Autonomia na organização diária
Silvia Cassia da Costa[1]
Juliana Macedo da Silva[2]
Mariely Iracema Ribeiro Queiroz[3]
Rosiane Artiaga[4]
Justificativa
A construção da Autonomia na organização diária dos estudantes PAEE refere-se à participação ativa dos alunos na construção do próprio conhecimento, para se tornarem protagonistas do seu projeto de vida.
Quando falamos de autonomia no aprendizado, fazemos referência ao aluno ser a parte importante da aquisição do conhecimento e participar ativamente disso. A BNCC cita a autonomia tanto na construção de conhecimento, quanto para que seja possível formar um adulto pronto para tomar decisões. A autonomia também é fundamental para uma formação integral, que é outro compromisso da BNCC, pois somente o acúmulo de informações não oferece as habilidades essenciais para o aluno atuar na sociedade, como: Reconhecer-se em seus contextos históricos e culturais. Comunicar-se de forma assertiva. Ser criativo.
O Plano de Atendimento Educacional Especializado - PAEE objetiva a elaboração de uma intervenção pedagógica pelo Professor Especializado - AEE, a fim de identificar barreiras, elencar as atividades necessárias ao desenvolvimento de habilidades e potencialidades dos estudantes, bem como orientar as ações escolares da unidade escolar.
Os alunos PAEE do Ensino Fundamental II, período vespertino, da Escola Ana Maria das G. de S. Noronha, são alunos que se encontram em uma fase de transição da pré-adolescência para a adolescência e encontram algumas dificuldades em gerenciar questões inerentes ao exercício da sua autonomia.
A adolescência é uma fase do desenvolvimento na qual os cuidados com a higiene, por exemplo, necessitam de atenção especial. Além disso, a pandemia da covid-19 colocou em evidência a importância de hábitos higiênicos, como a lavagem das mãos, para prevenir e evitar a disseminação de doenças.
Os cuidados básicos com a saúde – higiene corporal, será um dos assuntos pertinentes abordado nesse projeto, uma vez que se observa no cotidiano do trabalho escolar com pré-adolescentes e adolescentes a falta de conhecimento do assunto e até mesmo ausência de hábitos de higiene corporal adequados.
Na educação, fomentar o desenvolvimento dos alunos significa ajudá-los a progredir na definição da sua própria autonomia, no conhecimento e na valorização de si mesmos, sendo, gradativo e por meio de interações sociais. A autonomia é um conceito que refere-se a capacidade que a pessoa possui para decidir sobre aquilo que ela julga ser o melhor para si.
Nesse contexto, a proposta pedagógica abordará os cuidados básicos com a saúde relacionados à higiene corporal, bem como, as regras básicas de convívio em sociedade e a organização diária de rotinas, em uma sequência didática com metodologias ativas de aprendizagem.
As metodologias ativas de aprendizagem enfatizam o papel protagonista do aluno e sua autonomia, seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do processo, experimentando, desenhando e criando com a mediação do professor (Bacich; Moran, 2018). Essas metodologias têm como foco o desenvolvimento de competências e habilidades com base na aprendizagem colaborativa e na interdisciplinaridade (Camargo; Thuinie, 2018).
Estudos no campo da Neurociência e da Educação enfatizam a importância de criar oportunidades em que o assunto possa ser examinado mais de uma vez em diferentes contextos para alcançar uma aprendizagem mais eficiente (Cosenza; Guerra, 2011).
Outro aspecto importante é a utilização de diferentes canais de acesso ao cérebro, além do verbal. Dessa forma, as estratégias de aprendizagem que têm mais chances de atingir o objetivo de aprendizagem são aquelas que levam em consideração a forma como o cérebro aprende, respeitando os processos de repetição, elaboração e consolidação (Cosenza; Guerra, 2011).
Objetivo geral
Possibilitar que o estudante tenha autonomia na construção do seu planejamento diário e pessoal, desenvolvendo a independência de sua rotina, participando das atividades propostas, que possibilite o reconhecimento de si mesmo, identificando suas potencialidades e estimulando a adoção de hábitos saudáveis comportamentais e de higiene corporal aprendendo sobre as regras básicas de convivência, bem como, de boas maneiras, apropriando-se do conhecimento científico e metodologias ativas de aprendizagem.
Objetivos específicos
- Possibilitar a construção de uma rotina diária, de forma que estipule horários para cada atividade;
- Adquirir noções de divisão de tempo para realizar atividades diárias;
- Compreender sobre a importância de manter uma boa aparência;
- Conhecer e colocar em prática os requisitos básicos de boas maneiras;
- Compreender a importância da sua participação em grupos de convívio;
- Desenvolver a capacidade de pensar, agir e interagir de forma saudável e independente;
- Adquirir noções de higiene e reconhecer a importância e a necessidade de ter uma boa higiene corporal;
- Desenvolver através de bons hábitos alimentares a cuidar de si mesmo, valorizando seu corpo, saúde e sua vida;
- Desenvolver e estimular a criatividade e autoestima do estudante.
Recursos didáticos
- Cola;
- Papel;
- Folha sulfite;
- Xérox;
- Recursos tecnológicos;
- Revistas
- Blocos de encaixe
- Relógio;
- Lápis de cor;
- Caneta hidrocor;
- Papel cartão;
- Papelão;
- Etc;.
Metodologia
Considerando o contexto das metodologias ativas e as formas de aprendizagem, foi elaborada uma sequência de atividades relacionadas ao cotidiano dos alunos, priorizando o uso das tecnologias.
Sequência didática
Imagens que gritam
Com objetivo de realizar levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes sobre hábitos de higiene, foi proposta a atividade: Imagens que gritam. Na atividade, os alunos têm que identificar figuras relacionadas à pergunta disparadora “O que você pensa quando ouve a palavra higiene?”. As figuras a serem escolhidas ficarão expostas para que sejam escolhidas as atividades de higiene pela ordem de prioridade e ao final da atividade será elaborado um painel mental coletivo sobre o tema. As figuras que aparecerão com frequência: banho, lavar os cabelos, sabonete, creme dental, escovar os dentes, cortar as unhas.
Como sugestão, essa atividade pode ser desenvolvida utilizando o notebook.
Dinâmica: sim - nunca
O objetivo dessa atividade é trabalhar hábitos de higiene de forma lúdica, inserida na realidade e no modo de vida dos estudantes. Será utilizado o aplicativo de vídeos curtos Tik Tok para gravação de pequenos vídeos. Algumas perguntas relacionadas aos hábitos de higiene, em slides,foram projetadas com som, utilizando as placas; SIM - NUNCA. Os alunos serão divididos em dois grupos. Para participar, de um lado ficavam os que escolherem o “sim” e do outro os que preferiam o “nunca”, de acordo com a resposta à pergunta projetada. A atividade é bem empolgante, e os estudantes expressarão entusiasmo ao participar repetindo várias vezes.
As perguntas da dinâmica:
- Já usou a mesma máscara o dia todo?
- Já foi lanchar/merendar sem lavar as mãos?
- Já bebeu água na garrafa ou no copo do colega?
- Já veio para a escola sem escovar os dentes?
- Já ficou o dia todo na escola sem escovar os dentes?
- Já veio para a escola sem usar desodorante?
- Já veio para a escola sem tomar banho?
- Já ficou sem máscara durante as aulas?
- Já veio para a escola com a mesma camisa ou o mesmo casaco durante toda a semana?
- Já compartilhou pirulitos ou balas da boca de outros colegas?
- Já fez aglomeração na sala de aula sem máscara?
- Já trocou de máscara com um colega?
- Já saiu do banheiro sem lavar as mãos?
- Já comeu sem lavar as mãos?
- Já dormiu sem escovar os dentes?
- Já comeu chiclete mascado embaixo da cadeira?
- Já limpou catarro na roupa?
- Já cuspiu no chão da sala de aula?
- Já tossiu ou espirrou perto do colega sem colocar a mão na boca?
- Já soltou pum perto de alguém?
- Já arrotou na frente de alguma pessoa?
Vídeo aula: micro-organismos por toda parte
A atividade foi desenvolvida com o objetivo de demonstrar, de forma prática, a existência dos microrganismos em diferentes regiões do corpo e superfícies de alguns ambientes, como corrimão da escada, maçaneta da porta do banheiro, celular e óculos.
Demonstrar em vídeos micro-organismo em superfícies do dia a dia vistos através do microscópio.
Essa prática se mostra bastante relevante para os estudantes, por proporcionar a visualização de vários microrganismos sobre os quais eles não tinham conhecimento da colonização do nosso organismo e de superfícies. Dessa forma, fica evidente a existência dos microrganismos e, sobretudo, a importância dos cuidados com a higiene que devem ser tomados para evitar desde maus odores até a contaminação, o surgimento e transmissão de doenças.
Mural interativo - Higiene corporal
Nessa atividade os alunos são desafiados a elaborar um mural colaborativo. Os alunos pesquisam sobre Higiene corporal e posteriormente inserem ao mural imagens, Poemas, curiosidades sobre a história da higiene e hábitos de higiene. No decorrer da atividade, os alunos vão interagindo com as informações inseridas junto com a professora que vai mediando a atividade e filtrando o conteúdo inserido. Por fim, um mural colaborativo é elaborado e compartilhado com a escola.
Cachê das boas maneiras
Passo 1: Decore uma caixa usando marcadores, adesivos ou glitter. Avise que o nome da caixa é "CBM" ou "Caixa das Boas Maneiras". Certifique-se de fazer um buraco no topo da caixa (deve ser feito por um adulto, se o uso de tesouras for necessário).
Passo 2: Recorte círculos em papel azul para serem as moedas das "Boas Maneiras".
Passo 3: Em cada moeda, escreva uma palavra educada ou um exemplo de boas maneiras. Inclua palavras como por favor, obrigado, bem-vindo ou exemplos de boas maneiras, como: não falar com a boca cheia, usar o guardanapo, esperar sua vez, não colocar os cotovelos na mesa ou elogiar quem fez o jantar dizendo o quanto você gostou da comida!
Passo 4: Coloque a Caixa das Boas Maneiras em um lugar que todos possam ver: perto da porta de entrada da casa ou na cozinha, por exemplo. Sempre que uma criança exibir boas maneiras, ela pode colocar uma moeda na caixa.
Passo 5: No final da semana, verifique a CBM e recompense as crianças pelas boas maneiras. Por exemplo: com 5 moedas, elas podem escolher a sobremesa, com 8 moedas, que filme vocês vão assistir e com 10 moedas, jogar seu jogo de tabuleiro favorito.
Jogo das 5 cores no prato
Um prato divertido é também um prato colorido. E um prato colorido é também um prato nutritivo. Só vantagens! Para o prato ficar bem colorido, use e abuse de saladas e legumes. Vale até misturar frutas na salada. Manga com rúcula fica uma delícia. Alface com maçã é um festival de crocância, nhammm.
As cores dos alimentos indicam quais são os principais nutrientes que elas têm. Fica bonito, nutritivo e divertido. Vamos conferir alguns deles?
Alimentos brancos (cebola, alho, couve-flor). Contêm flavonoides e selênio, nutrientes importantes contra alergias e inflamações, além de ajudar a fortalecer os sistemas imunológico e circulatório.
Alimentos verde-escuros (brócolis, couve, rúcula). São ótimas fontes de fibras importantes para regular o trânsito intestinal, além de serem antioxidantes que ajudam na defesa do organismo.
Alimentos amarelos e alaranjados (abóbora, cenoura, manga). São ricos em vitamina A e C, fundamentais para a visão, a pele e o sistema imunológico.
Alimentos vermelhos (tomate, melancia, pimentão). São ricos em licopeno, que é um importante antioxidante que atua no combate aos problemas de coração e ajuda a evitar diferentes tipos de doenças no futuro.
Alimentos roxos (beterraba, cebola roxa, batata roxa). Contém antocianina, que ajuda na memória e na saúde do coração.
Uma boa ideia é ter uma tabelinha de cores na parede para que o aluno marque o pontinho sempre que comer um alimento daquela cor. Só não vale corante!
Ou que tal brincar de semana colorida? Esse é um desafio bacana que associa cada dia da semana a uma cor diferente.
Avaliação
A avaliação será contínua e sistemática, durante o desenvolvimento diário de cada estudante, através de observações diárias das atividades apresentadas, observando o progresso do aluno, visando estabelecer um bom desenvolvimento do estudante, podendo envolver a família e a equipe escolar no processo.
Referências
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora – uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas contemporâneos transversais na BNCC – contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília: MEC, 2019.
CAMARGO, Fausto; THUINIE, Daros. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018.
COSENZA, Ramon. M; GUERRA, Leonor. B. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
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