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O papel da escola e da família no processo de desenvolvimento do aluno

Eloisa Pereira da Silva

Gláucia Camila Gomes

Keli Cristina Pereira da Silva

 

DOI: 10.5281/zenodo.13629402

 

 

RESUMO

O presente artigo busca demonstrar a importância da intervenção família e escola no atendimento à crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Visto que, que crianças com esse tipo de transtorno apresenta desconcentração e dificuldades em fixar a atenção em coisas que não despertam seu interesse, com isso acabam tendo resultados não satisfatório e defasagem na aprendizagem. Para a realização da mesma, optou-se por uma pesquisa do tipo bibliográfica com método de abordagem Quali-quantitativa, tendo como público-alvo professoras da Escola Mundo Encantado da Criança. Através da pesquisa foi possível identificar que conhecer o transtorno é um fator importante para elaborar estratégias que possam auxiliar no processo ensino aprendizagem.

 

Palavras-chaves: Interação. Inclusão. Família, Escola.

 

 

ABSTRACT

This article seeks to demonstrate the importance of the family and school intervention in the care of children with Attention Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD). Since, children with this type of disorder have deconcentration and difficulties in fixing attention on things that do not interest them, they end up having unsatisfactory results and lag in learning. To carry out the same, we opted for a bibliographic research with a Quali-quantitative approach method, targeting teachers from the Mundo Encantado da Criança School. Through the research it was possible to identify that knowing the disorder is an important factor to develop strategies that can assist in the teaching-learning process.

 

Keywords: Interaction. Inclusion. Family, School.

 

 

1.Introdução

 

Neste trabalho abordou-se sobre o tema TDAH( Transtorno de Déficit de atenção e Hiperatividade) tendo como objetivo principal observar e analisar o papel da família e da escola no processo de ensino e desenvolvimento do aluno, para isto foi fundamental definir o conceito de TDAH, diferenciar as características comportamentais e de aprendizagem do aluno, descrever estratégias realizadas pelos professores, bem como, suas consequências na vida pessoal e na relação familiar e social e nas manifestações que o transtorno apresenta na vida dessas crianças. Podemos analisar que quanto, mas cedo forem diagnosticadas, e receber apoio e ter ações adequadas as suas necessidades, melhores serão as chances de aprendizagem e desenvolvimento no seu pessoal e social.

Podemos compreender que no cenário educacional, houve um crescimento muito grande em diagnósticos de TDAH, além de ter uma grande dificuldade no processo ensino – aprendizagem, pois em muitas escolas os profissionais de educação não têm conhecimento sobre o problema.

O aluno com TDAH manifesta muitas dificuldades no decorrer do seu ensino aprendizagem?

Visto que em decorrência do déficit de atenção, inquietação e agitação motora, características do transtorno, sendo assim suas habilidades na escolarização acabam ficando comprometidas. Desta maneira a família e a escola exercem um papel fundamental, cabe a cada um deles atuar de acordo com seus conhecimentos para favorecer situações adequadas para que o aluno possa se desenvolver e apreender.

A família tem grande contribuição no processo diagnosticado do aluno, muitos pais se sentem culpados pelos comportamentos dos filhos, pois são cobrados da sociedade.

Assim sendo a problemática do trabalho foi de que modo a família e a escola podem contribuir para que o aluno com TDAH supere a sua dificuldade no âmbito escolar? Segundo cunha (2007):

 

A comunicação frequente entre a escola e a família é um fator importante para garantir esse relacionamento, para que tanto professor como pais possam trocar experiencias relevantes para as horas difíceis. Saber o que está se passando durante o tempo que a criança está no outro ambiente ajuda a compor o quadro real da situação, e esse confiar no outro é que realmente estabelece a parceria.

 

O diálogo entre a escola e família é muito importante, para que pais e professores possam trocam experiências e consigam contribuir para o ensino aprendizagem.

O presente artigo foi desenvolvido através de pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica, e teve como objetivo analisar o papel da família e da escola no processo ensino aprendizagem do aluno com TDAH, para isso foram divididos em quatro capítulos, características e conceitos do TDAH, professor, família e aluno: conhecendo os seus papeis, Inclusão escolar, metodologias de ensino que promovem o desenvolvimento dos alunos com TDAH.

 

 

Desenvolvimento

 

Metodologia

 

Este artigo será desenvolvido através de pesquise bibliográfica, para a realização desta pesquisa buscou-se aprofundar sobre o assunto utilizando materiais que já foram publicados, como artigos, livros, material disponível pela internet. De acordo com Lakatos:

 

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundarias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartografia etc., até meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre o determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (LAKATOS,2003, p.183).

 

O método de abordagem foi escolhido o qualitativo, visto que oferece uma perspectiva de abordagem dos fenômenos, que são melhores compreendidos em um contexto no qual fazem parte, levando ao entendimento da dinâmica de suas relações (GODOY,1995).

Para este estudo será usado um questionário que foi elaborado para os professores, com a intenção de levantar o que eles pensam sobre a abordagem do assunto e como se é trabalhado com alunos que tem TDAH em sala de aula, o questionário possui o objetivo de entender como funciona o ensino aprendizagem na Escola Mundo Encantado da Criança.

 

 

CaracterÍstica e conceitos do TDAH

 

Nos últimos tempos no campo educacional os diagnósticos de alunos com TDAH vem aumentando, acontecimento que tem preocupado educadores e familiares. Poucos entendem a dificuldade, outras pessoas ignoram e também tem as que desqualificam os alunos que mostra o quadro, eles acabam passando por alunos mal-educado e indisciplinados. compreendemos que estamos enfrentados uma realidade que é digna de atenção e compromisso por pessoas responsáveis pela a escola e a família, com finalidade de realizar a identificação adequada podendo assim cumprir com as necessidades educacionais dos alunos.

Segundo a ABDA (associação Brasileira de Déficit de Atenção) é um transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ele e neurobiológico, que suas causas são genéticas, que surge na infância e constantemente acompanha a pessoa por toda a vida. Os sintomas são caracterizados pela falta de atenção, inquietude e impulsividade. É chamado pela DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, e chamado também de ADD, ADHD ou AD/HD.

Silva (2003) fala que apesar de toda a evolução do Brasil ocorrida dos últimos tempos referentes a identificação do TDAH, estamos longe de um ideal. Para autora:

 

Neste exato momento, milhares de pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, passam por inúmeros desconfortos pessoais e/ou sociais em função de seus problemas na área da atenção e do controle de seus impulsos e hiperatividade física e/ou mental. As crianças são imputadas rótulos pejorativos como “pestinhas”, “mal-educadas”, “rebeldes”, “agressivas”, “sonhadoras”, “cabeça-de-vento”, entre outros. Aos adultos menos pejorativos, tais como “explosivos”, “aéreos”, “brigões”, “egoístas”, entre outros (SILVA,2003, p.173).

 

Neste sentido, é fundamental investir na informação. Pois através dessa informação que acabamos proporcionando uma pequena minoria especializada no assunto, contudo o maior grupo são os pais e educadores, pois assim se tornaram capazes de definir e identificar os sintomas do comportamento do TDAH em suas crianças.

De acordo com Souza et.al (2007), a muitos anos, o TDAH referiu-se não como um transtorno, e sim, como parte da vida das crianças e adolescentes. Já na atualidade, pesquisas feitas mostram que além de ser um transtorno claro na fase escolar, o TDAH acaba acompanhando a criança na fase adulta, e que se não fazer o tratamento adequado, pode sim interferir na sua vida social, familiar e acadêmica.

 

 

Professor, Família e Aluno: conhecendo os seus Papéis

 

Ao longo do tempo o professor vem sendo o mediador do conhecimento, ele tem que compreender a importância e a responsabilidade educacional que ele tem na vida do aluno com TDAH. Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção:

 

O professor é um dos grandes observadores de crianças, é quem as conhece como poucos, pois consegue manter olhar individual, mesmo em meio a uma multidão”. Diferente de outros profissionais, ele é um dos poucos que enxerga a criança e o adolescente em sua rotina, na realidade em que ele está inserido. (ASSOCIAÇÕA BRASILEIRA DE DEFICIT DE ATENÇÃO,2013).

 

Beli (2008) Afirma que o professor tem que estar em constante atenção com os alunos com esse transtorno, pois poderá ser ele o primeiro a identificar os sintomas do TDAH. Ela ainda ressalta que não é o educador que realiza o diagnostico desse aluno, ele deve apenas alertar a família sobre o que está ocorrendo e realizar o encaminhamento da criança para um profissional da área da saúde. O professor pode contribuir para a aprendizagem da criança com TDAH com atividades simples, mas de fundamental importância, e isso requer dele duas características importantes.

Segundo Barkley (2002), o conhecimento sobre o transtorno e sua atitude diante do aluno.

Benczik (2000, p.49) Afirma que: “Poucos professores têm conhecimento sobre o TDAH. Em muitos casos, eles têm uma percepção errada sobre a natureza, as causas, as manifestações dos sintomas e o que devem fazer”.

Compreensão e conhecimento sobre o transtorno deve ser o primeiro passo que o professor tem que dar para assim ele conseguir auxiliar a criança com TDAH no processo ensino aprendizagem.

Alunos com TDAH tem suas características de ensino aprendizagem: eles têm uma maneira melhor de compreender seus recursos favoritos. Por isso o professor, tem que encontrar quais são as características do seu aluno, pois assim será melhor de se interagirem com os colegas em sala de aula.

Para Craft (204, p.156), “A melhor forma para atuar com o aluno com esse transtorno é ensinar com convicção de que o aluno poderá aprender”.

É muito importante que o professor encontre alguma motivação para assim ele poder trabalhar melhor com esse aluno, sendo desta forma uma maneira positiva, e obtendo grandes resultados quanto á o ensino aprendizagem.

Á família vem tendo um papel muito importante no ensino-aprendizagem, eles são os principais responsáveis por ensinar e educar, por transmitir calma em um lar bem estruturado e assim conseguir adquirir equilíbrio emocional, tendo limites e responsabilidade. Os atos dos pais têm efeitos diferentes no desenvolvimento de seu filho dentro da sala de aula, a família é vista como um ser ativo na vida desse aluno, o apoio familiar é a base sólida para o seu desenvolvimento no âmbito escolar.

Belli (2008) afirma que os pais de alunos com esse transtorno precisam saber que seu envolvimento na vida de seu filho deverá ser redobrado. Eles devem estar sempre preparados para assumir o controle da situação e também para evitar qualquer tipo de preconceito e rejeição que a criança possa sofrer.

O conhecimento dos alunos diagnosticado com TDAH, é importante compreender em que nível produtivo eles consegue alcançar, para poderem fazer as atividades de acordo com o desempenho de cada aluno. Eles precisam ser estimulados, nas brincadeiras nos jogos lúdicos e jogos com regras, pois assim ajudara eles no convívio social e a saber perder e ganhar. Alunos com esse transtorno são bem desorganizados, eles precisam da ajuda dos educadores e dos seu familiares para se organizarem melhor, conhecer e compreender o processo de aprendizagem dos alunos é importante, o problema da falta de atenção e muito forte, a distração aparece com muita clareza: se a criança estuda na parte da manhã para ele as primeiras horas são melhores para se trabalhar em sala de aula; pois conforme vai passando as horas eles vão ficando um pouco mais agitado, sendo assim os professores tem que sempre mudar a rotina, e suas estratégias para que eles não perca o foco.

 

 

Inclusão Escolar

 

A inclusão escolar é um assunto que vem sendo muito debatido pela sociedade, obstáculos, questões e problemas, neste momento os professores não estão sendo capacitados para ajudarem os seus alunos com necessidades especiais.

Para Booth, a dimensão de práticas inclusivas, refere-se a:

 

(...) desenvolver que se ensina e aprende, e como se ensina e aprende, de forma a refletir valores e políticas inclusivos, a aprendizagem é orquestrada de modo que o ensino e as atividades de aprendizagem se tronam responsivos á diversidade de jovens na escola. As crianças são encorajadas a ser ativas, reflexivas críticas e são vistas como um recurso para a aprendizagem uma das outras. Os adultos trabalham juntos de modo que todos assumem responsabilidade pela aprendizagem de todas as crianças (BOOTH,20012 apud VENTURNI,2013, p.584)

 

Diante disto, ressalta a importância de todas as pessoas vinculadas ao processo de ensino aprendizagem da criança, com dificuldades educacionais, ou seja, cidadão ligados as responsabilidades nesse processo. Venturini destaca que a aceitação dessas dimensões no processo de estudos e desenvolvimentos de argumentos escolares mais extensos seja um rumo prospero para todos os responsáveis: estudantes, professores, gestores, pais.

Percebe -se que para notar as crianças com necessidades educacionais especiais, e preciso você enxergar ela, como um ser humano, que tem direitos, que é ágil e presente em quaisquer atividades, sendo estas atividades no âmbito escolar, que respondam as suas ações e a suas vontades. É necessário que a escola se concilie ao aluno e não o aluno se adeque a metodologia da escola. Reis (2010) fala que:

 

(...) é papel da escola refletir sobre a didática usada em sala de aula, visto que as crianças atualmente, estão rodeadas de estímulos, e vivem em um ritmo acelerado, portanto, o professor deve tentar se adequar ao ritmo do aluno como atividades que estimule sua atenção, que tenham um período curto de duração, como também utilizar jogos interativos, entre outros, e deixar um pouco de lado a lousa, o giz, a atividade mimeografada as carteiras enfileiradas. (REIS,2010, p.194).

 

Assim vem se destacando a importância das atividades didáticas em sala de aula, que auxiliem no processo de aprendizagem do aluno com TDAH, deste modo é importante a elaboração de um plano de aula especificado para cada aluno com necessidades especiais. Coelho ressalta:

 

(...) desenvolver processos de ensino aprendizagem e de avaliação mais individualizado, planejamentos que possam ser (re) construídos e que sejam resultado de um trabalho conjunto do professor regente, do professor de apoio, de profissionais da equipe diagnostica e dos pais, tendo em vista a definição de estratégias em que o processo vai ser individualizado, a forma de lidar com a organização de comportamentos favoráveis ao processo de ensino- aprendizagem e as potencialidades/ necessidades dos alunos para organizar um planejamento cooperativo das estratégias educacionais.(COELHO,2010,p.69).

 

Afim de se conquistar um proposito seguro e real de inclusão, cuidados, direitos e deveres, devem ser apresentados e esclarecidos a todos os envolvidos, para assim cada um cumprir com as suas responsabilidades e suas conquistas e seus direitos.

 

Enfim, o futuro da inclusão escolar em nosso país dependerá de um esforço coletivo, que obrigará a uma revisão na postura de pesquisadores; políticos, prestadores de serviços, familiares e indivíduos com necessidades educacionais especiais, para trabalhar numa meta comum, que seria a de garantir uma educação de melhor qualidade para todos. (MENDES,2006, p.402).

 

Se todos os envolvidos fazer a inclusão em conjunto coletivo, não existirá, mas rotulação, as diferenças tem que ser entendidas como algo comum, quando todos apreenderem a respeitar as diferenças, averar uma exclusão dos incluídos dentro da sala de aula.

Metodologias de ensino que promovem o desenvolvimento dos alunos com TDAH

 

No âmbito escolar encontra – se crianças com vários tipos de cultura, crenças e costumes, toda criança é um ser único que conduz com ela suas qualidades de constrói o seu indivíduo. Dentro da sala de aula encontramos uma diversidade de cultura, no meio destas crianças estão as que tem comportamentos e atitudes diferentes das outras: são rebeldes, desatentos, impulsivos e distraídos. Sendo assim compete ao professor o trabalho de proporcionar uma oportunidade a todos os alunos, e os deixando construir o seu próprio eu de conhecimentos, sem deixar nenhum aluno para trás.

Testemunhamos constantemente nas salas de aula as crianças que tem dificuldades em se concentrar em alguma atividade que a professora pedi para eles realizar, tem alguns professores que acabam falando dos alunos que não presta atenção, e constrangendo eles por não entender a matéria. Alunos com TDAH não compreendem nada, devido a sua falta de atenção. É importante que professor nessa situação esteja atento e se dedique buscando estratégias para desenvolver um aprendizado de forma concreta.

 

Uma vez diagnosticado, o professor tem condições de ajudar o aluno com TDAH sem, com isso, prejudicar a turma. Por meio de algumas estratégias, ele pode facilitar o cotidiano dessa criança na escola. “ela deve ser incentivada a aprender da forma consensual, mas também não precisa ser desestimulada a nunca mais tentar formas diferentes de resolver os mesmos problemas”. (FREITAS et al 2010, p.178)

 

Alunos com TDAH dever ter preferência em sentar-se nas primeiras carteiras, em nenhum momento perto da porta ou janelas, para não se entreterem. As atividades não podem ser muito longas devido eles não se concretarem muito tempo em uma só atividade. É indispensável que o professor procure alterar os métodos de ensino, procurando sempre diferenciar uma aula da outra, para assim poder incentivar e motivar os alunos. O professor deve observar os alunos, pois os que tem TDAH sofrem de baixa autoestima, e acabam duvidando da sua capacidade, alguns tem dificuldades de se relacionar com os colegas devido a sua impulsividade, por isso é importante que o professor faça com que ele acredite na sua capacidade e que sempre incentive ele a fazer suas atividades da sua maneira. Segundo coelho (2010):

 

Cada criança apresentará diferentes formas de aprendizagem, e quanto mais criança for estimulada e incentivada, melhor o seu desenvolvimento, independentemente de ter necessidades educacionais especiais. Nesse sentido, adverte Coelho que “Outro aspecto importante a ser considerado como fator de desenvolvimento refere-se ao estímulo à criatividade” (COELHO,2010, p.65).

 

Quando a criança é estimulada, ela demonstra forma diferentes de aprendizagem, melhora seu desenvolvimento e as suas necessidades, aumentando a sua criatividade

 

 

Resultados e Discussão

Os dados foram coletados no dia 10 de novembro do ano 2020. Foram aplicadas questões fechadas a professores da Escola Mundo Encantado da Criança na cidade da Matupá-MT. Os dados foram expostos em gráficos e tabelas para análise, como veremos a seguir.

Questão 1: Gênero Sexual? Podemos analisar que 100% dos professores são do sexo feminino.

Gráfico 2: Situação funcional do professor?

Fonte: GOMES (2020)

Figura 2. Situação funcional do professor?

 

Verificamos que cinquenta por cento são professores efetivo, e os outros cinquenta são professores contratados.

Questão 3: Conhece o transtorno de Déficit de atenção com Hiperatividade (TDAH)? Todas as professoras responderam que sim, apesar de ser um assunto que é pouco falado. De acordo com silva (2003):

 

o comportamento hiperativo nasce de um trio de sintomas: dificuldades de atenção, impulsividade e hiperatividade, o qual chama de “trio de base alterada”. Esses sintomas só são característicos do TDA/H quando ocorrem de forma mais exagerada do que o comum.

 

Normalmente essas crianças são excluídas das brincadeiras e jogos pelo fato de não conseguirem respeitar regras, devido a sempre estarem agitados, por não conseguir esperar a sua vez e sempre estarem distraídos.

Questão 4: Enquanto professor você consegue distinguir uma criança com TDAH de uma criança que simplesmente é muito ativa? Todas as professoras entrevistadas responderam que sim, crianças com TDAH tendem a ser, mas impulsivos, não conseguem manter o foco no conteúdo, são impacientes, tem dificuldades em seguir instruções e são muitos inquietos na sala de aula. De acordo com Orjales (2007, p.295):

 

[...] a um quadro sintomatológico de base neurológica que pode degenerar em problemas importantes e que pouco tem a ver com a criança travessa ou malcriada ou com a criança agitada e indisciplinada. [...] Na verdade, quando se utiliza esse termo no contexto da psicopatologia infantil, faz-se referência [...] a um transtorno cuja base sintomatológica é o déficit de atenção, a hiperatividade motora e a impulsividade.

 

Em algum momento podemos perceber que as crianças andam agitada, ansiosa e desobediente, não podemos garantir que essas condições são do transtorno, mas elas podem estar passando por algum momento difícil, pode estar abalado, porém esse momento seja passageiro, o que não define o TDAH.

Questão 5: Quais as principais dificuldades encontradas dentro da sala se tratando de uma criança com TDAH? Todos os entrevistados responderam que a concentração e socialização são os maiores fatores, mas além desses existem outros, como a desorganização, e a falta de não conseguirem respeitar regras, além dos pais que não aceitam o transtorno que seu filho tem. Segundo Mattos (et al,2006):

 

para a criança com TDAH, isso não é uma tarefa fácil, passando a impressão as principais reclamações dos professores em relação a estudantes são de que as crianças são muito inquietas, desobedientes, agem de forma imatura nas brincadeiras que possuem regras, possuem dificuldades em 27 atividades em grupo e não prestam atenção nas explicações. Com isso é indispensável que as crianças prestem muita atenção às explicações e se concentrem ao máximo para ouvir o que está sendo ensinado para quem o observa de desinteresse proposital.

 

Devido as várias dificuldades de ensino aprendizagem, não devemos dizer que essas crianças não possuem capacidade de apreender, ou dizer que são menos inteligentes que as crianças ditas” normais”. Alguns profissionais por falta de informação acabam dificultando a aprendizagem desses alunos, transformando o ambiente desagradável.

Questão 6: Na sua opinião é válido trabalhar de forma diferenciada com crianças que tem TDAH? Os professores entrevistados disseram que sim, Crianças com esse tipo de transtorno, precisam de rotinas e limitações, alunos com TDAH são muito inteligentes e tem muito potencial, significando que precisam de mediações interdisciplinares e sempre formar estratégias comportamentais adequadas.

 

Sabe-se que as crianças com TDAH são capazes de aprender, mas têm dificuldades de concentração na escola devido ao impacto que os sintomas têm sobre um bom desempenho nas atividades. (SILVA, VERA CRUZ, LIMA e ASFORA, 2010, p.09).

 

O professor tem que estar capacitado para se adequar as estratégias e métodos ao estilo aprendizagem do aluno, a sala de aula tem de ser um ambiente agradável e dinâmico aonde o aluno se sinta confortável, vídeos, revistas, computadores e até mesmo aula ao ar livre são grandes aliados para contribuir no seu desenvolvimento.

Questão 7: Considera importante a participação da família das crianças que tem TDAH? As respostas foram unânimes, sim, criamos um vínculo entre escola e família para assim poder auxiliar em problemas específicos e buscamos uma parceria em conjunta para sempre melhorar o desenvolvimento integral da criança e respeitando suas limitações. Segundo ribeiro (2008, p.41):

 

O convívio familiar e o tipo de relações sociais que aí se estabelece são muito importantes na construção da identidade. A criança vai estruturar seu mundo a partir dos diálogos estabelecidos na família, na e na comunidade.

 

A família é a base inicial para a criança fortalecer sua afetividade e sociabilidade, podendo agir com interação como seres sociais, formando suas primeiras regras, conhecimentos e valores, para melhorar a convivência o primeiro passo que a família tem que dar é estimular os bons comportamentos, buscar se aprofundar, mas no assunto, compreender as atitudes que esta criança apresenta, isso tudo ajudará o aluno a conseguir controlar sua impulsividade.

Questão 8: Como que é a participação dos pais? Segundo 100% dos professores é uma participação muito ativa, trabalhamos em cooperação para aumentar a probabilidade da criança em ter uma experiencia de vida de escolar bem-sucedida.

 

A importância da família na determinação do comportamento humano não pode ser negada. Ela é uma das responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo, emocional e social de uma criança, bem como pela criação e manutenção de um ambiente propício ao desenvolvimento. (BARBOSA E OLIVEIRA, 2008, p. 36).

 

Podemos compreender que a participação da família é indispensável para o processo de desenvolvimento de qualquer criança, especialmente quando falamos de criança que precisam de mais orientação e atenção. A família pode contribuir no tratamento, dando o seu apoio, conversando, deixando a criança expressar o que ele está sentindo, sempre respeitando suas limitações, nunca ofendendo, impondo regras, os pais nunca devem usar ofensas e nem violência física.

 

 

Conclusão

O presente artigo buscou observar como está sendo o papel da família e da escola no processo ensino aprendizagem dos alunos com diagnostico do Transtorno baseando-se em pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, pode-se verificar que abrange uma dinâmica, mas complexa, observando que deve ser analisado o assunto de uma forma indisciplinar e auxiliando entre família e escola.

A partir da presente pesquisa pode se concluir que as características individuais do aluno apresentam, “agitação, impulsividade e dificuldade em manter o foco na sua atenção”, não são crianças maldosas e não aguem por vontade própria, mas sim por uma causa de origem genética ou biológica. Assim que for dado o diagnóstico adequado para a criança a família e a escola conseguirão em conjunto, procurar conhecimentos e estratégias, quanto no ambiente familiar como no escolar para assim apoiar os alunos e suas necessidades, para poder contribuir efetivamente no processo de desenvolvimento e aprendizagem.

Diante disso, não se deve julgar e nem comparar essas crianças com as outras, elas não devem ser rotulas pelas pessoas do meio em que vivem. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno com muita dificuldade, pois apresenta muitas comorbidades. Por isso se torna essencial a parceria da escola com os pais, quando anda em conjunto consegue desenvolver um vínculo maior das crianças com TDAH, com as demais crianças.

O âmbito escolar tem que ser agradável, aonde o aluno vivencie experiências e sinta se bem em desenvolver as atividades proposta, sem ser constrangido devido a sua dificuldade de aprendizagem, se o professor realizar trabalhos de interação e de inclusão dividindo a sala em pequenos grupos isso pode colaborar para que esse estudante tenha maiores oportunidades, atividades físicas e exercícios são um aliado na estratégia do professor pois assim o aluno irar relaxar e se concentrar na atividade por muito mais tempo.

A participação da família é de grande importância para desenvolvimento do aluno, pois os pais são os alicerces no processo da aprendizagem, assim como a família a escola tem um papel importante e fundamental no desenvolvimento do aluno, pois é na escola que eles estão construindo e desenvolvendo uma preparação para uma visão de mundo.

Com isso é possível concluir que quando todos estão todos envolvidos e comprometidos a ajudar com estratégias e intervenções, a criança com TDAH conseguirá conquistar um caminho de vitorias em seu desenvolvimento escolar.

 

 

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