fase de alfabetização, oferece às crianças a oportunidade de se apoderarem da linguagem, uma vez que a expressão do imaginário as liberta das angústias próprias do crescimento e lhes proporciona meios para compreender o real e atuar criativa e criticamente sobre ele. (ASSMANN, 2001, p. 83)

 

Os educadores da Educação Infantil em sua prática devem utilizara leitura para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. E a A literatura infantil possui diversas variedades em histórias, ajudando a criança em seu processo de desenvolvimento, estimulando-a pensar e resolver problemas. O trabalho aproveitando a literatura infantil com as crianças, deve promover o conhecimento, pois fornece informações que serão utilizadas utilizando no seu aprendizado e no seu dia a dia.

A intenção de fazer com que as crianças, desde cedo, apreciem o momento de sentar para ouvir histórias exige que o professor, como leitor, preocupe-se em lê-la com interesse, criando um ambiente agradável e convidativo á escuta atenta, mobilizando a expectativa das crianças, permitindo que elas olhem o texto e as ilustrações enquanto a história é lida. (ASSMANN, 2001, p. 85)

 

A escola torna-se fundamental na formação do leitor, pois ela fornece o aprendizado da leitura. As atividades literárias no contexto educacional são muito importantes para o bom desempenho da criança. A Literatura Infantil com fins pedagógicos tem como função apresentar conceitos e abrir possibilidades de novas ideias. A literatura em sala de aula deve servir como forma de criar prazer e gosto pela leitura.

A utilização de textos de diversas naturezas no incentivo à leitura de tem ter por objetivo melhorar a qualidade de ensino nas Escolas. Assim a organização de atividades que incentivam a leitura é necessária, pois proporcionará aos educadores meios para que os alunos adquiram o habito de ler. Uma rotina de leitura serve para orientar as ações dos professores colaborando para a organização de ações adequados as atividades do cotidiano.

O Ministério da Educação (2007) apresenta algumas capacidades essenciais à compreensão dos textos lidos:

a) Desenvolver atitudes e disposições favoráveis à leitura: após a leitura, o leitor determina suas escolhas, servindo de contraponto para outras leituras. O adulto deve ser seu modelo de leitura.

b) Desenvolver capacidades de decifração:

Saber decodificar palavras: identificar relações entre grafemas e fonemas.

Saber ler reconhecendo globalmente as palavras: favorece uma leitura rápida e permite que o leitor não se detenha em fragmentos como “sons” e nomes de letras.

c) Desenvolver fluência em leitura.

Compreende textos:

Identificar finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto proporcionar a familiaridade com gêneros textuais diversos.

Antecipar conteúdos de textos: antecipação de conteúdo com elaboração de hipóteses.

Levantar e confirmar hipóteses do texto: prever o que o texto vai dizer e verificar se as previsões se confirmam.

Buscar pistas textuais, intertextuais para ler nas entrelinhas buscar pistas auxiliares para fazer uma leitura expressiva e completa do texto.

Compreensão global do texto: produzir uma visão global do texto, identificando o assunto. (MEC, 2007, p.84)

 

Acredita-se que as atividades de leitura devem ser realizadas diariamente, pois a mesma tem por objetivo orientar a criança no espaço/tempo. Desse modo se faz necessário que o professor trace objetivos de leitura, pois os alunos precisam saber os motivos que o levaram a ler determinado texto.

De acordo com Solé (2008) existem inúmeros objetivos em diferentes situações e momentos de ler: a) Obter uma informação precisa; b) Seguir instruções; c) Obter uma informação de caráter geral; d) Aprender; e) Para revisar um escrito próprio. f) Por prazer; g) Comunicar um texto a um auditório; h) Praticar a leitura em voz alta; i) Verificar o que se compreendeu.

São inúmeros os benefícios do incentivo à leitura: desenvolvimento de um o vocabulário amplo, aumento do repertório de palavras, contribui para escrever melhor, trabalha a criatividade, a imaginação e a reflexão. A leitura é importantíssima para o desenvolvimento de todos como seres sociais e críticos. O hábito de ler é a base para que o aluno desenvolva idéias, para que consiga interpretar um texto. Dessa forma, o mesmo se torna mais ativo, crítico e inserido na sociedade. A leitura cria consciência do mundo, percebe outros caminhos e novas realidades. O aluno compreende que existem outras culturas, que devem ser respeitadas. A leitura proporciona a mudança em que está lendo.( COSCARELLI, 2013,p.95)

 

A literatura neste contexto constitui uma modalidade distinta de leitura, que proporciona liberdade e prazer ilimitados, sendo um importante instrumento que oferece conhecimento. O encaminhamento de atividades de leitura deve ser reflexivo, visando os materiais e procedimentos adequados para essa orientação. Dessa forma a leitura passa a ter uma significação no processo de ensino-aprendizagem, despertando nos alunos o interesse e o prazer em ler e consequentemente se prazerosa, terão aprendizagens significativas.

Ao professor cabe o papel de mediador entre a criança e a obra literária, por isso ele precisa conhecer as obras infantis, selecionar os livros adequados a idade dos alunos, bem como vivenciar o momento mágico e imaginário proporcionado pela literatura.

Girardello (2006, p. 133) enfatiza que “o primeiro fator de uma narração bem-sucedida é o gosto pessoal do narrador, sua certeza de que a história merece ser ouvida, oferecendo à criança o prazer de ouvir uma história contada com prazer”.Algumas das práticas de A contação de histórias são através de fantoches, máscaras, mural, dramatizações, que proporcionarão aos educandos o contato diário com o texto literário. O desafio da escola em favorecer o gosto pela literatura está em garantir uma literatura significativa para as crianças.

A utilização da literatura infantil emsala de aula cria condições para que a criança trabalhe com a história a partir de seu ponto de vista, trocando opiniões sobre ela, assumindo posições frente aos fatos narrados, defendendo atitudes e personagens, criando novas situações através das quais as próprias crianças vão construindo uma nova história e identidade. Uma história que retratará alguma vivência da criança, ou seja, sua própria história.

 

 

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A partir deste breve estudo, verificamos que a literatura em sala de aula busca envolver a criança com a prática da leitura literária. Desta forma, ler, contar e ouvir histórias criam no espaço escolar inúmeras possibilidades a serem trabalhadas com as crianças.

Pode-se observar ao termino do estudo a importância da literatura infantil como ferramenta para despertar na criança o hábito de ouvir histórias, pois é nesta fase que se tornam prováveis leitores. Acredita-se que o auxilio da literatura em sala de aula no processo servirá como meio para o acompanhamento do desenvolvimento dos alunos para verificar seus avanços e suas dificuldades para que se possa intervir da melhor maneira possível.

Observou-se no decorrer da pesquisa que a literatura infantil se apresenta como uma opção pedagógica que facilita e amplia o processo de ensino e aprendizagem da criança, pois contribui na constituição do leitor, desempenhando múltiplos papéis na construção do conhecimento que acontece a partir das leituras dos textos literários.

Acredita-se que trabalhar as obras de Monteiro Lobato em sala de aula é de suma importância, pois contribui para o desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva, possibilitando uma comparação entre os comportamentos sociais em diferentes momentos do tempo, e alertando os leitores sobre os problemas reais.

 

 

REFERÊNCIAS

 

ASSMANN, Juracy Saraiva. Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed, 2001.

 

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. 22 ed. Paz e terra, 2007.

 

COSCARELLI, Carla Viana. Leituras sobre a leitura: passos e espaços na sala de aula. Belo Horizonte: Vereda, 2013.

 

CORSINO, Patrícia. Infância, linguagem e escola: das políticas de livro e leitura ao letramento literário de crianças de escolas fluminenses. Projeto de Pesquisa. Rio de Janeiro, UFRJ, LEDUC. 2009.

 

DEBUS, Eliane Santana Dias. Monteiro Lobato e o leitor, esse conhecido. Santa Catarina: Editora Univali, 2011.

 

GIRARDELLO, Gilka (Org.). Baús e chaves da narração de histórias. 3. ed. Florianópolis: SESC/SC, 2006.

 

LOBATO, Monteiro. Prefácios e entrevistas. São Paulo: Editora, Globo, 2009.

 

MARTINS, Socorro Edite Oliveira Acioli. De Emília a Dona Quixotinha. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004.

 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Pró letramento: alfabetização e linguagem. Brasília: [s.n.], 2008.

 

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e desenvolvimento: Um processo sócio histórico. São Paulo, Scipione: 1997.

 

SANDRONI, Laura. De Lobato a Bojunga: as reinações renovadas. Rio de Janeiro: Agir, 1987.

 

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

 

ZILBERMAN, Regina. Como e por que ler a Literatura Infantil Brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.