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A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO

 

Vanderléia Ramos Pereira Leles1

Miracy Santana de Jesus

Rosenilda Cruz dos Santos de Freitas

Sirlene Gonçalves Queiros Silva

 

RESUMO

 

 

A prática da leitura e a produção textual estão sendo pouco desenvolvido entre os educandos, o que favorece para uma produção textual de baixa qualidade. Este artigo tem como objetivo descrever a importância de se estimular o ler e escrever no ambiente escolar como forma de incentivo para que as crianças tomem gosto pela leitura e a escrita. Os teóricos estudados são Antunes (2003), Britto (2003), Chiappini (2001). Geraldi (2006), Koch (2003), Oliveira (2002).Concluiu-se que através da prática da leitura o educando se tornará conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. A necessidade de novas práticas educativas deve ter por objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e aprofundaram seus conhecimentos.

 

PALAVRAS-CHAVE: Escrita. Leitura. Práticas Educativas.

 

Introdução

 

A leitura e a produção textual têm ocupado espaço considerável na educação. Entretanto o fracasso escolar aparece hoje entre um dos problemas de maior ênfase no sistema educacional, provavelmente, pelo fato dos professores se depararem com alunos que apresentam dificuldades em aprender os conteúdos propostos no contexto escolar.

Na maioria das vezes os professores apresentam dificuldades ao orientar e estimular seus alunos a lerem e a produzirem textos, a maior dificuldade está no processo da leitura e da escrita, que por sua vez, levam os alunos a escrevem textos incoerentes e totalmente superficiais. Podemos perceber que através da prática da leitura o educando se torna maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita.

Portanto Chiappini (2001, p. 22) nos mostra que “ao promover a interação entre os indivíduos, a leitura compreendida não só como leitura da palavra, mas também como leitura do mundo, deve ser atividade constitutiva de sujeitos capazes de interagir com o mundo e nele atuar como cidadãos”. Podemos entender que a leitura deve ser compreendida não somente como leitura da palavra, mas uma leitura que seja capaz de interagir com o mundo do leitor.

A necessidade de fazer da leitura e da produção textual são meios para levar nossos alunos a melhor compreensão dos processos de democratização, pois as práticas de leitura e produção textual estão se tornando defasadas nas nossas escolas, a maioria dos educandos não gostam de ler, e veem a leitura de um texto ou de um livro, como algo desagradável, isso acontece porque geralmente a escola e os professores não levam em consideração o cotidiano extraescolar do aluno, poucos são os alunos que têm familiaridade com o assunto, mesmo na atualidade, escrever bem ainda é cobrado de forma muito tímida nas escolas o resultado acaba aparecendo muitas das vezes nos vestibulares, onde a produção de texto (redação) é cada vez mais importante.

Segundo Geraldi (2006, p. 120) nos mostra que “na situação escolar o aluno é obrigado a escrever dentro de certos padrões previamente estipulados e, além disso, seu texto será julgado. Consciente disso, o estudante procurará escrever a partir do que acredita que o professor gostará”. Tais afirmações mostram que o aluno, na maioria das vezes, não tem oportunidade de escolha, a escola não oferece liberdade ao aluno para poder escrever o que este deseja, e nem ao menos trabalha com as variações linguísticas. A leitura e a escrita são elementos de comunicação de grande importância ao desenvolvimento intelectual dos seres humanos e a capacidade escritora em especial de cada um vai depender muito do ambiente.

Estar sempre em contato com bons livros e cultivar a leitura de forma abrangente e relevante certamente contribuirão para o aumento da capacidade verbal, memorativa e imaginativa. Os estímulos de ler e escrever deve aparecer de uma forma mais especial na educação infantil, pois é nesse ambiente que as crianças geralmente tomam gosto pela leitura e a escrita.

Considerando essa situação, o presente estudo tem como objetivo principal buscar a caracterização das dificuldades de aprendizagem relacionadas à leitura e à escrita e identificar procedimentos pedagógicos para lidar com alunos que apresentam tais dificuldades.

A escolha de nossa pesquisa não se deu de forma incerta, pois durante algumas experiências que passamos em sala de aula observamos que muitos alunos sentem dificuldades para aprender. Acreditamos na necessidade de tentarmos desvendar esse grande labirinto que é a dificuldade que os alunos apresentam no processo de apropriação da leitura e escrita.

O texto final foi fundamentado nas ideias e concepções de autores como: Antunes (2003), Britto (2003), Chiappini (2001). Geraldi (2006), Koch (2003), Oliveira (2002).

 

Desenvolvimento

 

A leitura é imprescindível para a ampliação de conhecimentos, desperta o prazer, desenvolve o lúdico e o imaginário, desenvolve a concentração a paciência e o raciocínio. Acreditamos que a pratica da leitura seja o principal fator para que os alunos, de qualquer idade, possam ser capazes de produzir texto de qualidadea fim de obtermos uma melhor compreensão sobre a importância da leitura e, consequentemente, sobre as produções textuais, faz-se necessário compreendermos e analisarmos algumas concepções de leitura.

Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. (LAJOLO apud GERALDI, 2003, p. 59).

A grande questão que se coloca é que a escola e os professores/educadores são os maiores responsáveis por incentivar os alunos a se tornarem leitores ativos. No entanto, como afirma Oliveira (2002, p. 28), “o que é considerado matéria de leitura, na escola, está longe de propiciar aprendizado tão vivo e duradouro (seja de que espécie for, não é de admirar, pois, a preferência pela leitura de coisas bem diferentes daquelas impostas na sala de aula”.

Um dos questionamentos frequentemente discutido é de como os alunos sentirão prazer em escrever se sempre escrevem sobre as mesmas coisas. Não há uma diversidade nas produções textuais determinadas pelos professores, nem ao menos uma relação dos temas propostos com as experiências, conhecimento de mundo e o dia-a-dia dos alunos. Estes, muitas vezes, não apreciam a escrita. De acordo com Geraldi (2006, p. 65) “a produção de textos na escola foge totalmente ao sentido de uso da língua: os alunos escrevem para o professor (único leitor quando lê os textos)”.

Os alunos enfrentam dificuldades, pois a escola não trabalha o conhecimento que o aluno traz para a sala de aula, esse conhecimento este que poderia ser transformado em aulas de produção textual, sendo utilizado, assim, o trabalho com os gêneros textuais e com as variações linguísticas.

A produção textual é uma atividade verbal com fins sociais e, por isso, sua atividade extrapola os limites de uma sala de aula, pois o objetivo deve ser inseri-la em contextos mais amplos e complexos. Escrever um texto não um dom ao qual o mero apela a criatividade é suficiente para fazê-lo brotar das pessoas, A escrita de um texto é uma atividade consciente, criativa sim, mas que necessita do desenvolvimento de estratégias concretas de ação para se chegar a um objetivo .

De acordo com Koch (2003, p.26) “Assim é uma atividade intencional que o falante, de conformidade com as condições sob as quais o texto é produzido, empreende tentando dar a entender seus propósitos ao destinatário através da manifestação verbal”. Por isso deve-se evitar a prática de uma escrita improvisada, sem planejamento, sem função, exercitando uma linguagem que não diz nada.

A explicação das condições de produção textual forma a base a partir da qual podem e devem ser trabalhada se ensinadas na escola às diferentes etapas de processo de produção, tais com o planejamento global do texto e as atividades de avaliação, revisão e reformulação, ao planejar seu texto, (CHIAPPINI, 2008, p.98),

 

Koch (2003) descreve o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, em relação aos conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma noticia, dentre outros gêneros possíveis, como objeto de ensino, requer um percurso pedagógico distinto, pois mais do que levar o aluno a compreender os aspectos formais que organizam os diferentes gêneros textuais, é fundamental levá-lo a refletir sobre as praticas sociais em que os gêneros se inserem e os discursos e temas que neles circulam.

Para produzir textos de qualidade, os alunos têm de saber o que querem dizer, para quem escrevem e qual é o gênero que melhor exprime essas ideias. Ler muito e revisar continuamente, para que a produção textual seja eficaz, se faz necessário que o produtor esteja em contato com textos coesos e coerentes.

Outro cuidado que precisa ser levado em consideração na atividade de produção textual é quanto ao assunto que se deseja ver elaborado, que deve estar em sintonia com a prática social focalizada, com o gênero textual estudado e com a faixa etária do aluno. sabemos que, o grande insucesso que a escola tem enfrentado com relação a produção de textos. Por isso, devemos nos importar discutir, refletir para encontrar os problemas e suas soluções. (CHIAPPINI, 2008, p.98),

 

Podemos observar que a leitura é um importante veículo para um melhor desenvolvimento da escrita, portanto estando em proximidade com textos bem redigidos, o aluno começará a assimilar os componentes que planejar seu texto, o autor organiza o que deve ser priorizado e o que deve ser deixado de lado, mobilizando para tanto seus conhecimentos de gênero textual, sobre o tema e sobre as demais condições de produção, esse planejamento pode mudar no decorrer da escritura, o que envolve ações de revisão e escrita, tendo em vista os propósitos comunicativos pretendidos, o professor também precisa ter clareza de que tomar um conto, um bilhete, uma noticia, dentre outros gêneros possíveis comunicação, independentemente de sua extensão, para ser coerente é necessário que tenha sentido. Portanto, a coerência se estabelece numa situação comunicativa e é responsável pelo sentido que o texto deve ter quando partilhado pelos interlocutores.

Percebemos, assim, que os mecanismos de coesão textual são os elementos linguísticos responsáveis pela estruturação da sequência superficial do texto, enquanto que a coerência é a harmonia de sentido do texto, de modo que não haja nada ilógico, contraditório, desconexo. E, assim, torna-se de extrema importância que o aluno conheça estes mecanismos para que sua produção seja compreendida pelos outros leitores é sempre importante na hora de produzir um texto se colocar no papel do leitor, imaginar que aquele texto vai estar em uma revista em um jornal ou livro, assim terá uma visão critica a respeito de si mesmo enquanto escritor. (CHIAPPINI, 2008, p.98),

 

Ao ler um texto coeso, o educando poderá aos poucos assimilar o sentido da existência dos termos linguísticos significativos na construção da textualidade, e estar atento à estrutura do texto. É necessário, ainda, que o docente propicie momentos de leitura e, simultaneamente, mostre aos alunos os elos conectivos presentes em um texto e a sua importância na produção de significados e o quanto é imprescindível ser coeso e coerente nas suas produções.

Podemos observar que a leitura é um processo cognitivo, histórico, cultural, e social de produção de sentidos, isso significa dizer: o leitor um sujeito que atua socialmente, construindo experiências e historias compreende o que esta escrito a partir das relações que estabelece entre as informações de texto e seus conhecimentos de mundo, o leitor é sujeito ativo do processo. Na leitura, não age apenas decodificando, isto é, juntando letras, silabas, palavras, frases, por que ler é muito mais do que apenas decodificar, ler é atribuir sentidos e ao compreender como um todo coerente, o leitor pode ser capaz de refletir sobre ele, de criticá-lo, de saber como usá-lo em sua vida.

Para podermos falar sobre leitura a partir de uma visão sociocognitiva interacional da linguagem, é importante situar historicamente o desenvolvimento dos estudos sobre textos no Brasil, pois é por meio dessa evolução que podemos compreender as bases atuais do ensino da leitura nas escolas. Paulo Freire, brilhante pensador da educação brasileira, já dizia: “a leitura do mundo procede sempre à leitura desta implícita a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 1993, p. 20).

 

Entretanto a leitura tem demonstrado ser uma complexa tarefa no contexto escolar, em primeiro lugar ler não é exclusivamente das aulas de língua portuguesa, nem precisa explicar essa questão, pois os textos circulam em todos os ambientes, dentro e fora da escola.

Há muito tempo se observam, nos órgãos de comunicação e no próprio discurso dos educadores, constantes campanhas da valorização da leitura, elas são extremamente importantes, mas correm o risco de tornar a leitura um “ato redentor capaz de salvar o individuo da miséria e da ignorância” (BRITTO, 2003,p.95).

 

Não se pode levar essa mistificação da leitura para a sala de aula, pois ela não é real. A leitura não é algo sagrado que provoca a redenção da humanidade, já que se constitui historicamente como uma ação cultural entre sujeitos. Por isso mesmo constitui um valor que se articula entre valores e saberes sociais, como afirma Chiappini, (2008, p.98) “ao ler um texto, o leitor mobiliza dois tipos de informações: aquelas que se constituíram em sua experiência de vida e aquelas que lhes fornece o autor em seu próprio texto’’”.

O processo de ler é, assim, eminentemente ativo. Logo, o professor deve auxiliar o aluno a tornar-se um investigador diante do texto, valorizando o conhecimento do aluno, auxiliando-o na tarefa de exame e reelaboração do dado frente ao novo através da manipulação cognitiva que caracteriza sua subjetividade.

A leitura pode ser considerada, a atividade fundamental desenvolvida pela escola, para a formação do aluno, a leitura e escrita são praticas que se complementa, se relacionam e, vão se transformando mutuamente no processo de letramento, o principio básico para a formação de leitores é oportunizar o contato dos alunos com diferentes tipos de textos, nesse processo: a escrita transforma a fala e a fala influência a escrita, são praticas que permitem ao aluno construir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros sobre os procedimentos mais adequados para lê-los e também escrevê-los, o aluno deve aprender a ler lendo, compreendendo, a natureza e o funcionamento do sistema alfabético e também o valor social do texto em uma pratica ampla de leitura, a escola precisa oportunizar ao aluno acesso a materiais escritos diversificados e que são utilizados fora da escola. (BRITTO, 2003, p.95).

 

A leitura é, pois, uma decifração e uma decodificação, o leitor deverá em primeiro lugar decifrar a escrita, depois entender a linguagem encontrada, em seguida decodificar todas as implicações que o texto oferece, pois a leitura sem decifração simplesmente não funciona.

Conclusão

 

Pode-se Observar, que a presença de atividades que envolvem leitura e escrita são estimuladas pelos educadores, a escola proporciona vastas possibilidades para o constante desenvolvimento dos aspectos cognitivos e psicomotores da criança e os efeitos de sua utilização podem ser observados a médio e em longo prazo, visto que a socialização e interação dela com os outros se revela como fator importante do desenvolvimento. A maioria dos professores acredita na utilização da leitura e escrita no processo de aprendizagem dos estudantes.

Tendo em vista que o trabalho com a leitura e escrita é uma fonte riquíssima que abre infinitas possibilidades para as crianças compreendem o que acontece a sua volta é necessário que os professores busquem metodologias para que se consiga trabalhar a mesma de forma convidativa e prazerosa.

Espera-se com este estudo que os educadores percebam a importância da leitura e escrita e como ela desperta o interesse e a atenção da criança, desenvolvendo nela, dentre outros fatores, a criatividade, a percepção de diferentes resoluções de problemas, autonomia e criticidade, que são elementos importantes para a formação pessoal e social do ser humano.

Ao final do trabalho pode-se observar que através da prática da leitura o educando se tornará maior conhecedor de novas palavras e estruturas gramaticais, aperfeiçoando a sua escrita. A necessidade de novas práticas educativas deve ter por objetivo melhorar a aprendizagem dos alunos e aprofundaram seus conhecimentos.

O conhecimento da leitura no mundo contemporâneo é fundamental e possibilita que tenhamos uma maior reflexão no exercício da cidadania, para buscar por uma oportunidade de trabalho e para interagir com maior clareza no meio social e profissional. A partir da aprendizagem do que o mundo letrado é capaz de oferecer, entramos em completa intimidade com o texto, com as palavras, e estabelecemos múltiplos sentidos e significados para a nossa vida.

Sugere-se que, haja nas escolas constantes planejamento, em relação ao processo de ensino e a aprendizagem da língua escrita e oral através de um trabalho coletivo de todos os professores, pois não bastam somente projetos de leitura isolados, ou mesmo a prática dos professores de Língua Portuguesa, é preciso uma mobilização de todos os professores envolvidos em um projeto coletivo maior, um projeto institucional.

 

REFERÊNCIAS

 

 

ANTUNES, I. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

 

BRASIL Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa, vol. 2 – Brasília, 1997.

 

BRITTO ,L.P.L. Contra o consenso: cultura, educação e participação. Campinas, SP: Mercado das letras, 2003.

 

CHIAPPINI, Ligia (Coord.). Aprender e ensinar com texto. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2001.

 

GERALDI, Wanderley. O texto na sala de aula. São Paulo: Ática, 2006.

 

KOCH, I. G.V. Desvendando os segredos do texto. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2003.

 

OLIVEIRA, M. K. E o processo de formação de conceitos. La Taille, Yves de.; Oliveira, Marta Khol de.; Dantas, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 2002.